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Universidade Federal de Viçosa

Dissertação de Mestrado

Camila de Souza Costa

Alguns Grupos de Simetrias na


Geometria Euclidiana

Florestal
Minas Gerais – Brasil
2017
Camila de Souza Costa

ALGUNS GRUPOS DE SIMETRIAS NA GEOMETRIA


EUCLIDIANA

Dissertação apresentada à Universidade Federal de Viçosa,


como parte das exigências do Programa de Pós-Graduação
Mestrado Profissional em Matemática em Rede Nacional,
para obter o tı́tulo Magister Scientiae.

Florestal
Minas Gerais – Brasil
2017
Ficha catalográfica preparada pela Biblioteca Central da
Universidade Federal de Viçosa - Campus Florestal

Costa, Camila de Souza, 1989-


C837a Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana /
2017 Camila de Souza Costa. - Florestal, MG, 2017.
vii, 45f. : il. (algumas color.) ; 29 cm.

Inclui apêndice.
Orientador: Luís Felipe Gonçalves Fonseca.
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Viçosa.
Referências bibliográficas: f.45.

1. Simetria (Matemática). 2. Teoria dos grupos. 3. Geometria.


I. Universidade Federal de Viçosa. Matemática. Programa de Pós-
graduação em Matemática. II. Título.

CDD 22. ed. 519.5


Dedicatória

Dedico este trabalho à minha famı́lia, que sempre acre-


ditou nos meus sonhos, principalmente, aos meus pais José e
Catarina; à minha irmã Priscila e ao meu dignı́ssimo esposo
Sandro.

ii
Agradecimentos

Agradeço a Deus, primeiramente, por não me abandonar nos


momentos turbulentos deste mestrado.
Ao meu marido Sandro que sempre esteve ao meu lado.
Aos meus pais: José e Catarina; e a minha irmã Priscila que me
apoiaram e me hospedaram nos finais de semana.
Aos meus novos amigos do PROFMAT pelas infinitas caronas,
hospedagens e pelos momentos de alegria (mesmo com todo sofri-
mento das disciplinas).
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nı́vel Superior
(CAPES) por todo apoio financeiro, pois sem ele não teria condições
de seguir com o curso.
Às minhas tias Zulmira e Maria de Fátima pela revisão ortográ-
fica e tradução desta dissertação.
Aos mestres que me proporcionaram um mundo de conhecimen-
tos que eu nem imaginava um dia chegar a conhecer, em especial
meu eterno agradecimento ao meu querido orientador Luı́s Felipe
Gonçalves Fonseca pelo conhecimento compartilhado e compreensão
das minhas limitações acadêmicas e geográficas, pois nem sempre
era possı́vel deslocar de Bambuı́ a Florestal com a mesma facilidade
que meus colegas por estarem em Belo Horizonte.
Enfim agradeço a todos que diretamente e indiretamente contri-
buı́ram para o meu crescimento intelectual, durante estes dois anos,
e pelos pensamentos positivos e orações.

iii
Biografia

Camila de Souza Costa, natural de Belo Horizonte é professora


da rede estadual de ensino, atualmente leciona na Escola Estadual
João Batista de Carvalho no municı́pio de Bambuı́.
Em 2008, ingressou no curso Licenciatura em Matemática da
Universidade Federal de Viçosa, graduando-se em setembro de 2013.
Em 2015, ingressou no Programa de Pós-Graduação da Univer-
sidade Federal de Viçosa - Campus Florestal, em nı́vel de Mestrado
Profissional em Matemática em Rede Nacional, submetendo-se à
defesa da dissertação em fevereiro de 2017.

iv
Resumo

COSTA, Camila de Souza, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, fevereiro de 2017.


Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana. Orientador: Luı́s
Felipe Gonçalves Fonseca. Coorientador: Alexandre Alvarenga Rocha.

Projeto desenvolvido de forma linear nas áreas e propostas do trabalho: definições


de grupos, grupos de permutações, subgrupos, classes laterais e homomorfismo de
grupos. Dentro da proposta foram abordados as propriedades do grupo simétrico
de grau n, simetrias dos polı́gonos regulares e a dualidade dos sólidos platônicos.
Quanto aos sólidos, temas abordados e explorados: rotações do tetraedro, cubo e
dodecaedro. Conclusão do projeto com abordagem do relato da aula prática sobre
simetrias.

v
Abstract

COSTA, Camila de Souza, M.Sc., Universidade Federal de Viçosa, February, 2017.


Some Groups of Simmetry in the Euclidian Geometry. Adviser: Luı́s Felipe
Gonçalves Fonseca. Co-adviser: Alexandre Alvarenga Rocha.

This project has been developed in the linear form at the areas the proposals of
the work: definitions and exchanges of the groups, sub-groups, lateral classes and
homomorphism groups. In the proposal, some subjects were analyzed like: the
proprieties of the symmetric groups of degree n, regular polygons’ symmetry and
the duality of the platonic solids. In relation to the solids, we have explored the
rotations of the tetrahedron, cube and the dodecahedron. The conclusion of this
project has some approaches derived from simmetries practical classes.

vi
Sumário

1 Introdução 1

2 Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade


dos Poliedros Platônicos 2
2.1 Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2.2 Grupos de Permutação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.3 Subgrupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.4 Classes Laterais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.5 Teorema de Lagrange . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.6 Homomorfismos de Grupos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.7 Propriedades do Grupo Simétrico de Grau n . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.8 Dualidade dos Poliedros Platônicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3 Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 12


3.1 Grupo de Simetrias dos Polı́gonos Regulares . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1.1 Grupo de Simetrias do Triângulo Equilátero . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1.2 Grupo de Simetrias do Quadrado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.1.3 Grupo de Simetrias do Polı́gono Regular com 2n Lados, n ∈ N . . . . . 17
3.1.4 Grupo de Simetrias do Polı́gono Regular com 2n + 1 Lados, n ∈ N . . . 18
3.2 Grupo de Simetrias de Rotação dos Sólidos Platônicos . . . . . . . . . . 19
3.2.1 Grupo de Simetrias de Rotação do Tetraedro . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.2.2 Simetrias de Rotação do Cubo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
3.2.3 Simetrias de Rotação do Dodecaedro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.2.4 Simetrias de Rotação do Octaedro e Icosaedro . . . . . . . . . . . . . . . 24
3.2.5 Uma Análise dos Grupos de Rotações dos Sólidos Platônicos . . . . . . . 25

4 Relato da Aula Prática 28

5 Considerações Finais 38

A Apêndice da Aula Prática 39

Bibliografia 45

vii
1
Introdução

Caro leitor, você sabe o que é simetria? Já escutou esta palavra no seu cotidiano?
Conhece a estrutura matemática por trás de uma simetria de reflexão de um polı́gono
regular? As respostas para estas perguntas encontram-se no decorrer desta dissertação,
que apresenta a seguinte estrutura:
As definições de grupos, grupos de permutações, subgrupos, classes laterais,
homomorfismo de grupos, propriedades do grupo simétrico de grau n e a dualidade
dos sólidos platônicos, capı́tulo 2. Todo conteúdo citado será a base para o projeto.
Simetrias dos polı́gonos regulares e rotação dos sólidos platônicos, capı́tulo 3. Quanto
aos sólidos, exploração das rotações do tetraedro, cubo e dodecaedro; pois o cubo é
dual com o octaedro e o dodecaedro com o icosaedro.
Capı́tulo 4, o relato da aula prática sobre simetrias. Projeto executado na Escola
Estadual João Batista de Carvalho, com alunos do 8o ano do Ensino Fundamental.
Análise das simetrias no nosso cotidiano, introdução das simetrias dos polı́gonos
regulares e as rotações do tetraedro.
É necessário que o leitor tenha um conhecimento prévio sobre elementos de
aritmética de um curso de graduação em matemática. Para mais consulte [11].
Vale salientar que as demonstrações dos teoremas que antecedem a parte dos
grupos de simetrias dos polı́gonos regulares não é o foco. E sim, utilizar os teoremas
para justificar os resultados sobre as simetrias de reflexão e rotação dos polı́gonos
regulares e as rotações dos sólidos platônicos.
Os exemplos encontrados nesta dissertação foram extraı́dos dos livros cujas
referências são [10] e [12].
As informações contidas nesta introdução norteiam o percurso estruturado em con-
ceitos, pesquisas, experimentos e descobertas; galgando em um universo matemático
implı́cito nos conteúdos ministrados de forma abstrata.
Esse projeto é uma porção não mágica, mas cheio de magia e aguçador aos
apreciadores dos polı́gonos regulares e dos sólidos platônicos.
E lembre-se: ”A magia da matemática é ofuscante e exclusiva de seus eternos
apreciadores” Rômulo Alexandre da Silva Fernandes.
Boa leitura!

1
2
Elementos de um Grupo, Grupos de
Permutação e Dualidade dos Poliedros
Platônicos

Neste capı́tulo, apresentaremos as definições de grupos, grupos de permutação,


subgrupos, classes laterais, homomorfismos de grupos, algumas propriedades do
grupo simétrico de grau n e a dualidade dos sólidos platônicos.

2.1 Grupos
Definição 2.1: Um grupo (G,∗) é formado por um conjunto G 6= ∅ e uma operação
binária (x,y) 7→ x ∗ y satisfazendo as seguintes propriedades:
• Associatividade
(a ∗ b) ∗ c = a ∗ (b ∗ c), quaisquer que sejam a,b,c ∈ G.

• Elemento Neutro
Existe e ∈ G tal que a ∗ e = e ∗ a = a, qualquer que seja a ∈ G.

• Inverso
Para todo a ∈ G, existe b ∈ G, tal que a ∗ b = b ∗ a = e.

Um grupo (G,∗) é chamado abeliano se a operação ∗ for comutativa, ou seja,


para todos a,b ∈ G, temos a ∗ b = b ∗ a.

Propriedades
• O neutro e ∈ G é único.
De fato, se e e e′ são neutros, então e = e ∗ e′ = e′ .

• O inverso de um elemento a ∈ G é único.


Com efeito, se a e b são inversos de c então, a = a ∗ e = a ∗ (c ∗ b) = (a ∗ c) ∗ b =
e ∗ b = b.
Daı́, denotamos c−1 o inverso de c.

2
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 3
• Para todos a,b ∈ G, temos (a ∗ b)−1 = b−1 ∗ a−1 .
De fato,
(a ∗ b) ∗ (b−1 ∗ a−1 ) = (a ∗ (b ∗ b−1 )) ∗ a−1 = (a ∗ e) ∗ a−1 = a ∗ a−1 = e
(b−1 ∗ a−1 ) ∗ (a ∗ b) = (b−1 ∗ (a−1 ∗ a)) ∗ b = (b−1 ∗ e) ∗ b = b−1 ∗ b = e

Exemplo 2.1.1: (Z,+) é grupo


• Fechamento
Para todos a, b ∈ Z, temos a + b ∈ Z.

• Associatividade
Para todos a,b,c ∈ Z, temos a + (b + c) = (a + b) + c.

• Elemento Neutro
a + 0 = 0 + a para todo a ∈ Z.

• Inverso
Para todo a ∈ Z, existe (−a) ∈ Z tal que a + (−a) = (−a) + a = 0.

Exemplo 2.1.2: (Z,.) não é grupo.


Observe que a propriedade do inverso não é satisfeita.
• Sejam x e x′ ∈ Z tais que, x 6= 1 e −1
1 1
x.x′ = 1 temos x′ = ∈ / Z e x′ .x = 1. Logo x′ = ∈/ Z.
x x

Exemplo 2.1.3: (Z4 ,+) é um grupo.


Observe a tabela de Z4 com a operação da adição

+ 0 1 2 3

0 0 1 2 3

1 1 2 3 0

2 2 3 0 1

3 3 0 1 2

Por meio da tabela pode-se verificar que (Z4 ,+) respeita a associatividade, possui
elemento neutro, 0, e todos seus elementos possuem inverso, (0)−1 = 0, (1)−1 = 3,
(2)−1 = 2 e (3)−1 = 1.

Definição 2.2: Seja (G,∗) um grupo finito. Definimos a ordem do grupo O(G)
como sua cardinalidade, O(G) =| G |
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 4
Definição 2.3: Chama-se grupo de Klein, o grupo formado pelo conjunto {e, a, b, c},
de ordem 4, em que a2 = b2 = c2 = e, onde e é o elemento neutro.

Exemplo 2.1.4: Tábua de Klein é um grupo.

∗ e a b c

e e a b c

a a e c b

b b c e a

c c b a e

Observando a tabela, pode-se verificar que ocorre a associatividade, temos o elemento


neutro e todos os elementos possuem inverso.

2.2 Grupos de Permutação


Definição 2.4: Permutação é uma bijeção de um conjunto não-vazio nele mesmo.

Proposição 2.1: A coleção de todas as permutações de um conjunto não vazio


X constituirá o grupo das permutações do conjunto X, SX , com a operação de
composição de funções, (SX ,◦).

Demonstração: Seja X um conjunto não vazio. Considere o conjunto


A(X) = {β : X −→ X; β é uma bijeção}. Vamos mostrar que A(X) com a operação
de composição de funções é um grupo.
Fechamento - Sejam β1 e β2 ∈ A(X). Queremos mostrar que β2 ◦ β1 ∈ A(X).
• β2 ◦ β1 é injetora
Tome x,y ∈ X e suponha que β2 (β1 (x)) = β2 (β1 (y)). Observe que β1 e β2 são
invertı́veis, daı́
β2 (β1 (x)) = β2 (β1 (y)) ⇒ β2−1 (β2 (β1 (x))) = β2−1 (β2 (β1 (y))) ⇒ β1 (x) = β1 (y) ⇒
β1−1 β1 (x) = β1−1 β1 (y) ⇒ x = y
Logo β2 ◦ β1 é injetora.
• β2 ◦ β1 é sobrejetora
Devemos mostrar que todo elemento de X é imagem de algum elemento de X por
β2 (β1 (x)).
Como β1 (x) é bijetora então β1 (x) é sobrejetora, logo todo y ∈ X se escreve como
β1 (x) = y para algum x ∈ X.
Do mesmo modo, β2 (y) = z, para todo z ∈ X.
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 5
Assim, z = β2 (y) = β2 (β1 (x)), para todo z ∈ X. Logo β2 (β1 (x)) é uma função
sobrejetora.
Portanto mostramos o fechamento, ou seja, a composição de funções de A(X) resulta
em uma função em A(X).
Associatividade - Para todos β1 ,β2 ,β3 ∈ A(X) temos β3 ◦ (β2 ◦ β1 ) = (β3 ◦ β2 ) ◦ β1 .
Elemento Neutro - A função identidade I(x) = x está em A(X) e
I(β(x)) = β(I(x)) = β(x), ∀β ∈ A(X).
Inverso - Como todas as funções β em A(X) são bijetoras, para cada β existe β −1
tal que β ◦ β −1 = β −1 ◦ β = Id.
Assim, SX é de fato um grupo.

Se X é um conjunto infinito, então SX será um grupo infinito. E quando


X = {1,2,3,...,n}, n ∈ N, SX será denotado por Sn e será chamado de Grupo
Simétrico de Grau n.
Segue da Análise Combinatória que a ordem de Sn é n!, ou seja, o número de
permutações de um conjunto de n elementos é igual a n!.

Exemplo 2.2.1: S3 é formado por todas as permutações possı́veis dos inteiros 1, 2


e 3.
Permutando os números 1, 2 e 3, chegamos a 123, 132, 321, 213, 231 e 312.

Podemos associar cada resultado a uma matriz que representa cada elemento de
S3 . Assim temos as seguintes associações:
 
1 2 3
123 =⇒
1 2 3

Essa permutação envia o número 1 para o número 1, o número 2 para o número


2 e o número 3 para o número 3.
A seguir veremos as outras associações:
 
1 2 3
132 =⇒ ,
1 3 2
 
1 2 3
321 =⇒ ,
3 2 1
 
1 2 3
213 =⇒ ,
2 1 3
 
1 2 3
231 =⇒ ,
2 3 1
 
1 2 3
312 =⇒ .
3 1 2
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 6

A notação matricial se torna inviável quando o valor de n é grande. Logo temos


outra notação para representar a mesma permutação, o ciclo. Por exemplo, o elemento
β de S6 definido por:  
1 2 3 4 5 6
3 1 4 5 6 2
pode ser representado pelo ciclo (134562). Observe que 3 é a imagem do 1, 4 é a
imagem do 3, ..., 2 é a imagem do 6 e 1 é a imagem do 2. Quando uma permutação
é representada por um único ciclo, chamamos de permutação cı́clica. Um r-ciclo é
um ciclo com r números. Neste exemplo, temos um 6-ciclo.

Considere o próximo exemplo, o elemento α em S6 definido por


 
1 2 3 4 5 6
5 2 4 3 1 6

pode ser representado pelo ciclo (15)(2)(34)(6) = (15)(34). Temos que os elementos
fixos, no caso 2 e 6, são omitidos nesta notação em ciclo.

Agora vamos representar S3 em forma de ciclos. Temos as seguintes associações


entre matrizes e ciclos:
 
1 2 3
=⇒ (1)(2)(3) = Id ;
1 2 3
 
1 2 3
=⇒ (1)(23) = (23) ;
1 3 2
 
1 2 3
=⇒ (13)(2) = (13) ;
3 2 1
 
1 2 3
=⇒ (12)(3) = (12) ;
2 1 3
 
1 2 3
=⇒ (123) ;
2 3 1
 
1 2 3
=⇒ (132) .
3 1 2
Logo os elementos de S3 , escritos em formato de ciclos, são:

S3 = {Id,(12),(13),(23),(123),(132)} .

Como (Sx ,◦) é um grupo, para operar o elemento αβ, primeiro operamos β e
depois α.
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 7
Exemplo 2.2.2: Sejam α = (123) e β = (132). Operando αβ, temos:

αβ = (123)(132) = (1)(2)(3) = Id

2.3 Subgrupos
Definição 2.5: Seja (G,∗) um grupo. Um subconjunto não vazio H ⊂ G é um
subgrupo de G quando as seguintes condições são satisfeitas:
1) Para todos a,b ∈ H, a ∗ b ∈ H;
2) Para todo a ∈ H, a−1 ∈ H.

Notação: Se H é um subgrupo de G, escrevemos H ≤ G.

Proposição 2.2: Sejam G um grupo e H um subconjunto não vazio de G. H é


subgrupo de G se, e somente se, para quaisquer a,b ∈ H, tem-se que a ∗ b−1 ∈ H.

Demonstração: (⇒) Se H é um subgrupo de G e a,b ∈ H, sabemos que b−1 deve


estar em H. Assim como o produto a ∗ b−1 também deve pertencer a H.
(⇐) Suponhamos que H seja um subconjunto não-vazio de G e que a ∗ b−1 ∈ H
sempre que a,b ∈ H.
Se a ∈ H, então e = a ∗ a−1 ∈ H e e ∗ a−1 = a−1 ∈ H.
Assim, se a,b−1 ∈ H temos a ∗ b = a ∗ (b−1 )−1 ∈ H.
Portanto, H é m subgrupo de G.

Definição 2.6: Subgrupos triviais de G: {eG } ≤ G e G ≤ G

Exemplo 2.3.1: Seja F o conjunto das funções f : R −→ R. Então

H = {f ∈ F ; f (1) = 0}

é um subgrupo aditivo de (F,+).

O conjunto H 6= ∅, pois f (x) = 0 ∈ H. Ocorre o fechamento. Sejam f1 ,f2 ∈ H


tais que f1 (1) = 0 e f2 (1) = 0. Assim, (f1 + f2 )(1) = f1 (1) + f2 (1) = 0 + 0 = 0. Isto
mostra que f1 + f2 ∈ H. E por último, temos o inverso. Considere f1 ∈ H. Então
f1 (1) = 0 e −f1 (1) = −(f1 (1)) = −0 = 0, logo −f1 (1) = 0 ∈ H. Portanto H é um
subgrupo aditivo de (F,+).

Exemplo 2.3.2: Seja F o conjunto das funções f : R −→ R e seja

G = {f ∈ F ; f (x) 6= 0,∀x ∈ R}.

O subconjunto H = {f ∈ G; f (0) = 1} é um subgrupo multiplicativo de (G,·).

O conjunto H 6= ∅, pois f (x) = x + 1 ∈ H. Sejam f1 ,f2 ∈ G. Como f2 (0) = 1 6= 0


Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 8
1
temos f2−1 (0) = = 1. Daı́, (f1 .f2−1 )(0) = f1 (0).f2−1 (0) = 1.1 = 1 ∈ H. Isto
f2 (0)
mostra, com base em 2.2, que H é um subgrupo de G.

Exemplo 2.3.3: Considere o conjunto nZ, conjunto formado pelos múltiplos de


n. Iremos mostrar que nZ ⊂ Z é um subgrupo de Z. O elemento neutro aditivo
de Z é o 0 e 0 ∈ nZ, pois 0 = n.0. Vamos mostrar se dois elementos de nZ sejam
eles nz1 e nz2 quando operamos nz1 e −nz2 obtemos um elemento de nZ. Assim
nz1 + (−nz2 ) = nz1 − nz2 = n(z1 − z2 ) ∈ nZ. Logo, nZ ≤ Z.

Seja S um subconjunto não-vazio do grupo G, o conjunto

{a1 a2 ...an ; n ∈ N, ai ∈ S ou ai ∈ S −1 }

será denotado por hSi.

Proposição 2.3: Sejam G um grupo e S um subconjunto não-vazio de G. Então o


conjunto hSi é um subgrupo de G. [10]

Definição 2.7: Sejam G um grupo e S um subconjunto não-vazio de G. Então hSi


é o subgrupo gerado por S.

2.4 Classes Laterais


Definição 2.8: Sejam H ≤ G e g ∈ G. O conjunto Hg = {hg | h ∈ H} é chamado
de uma classe lateral à direita de H em G.
Analogamente, gH = {gh | h ∈ H} é uma classe lateral à esquerda.

Estas classes laterais são disjuntas ou coincidem. A prova desta afirmação pode
ser vista em [13].

Exemplo 2.4.1: Seja S3 = {Id,(12),(13),(23),(123),(132)} e H = {Id,(12)} com


H ≤ S3 . Iremos determinar as classes laterais à esquerda e à direita de H em S3 .

• Classe lateral à esquerda

(Id)H = {Id,(12)}
(12)H = {(12),Id}
(13)H = {(13),(123)}
(23)H = {(23),(132)}
(123)H = {(123),(13)}
(132)H = {(132),(23)}

• Classe lateral à direita


Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 9

H(Id) = {Id,(12)}
H(12) = {(12),Id}
H(13) = {(13),(132)}
H(23) = {(23),(123)}
H(123) = {(123),(23)}
H(132) = {(132),(13)}

2.5 Teorema de Lagrange


Definição 2.9: A cardinalidade do conjunto das classes laterais à esquerda é o
ı́ndice de H em G; ele será denotado por (G : H).

Teorema 2.1: Sejam G um grupo finito e H um subgrupo de G. Então | G |=| H |


·(G : H). Em particular, a ordem e o ı́ndice de H dividem a ordem de G.[10]

Exemplo 2.5.1: Determine a cardinalidade do conjunto das classes laterais de


H = {Id,(12)} em S3 .
Como S3 é um grupo finito e H ≤ S3 temos pelo Teorema de Lagrange que,
| S3 |=| H | ·(S3 : H). Logo (S3 : H) = 3.

Analisando o exemplo 2.4.1, podemos perceber que


• Classes laterais à esquerda
(123)H = (13)H, (132)H = (23)H, (12)H = (Id)H

• Classes laterais à direita


H(123) = H(23), H(132) = H(13), H(12) = H(Id)

2.6 Homomorfismos de Grupos


Definição 2.10: Sejam (G,∗) e (H,△) grupos. Uma função f : G −→ H é um
homomorfismo de grupos se para todos g1 ,g2 ∈ G temos

f (g1 ∗ g2 ) = f (g1 ) △ f (g2 ).

Exemplo 2.6.1: Considere a aplicação f : (R∗ ,·) −→ (R∗ ,·) definida por f (x) =| x |.
Veremos que f é um homomorfismo.
Sejam x,y ∈ R∗ , temos:

f (x · y) =| x · y |=| x | · | y |= f (x) · f (y)

Logo f é um homomorfismo.
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 10
Exemplo 2.6.2: Seja g : R −→ R definida por g(x) = x2 + 1. Verificaremos que g
não é um homomorfismo.
Observe que g(3 + 2) = g(5) = 26 e g(3) + g(2) = 10 + 5 = 15.
Assim g(3 + 2) 6= g(3) + g(2).
Logo g não é um homomorfismo.

Definição 2.11: Se a função f : G −→ H, com (G,∗) e (H,△) grupos, é um


homomorfismo bijetor então f é chamada de isomorfismo.

Exemplo 2.6.3: Considere a função ln : (R∗+ ,·) −→ (R,+). Sabemos que ln(x) é
uma função bijetora. Além disso, ∀x,y ∈ R∗+ temos ln(x · y) = ln(x) + ln(y).
Logo ln(x) é um isomorfismo.

Denotamos um isomorfismo entre dois grupos (G,∗) e (H,△) por G ⋍ H.

2.7 Propriedades do Grupo Simétrico de Grau n


Seguem algumas propriedades do grupo simétrico de grau n que serão usadas ao
longo do trabalho.

Definição 2.12: Um 2-ciclo é chamado de transposição.

Proposição 2.4: Seja α ∈ Sn , α 6= id. Então a permutação α é um produto de


transposições disjuntas; tal fatoração é única a menos da ordem dos fatores. [10]

A paridade do número de transposições numa permutação é bem definida.

Definição 2.13: Um elemento α de Sn é uma permutação par quando α se escreve


como um produto de um número par de transposições disjuntas. [10]

Definição 2.14: Um elemento α de Sn é uma permutação ı́mpar quando α se


escreve como um produto de um número ı́mpar de transposições disjuntas. [10]

Definição 2.15: O conjunto das permutações pares de Sn será indicado por An e


será chamado grupo alternado de grau n. [12]
n!
Proposição 2.5: Para todo n > 1, o conjunto An é um subgrupo de ordem 2
. [12]

Proposição 2.6: O grupo An , n ≥ 3, é gerado pelo conjunto de todos os 3-ciclos


de Sn . [11]

2.8 Dualidade dos Poliedros Platônicos


Segundo [8] para conceituar os poliedros platônicos duais, podemos usar a defini-
ção:

Definição 2.16: Poliedros duais são formados por dois poliedros, um dentro do
outro, de modo que os vértices do sólido interior coincidam com o centro das faces
Capı́tulo 2. Elementos de um Grupo, Grupos de Permutação e Dualidade
dos Poliedros Platônicos 11
do sólido exterior.

Assim temos que o tetraedro é dual consigo mesmo, o octaedro é dual do cubo e
o icosaedro é dual do dodecaedro. Esta definição de dualidade dos sólidos platônicos

Figura 2.1: Sólidos Platônicos Duais.[2]

é fundamental para trabalhar simetrias de rotação dos poliedros. Estudaremos esse


assunto no próximo capı́tulo.
3
Alguns Grupos de Simetrias na
Geometria Euclidiana

Neste capı́tulo, apresentaremos as definições dos grupos de simetrias dos polı́gonos


regulares e do grupo de rotações dos cinco poliedros platônicos.

3.1 Grupo de Simetrias dos Polı́gonos Regulares


Antes da apresentação dos grupos de simetrias dos polı́gonos regulares: definição
de figura, isometria e simetria.

Definição 3.1: Compreendemos por uma figura um conjunto X de pontos de R2


ou R3 . [5]

Definição 3.2: Uma isometria é uma transformação no plano que preserva distância.

Definição 3.3: [5] Dada um figura X, uma simetria de X é uma aplicação f :


X −→ X com as seguintes propriedades:

• f é uma isometria

• f é sobrejetiva

Desta forma, simetria é uma aplicação que preserva a forma da figura.


Agora vamos investigar os grupos de simetrias do triângulo equilátero e do
quadrado.

3.1.1 Grupo de Simetrias do Triângulo Equilátero


Considere o triângulo equilátero da figura 3.1, com vértices P,Q e R e as retas x,y
e z que passam pelo baricentro O, do triângulo e os vértices P,Q e R respectivamente.
2π 4π
Sejam Id, θ,θ2 as rotações com arcos de 0, e radianos em torno do baricentro,
3 3

12
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 13

Figura 3.1: Triângulo Equilátero

em sentido anti-horário. E Rx ,Ry e Rz as reflexões de π radianos em torno das retas


x,y e z, respectivamente.
Estes seis movimentos mencionados, formam o conjunto das simetrias do triângulo
equilátero, que é representado pelo conjunto D3 = {Id, θ, θ2 , Rx , Ry , Rz }.
Verifique que a composição de dois elementos de D3 , ainda, é um elemento de D3 .
Veja o exemplo das composições:

Exemplo 3.1.1: As composições θ ◦ Rz = Rx e Rz ◦ θ = Rx estão representadas


nas figuras 3.2 e 3.3.

Figura 3.2: Exemplo de composição de triângulo equilátero, θ ◦ Rz = Rx

Figura 3.3: Exemplo de composição de triângulo equilátero, Rz ◦ θ = Rx


Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 14

Logo, as composições resultaram em uma simetria do triângulo equilátero.

Observe a tabela com todas as composições possı́veis do conjunto de simetrias do


triângulo.

◦ Id θ θ2 Rx Ry Rz

Id Id θ θ2 Rx Ry Rz

θ θ θ2 Id Ry Rz Rx

θ2 θ2 Id θ Rz Rx Ry

Rx Rx Ry Rz Id θ θ2

Ry Ry Rz Rx θ2 Id θ

Rz Rz Rx Ry θ θ2 Id

Pela tabela, o conjunto de simetrias do triângulo equilátero com a operação


composição de funções é um grupo não abeliano.
A associatividade ocorre, uma vez que a composição de funções é associativa.
O elemento neutro é a identidade (Id), ou seja a rotação 0 rad ou 2π rad.
Observe que cada elemento possui um inverso:

Id−1 = Id , θ−1 = θ2 , (θ2 )−1 = θ , Rx−1 = Rx , Ry−1 = Ry , Rz−1 = Rz .

Portanto o conjunto de simetrias do triângulo equilátero com a operação compo-


sição é um grupo.
Como Rx ◦ Ry = θ e Ry ◦ Rx = θ2 , não vale a comutatividade. Logo o grupo não
é abeliano.
Retornando à tabela, verificamos que θ2 = θ ◦ θ , Ry = θ ◦ Rx e Rz = θ ◦ Ry =
θ ◦ θ ◦ Rx = θ 2 ◦ Rx .
Notação: Id = θ0 Reescrevendo D3 , temos:

D3 = {θ0 , θ , θ2 , Rx , θ ◦ Rx , θ2 ◦ Rx }.

Assim D3 é gerado por θ e Rx .


Numa última análise da tabela, não é difı́cil observar que {Id , θ , θ2 } forma um
subgrupo de S3 .
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 15

3.1.2 Grupo de Simetrias do Quadrado


Seja o quadrado com vértices P, Q, R e S, as retas diagonais x e y e retas w e
z que passam pelos pontos médios dos lados P S, QR, P Q e RS, respectivamente
conforme figura 3.4.

Figura 3.4: Quadrado

π 3π
Sejam Id, θ, θ2 e θ3 as rotações com arcos de 0 ,,π, radianos, respectivamente,
2 2
em torno do centro O, em sentido anti-horário. E Rx , Ry , Rw , Rz as reflexões de π
radianos em torno das retas x,y,w e z respectivamente.
Estes oito movimentos determinam o conjunto das simetrias do quadrado. Deno-
taremos este conjunto por D4 = {Id , θ , θ2 , θ3 , Rx , Ry , Rw , Rz }.
Analisando a composição entre as simetrias Ry ◦ θ2 = Rx e θ2 ◦ Ry = Rx nas
figuras 3.5 e 3.6 obtemos:

Figura 3.5: Exemplo de composição do quadrado, Ry ◦ θ2 = Rx

Observe que as composições resultaram em um elemento de D4 .


Investigando todas as composições possı́veis do conjunto de simetrias do quadrado,
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 16

Figura 3.6: Exemplo de composição do quadrado, θ2 ◦ Ry = Rx

obtemos a tabela:

◦ Id θ θ2 θ3 Rx Ry Rw Rz
Id Id θ θ2 θ3 Rx Ry Rw Rz
θ θ θ2 θ3 Id Rw Rz Ry Rx
θ2 θ2 θ3 Id θ Ry Rx Rz Rw
θ3 θ3 Id θ θ2 Rz Rw Rx Ry
Rx Rx Rw Ry Rz Id θ2 θ θ3
Ry Ry Rz Rx Rw θ2 Id θ3 θ
3
Rw Rw Ry Rz Rx θ θ Id θ2
Rz Rz Rx Rw Ry θ θ3 θ2 Id

Pela tabela, D4 (com a operação composição de funções) é um grupo não abeliano.


De fato, temos a Id, ou seja, a rotação de 0 radiano que é o elemento neutro.
Observe que, cada elemento de D4 possui um inverso: Id−1 = Id , θ−1 = θ3 ,
(θ2 )−1 = θ2 , (θ3 )−1 = θ , Rx−1 = Rx , Ry−1 = Ry , Rw−1 = Rw e Rz−1 = Rz .
Logo o conjunto de simetrias do quadrado com a operação composição de funções
é um grupo.
Como Rx ◦ Rw = θ e Rw ◦ Rx = θ3 temos que não vale a propriedade comutativa,
assim o grupo não é abeliano.
Verificando a tabela, ocorre o seguinte: Id = θ0 , θ2 = θ ◦ θ , θ3 = θ ◦ θ2 , Ry =
θ2 ◦ Rx , Rw = θ ◦ Rx , Rz = θ ◦ Ry = θ ◦ θ2 ◦ Rx = θ3 ◦ Rx .
Reescrevendo D4 , temos:

D4 = {θ0 , θ , θ2 , θ3 , Rx , θ2 ◦ Rx , θ ◦ Rx , θ3 ◦ Rx }

Assim D4 é gerado por θ e Rx .

Após a investigação de todas as composições possı́veis de D4 concluı́mos que:


a composta de duas rotações é uma rotação, a composta de duas reflexões é uma
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 17

rotação e a composta de rotação com reflexão ou reflexão com rotação resulta em


uma reflexão. Com isso e pela análise da tabela, o conjunto das rotações em D4
também formam um grupo com a operação composição de funções.

3.1.3 Grupo de Simetrias do Polı́gono Regular com 2n


Lados, n ∈ N
Sejam 1, 2, ..., 2n os vértices do polı́gono, conforme figura 3.7, d1 , d2 , ..., dn suas
retas diagonais que passam pelo centro e a1 ,a2 ,...,an retas que passam pelo ponto
médio de um lado e o ponto médio do lado oposto a este lado inicial. Considere o
ponto O como centro do polı́gono.

Figura 3.7: Polı́gono regular com número par de lados. [4]

Separando as simetrias, temos:

• Rotações
2π π
As rotações θ de = radianos em torno do centro do polı́gono. Com o
2n n n 
π o
total de 2n rotações. k ; k ∈ N, 0 ≤ k < 2n .
n
• Reflexões
As reflexões Rdi e Raj de π radianos em torno da reta an , onde

{i,j ∈ N; 1 ≤ i,j ≤ n}.

Com um total de 2n reflexões, pois temos n diagonais e n retas que passam


pelos pontos médios dos lados opostos do polı́gono.

Assim, o conjunto de todas as simetrias do polı́gono regular com um número par


de lados é

D2n = {Id , θ , θ2 , ... , θ2n−1 , Rd1 , Rd2 , ... , Rdn , Ra1 , Ra2 , ... , Ran }.
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 18

π
Podemos representar o conjunto D2n apenas com a rotação θ de radianos e a
n
reflexão R = Rd1 de π radianos, como segue

D2n = {θ0 , θ , θ2 , ... , θ2n−1 , R , R ◦ θ , R ◦ θ2 , ... , R ◦ θ2n−1 }.

Como nos dois casos anteriores, temos que (D2n ,◦) é um grupo. Além disso,
pode-se demonstrar que o grupo D2n é gerado pelos elementos θ e R, ou seja, com
apenas uma rotação e uma reflexão geramos D2n .

3.1.4 Grupo de Simetrias do Polı́gono Regular com 2n + 1


Lados, n ∈ N
Sejam 1, 2, ..., 2n, 2n+1 os vértices do polı́gono, conforme figura 3.8, b1 , b2 , ..., b2n+1
as retas que passam pelo vértice e o ponto médio do lado oposto a este vértice
(passando pelo centro) e O o centro do polı́gono.

Figura 3.8: Polı́gono regular com número ı́mpar de lados. [4]

Separando as simetrias, temos:

• Rotações

As rotações θ de radianos em torno do centro do polı́gono com o total
2n 
+ 1  

de 2n + 1 rotações. k ,k ∈ N,0 ≤ k < 2n + 1
2n + 1
• Reflexões
As reflexões R de π radianos em torno da reta bn . Com um total de 2n + 1
reflexões, pois temos 2n + 1 vértices e 2n + 1 pontos médios dos lados.
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 19

Assim, o conjunto de todas as simetrias do polı́gono regular com um número


ı́mpar de lados é

D2n+1 = {Id , θ , θ2 , ... , θ2n , Rb1 , Rb2 , ... , Rb2n+1 }.


Podemos representar o conjunto D2n+1 apenas com a rotação θ de radianos
2n + 1
e a reflexão R = Rb1 de π, como segue

D2n+1 = {Id , θ , θ2 , ... , θ2n , R , R ◦ θ , R ◦ θ2 , ... , R ◦ θ2n }.

Logo D2n+1 e a operação composição é um grupo e esse grupo é gerado pelos


elemento θ e R, ou seja, com apenas uma rotação e uma reflexão geramos D2n+1 .

Após as generalizações, conclui-se que o número de simetrias de um polı́gono


regular de n (aqui n pode ser par ou ı́mpar) lados é 2n, ou seja, o dobro do número
de lados. Dn é um grupo gerado por apenas dois elementos, uma rotação e uma
reflexão.
Assim o grupo Dn é chamado grupo diedral de grau n.
Vale ressaltar, que no grupo diedral Dn o conjunto das rotações

θn = {Id , θ , θ2 , ... , θn−1 }

com a operação de composição de função formam um grupo.

3.2 Grupo de Simetrias de Rotação dos Sólidos


Platônicos
Para auxiliar a compreensão das rotações dos sólidos platônicos, segue a planifi-
cação de cada sólido.

Figura 3.9: Planificação dos sólidos platônicos. [6]


Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 20

3.2.1 Grupo de Simetrias de Rotação do Tetraedro

Figura 3.10: Tetraedro. [1]

O tetraedro contém dois tipos de rotações: uma com o eixo de rotação passando
por um dos vértices e pelo baricentro da face oposta ao vértice; outra com o eixo
passando nos pontos médios das arestas opostas.
Identificação do número de simetrias de rotação do tetraedro.

• Eixo passando por um dos vértices e pelo baricentro da face oposta.



São duas rotações diferentes da identidade, uma segundo um ângulo de e
3

outra segundo um ângulo de . Como temos 4 vértices no tetraedro, obtemos
3
4 eixos de rotação, cada eixo com 2 rotações. Assim temos:

4×2=8

rotações com o eixo passando por um dos vértices e pelo baricentro.


Na figura 3.11, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
verdes.

Figura 3.11: Eixos de Rotações do Tetraedro. [3]


Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 21

• Eixo passando pelos pontos médios das arestas opostas.


São rotações diferentes da identidade e com ângulos de π. São 3 pares de
arestas opostas no tetraedro. Logo:

3×1=3

rotações com o eixo passando pelos pontos médios das arestas opostas.
Na figura 3.11, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
azuis.

Daı́ temos 8 + 3 + 1 = 12 rotações, incluindo a identidade.

O conjunto das rotações munido com a operação composição de funções é um


grupo. Fica à cargo do leitor interessado, verificar essa afirmação.
Portanto, o grupo de simetrias de rotação do tetraedro possui 12 elementos.

3.2.2 Simetrias de Rotação do Cubo

Figura 3.12: Cubo. [1]

O cubo é composto de três tipos de rotações: uma com o eixo de rotação passando
pelos pontos centrais das faces opostas; outra com o eixo passando pelos pontos
médios das arestas opostas; e a última com o eixo passando pelos vértices opostos.
Enumeração das simetrias de rotação do cubo:

• Eixo passando pelos pontos centrais das faces opostas.


π
São três rotações diferentes da identidade, uma segundo um ângulo de , outra
2

segundo um ângulo de π e, por último, segundo um ângulo de . Como temos
2
3 pares de faces opostas no cubo. Logo, são

3×3=9

rotações com o eixo passando pelos pontos centrais das faces opostas.
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 22

Na figura 3.13, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
amarelas.

Figura 3.13: Eixos de Rotações do Cubo. [3]

• Eixo passando pelos pontos médios das arestas opostas.


São rotações diferentes da identidade e segundo um ângulo de π. Como há 6
pares de arestas opostas no cubo, temos

6×1=6

rotações com o eixo passando pelos pontos médios das arestas opostas.
Na figura 3.13, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
azuis.

• Eixo passando pelos vértices opostos.



São duas rotações diferentes da identidade, uma segundo um ângulo de ea
3

outra segundo um ângulo de . Como temos 4 pares de vértices opostos no
3
cubo, são
4×2=8
rotações com o eixo passando pelos vértices opostos.
Na figura 3.13, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
verdes.
Com a identidade, temos 9 + 6 + 8 + 1 = 24 rotações.

O conjunto das rotações munido com a operação composição de funções é um


grupo. Fica à cargo do leitor interessado, verificar essa afirmação.
Portanto, o grupo de simetrias de rotação do cubo possui 24 elementos.
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 23

3.2.3 Simetrias de Rotação do Dodecaedro

Figura 3.14: Dodecaedro. [1]

O dodecaedro possui três tipos de rotações: uma com o eixo de rotação passando
pelos pontos centrais das faces opostas; outra com o eixo passando pelos pontos
médios das arestas opostas e por último; eixo passando pelos vértices opostos.
Vale lembrar que o dodecaedro possui 12 faces, 30 arestas e 20 vértices.
Como nos casos anteriores, enumeramos as simetrias de rotação.

• Eixo de rotação passando pelos pontos centrais das faces opostas.


2π 4π
São quatro rotações diferentes da identidade e segundo os ângulos de , ,
5 5
6π 8π
e . Como temos 6 pares de faces opostas no dodecaedro, são
5 5
6 × 4 = 24

rotações com o eixo passando pelos pontos centrais das faces opostas.
Na figura 3.15, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
vermelhas.

• Eixo de rotação passando pelos pontos médios das arestas opostas.


São rotações diferentes da identidade e segundo um ângulo de π. Como temos
15 pares de arestas opostas no dodecaedro, são

15 × 1 = 15

rotações com o eixo passando pelos pontos médios das arestas opostas.
Na figura 3.15, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
azuis.

• Eixo de rotação passando pelos vértices opostos.



São duas rotações diferentes da identidade: uma segundo um ângulo de e
3
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 24

Figura 3.15: Eixos de Rotações do Dodecaedro. [3]


outra segundo um ângulo . Como temos 10 pares de vértices opostos no
3
dodecaedro, são
10 × 2 = 20
rotações com o eixo passando pelos vértices opostos.
Na figura 3.15, temos esses eixos de rotação representados pelas retas de cores
verdes.

Ao todo, são 24 + 15 + 20 + 1 = 60 rotações (incluindo a identidade).


O conjunto das rotações munido com a operação composição de funções é um
grupo. Fica à cargo do leitor interessado, verificar essa afirmação.
Portanto, o grupo de simetrias de rotações do dodecaedro possui 60 elementos.

3.2.4 Simetrias de Rotação do Octaedro e Icosaedro

Figura 3.16: Octaedro e Icosaedro. [1]

Como o octaedro é o dual do cubo, e o icosaedro é o dual do dodecaedro, o


grupo de simetrias de rotação do octaedro e do icosaedro são isomorfos aos do
cubo e do dodecaedro, respectivamente. Logo, o grupo de simetrias de rotação do
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 25

Figura 3.17: Eixos de Rotações do Octaedro e Icosaedro. [3]

octaedro possui 24 elementos; e o grupo de simetrias de rotação do icosaedro possui


60 elementos.

3.2.5 Uma Análise dos Grupos de Rotações dos Sólidos


Platônicos
Nesta seção iremos identificar os isomorfismos entre cada grupo de rotação dos
sólidos platônicos com algum subgrupo de Sn .
Para estudo complementar, o leitor poderá consultar [14] e [9].

Grupo das Simetrias de Rotação do Tetraedro e A4

Figura 3.18: Tetraedro. [7]

Vamos denotar, nesta seção, o grupo das simetrias de rotação do tetraedro por Σ,
que possui 12 elementos.
As rotações permutam os vértices do tetraedro. Como temos 4 vértices neste
sólido, veja a figura 3.18, Σ é isomorfo a um subgrupo de S4 .
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 26

Os subgrupos de S4 são:

S4 , {e}, S3 , S2 , K4 , A4 .

Sendo a ordem de cada subgrupo:

| S4 |= 24, | {e} |= 1, | S3 |= 6, | K4 |= 4, | A4 |= 12.

Assim Σ ≃ A4 .

Grupo das Simetrias de Rotações do Cubo e S4


Vamos considerar, nesta seção, o grupo das simetrias de rotação do cubo. Este
denotado por Ψ. Recorde-se que ele possui 24 elementos.
Nossa análise não será com vértices, como no tetraedro, e sim com as diagonais
do cubo.

Figura 3.19: Diagonais do Cubo. [1]

As rotações permutam as diagonais. Como temos 4 diagonais no cubo, veja a


figura 3.19, Ψ é isomorfo a um subgrupo de S4 .
Observe que S4 possui 24 elementos.
Logo Ψ ≃ S4 .

Grupo das Simetrias de Rotações do Dodecaedro e A5


Vamos considerar nesta seção o grupo das simetrias de rotação do dodecaedro.
Este será denotado por Ω, que possui 60 elementos.
Nossa associação não será com vértices e diagonais, e sim, com 5 cubos inscritos
no dodecaedro, veja a figura 3.21.
Capı́tulo 3. Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidiana 27

Figura 3.20: Cubo inscrito no dodecaedro. [1]

Figura 3.21: Cinco cubos inscritos no dodecaedro. [1]

As rotações permutam os cinco cubos inscritos. Assim, Ω é isomorfo a um


subgrupo de S5 . Denote este subgrupo por ∆.
Temos (S5 : ∆) = 2 e S5 possui um único subgrupo de ı́ndice 2, a saber: A5 . Para
maiores detalhes consulte [10].
Logo Ω ≃ A5 .

Assim através desta análise dos grupos de rotações dos sólidos platônicos, encon-
tramos uma representação geométrica para os grupos S4 , A4 e A5 .
4
Relato da Aula Prática

Aula prática realizada na Escola Estadual João Batista de Carvalho, na cidade


de Bambuı́, Minas Gerais, com alunos do 8o ano do ensino fundamental.
O primeiro desafio foi desenvolver um plano de aula sobre alguns grupos de
simetrias na geometria euclidiana. Os alunos desconheciam os polı́gonos regulares e
os poliedros regulares.
Outro agravante: o conteúdo do ano letivo extenso e o projeto demandando de,
no mı́nimo, três aulas para o desenvolvimento. Assim foi acordado com a direção
e supervisão da escola a realização da aula prática para o mestrado, sábado, 24 de
setembro de 2016 de 13:30h às 16:30h.
A supervisora solicitou um projeto, da aula prática para anexar ao arquivo da
escola. No apêndice seguem o projeto, bilhete para os responsáveis, o certificado
entregue aos alunos que participaram e a lista de exercı́cios desenvolvidos durante a
aula.
Estrutura e comentários do plano de aula:

• 1o Momento
Apresentação de sete figuras do cotidiano, seis contendo simetrias de rotação
ou reflexão e uma sem simetria. Induzir aos alunos à percepção da diferença
entre a figura não simétrica e as demais.
Somente um aluno, dentre os 27 presentes, conseguiu perceber a diferença entre
a figura que não possuı́a simetria. Oportunizando a explicação à turma da
definição de simetria.

• 2o Momento
Distribuir uma folha de exercı́cios para cada aluno e pedir para citar cinco
simetrias que encontramos em nosso cotidiano.
Todos realizaram esta atividade, alguns desenhando outros escrevendo. Figuras
produzidas: triângulo, folha de papel ofı́cio, óculos, coração, borboleta, folha
de uma árvore, lápis de escrever, boca, maçã, o número 8, laranja, olhos, letras
do alfabeto como a letra M, um rosto de uma menina e o brasão da UFV que
estava no cabeçalho da folha de atividade. Dos itens mencionados, podem

28
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 29

Figura 4.1: Seis simetrias do cotidiano e uma imagem sem simetria. Figura
trabalhada durante o 1o momento.

conter figuras não simétricas de acordo com sua formação. Exemplo, uma maçã
possuindo um lado maior que o outro, mas os desenhos continham simetria.

Figura 4.2: Atividade 01 da aula prática feita por um aluno. Atividade traba-
lhada no 2o momento.

• 3o Momento
Definir uma simetria de reflexão e uma simetria de rotação.
Exploração das figuras apresentadas inicialmente e classificação em simetria de
reflexão, rotação ou ambas simetrias.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 30

• 4o Momento
Apresentar os polı́gonos regulares.
Durante a exposição dos polı́gonos, alguns demonstraram conhecimento e outros
desconheciam inclusive o nome, hexágono.

• 5o Momento
Trabalhar as simetrias de reflexão do triângulo equilátero e do quadrado.
Construção dos eixos das simetrias de reflexão: Com um pedaço de papel no
formato de um triângulo equilátero, a figura foi dobrada, obtendo duas imagens
iguais. Após as dobraduras, concluiu-se que o triângulo equilátero possui três
eixos de reflexão.
Foi distribuı́do aos alunos um pedaço de papel com o formato de um quadrado
para confecção dos eixos de simetrias de reflexão do quadrado. Após confecção
e observação, na folha de atividade, registraram o número de eixos de simetrias
de reflexão do quadrado. O procedimento de dobraduras, garantiu a execução
da atividade sem dificuldades acentuadas. Com exceção de um aluno, a turma
identificou quatro eixos.

Figura 4.3: Atividade com dobradura para determinar os eixos de simetrias de


rotação do quadrado. Atividade trabalhada no 5o momento.

• 6o Momento
Investigar as simetrias de rotação do triângulo equilátero e do quadrado.
Procedimentos, dinâmicas e material, aplicados nas simetrias de reflexão do
triângulo equilátero, foram utilizados nas simetrias de rotação do triângulo
equilátero. Seus vértices foram nomeados A, B e C. Em outro pedaço de papel
cartão, cópia do triângulo contendo vértices A, B e C. Sobrepondo a figura
do triângulo no desenho da folha e rotacionando a figura de maneira que sua
nova posição seja idêntica a inicial. As atividades desenvolvidas viabilizaram
a determinação das simetrias de rotação do triângulo equilátero com êxito.
Como sondagem de consolidação, utilizou-se instrumento para mensurar: o
procedimento utilizado para o triângulo agora com o quadrado. Atividade
executada com rapidez.

• 7o Momento
Apresentar os poliedros regulares.
O momento divisor de águas da aula; alunos sujeitos no processo ensino-
aprendizagem: descobrindo o óbvio, a semelhança do cubo ao dado. A euforia,
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 31

Figura 4.4: Atividade 02. Determinar os eixos de simetrias de reflexão do


quadrado, resolvida da forma correta por um aluno. Exercı́cio trabalhado no 5o
momento.

Figura 4.5: Atividade 02. Determinar os eixos de simetrias de reflexão do


quadrado, resolvida da forma incompleta. Exercı́cio trabalhado no 5o momento.

gerada pela descoberta, transformou a atmosfera do contexto e dos alunos;


pois vários alunos desconheciam os sólidos, fato que valorizou em demasia o 7o
momento.

• 8o Momento
Trabalhar as simetrias de rotação do tetraedro.
Confecção do tetraedro com palitos e bala de goma. Era previsı́vel as difi-
culdades de alguns alunos ao montar o sólido. Após a confecção, momento
mais desafiante da aula: explicar as simetrias de rotação do tetraedro. Dois
casos foram explicados: um vértice com o baricentro da face oposta ao vértice
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 32

Figura 4.6: Exemplo com o triângulo equilátero. Trabalhado no 6o momento.

Figura 4.7: Material construı́do por um aluno para determinar as simetrias de


rotação do quadrado. Trabalhado no 6o momento.

Figura 4.8: Material concreto realizado pelos alunos para determinar as simetrias
de rotação do quadrado.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 33

Figura 4.9: Atividade 03. Determinar as simetrias de rotação do quadrado.


Exercı́cio trabalhado no 6o momento.

e os pontos médios de duas arestas opostas. Foi solicitado aos alunos que
registrassem o número de simetrias de rotação do tetraedro. Durante o registro
foi observado respostas previstas; pois o grau de dificuldade é um pouco elevado.
Um aluno se destacou acertando, explicou aos colegas e o 8o momento culminou
com a aprendizagem dos colegas.

Figura 4.10: Construção do tetraedro com palito e bala de goma. Trabalhado


no 8o momento.

A aula finalizou com a entrega dos certificados aos alunos pela supervisora Luciene
Rezende.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 34

Figura 4.11: Tetraedro finalizado. Sólido trabalhado no 8o momento.

Figura 4.12: Explicando as rotações no tetraedro. Atividade trabalhada no 8o


momento.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 35

Figura 4.13: Atividade 04, o aluno determinou todas as 12 simetrias de rotação


do tetraedro. Exercı́cio trabalhado no 8o momento.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 36

Figura 4.14: Aluno explicando as simetrias de rotação do tetraedro. Atividade


trabalhada no 8o momento.
Capı́tulo 4. Relato da Aula Prática 37

Figura 4.15: Atividade 04, o aluno não determinou todas as 12 simetrias de


rotação do tetraedro. Exercı́cio trabalhado no 8o momento.
5
Considerações Finais

O planejar, o executar e o observar do projeto fomentaram o relato da aula prática


e esse gerou uma nova perspectiva sobre, a existência de um outro universo matemático
velado no conteúdo lecionado no ensino fundamental. Parte do pressuposto ao explicar
simetrias para alunos do 8o ano saber que, uma simetria é uma bijeção que preserva
a forma da figura. Em contrapartida, há uma estrutura algébrica para chegar em
determinados resultados que ensinamos aos alunos.
Esperamos que este trabalho: Alguns Grupos de Simetrias na Geometria Euclidi-
ana, possa auxiliar os alunos da graduação que pretendam seguir a área da pesquisa
acadêmica através da iniciação cientı́fica; e a extensão universitária, tendo esse como
eixo principal, o relato da aula prática.
Assim acreditamos que este material seja de grande valia para alunos da graduação
e do mestrado profissional.

38
A
Apêndice da Aula Prática

Figura A.1: Projeto da aula prática entregue à escola - parte 01

39
Apêndice A. Apêndice da Aula Prática 40

Figura A.2: Projeto da aula prática entregue à escola - parte 02.

Figura A.3: Bilhete enviado aos responsáveis, comunicando sobre a aula prática.
Apêndice A. Apêndice da Aula Prática 41

Figura A.4: Certificado entregue aos alunos.


Apêndice A. Apêndice da Aula Prática 42

Figura A.5: Atividade entregue aos alunos.


Apêndice A. Apêndice da Aula Prática 43

Figura A.6: Atividade dos alunos.


Apêndice A. Apêndice da Aula Prática 44

Figura A.7: Atividade dos alunos.


Bibliografia

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geometria/cuerpos-geometricos/. Acessado em 17/11/2016.
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mera parte). http://culturacientifica.com/2014/02/26/
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Acessado em 10/11/2016.
[3] Generating 3D Rotation Groups and Polyhedron Sculpture with Mathematica.
http://mathandcode.com/2016/06/06/polyhedramathematica.html. Acessado em
09/01/2017.
[4] Movimentos simétricos de um polı́gono regular de n lados. http://www.ime.unicamp.
br/~ftorres/ENSINO/MONOGRAFIAS/mono01.pdf. Acessado em 17/11/2016.
[5] O Teorema de Burnside e Aplicações. http://docplayer.com.br/
13908050-O-teorema-de-burnside-e-aplicacoes-jose-plinio-o-santos-e-.
eduardo-bovo-universidade-estadual-de-campinas.html. Acessado em
17/11/2016.
[6] UOL Educação - Poliedro. http://educacao.uol.com.br/matematica/poliedro.
jhtm. Acessado em 21/12/2016.
[7] Almeida, Cristian Roberto Miccerino de: Sólidos de Platão e seus duais: Construção
com material concreto e representações por GeoGebra.
[8] Bairral, Marcelo Almeida: Instrumentação do ensino da geometria, volume 1. 2010,
ISBN 85-7648-074-3.
[9] Foster, Lorraine L.: On the Symmetry Group of the Dodecahedron. Mathematics
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[10] Garcia, Arnaldo e Yves Lequain: Elementos de Álgebra. 2005, ISBN 8525501907.

[11] Gonçalves, Adilson: Introdução à Álgebra. 2012, ISBN 9788524401084.

[12] Hygino, Domingues H. e Gelson Iezzi: Álgebra Moderna. 4a reformulada edição.


[13] Pinto, Maria Manuela Pereira: Grupos e Simetrias.
[14] Silva, André Ricardo Belotto da e Lucia Satie Ikemoto Murakami: Grupos e Sime-
tria. https://www.ime.usp.br/~cpq/main/arquivos/outros/Andre%20Ricardo%
20Belotto%20da%20Silva.pdf. Acessado em 18/01/2017.

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