Ebook Direito Ambiente
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socioambientalmente sustentáveis
Organizadores
Presidente:
Ambrósio Luiz Bonalume
Vice-Presidente:
Nelson Fábio Sbabo
Reitor:
Evaldo Antonio Kuiava
Pró-Reitor Acadêmico:
Marcelo Rossato
Diretor Administrativo:
Cesar Augusto Bernardi
Chefe de Gabinete:
Gelson Leonardo Rech
Coordenador da Educs:
Renato Henrichs
Organizadores
Adir Ubaldo Rech
Possui graduação em Licenciatura em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (1979), graduação em Direito -
Universidade de Caxias do Sul (1989), mestrado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (2000) e doutorado em
Direito pela Universidade Federal do Paraná (2003). Foi Secretário de Planejamento de Caxias do Sul. Coordenador do
Programa de Pós-Graduação em Direito da UCS. Advogado administrativista do escritório Rech Advogados e Consultores
Associados. Integra o quadro permanente de docentes da pós-graduação Stricto Sensu (Mestrado em Direito), na
disciplina de direito do ambiente urbano e tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público, atuando
principalmente nos seguintes temas: banca examinadora, plano diretor (responsável pela redação de dezenas de Planos
Diretores, Exemplo: redação do Plano Diretor do Vale dos Vinhedos, Caxias do Sul e Gramado). Convidado do Ministério
do Meio Ambiente para sugerir instrumentos de Cidades Sustentáveis.
Cleide Calgaro
Doutora em Ciências Sociais na linha de pesquisa “Atores Sociais, Políticas Públicas, Cidadania” (2013) pela Universidade
do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Pós-Doutora em Filosofia (2015) e em Direito (2016) ambos pela Pontifícia
Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Doutoranda em Filosofia na linha de pesquisa “Ética e Filosofia
Política” pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestra em Direito na linha de pesquisa
“Direito Ambiental e Biodireito” (2006) e Mestra em Filosofia na linha de pesquisa “Problemas Interdisciplinares de Ética”
(2015) ambos pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Bacharela em Direito (2001) e Bacharelanda em Filosofia pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). Atualmente é Professora e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação - Mestrado
e Doutorado - e na Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul. É vice líder do Grupo de Pesquisa
“Metamorfose Jurídica”, vinculado ao Centro de Ciências Jurídicas e Mestrado em Direito da Universidade de Caxias do
Sul (UCS). Também atua no Observatório Cultura de Paz, Direitos Humanos e Meio Ambiente na Universidade de Caxias
do Sul (UCS) em convênio com a Universidade Católica de Brasília (UCB) e no CEDEUAM UNISALENTO - Centro Didattico
Euroamericano sulle Politiche Costituzionali na Università del Salento-Itália. Desenvolve pesquisa a partir de um viés
interdisciplinar nas áreas de Direito, Ciências Sociais e Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: Direito
Socioambiental; Meio Ambiente; Constitucionalismo Latino-americano; Direitos Fundamentais; Democracia; Relação de
Consumo; Hiperconsumo; Filosofia Política e Social.
Apresenta bibliografia.
Modo de acesso: World Wide Web.
ISBN 978-85-7061-861-0
Direitos reservados à:
O uso de agrotóxicos no Brasil: uma análise com base na legislação ....................... 118
Nilva Lúcia Rech Stedile
Débora Nunes Pinto
Tatiane Rech
Notas sobre o uso intensivo de agroquímicos no Brasil e o abuso de direito ........... 233
Camila Paese Fedrigo
Clovis Eduardo Malinverni da Silveira
Cidades sustentáveis e o bem-estar urbano em municípios do Rio Grande do Sul ... 411
Joáo Ignácio Pires Lucas
Fábio Scopel Vanin
Resumo: O artigo tem por objetivo caracterizar a crise do Estado contemporâneo, especialmente
a do Estado brasileiro, sobretudo nos aspectos que se relacionam com o poder local. Para tanto,
procura-se identificar o papel do Estado na atualidade, os principais fatores que contribuem para
a crise instalada e de que maneira esses fatores se comunicam com o ente municipal. Conclui-se
que a crise do Estado contemporâneo é, fundamentalmente, uma crise de legitimidade, que se
nutre do distanciamento do povo dos núcleos decisórios do País e da insatisfação geral, no que
toca à experimentação dos direitos constitucionalmente assegurados, no local onde vivem as
pessoas – os municípios.
Palavras-chave: Crise do Estado. Poder local. Município. Pacto federativo. Políticas públicas.
Introdução
1
Bobbio (2001) busca definir a extensão e os significados de direita e esquerda, no persistente conflito
ideológico do pensamento político-contemporâneo.
2
Nossas universidades sempre pregaram o social, opondo-se aos ricos e poderosos. Para combater as
desigualdades tornaram-se simpáticas às ideologias dos oprimidos e esqueceram de ensinar os métodos de
sair da miséria e fundamentar cientificamente uma estrutura de Estado adequada para a melhor
convivência humana. Esqueceram de fazer ciência para pregar ideologias, criando um enorme vazio no
processo histórico e científico de buscar a solução às crises do Estado.
3
O autor afirma que não há legalidade neutra; por trás de todo direito há sempre uma concepção de
mundo, da realidade, da forma de vida do homem. Não há legitimidade em um sistema de legalidade ou
governo que não respeite essa concepção. Já Rolla (1998, p. 234) afirma que só é legítimo o sistema de
legalidade em que o povo não apenas participa na eleição dos governantes, mas tem permanente
participação política nos vários tipos institucionalizados de participação.
4
Martins e Schumann (1957, p. 215, 259) afirmam que, enquanto se fala em democracia, o mundo está
governado por um sistema autoritário de tecnocratas, sendo que o Estado e, especialmente, os municípios,
estão falidos porque o dinheiro encontra-se nas mãos de poucos. A própria raiz do problema do
desemprego está no velho conflito de distribuição de renda.
5
O autor afirma que apesar de ser difícil prever o tipo de Estado futuro, as futuras organizações da
sociedade sugerem caminhos que venham corrigir os males que devem ser evitados, começando em nível
comunitário.
Considerações finais
A crise do Estado brasileiro é, fundamentalmente, uma crise de
legitimidade. A ilegitimidade latente nos meandros das decisões e realizações do
Poder Público se traduz no distanciamento do povo dos núcleos decisórios e na
insatisfação geral, no que toca à experimentação dos direitos
constitucionalmente assegurados no local onde vivem as pessoas – os
municípios.
A centralização velada, que importa ao capital e às distantes elites do
poder, tem condenado o poder local à posição de mero expectador do drama
cotidiano: falta de medicamentos e matrículas em creches, trânsito caótico,
degradação ambiental, etc. É nos municípios que vida e morte acontecem e é lá
que as decisões mais elementares devem ser tomadas, próximas da população,
cuja participação nos processos decisórios é condição obrigatória de
legitimidade.
6
Essa afirmativa é repetida inúmeras vezes por Leal (1997, p. 15, 66 e 160).
7
Bruni (1988, p. 27) afirma que o cidadão está exigindo novos espaços políticos e uma forma de
participação permanente nas Associações de Bairros e Comunidades. Já Dacanal e Weber (1999, p. 63)
coloca a experiência do orçamento participativo no Rio Grande do Sul como uma tentativa de maior
participação da população.
8
Dias (1984, p. 46) afirma que, na moderna sociedade, a legalidade deve confundir-se com legitimidade
permanente. Já Aarnio et al. (1997, p. 161) afirmm que a validez do sistema jurídico está na sua
legitimidade.
Referências
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MORAES, Emanuel de. A origem e as transformações do Estado. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
Resumo: O objetivo geral do artigo é apresentar reflexões sobre a relação entre crescimento
desordenado das cidades e crimes fundiário-ambientais. Para isso, traça-se um paralelo entre a
cidade planejada e a informal; apresentam-se os diferentes tipos de parcelamento irregular e a
formação de um “círculo vicioso” para, no final, expor as normas, a doutrina e a jurisprudência
em relação aos crimes previstos no art. 50 da Lei de Parcelamento do Solo e no art. 64 da Lei de
Crimes Ambientais. Conclui-se que se deve avançar nos estudos que visem à aplicação do Direito
Penal integrado ao repertório dos instrumentos de regularização fundiária, sob pena de
perpetuar sua ineficácia, sendo necessários avanços na legislação, doutrina e jurisprudência que
direcionem para uma aplicação das normas penais no sentido de contribuir para garantir a
consecução dos objetivos constitucionais da política urbana. O trabalho vale-se de pesquisa
bibliográfica tanto nacional como estrangeira, baseando-se em estudos jurídicos e de outras
disciplinas, como Sociologia e Economia, assim como de pesquisa documental na legislação e
jurisprudência. Adota-se o método de abordagem estruturalista, visto que se confronta a
realidade fática e as normas jurídicas com reflexões teóricas, para no final, dispor conclusões,
cujas proposições entendem-se como possíveis e reais.
Palavras-chave: Ocupações informais. Desenvolvimento sustentável urbano. Crimes fundiário-
ambientais.
Introdução
*
Advogado. Professor, Mestre, coordenador do curso de Direito do Centro Universitário da Serra Gaúcha-
RS. E-mail: fabiovanin@terra.com.br
**
Advogada. Aluna não regular no Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade de Caxias
do Sul. E-mail: colombogerusa@gmail.com
1
“Um abundante aparato regulatório normatiza a produção do espaço urbano no Brasil – rigorosas leis de
zoneamento, exigente legislação de parcelamento do solo, detalhados códigos de edificações profissionais
são formulados por corporações profissionais que desconsideram a condição de ilegalidade em que vive
grande parte da população urbana brasileira em relação à moradia e à ocupação da terra, demonstrando
que a exclusão social passa pela lógica da aplicação discriminatória da lei.” (MARICATO, 2000, p. 147).
2
Muitas são as variantes que o loteamento ilegal pode assumir. Em geral, a ilegalidade pode estar no ato de
burlar as normas urbanísticas: diretrizes de ocupação do solo, dimensão dos lotes, arruamento, áreas
públicas e institucionais, que devem ser doadas para o Poder Público, estão entre as mais comuns. Há casos,
entretanto, em que a ilegalidade está na documentação de propriedade, na ausência da aprovação do
projeto pela Prefeitura ou no descompasso entre o projeto aprovado e sua implantação. A irregularidade na
implantação do loteamento impede o registro do mesmo pelo cartório de registro de imóveis, prejudicando,
consequentemente, os compradores.
3
“Art. 50 [...]. I – dar início, de qualquer modo, ou efetuar loteamento ou desmembramento do solo para
fins urbanos, sem autorização do órgão público competente, ou em desacordo com as disposições desta Lei
ou das normas pertinentes do Distrito Federal, Estados e Municípios; II – dar início, de qualquer modo, ou
efetuar loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos sem observância das determinações
constantes do ato administrativo de licença; III – fazer ou veicular em proposta, contrato, prospecto ou
comunicação ao público ou a interessados, afirmação falsa sobre a legalidade de loteamento ou
desmembramento do solo para fins urbanos, ou ocultar fraudulentamente fato a ele relativo.”
5
“PENAL. RECURSO ESPECIAL. CRIME CONTRA O PARCELAMENTO DO SOLO URBANO (LEI Nº 6766/79),
CRIME INSTANTÂNEO COM EFEITOS PERMANENTES. PRESCRIÇÃO RETROATIVA. O delito previsto no art. 50
da Lei 6.766/79 é instantâneo de efeitos permanentes. O prazo prescricional, portanto, tem início na data
a
em que se consumou e não da cessação dos seus desdobramentos. Recurso provido.” (STJ, 5 Turma, REsp.
566076/DF, j. em 4/12/2003, rel. ministro Felix Fischer).
6
STF, HC 76501-1/SE, 1ª Turma, Rel. Min. Octavio Gallotti, DJU de 13/11/98. HC 71.259, RT 162/561 e HC
74.757 , DJ de 7-11-97.
7
“Art. 51. Quem, de qualquer modo, concorra para a prática dos crimes previstos no artigo anterior desta
Lei incide nas penas a estes cominadas, considerados em especial os atos praticados na qualidade de
mandatário de loteador, diretor ou gerente de sociedade.”
8
“Art. 52. Registrar loteamento ou desmembramento não aprovado pelos órgãos competentes, registrar o
compromisso de compra e venda, a cessão ou promessa de cessão de direitos, ou efetuar registro de
contrato de venda de loteamento ou desmembramento não registrado. Pena: Detenção de 1 (um) a 2 (dois)
anos, e multa de 5 (cinco) a 50 (cinqüenta) vezes o maior salário-mínimo vigente no País, sem prejuízo das
sanções administrativas cabíveis.”
9
“Art. 64. Promover construção em solo não edificável, ou no seu entorno, assim considerado em razão de
seu valor paisagístico, ecológico, artístico, turístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico
ou monumental, sem autorização da autoridade competente ou em desacordo com a concedida.”
Conclusão
Referências
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VANIN, Fábio Scopel. Direito e política urbana: gestão municipal para a sustentabilidade. Caxias
do Sul: Educs, 2015.
Introdução
*
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduada em Direito
Público pela Faculdade IDC. Especialista em Perícia e Auditoria Ambiental pela Universidade de Rio Verde –
GO. Presidente da Câmara Técnica de Legislação e Educação Ambiental do Município de Porto Alegre.
Assessora Jurídica da Secretária Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre. E-mail:
carolinapaaz@hotmail.
**
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduada em Direito
Constitucional pela Universidade Anhanguera LFG. Pós-Graduanda pelo Grupo Educacional Verbo Jurídico.
Juíza Leiga. Advogada. E-mail: jamilebiehl@gmail.com.
***
Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Graduado em Direito pela
Universidade de Caxias do Sul. Capitão do Quadro de Oficiais do Estado-Maior da Brigada Militar do Estado
do Rio Grande do Sul. Endereço: Rua Primo Adami, n. 378, Caxias do Sul, RS. CEP 95088-250. Telefone
(54)91838965. E-mail: capconstante@gmail.com.
Considerações finais
Referências
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SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico brasileiro. São Paulo: RT, 1981.
Introdução
*
Mestre em Gestão de Políticas Públicas – Univali. Advogada. Coordenadora de Apoio Jurídico Secretaria de
Meio Ambiente de Joinville, SC. E-mail: magdafranco.adv@hotmail.com
Conclusão
Referências
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Introdução
*
Mestre em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Doutorando em Direito pela Universidade do
Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Professor da Universidade de Caxias do Sul. E-mail: SCorrea2@ucs.br
Políticas públicas
Conclusão
Referências
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TÁCITO, Caio. Direito Administrativo participativo. Revista do Direito, Rio de Janeiro: Saraiva,
2007.
Resumo: O presente artigo analisa o caráter coletivo do meio ambiente, visto que é um bem
comum previsto na Constituição Federal. Asseverando que a propriedade urbana faz parte,
então, do meio ambiente, a mesma deve cumprir sua função social, já que é parte formadora da
cidade, que tem caráter coletivo e também deve cumprir sua função social. Assim, se objetiva
demonstrar que para a fruição da cidade em todos os seus aspectos, é preciso que a propriedade
urbana cumpra sua função social, principalmente na questão econômica, já que a propriedade é
total e diretamente influenciada pela especulação imobiliária. O método de trabalho é o
dedutivo, baseado na análise de doutrina e legislação pertinentes. Conclui-se que a ingerência do
capital obsta o cumprimento da função social da propriedade e, consequentemente, da cidade.
Palavras-chave: Bens de uso comum. Capitalismo. Coletividade. Direito à cidade. Função social
da propriedade urbana.
Introdução
sobre tais bens, incidem direitos coletivos, que se sobrepõem aos direitos
individuais sobre os bens materialmente considerados [...]. A natureza
coletiva dos bens socioambientais impõe-lhes outro valor fundamental
(constitucionalmente consagrado e inerente à sua essência conceitual), que
é a participação social na gestão dos bens socioambientais. Não há como
dissociar o exercício dos direitos socioambientais de um contexto
democrático, de acesso à informação e à educação ambiental e à
participação nos processos decisórios ambientais, nas mais diferentes
esferas e modalidades. (2005, p. 61).
O interesse individual deve ser superado não apenas no que diz respeito à
propriedade produtiva, lançada com algoz do Estado, mas com os interesses da
coletividade e com a distribuição de riqueza em si. (PILATI, 2011, p. 67). Sendo a
propriedade privada uma das formas de exploração econômica dos particulares,
o Estado deve intervir em prol da coletividade, visto que há falhas de mercado e
externalidades negativas produzidas pelos agentes de mercado e pela existência
de monopólios naturais.
Dessa forma, a propriedade privada é garantida caso seja obedecida a sua
função social, econômica e ambiental em equilíbrio com os bens naturais,
sociais, culturais e os interesses da coletividade. A propriedade ainda deverá
“atender às exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas no
plano diretor”, consoante o art. 182, § 2º da CF/88.
Analisando-se o contexto econômico-capitalista e as condições sociais de
camadas da sociedade menos favorecidas, percebe-se, claramente, que a
propriedade privada não é aproveitada para garantir e priorizar os direitos da
coletividade. Ademais, a propriedade privada, que não cumpre sua função social,
Considerações finais
Referências
LISBOA, R. S. O contrato como tutela ambiental. Revista de Direito do Consumidor, v. 35, 2000.
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2013. p. 7-12.
Introdução
*
Mestranda em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em Relações Internacionais e
Diplomacia pela Unisinos – RS. E-mail: luizaoliboni@gmail.com
1
A Paz de Westfália foi firmada em 1648, concedendo aos estados do Império Alemão direitos essenciais de
soberania em questões religiosas e profanas, além de lhes permitir celebrar alianças com parceiros
internacionais. (GOVERNO FEDERAL DA ALEMANHA, 2000, p. 98).
2
Essa conexão se reflete em diferentes aspectos, que passam tanto pelo modelo econômico vigente, pelos
princípios que norteiam as decisões políticas e até mesmo por questões como a geração de resíduos
provocada pela contínua obsolescência de bens e estímulo ao consumo.
3
Reza o art. 60, § 4º, I, da Constituição Federal de 1988 que “não será objeto de deliberação a proposta de
emenda tendente a abolir a forma federativa de Estado”.
4
De acordo com a página do Ministério do Meio Ambiente, governo e sociedade devem usar esse
instrumento de planejamento estratégico para criar cenários em regime de corresponsabilidade, de modo a
elaborar políticas públicas sustentáveis, que harmonizem desenvolvimento econômico, justiça social e
equilíbrio ambiental.
Considerações finais
Após a exposição feita neste artigo, considera-se que o Estado passou por
profundas modificações em sua estrutura ao longo da história, incluindo suas
prerrogativas e formas de se relacionar com outros entes. As últimas décadas do
5
Em tradução livre: Cidades Unidas e Governos Locais.
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Resumo: As políticas ambientais têm como objetivo reduzir os impactos negativos da ação
humana no meio ambiente. O principal dos instrumentos, para tanto, é o licenciamento
ambiental. O presente estudo tem como objetivo discutir esse instrumento, bem como o Estudo
de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto ambiental, no que concerne à participação
popular no processo de licenciamento. O método é dedutivo, utilizando-se de pesquisa
bibliográfica e legislativa. Sustenta-se que a audiência pública do estudo e do relatório citados é
fundamental para a garantia dos direitos socioambientais. Através dela, a população tem
conhecimento do empreendimento a ser aprovado, obtém informações sobre o projeto e os
impactos ambientais esperados. Pode, assim, realizar o controle social ascendente e debater com
o Poder Público, contribuindo para uma decisão mais bem-fundamentada.
Palavras-chave: Licenciamento ambiental. Risco. Democracia. Novos direitos.
Introdução
*
Doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. IES Vinculada: Universidade de Caxias
do Sul. E-mail: clovisems@gmail.com
**
Mestranda em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. IES Vinculada: Universidade de Caxias do Sul. E-
mail: larissacezaradv@gmail.com
Considerações finais
Referências
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incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a
cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações
administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das
paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer
de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei 6.938, de 31 de
agosto de 1981. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp140.htm>.
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Resumo: O uso de agrotóxicos no Brasil iniciou na década de 1940 e foi impulsionado após a
denominada “Revolução Verde”, entre as décadas de 1960 e 1970. O estímulo de seu uso causou
uma dependência das lavouras e levou à exacerbação do consumo, a ponto de o Brasil tornar-se
o maior consumidor mundial desses produtos. Para atingir o objetivo de sistematizar
informações sobre a legislação que trata do uso de agrotóxicos no Brasil, foi realizada uma
pesquisa documental. Os resultados mostram que um importante marco para definição de
normas para o consumo foi a Lei Federal 7.802/1989, que dispõe sobre pesquisa,
experimentação, produção, embalagem e rotulagem, transporte, armazenamento,
comercialização, propaganda comercial, utilização, importação e exportação, destino final dos
resíduos e embalagens, registro, classificação, controle, inspeção e fiscalização de agrotóxicos,
seus componentes e afins. Essa sofreu alterações por meio de decretos, para que o uso dos
agrotóxicos possa se tornar mais adequado à lógica do desenvolvimento sustentável, de modo
que reduza os impactos ao meio ambiente e à saúde da população e dos agricultores. Essas
normatizações são instrumentos jurídicos fundamentais para a preservação dos recursos naturais
e a promoção da saúde.
Palavras-chave: Uso de agrotóxicos. Legislação sobre agrotóxicos. Danos ambientais. Saúde do
agricultor.
Introdução
*
Enfermeira. Pós-Doutora em Informação e Comunicação em Saúde do ICICT/Fiocruz. E-mail:
nlrstedi@ucs.br
**
Estudante. Graduanda em Enfermagem pela Universidade de Caxias do Sul. E-mail: dnpinto@ucs.br
***
Estudante. Graduanda em Enfermagem pela Universidade de Caxias do Sul. E-mail: trech10@ucs.br
Desenvolvimento
DECRETO 2.018, Regulamenta a Lei 9.294, de 15 de julho de 1996, que dispõe sobre as
de 1º/10/1996 restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, bebidas alcoólicas,
medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, nos termos do § 4º do art. 220
da Constituição.
LEI 9.974, de Altera a Lei 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe sobre as embalagens.
6/6/2000
Conclusões
Referências
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transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Ciênc. Saúde Coletiva, Rio
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Access em: 31 maio 2016.
Resumo: O artigo tem por objetivo demonstrar a regulação econômica como ferramenta para
evolução do setor de energia elétrica gerada por fontes renováveis e a condução das cidades à
sustentabilidade. A argumentação orienta-se por uma abordagem analítica e sistemática dos
princípios constitucionais da atividade econômica aplicáveis ao tema-objeto, e sua necessária
observância pelas regulações econômicas do Estado. Conclui-se que as políticas públicas e
econômicas que promovem a diversificação da matriz energética por fontes renováveis são um
exemplo consistente da real viabilidade da conciliação de três essenciais dimensões do
desenvolvimento: a econômica, a social e a ambiental, possibilitando o avanço rumo a cidades
sustentáveis.
Palavras-chave: Cidades sustentáveis. Regulação econômica. Desenvolvimento sustentável.
Análise econômica do direito.
Introdução
*
Mestrando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduação em Direito Ambiental.
Membro do grupo de pesquisa Direito Público e Meio Ambiente. Advogado. E-mail: rztronco@hotmail.com.
**
Mestrando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduação em Direito Ambiental.
Servidor público federal. E-mail: wolmer.nunes@gmail.com
***
Doutora e Mestra em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Graduada em
Ciências Econômicas pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Professora no curso de Graduação em
Economia. Colaboradora no Programa de Pós-Graduação em Direito (Mestrado) da Universidade de Caxias
do Sul. E-mail: mcrgullo@gmail.com.
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Resumo: Ecologia da vida cotidiana é o estudo das relações entre os seres vivos e o meio onde
vivem e de suas recíprocas influências no dia a dia. Metodologicamente, o método dedutivo foi
usado neste trabalho. O objetivo do presente estudo consiste em analisar os reflexos
socioambientais da ecologia. A ausência de um espaço digno, saudável, seguro e inclusivo afeta
não apenas os direitos sociais, mas também a qualidade de vida do ser humano, que qual é parte
integrante da natureza. Portanto, existe a necessidade de uma reflexão sobre a ecologia da vida
cotidiana como parte da ecologia integral, com base na “Encíclica Laudato si’ sobre o cuidado da
casa comum”, mediante uma análise conjunta de elementos que integram todos os aspectos da
crise mundial. Portanto, é necessário que condutas sejam adotadas à luz da responsabilidade
solidária e da dignidade humana, com o objetivo de viabilizar uma ecologia da vida cotidiana
capaz de proteger o meio ambiente – bem comum universal – e de suprir as necessidades
integrais do ser humano.
Palavras-chave: Ecologia da vida cotidiana. Ecologia integral. Dignidade da pessoa humana.
Responsabilidade solidária.
Introdução
*
Doutor em Filosofia do Direito. Professor. Mestre em Direito do Estado e Teoria do Direito. Professor no
Programa de Mestrado da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: wgdlorenzo@ucs.br
**
Advogada. Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Direito Público pela Fundação Superior do Ministério Público (FMP). E-mail: adv.velasque@hotmail.com
***
Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em Direito
Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: thiagogermano@yahoo.com.br
1
Método comparativo-aristotélico: enumera e classifica os animais mediante semelhanças e diferenças,
conforme delineado nas obras História dos animais (2006) e As partes dos animais (2010), ambas de
Aristóteles.
A casa comum
O planeta Terra é também denominado de “casa comum”, já que todos
pertencem a uma família universal. Nesse aspecto, “desde meados do século
passado e superando muitas dificuldades, foi-se consolidando a tendência de
conceber o planeta como pátria e a humanidade como povo que habita uma
casa comum”.2 (LAUDATO SI’, 2015, p. 101).
Segundo a encíclica, os ambientes nos quais as pessoas passam a sua
existência – no quarto, na casa, no trabalho, no bairro, na cidade – são utilizados
para exprimir a sua identidade. Todavia, um ambiente caótico, desordenado,
com poluição visual e acústica “põe à prova as tentativas de desenvolver uma
identidade integrada e feliz”. (2015, p. 92).
3
“Carta das Cidades Europeias para a Sustentabilidade”. Aprovada pelos participantes da Conferência
Europeia sobre Cidades Sustentáveis, realizada em Aalborg, Dinamarca, em 27 de maio de 1994.
4
Art. 182. A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme
diretrizes gerais fixadas em lei, tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da
cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes.
5
Com base na Carta de Atenas de 1933 (p. 8), “o zoneamento é a operação feita sobre o plano de cidade
com o objetivo de atribuir a cada função e a cada indivíduo seu justo lugar”.
6
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um,
observados:
§ 3º. O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
7
Art. 21. Compete à União: [...]
XX – instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e
transportes urbanos; [...]
8
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: [...]
IX – diretrizes da política nacional de transportes; [...]
XI – trânsito e transporte;
9
Art. 30. Compete aos Municípios: [...]
V – organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, os serviços públicos de
interesse local, incluído o de transporte coletivo, que tem caráter essencial; [...]
A responsabilidade solidária
A proteção do meio ambiente – bem de uso comum do povo – está
inserida no art. 225 da CF/88. Essa norma jurídica prevê, além do direito a um
meio ambiente “ecologicamente equilibrado”, afirma ser um dever fundamental
“defendê-lo para as presentes e futuras gerações”.
As relações com o meio ambiente, desde que apontadas as
responsabilidades ambientais, devem se basear na fraternidade, ou seja “através
de relações harmoniosas e de união entre aqueles que vivem em proximidade,
ou que lutam pela mesma causa”. (MOLINARDO, 2007, p. 56-57).
O filósofo Jonas (2016) fundamenta uma ética universal embasada no
princípio da responsabilidade, norteada pelo agir humano na civilização técnico-
científica. A obra do autor se preocupa com as futuras gerações, com vistas à
sobrevivência planetária. Explica que a cultura ocidental sempre comportou uma
10
Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: [...]
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; [...]
11
A raiz humana da crise ecológica está expressa no Capítulo III da Encíclica “Laudato si’ sobre o cuidado da
casa comum”.
12
A ecologia integral está prevista no Capítulo IV da Encíclica “Laudato si’ sobre o cuidado da casa comum”.
13
Elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
14
A Nova Carta de Atenas, de 2003, trata da necessidade atual e futura de aderência a uma “Cidade
Coerente”.
15
Art. 6º. São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o
lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos
desamparados, na forma desta Constituição.
16
Art. 1º. A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: [...]
III – a dignidade da pessoa humana; [...]
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SPAEMANN, Robert. Felicidade e benevolência: ensaio sobre a ética. Trad. de Paulo Astor Soethe.
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Introdução
*
Mestre em Direito Ambiental e Novos Direitos pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduanda
em Educação, Ciência e Sociedade pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande
do Sul (IFRS). Professora no curso de Direito da Faculdade de Integração do Ensino Superior do Cone Sul
(Fisul). E-mail: janaina.cignachi@hotmail.com
1
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
As cidades que estão longe do “verde” não são cidades para homens, pois
não é uma mercadoria ou um produto, mas a essência da vida e da economia. A
economia é um mero instrumento para multiplicar bens, estando a natureza
hierarquicamente em situação inigualável e, como essência, não pode ser
tratada da mesma forma e com o mesmo valor dos instrumentos ou produtos.
(RECH; RECH, 2012, p. 31).
A CF/88 acaba de apresentar uma lacuna relativa à gestão pública, “pois
não prioriza os direitos fundamentais, mas deixa ao administrador o poder
discricionário de priorizar. Como tudo na Constituição está no mesmo nível
hierárquico, tudo é prioritário, e nada é feito de forma efetiva”. (RECH; RECH,
2012, p. 32).
Não se trata, portanto, apenas de um direito fundamental, previsto no art.
225 de nosso Diploma Legal, mas de um direito fundamental hierarquicamente
superior, de primeira-geração, do qual nascem os demais direitos. Disso discorre
a necessidade de um princípio de direito, que venha resolver conflitos referentes
a direitos fundamentais elencados em nossa Constituição, sem priorizar um ou
outro de forma discricionária. (RECH; RECH, 2012, p. 32).
Quanto ao poder discricionário,
Para Meirelles:
Nota-se, por sua vez, que o administrador público tem a direito de optar
pela melhor solução para o caso em concreto, através do poder de ação
administrativa que possui, muito embora a lei lhe imponha certas limitações. No
caso do meio ambiente, cabe ao administrador deliberar as normas e diretrizes
para que se busque uma cidade sustentável, desde que atendidas às normas
legais previstas em legislação federal própria.
Por sua vez, os Municípios não conseguem, na maioria das vezes, construir
um projeto de município sustentável. Quase todos os Planos Diretores ignoram a
realidade local e desrespeitam o processo epistêmico e científico de construção
do direito. A legislação existente, além de refletir os vícios historicamente
abordados, não se constitui em projeto de Município para todos, mas de uma
profusão de normas. (RECH; RECH, 2010, p. 239).
Não há duvidas de que a inclusão social se processa a partir das cidades, e
que não existe cidade sustentável, sem que exista um planejamento jurídico que
contemple os excluídos que habitam fora dos “muros” do perímetro urbano, no
alto de morros, nas favelas e na área rural.
Conforme expõe Rech e Rech,
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 13. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2011.
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 19. ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental brasileiro. 17. ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Malheiros Editores, 2009.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo brasileiro. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2002.
MILARÉ, Edis. Direito do Ambiente: a gestão ambiental em foco. 7. ed. rev., atual. e reform. São
Paulo: RT, 2011.
MIRRA, Álvaro Luiz Valery. Impacto ambiental: aspectos da legislação brasileira. 2. ed. rev. e
aument. São Paulo: J. de Oliveira, 2002.
RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito Urbanístico: fundamentos para a construção de um
Plano Diretor sustentável na área urbana. Caxias do Sul: Educs, 2010.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 9. ed. atual. São Paulo: Malheiros, 2011.
Resumo: A agregação urbana desordenada perpassa por várias causas. A saída das pessoas das
zonas rurais e o subdesenvolvimento econômico contribuem para o surgimento de habitações
em locais inadequados que afetam diretamente a proteção do meio ambiente e que interferem
na sadia qualidade de vida das populações que ali habitam. Nesse sentido, para evitar tais
agressões ao bem ambiental e garantir locais adequados para casas, o Poder Público deve atuar,
por meio de instrumentos legais, para que se preservem locais destinados à proteção ambiental
e que garantam áreas aptas a agregar residências familiares. O Zoneamento Ambiental surge no
sentido de separar as áreas que devem ser protegidas das áreas que podem ser utilizadas.
Contudo, sem um estudo sério dos efeitos dessas atuações, a referida ferramenta jurídica não
estará atingindo a eficiência que tanto busca a Constituição Federal de 1988.
Palavras-chave: Meio ambiente. Cidades sustentáveis. Zoneamento Ambiental.
Introdução
Dentre as principais metas dos governos, sem dúvida alguma, deve ser
perseguir o crescimento das cidades urbanas de forma sustentável, porque a
sociedade assiste atônica a diversas tragédias ambientais decorrentes da
ocupação irregular dos territórios a qual causa vários prejuízos à população. Este
problema: agregação urbana desordenada compreende por vários motivos,
dentre os quais está o êxodo rural e o ainda presente subdesenvolvimento
econômico.
Para fazer frente a essa ascensão urbana e, assim, evitar acontecimentos
que afetam o ambiente e a vida em sociedade, surge a necessidade de
instrumentos jurídicos que tenham como escopo dividir as áreas que podem ser
habitadas dos espaços que devem ser preservados, a fim de tutelar o meio
ambiente e garantir a vida das espécies.
O zoneamento ambiental constitui-se em importante ferramenta que tem
o mote de separar essas áreas que podem ser usadas pela população dos locais
que devem ser separados para a defesa do bem ambiental. Contudo, essa
*
Gradua em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Membro do grupo de pesquisa Ambiente,
Estado e Jurisdição (Alfajus). CV: http://lattes.cnpq.br/0828656428128246. E-mail:
claudersonpiazzetta@hotmail.com
1
IBGE. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/painel/painel.php?codmun=355030>. Acesso em: 20 set.
2016.
2
IBGE. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=431490&search=rio-
grande-do-sul|porto-alegre>. Acesso em: 20 set. 2016.
Beltrão (2009, p. 121) ensina que “os recursos naturais são limitados,
escassos. Logo, é fundamental que sua utilização pelo homem ocorra de forma
racional, planejada, no intuito de evitar o seu exaurimento, preservando-os para
as gerações futuras”. Assim, a fim de defender o meio ambiente e garantir a
sobrevivência de todos os seres, surge o Zoneamento Ambiental que, de acordo
com Fiorillo,
objetiva disciplinar de que forma será compatibilizado o desenvolvimento
industrial, as zonas de conservação da vida silvestre e a própria habitação do
homem, tendo em vista sempre, como já frisado, a manutenção de uma vida
com qualidade às presentes e futuras gerações. (2013, p. 242).
Conclusão
Referências
ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 12. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010.
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BRASIL, Lei Complementar 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos
III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas
decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais
notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à
preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei 6.938, de 31 de agosto de 1981.
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 9 de dez. de 2011 e retificada em 12 de dez. de 2011.
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LCP/Lcp140.htm>. Acesso em: 21 set.
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SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2007.
Resumo: O artigo tem como objetivo verificar a educação ambiental como valor necessário e
eficaz para a mitigação da crise ambiental presente na modernidade, no contexto das mudanças
climáticas. Propõe ainda uma análise reflexiva acerca da Política Nacional de Educação Ambiental
(Lei 9.795/1999) seus objetivos, fins e o seu proveito na sociedade, tendo como ponto de partida
sua vigência. Para tanto, utiliza o método dedutivo. Retrata, ainda, a necessidade da sua
aplicabilidade efetiva perante a coletividade, tencionando a criação de uma cidadania ecológica
e, dessa forma, como conclusão, perpetua a ideia de um meio ambiente passível de
desenvolvimento sustentável para as futuras gerações.
Palavras-chave: Educação ambiental. Meio ambiente. Crise ambiental. Mudanças climáticas.
Introdução
*
Doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestre pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Professora na PUCRS, na Esmafe e na Universidade de Caxias do Sul (UCS) no
Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Direito Ambiental e Sociedade. Linha de Pesquisa: Direito
Ambiental, Políticas Públicas e Desenvolvimento Socioeconômico; Grupo de Pesquisa: Interdisciplinaridade,
Cidades e Desenvolvimento: Planejamento Sustentável do Meio Ambiente. Projeto de pesquisa CMC-U.
Advogada e Parecerista. E-mail: mabuhrin@ucs.br; marcia.buhring@pucrs.br.
**
Mestrando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. Bacharel em Direito pela Universidade de
Caxias do Sul. E-mail: albarp@ucs.br
Ao observar o que expressa o art. 225, §1°, inciso IV, da CF/88, percebe-se
o dever do Poder Público de promover educação ambiental em todos os níveis
de ensino: – fundamental, médio, superior e profissionalizante –, denotando,
dessa forma, a relevância do que foi regulamentado por meio da Lei 9.795/1999,
que se intitula Política Nacional de Educação Ambiental. Porém, passados 11
anos da promulgação da CF/88, o que torna pontual a questão é um fator
determinante: a conscientização ética e o pluralismo de ideias na prática social,
tendo em vista a articulação e o manejo do desenvolvimento social. Argumenta
Machado:
A educação ambiental não deve ser observada, apenas, com uma visão
macro, retratando anseios para com o meio ambiente natural e a preservação da
natureza no tocante ao contexto ecológico, mas de uma forma específica,
avaliando o contexto econômico da sociedade, as várias miscigenações culturais
que se formam no contexto social, além de coadunar esses com os valores
intrínsecos nos interesses relativos ao desenvolvimento da sociedade como um
todo, assim como reza o art. 1º da Lei 9.597/1999:
Art. 1º. Entende-se por educação ambiental os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio
ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida
e sua sustentabilidade.
1
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/deds/pdfs/trat_ea.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.
2
Idem.
3
Haja vista, como exemplo, o fato denominado Césio 137 ocorrido em Goiás e que foi classificado como de
nível 5 (cinco) na Escala Internacional de Acidentes Nucleares.
4
[...] A “Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental”, organizada pela Unesco em
colaboração com o PNUMA e realizada na cidade de Tbilisi, considerando a harmonia e o consenso que nela
prevaleceram.
5
Disponível em: <http://www.mma.gov.br/port/sdi/ea/deds/pdfs/trat_ea.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016
A Lei 9.795/1999 trata da educação não formal no seu art. 13, como “ações
e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões
ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio
ambiente”, ou seja, o que mais é visto na sociedade, nos meios de comunicação,
são alguns poucos trabalhos de iniciativa do Poder Público, entre outros. O que
denota certa inquietação fica restrito ao que exprime a lei acerca da educação
formal, segundo o art. 10: “Será desenvolvida como uma prática educativa
O que pode ser visto como grande problemática é a questão cultural que o
homem apenas travestiu no decorrer do período, remontando à ideia de
subsistência viciada com valores perecíveis, e que, ao mesmo tempo, causam
forte impacto no meio ambiente no tocante à extração de matéria ambiental
para a sua manufatura. Esse desenvolvimento irracional, a falta de ética e de
uma cultura de preservação ambiental são vistos como a própria morte do
Planeta. Nesse cenário, a necessidade de um novo paradigma, para que
realmente haja uma interação condizente, é totalmente emergencial.
Ensina Milaré:
Considerações finais
Referências
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Alegre: Núria Fabris, 2008.
LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. Trad. de Sandra Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2002.
MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito amBiental brasileiro. 22. ed., rev., ampl. e atual. São
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na ordem contemporânea. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1996.
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ambiental no contexto das mudanças climáticas causadas pela ação humana. Brasília-DF, MMA,
2010. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/ea_e_mudclim__doctodeammaprinci
pios_e_diretrizes_vp01_20.pdf>. Acesso em: 30 set. 2016.
Resumo: Sabe-se que o meio ambiente abarca em sua definição diversos elementos, como: a
fauna, a flora, as águas, o ar que respiramos, o solo, a saúde humana, etc. Adentrando na
discussão sobre Direito Ambiental, visualizam-se diversas normas com vistas à contenção
desenfreada dos danos causados ao meio ambiente, que acabam, por vezes, não sendo
concretizadas na prática. É o caso da poluição sonora. A doutrina reza que a poluição sonora está
inserida no conceito de meio ambiente, quando passa a ser espécie do gênero poluição
ambiental, afetando e alterando o seu estado, através dos danos causados à saúde humana.
Porém, ao se analisar o entendimento do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, verifica-se
entendimento contrário ao da doutrina, mergulhada na concepção de que a poluição sonora não
guarda relação com o meio ambiente. A partir do método dedutivo, este trabalho tem por
objetivo mostrar que, nos processos criminais, a Lei de Crimes Ambientais não é aplicada quando
a poluição sonora é a fonte da acusação, fazendo que uma das mais importantes políticas
públicas do Direito Ambiental deixe de ter a aplicação devida.
Palavras-chave: Direito Ambiental. Poluição sonora. Jurisprudência.
Introdução
*
Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Graduado em Direito pela
Universidade de Caxias do Sul. Capitão do Quadro de Oficiais de Estado Maior da Brigada Militar do Estado
do Rio Grande do Sul. E-mail: capconstante@gmail.com.
**
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduada em Direito
Constitucional pela Universidade Anhanguera LFG. Pós-Graduanda pelo Grupo Educacional Verbo Jurídico.
Juíza Leiga e Advogada. E-mail: jamilebiehl@gmail.com.
***
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduada em Direito
Público pela Faculdade IDC. Especialista em Perícia e Auditoria Ambiental pela Universidade de Rio Verde –
GO. Presidente da Câmara Técnica de Legislação e Educação Ambiental do Município de Porto Alegre.
Assessora Jurídica da Secretária Municipal do Meio Ambiente de Porto Alegre. E-mail:
carolinapaaz@hotmail.
[...]
III – poluição, a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente:
a) prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população (grifo
nosso);
b) criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
c) afetem desfavoravelmente a biota;
d) afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente;
e) lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos;
IV – poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado,
responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de
degradação ambiental;
V – recursos ambientais: a atmosfera, as águas interiores, superficiais e
subterrâneas, os estuários, o mar territorial, o solo, o subsolo, os elementos
da biosfera, a fauna e a flora.
[...]
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem
ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição significativa da flora:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. [...]
1
Disponível em: <http://www.tjrs.jus.br/busca/search?entsp=a__politica-site&wc=200&wc_mc=1&oe=UTF-
8&ie=UTF-8&ud=1
&lr=lang_pt&proxystylesheet=tjrs_index&client=tjrs_index&filter=0&getfields=*&aba=juris&sort=date:D:R:
d1&as_qj=polui%C3%A7%C3%A3o+sonora&site=ementario&as_epq=&as_oq=&as_eq=&partialfields=(s:cri
me)&as_q=+&ulang=pt–
BR&ip=179.105.235.134&access=p&entqr=3&entqrm=0&q=polui%C3%A7%C3%A3o
+sonora+inmeta:dr%3DApela%C3%A7%C3%A3o%2520Crime+inmeta:doj%3DQuarta%2520C%C3%A2mara%
2520Criminal&dnavs=inmeta:dr%3DApela%C3%A7%C3%A3o%2520Crime+inmeta:doj%3DQuarta%2520C%C
3%A2mara%2520Criminal#main_res_juris>. Link da consulta realizada no site do Tribunal de Justiça do Rio
Grande do Sul. Acesso em: 8 set. 2016.
Considerações finais
A poluição sonora está cada vez mais presente na vida das pessoas,
principalmente meio urbano. É crescente a propagação dos ruídos através dos
mais diversos agentes poluentes.
Os danos provocados pela poluição sonora existem e estão comprovados
através da doutrina, mas também no contido nas normas baixadas pelos órgãos
competentes ambientais. Essas normas foram editadas após pesquisas e estudos
que analisaram a capacidade de provocar danos à saúde conforme o grau de
intensidade da produção de ruídos.
É evidente que é difícil a mensuração da ofensa à saúde produzida pela
poluição sonora, e, por esse motivo, foi adotada como parâmetro a Resolução
01, de 1990, como instrumento da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente,
que regulou, através da NBR 10.152, os limites de propagação de ruídos. (ABNT,
2000).
Porém, verificando se existe efetividade das normas ambientais, constata-
se uma triste realidade: a não aplicação das leis e normas ambientais quando o
tema é poluição sonora.
De nada adianta a edição de políticas públicas se não ocorrer a aplicação
dessas aos casos práticos por entendimentos que vão na contramão dos
objetivos das normas ambientais.
Esse tiposde decisão empurram o cidadão para um caminho cada vez mais
próximo do declínio das normas legais e das políticas públicas, promovendo a
descrença na eficiência da legislação brasileira.
Obviamente, deve existir razoabilidade na aplicação da lei penal-ambiental,
mas não deve existir a simples ausência da sua aplicação da maneira como hoje é
assistida quando se trata de poluição sonora, sob pena de se retroceder ao
estado que se vivenciou anteriormente, em que o meio ambiente servia apenas
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Resumo: Este artigo aprecia a responsabilidade civil objetiva em matéria ambiental. Para tanto,
faz uma breve abordagem acerca do instituto da responsabilidade civil para, na sequência,
enfrentar a objetivação da responsabilidade do poluidor e o que isso significa, além de
considerações acerca dos danos ambientais. Para tanto utiliza o método dedutivo. E como
conclusão, a partir da análise de julgados no decorrer do trabalho, constatou a adoção no Brasil
da Teoria do Risco Integral quando se trata de danos ambientais.
Palavras-chave: Responsabilidade civil objetiva. Danos ambientais. Teoria do Risco Integral.
Introdução
*
Doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestre pela Universidade
Federal do Paraná (UFPR). Professora na PUCRS, na Esmafe e na Universidade de Caxias do Sul (UCS) no
Programa de Pós-Graduação, Mestrado em Direito Ambiental e Sociedade. Linha de Pesquisa: Direito
Ambiental, Políticas Públicas e Desenvolvimento Socioeconômico; Grupo de Pesquisa: Interdisciplinaridade,
Cidades e Desenvolvimento: Planejamento Sustentável do Meio Ambiente. Projeto de pesquisa CMC-U.
Advogada e Parecerista. E-mail: mabuhrin@ucs.br; marcia.buhring@pucrs.br.
**
Advogada. Professora-Adjunta na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande
do Sul (PUCRS). Docente em cursos de pós-graduação e preparatórios para concursos públicos. Doutora em
Direito pela PUCRS. Ex-bolsista da Capes de Estágio Doutoral (Doutorado-Sanduíche) na Faculdade de
Direito da Universidade de Coimbra – Portugal. Autora de obras e de diversos capítulos de livros e artigos
jurídicos. E-mail: liane.tabarelli@pucrs.br.
1
Para tanto consultar Fachini Neto, 2012.
2
Art. 402, CC/2002: “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao
credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.”
3
Nesse sentido: “[...] função da responsabilidade civil – que, quando se trata de reparação do dano moral
individual, é a primeira e principal – é a compensatória. Observe-se, no particular, que a penalidade
ressarcitória ou indenizatória propriamente dita é adequada para a hipótese de dano material, que pode ser
reparável ou indenizável, visto que é materialmente possível a sua quantificação. O dano moral, ao
contrário, por sua própria natureza e definição, é extrapatrimonial ou imaterial, logo não há possibilidade de
mensurá-lo, o que não impede, entretanto, que a vítima seja compensada pecuniariamente (ou mesmo de
outro modo à sua escolha, obviamente com respeito aos princípios da razoabilidade e da dignidade
humana).” (PINTO JÚNIOR, 2012. p. 48). Sobre os principais critérios utilizados para a reparação do dano
moral, indica-se a leitura de Moraes (2003).
4
Para tanto, consultar Rosenvald (2014).
5
Embora exista a previsão do art. 927 do CC, que dispõe: “Aquele que, por ato ilícito causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo”, admite-se a responsabilidade civil decorrente de ato lícito, inclusive em matéria
de Direito Ambiental. Em relação à essa possibilidade, explanam Leite e Ayala: “Trata-se da consagração, em
nosso ordenamento jurídico, da reparação de toda e qualquer espécie de dano coletivo, no que toca à sua
extensão e em face do bem ambiental, a indenização poderá decorrer até em consequência de ato lítico,
considerando o risco da atividade.” (LEITE; AYALA, 2011, p. 277).
6
Em matéria de Direito Ambiental, fala-se em prevenção contra os riscos de danos. Essa prevenção está
estritamente relacionada ao chamado princípio da precaução. Nesse sentido, afirma Machado: “O princípio
da precaução [vorsorgeprinzip] está presente no Direito alemão desde os anos 70. Rehbinder acentua que ‘a
Política Ambiental não se limita à eliminação ou redução da poluição já existente ou iminente (proteção
contra o perigo), mas faz com que a poluição seja combatida desde o início (proteção contra o simples risco)
e que o recurso natural seja desfrutado sobre a base de um rendimento duradouro’.” Após, o mesmo autor
ainda explana: “O princípio da precaução visa à durabilidade da sadia qualidade de vida das gerações
humanas e à continuidade da natureza existente no planeta”. (2006, p. 62-63).
Tal comando legal, desde 1981, ano da entrada em vigor da referida lei,
buscou favorecer a reparação de danos ambientais ao se dispensar a prova de
culpa do poluidor para obrigá-lo a ressarcir os prejuízos ao ambiente que
eventualmente tenha praticado. Nesse contexto, registre-se que os Tribunais e a
doutrina pátrios reconhecem, majoritariamente, se tratar da aplicação da Teoria
do Risco Integral do empreendimento, ou seja, não são admitidas excludentes do
dever de indenizar porventura exigido do poluidor. Realize ele atividade lícita ou
ilícita, se, por meio dela, resultarem danos ambientais, terá de ressarci-los à
sociedade independentemente de se perquirir se foi ou não culpado por tais
eventos danosos. Trata-se de risco inerente à sua atividade. Ademais,
interessante é pontuar, nesse passo, que é imprescritível a ação que busca a
reparação civil por danos ao meio ambiente, e que tais indenizações, uma vez
concedidas, como regra, são destinadas a Fundos,7 tais como o Fundo Nacional
do Meio Ambiente.
Nesse sentido, veja-se o destaque à imprescritibilidade dada pelo Tribunal
de Justiça do Rio Grande do Sul, no julgamento de dano ambiental coletivo:
7
Fundos esses que viabilizam inúmeros projetos segundo o Ministério do Meio Ambiente, como, por
exemplo: “As políticas públicas do Ministério do Meio Ambiente (MMA) incluem programas voltados para a
recuperação, conservação e sustentabilidade em variadas áreas ambientais. Entre os destaques, está o
Cadastro Ambiental Rural (CAR) de imóveis em todo o território nacional, com o objetivo de promover a
recuperação de ecossistemas nos moldes da nova Lei Florestal. Para as unidades de conservação, há o
Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e o Bolsa Verde, que concede incentivos financeiros para
famílias promoverem ações de conservação de reservas extrativistas, florestas nacionais e assentamentos.
Os recursos hídricos têm como destaque o programa Água Doce, que promove a construção sustentável de
poços e, assim, fornece água potável para comunidades de baixa renda no semiárido brasileiro. Além disso,
o MMA desenvolve programas ligados ao combate à desertificação, à educação ambiental e ao zoneamento
ecológico-econômico.” Para tanto ver: MMA. Disponível em: <www.mma.gov.br>. Acesso em: 30 set. 2016.
Art. 20. Sem prejuízo da aplicação das penas previstas nesta Lei, os
responsáveis pelos danos ao meio ambiente e a terceiros responderão,
solidariamente, por sua indenização ou reparação integral,
independentemente da existência de culpa.
(http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/noticia/2016/05/lama-no-
rio-doce-linha-do-tempo-mostra-o-desastre-no-espirito-santo.html
22/11/2015 – Lama chega ao A chegada da lama na foz do rio Doce, em Regência, aconteceu
mar. em um domingo, no dia 22 de novembro de 2016.
23/11/2015 – Prefeitura de
Colatina volta a captar água no
rio Doce.
25/11/2015 Alguns senadores ignoram totalmente o que se passa em
Mariana. Foi aprovado, nesta quinta-feira (25), pela Comissão
Especial do Desenvolvimento Nacional, projeto que acelera a
liberação de licenças ambientais para grandes
empreendimentos de infraestrutura. O Projeto de Lei (PL)
654/2015, do Senado Federal, é um braço da Agenda Brasil –
pacote de medidas apresentado pelo presidente do Senado,
Renan Calheiros (PP/AL), que ameaça o meio ambiente em prol
da retomada do desenvolvimento econômico nacional. Fonte:
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Mariana-Que-
tragedia/?gclid=CIj069Lf1c8CFUlehgodYrUCfA
25/11/2015 – Navio da –
Marinha chega para monitorar
a lama.
28/11 – Prefeitura faz –
barragens para proteger 20
lagoas de Linhares.
30/11/2015 – Navio da –
Marinha que estuda lama do
rio Doce é fruto de acordo com
a Vale.
30/11/2015 – União, MG e ES Procuradores da União, de Minas Gerais e do Espírito Santos
cobram R$ 20 bilhões de protocolaram, na Justiça Federal do Distrito Federal, ação civil
mineradoras pelo desastre em pública que cobra a criação de um fundo público de R$ 20
Mariana. bilhões para reparar danos.
1º/12/2015 – Satélite da Nasa –
mostra evolução da lama na foz
8
Disponível em: <www.stj.jus.br>. Acesso em: 30 set. 2016.
Considerações finais
Referências
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riscos de danos. In: ZAVASCKI, Liane Tabarelli; JOBIM, Marco Félix (Org.). Diálogos constitucionais
de Direito Público e Privado. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2011.
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Livraria do Advogado, 2013.
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risco: uma visão introdutória. In: LEITE, José Rubens Morato (Coord.); FERREIRA, Heline Silvini;
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MORAES, Maria Celina B. de. Danos à pessoa humana: uma leitura civil-constitucional dos danos
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RIZZARDO, Arnaldo. Reponsabilidade civil: Lei 10.406, de 10/01/2002. Rio de Janeiro: Forense,
2009.
ROSENVALD, Nelson. As funções da responsabilidade civil: a reparação e a pena civil. 2. ed. São
Paulo: Atlas, 2014.
Resumo: No presente artigo analisam-se a coisa julgada no âmbito das questões ambientais e os
fundamentos que justificam a sua relativização, bem como os princípios que dão suporte à
manutenção da coisa julgada. O método utilizado é o analítico, tendo como base estudos em
bibliografia. Após breve caracterização dos institutos essenciais da coisa julgada e do Direito
Ambiental, busca-se evidenciar como a relativização em matéria ambiental é possível e por vezes
necessária.
Palavras-chaves: Coisa julgada. Relativização. Segurança jurídica. Meio ambiente. Novos direitos.
Introdução
*
Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Especialização em Ciências Criminais pela
Universidade Federal de Goiás. Especialização em Direito Processual pela Universidade de Rio Verde.
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade Caxias do Sul. E-mail: maxlania@gmail.com.
**
Doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Doutora em
Filosofia e em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestra em Direito
e Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pesquisadora no grupo de pesquisa “Metamorfose
Jurídica”. Professora na Universidade de Caxias do Sul, no Programa de Pós-Graduação e Graduação em
Direito. CV: http://lattes.cnpq.br/8547639191475261. E-mail: ccalgaro1@hotmail.com
A coisa julgada sempre foi vista como uma espécie de dogma incontestável.
Uma vez esgotadas as hipóteses de impugnação da sentença, seu conteúdo
se tornaria imutável e indiscutível, como um imperativo político, destinado a
estabilizar as relações jurídicas, conferindo-lhes segurança. (ZANDONÁ,
2004, s.p.).
Conclusão
ABELHA, Marcelo. Ação civil pública e meio ambiente. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária,
2004.
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Resumo: A presente pesquisa aborda a temática danos ecológicos e sanitários causados pelo uso
intensivo de agrotóxicos no Brasil, e a forma mais adequada de equalizar juridicamente os
problemas resultantes. O objetivo é refletir sobre a possibilidade de utilização do instituto abuso
de direito, a fim de justificar a imposição de medidas preventivas e precaucionais, inclusive em
sede judicial, em face da comercialização e do uso do glifosato em montantes incompatíveis com
a proteção básica dos direitos à saúde e ao ambiente. A abordagem é ensaística, porém aparece
como ilustração de estudos anteriores acerca do instituto e serve como esboço de um programa
de pesquisa a ser melhor desenvolvido.
Palavas-chave: Novos direitos. Risco. Agrotóxicos. Teoria Geral do Direito Ambiental. Precaução.
Introdução
*
Bacharelado em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. E-mail: camilapfedrigo@yahoo.com.br
**
Doutorado em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina. IES Vinculada: Universidade de Caxias
do Sul. E-mail: clovisems@gmail.com
Considerações finais
Referências
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princípio da precaução: socialização do risco ecológico e abuso de direito. In: NIELSSON, Joice
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ZASSO, Maria Aparecida de Carvalho et al. Meio ambiente e sustentabilidade. Ijuí: Ed. da Unijuí,
2014.
Resumo: O meio ambiente em que se vive vem sendo acometido por problemas de toda ordem.
A degradação desmedida gera problemas no mundo, e o ordenamento jurídico busca medidas
para frear tal situação. No presente trabalho, objetiva-se analisar a utilização da Ação Civil Pública
Ambiental, pelo Ministério Público, na busca pela proteção do meio ambiente ecologicamente
equilibrado. Além disso, discorre-se sobre os instrumentos específicos utilizados pelo Ministério
Público para proteção do meio ambiente de forma prévia à Ação Civil Pública Ambiental, evitando
ou subsidiando a ação judicial posterior. Dessa forma, o órgão ministerial tem papel fundamental
na busca pela proteção do meio ambiente e no resguardo dos direitos coletivos de toda a
sociedade.
Palavras-chave: Meio ambiente. Ministério Público. Ação Civil Pública Ambiental.
Considerações iniciais
*
Especialista em Direito Público pelo Programa de Pós-Graduação em Direito em convênio com a
Universidade de Caxias do Sul e a Escola Superior da Magistratura Federal (Esmafe/RS). Servidora Pública do
Município de Caxias do Sul. Advogada. Conciliadora Cível na Comarca de Flores da Cunha – RS. E-mail:
rubianegaliotto@gmail.com
**
Graduação em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Procurador da República. E-mail:
fabiano152012@gmail.com
***
Doutoranda em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de Caxias do
Sul (UCS). Mestre em Direito pelo Programa de Pós-Graduação em Direito na UCS. Professora nos cursos de
Graduação e Pós-Graduação em Direito na UCS. Professora no Programa de Pós-Graduação em Direito
Previdenciário da Escola Superior da Magistratura Federal (Esmafe). Advogada. E-mail: pnoll@ucs.br
uma ficção criada pelo direito positivo brasileiro com a finalidade única e
exclusiva de possibilitar a proteção coletiva (molecular) de direitos
individuais com dimensão coletiva (em massa). Sem essa expressa previsão
Pode-se notar que a tutela do meio ambiente na ACP pode tutelar os mais
diversos direitos, em razão da amplitude dos interesses que abarca, mas tem sua
origem ligada à defesa do meio ambiente.
Tratando especificamente da definição legal de meio ambiente, sua
conceituação consta no art. 3º, I, da Lei 6.938/1981 que diz o seguinte: “Art 3º.
Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: I – meio ambiente, o conjunto
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica,
que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
A definição trazida pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama),
na Resolução 306/2002, é mais moderna e completa ao definir meio ambiente
como sendo: “XII – Meio ambiente: conjunto de condições, leis, influência e
interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”.
A proteção a que se destina a ACP é, portanto, complexa e extensa, e,
considerando a matéria ambiental e os danos existentes, sua utilidade é
primacial.
A Lei 7.347/1985 que trata da ACP, tem suas raízes na Lei da Política
Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981), na qual o art. 14, § 1º, previa a
possibilidade de o Ministério Público ajuizar ACP de reparação de danos
causados ao meio ambiente. Uma vez que a lei apenas dizia isso, sem explicitar
qualquer regra processual para a “ação de responsabilidade civil por dano
ambiental”, a ACP foi idealizada para preencher essa lacuna, determinando
regras processuais próprias para sua implementação. (ABELHA, 2004, p. 15).
A lei objetiva não apenas a proteção do meio ambiente. Assim, para que
ocorra tal proteção, especialmente quando não se tratar de direitos difusos, deve
haver um denominador comum, a tipicidade de interesses próprios do grupo a
O que se observa, ainda, para viabilizar esse tipo de ação, é o risco de ações
provocarem decisões inconsistentes em relação à classe como um todo; ou
causarem prejuízo a terceiros detentores dos mesmos interesses. Na
realidade, a ação ou omissão da parte contrária enseja a proteção de ação
cautelar ou declaratória de toda uma classe, de sorte a superar os interesses
meramente individuais. (WALD, 2003, p. 8).
1
Na portaria de instauração de um inquérito civil, deve constar o fundamento legal que autoriza a ação pelo
Ministério Público; a descrição do fato objeto do inquérito; o nome e a qualificação a quem o fato é
atribuído; o autor da representação, se for o caso; as diligências iniciais; e deve ser dada a devida
publicidade quanto à instauração.
2
Além dos instrumentos citados, existe ainda a possibilidade de ser firmado compromisso de ajustamento
de condutas com o responsável pelo dano, mas considerando sua complexidade e amplitude, mereceria um
estudo próprio, ressaltando que seu uso não se restringe apenas ao Ministério Público, podendo ser
utilizado por outros legitimados.
3
União, Estados, Distrito Federal e Municípios.
4
Autarquias, Empresas Públicas, Fundações e Sociedades de Economia Mista.
Considerações finais
A busca pela proteção do meio ambiente não é novidade nos dias atuais.
Muitos são os instrumentos disponibilizados para o resguardo dos direitos da
coletividade, e a legislação prevê alguns legitimados para proteção de tais
direitos.
O Ministério Público atua com posição de destaque como legitimado para a
proteção do meio ambiente e se mostra indispensável nessa tarefa. Alguns
instrumentos específicos e exclusivos são utilizados pelo órgão ministerial na
Referências
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histórico, turístico e paisagístico e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa
do Brasil, Brasília, DF, 25 julho 1985. Disponível em:
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inciso I, da Lei Complementar 75/93 e os artigos 25, inciso IV, e 26, inciso I, da Lei 8.625/93,
disciplinando, no âmbito do Ministério Público, a instauração e tramitação do inquérito civil.
Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 17 set. 2007. Disponível em:
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NERY JÚNIOR, Nelson. Princípios do Processo Civil na Constituição Federal. São Paulo: RT, 1992.
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WALD, Arnoldo (Coord.). Aspectos polêmicos da Ação Civil Pública. São Paulo: Saraiva, 2003.
Introdução
*
Advogado. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduado, lato
sensu, em Direito Ambiental pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Pós-Graduado lato sensu em
Direito, em nível de Especialização em Direito Aplicado, pela Escola da Magistratura do Paraná (Emap).
Graduado em Direito pela ULBRA. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público e
Privado. Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/0077299276788435. E-mail: amariotti@via-
rs.net
**
Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS. Graduada em Direito pela UCS.
CV: http://lattes.cnpq.br/0345043316260935. E-mail: bru.sfernandes@hotmail.com Advogada licenciada.
***
Advogado. Doutorado em Direito e Mestrado em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos
Sinos. Professor Titular na Universidade de Caxias do Sul, no Mestrado em Direito, ministrando a disciplina
“Tutela Jurisdicional do Ambiente”. No curso de Direito, ministra a disciplina “Direito Processual Civil e
Direito Ambiental”. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Processual Civil, atuando
principalmente nas seguintes áreas: Direito Processual Civil, Direito Ambiental, Processo Constitucional e
Políticas Públicas. CV: http://lattes.cnpq.br/5927875935175887. E-mail: calunelli@gmail.com
1
Conforme lição de Silva (2013, p. 111), “o princípio da separação de poderes já se encontra sugerido em
Aristóteles, John Locke e Rousseau, que também conceberam uma doutrina da separação de poderes, que,
afinal, em termos diversos, veio a ser definida e divulgada por Montesquieu.” Na mesma linha, é a lição de
Moraes (2011, p. 424).
Considerações finais
Referências
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comunidades tradicionais: o judiciário diante da crítica do movimento por justiça ambiental.
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______. Curso de Direito Constitucional. 29. ed. São Paulo: Malheiros, 2014.
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danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético,
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Resumo: O presente artigo aborda o dano ambiental e o instituto jurídico destinado a reparar os
atos lesivos ao meio ambiente: o instituto da Responsabilidade Civil. Busca-se investigar os
elementos necessários para pleitear a reparação dos danos ambientais, tendo como pressuposto
a responsabilidade civil. Aborda-se a evolução do âmbito de proteção ambiental, bem como as
características que diferenciam e especificam o dano ambiental. Analisa-se a especificidade do
dano ambiental, que conduziu a transposição da responsabilidade civil tradicional a uma
especialização, traduzida na Responsabilidade Civil Ambiental. Efetua-se o estudo da evolução
das Teorias de Responsabilidade adotadas na legislação brasileira, culminando com a adoção da
Teoria da Responsabilidade Civil Objetiva baseada no risco integral.
Palavras-chave: Dano ambiental. Responsabilidade Civil. Responsabilidade Civil Objetiva.
Introdução
*
Mestranda em Direito Ambiental e Políticas Públicas pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista
em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho. Bacharel em Direito e em Ciências Contábeis pela UCS.
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil. E-mail: carem.paesi@gmail.com.
**
Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestre em Direito pela
Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Advogado. Professor no Programa de Mestrado em Direito da
Universidade de Caxias do Sul. E-mail: jlunellimarinadvogados@gmail.com
1
Glacioquímica: Através da análise do gelo extraído da Antártica, pode-se reconstruir a história ambiental,
juntando ciências naturais e história, a fim de projetar cenários para o futuro do Planeta.
2
Art. 944 do CC brasileiro: A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo Único: Se houver
excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a
indenização.
3
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo Único: Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos
especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua
natureza, risco para os direitos de outrem.
4
STJ. Superito Tribunal de Justia. Informativo 30 Jurisprudência em teses, item 10. Disponível em:
<http://www.stj.jus.br/SCON/jt/toc.jsp>. Acesso em: 30 set. 2016.
a diretiva tem por objetivo principal assegurar a prevenção dos danos aos
5
três recursos naturais privilegiados, bem como a restauração do meio
ambiente, uma vez que o dano sobrevenha. Deve-se considerar que o custo
da restauração deve ter um papel dissuasivo ao poluidor e conduzi-lo a
evitar um comportamento desencadeador de um dano. A diretiva não prevê
5
O campo de aplicação da diretiva visa somente atrês elementos do meio ambiente, qualificados como
recursos naturais: as espécies e os habitats naturais protegidos; as águas e o solo.
Considerações finais
6
Tradução livre do autor: La directive a por objectif principal d’assurer la prévention des dommages aux trois
ressources naturelles privilégiées et la restauration de l’environnement une fois que le dommage est
survenu. Il est considere que le coût de la restauration devrait jouer um role dissuasif pour le polluer et le
conduire à ne pas avoir um comportement prope à dèclencher um dommage. Il n’est prévu aucun
mecanisme de réparation qui resulterait d’une action em responsabilité devant les tribunaux.
Referências
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Ambiental, São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, v. 9, n. 5, 1998.
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STJ. Superito Tribunal de Justia. Informativo 30 Jurisprudência em teses, item 10. Disponível em:
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VADE MECUM: legislação selecionada para a OAB e concursos. Coord. de Darlan Barroso e Marco
Antonio Araújo Júnior. 8. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: RT, 2016.
Introdução
Com a crise dos Estados nacionais, mesmo dos países mais desenvolvidos,
há também o crescimento da importância de algumas cidades, especialmente na
atração e manutenção de empresas multinacionais de grande e médio portes.
Segundo Kotler e Kotler (2015), tendo como base o ano de 2010, cerca de 8 mil
empresas multinacionais (com faturamento superior a 1 bilhão de dólares por
ano) geraram 90% do Produto Mundial Bruto (PMB), sendo que apenas 600
*
Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor na
Universidade de Caxias do Sul. E-mail: jiplucas@ucs.br
**
Acadêmico de Direito da Universidade de Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil. E-mail:
mscosta8@ucs.br
***
Aluno no curso de Administração de Empresas da Universidade de Caxias do Sul. E-mail:
bbzao12@gmail.com
1
A obra em tela são os Cadernos do Cárcere, escritos da prisão, mas editados e organizados depois da
morte dele por membros do Partido Comunista Italiano. No Brasil, tais cadernos foram editados em seis
volumes, o original Italiano tem apenas quatro.
2
Numa alusão ao chamado padrão FIFA para as cidades e estádios inscritos para sediarem a Copa do Mundo
de Futebol, ocorrida em 2014.
Referências
ANTUNES, Ricardo; DRUCK, Graça. A epidemia da terceirização. In: ANTUNES, Ricardo (Org.).
Riqueza e miséria do trabalho no Brasil III. São Paulo: Boitempo, 2014.
AVRITZER, Leonardo; NAVARRO, Zander (Org.). A inovação democrática no Brasil. São Paulo:
Cortez, 2003.
3
Copyleft é a prática no ciberespaço de fazer uso de músicas, filmes, livros, etc. sem que eles sejam
remunerados como na previsão do copyright. Os jovens costumam fazer muito copyleft quando “baixam”
músicas, filmes, livros nos seus dispositivos informacionais.
FRIEDMAN, Milton; FRIEDMAN, Rose. Livre para escolher. Rio de Janeiro: Record, 2015.
GRAMSCI, Antônio. Cadernos do cárcere. 7. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2014. 6 v.
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prosperam nas cidades mais dinâmicas do mundo. Rio de Janeiro: Alta Books, 2015.
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Paulo: Companhia das Letras, 2011.
______. Para um novo senso comum: a ciência, o direito e a política na transição paradigmática.
2. ed. São Paulo: Cortez, 2000.
Introdução
*
Doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Doutora em
Filosofia e Pós-Doutoranda em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
Mestre em Direito e em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pesquisadora no grupo de
pesquisa “Metamorfose Jurídica”. Professora na Universidade de Caxias do Sul, no Programa de Pós-
Graduação e Graduação em Direito. CV: http://lattes.cnpq.br/8547639191475261. E-mail:
ccalgaro1@hotmail.com
**
Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Doutorando em Direito pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestre em Direito pela Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE). Professor e pesquisador no Programa de Mestrado e na Graduação em Direito da
Universidade de Caxias do Sul. Coordenador do grupo de pesquisa “Metamorfose Jurídica”. CV:
http://lattes.cnpq.br/5863337218571012. E-mail: Agostinho.koppe@gmail.com
***
Doutor em Direito pela Ehess – Paris. Pesquisador no CNPq. Professor na Universidade do Vale do Rio dos
Sinos (Unisinos). Professor na Universidade Regional Integrada (URI).
1
Ludwig von Bertalanffy começou sua carreira como biólogo em Viena, na década de 20. Logo se juntou a
um grupo de cientistas e filósofos, internacionalmente conhecido como “Círculo de Viena”, e sua obra
incluía temas filosóficos mais amplos desde o início. À semelhança de outros biólogos organísmicos,
acreditava firmemente que os fenômenos biológicos exigiam novas maneiras de pensar, transcendendo os
métodos tradicionais das ciências físicas. Bertalanffy dedidou-se a substituir os fundamentos mecanicistas
da ciência pela visão holística.
2
Pensamento sistêmico é a capacidade de deslocar a própria atenção de um lado para outro, entre níveis
sistêmicos. Ao longo de todo o mundo vivo, encontramos sistemas aninhados dentro de outros sistemas,
aplicando os mesmos conceitos a diferentes níveis sistêmicos – por exemplo, o conceito de estresse a um
organismo, a uma cidade ou a uma economia – podemos, muitas vezes, obter importantes introvisões. Por
outro lado, também temos de reconhecer que, em geral, diferentes níveis sistêmicos representam níveis de
diferente complexidade. Em cada nível, os fenômenos observados exibem propriedades que não existem
em níveis inferiores. As propriedades sistêmicas de determinado nível são denomindadas “emergentes”,
uma vez que emergem nesse nível em particular. (CAPRA, 2001, p. 46-53).
o meio é “relativo ao sistema”, motivo pelo qual cada sistema possui o seu.
O meio de cada sistema recebe sua unidade desde esse sistema, mas não é
por si um sistema. Os sistemas se decantam dentro da sociedade, ou
sistema global, com a função de reduzir um campo de complexidade
determinado. Daí que imponham ordem somente dentro de seu campo, não
fora dele, em seu meio. O meio não é um sistema, o sistema não impõe
ordem nele, pois isso significaria negar a própria diferenciação do sistema e
a possibilidade de que cumpra sua função: o sistema jurídico não pode levar
em conta para suas qualificações todas e cada uma das circunstâncias dos
atos, nem todos os atos que acontecem, senão apenas os que passem pelo
crivo de sua seletividade. Atribuir ao meio os elementos que não encaixem
no sistema é uma estratégia do próprio sistema, uma imputação que o
próprio sistema leva a cabo. Cada sistema forma parte do meio dos outros
sistemas [...]. Como disse Luhmann, o sentido de cada objeto é
“policontextual”, seus sentidos serão tantos quanto os sistemas que
integram suas operações. (2004, p. 322-323).
Os sistemas vivos são fechados no que diz respeito à sua organização – são
redes autopoiéticas –, mas abertos do ponto de vista material e energético.
Para se manter vivos, precisam alimentar-se de um fluxo contínuo de
matéria e energia assimiladas do ambiente. De modo inverso, as células,
como todos os organismos vivos, produzem dejetos continuamente, e esse
fluxo de matéria – alimento e excreção – estabelece o lugar que elas
ocupam na teia alimentar. (2002, p. 30).
Conclusão
O ser humano precisa se despir da máscara que foi estabelecida para ele e
ditar os rumos de sua vida. Nessa seara, a sociedade tem necessidade de uma
Referências
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TEUBNER, Günther. O direito como sistema autopoiético. Trad. de José Engrácia Antunes. Lisboa:
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Introdução
*
Doutora pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), 2016. Diploma de Estudos Avançados em Direito Civil
pela Universidade de León, Unileon – Espanha. Mestre em Direito, Cidadania e Desenvolvimento pela Unijuí.
Advogada e Professora de Direito Civil na Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (UPF). E-
mail: vivianecandeiapaz@windowslive.com.
**
Doutora pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali), 2016. Mestre em Direito pela Universidade do Vale
do Itajaí (Univali). Advogada e Professora na Univali. E-mail: ildetervs@gmail.com
Transgênicos no Brasil
Alimentos transgênicos
1
Dados obtidos pela Conab. Safra Brasileira de Grãos 2010-2011. Sexto Levantamento, março de 2011.
desse modo, o caso em tela, o da soja transgênica, parece que dois pontos,
expressamente aqui colocados, estão dominando a presente discussão: a
preocupação com a saúde em virtude dos possíveis efeitos nocivos que
possam acontecer pela ingerência de alimentos derivados de produtos
transgênicos e o da possível alteração genética que esse produto venha
causar ao meio ambiente que o circunda. (2001, p. 36).
2
Ver Paz (2015).
3
É a perspectiva de Nadales abordada por Cruz (2011, p. 21).
4
Trata-se da concepção de Beck apud Cruz (2011, p. 147).
Conclusão
Referências
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Direito, Santa Cruz do Sul: Ed. da Unisc, 2001.
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XAVIER FILHO, Lauro et al. Saiba mais sobre transgênicos. Rio de Janeiro: Âmbito Cultural, 2002.
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Introdução
*
Graduado em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Mestrando em Direito pelo Programa de
Pós-Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Membro do projeto de pesquisa Poder,
Estado e Cultura Política. E-mail: mjrech7@gmail.com. Bolsista Capes e advogado.
**
Graduando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Bolsista voluntário de Iniciação Científica
na pesquisa: “Identidade, Comunidade e Desenvolvimento Sustentável: a Participação das Mulheres na
Conservação da Biodiversidade no Brasil e a Posição do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do
Conselho Municipal de Mulheres”, financiada pelo CNPq e também vinculada ao Núcleo de Estudos e
Pesquisas em Políticas Públicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul.
***
Graduando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. Bolsista de Iniciação Científica na pesquisa:
“Identidade, Comunidade e Desenvolvimento Sustentável: a participação das Mulheres na Conservação da
Biodiversidade no Brasil e a Posição do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho Municipal de
Mulheres”, financiada pelo CNPq e também vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas
Públicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul.
1
A termodinâmica é um ramo da física que estuda os sistemas macroscópicos e as relações entre trabalho,
calor e energia térmica, entendida como energia interna de um sistema; em suma, é parte da física que
identifica o calor como forma de energia, mas a termodinâmica é, sobretudo, a ciência da entropia,
grandeza cujos ingredientes de definição são o calor e a temperatura. A primeira lei da termodinâmica
afirma que existe uma propriedade dos sistemas chamada “energia interna” que se conserva em sistemas
isolados, ou seja, a energia de um sistema é sempre a mesma, pois não se perde, apenas se transforma; sob
esse prisma, a variável do tempo não se altera, pois não distingue o passado do futuro. A segunda lei da
termodinâmica afirma que existe uma propriedade dos sistemas chamada “entropia”, que não pode
diminuir em sistemas isolados termicamente, considera o tempo como variável, pois, embora os processos
de aumento de entropia sejam naturais, os processos inversos de diminuição de entropia não ocorrem
naturalmente, dando o sentido de antes e depois. As duas leis da termodinâmica – a primeira e a segunda –
referem-se a essas duas características fundamentais do mundo físico que são a conservação e a mudança,
o ser e o tornar-se. Portanto, de acordo com o Primeiro Princípio a energia conserva-se num sistema
isolado, e o trabalho e o calor são formas de transmitir energia. Embora o calor e o trabalho sejam
equivalentes, no sentido de que, se certa quantidade de trabalho desaparece, aparece a quantidade
correspondente de calor (ou vice-versa), as transformações de trabalho em calor e calor em trabalho não
são simétricas, uma vez que é impossível em sistemas cíclicos a total conversão de trabalho em calor e de
calor em trabalho a ponto de gerar um moto perpétuo. Todas as formas de energia são gradativamente
transformadas em calor, e o calor, afinal, torna-se tão difuso que o homem não pode mais utilizá-lo. O
sistema solar, portanto, caminha para uma morte termodinâmica, para uma dissipação irrevogável da
energia do sistema. (GÜÉMEZ; FIOLHAIS; FIOLHAIS, 1998, p. 15-18).
Bioeconomia e decrescimento
2
No original: Sidereus nuncius magna longeqve admirabilia spectacula pandens suspiciendaque proponens
vnicuique praesertim vero philosophis atque astronomis.
Nada poderia, pois, estar mais longe da verdade do que a ideia do processo
econômico como um fenômeno isolado e circular, como o representam
tanto os marxistas quanto os economistas ortodoxos. O processo econômico
está solidamente apoiado numa base material que está sujeita a pressões
bem precisas. É por causa dessas pressões que o processo econômico
comporta uma evolução irreversível em sentido único. (GEORGESCU-
ROEGEN, 2012, p. 63).
Considerações finais
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Karine Grassi*
Viviane Grassi**
Maria Carolina Rosa Gullo***
Introdução
*
Mestre em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Professora nos cursos de Graduação. E-mail:
grassikg@gmail.com.
**
Mestre em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Professora nos cursos de Graduação. E-mail:
vi.grassi@gmail.com.
***
Professora-colaboradora no Programa de Mestrado em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Doutora em Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: mcrgullo@ucs.br.
Considerações finais
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Resumo: A mobilidade urbana surge como uma problemática nas últimas décadas,
principalmente nas grandes e médias cidades. O aumento do fluxo de automóveis, incentivado
pelo consumo desenfreado e pela facilidade de aquisição de veículos automotores, gera um
desafio a ser superado. Nesse sentido, o uso da bicicleta é uma alternativa viável, porque, além
de reduzir o fluxo de trânsito, ainda traz benefícios em matéria ambiental. No Brasil, Estado
Democrático de Direito, onde o poder emana do povo, o ideal é que se tenha a participação
popular alinhada à busca por cidades sustentáveis. Nesta pesquisa, foi utilizado o método
hermenêutico com a utilização da técnica de pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave: Mobilidade urbana. Participação popular. Cidades sustentáveis. Bicicleta.
Introdução
*
Advogado. Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Pós-Graduado, lato
sensu, em Direito Ambiental pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra). Pós-Graduado lato sensu em
Direito, em nível de Especialização em Direito Aplicado pela Escola da Magistratura do Paraná (Emap).
Graduado em Direito pela Ulbra. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Público e
Privado. E-mail: amariotti@via-rs.net.
**
Advogada licenciada. Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Graduada em Direito pela UCS. E-mail: bru.sfernandes@hotmail.com
***
Advogado. Doutor em Direito e Mestrado em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos.
Professor Titular na Universidade de Caxias do Sul, no Programa de Mestrado em Direito, ministrando a
disciplina “Tutela Jurisdicional do Ambiente”. No curso de Direito, ministra a disciplina “Direito Processual
Civil e Direito Ambiental”. Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito Processual Civil,
atuando principalmente nas seguintes áreas: Direito Processual Civil, Direito Ambiental, Processo
Constitucional e Políticas Públicas. E-mail: calunelli@gmail.com
1
Na Grécia antiga, o conceito de cidadão estava restrito a uma pequena parcela da população, não sendo
incluídos nessa definição mulheres, comerciantes, escravos, artesãos e estrangeiros.
Canotilho (1993, p.68), por sua vez, leciona que a concepção de povo pode
ser tomada por dois pontos de vista, conforme a doutrina política adotada: num
sentido mais alargado e imparcial, como uma união de diversos indivíduos; por
outra ótica, visto como uma democracia radical, assim, mais reduzido, sendo,
portanto, uma união de “classes populares ou camadas populares”. No entanto,
reconhece a primeira definição como a mais usual, salvo eventual disposição
constitucional em contrário.
Para Bonavides (2003, p. 42-43) a soberania do povo é o marco fundante
da democracia participativa, postulado disposto na Constituição Federativa do
Brasil (CF/88), que, como tal, deve prevalecer.
No entanto, embora se encontre nos escritos de Sieyès a indicação acerca
da soberania nacional é em Rousseau (1951) que se expressa a noção sobre a
verdadeira soberania popular, estando essa doutrina apresentada nos escritos
Do Contrato Social. É nessa obra que se desenha a ideia de um governo
legitimado pela vontade da maioria – pela vontade do povo. Contudo, mesmo
havendo uma divergência em relação aos conceitos de soberania em Sieyès e
Rousseau, para este o conceito de povo é o compreendido conforme as ideias
daquele, ou seja, povo seria a junção de homens numa comunidade.
Desse modo, a doutrina de Rousseau é contrária à necessidade de
constituição de partidos, havendo imprescindibilidade da participação popular
nas decisões. Assim, cada sujeito é possuidor de uma fração de soberania, ao
contrário de Sieyès, para quem inexiste essa fragmentação da soberania, uma
vez que pertence a toda a comunidade. (FERREIRA FILHO, 1999, p. 24-25).
Nesse ponto, é válida a lição de Huszar (1965, p. 13) quando afirma que a
sociedade é uma estrutura ativa – com vivacidade – e não um simples
agrupamento de pessoas. Versa, em verdade, acerca de um encadeamento de
indivíduos que se relacionam organizadamente.
Canotilho (1998, p. 94), ao abordar a questão do Estado Democrático de
Direito, o descreve como uma organização de mando apoiada na vontade do
povo, onde essa vontade – soberania popular – nada mais é que “uma das traves
A integração da bicicleta no sistema viário, por mais que não seja tarefa
fácil, é uma realidade possível e vantajosa que deve ser preconizada pelo ente
municipal, no escopo de auxiliar na crise da mobilidade urbana e na busca de
uma cidade sustentável que oferte bem-estar aos seus cidadãos.
Rever as formas de locomoção é uma das alternativas para reduzir a
emissão de gases causadores do efeito estufa, devendo os entes federados
considerar a mobilidade urbana por bicicletas como política de Estado.
Considerações finais
Referências
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RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Zoneamento ambiental como plataforma de planejamento
da sustentabilidade. Caxias do Sul: Educs, 2012.
Introdução
Atualmente, não se admite mais uma reflexão acerca dos direitos humanos
de forma relativizada, alheia aos contextos histórico, social, econômico, político,
cultural e também tecnológico. Assim, os direitos humanos e o direito a um
ambiente ecologicamente equilibrado, requisito essencial a uma vida digna e
saudável, estão interligados, uma vez que ambos têm como objetivo a
preservação da qualidade de vida não só dos seres humanos, mas do Planeta. A
violação de um direito representa, consequentemente, a transgressão do outro,
em virtude de sua interconexão. Contudo, essa interface nem sempre é
reconhecida e aplicada no âmbito jurídico-político-econômico, pois a promoção
de um meio ambiente sadio, saudável e equilibrado, como um direito inerente
*
Aluna no curso de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (FURG/RS). Estudante vinculada ao
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (Nupedh-Fadir/Furg-RS). E-mail:
lenise.schneider@gmail.com
**
Professora-Adjunta na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande (Fadir/Furg/RS).
Doutora em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS). Coordenadora do
Núcleo de Pesquisa e Extensão em Direitos Humanos (Nupedh-Fadir/Furg-RS). E-mail:
sheilastolz@gmail.com
1
Segundo Hinkelammert e Mora Jiménez, a teoria político-econômica neoliberal “apresenta o desemprego
como uma consequência dos salários demasiado altos, e a pobreza como consequência, em última
instância, da política de redistribuição dos ingressos (paternalismo, assistencialismo). Contrariando toda
evidência empírica, se salienta e enfatiza o mercado como a instância ideal para a realização de qualquer
meta humana. Sustenta a ideologia do mercado total: o mercado pode tudo, sempre que atue livremente”.
Diante do desemprego e da pobreza, propõe a tese: mais mercado. (2008, p. 61).
Subdesenvolvidos e localizados
2
A grande conquista em direção à constitucionalização dos direitos humanos se dá após o término da
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando segundo Stolz (2013, p. 29), essa Grande Guerra “revelou ao
mundo a capacidade inimaginável, até então, de destruição massiva do outro considerado diferente ou
inferior”. A destruição massiva de pessoas fez com que se reconhecesse a necessidade de serem criados
mecanismos que acabassem com ou minimizassem as atrocidades geradas pela falta de respeito para com a
pessoa humana.
3
Em se tratando de direitos humanos, existem pelo menos três diferentes dimensões, ainda que vinculadas
entre si, que configuram o termo universalidade. Mais sobre este tema, recomenda-se a leitura de Stolz
(2008).
4
Na acepção dada por Adorno e Horkheimer (1985).
Conclusão
5
Recomenda-se a leitura dos documentos da United Nations Environment Programme (UNEP, 2011a;
2011b; 2011c) e, também, das Nações Unidas (UNITED NATIONS, 2012).
6
Governança e governamentalidade dão significado a dois conceitos originados em tradições disciplinares e
intelectuais distintas que compartilham uma questão central: a problemática de direcionar, regulamentar,
governar e conduzir na sociedade contemporânea, tendo como foco os indivíduos, as organizações, os
sistemas, a sociedade, o Estado e o Planeta. Posicionado nos interstícios de diversas disciplinas típicas de
sua obra, o termo governamentalidade foi cunhado por Foucault (1991), que posteriormente assumiu um
campo interdisciplinar que se tornaria conhecido como “estudos de governamentalidade”. Segundo
Foucault, a governamentalidade é o conjunto formado por instituições, procedimentos, análises e reflexões,
cálculos e táticas que possibilitam o exercício complexo de poder que tem por alvo a população e que tem
como forma central de conhecimento a economia política e por meio técnico essencial os aparatos de
segurança. Por sua vez, a discussão sobre governança é proveniente da ciência política e das ciências sociais
e tem como escopo as mudanças vinculadas às novas constelações das relações do Estado com os interesses
sociais no sentido mais amplo possível. Desde essa perspectiva, a governança assumiu o status de novo
termo para analisar essas mudanças tanto no contexto interno de um Estado como no âmbito das relações
internacionais. Sobre governança, ver Rosenau; Czempiel (1992).
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2012.
Resumo: O foco no mercado de consumo que valoriza práticas favoráveis ao meio ambiente
estimulou muitos setores, especialmente o privado, a ofertar seus produtos acompanhados de
signos com apelo ambiental. Ocorre que nem sempre as características expostas na publicidade
refletem o real benefício ambiental do produto ou serviço, induzindo o consumidor a erro. O
chamado greenwashing, ou maquiagem verde, o conceito utilizado para tal prática, que, no
Brasil, possui grande incidência em produtos cosméticos, de higiene, construção e limpeza. Os
vícios dessa conduta, no entanto, afrontam o direito de ser informado, espécie de direito à
informação, que possui proteção constitucional e infralegal. A partir de análise em doutrina e
ordenamento jurídicos brasileiros, o presente trabalho demonstra a existência de tal violação e a
necessidade de combatê-la.
Palavras-chave: Informação. Greenwashing. Meio ambiente.
Introdução
*
Procuradora do Estado do Amazonas. Mestranda pelo Programa de Direito Ambiental da Universidade do
Amazonas. E-mail: lorena_alb@hotmail.com
Do direito à informação
1
Disponível em: <http://sinsofgreenwashing.com/findings/the-seven-sins/index.html>. Acesso em: 30 set.
2016.
BARBOSA, Fernanda Nunes. Informação: o direito e dever nas relações de consumo. São Paulo:
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BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2000.
NUNES, Luiz A. Rizzatto. Comentários ao Código de Defesa do Consumidor. 8. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Saraiva, 2015.
Introdução
1
“Cnsiste em abrir valas em solos com baixa fertilidade, preenchê-las com terra e matéria orgânica,
protegê-las com diferentes materiais, e usá-las como viveiros e sementeiras. Para essa proteção, uma larga
variedade de materiais pode ser usada, incluindo madeira, pedra ou fragmentos de concreto.” (NOVO,
2005).
2
Hortas situadas no Bairro de BROOKLYN – EUA.
3
Food and Agriculture Organization (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
Considerações finais
ANDRADE, Wendy. 5 exemplos de hortas urbanas pelo mundo. 2014. Disponível em:
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em: 28 ago. 2016.
Resumo: O sistema de produção capitalista desde sua vigência tem utilizado exorbitantemente
os recursos naturais para a obtenção da mais-valia. Consequentemente, houve a diminuição
desses recursos, a qual tem gerado discussões em nível mundial acerca da situação ambiental.
Ainda, com a apropriação privada da mais-valia, crescem as desigualdades sociais. Nesse cenário,
o catador de resíduos surge. Assim, objetiva-se verificar as condições que historicamente os
inseriram na atividade de catação, bem como o acesso às políticas sociais públicas no Município
de Caxias do Sul. Para tanto, a metodologia constitui-se de pesquisa bibliográfica sobre catação e
dados advindos de entrevistas realizadas com 169 catadores em seus locais de trabalho. Os
dados evidenciam que a inserção histórica e atual na atividade de catação se dá como estratégia
de sobrevivência tendo em vista as desigualdades que perpassam seu cotidiano. Ainda, apesar do
acesso às políticas sociais públicas, essas se mostram insuficientes, ineficazes e pouco efetivas no
enfrentamento das desigualdades por eles vivenciadas.
Palavras-chave: Catadores. Políticas públicas. Direitos sociais. Proteção ambiental.
Introdução
“A sociedade não pode existir sem a natureza –
afinal, é a natureza, transformada em trabalho,
que propicia as condições da manutenção da
vida dos membros da sociedade”. (Netto; Braz,
2012, p. 47).
*
Graduanda em Serviço Social pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Bolsista de Iniciação Tecnológica
Pibit/CNPq no projeto “Capacitação e Apoio às Atividades dos Catadores Informais do Município de Caxias
do Sul”, vinculado ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas Públicas e Sociais (NEPPPS) da
Universidade de Caxias do Sul. E-mail: duarte.lais@hotmail.com
**
Pós-Doutora pelo ICICT/Fiocruz. Professora no Centro de Ciências da Saúde e no Programa de Mestrado
Profissional em Engenharias e Ciências Ambientais. Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Políticas Públicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul. E-mail: nlrstedi@ucs.br
***
Doutora em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
Professora no Centro de Ciências Humanas e da Educação. Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas
em Políticas Públicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail:
ana.mpc@terra.com.br
1
Considera-se obsolescência programada a estratégia empresarial relacionada diretamente à pouca
durabilidade dos produtos. Uma vez que os produtos duram menos, o consumidor é levado a nova compra,
gerando mais lucro ao capitalista.
2
MPC é a sigla utilizada pelos autores para se referir ao Modo de Produção Capitalista.
3
A pesquisa foi aprovada pelo Conselho de Ética em Pesquisa da Universidade de Caxias do Sul sob o
protocolo 686.318.
Conclusão
Referências
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Resumo: As reflexões teóricas acerca do tema cidades sustentáveis demonstram que os critérios,
as classificações e os preceitos guardam relação direta com as dimensões propostas no IBEU-
Municipal. Somadas a essas questões de ordem teórica, os estudos sobre o bem-estar urbano,
por sua vez, contam com índices para a construção de avaliações mais precisas sobre as reais
condições das cidades. Nesse sentido, a publicação do IBEU-Municipal em 2016, permite uma
visualização nacional das condições urbanas no Brasil, a partir de cinco dimensões: mobilidade
urbana, condições habitacionais urbanas, condições ambientais urbanas, atendimento de
serviços coletivos urbanos e infraestrutura urbana. O trabalho analisa os resultados para quatro
Municípios do Rio Grande do Sul: Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul e Pelotas. O objetivo
principal é verificar as condições dessas cidades a partir do IBEU-Municipal. Além disso, é
realizada uma revisão conceitual das dimensões presentes no índice.
Palavras-chave: Bem-estar urbano. Sustentabilidade. Políticas públicas.
Introdução
*
Graduado em Ciências Sociais pela e Doutor em Ciência Política pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS). Professor na Universidade de Caxias do Sul (UCS).
**
Advogado. Professor, Mestre em Direito, Coordenador do curso de Direito do Centro Universitário da
Serra Gaúcha.
1
O documento “IBEU-Municipal: Índice de Bem-Estar Urbano dos Municípios Brasileiros” pode ser acessado
no endereço eletrônico do Observatório das Metrópoles: disponível em:
<http://www.observatoriodasmetropoles.net/images/abook_file/ibeumunicipal_final.pdf>. Acesso em: 8
out. 2016.
2
São aglomerados com índices socioeconômicos marcados pela condição de vulnerabilidade e risco, como:
renda, escolaridade e condições das proximidades do domicílio.
3
Como espécies de domicílio entram as opções: casa, cortiço, trailer, apartamento, etc.
Conclusão
Referências
ACSELRAD, Henri. Sentidos da sustentabilidade urbana. In: ACSELRAD, Henri. A duração das
cidades: sustentabilidade e risco das políticas urbanas. 2. ed. Rio de Janeiro: Lamparina, 2009. p.
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información. Madri: Taurus; Habitat, 1997.
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Municípios brasileiros. Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles, 2016.
RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito Urbanístico: fundamentos para a construção de um
Plano Diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 3. ed. Rio de Janeiro: Garamond,
2002.
VANIN, Fábio Scopel. Direito e política urbana: gestão municipal para a sustentabilidade. Caxias
do Sul: Educs, 2015.
Resumo: Desde a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, a população se depara com a
manifestação de indignação de povos indígenas diante do descumprimento de seus direitos na
implementação de grandes obras. O rompimento de barragem da empresa Samarco, considerado
o maior desastre socioambiental do País, evidenciou a seriedade dos riscos de empreendimentos
de grande porte que envolvam recursos naturais. A partir de pesquisas em doutrinas, e no
ordenamento jurídico brasileiro e em documentos internacionais, é demonstrada a necessidade
de o governo brasileiro efetivar o direito à consulta prévia, previsto na Convenção 169 da
Organização Internacional do Trabalho.
Palavras-chave: Consulta prévia. Índios. Convenção.
Introdução
Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes,
línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que
tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e
fazer respeitar todos os seus bens.
Atenção especial foi dada aos povos indígenas, seja pela tradição jurídica ou
pela situação das minorias étnicas fragilizadas, com as previsões do art. 231
da Constituição de 1988. O ordenamento passa, então, a reconhecer os
povos indígenas enquanto tais, dotados de culturas, organizações sociais,
línguas, religiões, modos de vida, visões de mundo peculiares a cada grupo
ou povo. Abandona-se definitivamente o conceito, inclusive jurídico, de que
índios são seres humanos com uma cultura inferior, primitiva, de que a
aproximação com a sociedade ocidental brasileira condena-os à civilização
ocidental e à consequente perda de sua identidade indígena. (VILLARES,
2009, p. 17).
Nesse aspecto, a nossa Carta foi avançada, sendo, inclusive, utilizada como
parâmetro para outras Constituições americanas, como a do México, do Peru, da
Bolívia, do Paraguai e da Venezuela, conforme informa Souza Filho (2012, p. 50).
Os entes públicos, então, não devem tratar os índios como minorias em
vias de extinção, cujo destino é a integração às modernas formas de viver.
Devem, pelo contrário, proteger essa diversidade cultural.
Essa forma ativa de multiculturalismo impõe ao Estado brasileiro a
necessidade de intervir de forma a preservar e fomentar a diversidade.
No desenvolvimento de políticas públicas e na implementação de obras
para incremento econômico tais valores devem ser preservados.
Não se pode, então, analisar a questão em torno dos indígenas sob uma
perspectiva numérica. Não se pode ignorar suas manifestação pelo fato de, às
vezes, representar interesses de mil em contraposição a interesses de milhões de
habitantes.
O ordenamento jurídico impõe a proteção a um valor social. Não por acaso,
a defesa dos índios insere-se, sistematicamente, no título que objetiva Justiça
Social.
Por fim, há de se observar que a proteção constitucional dos índios não se
limita aos arts. 231 e 232 da CF/88.
Os mesmos são destinatários dos demais direitos previstos na Carta
Constitucional. Assim, os direitos fundamentais à vida, à cultura e à liberdade de
o
Art. 6 .
1. Ao aplicar as disposições da presente Convenção, os governos deverão:
a) consultar os povos interessados, mediante procedimentos apropriados e,
particularmente, através de suas instituições representativas, cada vez que
sejam previstas medidas legislativas ou administrativas suscetíveis de afetá-
los diretamente;
b) estabelecer os meios através dos quais os povos interessados possam
participar livremente, pelo menos na mesma medida que outros setores da
população e em todos os níveis, na adoção de decisões em instituições
efetivas ou organismos administrativos e de outra natureza responsáveis
pelas políticas e programas que lhes sejam concernentes;
2. As consultas realizadas na aplicação desta Convenção deverão ser
efetuadas com boa-fé e de maneira apropriada às circunstâncias, com o
objetivo de se chegar a um acordo e conseguir o consentimento acerca das
medidas propostas.
Art. 19.
Os Estados consultarão e cooperarão de boa-fé com os povos indígenas
interessados, por meio de suas instituições representativas, a fim de obter
seu consentimento livre, prévio e informado antes de adotar e aplicar
medidas legislativas e administrativas que os afetem.
1
Disponível em: <http://amazonia.org.br/2015/05/munduruku-kayabi-apiak%C3%A1-e-rikabatsa-selam-
alian%C3%A7a-contra-usinas-no-mato-grosso/>. Acesso em: 18 set. 2016.
Conclusão
Referências
BARRETO, Helder Girão. Direitos indígenas: vetores constitucionais. Curitiba: Juruá, 2011.
BRASIL. Portaria Interministerial. n. 35, de 27 de jan. de 2012. Brasília, DF: Senado Federal.
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Saraiva, 2009.
SARLET, Ingo Wolfgang; FERNSTERSEIFER, Thiago. Princípios do Direito Ambiental. São Paulo:
Saraiva, 2014.
SILVA, José Afonso da. Direito Ambiental Constitucional. 10. ed. São Paulo: Malheiros, 2013.
SOUZA FILHO, Carlos Frederico Marés de. O renascer dos povos indígenas para o Direito. Curitiba:
Juruá, 2012.
UNESCO. United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization. Declaração das Nações
Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas.
Resumo: O presente artigo pretende fazer uma reflexão acerca das cidades e de sua relação com
as mudanças climáticas, bem como acerca da última Conferência-Quadro das Nações Unidas
sobre Mudanças do Clima, realizada em 2015. As cidades atualmente situam-se como cenário
tanto de emissão dos gases de efeito estufa, aos quais se atribui o aquecimento global, quanto de
espaços de incidência dos efeitos mais adversos oriundos das mudanças climáticas. Por essa
razão, espera-se do Poder Público do Município uma reação preliminar diante da ocorrência de
eventos danosos em busca de recuperação, bem como e também uma preocupação em
incorporar o contexto das mudanças climáticas capaz de produzir enchentes, inundações,
terremotos, vendavais, entre outros, no planejamento urbano. Acredita-se que essa
incorporação pode lograr êxito através de políticas públicas voltadas ao planejamento com
preocupação social e ambiental. Cita-se como instrumento de auxílio o guia Construindo cidades
resilientes, como perspectiva de definição de estratégias e ações em prol da construção de
resiliência das cidades e de seus habitantes. O método utilizado foi o analítico, através de
pesquisa bibliográfica e documental.
Palavras-chave: Cidades. Mudanças climáticas. COP 21. Políticas Públicas. Resiliência.
Introdução
*
Mestranda em Direito/Área de Concentração: Direito Ambiental e Sociedade no Programa de Pós-
Graduação em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em Técnicas Inovadoras de
Ensino e Aprendizagem, em Desenvolvimento Regional Sustentável e em Uso Racional dos Recursos
Naturais e seus Reflexos no Meio Ambiente. Arquiteta e Urbanista. E-mail: magdacoba@gmail.com
**
Mestranda em Direito – Área de Concentração: Direito Ambiental e Sociedade pela Universidade de
Caxias do Sul (UCS). Advogada. Bolsista/taxista da Capes. E-mail: sandrinesantos85@gmail.com
1
A presença de vegetação contribui para mitigar o efeito estufa e redução das temperaturas. (BUENO,
2013, p. 27).
2
Em inglês United Nations Framework Convention on Climate Change (UNFCCC).
3
Cumpre destacar, pela sua relevância, o Protocolo de Kyoto, firmado no ano de 1997, estabelecendo
metas para redução dos GEEEs.
trata-se de um acordo que foi assinado por muitos países num processo de
negociação em que foram abandonadas todas as cláusulas mais importantes
que pudessem implicar uma alteração mais radical do sistema que vivemos.
Sistema que é a causa mais forte do aquecimento global. O acordo reflete os
interesses das corporações que dominam o sistema. (IBASE, 2015).
Por essa razão, o acordo dispõe as metas como intenções de cada parte,
mas não as define como vinculantes após a ratificação do acordo. Em assim
sendo, também não define sanções para eventuais inadimplementos das
propostas, não fortalecendo o interesse comum, em face dos interesses das
corporações.
4
A sigla INDC refere-se, em português, à Pretendida Contribuição Nacionalmente Determinada.
5 o
A Política Nacional de Mudanças Climáticas esclarece: Art. 2 . Para os fins previstos nesta Lei, entende-se
por: [...] VII – mitigação: mudanças e substituições tecnológicas que reduzam o uso de recursos e as
emissões por unidade de produção, bem como a implementação de medidas que reduzam as emissões de
gases de efeito estufa e aumentem os sumidouros. (BRASIL, 2009).
6 o
A Política Nacional de Mudanças Climáticas esclarece: Art. 2 . Para os fins previstos nesta Lei, entende-se
por: I – adaptação: iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos
frente aos efeitos atuais e esperados da mudança do clima. [...] (BRASIL, 2009).
Referências
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construção de políticas públicas e capacidade de planejamento. In: OJIMA, Ricardo; MARANDOLA
JÚNIOR, Eduardo (Org.). Mudanças climáticas e as cidades: novos e antigos debates na busca de
sustentabilidade urbana e social. São Paulo: Blucher, 2013.
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Clima (PNMC) e dá outras providências. Disponível em:
BRASIL. CEPED UFSC. Atlas brasileiro de desastres naturais de 1991 a 2012: volume Brasil. 2013.
Disponível em: <http://150.162.127.14:8080/atlas/atlas2.html>. Acesso em: 4 out. 2016.
BRASIL. Meio Ambiente. Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). 2014.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2011/11/painel-intergovernamental-
sobre-mudancas-climaticas-ipcc>. Acesso em: 7 out. 2016.
BUENO, Laura Machado de Mello. A adaptação da cidade às mudanças climáticas: uma agenda
de pesquisa e uma agenda política. In: OJIMA, Ricardo; MARANDOLA JÚNIOR, Eduardo (Org.).
Mudanças climáticas e as cidades: novos e antigos debates na busca de sustentabilidade urbana
e social. São Paulo: Blucher, 2013.
CAUBET, Christian G. O contexto da COP 21: a Conferência de Paris poderia ter pintado um clima?
In: CAUBET, Christian G. Tratados internacionais, direitos fundamentais, humanos e difusos: os
Estados contra o bem-viver de suas populações. Florianópolis: Insular, 2016.
HARVEY, David. A liberdade da cidade. In: _____. Cidades rebeldes: passe-livre e as manifestações
que tomaram as ruas do Brasil. São Paulo: Boitempo; Carta Maior, 2013.
IBASE. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas. Moema Miranda faz balanço da
COP21. Entrevista concedida ao Canal Ibase, em 18 de dezembro de 2015. Disponível em:
<http://www.canalibase.org.br/entrevista-moema-miranda-cop21/>. Acesso em: 7 out. 2016.
ONU. Organização das Nações Unidas. Conferência das Partes. Acordo de Paris. 2015. Disponível
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RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Cidade sustentável: Direito Urbanístico e Ambiental:
instrumentos de planejamento. Caxias do Sul: Educs, 2016.
RECH, Adir Ubaldo. A exclusão social e o caos nas cidades: um fato cuja solução também passa
pelo direito como instrumento de construção de um projeto de cidade sustentável. Caxias do Sul:
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UNISDR. Como construir cidades mais resilientes: um guia para gestores públicos locais. Trad. de
How to Make Cities More Resilient – A Handbook for Mayors and Local Government Leaders.
Genebra, Suíça: Escritório das Nações Unidas para Redução de Riscos de Desastres. Disponível em:
<http://www.unisdr.org/files/26462_ guiagestorespublicosweb.pdf>. Acesso em: 4 out. 2016.
VANIN, Fábio Scopel. Direito e política urbana: gestão municipal para a sustentabilidade. Caxias
do Sul: Educs, 2015.
Introdução
*
Graduando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. Bolsista Voluntário de Iniciação Científica na
pesquisa “Identidade, Comunidade e Desenvolvimento Sustentável: a Participação das Mulheres na
Conservação da Biodiversidade no Brasil e a Posição do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do
Conselho Municipal de Mulheres”, que é financiada pelo CNPq e está vinculada ao Núcleo de Estudos e
Pesquisas em Políticas Publicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul. E-mail:
cesar.cichelero@gmail.com
**
Graduando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul. Bolsista de Iniciação Científica na pesquisa
“Identidade, Comunidade e Desenvolvimento Sustentável: a Participação das Mulheres na Conservação da
Biodiversidade no Brasil e a Posição do Conselho Municipal do Meio Ambiente e do Conselho Municipal de
Mulheres”, que é financiada pelo CNPq e está vinculada ao Núcleo de Estudos e Pesquisas em Políticas
Publicas e Sociais (NEPPPS) da Universidade de Caxias do Sul. E-mail ebnunes@ucs.br
***
Mestrando em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Graduado em Direito pela Universidade
de Caxias do Sul (UCS). Bolsista da Capes. Membro do projeto de pesquisa “Poder, Estado e Cultura
Política”. E-mail: mjrech7@gmail.com
1
Tradução livre, no original: “Two-dimensionally subordinated groups suffer both maldistribution and
misrecognition in forms where neither of these injustices in an indirect effect of the other, but where both
are primary and co-original. In their case, accordingly, neither a politics of redistribution alone nor a politics
of recognition alone will suffice. Two-dimensionally subordinated groups need both”.
Pode-se afirmar, com razoável certeza, que Taylor é o primeiro autor que
vincula a construção da identidade à categoria reconhecimento de Hegel e as
demandas contemporâneas do multiculturalismo. Para esse autor a identidade
“designa algo como uma compreensão de quem somos, das características que
nos definem fundamentalmente como seres humanos”. (1994, p. 25). Axel
Honneth avança nessa discussão e visa a aprofundar esse vínculo utilizando-o
para sanar o que ele identifica como deficit sociológico na tradição da Teoria
Crítica.
Honneth entende a construção da identidade como um fator decisivo para
compreender quais minorias se encontram lutando por reconhecimento perante
a coletividade. O autor não pretende, com essa posição, limitar a construção da
identidade apenas sobre as lutas perceptíveis perante a coletividade. Para ele é
necessário questionar quais formas de privação e sofrimento são moralmente
relevantes, havendo uma preocupação com o desenvolvimento de conceitos da
luta por reconhecimento no plano teórico, não objetivando explicar apenas os
problemas sociais relevantes do passado, no presente ou ainda aqueles
vindouros, mas com o objetivo de estruturar uma teoria que lide com conflitos
sociais que existem ou existirão, guiando aquilo que tange a esfera do
reconhecimento.
O primeiro ponto a ser observado é que, para Honneth, as relações não
distorcidas, bem-estruturadas entre os agentes levam à construção de uma
identidade igual e à justiça social; já o desrespeito leva ao misrecognition e às
patologias sociais. O sentimento que surge por conta desse desrespeito é a força
que motiva a verdadeira luta pelo reconhecimento, que se traduz em força moral
que leva ao desenvolvimento social. Assim, o reconhecimento assume uma
concepção hegeliana e psicanalítica a respeito da construção do sujeito e da
intersubjetividade. Honneth busca em Mead, psicólogo americano, uma maneira
de tornar as ideias de Hegel uma teoria social de teor normativo.
Considerações finais
Referências
FRASER, Nancy. Scales of justice: reimagining political space in a globalizing world. Reprinted
Edition. Columbia: Columbia University Press, 2010.
______. Reconhecimento sem ética. Theory, Culture & Society, v. 18, p. 21-42, 2001.
______. Reframing Justice in a Globalizing World. New Left Review, n. 36, p. 69-88, nov./dez.
2005.
______. Luta por reconhecimento: a gramática moral dos conflitos sociais. Trad. de Luiz Repa. São
Paulo: Ed. 34, 2003.
LIMA, Alex Myller Duarte. Justiça em Nancy Fraser. 2010. 151 f. Dissertação (Mestrado em Ética e
Epistemologia) – Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2010.
NOBRE, Marcos (Org.). Curso livre de teoria crítica. 2. ed. Campinas: Papirus, 2009.
RAWLS, John. Uma teoria da justiça. São Paulo: Martin Fontes, 2000.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2000.
TAYLOR, Charles. The politics of recognition. In: GUTMANN, Amy (Ed.). Multiculturalism:
examining the politics of recognition. Princeton: Princeton University, 1994. p. 25-74.
Introdução
Logo, a justiça ambiental se torna uma aliada crucial na defesa dos direitos
ambientais. Fato notável é o processo de formação e criação de novas
experiências de educação ambiental, bem como a construção de um acervo de
legislações que assegura a práxis nesse campo, além de motivar o crescimento
de atores socioambientais.
As considerações sobre atores socioambientais apresentam a sociedade
sob uma dupla perspectiva, que remete à relação entre ambiental e social, bem
como à oportunidade de sustentar outra vontade política que privilegie a
sustentabilidade e criticou o consumo e o desperdício irracional. Ruscheinsky
(2007, p. 24) define atores socioambientais “como agentes colocados dentro das
contradições e dos conflitos suscitados pelos relacionamentos entre sociedade e
natureza”, cujos problemas ambientais não podem ser isolados de outros
conflitos característicos dessa sociedade desigual.
Programa Bolsa-Família
O Programa Bolsa-Família (PBF) foi criado pela Lei 10.836, de 9 de janeiro
de 2004 e se caracteriza como um programa de transferência direta de renda
Considerações finais
Referências
ACSELRAD, Henri. Justiça ambiental: narrativas de resistência ao risco social adquirido. In:
ENCONTROS E CAMINHOS: FORMAÇÃO DE EDUCADORAS(ES)AMBIENTAIS E COLETIVOS
EDUCADORES, 2005, Brasília. Anais... Brasília: MMA, 2005.
BRASIL. O Programa Bolsa-Família e a luta para superação da extrema pobreza no Brasil. In: O
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<http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/brasil_sem_miseria/livro_o_brasil_sem_miser
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Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2013. Disponível em:
<http://aplicacoes.mds.gov.br/sagi/RIv3/dadosSv/cartilha_msm/CartilhaBSM.pdf>. Acesso em: 8
out. 2016.
CAMPELLO, Tereza. Uma década derrubando mitos e superando expectativas. In: BRASIL.
Programa Bolsa-Família: uma década de inclusão e cidadania. Brasília: Ipea – Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada, 2013. p. 15-24. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/livros/livros/livro_bolsafamilia_10anos.pdf
>. Acesso em: 8 out. 2016.
SACHS, Ignacy. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente. São
Paulo: Studio Nobel; Fundação para o Desenvolvimento Administrativo, 1993.
SARAIVA, Henrique; FERRAREZI, Elisabete (Org.). Políticas públicas. Brasília: Enap, 2006.
Coletânea.
SOUZA, Celina. Políticas públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n.
16, jul./dez. p. 20-45, 2006.
Resumo: O diálogo sobre o meio ambiente na política internacional, como parte das linhas de
orientação e ação propostas na “encíClica Laudato Si’ sobre o cuidado da casa comum”, critica a
estratégia de compra e venda de crédito de emissões. O método a ser utilizado é o dedutivo. O
presente artigo tem por objetivo analisar a apresentação da crise sob o cuidado da casa comum,
proposta de uma ecologia integral e crítica quanto à ineficiência do sistema de crédito de
emissões sobre a perspectiva do princípio do poluidor-pagador.
Palavras-chave: Crédito de emissões. Meio ambiente. Política internacional. Princípio do
poluidor-pagador.
Introdução
*
Doutor em Filosofia do Direito Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Professor. Mestre em
Direito do Estado e Teoria do Direito pela UFRGS. Professor no Programa de Mestrado da Universidade de
Caxias do Sul (UCS). E-mail: wgdlorenzo@ucs.br
**
Mestrando em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em Direito
Ambiental pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). E-mail: thiagogermano@yahoo.com.br
***
Advogada. Mestranda em Direito Ambiental pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Especialista em
Direito Público pela Fundação Superior do Ministério Público (FMP). E-mail: adv.velasque@hotmail.com
Origem
Cronologicamente, a ideia referente a uma conferência internacional sobre
meio ambiente foi levantada, pela primeira vez, no início dos anos 70, pelo
Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, que se deu conta do risco que a
economia e a sociedade mundiais sofriam, em vista da degradação do meio
ambiente natural. (LOMBARDI, 2008, p. 10).
Em julho de 1972, em Estocolmo, na Conferência das Nações Unidas sobre
o Meio Ambiente Humano, que historicamente é conhecida como o marco para
a maturação do Direito Internacional do meio ambiente, tinha a nomenclatura
de Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano. (Resolução
2.398/XXIII).
O Conselho Econômico e Social tinha como escopo discutir novos
entendimentos e preocupações a respeito do meio ambiente global. Apesar de
ser um sucesso e um marco, tinha interesses predominantemente de cunho
econômico, pois toda a economia do mundo está fundamentada na exploração
dos recursos naturais. Em 1972, as principais forças políticas do mundo iniciaram
um trabalho de mobilização das forças econômicas, principalmente das
indústrias, pois, após a Segunda Guerra Mundial, em especial o Ocidente, o
Crédito de emissões
Crédito de emissões são como bens incorpóreos, imateriais ou intangíveis,
tendo em vista que estes não têm existência física, mas são reconhecidos pela
ordem jurídica (Protocolo de Quioto), tendo valor econômico para o homem,
uma vez que são passíveis de negociação. (ALMEIDA, 2005). Tem sua origem na
preocupação econômica.
Os contratos de carbono são, portanto, privados, pois seguem as leis do
mercado e podem ser negociados entre partes públicas ou privadas, mas sempre
com aplicação das normas de Direito Privado.
Conforme Khalili, em seu artigo “O que são créditos de carbono?”, define:
“Créditos de Carbono são certificados que autorizam o direito de poluir”. O
princípio é simples. As agências de proteção ambiental reguladoras emitem
certificados autorizando emissões de toneladas de dióxido de enxofre, monóxido
de carbono e outros gases poluentes. Inicialmente, selecionam-se indústrias que
mais poluem no País e, a partir daí, são estabelecidas metas para a redução das
emissões. As empresas recebem bônus negociáveis na proporção de suas
responsabilidades. Cada bônus, cotado em dólares, equivale a uma tonelada de
poluentes. Quem não cumpre as metas de redução progressiva estabelecidas por
lei, tem que comprar certificados das empresas mais bem-sucedidas. O sistema
tem a vantagem de permitir que cada empresa estabeleça seu próprio ritmo de
adequação às leis ambientais. Esses certificados podem ser comercializados por
intermédio das Bolsas de Valores e de Mercadorias, como são exemplos o Clean
O princípio do poluidor-pagador
O princípio do poluidor-pagador, como visto, tem caráter econômico, é
reconhecido pelas Nações Unidas, segundo o qual as autoridades locais devem
promover a internacionalização de custos ambientais e o uso de instrumentos
econômicos, tendo em vista a abordagem que refe que o poluidor deve, em
princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse
público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos
internacionais – princípio 16. (AGENDA 21, 2001, p. 596).
Consubstanciados no art. 4º, VIII, da Lei 6.938/1981, levam em conta que
os recursos ambientais são escassos, portanto, sua produção e consumo geram
reflexos, ora resultando em sua degradação, ora resultando em sua escassez.
Além do mais, ao utilizar gratuitamente um recurso ambiental, está-se gerando
um enriquecimento ilícito, pois como o meio ambiente é um bem que pertence a
O bem comum
A ecologia integral é inseparável da noção de bem comum, princípio que
desempenha um papel central e unificador na ética social. O princípio do bem
comum é o princípio personalista de justiça política e decorre, imediatamente,
do princípio da dignidade da pessoa humana.1 É o conjunto das condições
necessárias para que a pessoa realize sua dignidade. Sua realização implica o
princípio de subsidiariedade e o de solidariedade, sendo eles o triplex
instrumental da realização da dignidade da pessoa humana. (DI LORENZO, 2010, p.
67).
O bem comum não é o sumo bem em si, mas dele decorre e por ele é
exigido. Não é um fim isolado, mas se funda nos fins últimos das pessoas, sendo
um bem necessário à realização do sumo bem,
Segundo Maritain, “é necessário um humanismo integral, de modo que
respeite realmente e efetivamente a dignidade humana e dá direito às exigências
integrais da pessoa”. (1965, p. 7).
Nas condições atuais da sociedade mundial, onde há tantas desigualdades
e são cada vez mais numerosas as pessoas descartadas, privadas dos direitos
humanos fundamentais, o princípio do bem comum torna-se imediatamente a
consequência lógica e inevitável, um apelo à solidariedade e uma opção
preferencial pelos mais pobres, exigindo, acima de tudo, contemplar a dignidade
do pobre como exigência ética fundamental para a efetiva realização do bem
comum. (PAPA FRANCISCO, 2015, § 158).
Justiça intergeracional
A justiça intergeracional é um tema que não era objeto de reflexão
profunda dos filósofos antigos, pois é difícil delinear o início de uma geração e o
seu fim. Uma geração futura entrelaça o passado e o presente diariamente. Ela
não surge e desaparece no tempo linear e concreto. As pessoas de várias idades
1
DI LORENZO (2010. p. 67).
Considerações finais
Referências
AGENDA 21. Capítulo 1, Subitem 1.1 Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento. 3. ed. Brasília: Senado Federal; Subsecretaria de Edições Técnicas, 2001.
ALMEIDA, Hugo Netto Natrielli de. Créditos de carbono: natureza jurídica e tratamento tributário.
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VEATCH, Henry. O homem racional: uma interpretação moderna da Ética Aristotélica. Rio de
Janeiro, Topbooks, 2006.
Eduardo Sanberg*
Sérgio Augustin**
Resumo: O presente texto apresenta uma revisão sobre os critérios para ocupação de áreas
previamente contaminadas. Não são raras as situações que envolvem ocupações urbanas
envolvendo antigos aterros sanitários ou lixões, como são conhecidos os aterros construídos sem
nenhum tipo de controle ambiental. Diversos são os impactos observados no ambiente e na
população exposta a situações desse tipo. O texto aborda as modificações na legislação brasileira
referentes ao tema e discorre sobre a importância da Análise de Riscos à Saúde Humana como
instrumento na prática forense para a intervenção dos órgãos ambientais públicos. Por fim, o
texto apresenta uma descrição do procedimento proposto pela Resolução Conama 420/2009,
que determina a forma de gerenciamento e ocupação dessas áreas.
Palavras-chave: Gerenciamento ambiental. Áreas contaminadas. Avaliação de riscos à saúde
humana.
Introdução
*
Pesquisador vinculado ao Programa Nacional de Pós-Doutorado (Capes). Doutor em Geociências pela
Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Vinculado ao Programa de Mestrado em Direito Ambiental da
Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail: eduardo.sanberg@hotmail.com
**
Professor vinculado ao Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade de Caxias do Sul
(UCS). Juiz de Direito do Estado do Rio Grande do Sul. Doutor em Direito pela Universidade Federal do
Paraná. Vinculado ao Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
E-mail: sergio.augustin@gmail.com.
2
Realizada com o objetivo de confirmar a existência de passivos ambientais em solos e águas subterrâneas
de uma área definida como suspeita de contaminação. (CONAMA, 2009 – Resolução 420). Essa define
Investigação confirmatória: etapa do processo de identificação de áreas contaminadas que tem como
objetivo principal confirmar (ou não) a existência de substâncias de origem antrópica nas áreas suspeitas, no
solo ou nas águas subterrâneas, em concentrações acima dos valores de investigação.
3
Investigação detalhada: etapa do processo de gerenciamento de áreas contaminadas, que consiste na
aquisição e interpretação de dados em área contaminada sob investigação, a fim de entender a dinâmica da
contaminação nos meios físicos afetados e a identificação dos cenários específicos de uso e ocupação do
solo, dos receptores de riscos existentes, dos caminhos de exposição e das vias de ingresso. (CONAMA, 2009
– Resolução 420).
4
Valores orientadores: são concentrações de substâncias químicas que fornecem orientação sobre a
qualidade e as alterações do solo e da água subterrânea (CONAMA – Resolução 420, 2009).
5
Metas de remediação são concentrações dos contaminantes nos meios impactados, determinadas em
decorrência da avaliação de risco, que devem ser atingidas por meio da execução das medidas de
remediação, para que a área seja considerada reabilitada para uso declarado, tendo em vista os cenários de
exposição relacionados a esse uso, bem como para a preservação dos recursos hídricos superficiais e
subterrâneos (CETESB, 2007. Ver Manual de gerenciamento de áreas contaminadas:
procedimento/amostragem de solo. 2. ed. São Paulo: Cetesb/GTZ, 2007. Cap. 6.300).
6
Padronização do conjunto de variáveis relativas à liberação das substâncias químicas de interesse, a partir
de uma fonte primária ou secundária de contaminação; aos caminhos de exposição e às vias de ingresso no
receptor considerado, para derivar os valores de investigação, em função dos diferentes usos do solo.
Conclusões
Referências
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e água Subterrânea Parte 1: Avaliação Ambiental Preliminar. 2011.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15.515-2/2011. Passivo Ambiental em Solo
e Água Subterrânea Parte 2: Investigação Ambiental Confirmatória. 2011.
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16.209/2013. Avaliação de Riscos à Saúde
Humana para Fins de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, 2013.
AVOGADRO; RAGAINI. Technologies for environmental cleanup: soil and groundwater. Editora
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SANBERG, Eduardo, L. A.; GÖCKS, N. R. A.; AUGUSTIN, S. A Avaliação de Riscos à Saúde Humana
como forma de gerenciamento ambiental multiculturalismo, tecnología y medio ambiente. Sevilla
– Espanha: Punto Rojo, 2015. v. 1.