Ética, Direitos Humanos e Meio Ambiente
Ética, Direitos Humanos e Meio Ambiente
Ética, Direitos Humanos e Meio Ambiente
Presidente:
Ambrósio Luiz Bonalume
Vice-Presidente:
Nelson Fábio Sbabo
Reitor:
Evaldo Antonio Kuiava
Pró-Reitor Acadêmico:
Marcelo Rossato
Diretor Administrativo:
Cesar Augusto Bernardi
Chefe de Gabinete:
Gelson Leonardo Rech
Coordenador da Educs:
Renato Henrichs
Organizadores
Paulo César Nodari
Possui graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade de Caxias do Sul (1991), graduação
em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1994), mestrado em Filosofia pela
Universidade Federal de Minas Gerais (1998) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul (2004), com período sanduíche na Universidade de Tübingen, Alemanha. Atualmente é professor
Adjunto III na Universidade de Caxias do Sul. Foi professor no Programa de Pós-Graduação em Educação da
Universidade de Caxias do Sul (PPGED-UCS). É professor no Programa de Pós-Graduação (Mestrado) em Filosofia da
Universidade de Caxias do Sul (PPGFIL-UCS). É professor no Programa (Mestrado e Doutorado) de Pós-Graduação
em Direito da Universidade de Caxias do Sul (PPGDIR-UCS). Tem experiência nos seguintes temas: ética, liberdade,
direitos humanos, paz, antropologia, educação. De 02/2011 a 07/2011, Pós-Doutoramento, em Filosofia, em Bonn
(Alemanha).
Cleide Calgaro
Doutora em Ciências Sociais na linha de pesquisa “Atores Sociais, Políticas Públicas, Cidadania” (2013) pela
Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Doutora em Filosofia (2015) e Pós-Doutoranda em Direito
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestra em Direito na linha de pesquisa “Direito
Ambiental e Biodireito” (2006) e Mestra em Filosofia na linha de pesquisa “Problemas Interdisciplinares de Ética”
(2015) ambos pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Bacharela em Direito (2001) e Bacharela em Filosofia pela
Universidade de Caxias do Sul (UCS). Professora e pesquisadora no Mestrado e na Graduação em Direito da
Universidade de Caxias do Sul. É vice-líder do Grupo de Pesquisa “Metamorfose Jurídica”, vinculado ao Centro de
Ciências Jurídicas e Mestrado em Direito da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Também atua no Observatório
Cultura de Paz, Direitos Humanos e Meio Ambiente na Universidade de Caxias do Sul (UCS), em convênio com a
Universidade Católica de Brasília (UCB) e no CEDEUAM UNISALENTO – Centro Didattico Euroamericano sulle
Politiche Costituzionali na Università del Salento-Itália. Desenvolve pesquisa a partir de um viés interdisciplinar nas
áreas de Direito, Ciências Sociais e Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: Direitos Fundamentais;
Democracia; Socioambientalismo; Meio Ambiente; Relação de Consumo; Hiperconsumo; Filosofia Política e Social.
Luiz Síveres
Graduado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Paran. Especialista em Aprendizagem cooperativa e
tecnologias educacionais pela Universidade Católica de Brasília. Especialista em Psicoterapia Junguiana pela
Faculdade de Saúde de São Paulo. Mestre em Educação pela Universidade Católica de Brasília. Doutor em
Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília e Pós-Doutorado em Educação: Psicologia da Educação
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Autor dos livros: Encontros e diálogos: pedagogia da presença,
proximidade e partida (2015); Universidade - Torre ou Sino? (2006); A dimensão humana do processo educacional
(2001); Organizador dos livros: Diálogo - Um princípio pedagógico (2016); A extensão universitária como princípio
de aprendizagem (2013); Processos de aprendizagem na extensão universitária (2012); Avaliação na educação
superior - distintos olhares (2007). Co-organizador dos livros: A formação psicossocial do professor - As
representações sociais no contexto educacional (2015); Há esperança, outro mundo é possível (2011);
Transcendendo fronteiras (2011); Ensaios sobre a justiça social (2009). Foi Pró-Reitor de Extensão, de Pesquisa e
Pós-Graduação e atualmente é Coordenador do Programa de Mestrado e Doutorado em Educação da Universidade
Católica de Brasília. Líder do Grupo de Pesquisa no CNPq: Comunidade Escolar - Encontros e Diálogos Educativos
(http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6922185706456896). Este grupo está vinculado à Linha de Pesquisa:
Dinâmica Curricular. Ensino e aprendizagem, por meio dos projetos de pesquisa: Pedagogia da presença,
proximidade e partida; Avaliação participativa na comunidade escolar: entre a regulação e a emancipação.
ISBN 978-85-7061-853-5
Apresenta bibliografia.
Modo de acesso: World Wide Web.
1. Ética 17
2. Direitos humanos 342.7
3. Direitos fundamentais 342.7
4. Meio ambiente 502
5. Cidadania 342.71
6. Política pública 304.4
Direitos reservados à:
Apresentação ................................................................................................................ 7
Prefácio ............................................................................................................................ 9
Derecho, ética, medio ambiente
Juan Carlos Mansur Garda
6 O mercado e a virtude.......................................................................................108
Carlos Roberto Sabbi
Organizadores
O paradigma tecnocrático
1 JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para uma civilização
tecnológica. Rio de Janeiro: PUC Rio, 2006. p. 43, grifos do autor.
2 PAPA BENTO XVI. Encíclica Caritas in Veritate. São Paulo: Paulinas, 2009. p. 126-127.
3 GUARDINI, Romano. El poder: un intento de orientacion. Madrid: Ediciones Guadarrama,
1963a. p. 68, tradução nossa.
4 PAPA BENTO XVI, op. cit., p. 127.
5 Idem.
6 BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. São Paulo: Ática, 1994. p. 19.
7 PAPA BENTO XVI, op. cit., 2009,p. 9.
8 PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. São Paulo: Paulinas, 2013, cap.
IV.
9 PAPA BENTO XVI, op. cit., 2009, p. 61.
O sujeito e a antropologia
15 GUARDINI, Romano. O mundo e a pessoa. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1963b. p. 20.
16 GUARDINI, Romano. O fim da Idade Moderna. Lisboa: Edições 70, 2000. p. 42-43.
17 Idem.
18 Ibidem, p. 44.
19 SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
20 GUARDINI, op. cit., 2000, p. 45.
21 HABERMAS, Jurgen. O futuro da natureza humana. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
22 PAPA FRANCISCO. Encíclica Laudato Si’. São Paulo: Paulus; Loyola, 2015. p. 32.
23 GUARDINI, op. cit., 2000, p. 74.
24 Idem.
25 Idem.
A justiça intergeracional
A natureza vê-se que não está encerrada em si mesma. Ela possui uma
espécie de caráter sagrado, “algo de santo e religioso”.28 A esse caráter,
justamente, por ser e conter algo sagrado, não existe nele tempo. Logo, dela não
se precipita nem passado nem futuro. Tudo nela já é e já está, e, por sua vez, o
homem nasce nela, pertence a ela, sendo-lhe, por isso, um dos seus
integrantes, mas ele não consegue ter a capacidade do conhecimento do todo
que ela implica, sendo habilitado para chegar apenas a uma parte limitada da
mesma. Mesmo com o processo deflagrado com o chamado desencantamento
da Natureza, considerado e detalhado, especialmente, na Idade Moderna, cujo
nome associado, mais forte e conhecidamente, é o de Max Weber, a natureza
enquanto tal guarda sempre, segundo Guardini, essa espécie de caráter
sagrado, uma vez que a crise ecológica está associada à própria crise do ser
humano como tal. E, em sendo assim, o cuidado com a natureza é
consequentemente cuidado de si e cuidado da humanidade. Por isso, o ser
humano possui a missão inadiável de cuidar da natureza e de procurar
melhores condições de vida para a geração presente e também para as
gerações vindouras, sendo-lhe, portanto, um dever ético promover e trabalhar
por condições de vida para todos. Percebe-se, entretanto, sem muitas
dificuldades, que as atitudes e as políticas governamentais adotadas, em nossos
dias, não estão alicerçadas em uma perspectiva de sustentabilidade, pensada e
planejada a longos prazos. As políticas e intervenções governamentais, quando
elas ocorrem, são promulgadas, infelizmente, alicerçadas, na maioria das
vezes, sobre políticas e atitudes pouco respeitosas da cultura multicultural dos
povos, e pouco pensadas como “Ideia de Humanidade”, remetendo-se, quase
sempre, a um curto período de tempo, comprometendo, por conseguinte, o
patrimônio natural e cultural das futuras gerações.
As próximas gerações do Planeta Terra têm o direito de receber os
recursos naturais, culturais e humanos não inferiores àqueles por nós
recebidos. Evidentemente, alguém poderia perguntar se a geração atual
27 Idem.
28 Idem.
E isso porque cada geração recebe um legado das gerações passadas, com
a finalidade de utilizá-lo de acordo com suas necessidades e entregá-lo às
próximas gerações, adaptando-o conforme as necessidades apresentadas que
cada período exigir. Essa responsabilidade que está implicada no receber e no
entregar o legado é de suma importância, ainda que tenha recebido tal
consciência, por parte da espécie humana, há não muito tempo. Porém, o que
é pior, nem todos têm a dimensão e a consciência das causas e das
consequências dos estragos e danos já acontecidos e da iminência de outros
que estão por acontecer, sejam eles ecológicos, econômicos, sociais, culturais
ou políticos, não gerando, por conseguinte, consciência pelo já acontecido, nem
preocupação pelo advir dos acontecimentos inconsequentes e, tampouco,
responsabilidade pela mudança de concepção e de atitudes educacionais.
É de se considerar, também, de acordo com Weiss, que o próprio direito
internacional não esteve preocupado com a dimensão da temporalidade com
relação à equidade intergeracional, dificultando o trabalho de conscientização
29WEISS, Edith Brown. Um mundo justo para las futuras generaciones. Derecho Internacional,
patrimônio común y equidade intergeneracional. Tokio; New York; Paris: United Nations
University Press; Madrid; Barcelona; México: Ediciones Mundi-Prensa, 1999. p. 39, tradução
nossa.
33 Ibidem, p. 68.
34 WEISS, op. cit., p. 72.
35 Idem.
36 Ibidem, p. 73.
Considerações finais
BOFF, Leonardo. Nova era: a civilização planetária. São Paulo: Ática, 1994.
GALIMBERTI. Umberto. Psiche e techne: l’uomo nell’età della tecnica. Milão: Giangiacomo
Feltrinelli, 1999.
GUARDINI, Romano. O mundo e a pessoa. São Paulo: Livraria Duas Cidades, 1963b.
HABERMAS, Jurgen. O futuro da natureza humana. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010.
JONAS, Hans. Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio responsabilidade. São
Paulo: Paulus, 2013.
JONAS, Hans. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para uma civilização
tecnológica. Rio de Janeiro: PUC Rio, 2006.
PAPA BENTO XVI. Encíclica Caritas in Veritate. São Paulo: Paulinas, 2009.
PAPA FRANCISCO. Exortação Apostólica Evangelii Gaudium. São Paulo: Paulinas, 2013.
PAPA FRANCISCO. Encíclica Laudato Si’. São Paulo: Paulus; Loyola, 2015.
SCHELER, Max. A posição do homem no cosmos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2003.
WEISS, Edith Brown. Um mundo justo para las futuras generaciones: derecho internacional,
patrimônio común y equidade intergeneracional. Tokio; New York; Paris: United Nations
University Press; Madrid; Barcelona; México: Ediciones Mundi-Prensa, 1999.
Luiz Síveres*
Idalberto José das Neves Júnior**
Introdução
1 JONAS, H. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para uma civilização tecnológica.
6 FREIRE, A. M. A. Inédito viável. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Org.). Dicionário
Manole, 2005.
9 CASTORIADIS, C. Uma sociedade à deriva. Entrevistas e debates 1984-1997. Aparecida, SP:
65.
Preço do consumo
14 HINKELAMMERT, F. Mercado versus direitos humanos. São Paulo: Paulus, 2014. p. 115.
2011. p. 23.
19 BADIOU, op. cit., 2007.
O valor do compromisso
p. 30.
23 GIDDENS, A. Para além da esquerda e da direita. O futuro da política radical. São Paulo:
28 Ibidem, p. 75.
29 Ibidem, p. 74.
30 SILVA, F. Leopoldo e. O Outro. São Paulo: M. Fontes, 2012. p. 41.
31 Idem.
38 Idem.
39 Idem.
40 Ibidem, p. 21.
41 OLIVEIRA, op. cit., 1993.
Considerações finais
42NODARI, P. C. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010.
43SÍVERES, L. Os processos de aprendizagem na formação e profissionalização docente.
Inter-Ação. Revista da Faculdade de Educação, Goiânia: FE/PPGE/UFG, UFG, v. 38, n. 3, p. 649-
661, set./dez. 2013.
BAUMAN, S. A ética é possível num mundo de consumidores? Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
BECK, U. Sociedade de risco: rumo a uma outra modernidade. 2. ed. São Paulo: Editora 34,
2011.
CORTINA, A. Cidadãos do mundo: para uma teoria da cidadania. São Paulo: Loyola, 2005.
FREIRE, P. Pedagogia da esperança: um reencontro com a pedagogia do oprimido. 12. ed. Rio
de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
FREIRE, A. M. A. Inédito viável. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J. (Org.). Dicionário
Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2008. p. 231-234.
GIDDENS, A. Para além da esquerda e da direita. O futuro da política radical. São Paulo: Ed. da
Universidade Estadual Paulista, 1996.
JONAS, H. O princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para uma civilização tecnológica.
Rio de Janeiro: Editora da PUC/Rio, 2006.
JONAS, H. Técnica, medicina e ética: sobre a prática do princípio responsabilidade. São Paulo:
Paulus, 2013.
LA TAILLE, Y. Moral e ética. Dimensões intelectuais e afetivas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
NODARI, P. C. Sobre ética: Aristóteles, Kant e Levinas. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010.
Agemir Bavaresco*
Introdução
Cenários do planeta
* Professor na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Brasil. CV:
http://lattes.cnpq.br/6597683266934574
1 Este capítulo de livro já foi publicado em formato de artigo no periódico em
2 As citações da Carta Encíclica Laudato Si’ do Papa Francisco, daqui para frente serão
abreviadas por LS e seguidas do número do parágrafo correspondente.
Teologia e epistemologias
O documento reconhece, inicialmente, que a teoria da criação é
rejeitada em alguns campos da política e da pesquisa científica, pois a
consideram irrelevante e irracional para tratar da ecologia integral e do
gênero humano; porém, “a ciência e a religião, que fornecem diferentes
abordagens da realidade, podem entrar num diálogo intenso e frutuoso para
ambas”. (LS, 62):
a) criação e antropologia: o documento comenta as narrativas da
criação do livro do Gênesis que usa uma linguagem simbólica e critica a
Ética interdisciplinar
Conclusão
Pinto. Sociedades plurais, religião e princípios bipolares. Sol Nascente, v. 7, p. 10-26, 2014.
FRANCISCO. Laudato Si’. Carta Encíclica sobre o cuidado da casa comum. São Paulo: Paulinas,
2015.
Introdução
conjugal; que era ele quem definia o domicílio do casal; que a mulher se tornava
relativamente incapaz ao se casar e que o casamento poderia ser dissolvido por nulidade em
até 10 dias, se a mulher não fosse virgem. Quanto ao penúltimo item, a mulher casada apenas
deixou de ser relativamente incapaz em 1962. Quanto aos demais – inclusive a norma sobre
este curioso caso de “prescrição” –, foi apenas com a Constituição de 1988, que tais
disposições foram banidas. Oito anos antes da nova Constituição, o TJRS confirmou a
anulação de um casamento, entre outras razões, porque provado que a mulher não era
virgem (TJRS, Reexame Necessário 34.837, 2a Câm. Cív., Rel. Ruy Ruben Ruschel, j.
14/5/1980).
O papel da mulher, tanto na esfera pública quanto privada, teve ali uma série de
experimentações que na Europa Ocidental e EUA apenas se concretizariam muitos anos
depois, como o direito ao aborto e o divórcio com pensão, a participação nos coletivos de
deliberação e também outras proposições que visavam retirar da mulher o fardo das tarefas
domésticas, como a criação de restaurantes e lavanderias coletivas. (GOLDMAN, Wendy.
Mulher, Estado e Revolução: política familiar e vida social soviéticas, 1917-1936. São Paulo:
Boitempo, 2014.
4 Dados retirados do ranking da União Interparlamentar, 2015. Disponível em:
<http://www.ipu.org/wmn-e/classif.htm>.
O trabalho feminino
5Ver HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro: ensaios de teoria política. São Paulo: Loyola,
2002. p. 296.
6 FARIA, Carlos A. Pimenta de. Entre marido e mulher, o Estado mete a colher:
7 KYMLICKA, Will. Filosofia política contemporânea. São Paulo: M. Fontes, 2006. p. 309.
8Cite-se também que o Brasil ratificou a “Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas
de Discriminação contra a Mulher” (1979) e que atualmente vale no Brasil como norma
supralegal sem algumas das reservas que, originalmente, o País havia imposto, conforme o
Decreto 4.377/02. Vale destacar alguns dos artigos da Convenção, que se relacionam
diretamente com o que aqui se discute: arts. 3o a 16. Ver também: Decreto 4.316/2002.
9Tábua completa de mortalidade para o Brasil – 2013 – Breve análise da mortalidade nos
períodos 2012-2013 e 1980-2013. Disponível em:
<ftp://ftp.ibge.gov.br/Tabuas_Completas_de_Mortalidade/Tabuas_Completas_de_Mortalidad
e_2013/notastecnicas.pdf>.
O capital sexual
A representação feminina
10CHANTER, Tina. Gênero: conceitos-chave em filosofia. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 68.
11BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012. p.
40.
número é muito mais entre as mulheres. Nas eleições municipais de 2016, quase 15 mil
candidatas a vereadora não tiveram nenhum voto, o que corresponde a 10% das candidatas;
entre os homens candidatos sem voto o índice foi de 0,6%. JORNAL NACIONAL. Quase 15 mil
candidatas a vereadora não tiveram nenhum voto. 27.10.2016. Disponível em:
<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/10/quase-15-mil-candidatas-
vereadora-nao-tiveram-nenhum-voto.html>; e: ROSSI, Amanda; MAZOTTE, Natália. Partidos
recorrem a candidatas “fantasmas” para preencher cota de 30% para mulheres. Gênero e
Número – Narrativas pela equidade, [s/d]. Disponível em:
<http://www.generonumero.media/partidos-recorrem-candidatas-fantasmas-para-
preencher-cota-de-30-para-mulheres/>.
14 ROSSI; MAZOTTE op. cit.
15 Idem.
16 SABADELL, Ana Lucia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa do
direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013. p. 220.
17 BAHIA, Alexandre Melo Franco. Igualdade: 3 dimensões, 3 desafios. In: CLÈVE, Clèmerson
M.; FREIRE, Alexandre (Org.). Direitos fundamentais e jurisdição constitucional: análise, crítica
e contribuições. São Paulo: RT, 2014. p. 81.
Seguindo tal ideia, pessoas que estão mais “próximas” do grupo têm
pontos de vista mais similares sobre ele do que quem está distante. Isso não
quer dizer que duas pessoas que compartilham uma mesma perspectiva
tenham as mesmas posições, já que cada uma está voltada a diferentes
aspectos que toma como relevantes; contudo, compartilhar a mesma
perspectiva lhes dá uma “afinidade com o modo como a outra descreve o que
experiencia, uma afinidade que as pessoas posicionadas diferentemente não
experienciam”, e, mais à frente, “os indivíduos são mais bem representados
quando os organismos de representação são plurais e quando os indivíduos
18 YOUNG, Iris Marion. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, n. 67, p. 139-
190, 2006.
19 Ibidem, p. 162.
Conclusão
Referências
BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. 11. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2012.
BAHIA, Alexandre Melo Franco. Igualdade: 3 dimensões, 3 desafios. In: CLÈVE, Clèmerson M.;
FREIRE, Alexandre (Org.). Direitos fundamentais e jurisdição constitucional: análise, crítica e
contribuições. São Paulo: RT, 2014.
FARIA, Carlos A. Pimenta de. Entre marido e mulher, O Estado mete a colher: reconfigurando
a divisão do trabalho doméstico na Suécia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 17, n. 48, p.
173-231, fev. 2002.
HABERMAS, Jürgen. A inclusão do outro: ensaios de teoria política. São Paulo: Loyola, 2002.
JORNAL NACIONAL. Quase 15 mil candidatas a vereadora não tiveram nenhum voto.
27.10.2016. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/10/quase-
15-mil-candidatas-vereadora-nao-tiveram-nenhum-voto.html>.
SABADELL, Ana Lucia. Manual de sociologia jurídica: introdução a uma leitura externa do
direito. 6. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2013.
YOUNG, Iris Marion. Representação política, identidade e minorias. Lua Nova, n. 67, p. 139-
190, 2006.
Introdução
* Doutor em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Doutorando
em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Mestre em Direito pela
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Professor e pesquisador no Programa de Pós-
Graduação – Mestrado e Doutorado – e na Graduação em Direito da Universidade de Caxias
do Sul (UCS). Coordenador do Grupo de Pesquisa Metamorfose Jurídica. CV:
<http://lattes.cnpq.br/5863337218571012>. E-mail: Agostinho.koppe@gmail.com
** Mestranda em Direito. Área de Concentração: direito ambiental e sociedade, no Programa
2 GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. Trad. de Raul Fiker. São Paulo: Ed. da
Unesp, 1991. p. 11.
3 Na citada obra, na p. 14, Giddens menciona como exemplos dessa descontinuidade a
transição entre sociedades tribais e a emergência de estados agrários, os quais não são
objeto de seu interesse, o que permite notar que seu interesse está voltado aos modos de
vida que a modernidade produziu desvencilhados dos tipos tradicionais.
4 Ibid., p. 13.
5 BECK, Ulrich. Sociedade de risco. São Paulo: Editora 34, 2011. Na visão exposta por Beck, na
11 LIPOVETSKY, op. cit., p. 27. O autor relata a produção: “No fim dos anos 1880, nos Estados
Unidos, uma máquina já podia fabricar 120 mil cigarros por dia: trinta dessas máquinas
bastavam para saturar o mercado nacional. Máquinas automáticas permitiam que 75
operários produzissem todos os dias 2 milhões de caixas de fósforos. A Procter&Gamble
fabricava 200 mil sabonetes Yvoy por dia. Máquinas desse tipo apareciam igualmente na
produção do material de limpeza, dos cereais matinais, dos rolos fotográficos, das sopas, do
leite e outros produtos embalados. Assim, as técnicas de fabricação com processo contínuo
permitiriam produzir em enormes séries mercadorias padronizadas que, embaladas em
pequenas quantidades e com nome de marca, puderam ser distribuídas em escala nacional, a
preço unitário muito baixo. A expansão da produção em grande escala é também estimulada
pela reestruturação das fábricas em função dos princípios da ‘organização científica do
trabalho’. Foi no setor do automóvel que estes receberam sua aplicação mais ampla. Graças à
linha de montagem móvel, o tempo de trabalho necessário à montagem de um chassi do
modelo T da Ford passou de doze horas e 28 minutos, em 1910, para uma hora e 33 minutos,
em 1914.”
12 Ibidem., p. 28.
13 Idem.
14 Ibidem, p. 32.
15 HORN, Luiz F. D. R.; VERGANI, Vanessa. O consumismo como o lado perverso do consumo:
principais malefícios àsociedade contemporânea. In: PEREIRA, Agostinho Oli Koppe; HORN,
Luiz Fernando Del Rio. Relações de consumo: consumismo. Caxias do Sul, RS: Educs, 2010. p.
142.
16 Ibidem, p. 142.
17 Há que se considerar a diferença entre consumo e consumismo. O primeiro compreende as
necessidades básicas vitais. O segundo, as necessidades criadas, aquisições de bens
supérfluos na qualidade vital.
18 PEREIRA, Agostinho Oli Koppe; CALGARO, Cleide (Org.). Direito ambiental e biodireito: da
20 BARBOSA, Lívia; CAMPBELL, Colin (Org.). Cultura, consumo e identidade. Rio de Janeiro: Ed.
da FGV, 2006. p. 34.
21 LIPOVETSKY, op. cit., p. 41.
22 Ibidem, p. 41-42.
23 Ibidem, p. 105. Complementa o autor que objetos, tais como: “a secretária eletrônica, o
24 CARTA ENCÍCLICA. LAUDATO SI’. DO SANTO PADRE FRANCISCO. Sobre o cuidado da casa
comum. Disponível em:
<http://www.pucsp.br/sites/default/files/download/editais/texto_integral_enciclica_laudat
o_si.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2016.
25 CALGARO, Cleide. Desenvolvimento sustentável e consumo: a busca do equilíbrio entre o
homem e o meio ambiente. In: PEREIRA, Agostinho Oli Koppe; HORN, Luiz Fernando Del Rio
(Org.). Relações de consumo: meio ambiente. Caxias do Sul, RS: Educs, 2009. p. 66.
entre outros importantes eventos mundiais acerca das mudanças climáticas, proteção da
camada de ozônio, dos mananciais, das florestas, etc.
28 PEREIRA; CALGARO; GIRON, op. cit., p. 17.
29 Permite observar essa triste realidade, a matéria intitulada “A desigualdade social chega a
<http://www.cartacapital.com.br/revista/873/no-mundo-de-os-miseraveis-5584.html>.
Acesso em: 20 jul. 2016.
30 CARTA ENCÍCLICA, op. cit., p. 20.
31 Ibidem, p. 20.
32 Acerca da degradação oriunda da exploração de minério, diversos pequenos acidentes já
foram registrados, mas não se pode deixar de citar aqui a tragédia ocorrida em Mariana,
Minas Gerais, em novembro de 2015, descrita como uma das maiores tragédias ambientais
na atualidade. Dados sobre a catástrofe estão descritos em EL PAÍS. Tsunami de lama tóxica, o
maior desastre ambiental do Brasil Barragem de mineradora faz estragos no rio Doce e põe em
risco todo um ecossistema. Disponível em:
<http://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/30/politica/1451479172_ 309602.html>. Acesso
em: 20 jul. 2016.
Estes são apenas modelos dos desafios atuais e, diante desse cenário,
reforça-se a necessidade de reduzir o consumo, de fazer reuso do que for
33 Trata-se do projeto de Lei 4.148, de 2008, de autoria do Deputado Heinze, que tramita
como PLC 34/2015. O projeto aguarda votação no Senado, conforme informa o Instituto
Brasileiro de Defesa do Consumidor. Disponível em: <http://www.idec.org.br>.
34 De acordo com matéria disponibilizada no site do Planalto (Governo Federal), intitulada
alimentos, producción agrícola y seguridad alimentaria. In: PEREIRA, Agostinho O. K.; HORN,
Luiz. F. D. R. (Org.). Relações de consumo: políticas públicas. Caxias do Sul, RS: Plenum, 2015.
p. 232.
que pretende, até 2020, atingir a meta de 100% de agricultura orgânica na produção de
alimentos. Dinamarca: o primeiro país que, por lei, só terá agricultura orgânica, conforme
notícia veiculada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Disponível em:
<http://www.idec.org.br/em-acao/noticia-do-consumidor/dinamarca-o-primeiro-pais-que-
por-lei-so-tera-agricultura-organica>. Acesso em: 24 jun. 2016.
39 Aqui reside grande celeuma envolvendo o risco, pois parte da comunidade científica já
40 DOUGLAS, Mary; WILDAVSKY, Aaron B. Risco e cultura: um ensaio sobre a seleção de riscos
tecnológicos e ambientais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. p. 1.
41 Ibidem, p. 5.
42 BECK, Ulrich. Sociedade de risco. São Paulo: Editora 34, 2011. p. 15.
43 Idem.
44 Ibidem, p. 44.
45 Idem.
46 Eichmann foi responsável pela deportação de centenas de milhares de judeus para campos
de concentração, encaminhados para execução durante a Segunda Guerra Mundial.
47 ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989. p. 527.
48ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém. Trad. de José Rubens Siqueira. São Paulo:
In: PEREIRA, Agostinho Oli Koppe; CALGARO, Cleide (Org.). Direito ambiental e biodireito: da
modernidade à pós-modernidade. Caxias do Sul, RS: Educs, 2008. p. 232.
54 Ibidem, p. 234.
59 Ibidem, p. 68
60 HANNIGAN, Jonh A. Sociologia ambiental: a formação de uma perspectiva social. Lisboa:
Instituto Piaget, 1995. p. 85.
61 HANNIGAN, op. cit., p. 85.
62 HANNIGAN, op. cit., p. 86.
67 LEFF, Enrique. Epistemologia ambiental. Trad. de Sandra Valenzuela. São Paulo: Cortez
2001. p. 61.
68 SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia de Bolso, 2010. p.
204.
69 SEN, op. cit., p. 149.
70 SEN, op. cit., p. 207.
71 Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
Conclusões
Referências
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 1989.
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SEN, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Companhia de Bolso, 2010.
Introdução
distinguem um grupo social; forma ou etapa evolutiva das tradições e valores intelectuais,
morais, espirituais (de um lugar ou período específico); civilização. (Dicionário Houaiss,
2009).
3 No sentido da existência da preocupação apenas com o eu; a predominância do desejo
4 Entende-se por valores verdadeiros o conjunto de atributos da virtude (notas de rodapé ns.
7 e 10) e a excelência do homem (nota de rodapé n. 8-B).
5 A virtude de um homem é o que o faz humano, ou antes, é o poder específico que tem o
homem de afirmar sua excelência própria, isto é, sua humanidade (no sentido normativo da
palavra). (COMTE-SPONVILLE, 1999).
6 A) Quanto ao bem, ele só existe na pluralidade irredutível das boas ações, que excedem
todos os livros, e das boas disposições, também elas plurais, mas sem dúvida menos
numerosas, que a tradição designa pelo nome de virtudes, isto é (este é o sentido em grego
O contexto atual
7 A virtude é toda e qualquer boa atitude, mas nessa linha de definição ampla, o
entendimento e a direção do que se deseja conceituar sobre virtude, é no sentido de que ela é
uma palavra que guarda o sentimento de coisas boas e do que há de mais valor na acepção
pura e simples da palavra, ou seja, sem mancha ou nódoa; imaculado, limpo. Puro, do latim
Purus, no Dicionário Houaiss, 2009 diz ser algo que transmite paz, enlevo, sublimidade;
tranquilo, suave, mavios. Nota do autor.
8 ZHOU, Kuijie (Org.). Confúcio: aprendendo a viver com Confúcio: como o sábio chinês ajuda a
9 Ideias – como, por exemplo, a de que os fins justificam os meios, salvo se os fins sejam
éticos, o que pressupõe que os meios também o sejam, o que anula a afirmativa por si
própria.
10 Em média, entre 1993 a 2005, pelo menos um bancário cometeu suicídio a cada 20 dias,
estimando-se uma ocorrência diária de tentativa (não consumada) durante todo o período,
conforme comprovou Marcelo Augusto Finazzi Santos, 2009 – Dissertação – Patologia da
solidão, Universidade de Brasília.
Suicídio mata mais que violência urbana e guerras, diz OMS: Quase 1 milhão de pessoas
põem fim à própria vida todos os anos, mais do que as pessoas que morrem em assassinatos
ou vítimas de guerra. Dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) mostram que ocorre
um suicídio em alguma parte do planeta a cada 40 segundos. As estatísticas são mais altas
nos países bálticos e na Europa Oriental, onde cerca de 40 pessoas a cada 100 mil se matam a
cada ano. “Suicídio é um importante problema de saúde pública e representa 1,5% do custo
total das doenças para a sociedade”, disse José Bertolote, especialista em saúde mental da
OMS. A maioria dos suicídios é praticada por homens, mas as mulheres tentam mais tirar a
própria vida. Estima-se que de 10 milhões a 20 milhões de pessoas tentem suicídio a cada
ano. A região com menor incidência de suicídios é a América Latina. Segundo dados da OMS,
a incidência de suicídios no Brasil, em 1995, foi de 6,6 por 100 mil entre homens e 1,8 em
cada 100 mil no caso das mulheres. Disponível em: <
http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u35062.shtml>. Acesso em: 26 maio 2010.
Cerca de 780 mil. E o número não para de crescer – a taxa de suicídios cresceu 60% nos
últimos 50 anos. Até o fim de 2007, a média de suicídios ao redor do planeta pode chegar à
incrível marca de uma morte a cada 30 segundos. E pior: estima-se que, para cada pessoa
que comete suicídio, existem pelo menos outras 20 que tentaram, mas não conseguiram
consumar o ato. Esses números levaram a Organização Mundial da Saúde a criar diversas
ações, como o dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, que acontece em 10 de setembro. O
objetivo é conscientizar pessoas e governos sobre a importância do tratamento de doenças
mentais e problemas psicológicos. Apesar de a maioria dos suicidas pertencer à faixa etária
acima dos 60 anos, é na faixa de 15 a 34 que os números mais impressionam, figurando como
a terceira maior causa de mortes. Entre as principais causas que levam uma pessoa a acabar
com a própria vida estão problemas como depressão, abuso de drogas e situações temporais
que despertam forte carga emocional, como o fim de um relacionamento amoroso ou a perda
de um emprego. No Brasil, o número de suicídios é bem menor do que a média mundial, mas
ainda assim o número não pode ser desprezado: dados do Ministério da Saúde relativos a
2002 contabilizam 7.719 suicídios durante os 12 meses do ano. Número aparentemente alto,
mas pequeno quando comparado aos “campeões”, como os Estados Unidos, onde cerca de 32
mil pessoas se suicidam por ano. Disponível em: <http://bit.ly/afNyd8>. Acesso em: 27 maio
2010.
Número de suicídios aumenta no Brasil: No resultado da pesquisa com os registros de
suicídios entre 1994 e 2004, soaram como alarmantes o crescimento de 3,4 para 4,5 mortes
por 100 mil habitantes no período, além dos 25 suicídios por 100 mil habitantes registrados
entre a população com mais de 60 anos. Entre os estados, o Rio Grande do Sul é o que tem a
maior taxa, 9,88 para 100 mil. O Paraná aparece na sexta posição deste ranking, mas Curitiba
é a terceira capital em que mais ocorreram suicídios de mulheres em 2004. Disponível em:
<http://bit.ly/bBzJz3>. Acesso em: 27 maio 2010.
11 Rio de Janeiro, IBGE, v. 7, 2001.
Fonte: Projeção gráfica da evolução das empresas, em relação aos consumidores realizada
pelo autor.
Não se tem os dados atuais, mas o Brasil deve ter alcançado, em 2015,
uma empresa para cada 24 habitantes, segundo pesquisa realizada pelo
Sebrae/SP, ou muito próximo disso. De acordo com o estudo, a previsão é que
Nota: Os dados de 2010 e 2015 são estimativas com base em expansão de 5,1% a.a. no total
de MPEs.
Fonte: Elaboração Observatório das MPEs, a partir da RAIS e projeções populacionais do
IBGE.
12 A Oxford Committee for Famine Relief (Comitê de Oxford de Combate à Fome) – Oxfam
International é uma confederação de 17 organizações e mais de 3.000 parceiros, que atua em
mais de 100 países, na busca de soluções para o problema da pobreza e da injustiça, através
de campanhas, programas de desenvolvimento e ações emergenciais.
13 Disponível em: <https://www.oxfam.org.br/noticias/8-homens-tem-mesma-riqueza-
quemetade-
mais-pobre-do-mundo>. Acesso em: 19 jan. 2017.
14 Segundo o dicionário Abbarnano, 2007, p. 1003, este termo designa uma capacidade
qualquer ou excelência, seja qual for a coisa ou o ser a que pertença. Seus significados
específicos podem ser reduzidos a três: 1º capacidade ou potência em geral; 2º capacidade
ou potência do homem; 3º capacidade ou potência moral do homem.
15 MARTINS, 2004a, p. 85.
16 VYGOTSKI, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo, Martins Fontes, 1991. p. 101.
Conclusões
17 Aqui não há nenhuma afirmativa de que o comportamento será mais polido, que conterá
uma dose maior de virtude. Apenas há uma dedução óbvia sobre os fatos e dados de que
alguma mudança ocorrerá.
Referências
MARTINS, L. M.; ALMEIDA, L. (Org.). Henri Wallon: psicologia e educação. São Paulo: Loyola,
2000.
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2002.
ZHOU, Kuijie (Org.). Confúcio: aprendendo a viver com Confúcio: como o sábio chinês ajuda a
enfrentar os desafios da vida moderna. Rio de Janeiro: Agir, 2009.
18 Segundo Kant, “a felicidade é a ideia de um estado de pleno gozo ao qual o homem quer se
adequar tornando esta ideia objetiva sob condições empíricas”. (SOUZA, 2009).
19 O autodomínio e a liberdade são as bases para se atingir a virtude. Para ele, o ser humano é
Cristiane Velasque*
Diego Coimbra**
Introdução
3 CARVALHO, Isabel et al. (Coord.). Conflitos sociais e meio ambiente. Rio de Janeiro: Ibase,
1995. p. 7.
4 LITTLE, Paul E. Os conflitos socioambientais: um campo de estudo e de ação política. In:
9 WIBERG, Håkan. Investigação para a paz: passado, presente e futuro. Revista Crítica de
Ciências Sociais, p. 21-42, 2005.
10 NAÇÕES UNIDAS (1998). Resolution A/RES/52/13: Culture of Peace. Disponível em:
12 LIMA, Fernanda; VAZ, Vânia. Mediação: o caminho para a disseminação de uma cultura de
paz. Disponível em: <https://aplicacao.mpmg.mp.br>. Acesso em: 16 jan. 2017.
13 CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido
Rangel. Teoria geral do processo. 19. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2003. p. 25.
Gina Rizpah Besen; ilust. de Libero Malavoglia. São Paulo: 5 Elementos, 2012. p. 32.
15 MORAIS; SPENGLER, op., cit., p. 135.
16 TARTUCE, Fernanda. Mediação nos conflitos civis. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p.
173.
17 Lei 13.105/2015, art. 165, §3º.
20 SANTOS, Ricardo Goretti. Manual de mediação de conflitos. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2012. p. 154.
21 MIRANDA NETTO, Fernando Gama de; SOARES, Irineu Carvalho de Oliveira. Princípios
procedimentais da mediação no novo Código de Processo Civil. In: _____. A mediação no novo
código de processo civil. Rio de Janeiro: Forense, 2015. p. 113.
22 HABERMAS, Jürgen. Teoria do agir comunicativo: racionalidade da ação e racionalidade
social. Trad. de Paulo Astor Soethe. São Paulo. WMF M. Fontes, 2012. v. I.
jurisdicionais de urgência no novo CPC. In: MIRANDA NETTO, Fernando Gama de; SOARES,
Irineu Carvalho de Oliveira. A mediação no novo código de processo. Rio de Janeiro: Forense,
2015. p. 255.
25 TARTUCE, op. cit., p. 211.
A crise ecológica é uma crise ética, cultural de valores; assim “[...] não
podemos iludir-nos de sanar a nossa relação com a natureza e o meio
ambiente, sem curar todas as relações humanas fundamentais”.31 Desta
forma, é necessário o restabelecimento do vínculo do homem em relação à
natureza, mas também do homem com o próprio homem.
É imprescindível a tomada de consciência global da crise ambiental
contemporânea, sob pena de se esgotarem os recursos naturais. Nesse
aspecto, Leite32 explica: “somente com a mudança para a responsabilização
solidária e participativa dos Estados e dos cidadãos, com os ideais de
preservação ecológica, é que será possível encontrar solução para a crise
ambiental”.
A mediação, portanto, é um mecanismo que visa – por meio do diálogo –
restabelecer, além da relação do homem com a natureza, a relação do homem
com o ser humano. E mais, serve de auxílio na superação da crise
socioambiental (não apenas ambiental, mas também social),33 até porque o
29 Ibidem, p. 226.
30 GRANJA, op. cit., p. 52.
31 FRANCISCO, Papa. Carta encíclica Laudato Si’: sobre o cuidado da casa comum. Brasília:
Gomes; LEITE, José Rubens Morato (Org.). Direito Constitucional Ambiental brasileiro. 4. ed.
rev. Rio de Janeiro: Saraiva, 2011. p. 181.
33 “Não há duas crises separadas: uma ambiental e outra social; mas uma única e complexa
crise socioambiental. As diretrizes para a solução requerem uma abordagem integral para
37 Idem, p. 152.
38 SANTOS, Ricardo Goretti. Manual de mediação de conflitos. Rio de Janeiro: Lumen Juris,
2012. p. 23.
39 MORAIS; SPENGLER, op. cit., p. 156.
40 SOUZA, Luciane Moessa de. Mediação de conflitos coletivos: a aplicação dos meios
Considerações finais
Referências
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Introdução
Doutora em Filosofia e em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS). Mestra em Direito e em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Atualmente é professora e pesquisadora no Programa de Pós-Graduação – Mestrado e
Doutorado – e na Graduação em Direito, da Universidade de Caxias do Sul. Pesquisadora do
Grupo de Pesquisa Metamorfose Jurídica. CV: http://lattes.cnpq.br/8547639191475261. E-
mail: ccalgaro1@hotmail.com
*** Bacharel em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS). Integrante do Grupo de
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em: 10 fev. 2017.
4 MILARÉ, Édis. Direito do ambiente. 9. ed., rev., atual. e ampl. São Paulo: RT, 2014. p. 224.
5 MACHADO, Paulo Affonso Leme. Recursos hídricos: direito brasileiro e internacional. São
6ANTUNES. Paulo de Bessa. Direito ambiental. 5. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2001. p. 48.
7 IRIGARAY, Carlos Teodoro Hugueney. Água: um direito fundamental ou uma mercadoria?
In: BENJAMIN, Antônio Herman (Org.). Congresso Internacional de Direito Ambiental: direito,
água e vida. São Paulo: Imprensa Oficial, 2003. p. 398. v. 1.
11 DESPLANCQUES, Sophie. Egito antigo. Trad. de Paulo Neves. Porto Alegre: L&PM, 2009. p.
5.
12 ALMEIDA, Lutiane Queiroz de. Vulnerabilidades socioambientais de rios urbanos. 2010. 311
13 ERLICH, Haggai; CASCÃO, Ana Elisa. O conflito do Nilo. Lisboa: Instituto Marquês de Valle
Flôr, 2013. p. 8.
14 VAINER, Carlos. B. Grandes projetos hidrelétricos e desenvolvimento Regional. Rio de
17 PERRY, Tom; MACDONALD, Alastair. Retórica belicosa do Egito esquenta debate sobre
barragem etíope no Nilo. Portal R7. 10 jul. 2013. Disponível em:
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barragem-etiope-no-nilo-10062013>. Acesso em: 10 fev. 2017.
18 MENDES, Noeli Aparecida Serafim. As usinas hidrelétricas e seus impactos: os aspectos
<http://www.dn.pt/globo/interior/etiopia-emite-divida-mas-avisa-que-ha-risco-de-guerra-
tensao-politica-e-fome-4280890.html>. Acesso em: 10 fev. 2017.
21 MENDES, op. cit., p. 47.
22 FERREIRA, Leonídio Paulo. Não toquem no meu Nilo, grita o Egito aos etíopes. Diário de
Conclusões
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6., 2012, Belém/PA – Brasil. Anais... Belém – PA, 2012. Disponível em: <http://www.
anppas.org.br/encontro6/anais/ARQUIVOS/GT15-144-522-20120628212658.pdf>. Acesso
em: 10 fev. 2017.
Introdução
4 MARIN, Jeferson Dytz; LUNELLI, Carlos Alberto. Processo ambiental, efetividade e as tutelas
de urgência. Veredas do Direito: Direito Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, [S.l.], v. 7, n.
13/14, ago. 2011. ISSN 21798699. Disponível em:
<http://www.domhelder.edu.br/revista/index.php/veredas/article/view/17>. Acesso em: 4
jul. 2016.
5 AGUIAR, Roberto Armando Ramos de. Direito do meio ambiente e participação popular.
existencial e os elementos que o constituem como padrão mínimo para uma existência digna.
“Dignidade da pessoa humana expressa um conjunto de valores civilizatórios incorporados
ao patrimônio da humanidade. O conteúdo jurídico do princípio vem associado aos direitos
fundamentais, envolvendo aspectos de direitos individuas, políticos e sociais. Seu núcleo
material elementar é composto do mínimo existencial, locução que identifica o conjunto de
bens e utilidades básicas para a subsistência física e indispensável ao desfrute da própria
liberdade. Aquém daquele patamar, ainda quando haja sobrevivência, não há dignidade. O
elenco de prestações que compõe o mínimo existencial comporta variação conforme a visão
subjetiva de quem o elabore, mas parece haver razoável consenso de que inclui: renda
mínima, saúde básica e educação fundamental. Há ainda, um elemento instrumental, que é o
acesso à justiça, indispensável para a exigibilidade e efetivação dos direitos”. BARROSO, Luís
Roberto. Fundamentos teóricos e filosóficos do novo direito constitucional brasileiro: Pós-
modernidade, teoria crítica e pós-positivismo. Revista do Ministério Público do Estado do Rio
Grande do Sul, Porto Alegre: Metrópole, n. 46, p. 59, 2002.
8 HESSE, Konrad. A força normativa da constituição. Trad. de Gilmar Ferreira Mendes. Porto
Alegre: S. Antônio Fabris, 1991. p. 24.
9 CANOTILHO, José Joaquim Gomes; LEITE, José Rubens Morato. Direito constitucional
13 NUSDEO, Fábio. Curso de economia: introdução ao direito econômico. 3. ed. São Paulo: RT,
2001. p. 158.
14 LEAL, op. cit., p. 94-95.
15 BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo: Saraiva,
2002. p. 264.
16 PRADO, Luiz Regis. A tutela constitucional do ambiente no Brasil. Revista dos Tribunais,
20 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2006. p.
58.
21 JARDIM, Zélia Leocádia da Trindade. Regulamentação da política urbana e garantia do
direito à cidade. In: COUTINHO, Ronaldo; BONIZZATO, Luigi (Coord.). Direito da cidade:
novas concepções sobre as relações jurídicas no espaço social urbano. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2007. p. 99.
22 BRASIL. Constituição de 1988. Arts. 23, 29, 30 e 182.
23 BRASIL. Lei 10.257 do ano de 2001, art. 2º.
Com isso, é notório que para uma eficaz gestão ambiental pelo Poder
Público, é indispensável a participação de toda a população em seu processo,
medida que possibilita ainda que planos e projetos urbanísticos sejam
27 SANTIN, Janaína Rigo; MATTIA, Ricardo Quinto. Direito urbanístico e Estatutos das
Cidades. Revista de Direito Imobiliário, São Paulo: RT, ano 30, n. 63, p. 49, 2007.
28 MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, 2000, op. cit., p. 79.
29 MIRANDA, Sandro Ari Andrade de; MIRANDA, Luciana Leal de Matos de. Democracia e
Constituição brasileira. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 47, n. 186, p. 83-84,
abr./jun. 2010.
do Estatuto da Cidade. Jus Navigandi, Teresina, ano 8, n. 64, 1º abr. 2003. Disponível
em: <http://jus.com.br/artigos/3966>. Acesso em: 27 jul. 2016.
40 DIAS, op. cit., 2010, p. 85.
41 MINER, op. cit., 2003, s/p.
Referências
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Introdução
1 PUREZA, José Manuel. Estudos sobre a paz e cultura da paz. In: ____. Instituto da Defesa
Nacional. Nação e defesa: prevenção de conflitos e cultura da paz. Lisboa: Europress, 2000. p.
36.
2 PELIZZOLI, Marcelo. Paz e conflito: visão sistêmico-fenomenológica. In: PELIZZOLI, Marcelo.
5 VALLE, Victor. Considerações sobre a educação para a paz e segurança humana. In:
MARTINS, José (Org.). Educação para a paz e direitos humanos. Brasília: Presidência da
República, Secretaria-Geral, 2008.
6 VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995. p. 12.
A Ética e o Direito
conduta de cada um. É um comando voltado para a conduta humana”. (DINIZ, Maria Helena.
A ciência jurídica. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. p. 105).
14 SIVIERO, Iltomar. Hannah Arendt: pluralidade e universalidade dos direitos humanos. In:
CARBONARI, Paulo César. Sentido filosófico dos direitos humanos: leituras do pensando
contemporâneo. Passo Fundo: Ifibe, 2006.
Prescreve a alguém um dado dever diante de outrem, mas este dever não
tem por termo correspectivo o direito ou a pretensão ativa do outro. O
imperativo – ama a teu próximo como a ti mesmo – se dirige
unilateralmente a mim e me intima um dever que, adimplido, deriva em
vantagem para meu próximo; mas não é dado ao meu próximo pretender
de mim este amor no sentido de que tal expectativa tenha ingressado em
seu patrimônio e se traduza em direito seu.15
15 PETRONE, Igino. Filosofia del diritto con l’aggiunta di vari saggi su etica, diritto e sociologia.
A cura di Giorgio Del Vecchio. Milano: Giuffrè, 1950. p. 38. Trad. do autor.
16 Convém demonstrar alguns dos artigos que apontam para tal circunstância:
17 BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das obrigações. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1931. p.
25-26.
18 LARENZ, Karl. Metodologia da ciência do direito. 3. ed. Trad. de José Lamego. Lisboa:
19 MARTINS-COSTA, Judith H.; BRANCO, Gerson Luiz Carlos. Diretrizes teóricas do novo código
22 MARTINS-COSTA, Judith H. A reconstrução do direito privado. São Paulo: RT, 2002. p. 118.
23 WEBER, Thadeu. A eticidade hegeliana. Veritas, v. 40, n. 157, p. 1, mar. 1995.
Conclusões
24HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Princípios da filosofia do direito. São Paulo: M. Fontes,
2003.
Referências
BEVILÁQUA, Clóvis. Direito das obrigações. 3. ed. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1931.
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cura di Giorgio Del Vecchio. Milano: Giuffrè, 1950.
PUREZA, José Manuel. Estudos sobre a paz e cultura da paz. In: ____. Instituto da Defesa
Nacional. Nação e defesa: prevenção de conflitos e cultura da paz. Lisboa: Europress, 2000.
SIVIERO, Iltomar. Hannah Arendt: pluralidade e universalidade dos direitos humanos. In:
CARBONARI, Paulo César. Sentido filosófico dos direitos humanos: leituras do pensando
contemporâneo. Passo Fundo: Ifibe, 2006.
VALLE, Victor. Considerações sobre a educação para a paz e segurança humana. In:
MARTINS, José (Org.). Educação para a paz e direitos humanos. Brasília: Presidência da
República, Secretaria-Geral, 2008.
VÁZQUEZ, Adolfo Sánchez. Ética. 15. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
Larissa Comin*
Nivaldo Comin**
Introdução
p. 8.
4 Ibidem, p. 7.
5 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2008. p. 16.
6 MUKAI, Toshio. Direito urbano-ambiental brasileiro. São Paulo: Dialética, 2002. p. 19.
7 RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito urbanístico: fundamentos para a construção
de um plano diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010. p. 37.
8 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 38.
9 RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito urbanístico: fundamentos para a construção
de um plano diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010. p. 69-79.
10 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 38.
11 RECH, Adir Ubaldo. Zoneamento de locais e áreas de interesse turístico: utilização
econômica de preservação ambiental. In: _____. Direito e economia verde: natureza jurídica e
aplicações práticas do pagamento de serviços ambientais, como instrumento de ocupações
sustentáveis. Caxias do Sul: Educs, 2011. p. 60.
14 SILVA, Carlos Henrique Dantas da. Plano diretor: teoria e prática. São Paulo: Saraiva, 2008,
p. 138.
15 RECH. Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito urbanístico: fundamentos para a construção
de um plano diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010. p. 89.
16 Ibidem, p. 98.
17 RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito urbanístico: fundamentos para a construção
de um plano diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010. p. 207-
208.
18 Ibidem, p. 209-212.
19 Ibidem, p. 234.
20 RECH, Adir Ubaldo; RECH, Adivandro. Direito urbanístico: fundamentos para a construção
de um plano diretor sustentável na área urbana e rural. Caxias do Sul: Educs, 2010. p. 264.
21 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 272-
273.
22 SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional. 4. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p.
226-227.
<www.mp.ba.gov.br/atuação/ceama/material/doutrinas/arborização/a_cidade.pdf>. Acesso
em: 18 dez. 2012.
24 SILVA, José Afonso da. Direito urbanístico brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2010. p. 306.
25 DI LORENZO, Wambert Gomes. Teoria de estado e solidariedade: da dignidade da pessoa
humana aos seus princípios corolários. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 68.
26 Ibidem, p. 69.
27 DI LORENZO, Wambert Gomes. Teoria de estado e solidariedade: da dignidade da pessoa
humana aos seus princípios corolários. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. p. 70.
28 Ibidem, p. 71.
29 Ibidem, p. 77.
71.
33 DI LORENZO, Wambert Gomes. Meio ambiente e bem comum: entre um direito e dever
34 DI LORENZO, Wambert Gomes. Meio ambiente e bem comum: entre um direito e dever
Conclusão
Referências
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MEIRELLES, Hely Lopes. Direito de construir: pressupostos urbanísticos estéticos. 7. ed. São
Paulo: Malheiros, 1996.
Introdução
* Trabalho financiado pelo Edital 5/2016 (Projeto FIP 2016/11.173-S2) do FIP/PUC Minas,
resultante dos Grupos de Pesquisas (CNPq): Regulação Ambiental da Atividade Econômica
Sustentável (Rega) e Cedis (FCT-PT).
** Pós-doutor em Direito Público e Educação pela Universidade Nova de Lisboa-Portugal. Pós-
Doutor em Direito Civil e Processual Civil. Doutor em Direito e Mestre em Direito Processual,
pela Universidad de Deusto-Espanha. Mestre em Educação pela PUC Minas. Professor no
Mestrado Acadêmico em Direito Ambiental e Sustentabilidade na Escola Superior Dom
Helder Câmara. Professor Adjunto da PUC Minas e professor titular licenciado na Faculdade
de Direito Arnaldo Janssen. Advogado-sócio no Escritório Raffaele & Federici Advocacia
Associada. Integrante dos grupos de pesquisa: Regulação Ambiental da Atividade Econômica
Sustentável (Rega)/CNPQ-BRA e Centro de Investigação & Desenvolvimento sobre Direito e
Sociedade (Cedis)/FCT-PT. Orcid: <http://orcid.org/0000-0002-4711-5310>. Currículo
Lattes: <http://lattes.cnpq.br/1638327245727283>. E-mail: federici@pucminas.br
*** Mestrando em Direito Ambiental pela Escola Superior Dom Helder Câmara. Advogado.
A polícia sanitária
1 SARUBBI, Ary; REZENDE, Afonso Celso F. Sistema prisional na Europa: modelo para o
Brasil? Campinas: Peritas, 1997.
2 BANDEIRA DE MELLO, Celso Antônio. Curso de direito administrativo. 21. ed. São Paulo:
3 BRASIL. Lei 5.172, de 25 out. 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário Nacional e institui
normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, estados e municípios. Diário Oficial da
União, Brasília, 31 out. 1966, art. 78.
4 CRETELLA JÚNIOR, José. Curso de direito administrativo. 16. ed. Rio de Janeiro: Revista
Art. 6º, § 1º, da Lei 8.080/1990. [...] § 1º. Entende-se por vigilância
sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir
riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do
meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de
serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I – o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se
relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da
produção ao consumo; e
II – o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.7
8 SANTA CATARINA. Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina: noções básicas sobre
vigilância sanitária, 2016. Disponível em:
<http://portalses.saude.sc.gov.br/arquivos/sala_de_leitura/saude_e_cidadania/ed_08/02_0
1.html>. Acesso em: 3 out. 2016.
9 CRETELLA JUNIOR, op. cit.
10 Art. 225 da CR/1988. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações (BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Diário Oficial da
União, Brasília, 5 out. 1988).
11 SILVA, Fábio Márcio Piló. A realidade do meio ambiente carcerário: uma análise da
16 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. STF admite execução da pena após condenação em
18 BRASIL tem quarta população mundial do mundo. Uol Notícias, Brasília, 23 jun. 2015.
Internet.
19 SOUZA, Felipe. Relatório aponta violência policial e superlotação em presídios no Brasil.
2014b. Internet.
A violência
Além da superlotação, a violência no sistema prisional é outra causa da
inefetividade da polícia sanitária no meio ambiente carcerário. Nesse sentido,
a ONG Human Rights Watch aponta que a violência nos presídios tem
repercussão em toda sociedade. Por isso, César Munoz, pesquisador da
entidade, assevera que “as prisões são um foco de insegurança do lado de
fora”.23
São constatados vários tipos de violência dentro dos presídios, dentre
elas a violência física, a violência sexual, a violência moral. Nesse sentido, são
corriqueiramente divulgadas ondas de violência em estabelecimentos
prisionais, tal como a ocorrida no Complexo de Pedrinhas em São Luís
(Estado do Maranhão) que, inclusive, teve grande repercussão internacional.
Na ocasião, a então ministra da Secretaria de Direitos Humanos da
presidência da república, Maria do Rosário, emitiu nota, juntamente com a
ministra da Secretaria de Políticas para as mulheres da Presidência da
República, Eleonora Menicucci, em que se condenava a violência sexual
contra as mulheres e se postulava a condenação severa para os autores de
violações de mulheres e de meninas em presídios masculinos.24
Já em 22/9/2015, a onda de rebeliões no Complexo Prisional do
Curado, em Recife, resultou na solicitação de informações pela Corte
Interamericana de Direitos Humanos sobre a situação do referido
complexo.25
sociedade, alerta ONG. Empresa Brasileira de Comunicação, Brasília, 20 out. 2015. Internet.
24 BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. CNJ e ministra Maria do Rosário discutem onda de
26 CIDH alerta sobre violência nos presídios do Ceará. Zero Hora, Brasília, 16 jun. 2016.
Internet.
27 PRESÍDIOS brasileiros têm “códigos penais” criados pelos próprios presos. O Globo,
30 Idem.
31 Idem.
32 D’URSO, Luiz Flávio Filizzola. Violência e o sistema prisional. Migalhas, Brasília, 11 fev.
2014. Internet.
33 BRASIL. Lei 7.210, de 11 jul. 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Diário Oficial da União,
Brasília, 13 jul. 1984, art. 11.
34 BRASIL. Lei 7.210, de 11 jul. 1984. Institui a Lei de Execução Penal, 1984, art. 14.
Além disso, foi lançado pelo CNJ, em junho de 2016, o programa “Saúde
prisional”. Na ocasião, o então presidente do CNJ e do STF, ministro Ricardo
Lewandowski, mencionou que,
em um sistema superlotado com 600 mil pessoas, é claro que a higidez
física é extremamente precária e a situação de saúde é calamitosa, com
elevados índices de tuberculose, Aids e doenças sexualmente
transmissíveis que acabam refletindo na própria sociedade em função de
visitas intimas de familiares.37
Propostas de soluções
básica aos presos. Conselho Nacional de Justiça, Brasília. 28 jun. 2016b, internet.
38 SILVA, Fábio Márcio Piló; GOMES, Magno Federici. Meio ambiente carcerário,
franquia, terceirização, parceria público-privada e outras formas. 8. ed. São Paulo: Atlas,
2011. p. 143.
41 Ibidem, p. 143-144.
42 MINAS GERAIS. Lei Estadual 14.868, de 16 dez. 2003. Diário do Executivo, Belo Horizonte,
45 OTTOBONI, Mário. Vamos matar o criminoso?: método APAC. São Paulo: Paulinas, 2004. p.
29.
46 Idem.
47 SARUBBI, Ary; REZENDE, Afonso Celso F. Sistema prisional na Europa, 1997, p. 11-12.
48 OTTOBONI, op. cit.
49 APAC se destaca por trabalho de assistência a condenados em MG. Globo, Minas Gerais, 1º
Celas individuais
Por fim, as celas individuais representam outra proposta de solução
para a ineficácia da polícia sanitária no meio ambiente carcerário, sendo que,
no plano normativo, a Lei 7.210/1984, que regula a Execução Penal no Brasil,
prevê celas individuais para os presos. Nesse sentido, o art. 88 dispõe, no
capítulo, que trata da penitenciária, que:
Considerações finais
54HESPANHOL, Cibelih. Prisões suecas: aqui se reabilitam seres humanos. Outras palavras,
São Paulo, 8 jan. 2014. Internet.
APAC se destaca por trabalho de assistência a condenados em MG. Globo, Minas Gerais, 1º
jan. 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2015/01/apac-se-
destaca-por-trabalho-de-assistencia-condenados-em-mg.html>. Acesso em: 9 out. 2016.
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básica aos presos. Conselho Nacional de Justiça, Brasília. 28 jun. 2016b. Disponível em:
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STAFFEN, Márcio Ricardo; SANTOS, Rafael Padilha dos. O fundamento cultural da dignidade
da pessoa humana e sua convergência para o paradigma da sustentabilidade. Veredas do
Direito, Belo Horizonte, v. 13, n. 26, p. 263-288, maio/ago. 2016.
Mateus Salvadori*
Gabriel Guilherme Frigo**
Introdução
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2010) e doutorado em Filosofia
pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2014). Atualmente é graduando
em Direito (2012) e professor de Filosofia na Universidade de Caxias do Sul.
** Graduando do curso de Filosofia, na Universidade de Caxias do Sul (UCS). E-mail:
gabrielfrigo@live.com.
Livre-arbítrio e mal
O fato de o livre-arbítrio existir, incontestavelmente, é um bem. O
grande debate, porém, em torno dessa questão é a forma como o homem o
utiliza: ou para o bem, ou para o mal. O autor assinala que, se alguém usar o
livre-arbítrio para pecar cai sobre si o castigo, da parte de Deus.1 Em toda a
sua filosofia, Agostinho defende a superioridade da alma sobre o corpo. A
alma foi criada por Deus para orientar o corpo à prática do bem. Não
obstante, devido à existência do livre-arbítrio, o ser humano que utiliza-o mal
conduz a submissão da alma ao corpo.
O único caminho do perdão, para o pecador, é através da graça divina
que o reconcilia consigo, uma vez que a desigualdade entre Criador e criatura
é imensurável e só o Criador pode salvar/reconciliar a criatura. Todavia, nem
todas as pessoas são dignas de receber a graça, mas somente aquelas que se
colocam no caminho da salvação, isto é, aquelas que buscam a salvação – não
como um troféu; todavia, por amarem o Amor, id est, amarem a Deus.
Agostinho acreditava que o homem, depois do pecado original, foi
1AGOSTINHO. O livre arbítrio. 2. ed. Trad. do original latino com introdução e notas por
Antônio Soares Pinheiro. Braga: Editorial Franciscana Montariol, 1990. p. 79.
2 Ibidem, p. 69.
3 Ibidem, p. 172.
4 Ibidem, p. 80.
Já as ações causadas por ignorância, isto é, sem o uso da razão, não são
consideradas, propriamente, pecados;, todavia, devem ser consideradas
objetos de correção. São também merecedores de improvação os atos
praticados inevitavelmente, quando o homem quer proceder bem e não pode,
não consegue, ou ainda é impedido. “Para toda alma que peca são punitivos
estes dois fatores, a ignorância e a penosidade. Por efeito da ignorância, a
alma é rebaixada pelo erro; por efeito da penosidade, é atormentada pelo
sofrimento”.6
Deus criou o homem bom e dotado de liberdade; contudo, além de
mostrar a sua bondade teve que mostrar a sua justiça punindo-o – quando
usou, o homem, a sua liberdade para ações más –, e a sua misericórdia
salvando-o. Os que pecam deveriam bater na porta da misericórdia de Deus.7
Não há dúvida de que o agir reto desenvolve-se na aproximação de Deus e
também que é unicamente através do livre-arbítrio que temos a condição de
possibilidade para pecarmos ou não pecarmos. É por ele que escolhemos
entre ações moralmente boas, o inversamente, ações moralmente más.
Assim:
5 Ibidem, p. 215.
6 Ibidem, p. 233.
7 Ibidem, p. 170.
8 Ibidem, p. 224.
9 Ibidem, p. 163.
10 Ibidem, p. 167.
11 Ibidem, p. 53.
12 Ibidem, p. 24.
13 Ibidem, p. 28.
Para Agostinho, se a lei não for justa, ela não é moralmente aceitável. As
leis que se promulgam para governar a sociedade civil permitem e deixam
impunes muitos atos que, todavia, serão julgados, posterioremente, pela
Providência divina. Dessa maneira, fica claro que o objetivo último de nosso
querer deve ser o próprio Deus. O mestre do Ocidente destaca que há dois
tipos de lei: a temporânea e a eterna. A temporânea é a lei que, embora justa,
pode legitimamente ser mudada ao longo do tempo. Já a lei eterna, à qual se
deve sempre obedecer, é a razão pela qual os bons merecem a vida venturosa
– beata vita – e os maus, a infortunada. “Sobre a lei temporânea, só é justo e
legítimo o que os homens para si tenham feito derivar da lei eterna”.16 O
autor é claro ao ressaltar que a causa do mal é a criatura. Portanto, percebe-
se que a lei temporânea, ou, como contemporaneamente chamamos de
positiva, é/deve ser uma participação na lei eterna, para que seja justa, uma
vez que aquela não deve negar nem contradizer esta, entrementes, em última
instância, deve afirmá-la. Segundo suas palavras:
A alma, deleitando-se com seu próprio poder, resvala do bem universal
para o seu interesse particular. A culpa é do orgulho que ama as divisões.
Soberba essa denominada início do pecado. Com efeito, se a alma
seguisse a Deus como governador da criatura, suas leis divinas poderiam
governá-la com sabedoria. Mas ela, desejando mais do que o universo,
quis submeter o mundo às suas leis particulares. E assim, ao ambicionar
muito, diminuiu-se. Por isso, se diz que a avareza é a raiz de todos os
males. Tudo o que o orgulho pretende fazer, levado pelo seu próprio
14 Ibidem, p. 32.
15 Ibidem, p. 33.
16 Ibidem, p. 40.
Observa, ainda, que não podemos nos deixar manipular pelos bens inferiores,
mas visar, apenas, os que nos levam a Deus. Assim, destaca que
o ouro, a prata, os corpos belos e todas as coisas são dotadas dum certo
atrativo. A vida neste mundo seduz por causa duma certa medida de
beleza que lhe é própria, e da harmonia que tem com todas as
formosuras da vida terrena. Por isso, comete-se o pecado, porque pela
propensão imoderada para os bens inferiores, embora sejam bons, se
abandonam outros melhores e mais elevados, ou seja, a Vós, meu Deus, à
vossa verdade e à vossa lei.18
20 Ibidem, p. 61.
21 Ibidem, p. 62.
22 Ibidem, p. 64.
23 Ibidem, p 56.
24 Ibidem, p. 117.
25 Ibidem, p. 121.
26 Ibidem, p. 68.
27 Ibidem, p. 72.
28 Ibidem, p. 135.
29 Ibidem, p. 144.
30 Ibidem, p. 52.
Agostinho ensina que o homem deve purificar a mente pela fé, abster-se
cada dia mais de pecar e orar com as lamentações dos santos desejos. “A Deus
devemos render, em todo tempo, nossos louvores e bendizê-lo, sem que haja
palavra alguma capaz de dá-lo a conhecer. Tenho muita consciência não só da
minha boa vontade, mas também de minha fraqueza.”38 Diz ainda que Deus se
irrita contra os maus e é amável com os bons. “A luz incomoda os olhos
doentios, mas é agradável aos sãos.”39 Assim, é proeminente para o homem
aderir a Deus, já que ele reprova todo aquele que dele se afasta.
Fica notório, nas suas obras, a importância de amar a Deus com todo o
nosso coração, com toda a nossa alma e com toda a nossa mente, e amar ao
próximo como a nós mesmos. Porém, o homem segue pecando e afastando-se
de Deus, exatamente por causa da sua condição humana que tende, muitas
vezes, por ser imperfeita, a bens inferiores, uma vez que a natureza humana
foi marcada pelo pecado original. Diz ainda:
É pela piedade humilde que se vai até Vós, purificando os nossos maus
hábitos. Por causa dela, mostrai-Vos indulgente para com os pecados
daqueles que os confessam e ouvi os gemidos dos cativos carregados de
ferros. Desse modo, soltai-nos dos grilhões por nós mesmos preparados,
34 Ibidem, p. 284.
35 Ibidem, p. 286.
36 Ibidem, p. 303.
37 Ibidem, p. 304.
38 Ibidem, p. 191.
39 Ibidem, p. 213.
Felicidade e iluminação
O desejo universal da felicidade é doutrina de capital importância em
Agostinho. Fundamentando nela toda a moral, volta a essa temática em
diversas de suas obras. Cícero e Sêneca, que exerceram tanta influência sobre
ele, já haviam abordado essa questão de maneiras variadas. Nem todos
conhecem a felicidade, salienta Agostinho, uma vez que a felicidade última
consiste em amar a Deus, e há os que não desejam amá-Lo. Por isso, há muita
variedade acerca do que é felicidade. Assim, diz ele que “se a felicidade é
gozar dos prazeres do corpo, é feliz quem deles goza; se reside nos bens da
alma, é feliz quem os possui; se em ambos, é feliz quem deles desfruta”.41
São infelizes os que não têm o que desejam ou, então, se o têm, essas
coisas são culposas. Portanto, não é feliz, senão aquele que possui tudo o que
quer e nada quer que seja mal. Bela e profunda definição agostiniana da vida
feliz. Aí estão as duas condições para uma vida feliz: possuir todo o bem
desejado e também ser, na verdade, algo de muito justo. Destaca que:
A fé é imprescindível nesta vida mortal, tão cheia de erros e tribulações.
É impossível encontrar bens, principalmente os que tornam os homens
bons e felizes, se não vierem de Deus para o homem e não aproximarem
o homem de seu Deus. Quando, porém, aquele que permanece bom e fiel
em meio às misérias desta vida, chegar à vida bem-aventurada, então
acontecerá o que agora não é possível de forma alguma, ou seja, o
homem viver como quer. Pois naquela felicidade, nada quererá de mal ou
nada desejará que lhe falte ou não faltará nada do que desejar. Tudo o
que amar estará lá presente e não desejará nada que esteja ausente.
Tudo o que ali existir será bom e o Deus supremo será o supremo Bem, e
ali estará para gozo de todos os que o amam. E eis o que será o maior
grau de felicidade: estará certo de que será assim por toda a
eternidade.42
43 Ibidem, p. 409.
44 Ibidem, p. 410.
45 Ibidem, p. 411.
46 Ibidem, p. 433.
52 Ibidem, p. 299.
53 Tomás compreende que entre os diferentes pode haver diferentes concepções de bem
queridas pelo sujeito particular; contudo, todas devem tender, em última análise, para o
Sumo Bem, que é a suprema felicidade.
54 WULF, Maurizio de. Storia dela filosofia medievale: nuova versione italiana dalla 6ª
edizione francese di Vincenzo Miano (tradutor para o italiano). Firenze: Libreria Editrice
Fiorentina, 1945. p. 162. v. II.
55 Para as referência a obra, De regimine principum ad regem Cypri, usaremos como sigla: R.
distinção tomasiana entre Família, Civitas e Província. Sendo assim, usaremos os conceitos
de Cidade e Província como equivalentes ao termo Estado.
57 R. P., l. I, c. I.
Podemos, assim, concluir que o Estado surge por dois motivos basilares,
que são: 1º) a natureza limitada do ser humano, isto é, não somos
autossuficientes, por isso precisamos de outrem para podermos viver e
sobreviver; 2º) a natureza social e política do ser humano, que nada mais é
do que a condição de possibilidade de nos relacionarmos com o “outro” que é
semelhante ao “eu”, interagindo e relacionando-se, e, dessa maneira,
formando uma comunidade que tem princípios de vida compartilhados, isto
é, comuns. Esta comunidade não é tida como simplesmente a união de
pessoas, mas é, antes de tudo, a união de pessoas tendo por télos a felicidade,
por isso mesmo que é a comunidade perfeita (comunitatis perfectae).
Nessa perspectiva, será perfeita a comunidade que buscar alcançar o
seu télos, que é duplo, id est, a Civitas tem dois fins: o fim próximo (primeiro)
e o fim final (último). Donde resulta que ela pode conduzir o ser humano
tanto ao seu “fim próximo” que é o bonum communis, bem da comunidade,
quanto ao seu “fim último”, que é a contemplatio facis Deo, beatitude. Sendo
assim, resulta claro que o Estado não possui um fim em si mesmo; entretanto,
é imprescindível como auxiliador do ser humano que busca alcançar o seu
télos. O Estado não é dispensável, uma vez que sem ele não há uma plena – ou
o mais próximo disto – realização humana. E a realização humana, da mesma
forma, não pode se dar sem um Estado que conduza as relações humanas de
maneira justa e ordenada. O ser humano tomasiano não é um ser a parte da
realidade, nem um átomo social, mas é alguém que está integrado e deve
buscar viver com seus semelhantes de maneira a que todos tenham
61 R. P., l. I, c. I.
No entanto, em que medida isso faz com que a Civitas seja a Comunitatis
Perfectae? O argumento que segue-se é de dois axiomas que afirmam: 1º) o
todo é mais perfeito que as partes; 2º) o que é imperfeito tende à perfeição.
Então, portanto, se a Civitas se ordenar ao Sumo Bem (na perspectiva do fim
último) e ao bem comum (na perspectiva do fim próximo), será mais perfeita
do que os indivíduos ordenarem-se individualmente ao seu télos. Se,
portanto, o todo ordenar-se ao comum será mais perfeito que as partes
ordenando-se ao individual, e nisto está a perfeição de uma Civitas, que é o
todo dos cidadãos que nela vivem. Destarte, a união em vista de um fim que é
comum será comparada à virtude, porque “a virtude unida é mais eficaz para
realizar o efeito, do que a dispersa ou dividida. Em verdade, muitos
simultaneamente congregados arrastam o que divididamente por partes não
poderia ser arrastado por cada um”.63
Sendo assim, será perfeita a comunidade que se ordenar ao bem comum
de seus membros. Contudo, parece-nos que não podemos chamar de perfeita
a Civitas (Estado), porque, por vezes, ela nem sempre se ordena ao bem
comum, mas, muitas vezes, os seus governantes optam por privilegiar seus
bens (privados). Assim, tal tese não passaria de uma utopia? Nossa resposta,
a partir do aquinate, é negativa. Santo Tomás sabia que o ser humano tem
inclinações egoísticas, sabia, consequentemente, que podemos preferir o
62 LIMA, Alceu Amoroso. Alguns princípios sociais tomistas. A Ordem: Tomás de Aquino. Rio
de Janeiro, v. 71, n. 1, p. 37, abr./jun. 1974.
63 R. P., l. I, c. III.
64 R. P., l. I, c. I.
65 R. P., l. I, c. II.
NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro do. Um mestre no ofício: Tomás de Aquino. São Paulo:
Paulus, 2011. (Coleção: Como ler filosofia). Esta obra introdutória ao pensamento do
aquinate é dividida em duas partes. A primeira é uma breve biografia e contextualização do
filósofo medieval. A segunda apresenta ao leitor a divisão e estruturação da Summa
theologiae, detalhando as partes, as questões, os artigos e dando-nos, inclusive, pistas de
leitura. Para aqueles que se decidirem “aventurar-se” no pensamento tomasiano é uma obra
muito oportuna para um primeiro contato com o aquinate.
67VOEGELIN, Eric. A Idade Média até Tomás de Aquino: história das ideias políticas. Introd. à
edição americana Peter Von Sivers. Trad. de Mendo Castro Henriques. São Paulo: É
Realizações, 2012. p. 260. v. II. (Coleção filosofia atual).
Referências
______. Confissões. Trad. de J. Oliveira Santos, S.J., e de Ambrósio de Pina, S.J. São Paulo: Abril,
1973.
______. O livre arbítrio. 2. ed. Trad. do original latino com introdução e notas por Antônio
Soares Pinheiro. Braga: Editorial Franciscana Montariol, 1990.
NASCIMENTO, Carlos Arthur Ribeiro do. Um mestre no ofício: Tomás de Aquino. São Paulo:
Paulus, 2011. (Coleção como ler filosofia).
TOMÁS DE AQUINO. Suma teológica. Trad. de Alexandre Corrêa. Org. de Rovílio Costa e Luis
Alberto De Boni. 2. ed. Porto Alegre: EST, Sulina; Caxias do Sul: Educs, 1980.
______. Do governo dos príncipes: ao rei de Cipro. Trad. de Arlindo Veiga dos Santos. Prefácio
de Leonardo Van Acker. 2. ed. São Paulo: Editora Anchieta S/A, 1946.
VOEGELIN, Eric. A Idade Média até Tomás de Aquino: história das ideias políticas. Introd. à
edição americana Peter Von Sivers. Trad. de Mendo Castro Henriques. São Paulo: É
Realizações, 2012. v. II. (Coleção filosofia atual).
WULF, Maurizio de. Storia dela filosofia medievale: nuova versione italiana dalla 6ª edizione
francese di Vincenzo Miano (tradutor para o italiano). Firenze: Libreria Editrice Fiorentina,
1945. v. II.
Mauro Gaglietti**
Jaime Roberto Amaral dos Santos***
Considerações iniciais
* O conteúdo deste texto foi apresentado como roteiro de aula e de leituras orientadas à
disciplina de Ecologia Política em 2006 e 2007, no PPG em Direito da URI, em Santo Ângelo,
RS – Brasil, sendo, agora, restruturado neste formato, para constar desta publicação.
** Mauro Gaglietti é professor no Programa de Pós-Graduação em Direito da URI (PPGD –
2Além das fontes citadas anteriormente, destacam-se, para esse caso concreto, as pesquisas
de Michael Ignatieff, 1981, p. 75-105 e de Jacques Ellul, 1969.
3 YOUNG, Davi B. Young. Let us content ourselves with praising the work white drawing the
veil its principles: eighteenth-century reactions to Beccaria’s. On crime and punishment,
Justice Quarterly, v. 1, n. 2, p. 150-169, jun. 1984.
4 SPIERENBURG, P. The spectacle of suffering: executions and the evolution of repression.
8 A palavra “processo” tem origem no latim procedere, “avançar, mover adiante”, de pro, “à
frente”, mais cedere, “ir”. Um processo, em qualquer assunto, implica um conjunto ordenado
de passos no tempo para se chegar a um objetivo. Portanto, é um método considerado
científico.
9 Situação jurídica em que o agente é preso quando está cometendo a infração penal ou acaba
10 GITTLER, Josephine. Expanding the role of the victim in a criminal action: an overview of
issues and problems. 11 PEPP. L. REV. 117, 1984.
11 CHRISTIE, Nils. Crime control as industry: towards GULAGS, Western Style. London:
Routledge, 1995.
12 FOUCAULT, 1996, p. 79-83, define a sociedade contemporânea como “sociedade
disciplinar”.
desviado, buscando corrigi-lo, seguindo uma lógica inclusiva. Já, na sociedade do controle, a
atual, não se fala mais em disciplinar ou educar, mas, sim, em controlar grupos perigosos e
de risco. O controle, portanto, é atuarial e flexível, seguindo a lógica da empresa e o risco.
Consultar, a respeito do tema: (FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: história da violência nas
prisões. 29. ed. Trad. de Raquel Ramalhete. Petrópolis: Vozes, 2004. p. 117-195). Também, do
mesmo autor, A verdade e as formas jurídicas. 2. ed. Trad. de Roberto Cabral de Melo
Machado e Eduardo Jardim Morais. Rio de Janeiro: Nau, 1999. p. 79-126. Igualmente, no trato
da sociedade do controle: (DELEUZE, Gilles. Conversações. Trad. de Peter Pal Pelbart. São
Paulo: 34, 2008. p. 209-226). Ver, de igual sorte, DE GIORGI, Alessandro. El gobierno de la
excedencia: postfordismo y control de la multitud. Trad. de José Ángel Brandariz García e
Hermán Bouvier. Madrid: Traficantes de sueños, 2006. p. 53 e ss. E, no que diz com a noção
da sociedade do controle nos termos da era digital, na qual o lugar e o tempo da punição são
simultâneos e intensos, pois o monitoramento eletrônico ampliou a capacidade do sistema
em controlar um número maior de pessoas, bem como de forma mais intensa, agora no
ambiente doméstico, produzindo conhecimento sobre elas. Consultar: JONES, Richard. Digital
rule: punishment, control and technology. Punishment and Society, London, v. 2, n. 1, janeiro-
2000. p. 5-22.
17 SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. A expansão do direito penal: aspectos da política criminal nas
sociedades pós-industriais. Trad. de Luiz Otavio de Oliveira Rocha. São Paulo: RT, 2002. p. 25.
prisões da miséria. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2001. Na sua abordagem,
Wacquant sinala que a globalização neoliberal imprimida, pioneiramente, pelos EUA e pela
Inglaterra, nos idos dos anos 80, reafirmou a onipotência do Leviatã no domínio restrito da
manutenção da ordem pública. Isso levou à substituição do Estado social pelo Estado-
penitência, tendo se convertido à ideologia do mercado. Em outras palavras, na lição de
Wacquant, o Estado, convertido ao credo mercadológico, relegou a questão da segurança à
dimensão criminal, procurando resolver a pobreza e a exclusão social pelo remédio punitivo, isto
é, penalizando a miséria. (Ver p. 7-75).
20 Ver BUSTOS RAMÍREZ, Juan J; HORMAZÁBEL MALARÉE, Hernán. Lecciones de derecho
penal: parte general. Madrid: Trotta, 2006. p. 22 e ss. Nesse passo, os autores, no trato das
tendências atuais do controle social, falam que o momento atual, de um Direito caraterizado
como Estado neoliberal de pensamento único, pois cada vez se criam mais delitos, com o
consequente aumento da população carcerária, apresenta-se como o único meio de controle
social dotado de eficiência e eficácia.
21 Ver SILVA SÁNCHEZ, Jesús-María. Aproximación al derecho penal contemporáneo. 2. ed.
22 CALLEGARI, André Luís; WERMUTH, Maiquel Ângelo Dezordi. Sistema penal e política
criminal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010. p. 13 e ss. Para os autores, o processo de
expansão do direito penal tem a ver com a globalização e a contemporânea sociedade de
risco, que propiciam o surgimento de um sentimento generalizado de insegurança diante da
imprevisibilidade e da liquidez das relações sociais.
23 Ver FUENTES, Francisco Maldonado. Derecho penal excepcional y delincuencia:
reflexiones sobre la extensión y alcances de los nuevos modelos de legislación penal. In:
COLLAO, Luis Rodríguez (Org.) Delito, pena y proceso: livro homenaje a la memoria del
profesor Tito Solari Peralta. Santiago de Chile: Editorial Jurídica de Chile, 2008. p. 41-96.
24 Consultar, nesse particular, BRANDARIZ GARCÍA, José Ángel. Itinerários de evolución del
sistema penal como mecanismo de control social en las sociedades contemporáneas. In:
FARALDO CABANA, Patricia (Dir.); BRANDARIZ GARCÍA, José Ángel; PUENTE ABA, Luz María
(Coord.). Nuevos retos del derecho penal em la era de la globalización. Valência: Tirant lo
Blanch, 2004. p. 15-63. Informa Brandariz García, com acerto, no sentido de que o
incremento aparentemente descontrolado de todo tipo de riscos e sua construção midiática,
que tende a se focalizar na sensação de insegurança (centrada na criminalidade urbana:
furtos, roubos, sequestros etc.), desata um certo “pânico moral”, promove uma verdadeira
“criminalização da pobreza” (gestão policial da miséria), esquecendo-se de que esta muito
tem a ver com a reordenação mercantil das cidades. Em uma palavra, segundo o autor, face
ao surgimento da sociedade do risco, o controle e a vigilância são construídos socialmente
como obsessões. (Ver. p. 36-50).
25 Veja-se, nesse particular, CEPEDA, Ana Isabel Pérez. La seguridad como fundamento de la
deriva del derecho penal postmoderno. Madri: Iustel, 2007. p. 60 e ss, que adverte que a
globalização está unida à sociedade do risco, na medida em que fomenta uma
neocriminalização, já que há uma liberalização dos mercados e a utilização de um direito
penal neutro e formal para combater a conflituosidade social.
Trad. de André Nascimento. Rio de Janeiro: Revan, 2008. p. 181 e ss. No pensamento de
Garlant, a mudança no controle do crime não decorre, primordialmente, de orientações
criminológicas, mas também, por forças históricas do neoliberalismo e pós-modernidade,
que transformaram as condições sociais e políticas sobre as quais se assentava o campo do
controle do crime.
27 GIDDENS, Antony; BECK, Ulrich; LASH, Scott. Modernização reflexiva: política, tradição e
estética na ordem social moderna. Trad. de Magda Lopes. São Paulo: Universidade Estadual
Paulista, 1997.
28 Nesse sentido, ver JAMESON, Fredric. Uma modernidad singular: ensayo sobre la ontologia del
presente. Trad. de Horacio Pons. Barcelona: Gedisa, 2004. p. 22, quando a afirma que a
modernidade sempre teve algo a ver com a tecnologia e o progresso, referindo que “el único
significado semântico satisfactório de la modernidade está em su asociación com el capitalismo”.
29 Veja-se, nesse sentido, GIDDENS, Anthony. Mundo em descontrole: o que a globalização está
fazendo de nós. Trad. de Maria Luiza X de A. Borges. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 2003. p.
18-23, quando refere que a globalização é um movimento revolucionário, que não se traduz
tão só em movimentos econômicos, mas que é política, tecnológica e cultural, tanto quanto
econômica, constituindo o pano de fundo das mudanças experimentadas pela modernidade.
Nesse particular, aduz Giddens: “É errado pensar que a globalização afeta unicamente os
grandes sistemas, como a ordem financeira mundial. A globalização não diz respeito apenas
ao que esta ‘lá fora’, afastado e muito distante do indivíduo. É também fenômeno que se dá
‘aqui dentro’, influenciando aspectos íntimos e pessoais de nossas vidas”. (p. 22).
30 HABERMAS, Jürgen. O discurso filosófico da modernidade. Trad. de Ana Maria Bernardo et
al. Lisboa: Dom Quixote, 1990. p. 11-14. Para Habermas, modernização relaciona-se “a um
feixe de processos cumulativos que se reforçam mutuamente: à formação de capital e à
mobilização de recursos, ao desenvolvimento das forças produtivas e ao aumento da
produtividade do trabalho, ao estabelecimento de poderes políticos centralizados e à
formação de identidades nacionais, à expansão de direitos de participação política, de formas
urbanas de vida e de formação escolar formal, refere-se à secularização de valores e normas,
etc.”
31 Ver BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. Trad. de Mauro Gama e de
32 Consultar MENDOZA BUERGO, Blanca. Gestion del riesgo y política criminal de seguridad
em la sociedad del riesgo. In: AGRA, Cnadido da; LUIS DOMÍNGUEZ, José; GARCÍA AMADO,
Juan Antonio, HEBBERECHT, Patrick; RECASENS, Amadeu. La seguridad em la sociedad del
riesgo: un debate abierto. Barcelona: Atelier, 2003. p. 67-89. Conforme Mendoza Buergo, a
pressão pela segurança pública submete o direito penal não somente a abarcar os riscos
modernos, produto das inovações tecnológicas, senão que contagia todo o sistema penal,
demarcando o surgimento, em diversos setores, de um afã preventivo total. Dessa maneira, o
controle penal se vê forçado a um processo de expansão contínuo. (Ver p. 81-83).
33 Os contornos da sociedade do risco, como produto da modernidade, quando relacionada com o
espaço da contingência (ato segundo o qual as possibilidades das novas experiências da vida
possam ser diferentes das anteriores, enganosas), são dados pelos sociólogos Luhmann e Beck.
Para Luhmann, o risco surge da tecnologia e de seu paradoxo, ou seja, da relação das possíveis
utilidades com os possíveis danos que são inerentes à tecnologia, notando que se começou a falar
do risco ao longo da transição da Idade Média até o início da modernidade. E, segundo Luhmann,
abaixo das condições atuais do mundo, não se pode fazer outra coisa senão se aventurar e correr
riscos, o que representa uma certa tendência das decisões modernas, que antecipa o futuro.
Dessarte, Luhmann entende que o risco é componente fundamental da sociedade moderna,
sendo que a discussão pública deve ser feita menos apaixonada e alarmista, asseverando que não
existe conduta livre de riscos. Consultar: LUHMANN, Niklas. Sociologia del riesgo. Trad. de Silvia
Pappe, Bruhilde Erker e Luis Felipe Segura. 3. ed. México: Universidade Iberoamericana, 2006. p.
57-131. De outro lado, Beck, com sua “modernidade reflexiva”, ensina que o risco é uma
autoconfrontação com os danos colaterais do processo de modernização experimentado pela
sociedade, criticando o processo de industrialização, que, segundo ele, se esgotou, surgindo uma
nova fase de (auto)destruição da criação da época industrial, potencializando a destruição da
natureza, a divisão internacional do trabalho, o desemprego e a fome. Assim, para Beck, a
sociedade do risco é, portanto, uma forma reflexiva, cujo desenvolvimento do ponto de vista
teórico-social e de diagóstico cultural de um estado da modernidade, que provoca ameaças à
sociedade mundial. (Ver BECK, Ulrich. La sociedad del riesgo: hacia uma nueva modernidad. Trad.
de Jorge Navarro. Barcelona: Paidós, 2006. p. 12-115). Também consultar: BECK, Ulrich.
Reivindicação da política: rumo a uma teoria da modernização reflexiva. In: GIDDENS, Anyhony;
BECK, Ulrich; LASCH, Scott (Org.). Modernização reflexiva: política, tradição e estética na ordem
social moderna. Trad. de Magda Lopes. São Paulo: Unesp, 1997. p. 11-71. Por fim, BECK, Ulrich. O
que é globalização? equívocos do global, respostas à globalização. Trad. de André Carone. São
Paulo: Paz e Terra, 1999. p. 71-119.
Zahar, 2007. p. 11-33. Também, do mesmo autor: Comunidade: a busca por segurança no
mundo atual. Trad. de Plínio Dentzien. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2003.
36 Ver, no trato da relação do direito penal e novos riscos tecnológicos nas sociedades pós-
industriais: GONZÁLES, Carlos J. Suarez. Derecho penal y riesgos tecnolóligos. In: ZAPATERO, Luiz
Arroyo; NEUMANN, Ulfrid; MARTIN, Adán Nieto (Org.). Crítica y justificación del derecho penal em
el cambio de siglo. Cuenca: Ediciones de la Univesidad de Castilla-La Macha, 2003. p. 289-297.
Com efeito, Gonzáles refuta os axiomas de Beck, referindo que resultam, provavelmente, falsos,
uma vez que os riscos, qualitativamente, têm diminuído pelos indicadores sociais de qualidade de
vida e desenvolvimento humano: longevidade, índices de mortalidade infantil, saúde, controle de
enfermidades. Para Gonzáles, os riscos sempre existiram. O problema atual não diz com um
incremento objetivo dos riscos, senão com um aumento da percepção dos riscos. O que se produz,
enfim, é um contágio do medo ao risco, o que é impulsionado pela mídia. (Consultar p. 294-295).
No mesmo sentido, PRITTWITZ, Cornelius. Sociedad del riesgo y derecho penal. In:
ZAPATERO, Luiz Arroyo; NEUMANN, Ulfrid; MARTIN, Adán Nieto. (Org.). Crítica y
justificación del derecho penal en el cambio de siglo. Trad. de Adán Nieto Martín e Eduardo
Demétrio Crespo. Cuenca: Ediciones de la Universidad de Castilha-La Mancha, 2003. p. 259-
287. Prittwitz reputa de catastróficas as previsões de Beck, dizendo que suas observações
são mais políticas do que sociológicas, adotando, por outro lado, os ensinamentos de
Luhmann, que têm como “o real descubrimiento sociológico del riesgo tal como fue
sintetizado por Niklas Lumann en 1991”. O seu diagnóstico é o seguinte: “La política criminal
y teoria penal, pero sobre todo la dogmática jurídico-penal están influidas desde hace mucho
tiempo por el desarollo social en su conjunto de la, concebida de este modo, sociedad del
riesgo. La dogmática del riesgo en el sentido expuesto, así como la discusión sobre las
relaciones jurídico-penales a las nuevas fuentes de riesgo, constituye sólo una parte de la
investigación, que de hecho persigue conformar los cimientos de una teoría crítica del
moderno desarollo del Derecho Penal”. (Ibidem, p. 261).
37 PALIDDA, Salvatore. La revolución policial. In: PUENTE ABA, Luz María; BARBEITO,
no deve limitarse a exorcizar. Trad. de Pablo Guérez Tricarico. In: CANIO MELIÁ, Manuel;
POZUELO PÉREZ, Laura. Política criminal em vanguardia: inmigración clandestina, terrorismo,
criminalidad organizada. Navarra: Thomson Civitas, 2008. p. 29-75. No pensamento de Donini, o
conceito de Direito de Luta constitui-se em um conceito normativo, uma vez que foi incorporado
pelas legislações nacionais e internacionais, alterando a própria interpretação das regras e
aplicação do direito, impondo uma verdadeira mutação genética ao controle penal, que, de resto,
foi contaminado pela emergência e exceção, como, por exemplo, a “forma ilegítima de Direito
Penal do inimigo”. (Ver. p. 61 e ss).
39 BAUDRILLARD, Jean; MORIN, Edgar. A violência no mundo. Trad. de Leneide Duarte-Plon.
Nascimento. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002., p. 489-499. Para Morin, o
Considerações finais
conhecimento é uma “tradução” que estimula a reflexão, que, no seu entendimento, é o “que
mais faz falta” na atualidade.
43 MORIN, op. cit., p. 455.
44 Consultar MAFFESOLI, Michel. A violência totalitária: ensaio de antropologia política. Porto
Referências
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Introdução
* O presente artigo foi elaborado a partir de monografia defendida na Imed, terceiro lugar na
4a edição do Prêmio “Aluno Pesquisador TCC”.
** Pós-graduado em Ensino de Ciências da Natureza pela Universidade Potiguar. Graduado
em Física pela Universidade Federal de Sergipe. Graduado em Direito pela Imed e exerce o
cargo de Auditor Fiscal do Trabalho desde agosto de 2010.
*** Doutoranda em Direito pela Estácio de Sá (Unesa/RJ). Professora Adjunta II do Curso de
Direito da IMED. Mestre em Direito pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) com bolsa
Capes. Especialista em Direito Civil pelo Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina
(Cesusc/Ipejur). Especialista em Direito Penal e Processo Penal pela Universidade Luterana
do Brasil (Ulbra). Foi Bolsista da Fundação Escola Superior do Ministério Público. Graduada
em 1º lugar com Láurea Universitária no Curso de Direito da Universidade de Passo Fundo
(UPF). E-mail: cheila.olive@hotmail.com.
Trabalho infantil
1 COSTA, Marli Marlene Morais da; CASSOL, Sabrina. Alternativas basilares para a tão
almejada erradicação do trabalho infantil. In: COSTA, Marli Marlene Morais da; TERRA,
Rosane B. M. da R. Barcelos; RICHTER, Daniela (Org.). Direito, cidadania e políticas públicas
III: direito do cidadão e dever do Estado. Porto Alegre: UFRGS, 2008. p. 14.
2VERONESE, Josiane Rose Petry; CUSTÓDIO, André Viana. Trabalho infantil doméstico no
Brasil. São Paulo: Saraiva, 2013. p. 88.
O contrato de aprendizagem
O programa jovem aprendiz consiste na realização de contrato de
trabalho especial, ajustado por escrito e por prazo determinado entre o
empregador e o jovem maior de 14 anos e menor de 24 anos de idade. Para
isso, o jovem deverá estar inscrito em programa de aprendizagem compatível
com seu grau de desenvolvimento e ministrado, preferencialmente, por
Serviços Nacionais de Aprendizagem, os quais, juntamente com o
empregador, o jovem e seu responsável, no caso de menores de 18 anos de
idade, participam da relação contratual de trabalho.
Nestes termos, ensina-nos a Consolidação das Leis Trabalhistas em seu
art. 428:
Personagens envolvidos
Os principais atores na questão da aprendizagem profissional, nos
moldes definidos pela CLT, são: o jovem com idade maior ou igual a 14 anos e
menor de 24 anos; o empregador, que possui em seu estabelecimento a partir
de sete funcionários que demandem formação profissional; os serviços
nacionais de aprendizagem e o governo federal.
Segundo o Manual da Aprendizagem,9 aprendiz é
comentários jurídicos e sociais. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 295.
9 MANUAL DA APRENDIZAGEM: o que é preciso saber para contratar o aprendiz – Brasília:
Idem.
10
12COSTA, Antônio Carlos Gomes da. In: CURY, Munir. Estatuto da criança e do adolescente
comentado: comentários jurídicos e sociais. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2012. p. 314.
Conclusões
Referências
COSTA, Antônio Carlos Gomes da. In: CURY, Munir. Estatuto da criança e do adolescente
comentado: comentários jurídicos e sociais. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
COSTA, Marli Marlene Morais da; CASSOL, Sabrina. Alternativas basilares para a tão almejada
erradicação do trabalho infantil. In: COSTA, Marli Marlene Morais da; TERRA, Rosane B. M. da
R. Barcelos; RICHTER, Daniela (Org.). Direito, cidadania e políticas públicas III: direito do
cidadão e dever do Estado. Porto Alegre: UFRGS, 2008.
OLIVEIRA, Oris de. In: CURY, Munir. Estatuto da criança e do adolescente comentado:
comentários jurídicos e sociais. 12. ed. São Paulo: Malheiros, 2012.
RIBEIRO, Ana Carolina Paranhos de Campos. A doutrina da proteção integral nas dinâmicas
internacional e brasileira: uma proposta quadrangular a partir do estudo da erradicação das
piores formas de trabalho infantil. 2014. Dissertação (Mestrado) – UnB, Brasília, 2014.
SISTEMA FEDERAL DE INSPEÇÃO DO TRABALHO – SFIT. FGTS – Ideb – Consulta cota jovens
aprendizes. Disponível em: <http://intranet/2011/sit/–
http://fgts/IDEB/ConsultarQuantidadeAprendizes.asp>. Acesso em: 10 maio 2016.
VERONESE, Josiane Rose Petry; CUSTÓDIO, André Viana. Trabalho Infantil Doméstico no
Brasil. São Paulo: Saraiva, 2013.
Introdução
de Salma Tannus Muchail. 9. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1966/2007. p. 517-519.
2 KEHL, Maria Rita. Sobre ética e psicanálise. São Paulo: Companhia das Letras, 2002.
3 BUENO, Cleuza Maria de Oliveira. Entre-vista: espaço de construção subjetiva. 4. ed. Porto
Alegre: Edipucrs, 2002.
4 LÉVI-STRAUSS, Claude. A antropologia diante dos problemas do mundo moderno. São Paulo:
Ele é o elemento mais variável da pulsão e não está originariamente vinculado a ela, sendo-
lhe apenas acrescentada em razão de sua aptidão para propiciar a satisfação. A rigor, não é
preciso ser um outro objeto externo, pode muito bem ser uma parte de nosso próprio corpo.
Ao longo dos diversos destinos que a pulsão conhecerá, o objeto poderá ser substituído por
intermináveis outros objetos, e a esse movimento de deslocamento da pulsão caberão os
mais significativos papéis. (FREUD, S. As pulsões e suas vicissitudes. [1915]. Edição standard
brasileira das obras completas de Sigmund Freud. Trad. de Jayme Salomão. Rio de Janeiro:
Imago, 1976. p. 137. v. XIV).
11 KEHL, op. cit., p. 9.
12 Idem.
13 Idem.
1995.
17 LACAN, Jaques. O seminário, livro 7: a ética da psicanálise (1959-60). Rio de Janeiro: J.
p. 50.
21 GIDDENS, op. cit., 1991, p. 21.
22 FOUCAULT, Michel. O que é o iluminismo? Trad. de Wanderson Flor do Nascimento.
27 “Há dois outros que se devem distinguir, pelo menos dois – outro com “A” maiúsculo e um
outro com “a” minúsculo, que é o eu. O Outro, é dele que se trata na função da fala.” (LACAN,
J. (1985). O seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise, 1954-55. Rio
de Janeiro: Zahar, 1985. p. 297).
28 KEHL, Maria Rita. Ibid., 2002, p. 40.
29 FOUCAULT, Michel. (1984c) O que é o Iluminismo. In: ESCOBAR, Carlos Henrique (Org.).
Michel Foucault (1926- 1984) – o Dossier – últimas entrevistas. Rio de Janeiro, Livraria
Taurus. Curso inédito de Michel Foucault no Collège de France, 1983. Transcrição de
Katharina Von Bülow. Dossier Michel Foucault. Publicado originalmente no Magazine
Littéraire, 207, maio de 1984. p. 14.
30 KEHL, op cit., 2002.
Chaim Samuel Katz e Eginardo Pires. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1975.
[...] deveríamos dar ainda mais importância à nossa tese de que onde
existe uma proibição tem de haver um desejo subjacente. Teríamos de
supor que o impulso de matar acha-se realmente presente no
inconsciente e que nem os tabus nem as proibições morais são
a qualquer preço: Entrevistas por Jean-Pierre Lebrun. Rio de Janeiro: Companhia de Freud,
2008.
37 KEHL, op. cit., p. 43.
38 Idem.
39 Ibidem, p. 44.
40 Idem.
41 Ibidem, p. 43.
42 BOÉTIE, Étienne de La. Discurso sobre a servidão voluntária (1549). 2006. Disponível em:
45 JUNQUEIRA, Camila. Ética e consciência moral na Psicanálise. São Paulo: Via Lettera;
Fapesp, 2006. p. 34.
46 KEHL, op. cit., 2002, p. 45.
47 Idem.
48 LACAN, op. cit.
53 Ibidem, p. 47.
54 Idem.
55 Idem.
Considerações finais
Referências
BUENO, Cleuza Maria de Oliveira. Entre-vista: espaço de construção subjetiva. 4. ed. Porto
Alegre: Edipucrs, 2002.
56Ibidem, p. 48.
57 ENRIQUEZ, Eugène. Psicanálise e ciências sociais. Ágora, Rio de Janeiro, v. VIII, n. 2,
jul./dez. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/agora/v8n2/a01v8n2.pdf>.
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