Plano Manejo Vitório Piassa
Plano Manejo Vitório Piassa
Plano Manejo Vitório Piassa
PLANO DE MANEJO
PARQUE ESTADUAL
VITÓRIO PIASSA
Pato Branco
2018
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
Carlos Alberto Richa – Governador
COORDENAÇÃO GERAL
Jean Carlos Budke (Biólogo, Doutor em Botânica)
PLANEJAMENTO
Jean Carlos Budke
Thomaz Alex Tomazoni (Biólogo, Especialista em Gestão ambiental)
Adriano Antonio Ziger (Biólogo, Especialista em Gestão ambiental)
Silvia Maria Preczevski (Administradora, Mestre em Administração)
Francine Dal Lago (Arquiteta e Urbanista)
Lucas Santin Biason (Arquiteto)
- Plano de Manejo elaborado pelo Instituto Ambiental Passo Fundo – IAPF, conforme Termo de Convênio no
06/2015 com o Instituto Ambiental do Paraná – IAP (protocolo no 12.113.790-3, assinado em 16/09/2015 e
aditivos) visando à gestão compartilhada do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
- Plano de Manejo aprovado conforme Informação Técnica nº 052/2018 – DUC/DIBAP de 18/12/2018.
APRESENTAÇÃO
O Parque Estadual Vitório Piassa possui 107,2 hectares de área pública que
contempla remanescentes da Mata Atlântica, em especial da Floresta com Araucária. A
relevância deste espaço deve-se ao fato de possuir diversos atributos naturais,
afloramento de nascentes, áreas úmidas e fragmentos florestais importantes para a
preservação da biodiversidade, prestação de serviços ambientais e educação ambiental.
Também se vincula à miríade de trabalhos desenvolvidos naquela região, em especial
da Via do Conhecimento, onde estão instaladas a infraestrutura de três instituições de
ensino superior.
Boa leitura!
Nelson Bertani
Secretário Municipal de Meio Ambiente de Pato Branco - PR
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 24
1.1 FICHA TÉCNICA DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................... 30
1.2 ASPECTOS METODOLÓGICOS............................................................................. 31
1.2.1 TRABALHOS DE CAMPO..................................................................................... 32
1.2.2 PROCEDIMENTOS UTILIZADOS PARA DESENVOLVIMENTO DA
CARTOGRAFIA TEMÁTICA .......................................................................................... 33
1.2.3 OFICINAS TÉCNICAS .......................................................................................... 35
1.3 ACESSO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ........................................................ 37
vii
3.4.1 DA PRÉ-HISTÓRIA AO INÍCIO DA OCUPAÇÃO............................................... 100
3.4.2 O SÉCULO XIX E A IMIGRAÇÃO EUROPEIA................................................... 105
3.4.3 AS ORIGENS DE PATO BRANCO ..................................................................... 109
3.4.4 O CICLO DA MADEIRA ...................................................................................... 116
3.4.5 A REVOLTA DOS POSSEIROS ......................................................................... 121
3.4.6 DA EMANCIPAÇÃO AOS DIAS DE HOJE ......................................................... 125
3.4.7 O PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA ....................................................... 127
3.5 PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO SOBRE A HISTÓRIA
REGIONAL E O P.E. VITÓRIO PIASSA ...................................................................... 131
3.5.1 A HISTÓRIA CONTADA PELAS PERCEPÇÕES .............................................. 131
3.5.2 PERCEPÇÃO DOS MORADORES A RESPEITO DA UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO .......................................................................................................... 136
viii
4.3.3 MODELO DE ROTEIRO INTERPRETATIVO APLICÁVEL AO PARQUE
ESTADUAL VITÓRIO PIASSA ..................................................................................... 213
4.4 PONTOS TURÍSTICOS DE PATO BRANCO ........................................................ 218
4.5 PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO.............................................. 225
4.6 SEGURANÇA PÚBLICA E INVASÕES ................................................................. 226
4.7 ASPECTOS INSTITUCIONAIS DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ................... 227
4.7.1 PESSOAL ............................................................................................................ 227
4.7.2 INFRAESTRUTURA ............................................................................................ 227
4.7.3 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 233
4.8 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO ............... 234
4.8.1 FISCALIZAÇÃO ................................................................................................... 234
4.8.2 PESQUISA........................................................................................................... 235
4.9 ORIENTAÇÃO DAS ATIVIDADES DE USO PÚBLICO ......................................... 235
4.10 DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA ................................................................... 237
4.11 PROBLEMÁTICA .................................................................................................. 238
ix
5.5 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA262
5.5.1 METODOLOGIA E CONTEXTUALIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO .................. 262
5.5.2 UTILIZANDO O PDCA COMO MÉTODO DE GESTÃO ..................................... 264
5.5.3 VISÃO GERAL DO PROCESSO DE PLANEJAMENTO DO PARQUE ESTADUAL
VITÓRIO PIASSA ......................................................................................................... 266
5.5.4 SÍNTESE DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO ............................................. 270
5.5.4.1 Monitoramento Estratégico do Parque Estadual Vitório Piassa ...................... 270
5.5.4.1.1 Monitoramento dos Programas de Manejo ................................................... 271
5.5.4.1.2 Monitoramento e Direcionamento Estratégico .............................................. 271
5.5.4.2 Estrutura Organizacional .................................................................................. 272
5.5.4.2.1 Funções das áreas de competência propostas para o Parque Estadual Vitório
Piassa............................................................................................................................ 273
5.5.4.2.2 Implementação, monitoramento e aperfeiçoamento da Estratégia .............. 274
5.5.4.3 Esboço da Estrutura Orgânica ......................................................................... 274
5.6 PLANEJAMENTO POR ÁREA DE ATUAÇÃO ...................................................... 275
5.6.1 AÇÕES GERENCIAIS INTERNAS - AGI ............................................................ 275
5.6.1.1 Programa de Operacionalização ...................................................................... 277
5.6.1.2 Programa de Proteção e Manejo ..................................................................... 288
5.6.1.3 Programa de Pesquisa e Monitoramento ........................................................ 292
5.6.1.4 Programa de Comunicação .............................................................................. 296
5.6.1.5 Programa de Visitação ..................................................................................... 298
5.6.1.6 Programa de Sustentabilidade Econômica ...................................................... 304
5.6.2 AÇÕES GERENCIAIS EXTERNAS - AGE ......................................................... 308
5.6.2.1 Programa de Integração Externa ..................................................................... 309
5.6.2.2 Programa de Pesquisa e Monitoramento no Entorno...................................... 315
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Trabalhos de campo desenvolvidos na área interna e entorno imediato do P.E.
Vitório Piassa, Pato Branco, PR, incluindo mapeamentos terrestres e aéreos para
identificação de variáveis geoambientais de interesse socioambiental e para o
planejamento dos usos e ocupação do território. ............................................................. 33
Figura 2. Etapa de campo envolvendo aerolevantamento e obtenção de coordenadas dos
pontos de interesse (acima) e, geração de produtos cartográficos no território da UC e na
Zona de Amortecimento (abaixo). ..................................................................................... 35
Figura 3. Oficinas técnicas e reuniões de trabalho realizadas ao longo do segundo
semestre de 2017 e primeiro semestre de 2018, visando a construção do Plano de Manejo
do Parque Estadual Vitório Piassa. Destaque para a imagem obtida no evento de
lançamento de uma obra literária em Pato Branco (cujo escritor é Luiz Marini) e que foi
amplamente utilizada para a reconstrução da história regional descrita no Plano de
Manejo. Destaque também para o processo de entrevistas de pessoas chave, realizado
com diversos atores vinculados à história de Pato Branco e do P.E. Vitório Piassa,
incluindo a escritora Sueli Dartora que, além de entrevistas, também concedeu acesso ao
acervo de informações, fotografias e obras relacionadas à história regional que vem
reunindo ao longo dos anos e que está depositado na Câmara de Vereadores de Pato
Branco. ............................................................................................................................... 36
Figura 4. Localização geográfica do município de Pato Branco e principais vias de
interligação municipal com o PE Vitório Piassa, Pato Branco, PR................................... 37
Figura 5. Áreas estratégicas para conservação da biodiversidade e povos tradicionais no
Paraná (modificado de ITCG, 2010). ................................................................................ 49
Figura 6. Zoneamento da cidade de Pato Branco (IPPUPB, 2017). ............................... 53
Figura 7. Zoneamento da cidade de Pato Branco, PR, com detalhamento maior para as
zonas na área de abrangência do Parque Estadual Vitório Piassa (IPPUPB, 2017;
modificado IAPF, 2018). .................................................................................................... 54
Figura 8. Mapa do clima do estado do Paraná, seguindo a classificação de Köppen (ITCG,
2008). ................................................................................................................................. 57
Figura 9. Temperaturas máximas, mínimas e médias para Pato Branco, PR. Série
histórica 1979-2016 (IAPAR). ............................................................................................ 58
Figura 10. Precipitação média mensal do município de Pato Branco, PR. Série histórica
1987-2016 (IAPAR, 2016). ................................................................................................ 59
Figura 11. Carta geomorfológica do Paraná – Folha Pato Branco (SG-22-Y-A)
(MINEROPAR, 2006b)....................................................................................................... 63
Figura 12. Mapa Geomorfológico de Pato Branco, PR (MINEROPAR, 2006b), com
destaque para a área de inserção do Parque Estadual Vitório Piassa. ........................... 65
FFigura 13. Mapa geológico do Grupo Serra Geral – Folha Pato Branco / SG-22-Y-A
(MINEROPAR, 2013). ........................................................................................................ 67
Figura 14. Mapa de tipologia de solos de Pato Branco (BALENA et al., 2009). ............. 70
Figura 15. Aspectos geomorfológicos, geológicos e edáficos do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. Superior e Intermediário: Aspectos do revelo ondulado e suave-ondulado no
território da UC e entorno imediato, com presença de pequenos matacões subsuperficiais;
Inferior: Estrada de acesso à antiga residência da família Piassa, demonstrando terreno
de baixa declividade (vide Figura 12) e Corte transversal/perpendicular em Nitossolo
Vermelho (direita). ............................................................................................................. 71
xi
Figura 16. Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu e sua hidrografia (PEREIRA e
SCROCCARO, 2010). ....................................................................................................... 75
Figura 17. Unidades hidrográficas, bacias hidrográficas e unidades aquíferas do estado
do Paraná (ÁGUASPARANÁ, 2010). ................................................................................ 77
Figura 18. Evolução populacional de Pato Branco entre 1991 e 2010. Fonte: IBGE
(Censo Demográfico 1991, Contagem Populacional 1996, Censo Demográfico 2000,
Contagem Populacional 2007, Censo Demográfico 2010)............................................... 82
Figura 19. Pirâmide etária da população de Pato Branco em 2010. Fonte: IBGE (2010).
............................................................................................................................................ 83
Figura 20. Taxas de natalidade comparativas entre o município de Pato Branco, o estado
do Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES. ............................................. 84
Figura 21. Taxas de mortalidade comparativas entre o município de Pato Branco, o
estado do Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES. ................................. 85
Figura 22. Taxas de mortalidade infantil comparativas entre o município de Pato Branco,
o estado do Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES. .............................. 85
Figura 23. Taxas de fecundidade comparativas entre o município de Pato Branco, o
estado do Paraná e o Brasil. Dados municipais não disponíveis para 2016. Fonte: IBGE,
DATASUS, IPARDES. ....................................................................................................... 86
Figura 24. Evolução da renda per capita em Pato Branco, comparada com os valores
para o estado do Paraná e para o Brasil. Dados para o Brasil, em 1991, não disponíveis.
Fonte: IBGE. ...................................................................................................................... 90
Figura 25. Evolução do Índice de Gini para Pato Branco, em comparação com os dados
estaduais e nacionais. Fonte: PNUD, IPEA. .................................................................... 92
Figura 26. Contribuição de cada um dos setores da economia no PIB de Pato Branco
entre 1999 e 2013. ............................................................................................................. 94
Figura 27. Fluxo escolar por faixa etária em Pato Branco, no estado do Paraná e no Brasil,
em 2010. ............................................................................................................................ 99
Figura 28. Escolaridade da população de 25 anos ou mais em Pato Branco entre 1991 e
2010. Fonte: PNUD, IPEA. ............................................................................................. 100
Figura 29. Mapa do sudoeste do Paraná demarcando a área coberta por araucárias em
seu estado primitivo. Destaca o município de Pato Branco, com a área que possuía no
ano de sua emancipação. Fonte: Júlio Caetano Tomazoni (VOLTOLINI, 2000). ......... 101
Figura 30. Rota das expedições de Cabeza de Vaca. A expedição de 1541 saiu do litoral
de Santa Catarina e foi até Assunção, no Paraguai, passando pelo atual território do
Paraná. Fonte: Cleverton Lopes, 2013. .......................................................................... 103
Figura 31. O botocudo selvagem do Brasil. Ilustração de Thomas Bigg-Wither (BIGG-
WITHER, 1974)................................................................................................................ 105
Figura 32. Ilustração incluída no relato de viagem de Thomas Bigg-Wither, retratando a
araucária e um dos acampamentos do grupo I da expedição, à margem de uma floresta
de pinheiros (BIGG-WITHER, 1974). .............................................................................. 109
Figura 33. Mapa da Província do Paraná em 1881, com destaque para o território da
Colônia Assungui e para a listagem das colônias e núcleos coloniais da província. Fonte:
ITCG/PR. .......................................................................................................................... 110
Figura 34. Mapa histórico do sudoeste do Paraná em 1924, pesquisado pelo prof. Júlio
Caetano Tomazoni, apresentando a localização da Colônia Bom Retiro, com área de 1587
km2 (VOLTOLINI, 1966)................................................................................................... 111
Figura 35. Villa Nova nos anos 1920. A vila desenvolveu-se por iniciativa dos migrantes,
que penetraram no território da colônia em busca um local com boas fontes de água. Além
xii
de ser um bom local para a criação de porcos, ainda possuía muita erva-mate, que era
outra fonte de renda. Assim, a vila foi se desenvolvendo, em detrimento da outra, às
margens do rio Pato Branco (VOLTOLINI, 1966). .......................................................... 112
Figura 36. Os carroções garantiam o abastecimento de Villa Nova ainda na década de
1930. O condutor do conjunto, que pertencia a Possídio Salomoni, é Otomar de Abreu.
Fonte: Foto Lider (VOLTOLINI, 1966). ........................................................................... 114
Figura 37. Floresta de pinheiros à época da colonização (VOLTOLINI, 2000)............. 115
Figura 38. Serraria pertencente aos irmãos Martinello, no Caçadorzinho, em Pato Branco,
utilizando uma serra-fita (VOLTOLINI, 2000).................................................................. 117
Figura 39. Fotografia de meados de 1945. A indústria extrativista vegetal aumentava seu
ritmo, embora novas construções fossem surgindo lentamente. Observa-se a cerca
circundando a igreja e projetando a atual Praça Presidente Vargas e uma densa floresta
de araucárias ao fundo. ................................................................................................... 118
Figura 40. O trabalho de rolar as toras para a plataforma do caminhão do mato era penoso
e perigoso e exigia a soma da força e da prática de ação de vários homens. As peças já
vinham do local de extração selecionadas e cortadas do comprimento certo para o torno,
facilitando o transporte (VOLTOLINI, 2000). ................................................................... 119
Figura 41. Com o esgotamento dos pinheiros e o fechamento das serrarias, ficaram para
trás os barracões abandonados, já sem os equipamentos que transformaram milhares de
pinheiros (VOLTOLINI, 2000). ......................................................................................... 120
Figura 42. Repouso de caminhoneiros que vinham participar do desenvolvimento da
cidade, o Hotel Juvenal Cardoso foi o local onde funcionou temporariamente o escritório
da CANGO em Villa Nova. A CANGO muito contribuiu para o desenvolvimento da região,
na abertura de estrada e assentamento de famílias de colonos que migraram do sul em
busca de terras férteis. Foto de 1950 (BODANESE, 1982)............................................ 121
Figura 43. Mapa da área escriturada pelo Governo da União à CITLA em 1950,
compreendendo a Gleba Missões e parte da Gleba Chopim (na região de Dois Vizinhos),
num total de 464.451 hectares (VOLTOLINI, 2003). ...................................................... 122
Figura 44. Manifestação dos colonos em Pato Branco no movimento de 1957 (Arquivo
pessoal de Sueli Dartora). ............................................................................................... 124
Figura 45. Foto de 1952. No ano de instalação do município, Pato Branco já contava com
recursos que tornavam a vida mais fácil para seus habitantes. Na imagem pode ser vista
a Associação Beneficente Santa Margarida, hospital fundado pelo médico Silvio Vidal. Ao
fundo, vê-se também o Hospital do Dr. Graeff................................................................ 126
Figura 46. Visão parcial da praça e setor oeste da cidade, em 1964 (BODANESE, 1984).
.......................................................................................................................................... 126
Figura 47. Pato Branco em 1982. Com uma população urbana de 60 mil habitantes, a
cidade completa 30 anos de emancipação política, já tendo sido administrada por sete
prefeitos. Contava na época com 173 indústrias, 14 agências bancárias, 90 escolas
(ensino fundamental, médio e superior), com aproximadamente 12.600 alunos
(BODANESE, 1984)......................................................................................................... 127
Figura 48. Vitório Piassa na cerimônia de entrega do título de Cidadão Honorário de Pato
Branco, PR, em 11 de dezembro de 1998. ..................................................................... 128
Figura 49. Alvará de funcionamento para o escritório de beneficiamento e comércio de
madeiras da Indústria de Madeiras Estrela, de propriedade de Vitório Piassa, requerido
em 1966 e assinado em 1983. ........................................................................................ 129
Figura 50. Documento comunicando o encerramento das atividades da Indústria de
Madeiras Estrela em Pato Branco, em 1994. ................................................................. 130
xiii
Figura 51. Residência das senhoras Helena Aparecida Antunes, Ana Aparecida Antunes
e Eva da Conceição Antunes, localizada na unidade de conservação, Pato Branco, PR. A
casa foi construída a partir da antiga moradia (década de 1930) pelo pai das mulheres,
que veio, com sua família, em busca de melhores oportunidades acompanhando Vitório
Piassa............................................................................................................................... 135
Figura 52. Mapa mental do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR em aspecto
de paisagem, fazendo uso de imagens e palavras para representar a unidade e os
elementos que a compõem. Na maioria dos mapas, apenas os aspectos positivos da
unidade de conservação foram representados. .............................................................. 138
Figura 53. Mapa mental do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR em escala
de paisagem representando tantos os elementos positivos quanto os usos conflitantes na
unidade de conservação e em seu entorno. ................................................................... 139
Figura 54. Mapas mentais representando a área do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR e seu entorno numa perspectiva de paisagem. Ambos fazem a representação
com figuras e palavras apontando os limites da unidade e seus principais elementos. 140
Figura 55. Municípios próximos e limítrofes de Pato Branco, PR. ................................ 144
Figura 56. Aspectos gerais das áreas limítrofes e do entorno imediato do P.E. Vitório
Piassa, Pato Branco, PR. ................................................................................................ 146
Figura 57. Carta base do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .............. 147
Figura 58. Classes hipsométricas no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 150
Figura 59. Classes clinográficas no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 151
Figura 60. Vista de córrego formado dentro dos limites da Unidade de Conservação,
apresentando pequenas cascatas ao longo de seu curso. ............................................ 153
Figura 61. Nascentes e pequena cascata formadas no curso presente território do P.E.
Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..................................................................................... 154
Figura 62. Ponto de captação de água com represamento dentro do P.E. Vitório Piassa,
Pato Branco, PR. ............................................................................................................. 155
Figura 63. Coleta de água em um dos pontos avaliados no P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. ...................................................................................................................... 156
Figura 64. Relatório de análise físico-química e microbiológica de água superficial
coletada no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ......................................................... 158
Figura 65. Classes de uso e ocupação da terra no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. ...................................................................................................................... 160
Figura 66. Análise de agrupamento demonstrando a formação de grupos e distinções
florísticas ao longo da distribuição das Florestas com Araucária (modificado de
JARENKOW e BUDKE, 2009)......................................................................................... 162
Figura 67. Mapa das unidades de vegetação do Paraná. ............................................. 163
Figura 68. Fisionomia da vegetação no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR............. 165
Figura 69. Remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica no Estado do Paraná
(SOSMA, 2017)................................................................................................................ 166
Figura 70. Fisionomia da Floresta Ombrófila Mista no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ................................................................................................................................... 169
Figura 71. Fisionomia dos remanescentes florestais do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. Detalhe para o maior remanescente florestal que abrange a UC (acima) e com alta
abundância de Alsophila setosa (samambaiaçu de espinho) (acima, à direita). Vista aérea
do setor com alta densidade de Araucárias (abaixo)...................................................... 178
xiv
Figura 72. Estágios sucessionais observados ao longo do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. Detalhe para áreas em estágio inicial de sucessão, especialmente vinculadas
aos limites da UC com o rio Ligeiro e imediações (acima); setor central do Parque Estadual
em estágio médio de regeneração, principalmente, com indícios de retirada seletiva de
madeira (centro). Vista aérea parcial da UC com detalhes para área em estágio avançado
de sucessão (abaixo). Estas áreas em estágio avançado apresentam baixa densidade de
Araucárias, remetendo ao corte seletivo que ocorreu no passado. ............................... 180
Figura 73. Exemplos de espécies vegetais exóticas e com elevado potencial invasor
presentes no interior do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR (beijinho – Impatiens
walleriana) (acima); Citrus limon (limoeiro) (central) e Pinus elliottii (abaixo). ............... 182
Figura 74. Delimitação da Trilha do Pensamento (traçado laranja), Trilha dos Lagos
(azul), Trilha dos Sábias (rosa) e Trilha dos Pioneiros (verde) existentes no Parque
Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..................................................................... 207
Figura 75. Delimitação da Trilha dos Pioneiros com marcação dos seus pontos de
controle e pontos de interesse, Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..... 215
Figura 76. Perfil de elevação do traçado proposto para a Trilha dos Pioneiros, Parque
Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..................................................................... 216
Figura 77. Localização de alguns pontos turísticos na cidade de Pato Branco ............ 219
Figura 78. Museu Histórico José Zanella, Pato Branco, PR. ......................................... 220
Figura 79. Praça da Matriz de Pato Branco, PR. ........................................................... 221
Figura 80. Biblioteca Municipal Helena Braun, Pato Branco, PR. ................................. 222
Figura 81. Largo da Liberdade, Pato Branco, PR. ......................................................... 223
Figura 82. Paróquia São Pedro Apóstolo, Pato Branco, PR.......................................... 223
Figura 83. Teatro Municipal Naura Rigon, Pato Branco, PR. ........................................ 224
Figura 84. Rua Ivaí, Pato Branco, PR. ........................................................................... 225
Figura 85. Infraestrutura existente no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 228
Figura 86. Pórtico de acesso ao P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR, em fase final de
construção em outubro de 2017. ..................................................................................... 229
Figura 87. Centro de visitantes do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .................... 229
Figura 88. Restaurante do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR, em fase final
de construção em outubro de 2017. ................................................................................ 230
Figura 89. Um dos estacionamentos existentes no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 230
Figura 90. Trechos do percurso da Trilha do Pensamento, P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. ...................................................................................................................... 231
Figura 91. Trilha dos Lagos, P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ............................. 232
Figura 92. Local de início da Trilha dos Sábias, P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 233
Figura 93. Estrutura organizacional proposta para o P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 233
Figura 94. Zoneamento Interno do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 242
Figura 95. Proporções abrangidas pelas diferentes Zonas de Uso interno do Parque
estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ...................................................................... 245
Figura 96. Reuniões técnicas durante a elaboração do Plano de Manejo do Parque
Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..................................................................... 250
xv
Figura 97. Zona de Amortecimento do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.......................................................................................................................................... 257
Figura 98. Modelo Proposto de Gestão Estratégica - Adaptado de Kaplan e Norton (1997).
.......................................................................................................................................... 264
Figura 99. Ciclo PDCA (adaptado de Araújo, 2007), universal e compatível com a gestão
de UCs. ............................................................................................................................ 265
Figura 100. Estrutura organizacional proposta para o P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ................................................................................................................................... 272
Figura 101. Esboço da Estrutura Organizacional do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. ...................................................................................................................... 275
Figura 102. Estrutura Organizacional e programas temáticos das ações gerenciais
internas do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ..................................... 277
Figura 103. Estrutura Organizacional e programas temáticos das ações gerenciais
externas do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .................................... 309
xvi
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Tipologias e Categorias de Unidades de Conservação Previstas pelo Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (Lei nº 9.985/2000). .............................................. 42
Tabela 2. Unidades de Conservação federais, segundo o grupo e as categorias de
manejo. ....................................................................................................................................... 43
Tabela 3. Unidades de Conservação estaduais, segundo o grupo e as categorias de
manejo. ....................................................................................................................................... 44
Tabela 4. Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) federais e estaduais. .. 44
Tabela 5. Parques Estaduais do Paraná, de acordo com o DIBAP-IAP em 2017. .......... 46
Tabela 6. Normais climatológicas de umidade relativa, evaporação total e insolação total
para o município de Pato Branco, PR. Dados médios mensais obtidos da série histórica
de 1979 a 2016 (IAPAR, 2018)................................................................................................ 60
Tabela 7. Classificação dos solos de Pato Branco, PR (BALENA et al., 2009). .............. 69
Tabela 8. Distribuição censitária de Pato Branco segundo o tipo de domicílio e o sexo dos
habitantes. .................................................................................................................................. 82
Tabela 9. Índice IPARDES de desempenho municipal (IPDM) – 2014 para Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................... 88
Tabela 10. Número e atividades dos estabelecimentos e empregos formais em Pato
Branco, PR. ................................................................................................................................ 89
Tabela 11. Remuneração média de dezembro, em reais, a preços de dez/2016. .......... 91
Tabela 12. Contribuições em reais e porcentagem de contribuição de cada um dos
setores da economia para o PIB de Pato Branco, PR, em 2013. ....................................... 92
Tabela 13. Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola para
os principais tipos de lavouras temporárias e permanentes em Pato Branco, em 2016. 93
Tabela 14. Efetivo de pecuária e aves, produtos de origem animal, quantidade produzida
e valor em Pato Branco, em 2016. .......................................................................................... 93
Tabela 15. Abastecimento de água e atendimento de esgoto segundo as categorias para
Pato Branco em 2016. .............................................................................................................. 95
Tabela 16. Consumidores e consumo de energia elétrica em Pato Branco, PR (2016). 95
Tabela 17. Análise de prontuários e registros de óbitos de acordo com a enfermidade em
Pato Branco, PR, em 2016....................................................................................................... 97
Tabela 18. Classes hipsométricas e clinográficas, áreas correspondentes (ha) e
porcentagem correspondente para a área do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ... 148
Tabela 19. Faixas que classificam as águas superficiais aplicado ao Estado do Paraná
(ANA, 2018). ............................................................................................................................. 156
Tabela 20. Famílias e espécies amostradas dos componentes herbáceo, arbustivo-
arbóreo e lianas do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR, ordenadas por
ordem alfabética das famílias botânicas. ............................................................................. 170
Tabela 21. Famílias, espécies, parâmetros estruturais do componente arbóreo adulto
(CA) do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR, ordenadas por ordem de importâncias das
famílias do CA. DA = Densidade absoluta (ind.ha -1); FA = Frequência absoluta (%); DoA
= Dominância absoluta (m 2.ha-1); IVI = Índice de valor de importância. .......................... 177
Tabela 22. Lista de ictiofauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários e/ou confirmadas (C) para o P. E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ......... 184
xvii
Tabela 23. Lista de repteis com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................. 186
Tabela 24. Lista de anfibíos com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................. 189
Tabela 25. Lista de avifauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................. 192
Tabela 26. Lista de mastofauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de
dados secundários- e/ou confirmadas (C) para o P. E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
.................................................................................................................................................... 198
Tabela 27. Dados necessários para a determinação da capacidade de carga de cada
trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .................................................................... 206
Tabela 28. Variáveis de vinculadas ao fator de correção Precipitação, na determinação
da capacidade de carga de cada trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR........... 209
Tabela 29. Variáveis de vinculadas ao fator de correção Acessibilidade/Declividade, na
determinação da capacidade de carga de cada trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................. 209
Tabela 30. Variáveis de vinculadas ao fator de correção Erosão, na determinação da
capacidade de carga de cada trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ............... 209
Tabela 31. Variáveis de vinculadas ao fator de correção Distúrbio da Fauna e Flora, na
determinação da capacidade de carga de cada trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. ............................................................................................................................................. 210
Tabela 32. Capacidade de carga para as demais áreas do Parque Estadual Vitório Piassa,
Pato Branco, PR, a saber: 1- decks localizados à margem dos lagos; 2- áreas de lazer
localizadas na parte frontal do Parque, 3- Memorial e 4- Ciclovia. S = Superfície; Sp =
Superfície por visitante; Nv = Número de visitas por visitante; Hv = Período de visita ao
longo do dia; Tv = Tempo de visitação; CC = Capacidade de carga definida pelo projeto
estrutural. .................................................................................................................................. 213
Tabela 33. Análise e priorização de territórios para mitigação de impactos decorrentes de
visitação pública no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .......................... 299
xviii
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Domínios morfoestruturais, Regiões e Unidades Geomorfológicas, do Estado
do Rio Grande do Sul (IBGE, 1986)........................................................................................ 62
Quadro 2. Orientações gerais para auxílio à elaboração de normas gerais e do
regulamento interno do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ......................................... 236
Quadro 3. Zonas definidas para o zoneamento do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR
e suas respectivas proporções sobre o total da UC (107,82 ha), definições, objetivos e
usos permitidos e não permitidos. ......................................................................................... 246
Quadro 4. Cenário Condicionante para Avaliação Estratégica do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. .............................................................................................................................. 268
Quadro 5. Matriz de análise estratégica (Análise SWOT) do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. .............................................................................................................................. 269
Quadro 6. Avaliação dos Programas de Manejo do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR. .............................................................................................................................................. 271
Quadro 7. Proposta de Monitoramento da Implementação dos Programas de Manejo do
P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. .................................................................................. 272
Quadro 8. Perfil para funcionários do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ................ 283
Quadro 9. Propositivo de Recursos Humanos e respectivas funções para o P.E. Vitório
Piassa, Pato Branco, PR. ....................................................................................................... 284
Quadro 12. Cronograma de início de alocação de Recursos Humanos no P.E. Vitório
Piassa, Pato Branco, PR, conforme demanda do Plano de Manejo. ............................... 285
Quadro 11. Orientações gerais para auxílio à elaboração de normas gerais e do
regulamento interno do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ......................................... 286
Quadro 12. Potenciais fontes de recursos para projetos socioambientais e objetivos
prioritários a serem contemplados nos projetos desenvolvidos no Parque Estadual Vitório
Piassa, Pato Branco, PR. ....................................................................................................... 305
xix
ÍNDICE DE SIGLAS E ACRÔNIMOS
xx
IBAMA: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis
IBGE: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
ICMBio: Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
IDEB: Índice de Desempenho na Educação Básica
IDH: Índice de Desenvolvimento Humano
IDHM: Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IFPR: Instituto Federal do Paraná
IPARDES: Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social
IPDM: Índice IPARDES de Desempenho Municipal
IPEA: Instituto de Pesquisa e Economia Aplicada
IPPUPB: Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Pato Branco
IQA: Índice de Qualidade das Águas
ITCG: Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná
IUCN: International Unior for Conservation of Nature (União Internacional para
a Cosnervação da Natureza)
MAP: Macrozona de Adensamento Prioritário
MINEROPAR: Minerais do Paraná (atualmente uma das diretorias do ITCG)
MMA: Ministério do Meio Ambiente
MTE: Ministério do Trabalho e Emprego
MZA-PM: Macrozona Agrícola de Proteção do Manancial
NBV: Número balizador de Visitalção
NMP: Número Mais Provável
OMS: Organização Mundial da Saúde
PE: Parque Estadual
PEA: População economicamente ativa
PEI: População economicamente inativa
PI: Plano de Informação
PIB: Produto Interno Bruto
POA: Plano de Operação Anual
PPK: Post Processed Kinematics (Correção Cinemática Pós-processada)
PNM: Parque Natural Municipal
PNUD: Programa das Nações Unidades para o Desenvolvimento
PR: Paraná
xxi
RAIS: Relatório Anual de Informações Sociais
RPPN: Reserva Particular do Patrimônio Natural
SAG: Sistema Aquífero Guarani
SANEPAR: Companhia de Saneamento do Paraná
SEMA: Secretaria Estadual de Meio Ambiente (atual Secretaria do Meio
Ambiente e Recursos Hídricos)
SEUC: Sistema Estadual de Unidades de Conservação
SIMEPAR: Sistema Meteorológico do Paraná
SIMRPPN: Sistema Informatizado de Monitoria de RPPN
SINASC: Sistema de Informações de Nascidos Vivos
SIRGAS: Sistema de Referência Geocêntrico para as Américas
SNUC: Sistema Nacional de Unidades de Conservação
SMMA: Secretaria Municipal de Meio Ambiente
SOSMA: SOS Mata Atlântica
UC: Unidade de Conservação
UTFPR: Universidade Tecnológica do Paraná
UTM: Universal Transversa de Mercator
VANT: Veículo Aéreo Não-Tripulado
ZA: Zona de Amortecimento
ZE: Zona de Uso Extensivo
ZEX: Zona de Expansão Urbana
ZI: Zona de Uso Intensivo
ZI-1: Zona Industrial
ZIT: Zona Institucional
ZP: Zona de Uso Primitivo
ZR: Zona de Recuperação
ZUC: Zona de Uso Conflitante
xxii
INTRODUÇÃO
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
23
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
1 INTRODUÇÃO
24
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
O artigo 27. § 1 da Lei em vigor estabelece que as UCs devem dispor de um Plano
de Manejo.
25
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INTRODUÇÃO
26
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
socioambiental. Estados e municípios, buscando integrar uma rotina de
desenvolvimento regional, são detentores de grande capacidade de geração de
bens e serviços; por outro lado, cabe a eles a responsabilidade de gestão de suas
áreas protegidas, concatenados ao Sistema Nacional de Unidades de
Conservação – SNUC (2000). Desta forma, o direcionamento de esforços para o
planejamento e gestão adequado dos territórios protegidos deve incluir não
apenas a dimensão ambiental, mas sim uma visão sistêmica que integre os
distintos atores regionais e locais, gerando diretrizes legais e práticas, numa
agenda de esforços visando o desenvolvimento regional ambientalmente
adequado.
Se na esfera federal a gestão das Unidades de Conservação categorizadas
como “Parques” é realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade – ICMBio, na esfera estadual (PR) cabe ao Departamento de
Unidades de Conservação de Proteção Integral – DUC, vinculado ao Instituto
Ambiental do Paraná – IAP realizar esta gestão. A gestão compartilhada do P.E.
Vitório Piassa vincula também a competência da Secretaria Municipal de Meio
Ambiente – SMMA de Pato Branco.
Durante o processo de construção deste Plano de Manejo, desenvolveram-
se várias etapas, muitas das quais em momentos paralelos, visando sua
conclusão ao cronograma estabelecido pela equipe executora e pelo Instituto
Ambiental Passo Fundo. Os momentos desencadeados podem ser verificados
abaixo, seguindo uma ordem cronológica:
1ª Etapa: Organização e aprovação do Plano de Trabalho envolvendo a
equipe técnica da empresa executora e do órgão gestor da UC em Pato Branco.
Foi discutida a metodologia de aquisição de informações, a forma de interlocução
entre os atores envolvidos direta e indiretamente no processo, bem como as
estratégias de trabalho a serem implementadas ao longo das etapas executivas.
Um dos principais encaminhamentos destacados foi a escolha do Conselho
Municipal de Meio Ambiente de Pato Branco como o colegiado elencado para
acompanhamento dos trabalhos vinculados à elaboração do Plano de Manejo,
uma vez que abrange entidades governamentais, tais como o IAP e a SMMA
dentre outras, mas também entidades da sociedade civil organizada;
2ª Etapa: Coleta e análise das informações básicas disponíveis, incluindo
o levantamento bibliográfico e cartográfico, assim como leis e decretos. Foi
27
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
28
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
5ª Etapa: Organização da base cartográfica final, mapas temáticos e
diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômico;
6ª Etapa: Consulta Pública para discussão e apontamentos sobre os
ENCARTES previamente gerados, bem como para analisar a versão preliminar do
encarte associado ao Planejamento da UC. Neste momento, foram apontados e
acordados os devidos ajustes para conduzir o Plano de Manejo ao seu formato
final;
7ª Etapa: Entrega do Plano de Manejo do P.E. Vitório Piassa à Secretaria
Municipal de Meio Ambiente, ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e ao
Instituto Ambiental do Paraná, visando sua aprovação e início de sua execução.
Face ao contexto vinculado a esta Unidade de Conservação, é premissa
deste Plano de Manejo que as ações aqui apresentadas possam: i) deflagrar um
processo maior de ampliação de UCs públicas e particulares; ii) fomentar a
conservação da biodiversidade nas UCs do município; e iii) fornecer à população
mais um espaço de visitação e contemplação da natureza, promovendo maior
qualidade de vida a todos.
29
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
30
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
1.2 ASPECTOS METODOLÓGICOS
31
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
32
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
Figura 1. Trabalhos de campo desenvolvidos na área interna e entorno imediato do P.E. Vitório
Piassa, Pato Branco, PR, incluindo mapeamentos terrestres e aéreos para identificação de
variáveis geoambientais de interesse socioambiental e para o planejamento dos usos e ocupação
do território.
33
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
34
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
Figura 2. Etapa de campo envolvendo aerolevantamento e obtenção de coordenadas dos pontos
de interesse (acima) e, geração de produtos cartográficos no território da UC e na Zona de
Amortecimento (abaixo).
35
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
36
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
INTRODUÇÃO
1.3 ACESSO DA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
37
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
38
39
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 1
2 ENCARTE
CONSERVAÇÃO
1: CONTEXTUALIZAÇÃO DA UNIDADE DE
Áreas protegidas podem ser definidas como "uma área terrestre e/ou
marinha especialmente dedicada à proteção e manutenção da diversidade
biológica e dos recursos naturais e culturais associados, manejados por meio de
instrumentos legais ou outros instrumentos efetivos" (IUCN, 1994). Contudo, em
sentido geográfico mais estrito, áreas protegidas são todos os espaços territoriais
de um país, terrestres ou marinhos, que apresentam dinâmicas de produção
específicas (ocupação e uso, sobretudo) e gozam de estatuto legal e regime de
administração diferenciados (MEDEIROS et al., 2004). As áreas protegidas em
todo o mundo são importantes instrumentos de conservação in situ da
biodiversidade, ou seja, são áreas fundamentais à manutenção da integridade de
espécies, populações e ecossistemas, incluindo os sistemas e meios tradicionais
de sobrevivência de populações humanas (LOVEJOY, 2006).
Segundo o artigo 8º da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB),
regulamentado no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 2 de 1994 e que versa sobre
conservação biológica in situ, cabe aos países signatários da convenção, entre
outras diretrizes:
a) Estabelecer um sistema de áreas protegidas ou áreas onde medidas
especiais precisem ser tomadas para conservar a diversidade biológica;
b) Desenvolver, se necessário, diretrizes para a seleção, estabelecimento
e administração de áreas protegidas ou áreas onde medidas especiais precisem
ser tomadas para conservar a diversidade biológica;
c) Regulamentar ou administrar recursos biológicos importantes para a
conservação da diversidade biológica, dentro ou fora de áreas protegidas, a fim
de assegurar sua conservação e utilização sustentável;
d) Promover a proteção de ecossistemas, habitats naturais e manutenção
de populações viáveis de espécies em seu meio natural;
e) Promover o desenvolvimento sustentável e ambientalmente sadio em
locais adjacentes às áreas protegidas a fim de reforçar sua proteção;
40
ENCARTE 1
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
41
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 1
42
ENCARTE 1
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
43
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 1
Quanto às RPPN, cabe destacar que esta tem sido uma importante
estratégia de conservação da biodiversidade, sobretudo, pelo fato de permitir que
tanto o cidadão comum quanto empresas e outras instituições de caráter privado
possam criar, manter, organizar e transmitir direitos e deveres a terceiros quanto
à perpetuação destas UCs (SOUZA et al., 2012). No Estado do Paraná, dados do
IAP revelam a existência de 259 RPPN cadastradas, abrangendo uma área de
54.253,641 ha em aproximadamente 100 municípios. Sob administração federal,
são mais 18 áreas, com 8.185,46 ha, distribuídas em 13 municípios, de acordo
com o Sistema Informatizado de Monitoria de RPPN – SIMRPPN, em março de
2018.
44
ENCARTE 1
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
45
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 1
46
ENCARTE 1
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 1
Floresta Ombrófila Mista, boa parte da matriz florestal foi convertida para uso
agrícola. O Estado do Paraná vivenciou um intenso ciclo madeireiro que perdurou
entre 1930 e 1970, sem que nenhuma Unidade de Conservação fosse criada no
período para garantir a manutenção de remanescentes da chamada “mata preta”
(Floresta Ombrófila Mista).
Como pode ser observado na Figura 5, a região em apreço é identificada
pelo Governo do Estado como apresentando poucas áreas estratégicas para a
conservação da biodiversidade, especialmente pela ausência de Unidades de
Conservação. Na região de Pato Branco, apenas uma mancha pode ser
identificada, correspondendo à Área de Relevante Interesse Ecológico – ARIE do
Buriti (dados compilados em 2010).
Nos últimos anos, entretanto, diversas UCs têm sido criadas regionalmente,
com destaque para 27 RPPN implantadas sob gestão das regionais do IAP de
Pato Branco e Francisco Beltrão. Juntas, estas RPPN somam 348,63 ha, cerca de
três vezes o território do Parque Estadual Vitório Piassa. Além de ampliarem as
áreas protegidas, as RPPN têm se tornado uma importante ferramenta de gestão
de áreas privadas, uma vez que trazem uma série de benefícios para seus
proprietários
48
ENCARTE 1
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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50
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
3 ENCARTE
CONSERVAÇÃO
2: ANÁLISE DA REGIÃO DA UNIDADE DE
52
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
quanto o estabelecimento de seus objetivos precisam estar de acordo com ações
que visem a conservação da biodiversidade e a proteção dos recursos hídricos
existentes.
53
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 7. Zoneamento da cidade de Pato Branco, PR, com detalhamento maior para as zonas na
área de abrangência do Parque Estadual Vitório Piassa (IPPUPB, 2017; modificado IAPF, 2018).
54
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
3.2 CARACTERIZAÇÃO AMBIENTAL
3.2.1 CLIMA
55
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 8. Mapa do clima do estado do Paraná, seguindo a classificação de Köppen (ITCG, 2008).
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ENCARTE 2
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Temperatura (°C)
30
25
20
15
10
5
0
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ENCARTE 2
300,0
50,0
0,0
Figura 10. Precipitação média mensal do município de Pato Branco, PR. Série histórica 1987-2016
(IAPAR, 2016).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Tabela 6. Normais climatológicas de umidade relativa, evaporação total e insolação total para o
município de Pato Branco, PR. Dados médios mensais obtidos da série histórica de 1979 a 2016
(IAPAR, 2018).
Umidade relativa Evaporação total Insolação total
Mês
(%) (mm) (h)
Janeiro 75 94,8 238,2
Fevereiro 78 76,0 199,3
Março 75 89,2 230,5
Abril 76 77,7 205,9
Maio 78 66,6 191,5
Junho 78 61,6 171,8
Julho 74 84,5 200,7
Agosto 68 103,4 212,5
Setembro 69 106,5 189,3
Outubro 71 106,3 205,2
Novembro 69 114,3 230,8
Dezembro 73 107,3 230,8
3.2.2 GEOMORFOLOGIA
60
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
As unidades morfoestruturais do estado são o Cinturão Orogênico do
Atlântico (Serra do Mar e Primeiro Planalto Paranaense), a Bacia Sedimentar do
Paraná (Segundo Planalto Paranaense e Terceiro Planalto Paranaense) e as
Bacias Sedimentares Cenozóicas e Depressões Tectônicas (planícies) (Quadro
1). Conforme a Carta Geomorfológica de Pato Branco, Folha SG.22-Y-A, na
escala original de 1:500.000, elaborado pela Universidade Federal do Paraná em
parceria com o MINEROPAR (2006), o Parque Estadual Vitório Piassa encontra-
se na unidade morfológica da Bacia Sedimentar do Paraná, na subunidade
morfoescultural do Planalto de Francisco Beltrão, pertencente à unidade
morfoescultural do Terceiro Planalto Paranaense.
A Bacia Sedimentar do Paraná estende-se na porção centro-oriental da
América do Sul, abrangendo Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil. Em território
brasileiro, cobre uma área aproximada de 1,1x106 km2, do Rio Grande do Sul até
o sul de Minas Gerais e das fronteiras do Paraguai e Argentina até a costa do
Oceano Atlântico nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul
(MINEROPAR, 2013). Fixou-se no Período Siluriano (há cerca de 420 milhões de
anos atrás) sobre a crosta continental da recém-formada Gondwana, ainda em
processo de resfriamento. Seu embasamento é composto de rochas cristalinas
pré-Cambrianas e de rochas Eo-Paleozóicas afossilíferas e seu preenchimento se
dá por depósitos marinhos e continentais com idades desde o Siluriano Superior
até o Cretáceo (MINEROPAR, 2006a).
Segundo Reis et al. (2014), os sedimentos da Bacia do Paraná são
majoritariamente compostos por silicatos e ocultos pelas rochas da Formação da
Serra Geral, visto que erupções vulcânicas foram significativas no período de sua
ocorrência, e apresentam espessura basáltica de até 2.000 metros. Os derrames
de lava foram essencialmente de natureza básica e submetidos por rochas ácidas,
como riolitos, riodacitose e dacitos félsicos. O magnetismo Mesozóico recobre
75% da bacia e sua evolução geológica se deu por quatro estágios: dois ciclos
tectono-sedimentares completos em uma bacia sinforme em processo de
separação e dois ciclos envolvendo soerguimento e extrusão de grandes volumes
de lava toleítica e massas intrusivas (ALMEIDA, 1981).
61
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
62
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 11. Carta geomorfológica do Paraná – Folha Pato Branco (SG-22-Y-A) (MINEROPAR,
2006b).
63
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
64
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 12. Mapa Geomorfológico de Pato Branco, PR (MINEROPAR, 2006b), com destaque para
a área de inserção do Parque Estadual Vitório Piassa.
65
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
66
67
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
FFigura 13. Mapa geológico do Grupo Serra Geral – Folha Pato Branco / SG-22-Y-A (MINEROPAR, 2013).
ENCARTE 2
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
derrames tabulares com uma composição de 95% de basalto e 5% de
intercalações vulcanoclásticas e sedimentares.
3.2.4 SOLOS
69
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 14. Mapa de tipologia de solos de Pato Branco (BALENA et al., 2009).
70
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 15. Aspectos geomorfológicos, geológicos e edáficos do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR. Superior e Intermediário: Aspectos do revelo ondulado e suave-ondulado no
território da UC e entorno imediato, com presença de pequenos matacões subsuperficiais;
Inferior: Estrada de acesso à antiga residência da família Piassa, demonstrando terreno de
baixa declividade (vide Figura 12) e Corte transversal/perpendicular em Nitossolo Vermelho
(direita).
71
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
agravada com a presença de adubos e outros produtos químicos que irão
contaminar os recursos hídricos. No meio urbano, os cambissolos representam
problemas sanitários e de deslizamento, em decorrência do relevo e da reduzida
profundidade do solo (LIMA et al., 2012).
O Cambissolo Háplico distrófico destaca-se pela baixa saturação por bases
(< 50%) e argila da atividade baixa, ambas na maior parte dos primeiros 100 cm
do horizonte B (inclusive BA) (EMBRAPA, 2013), apresentando baixa fertilidade.
c) Latossolos: são solos em avançado estado de intemperização, muito
evoluídos como resultado de enérgicas transformações no material constitutivo
(EMBRAPA, 2013). Caracterizam-se como solos bem drenados, profundos a
muito profundos e homogêneos, com perfil de horizontes A-Bw-C, onde o
horizonte Bw é do tipo B latossólico. Este horizonte caracteriza-se por uma
estrutura em blocos fraca a moderada ou microgranular, sem gradiente textural
em relação ao horizonte A. Além disso, apresenta argila de baixa atividade (<17
cmlc.kg-1 de argila), baixo teor de minerais intemperizáveis (< 4%) e de fragmentos
de rochas (5%) e textura franco arenosa ou mais argilosa (STRECK et al., 2008).
O incremento de argila do horizonte A para o B é pouco expressivo ou
inexistente, ou seja, os teores de argila aumentam gradativamente ou
permanecem constantes ao longo do perfil. A cerosidade é baixa e pouco presente
neste tipo de solo. Geralmente, são solos ácidos, com baixa saturação por bases,
distróficos ou alumínicos. São típicos de regiões equatoriais e tropicais e também
ocorrem em regiões subtropicais, distribuídos em amplas a antigas superfícies de
erosão, pedimentos e terraços fluviais antigos, normalmente em relevo plano e
suave ondulado (EMBRAPA, 2013).
Os latossolos apresentam alta estabilidade, baixo risco de erosão e grande
capacidade para suportar estradas, construções, etc.. Apresentam também
grande porosidade, boa drenagem e permeabilidade e são muito utilizados para a
produção rural (LIMA et al., 2012).
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ENCARTE 2
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ENCARTE 2
Figura 16. Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu e sua hidrografia (PEREIRA e
SCROCCARO, 2010).
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ENCARTE 2
76
77
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Figura 17. Unidades hidrográficas, bacias hidrográficas e unidades aquíferas do estado do Paraná (ÁGUASPARANÁ, 2010).
ENCARTE 2
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ENCARTE 2
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ENCARTE 2
O Sistema Aquífero Guarani (SAG), ou Aquífero Botucatu, é uma unidade
hidroestratigráfica da bacia sedimentar do Paraná/Chaco-Paraná formado pelos
arenitos eólicos da era Jurássica e os depósitos flúvio-lacustres da era Triássica
que ocorrem sob as rochas vulcânicas datadas do Jurássico Superior e Cretáceo
Inferior. É um sistema transfronteiriço confinado, que abrange 839.800 km2 no
Brasil, 225.500 km2 na Argentina, 71.700 km2 no Paraguai e 58.5090 km2 no
Uruguai (REBOUÇAS e AMORE, 2002). No estado do Paraná, este sistema
compreende uma área de 131.300 km2 (OLIVEIRA e VIEIRA, 2010).
Em razão dos altos teores de argila presentes no meio, os arenitos do
Triássico possuem uma porosidade média de 16% dificultando o fluxo de água
pelo interior da rocha. Por outro lado, os arenitos da era Jurássica proporcionam
os melhores reservatórios de água da formação, devido a porosidade média de
17%. As rochas arenosas saturadas de água estão entremeadas por rochas
basálticas da Formação Serra Geral que resultam de intrusões desse material
(RIBEIRO, 2008).
A reserva de água no Sistema Guarani é estimada em, aproximadamente,
46.000 km3. As áreas de recarga são estimadas em 1.971,29 km2, possibilitando
a reposição de água na ordem de 166 km3.ano-1 ou 5.000 m3.s-1, oriunda das
precipitações pluviométricas nessas regiões (RIBEIRO, 2008). A vazão média
subterrânea do SAG no Estado do Paraná é de 74,2 m3.h-1 (ÁGUASPARANÁ,
2010).
As águas do Aquífero Guarani apresentam propriedades com grande
variabilidade em seus índices, relacionadas diretamente com o grau de
confinamento ao qual estão submetidas. Águas doces, bicarbonatadas com
predominância de cálcio e magnésio, ocorrem nas áreas de baixo confinamento.
Por outro lado, em áreas de médio e alto confinamento encontram-se,
respectivamente, águas do tipo bicarbonatadas sulfatadas com predominância de
sódio e potássio e sulfatadas-cloretadas com sódio e potássio. Ou seja, águas
salobras impróprias para consumo humano direto. Nas zonas de recarga, o pH
fica próximo a neutralidade (pH = 7) devido à influência das águas do aquífero
Serra Geral e infiltração de água das precipitações pluviométricas nessas áreas
(ÁGUASPARANÁ, 2010).
79
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ENCARTE 2
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ENCARTE 2
Este bioma pode ser considerado um dos mais notáveis em termos de valor
ecológico, por abrigar espécies típicas e atributos biológicos únicos. Devido à
exuberância de recursos madeiráveis e não-madeiráveis, o desenvolvimento do
sul do país teve influência da riqueza e diversidade florística da região,
principalmente no início do século XX, originado progresso e desenvolvimento
econômico (SEGER et al., 2005).
81
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ENCARTE 2
Tabela 8. Distribuição censitária de Pato Branco segundo o tipo de domicílio e o sexo dos
habitantes.
Tipo de domicílio Masculina Feminina Total
Urbano 32.810 35.281 68.091
Rural 2.174 2.105 4.279
Total 34.984 37.386 72.370
Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2010).
80.000
Número de habitantes
70.000
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
0
1991 1996 2000 2007 2010
Ano
Figura 18. Evolução populacional de Pato Branco entre 1991 e 2010. Fonte: IBGE (Censo
Demográfico 1991, Contagem Populacional 1996, Censo Demográfico 2000, Contagem
Populacional 2007, Censo Demográfico 2010).
82
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ENCARTE 2
A pirâmide etária para o município em 2010 (Figura 19) aponta que 51,7% dos
habitantes são mulheres e 48,3% são homens, sendo que 52,2% da população
total está incluída na faixa etária entre 25 e 64 anos. Os jovens entre 0 e 24 anos
compõem 41,1% da população, enquanto que os idosos (acima de 65 anos),
consistem em apenas 6,7%.
4000
3500
3000
Habitantes
2500
2000
1500
1000 Homens
500 Mulheres
Faixa etária
Figura 19. Pirâmide etária da população de Pato Branco em 2010. Fonte: IBGE (2010).
83
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ENCARTE 2
Pato Branco
Paraná 2016
2010
2000
Brasil
0 5 10 15 20 25
Taxa de Natalidade (‰)
Figura 20. Taxas de natalidade comparativas entre o município de Pato Branco, o estado do
Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES.
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ENCARTE 2
Pato Branco
Paraná 2016
2010
2000
Brasil
Figura 21. Taxas de mortalidade comparativas entre o município de Pato Branco, o estado do
Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES.
Pato Branco
Paraná 2016
2010
2000
Brasil
0 10 20 30 40
Taxa de mortalidade infatil (‰)
Figura 22. Taxas de mortalidade infantil comparativas entre o município de Pato Branco, o estado
do Paraná e o Brasil. Fonte: IBGE, DATASUS, IPARDES.
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ENCARTE 2
Pato Branco
Paraná 2016
2010
2000
Brasil
0 1 2 3 4
Taxa de fecundidade (%)
Figura 23. Taxas de fecundidade comparativas entre o município de Pato Branco, o estado do
Paraná e o Brasil. Dados municipais não disponíveis para 2016. Fonte: IBGE, DATASUS,
IPARDES.
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ENCARTE 2
em idade ativa. O índice de idosos para Pato Branco em 2010 indica que 29,86%
da população era constituída por idosos. A taxa de envelhecimento nesse mesmo
período era de 6,68%, valor que evidencia a transição demográfica pela qual a
população está passando.
87
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ENCARTE 2
Tabela 9. Índice IPARDES de desempenho municipal (IPDM) – 2014 para Pato Branco, PR.
Informação Índice
IPDM – Emprego, renda e produção agropecuária 0,7788
IPDM – Educação 0,8955
IPDM – Saúde 0,8728
Índice IPARDES de desempenho municipal (IPDM) 0,8491
Fonte: IPARDES.
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ENCARTE 2
Segundo o censo de 2010, considerando a população de 18 anos ou mais
de idade de Pato Branco, 12.473 pessoas faziam parte da população
economicamente inativa (PEI), ou seja, não classificadas como ocupadas ou
desocupadas, estando incapacitadas para o trabalho ou que desistiram de buscar
trabalho. Por outro lado, a população economicamente ativa (PEA), era formada
por 36.132 pessoas ocupadas e 1.467 pessoas desocupadas, sendo que as
pessoas ocupadas correspondem àquelas que possuem algum ofício no período
de referência e as pessoas desocupadas àquelas que não possuem emprego e
que estão aptas a trabalhar.
Tabela 10. Número e atividades dos estabelecimentos e empregos formais em Pato Branco, PR.
Setor de atividade Estabelec. Emprego
Indústria 417 6.480
-Extração de minerais 2 28
-Transformação 409 6.430
-Produtos minerais não metálicos 30 182
-Metalúrgica 87 615
-Mecânica 46 1.884
-Material elétrico e de comunicações 21 682
-Material de transporte 4 29
-Madeira e do mobiliário 60 316
-Papel, papelão, editorial e gráfica 25 223
-Borracha, fumo, couros, peles e produtos similares e
20 149
indústria diversa
-Química, de produtos farmacêuticos, veterinários, de
24 846
perfumaria, sabões, velas e matérias plásticas
-Têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 20 106
-Calçados 1 -
-Produtos alimentícios, de bebida e álcool etílico 71 1.398
-Serviços industriais de utilidade pública 6 22
Construção Civil 246 1.570
Comércio 1.250 7.273
-Comércio varejista 1.111 5.960
-Comércio atacadista 139 1.313
Serviços 1.348 10.744
-Instituições de crédito, seguros e capitalização 46 559
-Administradoras de imóveis, valores mobiliários, serviços
461 2.603
técnicos profissionais, auxiliar de atividade econômica
-Transporte e comunicações 201 912
-Serviços de alojamento, alimentação, reparo, manutenção,
332 1.866
radiodifusão e televisão
-Serviços médicos, odontológicos e veterinários 246 1.327
-Ensino 58 1.425
-Administração pública direta e indireta 4 2.052
Agropecuária (agricultura, silvicultura, criação de animais,
164 1.023
extração vegetal e pesca)
Total 3.425 27.090
Fonte: Caderno estatístico de Pato Branco – IPARDES (2016).
89
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ENCARTE 2
Pato Branco
Paraná 2010
2000
1991
Brasil
Figura 24. Evolução da renda per capita em Pato Branco, comparada com os valores para o estado
do Paraná e para o Brasil. Dados para o Brasil, em 1991, não disponíveis. Fonte: IBGE.
90
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
salários femininos e masculinos reflete a realidade nacional. Dados do IBGE
mostram que a renda média nacional do brasileiro é de R$ 2.043, sendo que os
homens recebem em média R$ 2.251 e as mulheres R$ 1.762. Os valores de
remuneração média para o estado do Paraná em 2016 podem ser vistos na Tabela
11. Essa desigualdade de renda ocorre também entre as diferentes classes que
formam a população de determinado local.
91
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Pato Branco
Paraná 2010
2000
1991
Basil
Figura 25. Evolução do Índice de Gini para Pato Branco, em comparação com os dados estaduais
e nacionais. Fonte: PNUD, IPEA.
92
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
2013, as atividades agropecuárias adicionaram ao PIB do município um valor de
R$ 172.482.000,00.
Tabela 13. Área colhida, produção, rendimento médio e valor da produção agrícola para os
principais tipos de lavouras temporárias e permanentes em Pato Branco, em 2016.
Área colhida Produção Rendimento Valor
Cultura
(ha) (t) Médio (kg/ha) (R$1.000,00)
Aveia (em grão) 200 600 3.000 240
Feijão (em grão) 11.350 17.270 1.522 85.942
Mandioca 150 3.000 20.000 870
Milho (em grão) 7.700 57.820 7.509 35.023
Soja (em grão) 29.050 96.065 3.307 110.567
Trigo (em grão) 5.500 22.000 4.000 12.826
Erva-mate (folha) 25 125 5.000 100
Laranja 13 130 10.000 130
Pêssego 22 110 5.000 311
Tangerina 15 240 16.000 151
Uva 8 40 5.000 112
Fonte: IBGE – Produção agrícola municipal.
Tabela 14. Efetivo de pecuária e aves, produtos de origem animal, quantidade produzida e valor
em Pato Branco, em 2016.
Valor
Efetivos Número Produtos Produção
(R$1.000)
Rebanho de bovinos 21.415
Ovos codorna 567 mil dz 850
Galináceos (total) 1.787.602
Ovos galinha 16.992 mil dz 41.631
Rebanho de ovinos 3.691 Lã 1.177 kg 1
Rebanho de vacas
8.402 Leite 36.414 mil l 46.610
ordenhadas
Fonte: IBGE – Produção da pecuária municipal.
93
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ENCARTE 2
1400000000
Serviços
1200000000
Valor em reais (R$)
1000000000 Indústria
800000000
Impostos
600000000
400000000 Agropecuária
200000000
Administração
0 pública
Ano
Figura 26. Contribuição de cada um dos setores da economia no PIB de Pato Branco entre 1999
e 2013.
3.3.5 INFRAESTRUTURA
94
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
tratamento da SANEPAR está localizada em um terreno vizinho ao Parque
Estadual Vitório Piassa e precisará ser realocada.
De acordo com os dados do censo de 2010, o município apresentava 91,4%
dos domicílios com esgotamento sanitário adequado, 93,2% de domicílios
urbanos em vias públicas com arborização e 40,9% de domicílios em vias públicas
com urbanização adequada (presença de bueiros, calçadas, pavimentação e
meio-fio). Os dados referentes ao número de domicílios atendidos pelo
abastecimento de água e atendimento de esgoto em 2016 podem ser vistos na
Tabela 15. Quanto à energia elétrica, apenas 38 domicílios não eram atendidos
pela Companhia Paranaense de Energia (COPEL) em 2010. O consumo e o
número de consumidores de energia elétrica em 2016 são descritos na Tabela 16.
Tabela 15. Abastecimento de água e atendimento de esgoto segundo as categorias para Pato
Branco em 2016.
Água Esgoto
Categorias Unidades Unidades
Ligações Ligações
atendidas atendidas
Residencial 30.136 22.955 24.032 17.168
Comercial 3.369 1.925 3.083 1.639
Industriais 155 151 50 47
Utilidade Pública 181 178 146 143
Poder Público 197 197 159 159
Total 34.038 25.406 27.470 19.156
Fonte: SANEPAR e IPARDES (2016).
95
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ENCARTE 2
3.3.5.2 Saúde
96
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
70 anos ou mais é a que apresenta maior número de óbitos. Esse fato pode estar
relacionado coma redução da capacidade funcional do sistema cardiovascular em
função do envelhecimento, que faz com que as artérias se tornem mais
enrijecidas, favorecendo o aparecimento de doenças relacionadas. Entre 2003 e
2013, foram notificados 4.216 casos de neoplasias, com 858 óbitos. Mais da
metade destes óbitos ocorreram entre pessoas na faixa etária de 60 a 79 anos.
As doenças relacionadas ao aparelho respiratório apresentam maior incidência de
óbitos nos meses de inverno, quando os fatores climáticos favorecem seu
desenvolvimento.
Tabela 17. Análise de prontuários e registros de óbitos de acordo com a enfermidade em Pato
Branco, PR, em 2016.
Menores de Menores de
Tipos de doenças Geral
1 ano 5 anos
Infecciosas e parasitárias - - 19
Neoplasias (tumores) - - 114
Do sangue, órgãos hematopoiéticos e
- - 4
transtornos imunitários
Endócrinas, nutricionais e metabólicas - - 25
Transtornos mentais e comportamentais - - 6
Do sistema nervoso - - 15
Do olho e anexos - - -
Do ouvido e da apófise mastoide - - -
Do aparelho circulatório 1 1 105
Do aparelho respiratório 1 1 50
Do aparelho digestivo - - 25
Da pele e do tecido celular subcutâneo - - 2
Do sistema osteomuscular e do tecido
- - 3
conjuntivo
Do aparelho geniturinário - - 7
Gravidez, parto e puerpério - - 1
Algumas afecções originadas no período
9 9 14
perinatal
Mal formação congênita, deformidades,
4 4 5
anomalias cromossômicas
Sintomas, sinais e achados anormais de
exames clínicos e de laboratório não - - 23
classificados em outra parte
Causas externas de morbidade e mortalidade 1 1 60
Total de óbitos 16 16 478
Fonte: MS / DATASUS, SESA - PR
97
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
são de 1,1 para cada 1000 habitantes, indicando que o município possui boas
condições ambientais, de saúde, nutrição e higiene.
3.3.5.3 Educação
98
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
estudo que uma criança que inicia a vida escolar no ano de referência deverá
completar ao atingir a idade de 18 anos. Em Pato Branco, esse indicador passou
de 10,42 anos em 1991, para 11,60 anos em 2000 e 11,22 anos em 2010.
100
90
80
Porcentagem (%)
70
60
50 Pato Branco
40 Paraná
30 Brasil
20
10
0
5-6 anos
11-13 15-17 18-20
anos anos anos
Faixa etária
Figura 27. Fluxo escolar por faixa etária em Pato Branco, no estado do Paraná e no Brasil, em
2010.
99
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
100
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Humaitá, ocupante dos vales dos grandes rios, e Umbu, estabelecida nas terras
altas. Há cerca de 2.500 anos, essas tradições pré-ceramistas foram
gradativamente incorporadas pelas tribos da família tupi-guarani e da família dos
gês que chegaram ao sul do Brasil (MOTA, 2011).
As áreas cobertas por Floresta Ombrófila Mista constituíram um espaço
adequado para a formação de uma cultura indígena típica, claramente diferente
das outras culturas nativas (SCHMITZ, 2009). Essas populações indígenas tinham
como base de sua subsistência a caça, a pesca e a coleta de produtos naturais,
além de diversos graus de cultivo de plantas tropicais. A estrutura social era
bastante variável, indo de bandos constituídos por famílias até tribos que
possuíam lideranças institucionais (SCHMITZ, 1991).
Figura 29. Mapa do sudoeste do Paraná demarcando a área coberta por araucárias em seu estado
primitivo. Destaca o município de Pato Branco, com a área que possuía no ano de sua
emancipação. Fonte: Júlio Caetano Tomazoni (VOLTOLINI, 2000).
101
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
102
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
chegar ao Peru, na periferia do império Inca. Garcia foi morto pelos guaranis
durante seu retorno, em 1526.
Em 1531, um grupo de cerca de 80 homens foi enviado de Cananeia para
o sertão paranaense, por ordem de Martim Afonso de Sousa, o primeiro donatário
da Capitania de São Vicente, atual Rio de Janeiro. Essa expedição, uma das
primeiras iniciativas da coroa portuguesa para colonizar as terras brasileiras, teve
um fim igualmente abrupto e trágico. O grupo foi morto pelos índios guaranis em
algum lugar entre as Sete Quedas e a Foz do Iguaçu, quando seguiam,
provavelmente, o mesmo trajeto de Aleixo Garcia (CHAGAS e MOTA, 2011).
Na década seguinte, o espanhol Pedro Alvares Nuñes Cabeza de Vaca
empreendeu uma expedição partindo do litoral de Santa Catarina até Assunção,
no Paraguai, onde tomaria posse como comandante da província em nome do rei
da Espanha. Essa expedição contou com 250 homens e 26 cavalos e passou por
várias regiões do Paraná (Figura 30), seguindo muito próximo ao caminho de
Peabiru, um caminho aberto pelos índios que ligava os Andes ao oceano Atlântico.
Cabeza de Vaca fez um desvio de cerca de 80 léguas do caminho de Peabiru para
não passar pelo território dos caingangues, nos campos de Palmas e Guarapuava,
pois estes índios eram hostis aos guaranis e ao homem branco (CHAGAS e
MOTA, 2011).
Figura 30. Rota das expedições de Cabeza de Vaca. A expedição de 1541 saiu do litoral de Santa
Catarina e foi até Assunção, no Paraguai, passando pelo atual território do Paraná. Fonte:
Cleverton Lopes, 2013.
103
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
104
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
estabeleciam (MARTINS, 1995). Com suas tentativas de ocupação frustradas
constantemente pelos índios e, ao constatarem que os espanhóis não possuíam
postos avançados na região, os portugueses desistiram momentaneamente da
ocupação efetiva das terras (WACHOWICZ, 2002).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
criada nesta província a colônia de Assangui, ao norte de Curitiba, organizada em
sistema de pequenas propriedades. As terras eram férteis, mas não havia
qualquer infraestrutura para apoiar o estabelecimento dos imigrantes e
providenciar uma comunicação entre a colônia e os outros centros povoados da
província. Assim, os cereais produzidos apodreciam nos celeiros por falta de
transporte e a colônia fracassou (WACHOWICZ, 2002).
Após duas tentativas frustradas de estabelecer núcleos de imigrantes
ingleses no Paraná, Thomas Bigg-Wither realizou uma expedição à província em
1872. Seu relato descreve as duras condições de vida e a situação precária das
estradas e povoações paranaenses. Já na chegada à cidade de Antonina, fica
evidente a pobreza da população: as casas eram feitas a partir de um lastro de
pedras trazidas do rio, cobertas de argamassa e cal e poucas janelas eram
envidraçadas. As casas mais abastadas possuíam uma chaminé de ferro saindo
de seus telhados. Nas mais pobres, a fumaça saía pelos interstícios das telhas.
Os carroceiros contratados para levar a expedição até a próxima parada
tinham cinco cavalos atrelados a cada carroça e recusaram-se a carregar mais
que uma certa quantidade de carga. Isso tudo pareceu fora de propósito para os
ingleses. Contudo, mais adiante na estrada ficariam evidentes as razões de tantos
cavalos e a teimosia para não levar uma carga muito grande. Bigg-Wither chama
as estradas brasileiras de “estradas de troncos de árvores”, descrevendo um dos
piores trechos da seguinte maneira:
107
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 32. Ilustração incluída no relato de viagem de Thomas Bigg-Wither,
retratando a araucária e um dos acampamentos do grupo I da expedição, à
margem de uma floresta de pinheiros (BIGG-WITHER, 1974).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 33. Mapa da Província do Paraná em 1881, com destaque para o território da Colônia
Assungui e para a listagem das colônias e núcleos coloniais da província. Fonte: ITCG/PR.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
km2, recuperando a região de Palmas e Clevelândia, enquanto que Santa Catarina
ficaria com os 28.000 km2 que formavam as terras das vertentes do rio Uruguai.
O acordo definitivo foi assinado em 1916 e ratificou o estabelecido (WACHOWICZ,
2002). Em 1818, foi criada a colônia de Bom Retiro (Figura 34), com o objetivo de
reunir no sudoeste do Paraná os habitantes do Contestado que não queriam
permanecer sob o domínio catarinense.
Figura 34. Mapa histórico do sudoeste do Paraná em 1924, pesquisado pelo prof. Júlio Caetano
Tomazoni, apresentando a localização da Colônia Bom Retiro, com área de 1587 km2 (VOLTOLINI,
1966).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 35. Villa Nova nos anos 1920. A vila desenvolveu-se por iniciativa dos migrantes, que
penetraram no território da colônia em busca um local com boas fontes de água. Além de ser um
bom local para a criação de porcos, ainda possuía muita erva-mate, que era outra fonte de renda.
Assim, a vila foi se desenvolvendo, em detrimento da outra, às margens do rio Pato Branco
(VOLTOLINI, 1966).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Até o final da década de 1920, não havia uma estrada que ligasse esse
núcleo colonial às cidades por onde passava a estrada de ferro, em União da
Vitória e São João dos Pobres. O transporte era feito por mulas (Figura 36), que
percorriam trilhas e picadas abertas na floresta (Figura 37). Além destas
dificuldades, os tropeiros ainda enfrentavam o risco de um ataque dos índios
botocudos (vide Figura 31). Essas tropas partiam de Bom Retiro e Clevelândia
levando erva-mate, banha, salames e outros produtos e regressavam com
mercadorias de primeira necessidade para os moradores locais (VOLTOLINI,
1966).
Durante seus primeiros anos, a economia da Colônia de Bom Retiro e
também da nascente Villa Nova era centrada na atividade de exploração da erva-
mate. A empresa argentina Luiz Pastoriza explorava o produto na região,
contratando mão-de-obra local para a realização de algumas atividades. Eram as
tropas de cargueiro de Luiz Pastoriza que transportavam a erva-mate para a
Argentina e na volta traziam mercadorias para abastecer Villa Nova. A oferta
garantida de emprego fez com que muitos migrantes viessem para a região,
sobretudo vindos do Rio Grande do Sul. Junto com a exploração da erva-mate,
iniciou-se no sudoeste a criação de porcos, que foi crescendo na medida em que
diminuía a atividade extrativista (VOLTOLINI, 1966).
Durante os anos 1920, foram construídas em Villa Nova diversas pistas
para corrida de cavalos, conhecidas pela população como raias. Essas corridas
eram muito populares, constituindo uma das principais atividades de lazer dos
habitantes da região. As corridas de cavalos entraram em declínio apenas nos
anos 1960, quando foram desativadas as últimas pistas (VOLTOLINI, 1966).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 36. Os carroções garantiam o abastecimento de Villa Nova ainda na década de 1930. O
condutor do conjunto, que pertencia a Possídio Salomoni, é Otomar de Abreu. Fonte: Foto Lider
(VOLTOLINI, 1966).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 37. Floresta de pinheiros à época da colonização (VOLTOLINI, 2000).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
preciso coloca-la amarrada de lado na mula, caso contrário não havia qualquer
possibilidade de carrega-la, pois ficava presa aos pinheiros (BOCCHESE, 2004).
Enquanto a extração da madeira se intensificava na década de 1930 no Rio
Grande do Sul e em Santa Catarina, no Paraná as florestas permaneciam
praticamente intocadas (Figura 37). Antes dos anos 1940, a presença de serrarias
era insignificante no número e na capacidade de produção, que se destinava
quase que exclusivamente ao consumo local (VOLTOLINI, 2000).
116
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 38. Serraria pertencente aos irmãos Martinello, no Caçadorzinho, em Pato Branco,
utilizando uma serra-fita (VOLTOLINI, 2000).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 39. Fotografia de meados de 1945. A indústria extrativista vegetal aumentava seu ritmo,
embora novas construções fossem surgindo lentamente. Observa-se a cerca circundando a igreja
e projetando a atual Praça Presidente Vargas e uma densa floresta de araucárias ao fundo.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 40. O trabalho de rolar as toras para a plataforma do caminhão do mato era penoso e
perigoso e exigia a soma da força e da prática de ação de vários homens. As peças já vinham do
local de extração selecionadas e cortadas do comprimento certo para o torno, facilitando o
transporte (VOLTOLINI, 2000).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 41. Com o esgotamento dos pinheiros e o fechamento das serrarias, ficaram para trás os
barracões abandonados, já sem os equipamentos que transformaram milhares de pinheiros
(VOLTOLINI, 2000).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
3.4.5 A REVOLTA DOS POSSEIROS
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
1950, o governo federal vendeu a gleba das Missões a CITLA (Figura 43), que
ficou impossibilitada de emitir as escrituras aos compradores de suas terras em
razão de uma manobra política do governo do estado. A CITLA ficou, então,
paralisada até 1955, enquanto uma quantidade cada vez maior de migrantes afluía
ao sudoeste do Paraná (WACHOWICZ, 2002).
Figura 43. Mapa da área escriturada pelo Governo da União à CITLA em 1950, compreendendo
a Gleba Missões e parte da Gleba Chopim (na região de Dois Vizinhos), num total de 464.451
hectares (VOLTOLINI, 2003).
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ENCARTE 2
ameaças (VOLTOLINI, 2003). O posseiro molestado pelas companhias era de três
tipos:
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 44. Manifestação dos colonos em Pato Branco no movimento de 1957 (Arquivo pessoal
de Sueli Dartora).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
situação chegou a um termo, com o reconhecimento das divisas dos antigos
posseiros e a entrega da titulação das terras (WACHOWICZ, 2002).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 45. Foto de 1952. No ano de instalação do município, Pato Branco já contava com recursos
que tornavam a vida mais fácil para seus habitantes. Na imagem pode ser vista a Associação
Beneficente Santa Margarida, hospital fundado pelo médico Silvio Vidal. Ao fundo, vê-se também
o Hospital do Dr. Graeff.
Figura 46. Visão parcial da praça e setor oeste da cidade, em 1964 (BODANESE, 1984).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 47. Pato Branco em 1982. Com uma população urbana de 60 mil habitantes, a
cidade completa 30 anos de emancipação política, já tendo sido administrada por sete
prefeitos. Contava na época com 173 indústrias, 14 agências bancárias, 90 escolas
(ensino fundamental, médio e superior), com aproximadamente 12.600 alunos
(BODANESE, 1984).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
terras, abriu algumas casas comerciais, que eram administradas por seus filhos e
atendiam aos empregados das serrarias da região (VOLTOLINI, 2000). Os
serviços que prestou à comunidade de Pato Branco foram reconhecidos em 11 de
dezembro de 1998, quando recebeu o título de Cidadão Honorário de Pato Branco
(Figura 48). Vitório Piassa faleceu em 29 de julho de 2001.
Figura 48. Vitório Piassa na cerimônia de entrega do título de Cidadão Honorário de Pato Branco,
PR, em 11 de dezembro de 1998.
Na área comprada de Martinello, Piassa montou uma serraria. Era uma fita
movida a diesel e, mais tarde, a energia elétrica com a entrada da COPEL na
região. Os pinheiros vinham de sua propriedade e da compra de terceiros. O
pedido de alvará de funcionamento para o escritório de beneficiamento e comércio
de madeiras foi encaminhado em 1966, tendo sido assinado em 1983. No ano
seguinte, Piassa obteve o alvará para o funcionamento da serraria (Figura 49). Na
década de 1980, abriu um depósito e, posteriormente, uma serraria no Mato
Grosso, para onde transferiu seu maquinário (VOLTOLINI, 2000). A Indústria de
Madeiras Estrela encerrou suas atividades oficialmente em 1994 (Figura 50).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
O Parque Estadual Vitório Piassa foi criado pelo Decreto nº 5.169, de 30 de
julho de 2009, tendo por objetivo preservação dos ecossistemas naturais
abrangidos, possibilitando a realização de pesquisas científicas, de
conscientização, educação e interpretação ambientais e de turismo sustentável.
Sua administração ficou a cargo do Instituto Ambiental do Paraná.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
3.5 PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO SOBRE A HISTÓRIA
REGIONAL E O P.E. VITÓRIO PIASSA
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
obras para instalação de iluminação pública, de energia elétrica nos domicílios e
dos encanamentos de água e esgoto.
Todos os entrevistados que conheceram Pato Branco na primeira metade
do século XX destacaram a abundância de araucárias nas florestas da região,
bem como a simplicidade da cidade na época anterior à chegada das madeireiras.
As casas eram simples, de madeira, as ruas eram de terra batida. As primeiras
ruas foram abertas manualmente, com o uso de pás e picaretas. No entanto,
destacaram também a preocupação sempre presente com a educação. Já na
década de 1920, a primeira professora do povoado dava aulas bilíngues, em
espanhol para os filhos dos argentinos que trabalhavam para Luiz Pastoriza e em
português para os filhos dos caboclos. Nas décadas seguintes, muitas escolas
foram abertas e, posteriormente, também universidades, consolidando Pato
Branco como um polo da educação no sudoeste do Paraná.
A Revolta dos Posseiros, na década de 1950, ficou marcada na memória
popular. Muitos dos agricultores do sudoeste paranaense compraram suas terras
de maneira informal, recebendo apenas um título de posse, sem a emissão de um
registro legal em nome dos novos proprietários. As terras do atual município
estavam tituladas dentro da Gleba das Missões, que o governo pretendia lotear e
vender para os migrantes e imigrantes que chegavam. Com esse objetivo, foram
criadas duas companhias colonizadoras, a CANGO e a CITLA, que receberam
permissão para atuar na região.
Essas companhias passaram a pressionar os posseiros para que
pagassem pelas terras para receber o título de propriedade e permanecer no local.
No entanto, os valores pedidos eram abusivos e os posseiros não consideravam
justo pagar novamente pelas terras. A questão não foi resolvida de forma pacifica,
sobretudo depois que as companhias contrataram bandos de homens armados,
conhecidos popularmente como jagunços, para persuadir os posseiros a pagar
pelas terras ou desocupá-las. A figura do jagunço é muito presente na memória
popular, que reconta todo o tipo de histórias a respeito de suas ações na época
do conflito.
Ivo Tomazoni e Porto Alegre enfrentaram os jagunços, mas a legalização
das terras foi um processo muito mais complicado. Pedro Cordeiro de Andrade
trabalhou na comissão que fez a vistoria e medição dos terrenos e enfrentou
muitas dificuldades, pois os posseiros acreditavam que os integrantes da
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
comissão eram jagunços que iam tirar suas terras. Muitos não queriam sequer
assinar a legalização, com medo de perder o que tinham. Com o objetivo de
esclarecer a situação e convencer os posseiros a assinarem os documentos, a
comissão encarregada os reuniu em um clube de Pato Branco. Muitos homens
compareceram armados, dispostos a enfrentar os supostos jagunços e acabar de
uma vez por todas com o conflito. Depois de muita conversa, contando com a
ajuda de alguns posseiros que conheciam Pedro Cordeiro e afirmaram que
nenhum daqueles homens era jagunço, os papéis foram assinados e a situação
finalmente se resolveu.
Outro aspecto bem presente na memória popular é a exploração da
madeira da araucária. Os entrevistados lembraram que, no início, os colonos
pagavam pela retirada dos pinheiros. Apenas mais tarde é que se deram conta do
valor comercial da madeira e, então, passaram a explorá-la. Em poucos anos, os
extensos pinhais da região foram derrubados pelas muitas serrarias que se
instalaram no sudoeste paranaense.
Vitório e Clementina Piassa foram apenas um dos muitos casais que vieram
para Pato Branco e passaram a se dedicar a esta atividade. Trouxeram consigo
diversos agregados, incluindo a família Antunes, que auxiliava na atividade de
extração da madeira e estabeleceu moradia na propriedade que hoje integra o
Parque. As três irmãs Helena Aparecida Antunes, de 67 anos, Ana Aparecida
Antunes de 74 anos e Eva da Conceição Antunes, de 78 anos, ainda residem no
local, em moradia construída a partir da casa de madeira de mais de cinquenta
anos, que feita pelo já falecido Sr. Antunes (Figura 51). A casa não possuí água
encanada e, até bem pouco tempo, também não possuía energia elétrica. As
senhoras utilizam a água de uma nascente próxima e levam uma vida bastante
simples e humilde. O único traço de modernidade na residência são as lâmpadas
elétricas, a geladeira e a televisão, provenientes de doações.
O Conselho Municipal de Meio Ambiente, tendo tomado conhecimento
destas moradoras, discutiu em diversas reuniões qual seria a melhor decisão. A
presença das moradoras constitui um uso conflitante com os objetivos da Unidade
de Conservação. Contudo, as três senhoras, que se encontram já em idade
avançada, residiram no mesmo local durante toda a sua vida e não expressam
desejo de mudar-se para a cidade. Considerando que a adaptação a uma vida
radicalmente diferente da qual elas estão acostumadas poderia causar prejuízos
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
irreparáveis às três senhoras, o Conselho decidiu por sua permanência na
Unidade de Conservação. No entanto, ficou estabelecido que apenas as três
senhoras podem residir no local, sendo vetada a ocupação da moradia por filhos
ou outros descendentes.
Figura 51. Residência das senhoras Helena Aparecida Antunes, Ana Aparecida Antunes e Eva da
Conceição Antunes, localizada na unidade de conservação, Pato Branco, PR. A casa foi construída
a partir da antiga moradia (década de 1930) pelo pai das mulheres, que veio, com sua família, em
busca de melhores oportunidades acompanhando Vitório Piassa.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
para trás apenas umas poucas araucárias que eram impróprias para o comércio.
A área foi, então, quase completamente desmatada e utilizada para cultivos
agrícolas durante muitos anos, até ser abandonada, permitindo que a floresta
crescesse novamente.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
pessoal e abstrata de uma realidade. Tanto as transcrições das entrevistas quanto
os mapas mentais foram submetidos a uma análise de conteúdo (MINGOTTI,
2012).
Conforme Silva e Leite (2008), a perspectiva ambiental considera a maneira
de olhar o ambiente e traduz-se na maneira como o homem compreende as leis
que o conduzem. Origina-se por meio de uma percepção visual consequente por
meio de conhecimentos, experiências, crenças, emoções, cultura e ações.
Elaborar mapas mentais com os moradores e pessoas chave do entorno de uma
unidade de conservação reflete o passado, a atualidade e até as perspectivas
futuras de um local.
Estando localizado no perímetro urbano, às margens de uma rodovia
bastante movimentada, a chamada Via do Conhecimento, que dá acesso a
diversas instituições de ensino, o Parque é bem conhecido dos moradores da
cidade. Todos os entrevistados declararam conhece-lo, sendo que 47% passam
diariamente pelo local. No entanto, apenas 5% já entraram no local e quando o
fizeram foi para realizar alguma atividade de ensino, pesquisa ou de caráter
profissional. O Parque ainda não está oficialmente aberto à visitação. Além disso,
antes de se tornar uma unidade de conservação, era uma área privada que,
segundo relatos, possuía uma cerca ao redor e um portão com cadeado, o que
justifica a pouca ocorrência de visitas a seu interior.
Entre os elementos importantes no Parque, os mais citados foram as
árvores, sobretudo a araucária (96%), os animais (62,5%) e as nascentes e fontes
d’água (32%). Alguns entrevistados também citaram as moradoras, que são um
importante testemunho da história de formação do município, representando as
famílias que vieram para Pato Branco em busca de uma vida melhor.
Considerando as obras de infraestrutura que estão sendo realizadas, mais de 90%
dos entrevistados se referiram também à importância futura do Parque enquanto
lugar de lazer e de contato com a natureza para os moradores do município.
O lazer foi a principal função citada para o Parque (mais de 95% dos
entrevistados), seguido pela conservação da natureza (67%) e pela educação
ambiental (32%). Os entrevistados consideram que o Parque será um espaço não
apenas para as famílias compartilharem momentos juntas e para as pessoas
realizarem atividades físicas (caminhada e ciclismo), mas principalmente para
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 52. Mapa mental do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR em aspecto de
paisagem, fazendo uso de imagens e palavras para representar a unidade e os elementos que
a compõem. Na maioria dos mapas, apenas os aspectos positivos da unidade de conservação
foram representados.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
A casa das senhoras, as árvores, os lagos, as trilhas e o pórtico de entrada
foram elementos recorrentes, da mesma forma como ocorreu nas entrevistas. No
entanto, alguns fatores conflitantes que não foram citados oralmente se mostraram
presentes, tais como as linhas de transmissão de energia elétrica que atravessam
a unidade de conservação, uma área invadida que está ocupada por cultivos
agrícolas e a estação de tratamento da SANEPAR, que se localiza nas
proximidades.
A análise dos mapas demonstrou que os sujeitos apresentam um
conhecimento da área, mas é um conhecimento superficial que se relaciona
principalmente a certos pontos mais representativos. Além disso, prevalece a
representação de elementos da paisagem natural e construída. Elementos
móveis, como animais, não foram representados. Há também certa dificuldade
quanto à localização dos elementos, sendo que a representação dos locais de
trilhas, estradas, corpos d'água e mesmo das construções, como a casa e o
restaurante, variou entre os mapas.
Figura 53. Mapa mental do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR em escala de
paisagem representando tantos os elementos positivos quanto os usos conflitantes na unidade de
conservação e em seu entorno.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
Figura 54. Mapas mentais representando a área do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR e seu entorno numa perspectiva de paisagem. Ambos fazem a representação com
figuras e palavras apontando os limites da unidade e seus principais elementos.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 2
citaram este elemento afirmaram que o local é inadequado para este tipo de
atividade. A estação de tratamento, sobretudo em dias quentes, exala um odor
incômodo que pode ser percebido em toda a unidade. Para que o Parque seja,
além de uma área de conservação ambiental, um local de lazer é necessário
eliminar este odor, que poderia incomodar os visitantes.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.1.1 CARTA-BASE DO P.E. VITÓRIO PIASSA
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 56. Aspectos gerais das áreas limítrofes e do entorno imediato do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
Figura 57. Carta base do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
do território da UC, verifica-se que boa parte da área se apresenta como topos
alongados, com vertentes convexas e, em geral, com declividade menor que 15°.
Os maiores desníveis estão pontuados em porções especificas ao norte, nordeste
e sudeste da UC, mas não chegam a declividades iguais ou superiores a 36°
(Figura 59).
A partir dos resultados referentes às cotas altimétricas e classes
clinográficas, pode-se verificar que a UC como um todo constitui-se de feições de
relevo suave ondulado de elevação média. A partir de uma avaliação posterior da
malha hídrica, foi possível perceber que a área que apresenta inúmeras nascentes
e poucas áreas úmidas (banhados). As nascentes estão localizadas
especialmente nas porções próximas à cota de 760 metros de altitude,
característica que ocasiona a formação de cursos hídricos de primeira e segunda
ordens (afluentes do rio Ligeiro) e proporciona a presença de fauna e flora
distintas. Ademais, em se tratando dos aspectos cênicos que o território
apresenta, estas distintas feições, denotadas por pequenas áreas com altitudes
elevadas oferecem a oportunidade de estudos futuros sobre a inserção de pontos
de visualização elevada (minitorres ou mirantes), os quais poderão agregar maior
visualização e estudos da Floresta Ombrófila Mista existente na Unidade de
Conservação.
149
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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Figura 58. Classes hipsométricas no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
Figura 59. Classes clinográficas no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
A região de Pato Branco está inserida no Sistema Aquífero Serra Geral Sul,
o qual apresenta águas subterrâneas em rochas com porosidade por fraturas. Este
sistema abrange a maioria da região sudoeste, dominada pelos derrames da
Unidade Estratigráfica Serra Geral no Terceiro Planalto Paranaense, e se constitui
predominantemente por litologias basálticas, amigdaloides e fraturadas. Na bacia
do Rio Iguaçu, a vazão média específica dos poços para este sistema está em
torno de 7,5 m3.h-1, com um potencial hidrológico para o aquífero Serra Geral Sul
estimado em 3,8 L.s-1.km-2. Com relação à qualidade das águas subterrâneas, o
teor salino está abaixo de 250 mg.L-1 e a concentração de cálcio é de 9 mg.L-1.
São, portanto, classificadas como águas bicarbonatadas cálcicas
(ÁGUASPARANÁ, 2010)
Em aquíferos fraturados, como é o caso das rochas basáltivas que formam
o substrato rochoso de parte do território da UC, cuja porosidade deve-se
essencialmente à presença de fraturas, o escoamento é determinado pela
permeabilidade da matriz rochosa e pela condutividade hidráulica das
descontinuidades. As rochas basálticas presentes na área de estudo
caracterizam-se como maciços magmáticos extrusivos, gerados por emissões
sucessivas de lavas. Nesse tipo de rocha, são esperadas descontinuidades sub-
horizontais de alta condutividade hidráulica a qualquer profundidade, separadas
por corpos tabulares praticamente estanques. As entradas de água desse aquífero
podem ser encontradas até uma profundidade de 170 metros para a região, mas
são comumente situadas entre 30 e 110 metros.
No que se refere às águas superficiais, a área de Pato Branco está inserida
na Bacia Hidrográfica do Iguaçu, sendo drenada em sua totalidade na unidade
hidrográfica do Baixo Iguaçu. Um dos principais afluentes do rio Iguaçu é o rio
Chopim, que drena a divisa do município na face sudeste e leste, possuindo
diversos afluentes formados em seu território. Logo, a região de Pato Branco
pertence a sub-bacia do rio Chopim.
Em função de sua localização geográfica, a malha hídrica de Pato Branco
compõe-se de recursos hídricos de pequena e média ordem. A microbacia do rio
Ligeiro, que drena a Unidade de Conservação (Figuras 16 e 17), apesar de
apresentar feições geomorfológicas suaves propícias à prática da agricultura, teve
152
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
ao longo dos anos a predominância de vegetação nativa como cobertura do solo,
com a extração de espécies madeiráveis para o desenvolvimento da atividade
econômica dos antigos proprietários. A manutenção da vegetação, que
atualmente apresenta diferentes estádios de sucessão vegetal, possibilitou
também a manutenção e proteção dos recursos hídricos da área (Figura 60).
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 61. Nascentes e pequena cascata formadas no curso presente território do P.E. Vitório
Piassa, Pato Branco, PR.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 62. Ponto de captação de água com represamento dentro do P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 63. Coleta de água em um dos pontos avaliados no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
156
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Aspectos microbiológicos: quanto aos coliformes termotolerantes e
totais, os valores obtidos em ambas as amostras corresponderam a 2
NMP/100mL, estando enquadradas na CLASSE 1 (Resolução CONAMA Nº
357/2005). Estes valores podem estar associados ao fato de que são cursos que
nascem dentro da UC e que a vegetação da área é conservada há alguns anos,
diminuindo a probabilidade de elevada carga de matéria orgânica e outros
contaminantes.
Aspectos físico-químicos: os parâmetros de fósforo, nitrato, nitrito,
nitrogênio total, demanda bioquímica de oxigênio e demanda química de oxigênio
apresentaram valores baixos, bem como óleos e graxas e turbidez. Os resultados
das análises físico-químicas vinculam as amostras 1 e 2 ao enquadramento na
Classe 1 (Resolução CONAMA Nº 357/2005). Contudo, o pH das amostras 1 e 2
foram de 4,25 e 5,64, respectivamente, caracterizando-se como águas
ligeiramente ácidas. O pH da área pode ser influenciado pela tipologia dos solos
locais, ácidos orgânicos dissolvidos oriundos da decomposição de matéria
orgânica.
No que se refere ao enquadramento pelo IQA, as águas coletadas nos
córregos do P.E. Vitório Piassa foram classificadas como água superficiais de
qualidade boa pelo cálculo do IQA produtório (vide Tabela 19). Foram avaliados
os parâmetros de coliformes termotolerantes, nitrogênio total, demanda
bioquímica de oxigênio, fósforo total, pH e turbidez, atribuindo-se pesos a cada
um desses parâmetros de acordo com a importância de para a determinação da
qualidade desses cursos.
157
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.2.1.3 Usos e ocupação da terra no P.E. Vitório Piassa
159
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
160
Figura 65. Classes de uso e ocupação da terra no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.2.2 FATORES BIÓTICOS
4.2.2.1 Flora
161
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
69). O mapeamento também demonstrou um aumento nos índices de
desflorestamento em 2015-2016, que foi de 74% em relação a 2014-2015,
atingindo 3.456 hectares e colocando o Paraná em terceiro lugar entre os estados
que mais desflorestaram áreas neste período.
Figura 68. Fisionomia da vegetação no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
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Figura 69. Remanescentes florestais do bioma Mata Atlântica no Estado do Paraná (SOSMA, 2017).
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Além da Floresta com Araucária, outro tipo de ecossistema ocorrente em
Pato Branco são os banhados. Pertencentes à categoria das áreas úmidas,
ocorrem principalmente em locais onde a drenagem não é tão acentuada,
expressos pelo aparecimento de lençol subsuperficial, sobretudo nas
proximidades das nascentes de pequenos córregos.
Os banhados são locais estratégicos de conservação, devido à sua alta
diversidade biológica e produtividade, que resultam das relações estabelecidas
entre água, solo, vegetação e fauna (CARVALHO e OZORIO, 2007). São
ecossistemas que permanecem inundados durante tempo suficiente para ocorrer
o estabelecimento de solos encharcados e de plantas aquáticas, além de gerarem
um processo denominado de gleização, que resulta em solos de cor escura,
devido à grande quantidade de matéria orgânica.
A definição mais aceita, proposta pela Convenção de Ramsar em 1971, diz
que áreas úmidas são “extensões de brejos, pântanos e turfeiras, ou superfícies
cobertas de água, em regime natural ou artificial, permanentes ou temporárias,
estancadas ou correntes, doces, salobras ou salgadas, incluídas as extensões de
água marinha cuja profundidade na maré baixa não exceda os seis metros”
(ROLON e MALTCHIK, 2006). Assim sendo, o termo abrange vários
ecossistemas, tais como lagoas de água doce e salobra sem influencia marinha,
savanas, campos e florestas de inundações temporárias ou permanentes e os
banhados (inundação permanente). As características comuns que reúnem
ambientes tão diversos em “áreas úmidas” são:
1. A presença de água rasa ou solo saturado;
2. O acúmulo de material orgânico proveniente de vegetais em
decomposição, gerando especialmente solos pretos ou escuros,
decorrentes do processo de gleização (solos melânicos com elevado
teor de matéria orgânica);
3. A presença de plantas e animais adaptados à vida aquática, os quais
podem ser utilizados como indicadores de qualidade ambiental ou para
a caracterização de determinado ecossistema.
Assim como no restante do sul do país, muitos locais que outrotra
abrigavam áreas úmidas em Pato Branco foram convertidos em outros usos,
sobretudo para agricultura de culturas anuais. No P.E. Vitório Piassa, esses
ecossistemas estão associados às lâminas d’água estagnadas, em geral de
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
168
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
Figura 70. Fisionomia da Floresta Ombrófila Mista no P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR. ENCARTE 3
As famílias com maior riqueza de espécies foram Asteraceae e Myrtaceae
com 19 espécies cada e Fabaceae e Poaceae com 12 espécies cada. A partir da
lista de espécies (Tabela 21), pode-se verificar o predomínio de espécies
associadas à Floresta Ombrófila Mista – FOM, em especial pela presença de
Araucaria angustifolia e Podocarpus lambertii, além de diversas lauráceas (Ocotea
porosa, Ocotea grandiflora) e mirtáceas típicas desta fitofisionomia (Plinia
cauliflora, Plinia peruviana, Myrcianthes gigantea). Contudo, sobressaíram-se
também diversas espécies de ampla distribuição, não vinculadas a uma
169
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
170
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Chaptalia nutans (L.) Polak. língua-de-vaca
Conyza bonariensis (L.) Cronquist buva
Dasyphyllum spinescens (Less.) Cabrera sucará
Elephantopus mollis Kunth erva-grossa
Moquiniastrum polymorphum (Less.) G.
cambará
Sancho
Mikania glomerata Spreng. guaco
Piptocarpha angustifolia Dusén ex
vassourão-branco
Malme
Senecio brasiliensis Less. maria-mole
Soliva pterosperma (Juss) Less. roseta
Trixis praestans (Vell.) Cabr. assa-peixe-manso
Vernonanthura discolor (Spreng.) H.Rob. vassourão-branco
BERBERIDACEAE Berberis laurina Billb. espinho-de-judeu
BIGNONIACEAE Fridericia chica (Bonpl.) L.G.Lohmann crajiru
Handroanthus albus (Cham.) Sandwith ipê-amarelo/branco
Handroanthus heptaphyllus (Vell.)
ipê-roxo
Mattos
Jacaranda micrantha Cham. caroba
Macfadyena unguis-cati (L.) A.H. Gentry unha-de-gato
Pyrostegia venusta (Ker-Gawl.) Miers cipó-de-são-joão
BLECHNACEAE Blechnum austrobrasilianum de la Sota samambaia
Blechnum brasiliense Desv. samambaia
BORAGINACEAE Cordia americana (L.) Gottschling & J.S.
guajuvira
Mill.
Cordia ecalyculata Vell. maria-preta
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. louro
BROMELIACEAE Aechmea recurvata (Klotzsch) L.B. Sm. bromélia
Billbergia nutans H.Wendl. bromélia
Tillandsia recurvata (L.) L. cravo-do-mato
Tillandsia stricta Soland. bromélia
Tillandsia tenuifolia L. cravo-do-mato
CACTACEAE Lepismium cruciforme (Vell.) Miq. rabo-de-rato
Lepismium lumbricoides (Lem.) Barthlott cactus
CANNABACEAE Celtis ehrenbergiana (Klotzsch) Liebm. esporão-de-galo
Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. esporão-de-galo
Trema micrantha (L.) Blume grandiúva
CANNACEAE Canna indica L. bananeira-de-jardim
CANELLACEAE Cinnamodendron dinisii Schwancke pimenteira
CARDIOPTERIDACEAE Citronella paniculata (Mart.) R.A.Howard congonha
CELASTRACEAE Maytenus aquifolia Mart. cancorosa
Maytenus dasyclada Mart. espinheira-falsa
Maytenus ilicifolia Mart. ex Reissek cancorosa
Schaefferia argentinensis Speg. falsa-coronilha
COMMELINACEAE Commelina erecta L. erva-de-santa-luzia
CONVOLVULACEAE Dichondra sericea Sw. orelha-de-rato
Ipomoea cairica (L.) Sweet corda-de-viola
CUNONIACEAE Lamanonia ternata Vell. guaraperê
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Ocotea porosa (Nees & Mart.) Barroso imbuia
Ocotea puberula (Rich.) Nees canela-guaicá
Ocotea pulchella (Nees) Mez canela-lageana
LOGANIACEAE Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. esporão-de-galo
LYTHRACEAE Cuphea gracilis Kunth cúfea
MALVACEAE Byttneria australis A. St.-Hil. raspa-canela
Luehea divaricata Mart. & Zucc. açoita-cavalo
Pavonia sepium A. St.-Hil. carrapicho
Sida rhombifolia L. guanxuma
MELASTOMATACEAE Leandra regnelli (Triana) Cogn. pixirica
Miconia cinerascens Miq. pixirica
Miconia hyemalis A. St.-Hil. & Naudin pixiricão-branco
Miconia sellowiana Naudin pixirica
Tibouchina sellowiana (Cham.) Cogn. quaresmeira
MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. cangerana
Cedrela fissilis Vell. cedro
Trichilia elegans A. Juss. pau-de-ervilha
MONIMIACEAE Hennecartia omphalandra J.Poiss. gema-de-ovo
Mollinedia elegans (Spreng.) Perkins
MORACEAE Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. figueira
Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burg.,
cincho
Lanjouw & Boer
MYRTACEAE Acca sellowiana (O.Berg) Burret goiaba-da-serra
Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg murta
Calyptranthes concinna DC. guamirim
Campomanesia guazumifolia
sete-capotes
(Cambess.) O. Berg
Campomanesia xanthocarpa O. Berg guabiroba
Eugenia hiemalis Cambess. guamirim
Eugenia involucrata DC. cerejeira
Eugenia pluriflora DC. guamirim
Eugenia pyriformis Cambess. uvaia
Eugenia ramboi D. Legrand batinga
Eugenia uniflora L. pitangueira
Myrcia multiflora (Lam.) DC. pedra-ume-caá
Myrcia oblongata DC. guamirim
Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D.
araçá
Legrand
Myrcianthes pungens (O.Berg) D.
guabiju
Legrand
Myrciaria tenella (DC.) O. Berg camboim
Plinia cauliflora (Mart.) Kausel jabuticaba
Plinia peruviana (Poir.) Govaerts jabuticaba
Psidium cattleianum Sabine aracá
ORCHIDACEAE Cyclopogon congestus (Vell.) Hoehne cyclopogon
Maxillaria marginata (Lindl.) Fenz. orquídea-chanel
Bulbophyllum regnelli Rchb.f. orquídea
Gomesa flexuosa chuva-de-ouro
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Quillaja brasiliensis (A.St-Hil. & Tul.)
QUILLAJACEAE pau-de-sabão
Mart.
RHAMNACEAE Hovenia dulcis Thunb. uva-japonesa
ROSACEAE Prunus myrtifolia (L.) Urb. pessegueiro-bravo
Rubus sellowii Cham. & Schltdl. amorinha
RUBIACEAE Borreria laxa Cham. & Schltdl. agriãozinho
Diodia alata Nees & Mart. erva-de-lagarto
Psychotria leiocarpa Cham. et Schlecht. cafeeiro-do-mato
Randia ferox (Cham. & Schltdl.) DC. limoeiro-do mato
Richardia brasiliensis Gomes poaia-branca
Rudgea jasminoides (Cham.) Müll.Arg. jasmin-do-mato
Rudgea parquioides (Cham.) Müll. Arg. jasmim-do-mato
RUTACEAE Balfourodendron riedelianum (Engl.)
guatambu
Engl.
Helietta apiculata Benth. canela-de-veado
Pilocarpus pennatifolius Lem. jaborandi
Zanthoxylum caribaeum Lam. mamica-de-cadela
Zanthoxylum kleinii (R.S.Cowan)
mamica-de-cadela
P.G.Waterman
Zanthoxylum rhoifolium Lam. mamica-de-cadela
SALICACEAE Banara tomentosa Clos guaçatonga-branca
Casearia decandra Jacq. guaçatonga
Casearia sylvestris Sw. chá-de-bugre
Xylosma pseudosalzmanii Sleumer coronilha
SAPINDACEAE Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. &
chal-chal
A. Juss.) Radlk.
Allophylus guaraniticus (A. St.-Hil.)
vacuum
Radlk.
Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. maria-preta
Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco
Chrysophyllum marginatum (Hook. &
SAPOTACEAE aguaí-vermelho
Arn.) Radlk.
SIMAROUBACEAE Picrasma crenata (Vell.) Engl. pau-amargo
SOLANACEAE Brunfelsia cuneifolia J.A.Schmidt manacá
Cestrum intermedium Sendtn. coerana
Cestrum strigillatum Ruiz & Pav. coerana
Nicotiana glauca Graham tabaco-arbóreo
Petunia variabilis Fries petúnia
Sessea regnellii Taub. coerana
Solanum americanum Mill. erva-moura
Solanum mauritianum Scop. cuvitinga
Solanum sanctaecatharinae Dunal joá-manso
STYRACACEAE Styrax leprosum Hook. & Arn. carne-de-vaca
SYMPLOCACEAE Symplocos pentandra Occhioni sete-sangrias
Symplocos tetrandra (Mart.) Miq. sete-sangrias
Thelypteris recumbens (Rosenst.) C.F.
THELYPTERIDACEAE rabo-de-gato
Reed
URTICACEAE Boehmeria caudata Sw. assa-peixe
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 21. Famílias, espécies, parâmetros estruturais do componente arbóreo adulto (CA) do P.E.
Vitório Piassa, Pato Branco, PR, ordenadas por ordem de importâncias das famílias do CA. DA =
Densidade absoluta (ind.ha-1); FA = Frequência absoluta (%); DoA = Dominância absoluta (m2.ha-
1
); IVI = Índice de valor de importância.
Espécies DA FA DoA IVI
Campomanesia xanthocarpa O.Berg 225 95 0,948 10,48
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze 40 35 1,746 7,38
Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez 50 40 1,384 6,59
Nectandra grandiflora Nees 65 55 0,875 5,73
Cupania vernalis Cambess. 85 60 0,47 5,02
Diatenopteryx sorbifolia Radlk. 80 50 0,595 5,01
Matayba elaeagnoides Radlk. 60 40 0,651 4,48
Ilex brevicuspis Reissek 60 45 0,588 4,43
Rudgea jasminoides (Cham.) Müll. Arg. 95 70 0,097 4,34
Luehea divaricata Mart. & Zucc. 65 40 0,46 3,98
Gymnanthes klotzschiana Müll.Arg. 85 50 0,188 3,83
Nectandra lanceolata Nees 35 30 0,654 3,68
Allophylus edulis (A.St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. 75 40 0,072 2,96
Casearia decandra Jacq. 70 40 0,065 2,84
Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. 35 30 0,326 2,64
Myrcia multiflora (Lam.) DC. 40 40 0,188 2,60
Casearia sylvestris Sw. 65 30 0,055 2,41
Annona neosalicifolia H.Rainer 30 30 0,208 2,16
Trichilia elegans A. Juss. 40 35 0,02 1,92
Myrsine umbellata Mart. 30 30 0,022 1,57
Mollinedia elegans Tul. 30 30 0,016 1,55
Prunus myrtifolia (L.) Urb. 20 20 0,167 1,53
Ocotea diospyrifolia (Meisn.) Mez 20 20 0,057 1,18
Styrax leprosus Hook. & Arn. 20 20 0,043 1,14
Allophylus guaraniticus (A. St.-Hil.) Radlk. 15 15 0,116 1,12
Albizia niopoides (Spruce ex Benth.) Burkart 10 10 0,191 1,10
Ilex paraguariensis A. St.- Hil. 20 20 0,031 1,10
Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. 15 15 0,024 0,83
Eugenia pyriformis Cambess. 10 10 0,038 0,62
Machaerium paraguariense Hassl. 10 10 0,032 0,60
Zanthoxylum rhoifolium Lam. 10 10 0,017 0,55
Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan 10 10 0,013 0,54
Sloanea hirsuta (Schott) Planch. ex Benth. 10 10 0,005 0,52
Myrocarpus frondosus Allemão 5 5 0,053 0,42
Ocotea puberula (Rich.) Nees 5 5 0,038 0,37
Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D. Legrand 5 5 0,029 0,34
Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. 5 5 0,019 0,31
Eugenia rostrifolia D.Legrand 5 5 0,014 0,29
Dalbergia frutescens (Vell.) Britton 5 5 0,007 0,27
Picrasma crenata (Vell.) Engl. 5 5 0,006 0,27
Ficus luschnathiana (Miq.) Miq. 5 5 0,004 0,26
Myrcia pubipetala Miq. 5 5 0,002 0,26
Cestrum intermedium Sendtn. 5 5 0,002 0,26
Solanum sanctaecatharinae Dunal 5 5 0,002 0,26
177
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 71. Fisionomia dos remanescentes florestais do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Detalhe para o maior remanescente florestal que abrange a UC (acima) e com alta abundância de
Alsophila setosa (samambaiaçu de espinho) (acima, à direita). Vista aérea do setor com alta
densidade de Araucárias (abaixo).
178
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
pouco sombreado. São áreas abandonadas de cultivo, áreas onde houve
supressão da vegetação e outras, que tiveram uso intensivo e atualmente estão
em processo de regeneração devido à retirada dos fatores de degradação. Outros
locais em estágio inicial de sucessão são as faixas próximas às redes de alta
tensão que cruzam a UC, que necessitam de constante intervenção para
manutenção de vegetação baixa, evitando riscos às redes elétricas.
Por outro lado, as áreas em estágio médio de regeneração apresentam-se,
de maneira geral, vinculadas à regeneração de antigas lavouras hoje
abandonadas. As áreas com floresta em estádio inicial (4,50 ha) e em estádio
médio (32,18 ha) abrangem 34,01% (36,68 ha) da superfície total do Parque. A
diversidade vegetal dessas formações é variável, com poucas espécies arbóreas
ou arborescentes, podendo apresentar plântulas de espécies características de
outros estádios sucessionais. Esse tipo de formação vegetal ocorre no início do
processo de regeneração natural da vegetação de um local, dependendo da
capacidade de resiliência da área antropizada.
Em termos de diversidade, estes estágios sucessionais já apresentam
espécies tolerantes à sombra em desenvolvimento. Entre as mais importantes
destacam-se Campomanesia xanthocarpa (guabirobeira), Cupania vernalis
(camboatá-vermelho); Nectandra grandiflora (canela amarela); Luehea divaricata
(açoita-cavalo); Gymnanthes klotzschiana (branquilho); Podocarpus lambertii
(pinheiro-bravo) e Allophylus edulis (chal-chal). Nas áreas mais abertas e
próximas dos limites com a matriz agrícola do entorno, ocorre uma das espécies
mais importantes em termos de restauração ambiental, a Ateleia glazioviana
(timbó), muito comum em áreas perturbadas ao longo do sudoeste do Paraná, que
tem sua densidade diminuída com o avanço do processo de regeneração
(OLIVEIRA-FILHO et al., 2015).
A floresta em estágio avançado de sucessão abrange 55,76 ha (51,71%)
da superfície do Parque, correspondendo à maior área de cobertura vegetal. É
caracterizada por fragmentos onde historicamente houve perturbações menos
significativas, o que propiciou condições favoráveis ao desenvolvimento da
floresta. Estes fragmentos estão localizados sobretudo no entorno dos recursos
hídricos mais significativos e nas áreas de relevo mais declivoso, onde o acesso
é dificultado, fatores que certamente contribuíram para o status atual da formação
vegetacional. Contudo, mesmo estas áreas sofreram corte seletivo, fato
179
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 72. Estágios sucessionais observados ao longo do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Detalhe para áreas em estágio inicial de sucessão, especialmente vinculadas aos limites da UC
com o rio Ligeiro e imediações (acima); setor central do Parque Estadual em estágio médio de
regeneração, principalmente, com indícios de retirada seletiva de madeira (centro). Vista aérea
parcial da UC com detalhes para área em estágio avançado de sucessão (abaixo). Estas áreas
em estágio avançado apresentam baixa densidade de Araucárias, remetendo ao corte seletivo que
ocorreu no passado.
180
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.2.2.1.3 Espécies vegetais exóticas
181
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 73. Exemplos de espécies vegetais exóticas e com elevado potencial invasor presentes no
interior do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR (beijinho – Impatiens walleriana) (acima); Citrus
limon (limoeiro) (central) e Pinus elliottii (abaixo).
182
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.2.2.2 Fauna
4.2.2.2.1 Ictiofauna
183
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 22. Lista de ictiofauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários e/ou confirmadas (C) para o P. E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Família/Espécie Nome popular C/S Referência
Anablepidae
Jenynsia eigenmanni (Haseman, 1911) Canivete S 2, 3
Anostomidae
Leporinus macrocephalus Garavello & Britski, Piavuçu S 3
1988
Callichthyidae
Corydoras paleatus (Jenyns, 1842) Cascudinho, S 2, 3
coridoras
Characidae
Astyanax altiparanae Garutti & Britski, 2000 Lambari-relógio S 1, 2, 3
Astyanax bifasciatus Garavello & Sampaio, Lambari C, S 1, 3
2010
Astyanax dissimilis Garavello & Sampaio, Lambari S 3
2010
Astyanax gymnodontus (Eigenmann, 1911) Lambarizão S 3
Astyanax minor Garavello & Sampaio, 2010 Lambari-de-rabo- S 3
amarelo
Astyanax sp. Lambari C, S 2, 3
Bryconamericus ikaa Casciotta, Almirón & Lambarizinho S 3
Azpelicueta, 2004
Bryconamericus pyahu Azpelicueta, Lambarizinho S 3
Casciotta & Almirón, 2003
Bryconamericus sp. (Eigenmann, 1907) Pequira S 2, 3
Hyphessobrycon reticulatus (Ellis, 1911) Bandeirinha S 2, 3
Oligosarcus longirostris (Menezes & Géry, Saicanga C, S 1, 2, 3
1983)
Chrenuchidae
Characidium sp. (Reinhardt, 1867) Canivete, mocinha S 2, 3
Clariidae
Clarias gariepinus (Burchell, 1822) Bagre-africano S 3
Cichlidae
Australoheros kaaygua Casciotta, Almirón & Acará, cará S 3
Gómez, 2006
Australoheros facetus (Jenyns, 1842) Acará S 2
Crenicichla iguassuensis Haseman, 1911 Joaninha S 2, 3
Crenicichla tesay Casciotta & Almirón, 2008 Joaninha S 3
Crenicichla yaha Casciotta, Almirón & Joaninha S 3
Gómez, 2006
Crenicichla sp. Heckel, 1840 Joaninha S 1, 2, 3
Geophagus brasiliensis (Quoy & Gaimard, Cará S 2, 3
1824)
Gymnogeophagus setequedas Reis, 3
Malabarba & Pavanelli,
1992
Oreochromis niloticus (Linnaeus, 1758) Tilapia-do-nilo S 3
Tilapia rendalli (Boulenger, 1897) Tilapia S 3
Curimatidae
Cyphocharax cf. santacatarinae (Fernández- Escrivão S 3
Yépez, 1948)
184
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Erythrinidae
Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) Traíra C, S 2, 3
Hoplias sp. Traíra S 3
Gymnotidae
Gymnotus carapo Linnaeus, 1758 Tuvira S 2, 3
Gymnotus inaequilabiatus (Valenciennes, Morenita, tuvira S 3
1839)
Gymnotus sylvius Albert & Fernandes-Matioli, Morenita, tuvira S 3
1999
Heptapteridae
Pariolius sp. S 3
Rhamdia branneri (Quoy & Gaumard, 1824) Bagre S 3
Rhamdia voulezi (Quoy & Gaimard, 1824) Bagre, jundiá S 3
Ictaluridae
Ictalurus punctatus (Rafinesque, 1818) Bagre-de-canal S 3
Loricariidae
Ancistrus sp. (Rafinesque, 1815) Cascudo-roseta S 2, 3
Hypostomus commersoni (Valenciennes, Cascudo-avião C, S 2, 3
1836)
Hypostomus derbyi (Haseman, 1911) Cascudo-amarelo S 2, 3
Hypostomus roseopunctatus Reis, Weber & Cascudo S 1
Malabarba, 1990
Hypostomus myersi (Gosline, 1947) Cascudo S 2, 3
Parodontidae
Apareiodon vittatus Garavello, 1977 Canivete S 2, 3
Pimelodidae
Pimelodus britskii Garavello & Shibatta, 2007 Mandi-pintado, S 3
pintadinho
Pimelodus ortmanni (Haseman, 1911) Mandi S 2, 3
Poeciliidae
Phalloceros harpagos Lucinda, 2008 Barrigudinho S 3
Stevardiinae
Cyanocharax aff. alburnos (Hensel, 1870) Lambarizinho S 3
Trychomicteridae
Trichomycterus sp. Valenciennes, 1832 Candiru S 2, 3
4.2.2.2.2 Herpetofauna
185
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 23. Lista de repteis com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Família/Espécie Nome popular C/S Referência
Alligatoridae
Caiman latirostris (Daudin, 1802) Jacaré-do-papo- S 1, 3
amarelo
Amphisbaenidae
Amphisbaena darwinii Duméril & Bibron, 1839 Cobra-de-duas- S 2
cabeças
Amphisbaena mertensii Strauch, 1881 Cobra-cega S 4
Amphisbaena microcephalum (Wagler, 1824) Cobra-de-duas- S 2, 3, 4
cabeças
Amphisbaena prunicolor (Cope, 1885) Cobra-de-duas- S 1, 2, 3, 4
cabeças
Anomalepididae
Liotyphlops beui (Amaral, 1924) Cobra-cega S 2, 3, 4
Chelidae
Acanthochelys spixii (Duméril & Bibron, 1835) Cágado-preto S 2, 4
Hydromedusa tectifera Cope, 1869 Cágado-pescoço- S 2, 3, 4
de-cobra
Phrynops williamsi Rhodin & Mittermaier, 1983 Cágado-rajado S 1, 2, 3, 4
Colubridae
Chironius bicarinatus (Wied-Neuwied, 1820) Cobra-cipó S 1, 2, 3, 4
Chironius exoletus (Linnaeus, 1758) Cobra-cipó S 3
Leptophis ahaetulla (Linnaeus, 1758) Cobra-cipó S 4
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) Caninana S 1, 3, 4
Diploglossidae
Ophiodes fragilis (Raddi, 1826) Cobra-de-vidro S 3
Ophiodes sp. Cobra-de-vidro S 4
186
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Dipsadidae
Atractus reticulatus (Boulenger, 1885) Cobra-da-terra S 2
Atractus taeniatus Griffin, 1916 Cobra-da-terra S 2, 4
Boiruna maculata (Boulenger, 1896) Muçurana S 1, 2, 3, 4
Calamodontophis paucidens (Amaral, 1936) Falsa-cobra- S 1
espada
Clelia hussami Morato, Franco & Sanches, Muçurana S 1, 2, 3
2003
Clelia plumbea (Wied-Neuwied, 1820) Muçurana S 4
Dipsas bucephala (Shaw, 1802) Dormideira S 1
Dipsas indica Laurenti, 1768 Dormideira S 4
Echinanthera cephalostriata Di Bernardo, 1996 Cipozinho S 4
Echinanthera cyanopleura (Cope, 1885) Cobrinha S 1, 2, 3, 4
Erythrolamprus jaegeri (Günther, 1858) Cobra-verde S 2
Erythrolamprus miliaris (Linnaeus, 1758) Cobra-d’água C, S 1, 2, 3, 4
Erythrolamprus poecilogyrus (Wied-Neuwied, Cobra-lisa S 1, 2, 4
1825)
Erythrolamprus reginae (Linnaeus, 1758) Cobra-de-capim S 2
Helicops infrataeniatus Jan, 1865 Cobra-d’água S 1, 2, 3, 4
Gomesophis brasiliensis (Gomes, 1918) Cobra-d’água S 2
Oxyrhopus clathratus Duméril, Bibron & Falsa-coral S 1, 2, 3, 4
Duméril, 1854
Oxyrhopus guibei Hoge & Romano, 1977 Falsa-coral S 1, 4
Oxyrhopus petolarius (Linnaeus, 1758) Falsa-coral S 1
Oxyrhopus rhombifer Duméril, Bibron & Falsa-coral C, S 1, 2, 4
Duméril, 1854
Paraphimophis rusticus (Cope, 1878) Muçurana S 4
Phalotris lemniscatus (Duméril, Bibron & Cobra-de-cabeça- S 2
Duméril, 1854) preta
Philodryas aestiva (Duméril, Bibron & Duméril, Cobra-verde S 2
1854)
Philodryas olfersii (Lichtenstein, 1823) Cobra-verde S 1, 2, 3, 4
Philodryas patagoniensis (Girard, 1858) Papa-pinto C, S 1, 2
Pseudoboa haasi (Boettger, 1905) Muçurana S 1, 3, 4
Sibynomorphus ventrimaculatus (Boulenger, Dormideira S 1, 4
1885)
Thamnodynastes hypoconia (Cope, 1860) Cobra-espada S 1, 3, 4
Thamnodynastes strigatus (Günther, 1858) Cobra-espada S 1, 4
Tomodon dorsatus Duméril, Bibron & Duméril, Cobra-espada S 1, 3, 4
1854
Xenodon guentheri Boulenger, 1894 Boipeva-do-mato S 1, 3
Xenodon merremii (Wagler, 1824) Boipeva S 1, 4
Xenodon neuwiedii Günther, 1863 Boipevinha S 1, 3, 4
Elapidae
Micrurus altirostris (Cope, 1860) Coral-verdadeira S 1, 3, 4
Micrurus corallinus (Merrem, 1820) Coral-verdadeira S 1, 4
Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau De Jonnès, Lagartixa S 1, 2, 4
1818)
187
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Gymnophthalmidae
Cercosaura schreibersii Wiegmann, 1834 Lagartinho S 1, 2
Leiosauridae
Anisolepis grilli Boulenger, 1891 Calanguinho S 1, 2, 3, 4
Urostrophus vautieri Duméril & Bibron, 1837 Calango S 4
Mabuyinae
Notomabuya frenata (Cope, 1862) Lagartixa-dourado S 4
Scincidae
Aspronema cochabambae (Dunn, 1935) Calango-liso S 1
Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862) Lagartixa S 2
Teiidae
Cnemidophorus sp. Wagler, 1830 Lagartinho S 2
Salvator merianae Duméril & Bibron, 1839 Teiú S 1, 2, 3, 4
Tropiduridae
Tropidurus torquatus (Wied-Neuwied, 1820) Calango S 1, 2, 3, 4
Viperidae
Bothrops alternatus Duméril, Bibron & Duméril, Urutu S 1, 3
1854
Bothrops cotiara (Gomes, 1913) Cotiara S 1, 3
Bothrops jararaca (Wied-Neuwied, 1824) Jararaca S 1, 3, 4
Bothrops jararacussu Lacerda, 1884 Jararacuçu S 1, 4
Bothrops neuwiedi Wagler, 1824 Jararaca-pintada S 1, 3, 4
Crotalus durissus Linnaeus, 1758 Cascavel S 1, 4
188
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 24. Lista de anfibíos com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Família/Espécie Nome popular C/S Referência
Brachycephalidae
Ischnocnema henselii (Peters, 1872) Rã-do-folhiço S 3
Ischnocnema guentheri (Steindachner, 1864) Rã-de-folhiço S 2
Bufonidae
Rhinella icterica (Spix, 1824) Sapo-cururu S 1, 2, 3
Rhinella henseli (A. Lutz, 1934) Sapo-cururuzinho S 2
Rhinella schneideri (Werner, 1894) Sapo-cururu S 1
Centrolenidae
Vitreorana uranoscopa (Müller, 1924) Rã-de-vidro S 2, 3
Cycloramphidae
Proceratophrys avelinoi Mercadal del Barrio e Sapo-de-cifres S 2
Barrio, 1993
Odontophrynus americanus (Duméril & Bibron, Sapo-escavador S 2
1841)
Craugastoridae
Haddadus binotatus (Spix, 1824) Rã-de-folhiço S 2
Hylidae
Aplastodiscus perviridis A. Lutz in B. Lutz, Perereca-verde S 2, 3
1950
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Pererequinha-do- S 1, 2, 3
brejo
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) Pererequinha-do- S 1, 2, 3
brejo
Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) Perereca-cabrinha S 1, 2
Hypsiboas faber (Wied-Neuwied, 1821) Perereca-ferreira C, S 1, 2, 3
Hypsiboas leptolineatus (P. Braun & C. Braun, Perereca-de- S 1, 2
1977) pijama
Hypsiboas prasinus (Burmeister, 1856) Perereca-verde S 2
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Perereca-das- S 2
bananeiras
Phyllomedusa tetraploidea Pombal & Haddad, Perereca-de- S 1, 2, 3
1992 folhagem
Scinax berthae (Barrio, 1962) Perereca-rizonha S 2
Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) Pererequinha-do- S 2
brejo
Scinax fuscovarius (Lutz, 1925) Perereca-de- C, S 1, 2, 3
banheiro
Scinax perereca Pombal, Haddad & Kasahara, Perereca-de- S 2, 3
1995 banheiro
Scinax squalirostris (A. Lutz, 1925) Perereca-bicuda C, S 2
Trachycephalus typhonius (Linnaeus, 1758) Perereca-grudenta S 1, 3
Trachycephalus venulosus (Laurenti, 1768) Perereca-grudenta S 2
Leptodactylidae
Leptodactylus latrans (Steffen, 1815) Rã-manteiga C, S 1, 2, 3
Leptodactylus fuscus (Schneider, 1799) Rã-assobiadora C, S 1, 2
Leptodactylus labyrinthicus (Spix, 1824) Rã-pimenta S 2
Leptodactylus mystacinus (Burmeister, 1861) Rã-assobiadora S 1, 2, 3
189
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
190
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.2.2.2.3 Avifauna
191
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 25. Lista de avifauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Família/Espécie Nome popular C/S Referência
Accipitridae
Accipiter poliogaster (Temminck, 1824) Tauató-pintado S 4
Elanoides forficatus (Linnaeus, 1758) Gavião-tesoura C, S 1, 2
Elanus leucurus (Vieillot, 1818) Gavião-peneira S 1
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) Gavião-de-rabo-branco S 4
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) Gavião-carijó C, S 1, 2, 4
Alcedinidae
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) Martim-pescador- C, S 1
pequeno
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) Martim-pescador-grande S 1, 4
Anatidae
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) Pato-do-mato S 4
Ardeidae
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) Garça-vaqueira C, S 1, 3, 4
Egretta thula (Molina, 1782) Garça-branca-pequena C, S 4
Bucconidae
Nystalus chacuru (Vieillot, 1816) João-bobo C, S 1
Cardinalidae
Cyanoloxia brissonii (Lichtenstein, 1823) Azulão S 1
Habia rubica (Vieillot, 1817) Tiê-de-bando S 4
Caprimulgidae
Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) João-corta-pau S 4
Hydropsalis torquata (Gmelin, 1789) Bacurau-tesoura S 4
Cathardidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1839) Urubu-de-cabeça- S 4
vermelha
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) Urubu-de-cabeça-preta C, S 1, 2, 3, 4
Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) Quero-quero S 1, 2, 3, 4
Cracidae
Penelope obscura (Temminck, 1815) Jacuaçu C, S 1, 4
Columbidae
Columba livia (Gmelin, 1789) Pombo-doméstico C, S 3
Columbina picui (Temminck, 1813) Rolinha-picui C, S 1, 4
Columbina talpacoti (Temminck, 1810) Rolinha C, S 1, 2, 3, 4
Columbina squammata (Lesson, 1831) Fogo-apagou S 1, 4
Leptotila rufaxilla (Richard &Bernard, Juriti-gemedeira C, S 1, 4
1792)
Leptila verreauxi (Bonaparte, 1855) Juriti-pupu S 4
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre, Pomba-galega S 4
1792)
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Pomba-asa-branca S 1, 2, 4
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) Pomba-de-bando, S 1, 2, 3, 4
avoante
192
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Conopophagidae
Conopophaga lineata (Wied, 1831) Chupa-dente S 4
Corvidae
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) Gralha-picaça C, S 4
Cuculidae
Crotophaga ani (Linnaeus, 1758) Anu-preto S 1, 2, 3, 4
Crotophaga major (Gmelin, 1788) Anu-coroca S 4
Guira guira (Gmelin, 1788) Anu-branco C, S 1, 2, 3, 4
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) Alma-de-gato C, S 1, 2, 3, 4
Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) Arapaçu-verde S 4
Xiphorhynchus fuscus (Vieillot, 1818) Arapaçu-rajado C, S 4
Emberezidae
Ammodramus humeralis (Bosc, 1972) Tico-tico-do-campo C, S 2
Coryphospingus cucullatus (Statius Tico-tico-rei S 2
Muller, 1776)
Sicalis flaveola (Sclater, 1875) Canário-da-terra S 1, 2
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Coleirinho C, S 1, 2
Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) Carcará S 1, 4
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus, Acauã S 4
1758)
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro C, S 2, 4
Fringillidae
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) Fim-fim C, S 4
Spinus magellanicus (Vieillot, 1805) Pintassilgo S 1, 4
Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) João-de-barro C, S 1, 2, 3, 4
Synallaxis cinerascens Temminck, 1823 Pi-puí S 4
Synallaxis ruficapilla Vieillot, 1819 Pichororé S 4
Synallaxis spixi Sclater, 1856 João-teneném S 4
Grallariidae
Grallaria varia (Boddaert, 1783) Tovacuçu S 4
Hirundinidae
Progne chalybea (Gmelin, 1789) Andorinha-grande S 1, 3
Pygochelidon cyanoleuca (Vieillot, 1817) Andorinha-pequena-de- S 1, 2, 3, 4
casa
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) Andorinha-serradora S 4
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) Andorinha-do-rio S 4
Icteridae
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) Guaxe S 1, 2, 3, 4
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) Graúna S 4
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) Inhapim S 4
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) Chupim C, S 1, 2, 4
Sturnella superciliaris (Bonaparte, 1850) Polícia-inglesa-do-sul S 4
Jacanidae
193
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
194
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Poecilotriccus plumbeiceps (Lafresnaye, Tororó S 4
1846)
Strigidae
Athene cunicularia (Molina, 1782) Coruja-buraqueira S 1, 2, 3, 4
Megascops choliba (Vieillot, 1817) Corujinha-do-mato S 4
Thamnophilidae
Dysithamnus mentalis (Temminck, 1823) Choquinha-lisa S 4
Thamnophilus caerulescens (Vieillot, Choca-da-mata S 1, 4
1816)
Thraupidae
Coereba flaveola (Linnaeus, 1758) Cambacica C, S 1, 4
Conirostrum speciosum (Temminck, Fiquinha-da-rebo- S 1
1824) castanho
Coryphospingus cucullatus (Statius Tico-tico-rei C, S 1, 4
Muller, 1776)
Emberizoides herbícola (Vieillot, 1817) Canário-do-campo S 4
Embernagra platensis (Gmelin, 1789) Sabiá-do-banhado S 4
Haplospiza unicolor Cabanis, 1851 Cigarra-bambu S 4
Hemithraupis guira (Linnaeus, 1766) Saíra-do-papo-reto S 4
Pipraeidea bonariensis (Gmelin, 1847) Sanhaçu-papa-laranja S 1
Pipraeidea melanonota (Vieillot, 1819) Saíra-viúva S 1
Pyrrhocoma ruficeps (Strickland, 1844) Cabecinha-castanha S 4
Saltator similis (d’Orbigny & Lafresnaye, Trinca-ferro C, S 1, 2, 3, 4
1837)
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) Canário-da-terra S 3, 4
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Coleirinho S 3, 4
Stephanophorus diadematus (Temminck, Sanhaçu-frade S 4
1823)
Tachyphonus coronatus (Vieillot, 1822) Tiê-preto S 1, 4
Tangara preciosa (Cabanis, 1850) Saíra-preciosa S 2, 4
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) Sanhaçu-cinzento C, S 1, 3, 4
Tersina viridis (Illiger, 1811) Saí-andorinha S 2
Trichothraupis melanops (Vieillot, 1818) Tie-do-topete S 4
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu S 1, 4
Thereskiornithidae
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) Tapicuru S 4
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) Curicaca C, S 2, 3, 4
Tinamidae
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) Inhambu-chororó S 4
Crypturellus obsoletus (Temminck, 1815) Inhambuguaçu S 1
Nothura maculosa (Temminck, 1815) Codorna-amarela S 4
Tityrinae
Pachyramphus validus (Lichtenstein, Caneleiro-de-chapeú- S 4
1823) preto
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) Anambé-branco-de- S 4
rabo-preto
Tyrannidae
Attila phoenicurus Pelzeln, 1868 Capitão-castanho S 4
195
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
196
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
de espécies e a fidelidade ao uso de determinados habitats (SILVEIRA e
STRAUBE, 2008).
A fragmentação de habitats é hoje uma das maiores ameaças à diversidade
biológica, tanto pela redução dos ambientes naturais, como pela divisão dos
habitats remanescentes em fragmentos menores e isolados (DRUMMOND, 2008).
Neste sentido, o grau de isolamento dos remanescentes, a diversidade de hábitats
e o efeito de borda são fatores determinantes da riqueza de aves em ambientes
florestais (GIMENEZ e ANJOS, 2003) e constituem as principais ameaças à
avifauna que ocorre no P. E. Vitório Piassa.
4.2.2.2.4 Mastofauna
197
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 26. Lista de mastofauna com possível ocorrência (S) – levantado por meio de dados
secundários- e/ou confirmadas (C) para o P. E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ORDEM/Família/Espécie Nome popular C/S Referência
ARTIODACTYLA
Cervidae
Mazama americana Erxleben, 1777 Veado-mateiro S 2, 3
Mazama nana (Hensel, 1872) Veado-bororó C, S 3
Mazama gouazoubira (G. Fischer, 1814) Veado-catingueiro S 2, 3
Mazama sp. Rafinesque, 1817 Veado S 1
Ozotoceros bezoarticos (Linnaeus, 1758) Veado-campeiro S 2, 3
Tayassuidae
Pecari tajacu (Linnaeus, 1758) Cateto S 2, 3
Tayassu pecari (Link, 1795) Queixada S 2, 3
CARNIVORA
Canidae
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Graxaim C, S 1, 2, 3
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Logo-guará S 2, 3
Lycalopex gymnocercus (G. Fischer, Raposa-do-campo S 2, 3
1814)
Felidae
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Jaguatirica S 1, 2, 3
Leopardus tigrinus (Schreber, 1775) Gato-do-mato- S 1, 2, 3
pequeno
Leopardus wiedii (Schinz, 1821) Gato-maracujá S 2, 3
Panthera onca (Linnaeus, 1758) Onça-pintada S 2, 3
Puma concolor (Linnaeus, 1771) Suçuarana, puma S 2, 3
Herpailurus yagouaroundi (É. Geoffroy Gato-mourisco S 1, 2, 3
Saint-Hilaire, 1803)
Mustelidae
Eira barbara (Linnaeus, 1758) Irara S 1, 2, 3
Galictis cuja (Molina, 1782) Furão S 2, 3
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra S 2, 3
Procyonidae
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati C, S 1, 2, 3
Procyon cancrivorus (G. Cuvier, 1798) Guaxinim S 1, 2, 3
CHIROPTERA
Molossidae
Molossus molossus (Pallas, 1766) Morcego S 2, 3
Molossus rufus É. Geoffroy, 1805 Morcego S 2
Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 1824) Morcego S 2
Phyllostomidae
Anoura caudifer (É. Geoffroy, 1818) Morcego S 2
Artibeus fimbriatus Gray, 1838
Artibeus lituratus (Olfers, 1818) Morcego S 2, 3
Artibeus jamaicensis Leach, 1821 Morcego S 2
Artibeus obscurus Schinz, 1821
198
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Carollia perspicillata (Linnaeus, 1758) Morcego S 2
Chrotopterus auritus (Peters, 1856) Morcego S 2
Desmodus rotundus (É. Geoffroy, 1810) Morcego- S 2, 3
hematófago
Glossophaga soricina (Pallas, 1766) Morcego S 2, 3
Pygoderma bilabiatum (Wagner, 1843) Morcego S 2
Sturnira lilium (É. Geoffroy, 1810) Morcego S 2, 3
Vespertilionidae
Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 1819) Morcego S 2
Eptesicus furinalis (d’Orbigny & Gervais, Morcego S 2
1847)
Histiotus montanus (Philippi & Lanbeck, Morcego S 2
1861)
Histiotus velatus (I. Geoffroy, 1824) Morcego S 2
Lasiurus borealis (Müller, 1776) Morcego S 2
Myotis levis (I. Geoffroy, 1824) Morcego S 2
Myotis nigricans (Schinz, 1821) Morcego S 2
Myotis ruber (É. Geoffroy, 1806) Morcego S 2
CINGULATA
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Linnaeus, 1758 Tatu-galinha C, S 2, 3
Dasypus septemcinctus Linnaeus, 1758 Tatu-mulita S 2
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-peludo S 2
DIDELPHIMORPHIA
Didelphidae
Caluromys lanatus (Olfers, 1818) Cuíca-lanosa S 2
Chironectes minimus (Zimmermann, Cuíca-d’água S 2, 3
1780)
Didelphis albiventris Lund, 1840 Gambá-orelha- C, S 2, 3
branca
Didelphis aurita (Wied-Neuwied, 1826) Gambá-orelha- S 2
preta
Didelphis sp. Linnaeus, 1758 Gambá S 1
Lutreolina crassicaudata (Desmarest, Cuíca S 2
1804)
Monodelphis americana (Müller, 1776) Catita S 2
Monodelphis dimiata (Wagner, 1847) Catita S 2
Philander frenatus (Olfers, 1818) Cuíca-de-quatro- S 2, 3
olhos
Subfamília Caluromyinae Kirsch,1977 Cuíca S 1
LAGOMORPHA
Leporidae
Lepus europaeus Pallas, 1778 Lebre-européia S 3
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) Tapiti S 1, 2, 3
PILOSA
Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla Linnaeus, 1758 Tamanduá- S 2, 3
bandeira
199
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Cricetidae
Akodon paranaensis Christoff, Fagundes, Rato-do-chão S 3
Sbalqueiro, Mattevi & Yonenaga-
Yassuda, 2000
Akodon serrensis (Thomas, 1902) Rato-do-mato S 2
Brucepattersonius iheringi (Thomas, Rato-do-mato S 2
1896)
Brucepattersonius sp. Hershkovitz, 1998 Rato-do-chão S 3
Calomys tener (Winge, 1887) Rato-do-campo S 2
Euryoryzomys russatus (Wagner, 1848) Rato-do-mato S 2
Necromys lasiurus (Lund, 1841) Rato-do-mato S 2
Nectomys squamipes (Brants, 1827) Rato-d’água S 2, 3
Oecomys sp. Thomas, 1906 Rato-da-árvore S 3
Oligoryzomys sp. Bangs, 1900 Rato-de-mato S 3
Oligoryzomys flavescens (Waterhouse, Rato-do-mato S 2
1837)
Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) Rato-do-mato S 2
Oxymycterus judex Thomas, 1909 Rato-do-brejo S 2
Scapteromys sp. Waterhouse, 1837 Rato-do-banhado S 2
Sooretamys angouya (G. Fischer, 1814) Rato-do-mato S 2
Thaptomys nigrita (Lichtenstein, 1830) Rato-do-mato S 2
Cuniculidae
Cuniculus paca (Linnaeus, 1766) Paca S 1, 2, 3
Dasyproctidae
Dasyprocta azarae Lichtenstein, 1823 Cutia C, S 1, 2, 3
Echimyidae
Euryzygomatomys spinosus (G. Fischer, Guirá S 2
1814)
Kannabateomys amblyonyx (Wagner, Rato-de-taquara S 2
1845)
Myocastor coypus (Molina, 1782) Ratão-de-banhado S 1, 3
200
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Erethizontidae
Coendou sp. Lacépède, 1799 Ouriço-caixeiro S
Coendou spinosus F. Cuvier, 1823 Ouriço S 2
Muridae
Rattus norvegicus (Berkenhout, 1769) Ratazana S 3
Sciuridae
Guerlinguetus ingrami (Thomas, 1901) Serelepe S 1, 2, 3
201
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
202
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
aproveitamento para fins urbanísticos, da mesma forma que permitem baixos
índices de permeabilidade do solo.
Desta forma, especial atenção deverá ser destinada ao processo de
licenciamento de empreendimentos no entorno da UC, uma vez que o zoneamento
definido no Plano Diretor não garante, por si, a proteção adequada do entorno do
Parque (vide ENCARTE 4). Assim, a vinculação das estratégias de manejo interno
e a definição de uma Zona de Amortecimento que seja efetiva estarão conectadas
ao uso adequado do entorno da UC, sob o ponto de vista de desenvolvimento
sustentável local. Neste sentido, a vinculação das diretrizes da Zona de
Amortecimento com as categorias já preconizadas no Plano Diretor será útil para
referendar e aprimorar instrumentos já existentes e legitimados pela população e
agentes públicos.
Da mesma forma que o processo de urbanização pode acarretar
dificuldades para a conservação da natureza, se ele for bem planejado há
possibilidade de melhorias do ponto de vista do saneamento básico, dos
processos urbanísticos e também da mobilidade urbana. Assim, acredita-se que
por ser uma UC localizada em área urbana, onde diversos elementos denotam a
tendência de crescimento urbano nos próximos anos/décadas, é oportuno que as
estratégias de crescimento urbano naquele setor da cidade vinculem-se
diretamente com as premissas de conservação da biodiversidade preditas por este
Plano de Manejo.
Um segundo apontamento importante quanto à conservação da
biodiversidade vinculada à UC abrange a conectividade associada ao rio Ligeiro e
seus afluentes, especialmente à jusante da inserção da UC. O rio Ligeiro conecta
diversos remanescentes de Floresta Ombrófila Mista, aumentando o fluxo gênico
entre estes remanescentes e a UC. Conecta também a rede de drenagem do rio
Chopim, situado a aproximadamente 20 km do P.E. Vitório Piassa. Assim, dentre
as ações de planejamento da UC, é essencial que no Programa de Pesquisa e
Monitoramento do Entorno, exista um subprograma que proponha o aumento da
conectividade ambiental ao longo do rio Ligeiro.
Objetivando ampliar a oferta de atrativos turísticos, de lazer e recreação, o
P.E. Vitório Piassa dispõe de diversos aparelhos de uso público, tais como pistas
de caminhada, trilhas e pontos de contemplação. No entorno desta UC existem
diversos remanescentes de tamanhos distintos, inseridos tanto em matriz agrícola
203
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
204
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
situações em que há necessidade e condições de trabalho que viabilizem o
controle da quantidade de visitantes. Deve-se considerar, no entanto, que a maior
parte dos impactos não é decorrente da quantidade de visitantes, mas sim de seu
comportamento.
Desta forma, os fatores-chaves do trabalho são a definição e o
monitoramento de indicadores de impactos da visitação na qualidade do ambiente
e da experiência do visitante. O monitoramento dos indicadores permitirá
identificar alterações na qualidade do ambiente e da experiência, requerendo
ações de manejo e também a alteração do fator numérico estabelecido
inicialmente (ICMBio, 2011). Nos itens a seguir, são apresentados estudos de
capacidade de carga para as trilhas existentes previstas para implantação no P.E.
Vitório Piassa. Os fatores e estimativas a seguir apresentados poderão ser
utilizados como balizadores para outros arruamentos que poderão ser
implementados na unidade de conservação.
𝑆
𝐶𝐶𝐹 = 𝑥𝑁𝑣
𝑆𝑝
Onde:
S = Superfície disponível em metros lineares (m)
Sp = Superfície utilizada por pessoa (m)
205
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Nv = Número de vezes que o local poderá ser utilizado pela mesma pessoa no
mesmo dia.
Tabela 27. Dados necessários para a determinação da capacidade de carga de cada trilha do
P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Variáveis T1 T2 T3 T4
Horário de visitas (h.dia-1) 14 14 14 8
Tempo necessário para percorrer
0,33 0,75 0,17 3,0
a trilha (h)
Percurso da trilha (m) 918 1.010 186 3.375
Espaço ocupado por visitante (m2) 4,0 4,0 4,0 4,0
206
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
luminosidade, principalmente por se tratar de um caminho longo e no meio de
mata fechada, limitando a visitação em termos de segurança para o usuário.
Com esses dados, calcularam-se a capacidade de carga física em 9.639
visitas por dia para a Trilha do Pensamento, 4.713 visitas por dia para a Trilha dos
Lagos, 3.906 visitas por dia para a Trilha 3 e 2.250 visitas por dia para a Trilha dos
Pioneiros.
Figura 74. Delimitação da Trilha do Pensamento (traçado laranja), Trilha dos Lagos (azul), Trilha
dos Sábias (rosa) e Trilha dos Pioneiros (verde) existentes no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR.
207
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
𝑀𝑙𝑛
𝐹𝐶𝑛 = 𝑥100
𝑀𝑡𝑛
Onde:
FCn = fator de correção
Mln = magnitude limitante da variável
Mtn = magnitude total da variável.
𝑀𝑙𝑎
𝐹𝐶𝑎 = 𝑥100
𝑀𝑡𝑎
Onde:
Mla = quantidade de meses com precipitação acima de 180 mm
Mta = total de meses em um ano
FCa = percentual limitante
208
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Tabela 28. Variáveis de vinculadas ao fator de correção Precipitação, na determinação da
capacidade de carga de cada trilha do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Variáveis T1 T2 T3 T4
Mla (meses) 4 4 4 4
Mta (meses) 12 12 12 12
FCa (%) 33,33 33,33 33,33 33,33
𝑀𝑙𝑏
𝐹𝐶𝑏 = 𝑥100
𝑀𝑡𝑏
Onde:
Mlb = extensão dos trechos com aclive e declive de média e alta dificuldade
Mtb = extensão total da trilha
FCb = percentual limitante
𝑀𝑙𝑐
𝐹𝐶𝑐 = 𝑥100
𝑀𝑡𝑐
Onde:
Mlc = extensão de trechos susceptíveis a erosão.
Mtc = extensão total da trilha
FCc = percentual limitante
209
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
𝑀𝑙𝑑
𝐹𝐶𝑑 = 𝑥100
𝑀𝑡𝑑
Onde:
Mld = meses de reprodução da espécie
Mtd = total de meses em um ano
FCd = percentual limitante
210
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Cálculo final da CCR:
Após a determinação dos fatores de correção estipulados, pode-se definir
um valor correspondente à capacidade de carga real. Aplicando-se a equação do
CCR, temos que a capacidade de visitação teórica para a Trilha do Pensamento
é de 4.976 visitantes, para a Trilha dos Lagos é de 2.589 visitantes, para a Trilha
dos Sábias é de 1.681 pessoas e para a Trilha dos Pioneiros é de 638 usuários.
𝐶𝑀
𝐶𝐶𝐸 = 𝐶𝐶𝑅𝑥
100
Onde:
CM = percentual da capacidade de manejo mínima.
211
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
212
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
tem sua capacidade definida em 96 pessoas simultaneamente. É importante
lembrar que os números definidos são dinâmicos, passíveis de alteração em
decorrência do monitoramento, do refinamento do processo e de outros
condicionantes.
Tabela 32. Capacidade de carga para as demais áreas do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato
Branco, PR, a saber: 1- decks localizados à margem dos lagos; 2- áreas de lazer localizadas na
parte frontal do Parque, 3- Memorial e 4- Ciclovia. S = Superfície; Sp = Superfície por visitante; Nv
= Número de visitas por visitante; Hv = Período de visita ao longo do dia; Tv = Tempo de visitação;
CC = Capacidade de carga definida pelo projeto estrutural.
Atrativo S (m2) Sp (m2) Nv Hv (h) Tv (h) CC (pessoas)
1- Deck da Araucária 189,4 3,0 1 14:00 14:00 63
1- Deck do Bosque 150,0 3,0 1 14:00 14:00 50
2- Áreas de lazer 9,0 1 14:00 14:00
3- Memorial 1,0 1 14:00 14:00
4- Ciclovia 10,0 1 14:00 14:00
213
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
214
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
adequados para percorrer a trilha, tais como: não jogar resíduos, não sair do
trajeto para evitar impactos sobre o meio ambiente e acidentes, abastecer-se de
água, repelente se tiver necessidade, protetor solar nos dias de verão, entre outras
instruções relevantes. A partir disso, os visitantes podem conhecer a sede, utilizar
banheiros e se suprir de água para a caminhada.
A trilha interpretativa dos Pioneiros do P.E. Vitório Piassa foi definida a partir
de caminhos existentes dentro da área, sendo utilizados pelo antigo morador e
seus funcionários, moradores do entorno, coletores de pinhão e pesquisadores. O
traçado desta trilha foi percorrido com equipamento portátil de GPS (Garmin
GPSMAP 62sc) onde foram identificadas suas particularidades a fim de se
estabelecer as condições endêmicas da trilha, tais como condições do solo e
declividade, e pontos de interesse e parada ao longo do percurso (Figura 75).
Figura 75. Delimitação da Trilha dos Pioneiros com marcação dos seus pontos de controle e
pontos de interesse, Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
215
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Essa trilha possui cerca de oito paradas, ou pontos atrativos, os quais levam
nomes fantasia para estimular o interesse do visitante. As paradas propostas
estão localizadas nos seguintes pontos representados na Figura 76:
Primeira parada (P1): localizada em uma área aberta, sendo um ponto
importante onde os participantes recebem informações gerais sobre o histórico da
região e do Parque, sobre suas características e importância no contexto regional,
além dos aspectos naturais, como a interação flora e fauna, que é responsável
pela sobrevivência das muitas espécies que ali existem. Pode ser explanado sobre
os estádios de sucessão vegetal, utilizando os exemplares de fumeiro bravo
(Solanum mauritianum) e samambaias em ambos os lados da trilha.
Figura 76. Perfil de elevação do traçado proposto para a Trilha dos Pioneiros, Parque Estadual
Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
216
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Vell.) ocorre em diversas formações florestais brasileiras e praticamente em toda
a América tropical. Essa árvore frondosa produz uma das madeiras mais
apreciadas no comércio e por isso é muita predada na natureza. Seus frutos são
cápsulas em forma de pera, deiscentes, que dispersam suas sementes pelo vento,
e são muito apreciados para a confecção de artesanato por terem o aspecto de
“flores de madeira” após a sua abertura. Os visitantes podem ser lembrados que
a área pertencia a uma madeireira e espécies como o cedro e a araucária eram
extraídas para serem comercializadas, e que atualmente o local foi convertido em
uma Unidade de Conservação, com o objetivo de conservar a formação florestal
da região.
Quarta parada (P4): área aberta no qual podem ser colocados bancos para
descanso e contemplação da natureza, com indivíduos arbóreos de pequeno,
médio e grande porte.
Quinta parada (P5): antiga moradia do Sr. Vitório Piassa, com a estrutura
da casa e dos galpões ainda presentes. Pode-se contar um pouco da história de
vida, os motivos que o levaram a estabelecer moradia em Pato Branco, a atividade
desenvolvida pela família, as razões que Vitório possuía para manter a floresta
nativa e os encaminhamentos que tornaram a área uma Unidade de Conservação.
A história do Parque e sua finalidade também podem ser explanados para os
visitantes.
Sexta parada (P6): local para descanso, bancos podem ser instalados para
melhor conforto dos usuários da trilha. Desde a parada anterior, o caminho possui
floresta mais densa e sombreada e pode-se chamar a atenção para a vegetação
do entorno e espécies exóticas que são encontradas no decorrer da trilha, como
a flor beijinho (espécie proveniente da África e se prolifera rapidamente no solo).
Sétima parada (P7): ponto em que a trilha encontra o córrego que nasce
dentro da unidade de conservação e área de beleza cênica. Neste local pode-se
explicar a formação deste curso, proveniente de diversas nascentes difusas em
áreas úmidas a montante do ponto em que estão. Além disso, a importância da
conservação das florestas para a manutenção dos recursos hídricos também pode
ser discutida com os visitantes.
Oitava parada (P8): ponto com exemplares de araucária. Pode-se explanar
o papel desta espécie na economia da região, sendo que era a principal madeira
explorada e que a atividade madeireira foi a impulsionadora do progresso da
217
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
cidade desde os anos 1930 até sua decadência a partir do final dos anos 1970. A
madeireira de Vitório Piassa se chamava Indústria de Madeiras Estrela e foi
fechada em 1995. A exploração das araucárias, apesar de ter trazido o progresso
econômico, causou um impacto muito grande nas florestas da região, que foram
quase completamente devastadas. Mesmo nos remanescentes que
permaneceram, como a área da UC, restaram poucas araucárias, apenas aquelas
que eram impróprias para a comercialização.
Segundo Vasconcellos (1997), as trilhas interpretativas, quando bem
planejadas e executadas, podem auxiliar no manejo das unidades de
conservação, conectando o visitante com o lugar, aumentando a compreensão a
apreciação sobre os recursos naturais e culturais protegidos, diminuindo as
pressões negativas sobre a área protegida.
Além das características auto interpretativas que funcionam a partir da
sinalização, cabe salientar que a figura do guia é importante dependendo do
público e da intenção da visita. Além das orientações, o guia tem a função de
interpretar a natureza e transmitir suas conclusões, visando não só os pontos de
interesses, mas também outros pontos que possam interessar durante a visita e
características de caráter efêmero como a visualização de fauna, presença de
fungos e outros pontos relevantes.
218
219
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
220
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
de 1960, com a participação voluntária da população e relatos de pessoas que
trabalharam 400 dias na obra. A Praça Presidente Vargas foi palco de diferentes
manifestações populares, iniciada em 1930 quando o município ainda era uma
vila, com seu papel democrático até os dias atuais. Foi o espaço de combate
escolhido pelos colonos durante a Revolta dos Posseiros em 1957.
221
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Largo da Liberdade
222
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 81. Largo da Liberdade, Pato Branco, PR.
223
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Rua Ivaí
224
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 84. Rua Ivaí, Pato Branco, PR.
225
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
226
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
público municipal para garantir a preservação ambiental da área, bem como a
segurança dos seus usuários.
4.7.1 PESSOAL
4.7.2 INFRAESTRUTURA
O P.E. Vitório Piassa conta com local para recepção dos visitantes, um
restaurante com capacidade para 96 pessoas e uma área de estacionamento para
mais de 200 veículos (Figuras 85 a 88). É importante ressaltar que o Parque tem
uma demanda crescente de visitação, requerendo, portanto, uma infraestrutura
receptiva adequada para o atendimento ao público visitante.
227
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 85. Infraestrutura existente no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
228
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Figura 86. Pórtico de acesso ao P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR,
em fase final de construção em outubro de 2017.
Figura 87. Centro de visitantes do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
229
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
230
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
A visitação ao Parque se faz em um circuito de aproximadamente 2.215
metros, subdividido em três trilhas em trajeto contínuo. Além destas trilhas já
implantadas, há planejamento para implantação de uma quarta trilha (vide Item
3.3.1). Segue-se uma breve descrição de cada uma delas.
231
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Trilha dos Lagos: com 1.010 metros, a trilha leva o visitante até o Deck do
Bosque e o Deck da Araucária para a contemplação dos Lagos da Lua e do Sol,
respectivamente, além da paisagem do Parque.
Figura 91. Trilha dos Lagos, P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
232
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Trilha dos Sabiás: a trilha possui, aproximadamente, 186 metros e pode ser
percorrida em 10 minutos.
Figura 92. Local de início da Trilha dos Sábias, P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR.
IAP
Instituto
Ambiental do
Paraná
DIBAP DUC
Diretoria de Departamento de
Biodiversidade de Unidades de
Áreas Protegidas Conservação de
Proteção Integral
Funcionários do
Gestor do PE Parque
Vitório Piassa (efetivos e
terceirizados
Figura 93. Estrutura organizacional proposta para o P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
233
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Sistema de saneamento
4.8.1 FISCALIZAÇÃO
234
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
Fiscalização Ambiental, pertencentes ao seu quadro funcional e designados pela
Portaria IAP nº 272 de 14 de outubro de 2013.
Do total de Agentes de Fiscalização Ambiental nomeados pelo IAP,
somente um está lotado no P.E. Vitório Piassa. As ações de fiscalização são
realizadas, especialmente, quando ocorre alguma denúncia de atividade mais
grave, que necessita de apoio. A maioria das denúncias é realizada pelos
moradores do entorno ao gestor do Parque, que as repassa para o Escritório
Regional de Curitiba, o qual atende a ocorrência conforme disponibilidade. Como
o corpo de fiscais é formado por um número limitado e baixo de servidores,
algumas ocorrências são atendidas tardiamente, fazendo com que a fiscalização
no Parque seja deficitária.
4.8.2 PESQUISA
235
Quadro 2. Orientações gerais para auxílio à elaboração de normas gerais e do regulamento interno do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
DECKS E TRILHAS CICLOVIA
ATIVIDADE Caminhadas contemplativas Caminhada de longo curso ATIVIDADE Ciclismo
Lazer, recreação, educação Esporte, lazer, recreação, Lazer,esporte, recreação,
CARACTERÍSTICA ambiental e pedagógica, educação ambiental e CARACTERÍSTICA
ecoturismo,aventura
esporte, ecoturismo. pedagógicaecoturismo.
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
236
competentes; usuário no PE Vitório Piassa.
Ampliar a satisfação dos Ampliar a satisfação dos usuários em
usuários em visita ao PE visita ao PE Vitório Piassa
Vitório Piassa.
LOCAIS DE Deck da Araucária Trilha do Pensamento Trilha LOCAIS DE
OCORRENCIA E Deck do Bosque OCORRENCIA E Ciclovia
dos Sabiás
APLICAÇÃO Trilha dos Lagos APLICAÇÃO
Crianças incapazes de realizar a
Crianças;
atividades com autonomia;
Mulheres grávidas;
Mulheres grávidas;
Pessoas com histórico de
Usuários com histórico de doenças
doenças cardíacas e/ou lesões
cardíacas e/ou lesões em membros
em membros inferiores, estado
inferiores e superiores, estado pós-
pós-operatório recente;
operatório recente;
RESTRIÇÕES Usuários que apresentem
RESTRIÇÕES Usuários que apresentem sinais de
sinais de embriagues ou
embriagues ou consumo de
consumo de entorpecentes;
entorpecentes;
Condições climáticas
Condições climáticas desfavoráveis;
desfavoráveis;
Pessoas que não reúnam as condições
Praticantes que não reúnam
exigidas para a prática da atividade (uso
as condições exigidas para a
de equipamentos, limitações temporárias
prática da atividade.
ou permanentes de deslocamento, etc.).
ENCARTE 3
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.10 DECLARAÇÃO DE SIGNIFICÂNCIA
237
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 3
4.11 PROBLEMÁTICA
238
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
239
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
240
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
necessidades específicas de proteção, bem como dos conflitos de uso atuais.
Foram considerados:
a) Os objetivos do PE como UC de Proteção Integral;
b) Os Mapas temáticos, elaborados por meio do cruzamento dos dados
espacializados dos meios físico e biótico, da ocupação antrópica e
erodibilidade de solos, dos programas e objetivos de manejo, tal como
verificável pelos usos e ocupação da terra;
c) As oficinas técnicas, onde diversos apontamentos foram feitos para que se
pudesse elaborar o respectivo Zoneamento Interno da UC.
Os critérios de definição utilizados integram todos os aspectos ambientais,
sociais e culturais estudados, com definição de áreas restritas, de uso público e
de apoio à infraestrutura. Da mesma forma, alguns espaços foram categorizados
de acordo com as perspectivas futuras de densificação da urbanização no entorno,
de acordo com o Plano Diretor de Pato Branco.
Os critérios de valores como representatividade, riqueza e diversidade de
espécies, fragilidade ambiental, usos conflitantes, atrativos para visitação pública,
beleza cênica e os critérios mensuráveis, como fragilidades do meio físico,
hidrografia e grau de conservação da vegetação, foram os aspectos norteadores
para a definição do Zoneamento (Figura 94). Assim, para atender aos objetivos
específicos de manejo do P.E. Vitório Piassa, foram definidas cinco zonas internas
na unidade, as quais são: 1) Primitivo; 2) Uso extensivo; 3) Uso Intensivo; 4) Uso
Conflitante e; 5) Recuperação (Figura 94; Quadro 3).
241
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
242
Figura 94. Zoneamento Interno do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 4
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
5.1.1.1 Critérios para zoneamento e configuração do território da UC
243
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
244
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
A Zona de Uso Intensivo (8,09%) e a Zona de Recuperação (7,06%)
compõem-se das áreas principais de visitação (porção frontal da UC) e das áreas
em estágio inicial de sucessão e antigas edificações situadas na parte norte da
UC (antiga residência de Vitório Piassa).
12%
7%
8%
62%
11%
Figura 95. Proporções abrangidas pelas diferentes Zonas de Uso interno do Parque estadual
Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
245
Quadro 3. Zonas definidas para o zoneamento do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR e suas respectivas proporções sobre o total da UC (107,82
ha), definições, objetivos e usos permitidos e não permitidos.
ZONAS E RESPECTIVO CONCEITO OBJETIVOS USOS PERMITIDOS USOS PASSÍVEIS DE USOS NÃO PERMITIDOS
PERMISSÃO
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ZONA PRIMITIVA (62,09%) O objetivo geral do manejo é a -Fiscalização -Pesquisa científica -Uso público intenso
É aquela onde tenha ocorrido pequena ou mínima preservação do ambiente natural ao -Monitoramento -Instalação de infraestrutura
intervenção humana, contendo espécies da flora e mesmo tempo de facilitar as ambiental
fauna ou fenômenos naturais de grande valor atividades de pesquisa científica
científico
O objetivo do manejo é a manutenção -Interpretação (educação)
ZONA DE USO EXTENSIVO (11,20%) de um ambiente natural com mínimo ambiental
É aquela constituída em sua maior parte por áreas de impacto humano, apesar de -Monitoramento ambiental -Pesquisa científica
naturais, podendo apresentar algumas alterações oferecer acessos ao público com -Fiscalização
humanas facilidade, para fins educativos e - instalação de infraestrutura
recreativos
246
ZONA DE USO INTENSIVO (8,10%) O objetivo geral do manejo é o de -Visitação pública intensa
É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas facilitar a recreação intensiva e -Instalação de infraestrutura
pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo educação ambiental em harmonia -Fiscalização -Pesquisa científica
possível do natural, devendo conter: centro de com o ambiente -Instalação de infraestrutura
visitantes, museus, outras facilidades e serviços
ZONA DE RECUPERAÇÃO (7,07%) O objetivo geral de manejo é deter a -Fiscalização
É aquela que contêm áreas consideravelmente degradação dos recursos ou - recuperação natural das -Instalação de infraestrutura,
antropizadas. Zona provisória, uma vez recuperada, restaurar a área áreas degradadas
com exceção daquelas
será incorporada novamente a umas das Zonas -Monitoramento das atividades
-Pesquisa científica necessárias para a
Permanentes. As espécies exóticas introduzidas de recuperação
realização dos trabalhos de
deverão ser removidas e a restauração deverá ser recuperação ambiental
natural ou naturalmente induzida (posteriormente
deverá ser incorporada a Zona de Uso Extensivo)
Seu objetivo de manejo é -Fiscalização
ZONA DE USO CONFLITANTE (11,53%) contemporizar a situação existente, -Uso público
Espaços cujos usos e finalidades, estabelecidos estabelecendo procedimentos que -Instalação de infraestrutura,
antes da criação da unidade, conflitam com os minimizem os impactos sobre o com exceção daquelas
objetivos de conservação da área protegida (resolver Parque. Em se tratando de uso necessárias para a
situação de cultivos agrícolas e incluir na Zona de agrícola, deve-se estabelecer um realização dos trabalhos de
Recuperação) cronograma de execução das ações recuperação ambiental
de recuperação
ENCARTE 4
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
5.1.2 ZONAS DEFINIDAS NO PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
247
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
248
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Esta Zona será constantemente fiscalizada.
Esta Zona (Figura 94; Quadro 3) é constituída por pequenas áreas naturais
e, sobretudo, por áreas alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais
próximo possível do natural, devendo conter: centro de visitantes, museus,
equipamentos para recreação, além de outras facilidades e serviços. O objetivo
geral do manejo é facilitar a recreação intensiva e a educação ambiental em
harmonia com o meio. Corresponde às áreas destinadas a visitação intensiva,
além da sede da UC, e abrange 8,10% (8,73 ha) da área do P.E. Vitório Piassa.
Atualmente, com a implantação dos aparelhos de visitação pública e demais
elementos estruturantes, a Zona de Uso Intensivo encontra-se apta ao
recebimento de visitantes. Seus objetivos específicos são:
Ordenar, ampliar e diversificar as atividades de uso público, em áreas
específicas e de fácil acesso;
Propiciar o desenvolvimento de atividades recreativas, de conscientização
ambiental, histórica e interpretativa;
Tornar-se o espaço centralizador da chegada do visitante;
Compatibilizar os aspectos de proteção e integridade ambiental da UC com
os aspectos socioculturais e históricos presentes nesta porção do território.
249
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
O Parque Estadual Vitório Piassa foi criado em uma área que outrora foi
uma propriedade rural. Alguns remanescentes daquele período ainda podem ser
observados e, na Zona de Uso Intensivo, temos um aspecto peculiar que merece
atenção. Trata-se de uma edificação em madeira onde residem antigas moradoras
idosas que trabalhavam para a família Piassa. Por se tratar de um aspecto peculiar
e vinculado à própria história cultural local, em uma das reuniões de planejamento,
o Conselho de Meio Ambiente deliberou sobre a manutenção desta residência e
respectiva manutenção das inquilinas na área, sem permitir, entretanto, a
utilização desta casa para moradia de terceiros. Ainda, deliberou-se sobre a
necessidade de compatibilizar as ações vinculadas a esta Zona de Uso com as
demandas necessárias para manutenção deste aspecto histórico-cultural da UC.
Figura 96. Reuniões técnicas durante a elaboração do Plano de Manejo do Parque Estadual Vitório
Piassa, Pato Branco, PR.
250
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
em estádio inicial de sucessão e/ou ocupadas por edificações abandonadas
(Figura 94; Quadro 3). Essas áreas deverão contar com projeto de recuperação e
gradualmente serão incorporadas na Zona de uso Extensivo. Nestes espaços, a
recuperação da vegetação deverá ser fomentada por meio de técnicas de
recuperação de áreas degradadas, uma vez que existem espécies invasoras,
restos de construções e resíduos sólidos (sobretudo metálicos). Seus objetivos
específicos são:
Conduzir a recuperação assistida das áreas que sofreram alteração
antrópica, proporcionando oportunidades da realização de pesquisas
científicas comparativas e de monitoramento;
Assegurar a integridade das Zonas com as quais se limita, em especial com
a Zona de Uso Conflitante e a Zona de Uso Primitiva.
251
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
252
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
A ZA possui como objetivo preservar ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica e possibilitar, inclusive, a realização de
pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e
turismo ecológico. Em se tratando do P.E. Vitório Piassa, uma das premissas
elencadas durantes as oficinas técnicas foi a de que a Zona de Amortecimento da
UC deveria ser mais abrangente onde fossem observados os maiores
remanescentes florestais que estivessem próximos do território da UC. Por outro
lado, no entorno ao sul da UC a urbanização é intensiva, não permitindo muitas
intervenções em termos de mudança no uso e ocupação do solo.
Cabe salientar que tão importante quanto a criação de uma UC é o
estabelecimento de sua ZA, uma vez que esta servirá como filtro e amortecimento
dos impactos negativos de atividades externas aos limites da UC, tais como
poluição, espécies invasoras, ruídos, avanço e adensamento da ocupação
humana, entre outras. A região que compreende a ZA do P.E. Vitório Piassa
(Figura 97) possui grande proporção de manchas urbanas e industriais, conforme
esperado para este setor da cidade e pela própria localização da UC.
De acordo com a Lei Federal n° 9.985/2000, Art. 25, as UCs (exceto APA
e RPPN) devem possuir uma ZA e, quando conveniente, corredores ecológicos,
que poderão ser definidos no ato de criação da unidade (§ 2) ou posterior a este.
A delimitação da ZA do P.E. Vitório Piassa baseou-se na análise multidisciplinar
dos Mapas de uso e ocupação da terra da região onde a UC está inserida, de seu
entorno imediato (500m) e áreas adjacentes.
Foram considerados aspectos relacionados aos meios físico, biótico e
socioeconômico da UC e entorno, nos quais foram identificadas zonas de uso
253
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
254
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
5.2.1.3 Objetivos gerais da Zona de Amortecimento
255
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
256
0
257
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
Figura 97. Zona de Amortecimento do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
ENCARTE 4
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
O P.E. Vitório Piassa deverá permanecer aberto à visitação pública nos dias
da semana e horários estabelecidos para esta finalidade, a serem definidos
pelo órgão gestor da UC. Além deste horário, apenas a fiscalização e
pesquisas científicas estão autorizadas;
Será permitido o uso público da UC, na forma de atividades de recreação,
educação e interpretação ambiental, apresentando caráter informativo e
educativo, inclusive em relação à conservação do meio ambiente como um
todo, sempre em consonância ao regulamento específico previsto neste
Plano de Manejo;
As atividades de educação ambiental, assim como as de pesquisa, deverão
ser monitoradas para evitar que causem danos ao patrimônio natural do
P.E. Vitório Piassa e para garantir o cumprimento de seus objetivos;
O ingresso e a permanência no P.E. Vitório Piassa de pessoas portando
qualquer tipo de arma, materiais ou instrumentos destinados ao corte, à
caça, a pesca ou quaisquer outras atividades prejudiciais à biota, salvo os
utensílios que tenham justificadamente relação com alguma atividade de
pesquisa ou manejo da UC, não serão permitidos;
Será proibido o uso de equipamento sonoros, salvos rádios comunicadores
(ou outros portáteis que não exteriorizem o som) e equipamento para fins
de pesquisa, monitoramento, educação ambiental e fiscalização, estes
últimos quando autorizados pela administração do Parque;
O consumo de bebidas alcoólicas no interior do P.E. Vitório Piassa não será
permitido, assim como fumar nas trilhas e nas instalações da UC;
O consumo de alimentos será permitido apenas nas zonas de uso intensivo
e restaurante;
É extremamente proibido fazer uso de fogo no interior do Parque;
Não é permitido, em hipótese alguma, a introdução de espécies exóticas
(incluindo as domésticas) no interior da UC, devendo-se tomar cuidado para
que isto não ocorra acidentalmente;
258
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Os resíduos sólidos produzidos no P.E. Vitório Piassa deverão ser
recolhidos e destinados a um ponto de coleta devidamente locado para esta
finalidade;
A coleta e captura de espécies da fauna e da flora serão permitidas
somente com finalidade científicas e devidamente autorizadas pelo Órgão
Gestor da UC, observando-se as normas pertinentes;
Atividades de reintrodução de fauna e flora nativas somente poderão
ocorrer após a realização de pesquisas e/ou pareceres técnicos favoráveis
do Órgão Gestor do P.E. Vitório Piassa, em especial na Zona de
Recuperação e na Zona de Uso Conflitante;
A manutenção de animais silvestres nativos em cativeiros no interior do
P.E. Vitório Piassa não será permitida, salvo para fins científicos e de
monitoramento, devidamente justificados e autorizados pelo Órgão Gestor
da UC;
Possíveis efeitos de atividades de pesquisa científicas e uso público devem
ser monitorados para possibilitar a avaliação de danos ao ambiente, de
eficiência de serviços, de segurança de visitantes e de capacidade de
suporte;
As atividades de captura e/ou coleta de material biológico no UC só serão
permitidas perante permissão especificas para isto (Portaria IAP nº 017, de
19 de janeiro de 2007), mediante autorização da administração do Parque
(DIBAP-IAP, neste caso específico), bem como a partir de registro de
coletas junto ao SISBio – Sistema de Autorização e informação em
Biodiversidade (ICMBio, 2014) – INSTRUÇÃO NORMATIVA nº 3, de 1º de
setembro de 2014), sempre observando os objetivos e as diretrizes do
subprograma de Pesquisa deste Plano de Manejo;
A instalação de obras e equipamentos no interior do Parque deve utilizar
tecnologia ambientalmente adequada e material de baixo impacto visual,
mantendo a harmonia com a paisagem;
A implantação ou manutenção de infraestrutura física no interior da Unidade
deve ser precedida de projeto detalhado e avaliação de impacto ambiental
e paisagístico, proporcional à dimensão da obra e à fragilidade do
259
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
260
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
estabelecidas em conjunto com a Coordenação Institucional e Equipe Técnica do
Departamento de Unidades de Conservação do IAP.
O planejamento do P.E. Vitório Piassa foi fundamentado em diversas fontes
de informações e reflexões, diagnósticos técnicos e oficinas técnicas
participativas. Os principais elementos que forneceram subsídios para o
planejamento do Parque foram:
Levantamentos estratégicos efetuados em campo (análise da paisagem
natural e antrópica) realizados pela equipe de coordenação e
planejamento;
Resultados dos diagnósticos temáticos baseados em dados secundários e
em dados primários obtidos em campo, relativos ao Parque e a seu entorno;
Oficinas técnicas com o público participante.
Com base em todos esses elementos, o planejamento pôde considerar
diferentes situações e realidades da UC, tornando o plano de manejo objetivo,
com ações e normas específicas para atender diferentes situações. O Parque
Estadual Vitório Piassa, localizando próximo à área urbana de Pato Branco, é um
território estratégico para a conservação da biodiversidade local e para a
proporção do lazer e atividades recreativas e de educação. Seus objetivos, tanto
o geral quanto os específicos elencados abaixo, foram norteados por estas
considerações.
261
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
262
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
O planejamento estratégico das unidades de conservação é de extrema
importância, pois constitui uma oportunidade de promover a realização destas
difíceis escolhas sobre as necessidades e expectativas que serão prioritariamente
atendidas pela operacionalização da unidade, mantendo sua atuação orientada
primordialmente pelos preceitos legais. Nesse contexto, é compreensível que as
orientações para o manejo de qualquer unidade de conservação não podem
prescindir de uma reflexão estratégica sobre:
* Onde está?
Em relação à situação futura desejada, qual a posição da UC? Quais os
fatores internos ou externos que a aproximam e a distanciam dos desafios
futuros?
263
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Figura 98. Modelo Proposto de Gestão Estratégica - Adaptado de Kaplan e Norton (1997).
Para que a gestão possa ser adaptativa, tenha capacidade para percorrer
as etapas do sistema gerencial proposto e consiga promover as mudanças
necessárias em tempo hábil, é preciso que ela tenha um método de gestão para
264
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
enfrentar os desafios que irá encontrar. O método de gestão proposto nesse plano
de manejo é o PDCA (Figura 99).
Figura 99. Ciclo PDCA (adaptado de Araújo, 2007), universal e compatível com a gestão de UCs.
265
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Onde estamos?
Neste tópico realizou-se uma análise da situação atual da UC por meio de
diagnóstico do meio biótico, abiótico, socioeconômico, cultural e gerencial das
unidades (ENCARTES 1, 2 e 3). Em seguida, fez-se a análise dos fatores e
tendências internos e externos à organização que afetam o desempenho, sendo
possível fazer previsões sobre riscos e oportunidades.
266
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Com o Plano de Manejo, o desafio é alcançar na prática as metas propostas
para os objetivos pretendidos e avançar na direção do futuro da UC. As ações
previstas nos Programas e Subprogramas de Manejo variam em termos de sua
complexidade e exigirão processos de detalhamento de ações específicas de
execução, checagem e aperfeiçoamento.
Para o sucesso da implementação do planejamento é necessário girar o
ciclo PDCA, passando da fase do Planejar para as fases do Desenvolver as ações
planejadas, Checar o resultado das ações e o desempenho da execução do plano
e Agir corretivamente corrigindo eventuais desvios de percurso, iniciando um novo
ciclo. O objetivo deste Plano de Manejo é fornecer caminhos à equipe gestora do
P.E. Vitório Piassa para a execução da estratégia por meio da operacionalização
dos procedimentos necessários para que o sistema de gestão funcione e dê
resultados para a melhoria do desempenho da UC.
São apresentadas as orientações para se organizar o uso público e
sugeridas normas para as diversas modalidades de uso previstas na UC. As
normas descrevem detalhadamente parâmetros importantes a serem
considerados pelo órgão gestor a fim de se resguardar legalmente e garantir
qualidade e segurança tanto para o visitante como para o P.E. Vitório Piassa.
A análise estratégica do P.E. Vitório Piassa foi baseada em uma série de
abordagens, sobretudo nos diagnósticos de campo. Os resultados foram
posteriormente analisados e retrabalhados com a participação dos responsáveis
pelos levantamentos dos diagnósticos.
As ações estratégicas sugeridas visam, conforme previsto em análises
matriciais adaptadas a partir do método SWOT, sobrepor variáveis e facilitar a
seleção de procedimentos adequados para o manejo. Dessa forma, a tomada de
decisão tem nas Ações Estratégicas um norteador para o gestor da UC,
lembrando-se de que situações não previstas podem fazer emergir outros critérios
para a tomada de decisão (Quadro 4). Originalmente, a análise SWOT consiste na
avaliação de diversos contextos, por meio de uma matriz de dois eixos, cada um
deles composto por duas variações: pontos fortes (Strenghts) e pontos fracos
(Weaknesses) da análise interna; oportunidades (Opportunities) e ameaças
(Threats) da análise externa.
267
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Quadro 4. Cenário Condicionante para Avaliação Estratégica do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco,
PR.
FATORES Forças Impulsionadoras Forças restritivas
Pontos fortes: Pontos fracos:
Fenômenos ou condições inerentes à Fenômenos ou condições inerentes à
INTERNOS
UC que contribuem ou favorecem seu UC que comprometem ou dificultam
manejo. seu manejo.
Oportunidades: Ameaças:
Fenômenos ou condições externas à Fenômenos ou condições externas à
EXTERNOS
UC que contribuem ou favorecem o UC que comprometem ou dificultam o
alcance de seus objetivos. alcance de seus objetivos.
268
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Quadro 5. Matriz de análise estratégica (Análise SWOT) do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
PREMISSAS
AMBIENTE INTERNO AMBIENTE EXTERNO
- Beleza cênica e - Localização, gerando alto potencial de lazer desenvolvimento socioeconômico local
potencial cultural e educação 4. Uso sustentável do potencial
- Unidade de referência - Pesquisas científicas turístico para o bem da comunidade
para métodos de - Emprego e renda decorrentes do fluxo de 5. Ação de grupos para avançar na
restauração ecológica estudantes (economia local) proteção da natureza
- Patrimônio natural e - Investimento do setor privado no turismo 6. Facilidade de acesso do centro
paisagístico - Parceria entre o Estado do Paraná com o urbano ao Parque
- Fácil acesso e município de Pato Branco
gratuidade para acessar - Aumento da arrecadação do ICMS
- União de forças Ecológico
institucionais - Resgate da memória histórico cultural do
- Condições de local
acessibilidade
Pontos Fracos Ameaças Defensivas ou de recuperação
- Falta de fiscalização - Entraves burocráticos dos órgãos 1. Estruturar trilhas para atividades de
- Poucos funcionários ambientais educação ambiental (visitas
- Ausência de - Ocupação do entorno de forma ilegal orientadas)
sinalização - Uso indiscriminado dos recursos naturais 2. Estabelecer convênios e parcerias
- Efeitos de isolamento - Caça de animais com instituições de ensino da região
- Ausência de guias para - Contaminação de nascentes por para que se possa desenvolver
visitação agrotóxicos pesquisa científica no Parque e
- Falta de acessibilidade - Proximidade de áreas urbanas entorno
FORÇAS RESTRITIVAS
- Visitação desordenada - Lixo trazido pelos visitantes e áreas do 3. Estabelecer convênios e parcerias
- Espécies exóticas entorno com empresas privadas para garantir
(fauna e flora) - Falta de conscientização dos visitantes apoio
- Descarte dos resíduos - Proximidade de áreas urbanizadas 4. Integração ativa da prefeitura em
sólidos - Falta de sinalização indicativa no entorno, ações diversas para defesa do PE
- Equipe da UC não vertical e horizontal Vitório Piassa e do meio ambiente para
capacitada para a gestão - Acesso da rodovia até o Parque sua constante melhoria
- Retirada de madeira - Presença de espécies exóticas 5. Demarcação do PEVP e sua
- Instalação de empreendimentos estruturação
conflitantes com os objetivos do Parque 6. Atividades constantes e ativas para
- Crescimento da instalação industrial no informação e educação
entorno. 7. Atividades para preservação dos
ambientes ecológicos frágeis e de
controle ambiental
269
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
270
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
5.5.4.1.1 Monitoramento dos Programas de Manejo
Quadro 6. Avaliação dos Programas de Manejo do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR.
QUEM QUANDO COMO
1. Acompanhamento das metas;
2. Acompanhamento das ações /
programas;
3. Acompanhamento dos prazos, itens
Gestor do P.E. Vitório Piassa Reuniões trimestrais de verificação, resultados esperados e
investimentos previstos;
4. Registro das conclusões;
5. Atualização das decisões
decorrentes.
271
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Visitação e
integração
com o
entorno
Gestão e
Administração
Figura 100. Estrutura organizacional proposta para o P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
272
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
área de competência deverá ter um ou dois facilitadores que irão representá-la em
reuniões com as demais áreas.
A gerência e a administração são a base da organização e sustentam o
funcionamento das demais áreas. Por isso, sua estruturação deve ser prioritária
na fase inicial do plano, pois ela é que deve garantir os recursos humanos,
infraestrutura e equipamentos para que as demais áreas se desenvolvam.
273
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
274
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
vinculadas com distintas necessidades de manejo, sendo que suas competências,
embora possam ser convergentes, não se sobrepõem.
A partir da identificação e desenho destas quatro unidades de competência,
percebe-se que a alocação de recursos humanos, insumos e todas as ações
executivas podem e devem ser equacionadas para a otimização de todos os
recursos disponíveis, de sorte que, a partir da divisão em unidades operacionais
menores, facilita-se o processo de gestão. Portanto, a partir de cada uma destas
unidades, surge a demanda primordial de alocar os recursos humanos
necessários para se efetivarem estas ações.
Gerência
Unidade de Unidade de
Unidade Unidade de
Proteção Educação
Administrativa Manejo Ambiental e
Ambiental
Patrimonial
Suporte
Recuperação de Fiscalização
financeiro
área degradada Vigilância Integração com
Recursos o entorno
humanos
Combate a
Suporte de Pesquisa
incêndio Uso público
manutenção
Figura 101. Esboço da Estrutura Organizacional do Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
As ações gerenciais gerais internas tratam de ações que, por seu caráter
de abrangência, são aplicadas ao conjunto de todas as áreas da UC e sua região,
fornecendo suporte geral para o planejamento da Unidade e entorno como um
todo. Para facilitar a organização e gestão, as ações gerenciais estão divididas em
Programas Temáticos.
Os programas temáticos vinculados às AGIs e indicados neste Plano de
Manejo (Figura 102) resultam da percepção de que algumas situações são
275
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
276
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
PLANO DE MANEJO
Figura 102. Estrutura Organizacional e programas temáticos das ações gerenciais internas do Parque
Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
a) Subprograma de Administração
277
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
278
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Obs 1. O estabelecimento destas rotinas deve ser constantemente avaliado e
readequado a novas demandas e imprevistos eventuais surgidos no decorrer da
execução do presente Plano.
Obs 2. A definição da escala de funcionários a serem designados para cada uma
das tarefas básicas relacionadas à administração, entre elas: manutenção (limpeza
de áreas de uso público, recepção e condução de visitantes, fiscalização, registros
contábeis, registro de visitantes, monitoramento e fiscalização de divisas, espécies
invasoras e potenciais focos de incêndio).
a12. Realizar aquisição dos devidos Equipamentos de Proteção Individual –
EPIs para uso dos funcionários do P.E. Vitório Piassa, bem como prover
treinamento para seu uso adequado.
a13. Prover mensalmente os insumos necessários para a adequada execução
da rotina de atividades administrativas e operacionais do P.E. Vitório Piassa.
a14. Promover o treinamento de monitores, voluntários e outros parceiros do
P.E. Vitório Piassa para a adequada operação de suas atividades na UC.
a15. Criar uma programação de cursos de capacitação e aperfeiçoamento para
funcionários e terceirizados.
Obs 1. Este treinamento deve ser realizado inicialmente pelos funcionários do P.E.
Vitório Piassa, com base na interpretação do Regimento Interno elaborado.
Obs 2. Deve-se prever ainda o treinamento sistemático de monitores, voluntários e
outros parceiros a partir de minicursos e palestras proferidas por pesquisadores,
técnicos convidados e/ou pelos próprios funcionários do P.E. Vitório Piassa
conforme temáticas abordadas em seus cursos de capacitação ou inerentes a sua
própria formação pessoal e/ou profissional.
a16. Realizar reuniões internas mensais com funcionários e gestores para a
discussão e definição de procedimentos operacionais e necessidades do Parque.
a17. Definir os acessos no interior da UC que devem ser, prioritariamente,
utilizados para os serviços de fiscalização, proteção e manejo.
a18. Estabelecer o registro de visitantes buscando aprofundar o conhecimento
do perfil e as expectativas do público usuário.
a19. Estabelecer a identificação dos funcionários da UC, por meio do uso de
uniforme, pelo menos camiseta, colete ou crachá com foto, incluindo pessoal
terceirizado e colaboradores a serviço.
a20. Manter relatório periódico da implantação e operação do P.E. Vitório
Piassa a partir do gerenciamento das atividades rotineiras (fiscalização,
279
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
b) Subprograma de Manutenção
280
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
de materiais impressos expostos, madeirame de escadas, passarelas, decks e
demais estruturas de madeira).
b3. Organizar e manter o material biológico expositivo (identificação, registro
em livro, limpeza e conservação de espécimes).
b4. Acompanhar os projetos de pesquisa (definição de datas de ingresso e
permanência de pesquisadores, arquivamento e disponibilização de dados
gerados).
b5. Fechar os acessos existentes que não forem considerados necessários
para os serviços do P.E. Vitório Piassa.
b6. Realizar avaliações específicas para definição da necessidade ou não de
ações de recuperação ambiental dos acessos a serem fechados no P.E. Vitório
Piassa.
Obs. O estudo deve enfocar principalmente aspectos quanto à drenagem e à
ocorrência de processos erosivos (trilhas e locais com declividade).
b7. Realizar manutenção periódica, quando se julgar estritamente necessária,
dos acessos definidos como prioritários para os serviços da UC.
b8. Realizar a normatização e regulamentação de todos os serviços de
concessão, terceirização, parcerias e outras cooperações.
b9. Providenciar revisão e manutenção periódicas das instalações e
equipamentos do P.E. Vitório Piassa, principalmente das estruturas de segurança
ao visitante.
b10. Realizar o recolhimento periódico dos resíduos sólidos produzidos no P.E.
Vitório Piassa e viabilizar a destinação adequada fora de seus limites.
b11. Separar e destinar os resíduos sólidos deixados nas lixeiras da área de
uso especial e abandonados em locais impróprios.
Obs.: Os resíduos gerados dentro dos limites do P.E. Vitório Piassa devem ser
separados em reciclável e não-reciclável e encaminhados às cooperativas de
catadores da região.
b12. Aprovar junto à unidade gestora e adquirir uniforme para o chefe e os
técnicos ambientais do P.E. Vitório Piassa.
b13. Registrar os focos de invasão por espécies exóticas (vegetais e animais).
281
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
282
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Quadro 8. Perfil para funcionários do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
1. COMPETÊNCIA ESTRATÉGICA
Visualizar a organização como um todo, compreendendo a
Visão sistêmica inter-relação entre as áreas e processos, possibilitando a
sinergia de ações e a potencialização de recursos.
Perceber o ambiente externo, avaliando oportunidades a fim
Visão de futuro de canalizar seu potencial para a concretização das
estratégias da organização.
2. COMPETÊNCIA PARA RELACIONAMENTO
Desenvolver trabalhos em equipe, mantendo uma postura
profissional participativa e colaboradora, aceitando as
Trabalho em equipe
diferenças e contribuições individuais, integrando-as na
busca da convergência e de soluções.
Estabelecer relações de parceria, considerando interesses e
objetivos mútuos, articulando ideias, buscando pontos
Negociação
comuns em divergências por meio da diplomacia e do
domínio de si mesmo.
Explicitar, transmitir, repassar com clareza e objetividade,
Comunicação
conceitos e informações.
Necessidade do profissional de se integrar, de pertencer, de
dar e receber apoio. Capacidade de se identificar com os
Sociabilidade demais e de visualizar as situações na perspectiva alheia e
de estabelecer relacionamentos na busca de soluções que
atendam a todos.
Habilidade do indivíduo no manejo de suas emoções, na
Controle emocional condução de suas relações no ambiente e na administração
de situações de conflito, para manter a harmonia.
3. COMPETÊNCIA PARA GERENCIAR
Habilidade em estabelecer metas atingíveis e mensuráveis,
tendo em vista o desenvolvimento das estratégias de curto,
médio e longo prazo da organização; estabelecer padrões
pessoais (critérios de desempenho); definir etapas e
prioridades no desenvolvimento do trabalho. Capacidade,
Planejamento
interesse e identificação com a organização do ambiente de
trabalho, e das tarefas a serem executadas; capacidade de
sistematizar e criar procedimentos por meio da observação
dos fluxos das atividades, visando o melhor aproveitamento
dos recursos.
Capacidade ou interesse do profissional em supervisionar
tarefas, orientar, treinar e repassar informações a terceiros
Liderança em direção aos objetivos da organização. Habilidade em
compartilhar poder e autonomia, bem como acompanhar o
desenvolvimento de ações e controlar resultados.
Capacidade de buscar e selecionar alternativas, identificando
Tomada de decisão aquela que garanta o melhor resultado, cumprindo prazos
definidos e considerando limites e riscos.
4. CAPACIDADE EMPREENDEDORA
Segurança e autoconfiança para agir com autonomia nas
situações, visando transformar projetos em ações concretas.
Empreendedorismo Empenho no alcance dos objetivos e na superação de
obstáculos para atingir as metas. Firmeza na buscados
objetivos traçados, otimizando recursos disponíveis.
Vitalidade física do profissional e interesse por atividades que
requeiram deslocamento e/ou concentração, disposição para
Energia e disposição manter ritmo adequado de trabalho. Grau de identificação do
profissional com o volume de trabalho, maior quantidade de
atividade e/ou absorção de atribuições, sem desgaste físico.
283
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Quadro 9. Propositivo de Recursos Humanos e respectivas funções para o P.E. Vitório Piassa,
Pato Branco, PR.
Cargo Quant. Nível de Formação Funções
- Apoiar e realizar atividades de administração na sede da UC;
- Executar serviços de organização de fichários, arquivos e
processos;
Administrativo 1 Médio ou Superior - Apoiar as atividades de manutenção do patrimônio da UC;
- Apoiar as atividades do Conselho Consultivo;
- Executar serviços diversos ligados à administração da UC;
- Executar demais atividades correlatas.
- Apoiar o Gestor da UC na administração e operacionalização
da UC;
- Monitorar o uso público e realizar ações com o sentido de
implementar ações de registro, correção e controle de usos na
UC;
- Coordenar e realizar atividades de Uso Público, Educação e
interpretação Ambiental;
- Coordenar as atividades de Pesquisa e Monitoramento
Ambiental da UC;
- Coordenar as atividades de Proteção e Fiscalização da UC e
sua Zona de Amortecimento;
- Coordenar as atividades de prevenção e combate a incêndios,
vigilância e fiscalização da UC e sua Zona de Amortecimento
Analista para a implementação do Plano de Manejo;
1 Superior
Ambiental - Coordenar as atividades de manejo dos recursos naturais,
incluindo fauna, flora, bacias hidrográficas e recuperação de
áreas degradadas;
- Implementar ações de integração com a comunidade do
interior da UC e de seu entorno, objetivando a educação e
conscientização ambiental;
- Realizar a representação institucional adjunta;
- Analisar e emitir parecer sobre as solicitações de pesquisa e
controle dos estudos;
- Coordenar atividades de pesquisa, monitoramento e manejo
de recursos naturais para a implementação do Plano de
Manejo;
- Realizar a representação institucional adjunta;
- Executar demais atividades correlatas.
- Apoiar a Coordenação de Uso Público;
- Realizar e acompanhar as atividades de Educação e
Interpretação Ambiental;
Auxiliar de
3 Nível Médio - Apoiar as atividades de administração no Centro de Visitantes;
campo
- Acompanhar os serviços contratados de uso público e
educação ambiental;
- Executar demais atividades correlatas.
- Representar institucionalmente o IAP e o PE Vitório Piassa;
- Coordenar a equipe de administração e gestão da UC;
- Coordenar e executar a implementação do Plano de Manejo;
- Supervisionar os serviços necessários à gestão e operação da
UC;
- Elaborar e supervisionar os processos de aquisição de
materiais e equipamentos necessários à gestão e operação da
UC;
Gestor 1 Superior - Executar as atividades relativas ao controle e funcionamento
das áreas de recursos humanos, financeira, materiais e
suprimentos, logística, serviços gerais e os demais aspectos
administrativos, inclusive contratos e convênios para a
implementação do Plano de Manejo;
- Elaborar e assinar despachos de caráter administrativo e
institucional;
- Realizar a articulação com proprietários do entorno do Parque,
com o sentido de agregá-los ao apoio à gestão da UC;
284
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
- Formar e presidir o Conselho Consultivo da UC;
- Acompanhar e opinar tecnicamente sobre os processos de
licenciamento do entorno;
- Supervisionar as atividades de Uso Público e Educação,
Pesquisa e Manejo, Proteção e Fiscalização, Administração e
Manutenção;
- Executar demais atividades correlatas.
- Conduzir e orientar os visitantes;
- Realizar as atividades de fiscalização e manutenção da UC;
Guarda-
- Apoiar as atividades de pesquisa, monitoramento, manejo,
Parque e 3 Nível Médio
turismo e educação ambiental desenvolvidas no Parque;
Portaria
- Zelar pelas pessoas e pelo patrimônio do Parque;
- Executar demais atividades correlatas.
- Realizar as atividades de conservação, limpeza e serviços
gerais das infraestruturas do Parque;
- Executar os serviços de jardinagem, poda de árvores,
remoção de galhos e árvores caídas;
- Apoiar as atividades uso público, garantindo um ambiente apto
ao recebimento de visitantes;
Serviços Nível Médio ou
4 - Executar a limpeza e higienização periódica das edificações
gerais Fundamental
da UC (Recepção, Centro de Visitantes, e demais estruturas
utilizadas para as atividades de uso público) exceto os
caminhos e a trilha;
- Apoiar as atividades de manutenção/ limpeza das placas de
sinalização da UC;
- Executar demais atividades correlatas.
Quadro 10. Cronograma de início de alocação de Recursos Humanos no P.E. Vitório Piassa, Pato
Branco, PR, conforme demanda do Plano de Manejo.
Programa Categoria Função Ano 1 Ano 2 Ano 3
Gestão do Parque Gestão geral da UC X
Integração com Coordenação do Programa de
1 Analista
entorno Integração com Entorno X
1 Analista Coordenação do programa visitação X
Visitação Auxiliares de campo Manutenção de trilhas X
Guarda-Parques Monitoramento e fiscalização X
1 Analista Coord. Programa Pesquisa e Proteção X
Proteção e Pesquisa
Guarda-Parques Rotina de Fiscalização X
Gestão administrativa/ financeira /
Aux. Administrativo X
manutenção
Operacionalização Faxineiros Limpeza e instalações X
Porteiros Controle e orientação dos visitantes X
Auxiliar de campo Manutenção e conservação instalações X
TOTAL 13
285
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Quadro 11. Orientações gerais para auxílio à elaboração de normas gerais e do regulamento
interno do P.E. Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
REUNIÕES
Tópicos Análise das operações Análise da estratégia Aprendizado da estratégia
Periodicidade Mensal Trimestral Anual
Gestor e pessoas que Gestor, pessoas que Gestor, pessoas que
coordenam as coordenam as operações coordenam as operações e
Participantes operações. e representantes do representantes do Conselho
Conselho Consultivo. Consultivo.
Status das ações, Status das ações, projetos Status das ações, projetos e
projetos e programas e programas planejados e programas planejados e
planejados. resumos financeiros resumos financeiros mensais.
mensais. Indicadores e Metas
estratégicas atualizadas,
Necessidade das estudos analíticos sobre as
informações hipóteses estratégicas,
análises das condições
externas e das estratégias
emergentes.
286
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
d) Subprograma de Infraestrutura e Equipamentos
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
e) Subprograma de Proteção
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
290
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
f5. Elaborar e implantar programa de controle e manejo de espécies exóticas
no P.E. Vitório Piassa durante as rotinas de fiscalização, monitoramento e de
implantação das estruturas e serviços de uso público.
Obs 1. Os animais domésticos identificados devem ser recolhidos e, se possível,
devolvidos aos seus respectivos proprietários, sendo estes alertados para uma
possível punição em caso de reincidirem na ocorrência.
Obs 2. Definição de locais para plantio preferencialmente sobre solos, livres de
competição com plantas herbáceas e de menor declividade.
Obs 3. Seleção de viveiros capazes de oferecer mudas de boa variabilidade
genética.
Obs 4. Plantio de espécies arbóreas dentre as nativas listadas no diagnóstico de
vegetação com adensamentos diversos, conforme cada situação específica,
mantendo espécies exóticas erradicadas.
Obs 5. Manutenção de mudas.
Obs 6. Monitoramento da colonização das áreas em restauração por diferentes
grupos de fauna.
g) Subprograma de Fiscalização
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PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
h) Subprograma de Pesquisa
292
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Obs 2. A realização de pesquisa científica no interior do Parque deve ser autorizada
oficialmente pelo Órgão Gestor.
Obs 3. A política de incentivos deve incluir: suporte operacional em atividades de
campo, agilizando os processos de obtenção de licenças, apoio institucional e
administrativo para obtenção de recursos e submissão de projetos em editais de
demanda espontânea e induzida, apoio institucional na divulgação e publicação das
pesquisas, dentre outros julgados pertinentes e factíveis pelo órgão gestor da UC.
Obs 4. As palestras oferecidas pelos pesquisadores e/ou instituições devem ser
abertas para visitantes e divulgadas por meio de cartaz dentro e fora da UC.
Obs 5. A contrapartida dos pesquisadores e/ou instituições participantes da política
de incentivos deve incluir:
Palestra de esclarecimentos, no início e no fim de cada pesquisa, sobre os
objetivos, a importância e os resultados da mesma, dirigida à equipe do
Parque, fiscais e comunidades do entorno;
Disponibilização de cópia dos relatórios parciais e finais das pesquisas
desenvolvidas para arquivamento na UC;
Disponibilização de resumo executivo da pesquisa, em linguagem jornalística,
para ser utilizado em programas de divulgação e de educação e informação
ambiental para visitantes e comunidades do entorno.
h2. Propor linhas prioritárias de pesquisa na UC para garantir o alcance dos
objetivos de manejo, incluindo as discriminadas ao longo do Plano de Manejo.
Obs 1. Incentivar estudos sobre a Floresta Ombrófila Mista existente na UC e áreas
e entorno.
Obs 2. Incentivar estudos sobre a sucessão vegetal secundária em áreas
degradadas e com presença de espécies exóticas.
Obs 3. Incentivar estudos de levantamento e ecologia de anfíbios e répteis, incluindo
a determinação dos seus padrões de distribuição, considerando: a determinação da
composição da fauna no Parque e seu entorno, a distribuição de cada espécie, os
períodos do ano em que estão em atividade e as espécies de alta relevância
ecológica (raras e ou ameaçadas).
Obs 4. Promover estudos de levantamento completo da avifauna terrestre e
aquática do Parque, considerando no mínimo dois ciclos sazonais completos
(período de 2 anos).
Obs 5. Incentivar estudos de levantamento e monitoramento de abelhas nativas e
exóticas na área do Parque.
293
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
294
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Obs 9. Elaboração de banco de dados sobre a fauna do Parque, incluindo listas de
espécies, localidades de registro por espécie, aspectos ecológicos e outras
informações aplicáveis à proteção das espécies.
Obs 10. Desenvolvimento de guias de campo referentes à biota do Parque para
utilização em atividades educativas.
Obs 11. Consolidação de informações para apoio a atividades de educação
ambiental.
i) Subprograma de Monitoramento
295
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
296
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
j2. Propor parcerias institucionais com universidades, terceiro setor e empresas
para fazer frente a eventuais carências orçamentárias e de outras origens visando
à execução de ações e programas de manejo.
j3. Conduzir procedimentos formais para o funcionamento do seu Conselho
Consultivo.
j4. Realizar campanhas informativas e ações educativas com a população,
empresas e proprietários rurais do entorno visando a redução dos focos de
incêndio e despejo de resíduos sólidos em zonas limítrofes do Parque e o correto
manejo da UC.
j5. Aproximar as instâncias administrativas municipais para a compatibilização
de atividades e normas de uso do entorno.
j6. Descrever as diferentes formas de relacionamento e expectativas dos
diversos atores sociais em relação ao Parque.
j7. Estabelecer um canal para recepção e registro de denúncias com relação a
situações de irregularidade no Parque.
j8. Antecipar possíveis situações de conflito e recebimento de sugestões para
a busca de soluções por meio de uma “Ouvidoria do Parque”.
j9. Reunir-se com moradores de bairros e propriedades do entorno para
informação sobre os programas de manejo em curso no Parque.
j10. Comunicar sobre as atividades recomendadas e não recomendadas
indicadas para a ZA.
j11. Incentivar e orientar sobre a adoção das práticas recomendadas indicadas
para a ZA.
j12. Estabelecer um padrão de comunicação visual destinado a orientação dos
usuários quanto aos acessos externos e procedimentos internos da Unidade de
Conservação.
j13. Registrar as atividades do Conselho Consultivo do Parque.
j14. Formular materiais de divulgação destinados ao público visitante contendo
as principais normas e ações de manejo postas para o Parque.
j15. Cadastrar as atividades desenvolvidas na ZA.
j16. Criar mecanismos para regulamentar e incentivar a destinação adequada
dos resíduos sólidos e do tratamento e destinação adequada de esgotos e
efluentes na ZA.
297
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
k) Subprograma de Sinalização
298
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
priorização pretende classificar as atividades e os lugares de visitação por ordem
de importância para o manejo. Em Unidades de Conservação que ofereçam
diversas atividades durante a visitação e há condições insuficientes para manejo,
a priorização indicará aquelas com maior relevância para a mitigação dos
impactos (Tabela 33).
As informações levantadas oferecerão subsídios para a priorização das
atividades por lugares de visitação. A definição das prioridades será pautada por
uma análise qualitativa, a partir de critérios básicos, a ser realizada por pessoas
que conheçam de forma pragmática a UC, as atividades de visitação e as
condições atuais da área (ICMBio, 2011). Em se tratando do Parque Estadual
Vitório Piassa, a priorização deverá ser realizada pelo próprio órgão gestor, o qual
já elencou uma equipe de trabalho para atender às demandas da UC.
Tabela 33. Análise e priorização de territórios para mitigação de impactos decorrentes de visitação
pública no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco, PR.
Priorização = DV + (IE X 2) + ZL
DV (Demanda de visitantes) Pontuação
- Grande demanda – local procurado por mais de 70% dos
visitantes.
3
- Maior demanda do que a capacidade de oferecer serviços de
infraestrutura e equipamentos de apoio.
- Demanda em níveis razoáveis, ou seja, 40% a 70% dos visitantes
desejam visitar o local.
2
- Bom equilíbrio entre os equipamentos, infraestrutura e serviços e a
quantidade de visitantes.
- Pouca demanda (menos de 40% dos visitantes).
1
- Área visitada por grupos específicos.
IE (Impactos Evidentes) Pontuação
- Impactos visíveis, conhecidos e registrados;
3
- Impactos geram queixas dos visitantes.
Impactos pouco evidentes; Impactos dispersos;
2
- Baixa intensidade de impactos ou em nível inicial.
Ainda não há evidências perceptíveis dos impactos e nem dados;
1
Não há pesquisas relacionadas a impactos.
ZL (Zona em que se localiza) Pontuação
- Zona de Uso Primitivo 3
- Zona de Uso Extensivo 2
- Zona de Uso Intensivo 1
l) Subprograma de Recreação
299
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
300
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
l2. Elaborar e implantar projeto de sinalização indicativa e orientadora para
atividades de recreação no Parque.
Obs 1. Critérios de segurança, grau de dificuldade, estruturas de apoio, declividade
do terreno e forma do percurso, devem ser considerados e devidamente informados
aos visitantes, dentre outros aspectos específicos considerados pertinentes pelos
técnicos ambientais e/ou Administração da UC.
l3. Viabilizar o desenvolvimento conceitual e a produção de folders de uso
público para os visitantes do Parque.
Obs 1. Os folders devem estar fundamentados na sistematização das informações
referentes aos atrativos e nas principais normas da UC, utilizando linguagem
jornalística e recursos visuais.
l4. Implantar o Programa de Voluntariado do Parque, apontado pela AGG
correlata, para viabilizar o atendimento monitorado de visitantes (monitores
ambientais), sempre em acordo à legislação vigente.
l5. Promover, por meio de parcerias e/ou convênios, a capacitação de
servidores, funcionários conveniados e condutores envolvidos em atividades de
recreação.
l6. Elaborar e implantar sistema de cadastro de visitantes e de avaliação do
grau de satisfação ou coleta de críticas/sugestões.
Obs 1. O sistema de cadastro deve incluir, pelo menos, informações referentes a
profissão, procedência e a forma como ficou conhecendo a UC.
Obs 2. O sistema de avaliação deve ser elaborado, preferencialmente, por meio de um
projeto de pesquisa por parte de um parceiro, voluntário e/ou conveniado, seguindo
orientações do Programa de Pesquisa e Monitoramento.
Obs 3. Enquanto não houver um sistema de avaliação elaborado, deve-se apenas
pedir aos visitantes o registro de críticas/sugestões sobre o uso público no local.
Obs 4. As informações de ambos sistemas devem ser armazenadas em banco de
dados da UC, conforme orientações do Subprograma de Monitoramento.
I7. Elaborar, trimestralmente, relatório de acompanhamento do uso público,
com base nos registros de visitação.
Obs 1. Os relatórios devem estar disponíveis no acervo da Unidade de Conservação
e serem enviados à unidade gestora e ao Conselho Consultivo.
301
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
302
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
Poluição, complexidade e conservação dos recursos hídricos;
Desenvolvimento sustentável;
Melhores práticas socioeconômicas.
m4. Listar, junto com os coordenadores educacionais cadastrados, todos os
professores interessados e com maior potencial de multiplicação dentro das
instituições para os cursos de capacitação.
m5. Organizar os cursos e viabilizar as demandas operacionais e materiais por
meio de recursos próprios e/ou parcerias com prefeituras municipais da região e
instituições de ensino dos municípios atingidos pelos cursos.
m6. Elaborar cronograma para implantação dos cursos e executá-los a partir
da disponibilidade do(s) técnico(s) e do cadastro de instituições, coordenadores
educacionais, professores e atores-chave.
m7. Emitir certificado de participação nos cursos com anuência da unidade
gestora e universidades ou instituições responsáveis pela sua execução.
m8. Viabilizar a aquisição e disponibilização de material didático-ambiental
relacionado à UC, à biodiversidade da Mata Atlântica e outros ecossistemas
brasileiros, à conservação dos recursos hídricos, dentre outros temas
considerados pertinentes pelo órgão gestor.
Obs 1. Os materiais devem incluir cartilhas, mapas, folders e cartazes, dentre outros
com linguagem acessível e forte apelo visual, a exemplo daqueles promovidos por
instituições governamentais e não-governamentais com atuação na área ambiental.
Obs 2. Deve-se prever a consulta a sites ambientais e/ou o contato direto com as
instituições, por intermédio da unidade gestora, para aquisição dos materiais.
Obs 3. Devem ter prioridade na distribuição dos materiais adquiridos as escolas da
região de entorno do Parque.
m9. Viabilizar o desenvolvimento conceitual das estruturas e equipamentos de
uso público do P.E. Vitório Piassa destinadas à interpretação e informação
ambiental, seguindo especificações de cada espaço de intervenção.
Obs 1. As estruturas devem utilizar materiais ambientalmente adequados,
considerando ainda sua durabilidade, praticidade de manutenção e segurança.
Obs 2. Todos os investimentos feitos para este programa devem priorizar produtos,
materiais e mão-de-obra disponíveis localmente.
Obs 3. As estruturas projetadas devem, quando possível, viabilizar o uso por
portadores de necessidades especiais.
303
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
304
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
b) incentivos à conservação específicos para o Estado do Paraná; c) outras formas
de obtenção e recursos (Quadro 12).
A elaboração de um plano de ação anual para a UC deve ter como
decorrência um cronograma físico-financeiro que permita a correta destinação de
recursos para a implementação do Plano de Manejo. Os recursos necessários e
previstos no planejamento anual devem estar contemplados dentro do orçamento
de cada uma das áreas diretamente responsáveis pela realização das ações.
Deve-se analisar essa alocação dos recursos de forma que seja possível
quantificar os reais custos com a operação da UC.
O acompanhamento do orçamento deve ser responsabilidade do gestor da
UC, sendo o Conselho Gestor responsável por disponibilizar as ferramentas
necessárias para tal controle. Os recursos básicos para a gestão da UC devem
ser garantidos pela Prefeitura Municipal de Pato Branco e pelo IAP de forma
alinhada às necessidades da área.
Quadro 12. Potenciais fontes de recursos para projetos socioambientais e objetivos prioritários a
serem contemplados nos projetos desenvolvidos no Parque Estadual Vitório Piassa, Pato Branco,
PR.
Fontes de
Objetivos a serem implementados no projeto Site
Recursos
BNDES Reflorestamento com espécies nativas, políticas https://www.bnd
Iniciativa Mata públicas, conscientização pública, unidades de es.gov.br/wps/p
Atlântica conservação, fixação de gás carbônico, floresta ciliar ortal/site/home/
e gestão de bacias hidrográficas. onde-
atuamos/meio-
ambiente/
BNDES Social Modernização da formatação, implementação,
monitoramento e avaliação de programas e projetos
ambientais; recuperação, conservação e preservação
do meio ambiente; preservação e disseminação de
patrimônio científico e tecnológico.
Fundo dos Conservação e manejo da biodiversidade, https://www.fun
Direitos Difusos conservação da água e das florestas, consolidação do bio.org.br/
(federal) Sistema de Unidades de Conservação (SNUC),
preservação de espécies ameaçadas da fauna,
promoção do consumo sustentável e da educação
ambiental voltada à sustentabilidade, ações de
manejo e gestão de resíduos sólidos, ecoturismo de
base comunitária, conhecimentos tradicionais,
modernização administrativa, mudanças climáticas,
desenvolvimento do mercado de carbono.
Fundo Nacional Na área de adaptação, ações estratégicas http://www.mma
de Mudanças relacionadas a áreas identificadas como as mais .gov.br/clima/fun
Climáticas vulneráveis, com recursos não reembolsáveis, a do-nacional-
(Fundo Clima) saber: Elaboração da estratégia nacional de sobre-mudanca-
adaptação às mudanças climáticas e aos seus efeitos. do-clima
Áreas suscetíveis à desertificação (incluindo o
305
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
ICMS Ecológico
306
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
outras questões, a efetivação de parceria entre, por exemplo, RPPN, a associação
estadual de RPPN (RPPN Paraná) e o município.
Desta forma, a existência da UC contribui para que recursos do ICMS sejam
destinados ao município de Pato Branco. Adicionalmente, a Lei Municipal nº
660/2002 direciona 50% do ICMS Ecológico para programas municipais de
preservação do meio ambiente, com foco nas unidades de conservação. Portanto,
sugere-se uma articulação junto à Prefeitura Municipal de Pato Branco no sentido
de buscar estratégias conjuntas, de forma que os recursos advindos do ICMS
Ecológico sejam parcialmente aplicados no entorno do P.E. Vitório Piassa, com
foco na recuperação de APPs, ampliação do potencial de conectividade e
educação ambiental junto às comunidades. Ainda, neste sentido, são ações
vinculadas a este Programa:
1. Desenvolver e implantar um Programa de Voluntariado para a UC,
respeitando a legislação vigente que trata do assunto.
2. Estabelecer parcerias para garantir os insumos necessários (seguro,
uniforme, transporte e alimentação).
3. Elaborar um plano de trabalho contemplando as atividades a serem
realizadas pelos voluntários, segundo especificações das AGG do Programa de
Visitação.
4. Elaborar um programa de treinamento de voluntários em parceria com
instituições afins.
5. Fazer contato e firmar parcerias com universidades e outras instituições de
ensino e pesquisa para possibilitar o estágio de estudantes na UC.
Obs 1. O contato deve ser preferencialmente feito com os departamentos dos
cursos de graduação em ciências biológicas, geografia, engenharia ambiental,
dentre outros considerados pertinentes pelo órgão gestor da UC.
Obs 2. Os estágios devem respeitar a legislação específica, suprindo, inclusive, o
Programa de Voluntariado da UC.
Obs 3. As atividades a serem executadas por estagiários devem se restringir,
preferencialmente, as de uso público, pesquisa e monitoramento.
6. Ampliar e fortalecer a parceria com o Batalhão da Polícia Militar Ambiental
(Força Verde) para fiscalização da UC e, especialmente, a Zona de
Amortecimento, de forma integrada e conforme AGG Internas do Subprograma de
307
PLANO DE MANEJO – PARQUE ESTADUAL VITÓRIO PIASSA
ENCARTE 4
As ações gerenciais gerais externas tratam de ações que, por seu caráter
de abrangência, são aplicadas especificamente ao stakeholders (públicos de
interesse) externos à UC, em especial àqueles vinculados à Zona de
Amortecimento. Os programas temáticos vinculados às AGEs e indicados neste
Plano de Manejo (Figura 103) resultam da percepção de que algumas situações
são recorrentes no tempo e distribuídas no espaço da UC, demandando, por isso,
ações continuadas (de médio e longo prazo) e recursos próprios para o seu
atendimento.
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ENCARTE 4
PLANO DE MANEJO
Programa de
Programa de
Programa de Pesquisa e
Ampliação de
Integração Externa Monitoramento do
Entorno Áreas Naturais
Subprograma de Subprograma de
Relações Públicas Conectividade ao
longo do Rio
Ligeiro
Subprograma de
Educação
Ambiental Subprograma de
Cooperação
Institucional
Subprograma de
Controle Ambiental
Subprograma de
Incentivo a
Alternativas de
Desenvolvimento
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ENCARTE 4
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ENCARTE 4
Obs 1. Deve-se prever a articulação de parceiros do Parque para apoiar a
divulgação, bem como a disponibilização de infraestrutura e equipamentos para a
realização de atividades e eventos, desde que aprovadas pela Administração e
órgão responsável da UC.
n5. Gerenciar junto às rádios locais o estabelecimento de parceria para criar
uma ferramenta de divulgação e informação ambiental da UC, por meio do
planejamento de programa periódico e/ou participação em programas já
existentes.
n6. Divulgar, por meio do Conselho Consultivo as normas e limites do Parque
e da Zona de Amortecimento.
Obs 1. O Conselho deve divulgar as normas e limites do Parque e Zona de
Amortecimento para as comunidades do entorno.
n7. Manter contato sistemático com o DIBAP-IAP e ICMBio para identificar e
articular cursos de capacitação aos funcionários do Parque, bem como outros
eventualmente oferecidos por instituições governamentais e não-governamentais
julgados pertinentes pela Administração e órgão responsável da UC.
o) Subprograma de Educação Ambiental
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ENCARTE 4
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ENCARTE 4
Obs 3. Devem ter prioridade na distribuição dos materiais adquiridos as escolas da
região de entorno do Parque.
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ENCARTE 4
Realização de queimadas;
Dentre outros impactos e ameaças consideradas pertinentes pela
Administração do Parque, órgão gestor e Polícia Ambiental.
p7. Realizar uma reunião para discutir a estratégia de fiscalização e
disponibilizar mapas para a Brigada Ambiental, com base nos focos acima.
Obs 1. Deve-se disponibilizar para essa instituição, pelo menos, os mapas da Zona
de Amortecimento e de fiscalização do Parque.
p8. Definir um cronograma de trabalho em conjunto para a fiscalização
estratégica da Zona de Amortecimento, complementando a fiscalização de
transgressões ambientais a partir de denúncias da Administração do Parque e da
comunidade.
Obs 1. A estratégia de fiscalização deve incluir a divulgação dos limites e normas
da Zona de Amortecimento, bem como informações sobre a legislação ambiental
mais pertinente para o contexto regional.
p9. Agir conjuntamente com o Subprograma de Educação Ambiental para
identificar problemas que possam ser solucionados por meio de materiais e/ou
metodologias participativas para instrução e orientação.
Obs 1. Deve-se, quando possível, prever ações de educação e informação para a
mitigação de atividades irregulares e/ou danosas.
p10. Implantar estratégia de sinalização e/ou orientação padronizada na região
e municípios de entorno da UC.
p11. Estabelecer contato com os proprietários da Zona de Amortecimento do
Parque e negociar a implantação de placas de sinalização nos acessos principais
à UC ou junto da entrada das propriedades.
p12. Implantar sinalização padronizada nas principais estradas e
entroncamentos de acesso à UC, em especial, na PR-493 e BR-158.
Obs 1. Esta sinalização deve indicar a direção e a distância para o Parque, dentre
outras informações julgadas pertinentes pelo órgão gestor.
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ENCARTE 4
Obs 1. A estratégia de investimentos no entorno para o desenvolvimento e incentivo
a melhores práticas, práticas amigáveis e melhoria e implantação de serviços e
produtos, deve priorizar o investimento em parceiros locais da Zona de
Amortecimento.
q2. Estabelecer uma marca padrão para atividades e práticas socioeconômicas
compatíveis aos objetivos de conservação da UC realizadas na Zona de
Amortecimento, com avaliação e certificação da sua qualidade.
Obs 1. Deve-se buscar parceria com assessoria técnica qualificada para criar
critérios de certificação de serviços e produtos compatíveis/amigáveis com a UC.
q3. Articular a integração de roteiros e atividades turísticas e culturais externas
ao uso público no Parque.
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ENCARTE 4
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ENCARTE 4
t4. Estabelecer de corredores de vegetação nativa para conexão de outras
áreas protegidas.
t5. Estimular a criação de RPPNs e corredores a partir da conservação ou
restauração de áreas de APP e estabelecimento de faixas de vegetação arbórea
nativa;
t6. Analisar a viabilidade para implantação de corredores ecológicos, por meio
da restauração das APPs e recuperação das áreas de Reserva Legal, etc.
t7. Formação de corredores ecológicos que insiram APPs, Reservas Legais e
remanescentes ainda não protegidos legalmente no entorno.
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REFERÊNCIAS
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