Carrillo Et Al. (2018)
Carrillo Et Al. (2018)
Carrillo Et Al. (2018)
PLANO DE MANEJO DA
APA DA SERRA DA MANTIQUEIRA
CURITIBA / PR
Fevereiro/2018
ASSOCIAÇÃO PRÓ-GESTÃO DAS ÁGUAS DA BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL – AGEVAP
INSTITUTO CHICO MENDES DE CONSERVAÇÃO
DA BIODIVERSIDADE – ICMBIO
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA
PLANO DE MANEJO DA
APA DA SERRA DA MANTIQUEIRA
CURITIBA / PR
Fevereiro/2018
INSTITUIÇÕES RESPONSÁVEIS
Órgão Financiador
ANA - Agência Nacional de Águas
Responsável Interveniente
CEIVAP – Comitê de Integração da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul
Contratante Interveniente
AGEVAP - Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do rio Paraíba do Sul
EQUIPE DE SUPERVISÃO
COORDENAÇÃO
Valmir Augusto Detzel – Eng. Florestal, Me.
Coordenador Geral/Responsável Técnico
Matheus Morganti Baldim – Eng. Ambiental e Sanitarista
Coordenador Executivo
Cristiano Cit – Geógrafo
Coordenação de Meio Físico e Meio Antrópico
Sandy Plassmann Lamberti – Técnica em Geoprocessamento
Coordenadora de Geoprocessamento e SIG
EQUIPE ELABORAÇÃO
Andrea Caro Carrillo – Bióloga, Me.
Moderação de Processos Participativos
Augusto Rodrigues de França – Eng. Florestal
Uso do Solo, Vegetação e Incêndios Florestais
Caroline Oksana Preima – Engenheira Ambiental
Mapeamento, Geoprocessamento e SIG
Cauê Xavier da Silva – Geólogo
Geologia e Geomorfologia, Mapeamento, Geoprocessamento e SIG
Cristiano Cit – Geógrafo
Meio Físico, Uso do Solo e Socioeconomia
Gustavo Kaminski – Eng. Ambiental, Esp.
Climatologia e Recursos Hídricos
Kleber Mise – Biólogo, Dr.
Fauna
Lorena C. Folda Detzel – Bióloga, Esp.
Socioeconomia, Patrimônio Histórico Cultural
Matheus Morganti Baldim – Eng. Ambiental e Sanitarista
Aspectos Institucionais, Análises, Diagnoses e Organização Geral
Sandy Plassmann Lamberti – Técnica em Geoprocessamento
Mapeamento, Geoprocessamento e SIG
Valmir Augusto Detzel, Eng. Florestal, Me.
Uso do Solo e Vegetação, Análises, Diagnoses e Organização Geral
EQUIPE DE APOIO
Maria Carolina da Leve – Administradora
Administração e Controle Financeiro
Cindy Pavlowski – Acadêmica de Administração
Estagiária em Secretaria
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 10
7 REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 61
APÊNDICES ........................................................................................................................ 62
Figura 2.1 Cruzamento dos Critérios Indicativos de Valores para Conservação, na APASM. ................ 17
Figura 5.1 Zoneamento da APA da Serra da Mantiqueira ............................................................................ 25
Figura 6.1 Modelo Conceitual da APASM. ........................................................................................................ 33
Figura 6.2 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Mananciais de Abastecimento
Público ................................................................................................................................................... 35
Figura 6.3 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Áreas de Preservação
Permanente dos Recursos Hídricos .................................................................................................. 37
Figura 6.4 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Campos de Altitude ........................ 39
Figura 6.5 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Florestas Ombrófilas ......................... 42
Figura 6.6 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Maciços da Serra Fina e
Marins-Itaguaré .................................................................................................................................... 44
Figura 6.7 Modelo conceitual aplicado ao alvo de conservação Espécies Ameaçadas de
Extinção ................................................................................................................................................. 46
Quadro 2.1 Descrição dos critérios e classes utilizadas para cruzamento em ambiente SIG. .................. 15
Quadro 2.2 Proposição de denominação e definição das zonas padronizadas para as UCs do
ICMBio, de acordo com intensidade de uso. ................................................................................ 18
Quadro 6.1 Objetivos estratégicos relacionados aos alvos de conservação da APASM. ......................... 52
O plano de manejo deve ser concebido, prioritariamente, para orientar os gestores quanto
às medidas necessárias a serem implementadas na unidade de conservação ao longo do
tempo, com foco no seu correto e pleno funcionamento visando o cumprimento de seus
objetivos de existência.
Sob este enfoque e a partir da análise e do cruzamento dos dados levantados na etapa de
diagnose, foi possível estabelecer o planejamento da APASM tendo-se em consideração
alguns fatores influentes no processo de elaboração do planejamento, tais como:
observação e respeito às manifestações da sociedade relacionada, tanto nos
procedimentos participativos quanto em elementos estratégicos para o estabelecimento de
zonas e normas da UC; e observação e foco na gestão da UC, mantendo-se o cuidado
para o estabelecimento de ações viáveis e que de fato proporcionem a proteção e o bom
uso da UC, garantindo o benefício mútuo Unidade-Sociedade.
O planejamento da APASM, aqui apresentado, tem sua concepção metodológica
compatível com o preconizado pelos Padrões Abertos para a Prática da Conservação
(CMP, 2013). Foram também considerados os preceitos contidos no Termo de Referência
emitido pela AGEVAP e ICMBio, vinculado ao processo de contratação do Plano de
Manejo, bem como a agregação de procedimentos e métodos oriundos das experiências
anteriores da Detzel Consulting, obtidas nas execuções de projetos de Cooperação
Financeira Bilateral focados na proteção da floresta atlântica brasileira.
Dessa forma, destaca-se o sentido de primar pela qualidade e garantia da aplicabilidade
deste planejamento como um documento gerencial à gestão da APASM, propiciando
ferramentas de gestão fortes e aptas à conservação dos ecossistemas encontrados na UC,
considerando sua localização em região pressionada por diversos vetores que incluem
expansão da agropecuária, ocorrência de incêndios florestais, ocupação humana por
expansão urbana, entre outros que estabelecerão outras pressões de uso e ocupação ao
longo do tempo futuro.
Destaca-se ainda o acompanhamento de todo o processo de elaboração do Plano de
Manejo pela Equipe de Supervisão, participando diretamente da construção dessa versão
do planejamento da APASM, através das diversas reuniões e eventos participativos
realizados com essa finalidade.
1Municípios Setor Norte: Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Bocaina de Minas, Bom Jardim de Minas, Itatiaia, Liberdade,
Passa Vinte e Resende; Municípios Setor Central: Cruzeiro, Itamonte, Itanhandu, Lavrinhas, Passa Quatro, Piquete,
Pouso Alto, Queluz e Virginia; Municípios Setor Sul: Campos do Jordão, Delfim Moreira, Guaratinguetá, Marmelópolis,
Pindamonhangaba, Piranguçu, São Bento do Sapucaí, Santo Antônio do Pinhal e Wenceslau Braz.
Quadro 2.1 Descrição dos critérios e classes utilizadas para cruzamento em ambiente SIG.
2 http://www.aplicacoes.daee.sp.gov.br/usosrec/fchweb.html
3 http://www.meioambiente.mg.gov.br/outorga/relacao-deferidos-indeferidos-cancelados-e-outros
Quadro 2.2 Proposição de denominação e definição das zonas padronizadas para as UCs do ICMBio,
de acordo com intensidade de uso.
INTENSIDADE DE
ZONA DEFINIÇÃO
USO
É a zona onde a primitividade da natureza permanece a
mais preservada possível, não sendo admitidos usos de
Zona de
quaisquer natureza. O objetivo geral de manejo é a
Preservação
manutenção de um ecossistema inalterado, servindo de
fonte de repovoamento para as outras zonas da UC.
É a zona que contém ambientes naturais de relevante
interesse ecológico, científico e paisagístico, onde tenha
Zonas sem ou ocorrido mínima ou pequena intervenção humana, não
com baixo grau Zona de sendo admitido uso direto dos recursos naturais. O objetivo
de intervenção Conservação geral de manejo é a preservação do ambiente o mais
natural possível e, ao mesmo tempo, dispor de condições
primitivas para a realização das atividades de pesquisa e
visitação de baixo ou mínimo impacto.
Esta zona compreende áreas naturais nas quais podem ser
admitidos o uso direto de baixo impacto de recursos
Zona de Uso restrito
naturais. O objetivo geral de manejo é a manutenção de
um ambiente natural com pouco impacto humano.
Esta zona é constituída por áreas naturais ou
moderadamente alteradas pelo homem, com o ambiente
mantido o mais próximo possível do natural. Em UCs de uso
Zonas de média Zona de uso
sustentável, essa zona deve garantir a integração da UC à
intervenção moderado
dinâmica social e econômica da população beneficiária,
bem como, oferecer oportunidade para a visitação de
médio impacto.
Compreende as áreas de florestas nativas, com potencial
para o manejo comunitário de recursos naturais, incluindo
usos florestais, pesqueiros e de fauna, quando possível. O
Zona de uso objetivo geral de manejo é a manutenção de um ambiente
comunitário natural associado ao uso múltiplo sustentável dos recursos
Zonas com alto naturais, garantindo a integração da unidade de
grau de conservação à dinâmica social e econômica das
intervenção comunidades
São as áreas de florestas nativas ou plantadas, com
potencial para o manejo florestal sustentável dos recursos
Zona de manejo
florestais madeireiros e não madeireiros. O objetivo geral de
florestal
manejo é possibilitar o uso múltiplo sustentável dos recursos
florestais, a geração de tecnologia e de modelos de manejo
3.1 MISSÃO
A missão da APASM é:
“Conservar a biodiversidade, os serviços ecossistêmicos e a paisagem
cultural associada da APA da Serra da Mantiqueira, estimulando o uso
sustentável dos recursos naturais, o envolvimento e a melhoria da
qualidade de vida da sociedade.”
Conforme indicado na Lei nº 9.985 de 18 de julho de 2000 (BRASIL, 2000), que institui o
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), zoneamento é a definição de
setores ou zonas em uma unidade de conservação com objetivos de manejo e normas
específicos, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os
objetivos da unidade possam ser alcançados de forma harmônica e eficaz.
O propósito do zoneamento é estabelecer ordenamento territorial com uma subdivisão da
Unidade de Conservação em porções homogêneas em termos de características e
propósitos de conservação ou de usos. Desta forma é possível formular zonas específicas
acompanhadas de propostas de manejo e normas individualizadas, levando em
consideração graus diferenciados de proteção ou de intervenção humana.
Tendo por base os critérios adotados e a proposta do ICMBio de zoneamento padronizado,
conforme exposto anteriormente, a formulação do zoneamento da APASM resultou na
definição de seis zonas: Sobreposição Territorial (ZST), Conservação (ZC), Uso Moderado
(ZUM), Uso Restrito (ZUR), Urbanizada (ZURB) e Produção Sustentável (ZPROD), conforme a
Figura 5.1 e a Tabela 5.1, que apresenta as áreas em hectares e suas proporcionalidades
percentuais em relação ao total da APASM. O zoneamento, em formato A1, encontra-se no
Apêndice A deste relatório, assim como o arquivo digital KML, compatível com o software
Google Earth.
Na sequência deste capítulo constam as descrições detalhadas de cada uma das zonas,
como definições, objetivos, critérios, diretrizes e normas específicas. Já o memorial descritivo
das zonas será apresentado após a aprovação do zoneamento, na versão final do Plano de
Manejo.
Tabela 5.1 Valores das áreas das zonas estabelecidas para a APASM.
4 Ver http://www.institutohorus.org.br/index.php?modulo=marcos_legais
5 Ver http://www.mma.gov.br/estruturas/174/_publicacao/174_publicacao17092009113400.pdf
6Conforme ABNT NBR 15.505:2008, trilha é definida como via estreita, usualmente não-pavimentada e intransitável
para veículos de passeio
Para que a APASM seja gerenciada de forma a alcançar sua Missão e Visão, foi realizada a
análise estratégica da UC, para capturar o contexto de inserção no território e as
tendências de modificação da paisagem, que irão pressionar positiva ou negativamente a
gestão e o manejo da unidade. Além disso, buscou-se entender como a UC impacta
ambiental, social e economicamente a sua região, uma vez que os ecossistemas, protegidos
na unidade de conservação, geram benefícios diretos e indiretos para toda a sociedade,
por meio dos serviços ecossistêmicos que são essenciais para o suporte à vida.
7Processo de avaliação da saúde dos ecossistemas do planeta e sua relação com o bem-estar humano, inspirado
no IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).
8Adaptação baseada em Ecossistemas é o uso da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos como parte de
uma estratégia integral de adaptação, a fim de ajudar as pessoas a se adaptarem aos efeitos adversos da
mudança do clima (Convenção sobre Diversidade Biológica, 2009)
BRASIL. (2000). Lei Nº 9.985 de 18 de julho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III
e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder
Executivo, Brasília, DF, 19 jul. 2000.
BRASIL. (2000). Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação
nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996,
e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965,
e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001;
e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo,
Brasília, DF, 28 mai. 2012.
CMP – THE CONSERVATION MEASURES PARTNERSHIP. 2013. Padrões Abertos para Prática da
Conservação. Versão 3.0 disponível em http://www.conservationmeasures.org, acessado em
fevereiro de 2018.
DETZEL CONSULTING. 2017. Plano de Manejo do Parque Estadual da Pedra Selada – Volume
2 – Planejamento da Unidade de Conservação. Ações Prioritárias para Implantação do
Parque Estadual da Pedra Selada. Resende, RJ. 2017.
IBAMA, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. 2002.
Roteiro Metodológico de Planejamento: Parque Nacional, Reserva Biológica, Estação
Ecológica.[Sl]: MMA, IBAMA. 135 p. Brasília, DF. 2002.
IBGE – INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Manual Técnico da Vegetação
Brasileira. Sistema fitogeográfico, inventário das formações florestais e campestres, técnicas
e manejo de coleções botânicas, procedimentos para mapeamentos. Rio de Janeiro. 2012.
271p
INSTITUTO OIKOS – INSTITUTO OIKOS DE AGROECOLOGIA. 2015. Programa de Pagamento por
Serviços Ambientais para os Mananciais de Abastecimento Público do Trecho Paulista da
Bacia do Paraíba do Sul. Projeto PSA Água Vale do Paraíba. Lorena, SP. 2015.
IUCN – INTERNATIONAL UNION FOR CONSERVATION OF NATURE. 2009. Ecosystem based
Adaptation (EbA). Policy brief to the fifth session of the UNFCCC ad hoc working group on
long term cooperative action under the Convention. Bonn, 2009. Gland, Suíça: IUCN, 2009.
RESERVA DA BIOSFERA DA MATA ALTÂNTICA – RBMA. Mosaicos de unidades de conservação
no corredor da Serra do Mar. Caderno nº 32. São Paulo: Conselho Nacional da Reserva da
Biosfera da Mata Atlântica. 2007. 96 p.
ROSS, J. L. S. 1994. Análise Empírica da Fragilidade dos Ambientes Naturais e Antropizados.
Revista do Departamento de Geografia, n. 8, São Paulo: FFLCH/USP, 1994.
TRICART, J. 1977. Ecodinâmica. Rio de Janeiro: FIBGE/SUPREN, 1977.