Análise de Contas ARF
Análise de Contas ARF
Análise de Contas ARF
Balanço
Ativo – Relativamente a 2020, o ativo apresentou um crescimento notável de 16,5%
(238.270 k€), sendo o principal responsável deste crescimento, “Ativos correntes” com
uma variação de 56,1 % (153.343 k€). No Ativo, os “Ativos não correntes” representam
74,6% do ativo, enquanto o restante são “Ativos correntes”.
No “Ativo não corrente” houve uma variação positiva de 7,3% (84.927 k€), no qual as
principais rubricas são “Ativos fixos tangíveis” (40,0%), “Ativos intangíveis” (8,1%) e
“Direitos de uso” (21,4%).
“Ativos fixos tangíveis” apresentou uma variação negativa significativa de 12,9% (-
99.811 k€) relativamente a 2020, devido possivelmente a depreciações e perdas por
imparidades devido ao uso dos ativos estes terrenos, escritórios, lojas e coberturas de
edifícios.
“Ativos intangíveis” apresentou também uma variação negativa relativamente a 2020
de 5,7% (-8.157 k€), devido possivelmente á revisão anual destes ativos resultando em
amortizações e perdas por imparidade acumuladas, associadas a software, marcas,
licenças e outras propriedades industriais e intelectuais.
“Direito de uso” apresentou uma enorme variação positiva de 165,5% (224.698 k€),
devido possivelmente a IFRS 16, onde se passou a aplicar um modelo próprio a
locações, estas inclusas em “Direitos de uso” referindo-se essencialmente a espaços
como lojas, escritórios, terrenos ou edifícios, assim como viaturas de transporte,
circuitos e linhas de subscrição, também no decorrer de período foi assinado um MSA
com a Vodafone Towers onde foram adicionados ativos por direito no montante de
335.057 k€.
No “Ativo corrente” houve uma variação bastante positiva de 56,1% (153.343 k€), no
qual as principais rubricas são “Outros ativos financeiros” (11,0%), “Clientes” (6,1%) e
“Outros ativos correntes” (4,9%).
“Outros ativos financeiros” apresentou uma enorme variação positiva de 241,5%
(131.182 k€), devido possivelmente ao financiamento concedido no montante exato de
131.182 k€ à Vodafone Group PLC.
“Clientes” apresentou uma variação negativa de 2,0 % (-2.133 k€), devido
possivelmente ao aumento bruto da conta-corrente cliente em 20.490 k€, e ao
aumento da conta “perdas e imparidades acumuladas” no montante 22.605 k€.
“Outro ativos correntes” apresentou um aumento de 14,5% (10.377 k€), devido
possivelmente ao aumento da conta “Margens” no montante de 7.868 k€ rubrica que
representa um conjunto de encargos suportados pela Empresa no âmbito de contratos
celebrados com clientes, como são as comissões, ULL e portabilidades, assim como o
aumento da conta “Outros gastos diferidos” no montante de 5.309 k€, principais
contas aumentadas.
Passivo e C.P – A empresa Vodafone Portugal financia-se principalmente com capital
alheio (88,6%) e o restante com capital próprio (11,4%)
C.P – O CP da empresa regista um valor de 192.628 k€, aumentando 3,8% face ao ano
de 2020, que obstante as variações negativas de 51,2% e 74,5% nas rubricas “Reservas
e resultados transitados” (-38.847 k€) e “Outras variações no CP” (-11.338 k€)
respetivamente, apresenta uma brutal variação positiva de 1659,2% (57.259 k€) na
rubrica “Resultado líquido”.
“Capital” apresentou não apresentou variação (0,0%), logo a empresa não foi
financiada por acionistas no período.
“Reservas e resultados transitados” apresentou uma variação negativa de 51,2% (-
38.847 k€), devido possivelmente à alteração da conta “Outras reservas” que
representava essencialmente uma reserva de fusão entre o património da Vodafone
Portugal (incorporante) e Vizzavi Portugal (incorporada), que à data de 2021
relativamente a 2020 se mantém inalterada (7.800 k€), uma reserva de cisão devido á
constituição a 16 de julho de 2020 da nova sociedade Vodafone Towers Portugal, S.A.,
no montante de 28.134 k€, assim como reservas livres que apresentaram um
decréscimo de 25.647 k€, que a empresa distribui a titulo de dividendos.
“Outras variações do CP” apresentou uma variação negativa de 74,5% (-11.338 k€),
devido provavelmente a montantes referentes à Celfocus que com a alienação da
participação, foram transferidos para resultados transitados, ficando assim disponíveis
para distribuição por acionistas.
Passivo – Relativamente a 2020, o passivo apresentou um crescimento notável de
18,4% (231.196 k€), sendo o principal responsável deste crescimento, “Passivos não
correntes” com uma variação de 22,6 % (184.937 k€). No Passivo, os “Passivos não
correntes” representam 67,4% do ativo, enquanto o restante são “Passivos correntes”.
No “Passivo não corrente” houve uma variação de 22,6% (184.937 k€), onde as
principais rubricas são “Financiamentos obtidos” (39,0%), “Responsabilidade com
locações” (17,3%) e “Provisões” (3,3%).
“Financiamentos obtidos” apresentou uma variação de 1,1% (7.000 k€), devido
provavelmente ao plano de reembolso definido pela empresa relativo às obrigações
por esta lançadas.
“Responsabilidade com locações” apresentou uma grande variação de 249,7%
(207.758 k€), devido provavelmente ao incremento no montante de 335.057 k€ que
está relacionado com o acordo assinado entre a empresa e a Vodafone Towers,
decorrente desta operação a Vodafone Portugal e a Vodafone Towers Portugal, S.A.
assinaram um acordo designado por Master Service Agreement (“MSA”) de longa
duração para prestação, por parte da Vodafone Towers, de serviços de hosting de rede
ativa da Vodafone Portugal nas infraestruturas passivas por ela cedidas, no âmbito da
cisão, por um período inicial de 8 anos renovável por mais 3 períodos de 8 anos.
“Provisões” apresentou uma variação negativa de 34,6% (-29.738 k€), devido
provavelmente à diminuição da conta “Outras provisões” no montante de 29.725 k€,
conta essencialmente constituída pelas responsabilidades relativas a contingências
fiscais e regulatórias devido á avaliação da gestão da empresa, responsabilidades
decorrentes de processos de restruturação e montantes relativos a provisões face a
custos a incorrer sempre que se torne obrigatória a reposição ao estado inicial de
locações utilizadas pela empresa.
No “Passivo corrente” houve uma variação de 10,5% (46.259 k€), no qual as principais
rubricas são “Outros passivos correntes” (10,7%), “Fornecedores” (9,7%) e “Outras
contas a pagar” (4,1%).
“Outros passivos correntes” apresentou uma variação negativa de 5,1% (-9.573 k€),
devido provavelmente à alteração da composição da rubrica “Credores pro acréscimo
de gastos” onde houve uma diminuição na conta “Gastos com conteúdos a liquidar” no
montante de 10.234 k€, assim como uma diminuição significativa na conta “Outros” no
montante de 8.316 k€ relativo a acréscimos de gastos correspondentes a custos
incorridos no exercício que acabaram por não ser faturados, relacionados as FSE’s,
essencialmente energia.
“Fornecedores” apresentou uma variação de 40,4% (46.777 k€), devido provavelmente
à contração de contas com os fornecedores.
“Outras contas a pagar” apresentou uma variação negativa de 1,3% (-916 k€), devido
essencialmente ao saldar de contas com fornecedores, nomeadamente “Fornecedores
de ativos fixos”.
Rácio Financiamento –
2021 2020
Endividamento não corrente - Passivo não corrente / Ativo 59,7% 56,8% (2,9 pp)
Endividamento não remunerado - Passivo não remunerado / Ativo 28,2% 32,7% (-4,5 pp)
“Fornecimento de serviços externos”, é a rubrica com maior peso (47,7%), apresentou uma
variação negativa de 4,5% (24.503 k€), provavelmente devido às contas “Trabalhos
especializados” onde houve uma diminuição, esta inclui serviços contratados externamente
como serviço de apoio ao cliente (Call Center), serviços informáticos e serviços prestados pelo
Grupo Vodafone, também a redução na conta “Remuneração da utilização de outras redes e
interligação” explica-se essencialmente pela redução nos custos de interconectividade com
SMS e redução de custos de roaming.
“CMVMC” apresentou uma variação de 0,8% (-690 k€), possivelmente devido á redução da
conta “Regularizações” no serviço “Fixo” e “Movel”, traduzida essencialmente na capitalização,
quebra e abates de inventários de armazéns, sendo os capitalizados correspondentes aos
equipamentos necessários à instalação dos serviço de comunicação fixa nas localizações dos
clientes.
“Gastos com pessoal” apresentou uma variação de negativa de 0,8% (662 k€), devido
possivelmente à mínima diminuição de colaboradores na empresa, e á decréscimo da conta
provisões “Gasto com pessoal” para restruturação da estrutura de recursos humanos.
“Juros suportados líquidos” apresentou uma variação de 69,4% (-5.662 k€), devido
provavelmente ao incremento na rubrica “juros suportados com responsabilidades com
locações” relacionado com o MSA assinado.
“Imposto sobre rendimento” apresentou uma variação negativa de 68,4% (33.245 k€), devido
possivelmente ao ajustamento da taxa de imposto diferido, consequente da reavaliação fiscal
de ativos, da diminuição de prejuízos fiscais reportáveis, e da diminuição de depreciação e
amortizações.
O RL apresentou uma variação de 1659,2% (57.259 k€).
Com o rácio de liquidez geral menor que um (embora tenha aumentado) e com o fundo de
maneio negativo, mas menos negativo em relação ao ano anterior, concluímos que a
Vodafone não está em equilíbrio tradicional.
Em suma, a Vodafone teve uma boa performance operacional em 2021 e está num ciclo de
expansão, aparentando uma boa gestão de tesouraria.