Recurso de Medida Cautelar - 2021 - Juizado Especial Federal
Recurso de Medida Cautelar - 2021 - Juizado Especial Federal
Recurso de Medida Cautelar - 2021 - Juizado Especial Federal
RECURSO
com fulcro nos artigos 4º e 5º, da Lei 10.259/2001 c/c art. 2º, inciso I,
§1º da Resolução nº 347/2015, do CJF e Súmula 6, da Turma Recursal do
TRF1. Nessa conformidade, REQUER o recebimento recurso por esta
Egrégia Turma Recursal, para que, ao fim, seja dado provimento ao
presente recurso. Deixa de juntar preparo por ser beneficiário de
gratuidade da justiça.
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
OAB/MG 97.397
RECURSO
Colenda Turma
Eméritos Julgadores
DO CABIMENTO
O Recorrente interpõe o presente recurso em face da decisão interlocutória de primeira instância
que indeferiu o pedido de concessão de tutela provisória ao Autor, ora Recorrente, para o
restabelecimento imediato de seu benefício de aposentadoria por tempo de contribuição.
Os artigos 4º e 5º, da Lei 10.259/2001 c/c art. 2º, inciso I, §1º da Resolução nº 347/2015, do CJF
e a Súmula 6, da Turma Recursal do TRF1, estabelecem que cabe Recurso de Medida Cautelar
contra decisões interlocutórias que versam sobre tutelas provisórias no âmbito dos Juizados
Especiais Federais.
Portanto, é cabível o presente recurso, que deve ser recebido e processado na forma legal.
DA TEMPESTIVIDADE
Conforme se infere da certidão anexa, o Agravante tomou ciência da decisão combatida no dia
15/04/2021. Neste sentido, o prazo para a interposição do Recurso de Medida Cautelar é de 10
dias, contados, no caso dos autos, a partir do dia útil seguinte à consulta ao teor da intimação
eletrônica, conforme artigo 231, V do CPC.
Desta forma, considerando que a interposição do presente ocorreu dentro do prazo de 10 dias
definido pela lei processual, o presente recurso é tempestivo.
Com a devida vênia, o Recorrente entende que houve erro quanto à leitura do N.
Julgador acerca das provas apresentadas, as quais comprovam cabalmente o direito do
Segurado e o respectivo preenchimento dos requisitos que autorizam a concessão da tutela
provisória.
RAZÕES RECURSAIS
O Recorrente ajuizou o presente processo judicial visando o restabelecimento de seu
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, suspenso na data de 31 de maio de
2019, em razão da ausência de prova de vida. Em razão disso, postulou a concessão de tutela
provisória de urgência, que restou indeferida, conforme decisão proferida no evento de ID.
504872971, sob o fundamento de que o Autor não teria demonstrado a conclusão do
requerimento administrativo de reativação do benefício pelo comparecimento em Agência
Bancária e pelo argumento de que o ajuizamento da presente ação, após dois anos do
cancelamento do benefício, descaracterizaria o periculum in mora.
Num outro giro, é certo que a responsabilidade pelo procedimento de prova de vida
para a reativação do benefício previdenciário é do INSS, sendo que a ausência de atendimento
ou outra solução que regularize a situação do aposentado é ocorrência que foge à normalidade
e caracteriza comportamento contrário ao direito.
Em que pese o INSS exigir através da RESOLUÇÃO n. 699/2019 a prova de vida anual, a
Autarquia delegou às instituições financeiras pagadoras do benefício o encaminhamento ao
INSS dos registros relativos à prova de vida dos seus beneficiários, aposentados e pensionistas,
uma vez bloqueada os pagamentos – como ocorre no caso – não as autorizou a fazer a prova de
vida para a reativação do benefício/sustento, que é necessário a suprir todas as necessidades
básicas de sobrevivência pelo seu caráter jurídico alimentar.
b) Está sendo negado ao Recorrente, a oportunidade de fazer prova de sua vida, a fim de
restabelecer à percepção ao benefício previdenciário suspenso desde abril de 2019, ainda que
atenda ao requisito legal para ter seu benefício restabelecido;
c) A demora da Autarquia em conceder o direito do Recorrente os meios para fazer sua prova
de vida, o coloca em situação de INDIGNIDADE, haja vista que já poderia ter sido restabelecida
e estar usufruindo de sua aposentadoria, e necessitando do benefício para sua própria
sobrevivência, principalmente em razão desde momento de privações impostas pela pandemia
do COVID-19, sem perspectivas de se ver restabelecido o seu direito pelo INSS, autorizando-se
assim, a concessão da tutela antecipada.
2. Se por um lado foi interrompido, pelo INSS, o bloqueio dos créditos dos benefícios por falta de
realização da comprovação de vida, devido à pandemia do coronavírus (Covid-19), por outro
lado restou evidenciado, in casu, mediante prova pré-constituída, que a impetrante agendou o
atendimento presencial, na agência do INSS, para realizar a prova de vida, conforme orientação
do próprio Instituto, restando evidenciada a plausibilidade do direito. Portanto, considerando
que os depósitos dos valores do benefício estavam suspensos desde 12/2019, aguardar o prazo
agendado (03/08/2020) traria graves prejuízos à impetrante, tendo em vista o caráter
alimentar dos proventos. (TRF4, Processo 5001754-61.2020.4.04.7203, TURMA REGIONAL
SUPLEMENTAR DE SC, DJe 17/02/2021)
Diante do exposto, a reforma da decisão proferida é medida que se impõe, a fim de que
seja deferido, em sede de tutela provisória de urgência, o restabelecimento do benefício de
aposentadoria por tempo de contribuição.
DOCUMENTO NOVO
Anexa aos autos, documento superveniente, que é o email datado de 20 de abril de 2021, que
lhe foi enviado pela Gerente Geral Comercial do Banco Itaú, Agência 7824 – Lourdes, que faz
inequívoca prova de vida do Recorrente, demonstrando que não há qualquer perigo de
irreversibilidade da concessão da medida cautelar.
DOS PEDIDOS
EM FACE DO EXPOSTO, REQUER a Vossas Excelências:
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
OAB/MG97.397