Nota_Tecnica_nA_º_308_2024_SEN_COTEN_CGAV_SGA
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Ministério da Educação
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23/09/2024, 11:38 SEI/MEC - 5223997 - Nota Técnica
4.5. Diante disso, o IFNMG questiona se o afastamento para participação em programa de Pós-
Graduação Stricto Sensu, previsto no art. 96-A do Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, passa a
suspender o estágio probatório também para os ocupantes de cargos do Plano de Carreiras e Cargos do
Magistério Federal, especificamente os Professores de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT).
4.6. O art. 20, §5º, da Lei nº 8.112, de 1990, elenca as causas suspensivas do estágio probatório
para servidores públicos federais, nos seguintes termos:
Art. 20. (...)
§ 5o O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos previstos nos arts.
83, 84, § 1o, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento. (Incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
4.7. O afastamento para participar em programas de pós-graduação no País, por seu turno, está
previsto no art. 96-A do mesmo diploma legal, a seguir transcrito:
Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação não possa
ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, afastar-se
do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração, para participar em programa de pós-
graduação stricto sensu em instituição de ensino superior no País. (Incluído pela Lei nº
11.907, de 2009)
§ 1o Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a legislação
vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em programas de pós-
graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão avaliados por um comitê
constituído para este fim. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 2o Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente serão
concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou entidade há pelo
menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado, incluído o período de estágio
probatório, que não tenham se afastado por licença para tratar de assuntos particulares para gozo
de licença capacitação ou com fundamento neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da
solicitação de afastamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 3o Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão concedidos
aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade há pelo menos quatro
anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham se afastado por licença para tratar
de assuntos particulares ou com fundamento neste artigo, nos quatro anos anteriores à data da
solicitação de afastamento. (Redação dada pela Lei nº 12.269, de 2010)
§ 4o Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1o, 2o e 3o deste artigo terão
que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um período igual ao do
afastamento concedido. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 5o Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes de cumprido o
período de permanência previsto no § 4o deste artigo, deverá ressarcir o órgão ou entidade, na
forma do art. 47 da Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990, dos gastos com seu
aperfeiçoamento. (Incluído pela Lei nº 11.907, de 2009)
§ 6o Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento no período
previsto, aplica-se o disposto no § 5o deste artigo, salvo na hipótese comprovada de força maior ou
de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do órgão ou entidade. (Incluído pela Lei
nº 11.907, de 2009)
§ 7o Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado nos termos do
art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1o a 6o deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.907, de
2009)
4.8. No caso específico das carreiras e cargos de Magistério Federal, disciplinados pela Lei nº
12.772, de 28 de dezembro de 2012 (Professores do EBTT inclusos), os servidores poderão receber o
afastamento para realização de programas de mestrado ou doutorado independentemente do tempo de
ocupação do cargo. É o que dispõe o art. 30, §2º, do citado diploma legal, verbis:
Art. 30 (...)
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§ 2º Aos servidores de que trata o caput poderá ser concedido o afastamento para realização de
programas de mestrado ou doutorado independentemente do tempo de ocupação do cargo.
4.14. À luz de tal raciocínio, e considerando que o afastamento para participação em Pós-
Graduação Stricto Sensu não alcança indistintamente todos os servidores públicos, mas decorre de
situação específica do servidor, deve-se concluir, por asserção lógica, que essa modalidade de
afastamento constitui causa suspensiva do Estágio Probatório.
4.15. Ademais, todo e qualquer ato normativo do Estado deve ser interpretado
em conformidade com a Constituição Federal de 1988, a Lei Magna do Brasil. O art. 41, caput e §4º, da
Carta Política de 1988, condiciona a estabilidade do servidor público efetivo a três anos de efetivo
exercício e à realização de avaliação especial de desempenho. Ora, se o servidor, ainda no curso do
estágio probatório, vem a se afastar de suas funções para cursar mestrado, doutorado ou pós-doutorado,
o requisito constitucional dos três anos de efetivo exercício fica prejudicado. Desse modo, o
entendimento de que a destacada modalidade de afastamento não seria causa suspensiva do Estágio
Probatório é, em última análise, inconstitucional. Tal posicionamento torna letra morta o caput do art. 41
da CF/1988.
4.16. Por fim, tendo em vista que o afastamento para participação em Pós-Graduação Stricto
Sensu decorre de situação específica de cada servidor, manter o curso regular do Estágio Probatório em
tal circunstância constitui ofensa ao princípio constitucional da isonomia, pois resulta em tratar de forma
desigual servidores que se encontram na mesma situação legal.
5. CONCLUSÃO
5.1. Diante do exposto, manifesta-se tecnicamente, na qualidade de Órgão Setorial do SIPEC, no
sentido de que o afastamento para participar de programa de Pós-Graduação Stricto Sensu, seja com
base no art. 96-A da Lei nº 8.112, de 1990, seja com base no § 2º do art. 30 da Lei nº 12.772, de 2012,
constitui causa suspensiva do Estágio Probatório, também para os ocupantes de cargos do Plano de
Carreiras e Cargos do Magistério Federal, à luz do entendimento do Órgão Central, exarado nas Notas
Técnicas 27974/2021/ME e 15024/2023/MGI, e em interpretação conforme o art. 41 da CF/1988.
5.2. Assim, com fulcro nos argumentos supramencionados, submete-se o feito à apreciação da
Coordenação-Geral de Atendimento às Entidades Vinculadas Sipec, com vistas a informar ao Instituto
Federal do Norte de Minas Gerais sobre a presente análise.
À consideração superior.
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De acordo.
À consideração da Coordenação-Geral de Atendimento às Entidades Vinculadas Sipec.
De acordo.
Encaminhe-se ao IFNMG como proposto.
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