E-Book Disciplina
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CONTEMPORÂNEOS
Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
Maristela Bleggi Tomasini
Tito Lívio Barcellos Pereira
(Orgs.)
TEMAS GLOBAIS
CONTEMPORÂNEOS
1ª E dição
J a neiro | 2020
Gestão Universidade
Reitor Prof. Dr. Paulo Fossati - Fsc
Vice-Reitor, Pró-Reitor de Pós-grad., Prof. Dr. Cledes Casagrande - Fsc
Pesq. e Extensão e Pró-Reitor de Graduação
Pró-Reitor de Administração Vitor Benites
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Procuradora Jurídica Michele Wesp Cardoso
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Assessor de Inovação e Empreendedorismo Prof. Dr. Jefferson Marlon Monticelli
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Diretor Prof. Dr. Mario Augusto Pires Pool
Coordenadora Pedagógica Michele de Mattos Kreme
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Coordenações Acadêmicas
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Coordenador do Curso de Engenharia da Produção Prof. Me. Rafael Pieretti de Oliveira
Coordenador do Curso de Análise e Desenv. de Sistemas Prof. Me. Mozart Lemos de Siqueira
T278 Temas globais contemporâneos / Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho, Maristela Bleggi Tomasini, Tito
Lívio Barcellos Pereira (orgs.). – Canoas, RS : Universidade La Salle EAD, 2020.
132 p. : il. ; 30 cm. – (Educação e cultura)
Bibliografia.
A equipe de gestão da EaD Unilasalle sente-se honrada em entregar a você este material
didático. Ele foi produzido com muito cuidado para que cada Unidade de estudos possa
contribuir com seu aprendizado da maneira mais adequada possível à modalidade que
você escolheu para estudar: a modalidade a distância. Temos certeza de que o conteúdo
apresentado será uma excelente base para o seu conhecimento e para sua formação. Por isso,
indicamos que, conforme as orientações de seus professores e tutores, você reserve tempo
semanalmente para realizar a leitura detalhada dos textos deste livro, buscando sempre
realizar as atividades com esmero a fim de alcançar o melhor resultado possível em seus
estudos. Destacamos também a importância de questionar, de participar de todas as atividades
propostas no ambiente virtual e de buscar, para além de todo o conteúdo aqui disponibilizado,
o conhecimento relacionado a esta disciplina que está disponível por meio de outras
bibliografias e por meio da navegação online.
Seja bem vindo à disciplina de Temas Globais Contemporâneos. Neste livro iremos
estudar temas globais atuais, enfatizando a relevância do fenômeno da globalização para
a transformação e configuração das sociedades contemporâneas. Para isso, abordaremos
a temática dos Direitos Humanos de maneira transversal, por meio da discussão de
estruturas sociais, regimes políticos e questões ambientais; problematizaremos a
temática da diversidade social em suas matizes étnico-raciais, de gênero e sexualidade,
religiosas e aquelas relacionadas com processos migratórios.
UNIDADE 2
A Globalização e a Criação de uma Comunidade Global.........................................................................................47
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................47
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................47
Questões Contextuais................................................................................................................................................48
2.1 Globalização e Comunidade Global: a Via Econômica Integrando Mercados e Pessoas ����������������������������������� 49
2.1.1 Compreendendo um Conceito Abrangente................................................................................................................50
2.1.2 Cultura Global e Economia Global.............................................................................................................................53
2.1.3 O Mercado e a Economia Internacional: Origens Históricas.......................................................................................54
2.1.4 Simplificando a Globalização....................................................................................................................................57
2.2 Impactos Econômicos e Sociais da Globalização no Sistema Internacional....................................................... 59
2.2.1 Autonomia da Esfera Financeira............................................................................................................................... 59
2.2.2 Cultura como Produto de Mercado...........................................................................................................................60
2.2.3 Protagonismo das Empresas em Detrimento Daquele dos Estados...........................................................................62
2.2.4 A Emergência de Novos Mercados............................................................................................................................63
2.3 O Papel dos Organismos Internacionais na Regularização do Comércio e Finanças Internacionais 67
2.4 Projetos Regionais de Integração Econômica como Vetores de Desenvolvimento do Ponto de Vista da Economia
e da Política.................................................................................................................................................................. 71
2.4.1 A Desigualdade é um Fato........................................................................................................................................71
2.4.2 Um Pouco do Brasil Atual..........................................................................................................................................77
2.5 Algumas Considerações......................................................................................................................................... 81
Síntese da Unidade....................................................................................................................................................82
Referências................................................................................................................................................................83
UNIDADE 3
Novas Agendas e Atribuições Globais......................................................................................................................85
Objetivo Geral ...........................................................................................................................................................85
Objetivos Específicos ...............................................................................................................................................85
Questões Contextuais................................................................................................................................................85
3.1 O Humano Racional e o Animal Sensível............................................................................................................... 86
3.2 A Política dos Povos e o Processo de Segregação............................................................................................... 90
3.3 Direitos Humanos e o Princípio de uma Humanidade Indistinta.......................................................................... 97
3.3.1 Diversidade de Gênero e Sexual.............................................................................................................................105
3.3.2 Diversidade Religiosa.............................................................................................................................................106
3.3.3 A Questão das Migrações.......................................................................................................................................107
3.3.4 A Questão Ambiental..............................................................................................................................................108
3.3.5 Considerações Finais..............................................................................................................................................109
Síntese da Unidade..................................................................................................................................................111
Referências..............................................................................................................................................................112
UNIDADE 4
As Intervenções Humanitárias e a Relativização da Soberania Nacional.............................................................113
Objetivo Geral .........................................................................................................................................................113
Objetivos Específicos .............................................................................................................................................113
Questões Contextuais..............................................................................................................................................113
4.1 Rompendo com o Mito das Nações e a Construção de uma Identidade Global ����������������������������������������������� 114
4.2 Atribuições da ONU e seu Poder de Intervenção................................................................................................. 119
4.3 O Século XXI e a Pauta da Natureza.................................................................................................................... 124
Síntese da Unidade..................................................................................................................................................130
Referências..............................................................................................................................................................131
unidade
1
A Reorganização do Sistema
Internacional Pós-Guerra Fria
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Compreender as mudanças políticas e econômicas ocorridas no Sistema Internacional
ao final da Guerra Fria, e a inclusão de novas agendas para discussão em âmbito global.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Realizar uma leitura geo-histórica, elencando as principais transformações no
cenário político e econômico internacional após o fim da Guerra Fria;
11. Que organizações internacionais você sabe identificar pelo nome e pelos objetivos?
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 11
SAIBA MAIS
A Liga das Nações, criada em 1919 pelo Tratado de Versalhes, foi substituída
pela Organização da Nações Unidas (ONU), fundada em 1945 na cidade de San
Francisco e sediada em Nova Iorque, tendo por objetivo a paz universal (LE MONDE
POLITIQUE, 2007-2019). Destaca-se, ainda, a criação de organismos econômicos como
o FMI e o Banco Mundial, que causaram grande impacto na economia internacional
com o deslocamento do núcleo de poder da Europa para os EUA - o que trataremos com
maiores detalhes posteriormente.
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 13
VÍDEO
SAIBA MAIS
Para Pena (2019), a Guerra Fria pode ser definida como “uma disputa político-
militar que marcou a antiga ordem mundial, polarizada por Estados Unidos e
União Soviética”. Essas duas potências que emergiram então passaram a traçar e a ditar
diretrizes na ordem política, econômica e militar, protagonizando o que ficou conhecido
como essa Guerra Fria, que só terá fim em 1989, com a queda do muro de Berlim seguida,
dois anos depois, da desintegração do bloco soviético.
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 15
GLOSSÁRIO
DESTAQUE
REFLETINDO
A realidade de um muro que dividiu, por quase três décadas, uma mesma
nação é um fato. Com base nessa evidência, o que você poderia dizer acerca
de possíveis consequências resultantes de divisões ideológicas que têm
lugar em uma mesma nação?
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 17
Sato (2000), por sua vez, sinala que os acontecimentos que tiveram lugar no final
da década de 1980 não devem ser interpretados de maneira episódica, mas como parte
integrante de uma processo de mudanças que culminaram com o fim da Guerra Fria e
com a emergência de uma complexa e instável ordem internacional não muito diferente
daquela que predominava durante a última década de duração dessa guerra.
Lima (1996), todavia, encontra que a tese do fim da história, assim como a do
fim do comunismo teriam em comum acentuarem ambas a ausência de movimentos de
contestação à hegemonia de uma ordem política que se desdobra frente a um cenário de
economia liberal.
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 19
Todavia, Lima (1996) chama nossa atenção para o fato de que Westfália não
teria, em tese, constituído uma quebra definitiva da ordem medieval, porque
algumas instituições remanescentes do Sacro Império Romano só foram eliminadas no
século XIX, com Napoleão e suas conquistas. Por outro lado, o princípio da soberania
também seria uma construção doutrinária de preferência a uma realidade prática,
porque é depende de um reconhecimento recíproco para sua efetivação, com limites
politicamente estabelecidos. Por fim, deve-se ter presente que a natureza das mudanças
institucionais que examinamos aqui é descontínua e contingencial e, muitas vezes, está
sujeita a escolhas individuais, elementos estes que fragilizam a suposição de que se
estaria diante de uma evolução unilinear.
SAIBA MAIS
conflitos e instabilidades no continente europeu. Nesse sentido, a Guerra Fria teria sido
um fator de estabilidade, mas não se segue daí que seu término implicasse em retorno da
Europa ao que ela era antes de 1914, porque, especialmente do ponto de vista econômico,
as condições atuais são completamente diferentes do que eram antes.
Lima (1996) conclui que é preciso considerar o fim da Guerra Fria como uma
mudança de ordem sistêmica, destacando-se daí três consequências, a saber: o fim da
União Soviética como superpotência mundial, o fim da unidade territorial desse país e
o fim do socialismo real.
A ordem econômica, por sua vez, dá a ver que antigos países comunistas
passaram a adotar estratégias de privatização. Também a China, nos anos 90, cresceu
significativamente. O livre comércio foi fortalecido, impondo-se progressivamente,
graças a acordos internacionais, sem falar que a Europa abre também as suas fronteiras.
DESTAQUE
Figura 1.6 – Mapa mostrando a dissolução da URSS nas quinze repúblicas independentes.
Veja-se bem que se trataria aí, como bem analisam Quadros e Machado (2015,
p. 591), do velho estatismo russo profundamente enraizado em sua história, compatível
com uma tradição que remonta ao czarismo, explicando o status objetivado por Putin
durante anos 2000. Os resultados dessa política, em termos econômicos, podem ser
expressos graficamente:
Figura 1.7 – Gráfico que mostra as exportações da Rússia para a CEI, em bilhões de dólares, 2000-2012.
2000
78,4 2005
80 2010
79,4
70 2011
59,6 2012
60
50 32,6
40 13,8
30
40
10
0
superioridade da Rússia, como se pode constatar na Figura 1.8 - importa mencionar que
não foram consideradas na comparação as repúblicas bálticas, uma vez que já estariam
distanciadas do raio de influência da Rússia (QUADROS e MACHADO, 2015, p. 599).
Figura 1.8 – Comparação das forças militares das ex-repúblicas soviéticas, 2013.
Fonte: International Institute For Strategic Studies, IISS, 2013 (quadro adaptado pelos autores)
apud Quadros e Machado (2015, p. 599-600), com readaptação pela autora.
De modo bastante lúcido, Lima (1996) também nos alerta para construção de
cenários frágeis, ora com análise do período Pós-Guerra Fria, através de construções
analógicas que se repetem, ora através de projeções de tendências do presente. Porque,
segundo ele, não é suficiente avaliar o potencial econômico e militar das nações
que pretendem a condição de superpotência. Fundamental parece-lhe considerar a
dinâmica implicada em políticas e em interesses que podem se mostrar insuficientes para
garantir os recursos necessários para chegar à condição de superpotência. Ou mesmo,
― o que seria ainda pior ―, para direcionar ações predatórias com vistas à obtenção
de vantagens decorrentes de uma supremacia econômica e militar, bem como de uma
eventual relação de interdependência relativamente a outras nações.
26 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
Não é demais lembrar de que essa política de ajuda dos EUA encontra raízes no
final da II Guerra. Ela foi mesmo formalizada pelo Presidente Harry Truman (1945-
1953), quando ele inaugurou as sessões do Congresso com um discurso no qual destacou
quatro prioridades da política externa americana, a saber: o apoio às Nações Unidas, a
reconstrução da economia mundial, a luta contra o comunismo e a ajuda aos países em
desenvolvimento” (AYERBE, 2002, p. 78).
De qualquer sorte, podemos estabelecer, com Pereira (2019, p. 239), que hegemonia,
em sentido restrito, “significa o domínio de um Estado ou de um conjunto de estados
sobre os demais”. Essa relação de dominância diz de perto com capacidades físicas do
Estados. Contudo, pode-se dar ao conceito de hegemonia uma concepção mais abrangente,
a partir do qual ela é compreendida como um processo que envolve a liderança moral e
intelectual que uma classe dominante exerceria em face da sociedade civil. Presume-se aí
que haja prévio consenso junto às demais frações, uma vez que se trata, aqui, de liderança
de classe, do ponto de vista da ampliação do significado de hegemonia.
28 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
VÍDEO
Resta também colocar que existe uma perspectiva temporal, a partir da qual é
preciso compreender que as relações internacionais do século XX, ― com seus múltiplos
atores tanto em termos de entes estatais quanto em termos de sociedade civil ―, são
inteiramente diversas daquelas levadas a efeito no século XIX, como, por exemplo,
na expansão do domínio internacional inglês. Ressalvados tais pressupostos, pode-se
prosseguir com a análise do protagonismo americano e de como ele pode ser percebido
em termos atuais.
A propósito da importância desse tema, Sader (2005, p. 15) chega a afirmar que:
SAIBA MAIS
Não é duvidoso, todavia, que a aproximação entre os Estados tem sido crescente,
fato este que desencadeou uma série de processos dentre os quais Rinaldi e Morini (2015,
p. 224) destacam o crescimento econômico, o desenvolvimento de novas tecnologias,
o incremento do comércio internacional que foi favorável a setores relacionados ao bem-
estar das populações, o aumento da expectativa de vida em geral, entre outros. Esse
fenômeno, ― então denominado globalização ―, facultou a países em desenvolvimento
que saíssem do isolamento e obtivessem acesso a saberes que, até então, mantinham-se
fora do alcance de seus nacionais. Dessa sorte, tem-se que a “história da globalização
(ou da mundialização) é, a rigor, a história do capitalismo” (RINALDI e MORINI, 2015,
p. 524). Trata-se de um longo processo, que pressupõe “ciclos de expansão e retração,
ruptura e reorientação “ (id. ibid.).
A Reorganização do Sistema Internacional Pós-Guerra Fria | UNIDADE 1 33
Essas organizações podem ser definidas como uma sociedade entre Estados.
Constituídas por meio de tratados ou acordos, têm a finalidade de incentivar a permanente
cooperação entre seus membros, na consecução de objetivos comuns. Elas atuam em
conformidade com quatro orientações estratégicas que são apresentadas na figura abaixo.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Figura 1.11 – Membros da OCDE – Alemanha, Austrália, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Coréia, Dinamarca, Eslovênia,
Espanha, Estados Unidos, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Israel, Itália, Japão, Letônia,
Luxemburgo, México, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Peru, Polônia, Portugal e Reino Unido.
Países membros
Países que subscrevem à
Declaração de Investimentos,
que por isso possuem PCNs,
porém não são membros.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Estados-membros da OTAN
Diálogo Mediterrâneo
Parceiros globais
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SÍNTESE DA UNIDADE
Começando pelo cenário que se apresentava na segunda metade do século XX, ao
final da II Guerra Mundial em 1945, a unidade trata da chamada Guerra Fria, procurando
compreender as mudanças políticas e econômicas ocorridas no Sistema Internacional
ao seu final, e a inclusão de novas agendas para discussão em âmbito global. Mais
especificamente, a unidade realiza uma leitura geo-histórica, elencando as principais
transformações no cenário político e econômico internacional após o fim da Guerra
Fria; analisa os impactos da dissolução do bloco soviético na dinâmica geopolítica e
econômica internacional; analisar a hegemonia militar, econômica e cultural dos EUA
e seus aliados, e a expansão do modelo político-econômico liberal-democrata e analisa,
por fim, a legitimidade e importância dos organismos internacionais como ferramentas
para resolução de questões globais com o fim da bipolaridade.
44 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
REFERÊNCIAS
AYERBE, L.F. Estados Unidos e América Latina: a construção da hegemonia. São Paulo:
UNESP, 2002.
BANCO Mundial. In: EcuRed. Enciclopédia Cubana. Disponível em: http://gg.gg/fva2q. Acesso
em: 27 out 2019.
BRAGA, H; TRESOLDI, C. Uma nota sobre “O Fim da História”, de Francis Fukuyama. Carta
Capital, 12 abr 2019. Disponível em: http://gg.gg/fva35. Acesso em: 25 out 2019.
CRUZ, F. Guerra dos Trinta Anos e o fim do conflito, 1° abr 2011. Direito Internacional,
Disponível em: http://gg.gg/fva38. Acesso em: 25 out 2019.
ECURED. Organización de las Naciones Unidas. In: EcuRed. Enciclopédia Cubana. Disponível
em: http://gg.gg/fva4v. Acesso em: 25 out 2019.
ECURED. Organización del Tratado del Atlántico Norte. EcuRed. Enciclopédia Cubana.
Disponível em: http://gg.gg/fva5x. Acesso em: 25 out 2019.
LIMA, M.R.S. Teses Equivocadas sobre a Ordem Mundial Pós-Guerra Fria. Dados, Revista de
Ciências Sociais. 1996, vol.39, n.3. Disponível em: http://gg.gg/fva72. Acesso em: 24 out 2019.
PAMBOUKDJIAN, A.K.. Armênia, Rússia e mais seis países da CEI criam Tratado de Livre
Comércio. Estação Armênia, 19 out 2011. Disponível em: http://gg.gg/fva7g. Acesso em:
25 out 2019.
PECEQUILO, C.S.. As Grandes Estratégias Dos Estados Unidos (1989/2010). Meridiano 47,
Brasília, vol 11, ed. 120 (jul/ago 2010), pp. 11-17. Disponível em: http://gg.gg/fva7r. Acesso em:
25 out 2019.
PENA, R.A.. Guerra Fria, 18 jan 2019. Brasil Escola. Disponível em: http://gg.gg/fva7v. Acesso
em: 24 out 2019.
RINALDI, A.L.; MORINI, C.M.. Estado e organismos internacionais: limites à cooperação sob
a ótica realista. In: Brazilian Journal of International Relations, v. 4 n. 3, 517-556 (2015).
Disponível em: http://gg.gg/fva93. Acesso em: 26 out 2019.
SANTOS, B.S.; MARTINS, B.S. (Organização). O pluriverso dos direitos humanos. A diversidade
das lutas pela dignidade. Autêntica, 2019.
46 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
SATO, E. A agenda internacional depois da Guerra Fria: novos temas e novas percepções.
Revista Brasileira de Política Internacional, Brasília , v. 43, n. 1, p. 138-169, June 2000.
Disponível em: http://gg.gg/fva9j. Acesso em: 24 out 2019.
VELA, J.M. A geopolítica na Guerra Fria, 2009. Curso Enem Gratuito. Disponível em:
http://gg.gg/fvaa4. Acesso em: 23 out 2019.
2
A Globalização e a Criação de uma
Comunidade Global
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Compreender a internacionalização da economia e sua progressiva integração
comercial, financeira e tecnológica em nível global.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar os impactos econômicos e sociais da globalização no sistema internacional;
Esta Unidade tem como propósito facilitar esse entendimento. Ela foi estruturada
a partir de um objetivo geral e outros mais específicos. Esta primeira seção é dedicada
ao primeiro. Vamos aqui compreender o conceito de globalização desde a sua lógica
interna, de onde resulta sua grande abrangência. Veremos também o quanto a cultura,
por conta da globalização, vem ganhando um sentido econômico, talvez desumanizador,
questão aberta sobre a qual devemos refletir. Vamos examinar as origens históricas do
que ocorre hoje e, ao final, esquematizar a globalização, simplificando-a com vistas à
fixação dos conteúdos estudados.
50 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
ao termo globalização, noção que teria sido colocada em circulação por meio das
estratégias de marketing de massa que, a partir da década de 1980, começaram a falar de
comunicação global e mesmo de produto global. Um produto global, teoricamente, faria
alusão a uma mesma mercadoria que, por efeito também de uma mesma publicidade
poderia atingir o maior número possível de clientes, adaptando-se a culturas diferentes,
que tenderiam a se tornar culturas globais. Assim, na esteira da globalização, viria a
mundialização, fenômeno que, para uns, ultrapassaria a noção de estado; para outros,
definiria um novo tipo de oposição entre capital e trabalho.
Por fim, ainda na ordem conceitual, Ortiz (2016) nos fala sobre a diferenciação
que também ele faz entre os termos globalização e mundialização. O termo globalização
remeteria à ideia de unicidade, no sentido de existir uma economia global, assim como
uma tecnologia global. Todavia, para ele, não haveria uma global culture, uma cultura
global, mas haveria, sim, um “movimento diferenciado de mundialização no interior
de uma situação de globalização” (ORTIZ, 2016, p. 13). Nesse sentido, pode-se dar
como exemplo o idioma inglês, que foi hierarquizado em relação ao que Ortiz (id. ibid.)
chama de mercado mundial de bens linguísticos.
DESTAQUE
Você viu que Ortiz (2016) fez uma importante observação acerca da grande
valorização do inglês no mercado mundial de bens linguísticos, onde ele se
tornou praticamente oficial no mundo das ciências, — lembre-se que um
trabalho científico geralmente possui resumo e abstract, por exemplo —,
e mesmo universal em termos de expressões no mercado tipo E-Comerce,
etc., sem falar na informática.
Houve ainda o tempo do latim, nos tempos da Roma Antiga, expandido pelo
exército romano. O latim ainda persistiu depois da queda do Império Romano,
como língua oficial da Igreja Católica Apostólica Romana (até hoje é, aliás).
SAIBA MAIS
VÍDEO
Oportuno colocar que há lugar para sustentar que todas essas mudanças já se
dariam a ver antes, na década de 1970, com a crise do petróleo, quando os membros da
Organização dos Países Áarabes Exportadores de Petróleo proclamaram um embargo
petrolífero. Esta crise foi muito prejudicial à produtividade, às taxas de crescimento dos
países industrializados, à demanda de bens de consumo duráveis. Tal cenário acabou
estimulando a multiplicação de produtos puramente especulativos, em um processo
que teve continuidade nos anos 1980. Por conta disso, o endividamento público foi
aprofundado, o que favoreceu o desenvolvimento do mercado de capitais.
DESTAQUE
REFLETINDO
DICA
No Vídeo “Caravelas e Naus” você viu como Portugal conquistou boa parte
do mundo e como isso refletiu em seu poderio econômico. Mas não se
esqueça de que se tratava também de uma missão evangelizadora, que tinha
como propósito converter os povos pagãos.
Grandes navegações e
1ª fase Séculos XV-XVIII Revolução Industrial
descobertas marítimas
II Guerra Mundial (expansão do
2ª fase Séculos XVIII a XX Revolução Industrial
capitalismo)
Queda do Muro de Berlim (fim
3ª fase Século XX II Guerra Mundial da Guerra Fria, fim da URSS e do
regime socialista)
4ª fase Século XXI Nova Ordem Mundial Domínio do capitalismo no mundo.
Mas nem tudo se resume a desvantagens. Brito (2018) também coloca outros
pontos que são consequências de uma realidade que só tende a aumentar e que acarreta
no incremento das relações econômicas entre países, na produção e consumo de bens
e serviços, na facilidade de disseminação instantânea das informações, na criação de
empresas multi e transnacionais, no surgimento de blocos econômicos com redução de
barreiras comerciais. Entre os pontos positivos, Brito (2018) assinala o desenvolvimento
tecnológico, o livre comércio e mais opções de produtos no mercado, cujos preços podem
diminuir por efeito da competição.
A Globalização e a Criação de uma Comunidade Global | UNIDADE 2 59
Há, todavia, outros fatores que podem ser analisados, todos resultado dos
impactos econômicos implicados nesse processo. Vamos abordar quatro, a saber: (1) a
autonomia da esfera financeira que proclamou, na prática, sua independência dos Estados
e respectivas políticas; (2) o surgimento de uma cultura de massa; (3) o protagonismo
das empresas que, no cenário global, se sobrepõe àquele dos Estados; e (4) a emergência
de novos mercados.
DESTAQUE
DESTAQUE
“Não quero de forma alguma dar a impressão de que tudo que é feito com
as redes digitais seja bom. Isso seria tão absurdo quanto supor que todos
os filmes sejam excelentes. Peço apenas que permaneçamos abertos,
benevolentes, receptivos em relação à novidade. Que tentemos compreendê-
la, pois a verdadeira questão não é ser contra ou a favor, mas sim reconhecer
as mudanças qualitativas na ecologia dos signos, o ambiente inédito que
resulta da extensão das novas redes de comunicação para a vida social e
cultural. Apenas dessa forma seremos capazes de desenvolver essas novas
tecnologias dentro de uma perspectiva humanista” (LÉVY, 1999, p. 12).
Outro fato inovador na economia que é citado por Benoist (1997) consiste nas
transações econômicas que capitalizaram realidades culturais que passaram assim a
integrar o regime da livre troca.
Nesse mesmo sentido, Arendt (1972, p. 270-271) alerta para o fato de o consumo
implicar na desaparição das mercadorias que devem ser então rapidamente substituídas
por novos artigos, o que implica em uma verdadeira pilhagem do domínio cultural
passado e presente à cata de matéria apropriada que será modificada a fim de que se
torne fácil de consumir.
A autora escreveu um livro que trata da crise da cultura, no qual faz a seguinte
observação:
REFLETINDO
Marcante, no caso, os custos de produção mais baixos que acarretam uma forte
demanda dos produtos oriundos desses novos mercados em escala mundial. Como
exemplo, nossa própria realidade, que evidencia a propagação de produtos asiáticos,
distribuídos com abundância, que atraem pelo baixo preço e que alimentam até mesmo
o comércio informal.
64 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
BLOCOS ECONÔMICOS
VANTAGENS DESVANTAGENS
Menor custo dos produtos (como Qualquer empresa que queira
consequência de maior produção para participar de um bloco comercial faz
atender o mercado consumidor. concessões comerciais.
Com a disseminação de tecnologia Enfraquecimento de soberania
entre os países membros, maior nacional.
eficiência na produção, comercialização
e administração.
Vantagens competitivas por conta da Enfraquecimento do multinacionalismo
eliminação de tarifas. perante o regionalismo criado por
blocos comerciais cada dia mais
potentes.
Aumento do consumo que permite A polarização geopolítica do mundo.
maior rapidez no ciclo de produção. Nessa luta, as pequenas nações e os
países subdesenvolvidos continuarão
a ser os maiores perdedores.
Importante falar, com Rosseto (2019), da UE, União Europeia, criada em 1992,
com a assinatura do Tratado de Maastricht, que concretiza a criação de um
bloco com circulação livre de pessoas, mercadorias, capitais e serviços, além da
integração a partir da adoção da moeda única por parte dos países membros. A UE
é a sucessora da Comunidade Econômica Europeia (CEE), instituída em 1957 pelo
(Cont...)
A Globalização e a Criação de uma Comunidade Global | UNIDADE 2 65
(...)
(...)
CEI
AELC
UE
NAFTA
CEA
CARICOM
AEC GCC
CEDEAO IGAD SAARC
CEMAC CAO
Comunidade Andna
ASEAN
MERCOSUL
SADC
VÍDEO
GLOSSÁRIO
Todavia, vimos nesta mesma unidade que, dentre outras modificações impostas
pela globalização, lidamos hoje com produtos de natureza cultural e mesmo com
produtos inteiramente abstraídos de uma natureza corporal: marcas, símbolos, sons são
precificados e circulam como mercadoria. É importante dar mais uma palavra sobre isso,
porque a circulação desses produtos acaba definindo a natureza da própria globalização
cultural ― cultura de massa ― onde não circulam apenas mercadorias e bens tradicionais.
Como lembra Benoist (1997), tratam-se de sons, de imagens, de signos, de conexões que
realizam uma verdadeira colonização do imaginário, dominando a comunicação, em
escala mundial.
Benoist (1997), citando Benjamin Barber, nos fala da proposta feita por este autor
de tratar esse fenômeno como “McWorld” ― lembrando MacIntosh ou McDonald ―
para assim definir essa mercantilização generalizada de intensos fluxos internacionais
que instauram um consumo publicitário espetacular proposto como forma de integração
social. Essa integração, entretanto, alinha atitudes e comportamentos, uniformiza modos
de vida, erradica identidades coletivas e mesmo culturas tradicionais. Não se trata de
mera internacionalização, mas de um mercado de dimensões planetárias que, segundo
Benoist (1997), é governado por um sistema de regras uniformes que se mostram cada
vez mais exigentes sob um comando extranacional, mesmo extra-estatal, cujo objetivo
maior é obter o máximo de lucro, eliminando tudo o que pode servir de obstáculo a sua
liberdade de ação.
Com isso, há elementos consistentes que indicam que praticamente tudo, seja
de natureza material, seja imaterial, adquire um preço no mercado e por ele circula
no interesse do próprio mercado, restando muito prejudicada, comprometida mesmo, a
atuação das organizações que, em tese, deveriam representar o poder regulador.
Há, contudo, em torno desse tema tão importante em nosso presente, um ponto a
partir do qual as perspectivas da globalização podem ser apreciadas em termos de nossa
realidade local, considerado o eixo Brasil.
DESTAQUE
GLOSSÁRIO
Nasser (2000, p. 146), em artigo que analisa a desigualdade no Brasil, destaca que
a economia regional vem merecendo destaque na literatura econômica, ressaltando sua
preocupação com as desigualdades bem como sua relação com a economia internacional.
A Globalização e a Criação de uma Comunidade Global | UNIDADE 2 73
Figura 2.6 – Gráfico que mostra a participação das regiões brasileiras no PIB.
Gráfico 1
Participação das Regiões no PIB Nacional - 1997
(Em %)
0,70
0,59
0,60
0,50
0,40
0,30
0,18
0,20 0,13
0,10 0,04 0,06
0,00
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-
Oeste
Figura 2.7 – Gráficos que mostram a participação per capita nacional 1985/97 e a participação per capita das
regiões Nordeste (vermelho) e Sudeste (azul) no mesmo período.
Gráfico 2
PIB Per Capita Nordeste/Nacional - 1985/97
(Em %)
0,50
0,48
0,48 0,46 0,46
0,46 0,45
0,44
0,42 0,45
0,42
0,40
0,38
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997
Gráfico 3
PIB Per Capita Sudeste/Nacional - 1985/97
(Em %)
1,42 1,40
1,40 1,39
1,38 1,37
1,38 1,40
1,35
1,36 1,37
1,34
1,32
1985 1987 1989 1991 1993 1995 1997
Resistir Adaptar-se
Defender o Estado Social Implementar a ideologia do Estado mínimo
Garantir parcialmente a reprodução social Garantir a acumulação global do capital
1,00
0,59
0,94
1,08
Indice PIB - 2007
Até 0,90
1,01 - 1,00
Acima de 1,11
1,31
0,76
0,73
1,05
Indice PIB - 2010
Até 0,90
1,01 - 1,00
Acima de 1,11
1,42
0,98
1,26
0,82
Indice PIB - 2013
Até 0,90
1,01 - 1,00
Acima de 1,11
9,0%
7,5%
7,0% 5,8% 6,1%
5,1%
5,0% 4,0% 4,0%
3,2% 3,0%
3,0% 1,9%
1,1% 1,0%
1,0% 0,5%
-1,0% -0,1%
-3,0%
-3,5% -3,5%
-5,0%
2004
2008
2009
2007
2005
2003
2010
2014
2006
2016
2012
2017
2013
2015
2011
De acordo com a figura 2.7, conforme o IBGE (2018, p. 19), são identificáveis
três períodos distintos: entre 2003 e 2008, crescimento bastante satisfatório com taxa
média de 4,2% ao ano; entre 2009 e 2014, aumento do PIB, porém com desaceleração do
ritmo, exceto 2010, marcado pela recuperação pós-recessão de 2009; e entre 2015 e 2016,
acentuada recessão, com perda acumulada superior a 7% para o PIB e a 8% para o PIB
per capita. Por fim, 2017, que marca o início da recuperação.
80 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
Seja como for, seria perfeitamente inútil querer opor a um poder global outro
poder global, reflete Benoist (2007). A estratégia de ruptura, para ele, seria outra, que
vai do pequeno para o grande. Nessa pós-modernidade em que nos encontramos, as
relações de força não têm mais a mesma natureza. Os conflitos são assimétricos: o 11 de
setembro é um exemplo disso. E a assimetria parece favorecer as ações de base, locais,
que podem reaparecer na dimensão política do social.
Essa pequena dimensão é que confere nossa pertinência. E ela pode ser a chave
para que se possa enfrentar problemas cujo sentido e extensão não foram ainda sequer
dimensionados. Os cenários mudam com tanta rapidez que mal se encontra a resposta e
outra indagação já se formula no horizonte instável que limita a paisagem que vemos hoje.
Hic et nunc.
82 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
SÍNTESE DA UNIDADE
Trata-se, primeiro, de compreender, a partir do fenômeno da globalização
e da existência de uma comunidade global, a internacionalização da economia e sua
progressiva integração comercial, financeira e tecnológica em nível global. Na sequência,
mais especificamente, vai-se analisar os impactos econômicos e sociais da globalização
no sistema internacional; a criação ou expansão de organismos internacionais para
regularização do comércio e financeiras internacionais, analisando as dificuldades
implicadas na criação de novos quanto na atuação dos já existentes; e, por fim, quanto
a projetos regionais de integração econômica e sua importância como vetor provedor de
desenvolvimento, privilegiando a análise econômica e política de suas proposições.
A Globalização e a Criação de uma Comunidade Global | UNIDADE 2 83
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, A. Educação e cultura ou morte. Revista Observatório Itaú Cultural, N. 24, (jun./
dez. 2018), pp. 59-63. São Paulo : Itaú Cultural.
BENOIST, A. Face a la mondialization. Les Amis d’Alain de Benoist, 1997. Disponível em:
http://gg.gg/fyq9t. Acesso em: 30 out 2019.
BRITO, R. O que é Globalização? Dicas de estudo, Enem, 12 abr 2018. Disponível em:
http://gg.gg/fyq9r. Acesso em: 29 out 2019.
DÍAZ, G.V.. Notas sobre globalización, 2008. In: Eumed.Net. Enciclopédia Virtual. Disponível
em: http://gg.gg/fyq96. Acesso em: 2 nov 2019.
ECONOMIA mundial após a globalização. Brasil Escola, s/d. Disponível em: http://gg.gg/fyq93.
Acesso em 31 out 2019.
FREITAS, E. “G-8”; Brasil Escola. Disponível em: http://gg.gg/fyq8f. Acesso em nov 2019.
GLOBALIZACIÓN. In: EcuRed. Enciclopédia Cubana, 2002. Disponível em: <>. Acesso em:
2 nov 2019.
84 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Maristela Bleggi Tomasini
NASSER, B. Economia regional, desigualdade regional no Brasil e o estudo dos eixos nacionais
de integração e desenvolvimento. Revista do BNDES, Rio de Janeiro, v. 7, n. 14 , p. 145-178,
dez. 2000. Disponível em: http://gg.gg/fyq7x. Acesso em: 31 out 2019.
ROSSETO, M.J. Blocos Econômicos. Quero Bolsa, 8 jan. 2019. Disponível em: http://gg.gg/fyq7e.
Acesso em: 21 nov. 2019.
unidade
3
Novas Agendas e Atribuições Globais
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Analisar as razões e a importância da inclusão de agendas comuns a todos os países-
membros do atual sistema internacional.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar a reorganização dos organismos internacionais e a incorporação de novos
temas e atribuições para discussão e formulação de políticas.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Como concebemos o ser humano?
Em meio a esse processo, acabamos por nos deparar com uma lógica comum e
deveras predominante no movimento de estruturação das características que viriam a
nos definir. Tal processo nos remete ao movimento que instigou Aristóteles a propor uma
das primeiras e mais consolidadas definições do que viria a constituir a base fundacional
de todo ser-humano: o humano é um animal racional (ARISTÓTELES, 2012).
SAIBA MAIS
Frente a essa lógica, a conhecida gravura de Francisco Goya retrataria aquilo que
haveria de mais humano na concepção clássica da tradição: a razão nos afastaria de
uma perigosa e imprevisível sensibilidade animal.
VÍDEO
VÍDEO
VÍDEO
Essa prática fora estudada e trabalhada como objeto de pesquisa pelo historiador
estadunidense Patrick Geary em sua obra O Mito das Nações. Nessa obra, o autor
ressalta o quanto a ideia de humanidade acaba sendo reformulada por povos distintos ao
longo da história da humanidade, sobretudo na Europa medieval, onde o conceito fora
gradualmente sendo alimentado por valores nacionalistas como patriotismo, obediência
às autoridades e superioridade étnica, constituindo aquilo que o autor ressalta ser o mito
(fundacional) das nações. (GEARY, 2005).
VÍDEO
Refletir sobre aquilo que nos torna humano e o que desejamos enquanto
humanidade para as futuras gerações se tornou uma preocupação fundamental, não para
uma ou outra nação, mas para todos (em um sentido humanitário e universal).
94 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
VÍDEO
SAIBA MAIS
GLOSSÁRIO
Práxis: palavra grega comumente usada para designar uma relação dialética
entre o homem e a natureza, na qual o homem, ao transformar a natureza
com seu trabalho, transforma a si mesmo.
96 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
Nesse sentido, para Arendt, o mal acaba por ser concebido enquanto algo
superficial, fácil, chulo, rasteiro, decorrente de um juízo simplório engendrado na máxima
segregacionista da valorização de si e na depreciação alheia, enfim, o mal se estrutura
na banalidade de sua dinâmica. Em contraponto, Arendt escreve que o bem, para se
fazer manifesto, exige tempo e dedicação, precisa ser pensado, refletido, organizado e
questionado constantemente. (ARENDT, 2013).
Pensando em exemplos práticos, o mal é superficial pois ele é rápido, ele consiste,
em muito, na reação que temos quando algo desconcertante nos afeta e pensamos: “eu
vou espancar ele/ela se aparecer aqui de novo”; “se eu ver na minha frente eu mato”;
“desejo que aconteça algo bem ruim pra ele/ela”. Nesse sentido é que o mal acaba por
ser superficial, pois ele se enraíza no ódio e em soluções rápidas, como: “para solucionar
a pobreza basta matar os pobres”. O problema de se dar voz ao mal é que, segundo a
filósofa, ele não é profundo, isto é, não leva em consideração a razão argumentativa e
nos impede de discutir a própria monstruosidade do que, implicitamente, estaríamos
admitindo em dar voz a argumentos perniciosos.
Em oposição, o bem decorreria de uma simples questão: por que não devo fazer
o mal? Como um momento de reflexão frente ao impulso da maldade, o bem colocaria
em questão as consequências do ato da maldade, nos levando a admitirmos o fato de que
podemos, em dado momento, sermos vítimas da maldade alheia e considerarmos o outro
como uma extensão de nós mesmos. (DUARTE, 2009).
(USA), representantes de 50 países assinaram a Carta das Nações Unidas, dentre estes
o Brasil, selando a fundação (oficial) da Organização das Nações Unidas (ONU).
Contando com a assinatura da Polônia, em agosto de 1945, a ONU teve o início de suas
atividades marcada em 24 de outubro deste mesmo ano, tendo, como registro, 51 países
fundadores, que marcavam a aurora de um novo modelo de se pensar a humanidade em
uma escala global.
VÍDEO
3. A inalienabilidade dos direitos humanos: Aponta que ninguém pode ser privado
de ser amparado pela DUDH, podendo ser limitada a sua abrangência apenas em
situações específicas, como as judiciais, por exemplo;
4. A indivisibilidade dos direitos humanos: Por fim, essa característica aponta que a
DUDH não outorga um maior valor a determinados conjuntos de normativas em
detrimento a outros, todas a pautas atreladas a DUDH possuem um mesmo valor.
SAIBA MAIS
Em outras palavras, para Rawls teríamos de ignorar aquilo que nos distingue
e nos atentar naquilo que nos une, invertendo o processo segregacionista que a tanto
marcou a história humana, tanto quanto o desenvolvimento das nações. Basicamente,
reconhecendo-nos enquanto humanos que almejam uma vida digna, passaríamos a
conceber, de maneira justa, uma sociedade que viesse a respeitar a todos de maneira
indiscriminada. (RAWLS, 2000).
VÍDEO
Tendo como premissa a indistinção e a busca por uma identidade global a qual
viesse respeitar a dignidade humana, os 30 artigos que compõem a DUDH versam sobre
as regras fundamentais e mínimas as quais os países que constituem a ONU, em tese,
estariam em acordo, sendo destes a responsabilidade de promover sua manutenção,
assim como sua promoção.
VÍDEO
Da mesma forma, tais estereótipos são reforçados por discriminações que também
incluem o racismo (no caso de haitianos ou africanos, por exemplo) ou a intolerância
religiosa (especialmente no caso dos muçulmanos), como aponta Farah (2017, p. 14).
108 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
Artigo XIII:
Artigo XV:
1.Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
No ano em que a DUDH completou 70 anos, foi assinado por 164 países o
Pacto Global pela Migração, que trata-se de “um documento abrangente para melhor
gerenciar a migração internacional, enfrentar seus desafios e fortalecer os direitos dos
migrantes, contribuindo para o desenvolvimento sustentável” (ONU, 2018). O acordo
intergovernamental busca, dessa forma, combater a grave crise migratória atual à luz
dos Direitos Humanos acordados há tanto pela comunidade internacional.
VÍDEO
Diante da situação em que vivemos e dos muitos desafios que temos a enfrentar,
enquanto comunidade global, ainda persiste o questionamento: até quando vamos
estruturar as nossas relações em uma política do ódio, onde o outro sempre se
apresenta como uma ameaça?
Novas Agendas e Atribuições Globais | UNIDADE 3 111
SÍNTESE DA UNIDADE
A presente unidade buscou abordar os problemas relativos à política das relações
humanas, traçando um movimento histórico-filosófico para introduzir os desafios que a
humanidade tem a sua frente no século XXI. Para tanto buscamos apresentar os seguintes
temas para guiar nossas reflexões:
• Como a política do ódio estruturou a constituição das muitas nações, até os dias
atuais;
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
FARAH, P.D. Combates à xenofobia, ao racismo e à intolerância. Revista USP, (114), 11-30, 2017.
GALLEGO, S.E. (Org.). O ódio como política. São Paulo: Boitempo, 2018.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. UNIC/Rio/005, Janeiro 2009. (DPI/876).
REALI, G; ANTISERI, D. História da filosofia 01 – filosofia pagã antiga. São Paulo: Paulus, 2009A.
REALI, G; ANTISERI, D. História da filosofia 04 – de Spinoza a Kant. São Paulo: Paulus, 2009B.
unidade
4
As Intervenções Humanitárias e a
Relativização da Soberania Nacional
Prezado(a) estudante.
Estamos começando uma unidade desta disciplina. Os textos que a compõem foram
organizados com cuidado e atenção, para que você tenha contato com um conteúdo
completo e atualizado tanto quanto possível. Leia com dedicação, realize as atividades e
tire suas dúvidas com os tutores. Dessa forma, você, com certeza, alcançará os objetivos
propostos para essa disciplina.
OBJETIVO GERAL
Analisar a instrumentalização de agendas globais para legitimar maior ingerência dos
organismos internacionais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• Analisar a relativização da soberania dos Estados Nacionais em face a compromissos
internacionais;
• Analisar o impacto das ferramentas de punição ou sanções internacionais aplicadas
a países que negam ao cumprimento de tais compromissos;
• Analisar a capacidade de resposta dos Estados frente a catástrofes humanitárias:
migração voluntária e involuntária, desastres ambientais, perseguição sócio-
política e étnico-religiosa.
• Analisar a instrumentalização dessas agendas globais como ferramentas de legitimar
o discurso de grandes potências econômicas e militares para maior ingerência em
assuntos internos de outros Estados soberanos.
QUESTÕES CONTEXTUAIS
1. Como as políticas de segregação dificultam a construção de uma identidade global?
2. Como a concepção de uma identidade global impulsionou o desenvolvimento de
uma justiça internacional?
3. Qual o poder de atuação da Corte Internacional de Justiça?
4. Qual a agenda da ONU para o novo milênio?
Tendo como premissa a ética teleológica, toda a decisão tomada por uma pessoa
deveria levar em consideração a quantidade de pessoas atingidas por essa ação, a
quantidade de felicidade e sofrimento que a ação poderia causar e a qualidade (social e
espiritual) proporcionada por tal felicidade. Em síntese, esse tipo ético permite entender
116 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
a relatividade inerente a cada decisão, sendo possível relativizar questões como a vida
e a morte, o bem e o mal, assim como o certo e o errado. De acordo com a situação,
podemos decidir sacrificar uma vida em vias de garantir a salvação de um maior número
de pessoas e assim por diante (ZILLES, 2006).
Por mais que a ética teleológica tenha sua teorização fundada na era moderna,
sua prática já se encontra presente na dinâmica histórica de povos distintos. Ainda que
a teorização ideal da deontologia almejasse uma regulação ética da conduta humana,
em um sentido universal, a prática teleológica possibilita a relativização da ação, nos
permitindo questionar a utilidade (final) de um ato, sendo assim, dando a uma pessoa
ou a um grupo, o direito de discernir acerca do bem e o do mal, tendo como base de seu
julgamento, valores igualmente relativos, como aquelas que fundamentam identidades
de grupo ou o mito da nações.
Assim, por mais que possamos almejar ou desejar a atuação de uma ética
deontológica, a prática teleológica parece trazer maiores benefícios as políticas nacionais
vigentes e é diante desse dilema que a ONU e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (DUDH) buscam atuar.
SAIBA MAIS
VÍDEO
Ainda que existam muitos países que apoiem as agendas propostas pela ONU
e adotam como meta o cumprimento da DUDH, muitos se recusam a romper com
políticas belicistas de soberania nacional, se eximindo, muitas vezes, de apoiarem
metas universais, romperem com políticas segregacionistas e aderirem à políticas de
construção de uma identidade global.
As Intervenções Humanitárias e a Relativização da Soberania Nacional | UNIDADE 4 119
É diante desse cenário que a Declaração Universal dos Direitos Humanos acaba
por assumir um papel fundamental: de orientação para as mediações diplomáticas. Como
a DUDH visa pautar os princípios fundamentais do respeito à dignidade humana, ela
acaba por servir de guia para o desenrolar da política internacional. Ainda que os países
existentes em todo o território global não tenham a obrigatoriedade de se tornarem
membros da ONU, aqueles que se tornaram, assumiram defender e, igualmente, cumprir
com os deveres consequentes de pertencerem a essa comunidade global.
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
SAIBA MAIS
Como pauta cada vez mais presente nos encontros da ONU, os últimos anos que
cercearam o término do século XX alavancaram reflexões consistentes acerca da ideia
de futuro que se almejava. O relatório Nosso futuro comum, de 1987, anunciava que um
desenvolvimento sustentável ideal seria aquele que viesse a satisfazer as necessidades
das gerações atuais, sem que com isso fosse preciso comprometer a capacidade das
gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades.
1 2 3 4
Promover a igualdade
Erradicar a extrema Atingir o ensino de gênero e a autonomia Rezudir a
pobreza e a fome básico universal das mulheres mortalidade infantil
5 6 7 8
Os oito objetivos firmados pela ONU serviram de base para uma política de ação
global, com o intuito de promover um movimento em prol da humanidade enquanto um
todo, assim como fomentaram o desenvolvimento de estudos e pesquisas que viessem
a contribuir com o entendimento de nossa condição, assim como a do planeta em que
vivemos.
126 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
Ainda que as metas tenham sido apontadas e um grande conjunto de países tenham
aderido a cumpri-las, na prática o não cumrpimento das mesmas não constitui crime -
isto é, não cabe nenhuma sanção legal aos países que simplesmente abandonarem
o projeto ou pouco se dedicarem ao cumprimento das pautas firmadas, e mesmo que
tenhamos a existência de uma Corte Internacional de Justiça, caberia o poder judiciário
internacional fiscalizar e cobrar o cumprimento dos acordos firmados?
128 TEMAS GLOBAIS CONTEMPORÂNEOS | Artur Rodrigo Itaqui Lopes Filho
Claro que poderíamos arguir dizendo que não consta como campo e atuação da
Corte Internacional de Justiça julgar tais práticas. Mas, se cabe a ela jurisprudência acerca
de casos de crime contra a humanidade, temos uma linha tênue quando nos deparamos
com países (e governantes) que promovem, muitas vezes de maneira deliberada, a
manutenção de um estado desigual, onde a fome, a doença e a mortalidade se propagam.
Não caberia tais atos constituírem parte promotora da manutenção de um crime, visto
o próprio movimento da ONU em prol da ODS? E com relação ao meio ambiente? Se
deliberadamente algum país degrada o meio ambiente, promovendo, em decorrência,
a manutenção de um futuro indigno para as futuras gerações, essas nações estariam
cometendo um crime contra a humanidade que está por vir?
SÍNTESE DA UNIDADE
A presente unidade buscou abordar os problemas relativos à manutenção de
identidades nacionais baseadas na segregação e o desafio de repensar tais práticas no
âmbito da política internacional. Para tanto buscamos apresentar os seguintes temas para
guiar nossas reflexões:
• Como a política da ONU vem buscando construir uma identidade global necessária
para lidar com os problemas emergenciais globais;
• Quais são as pautas da ONU para o século XXI e como isso pauta as políticas
nacionais.
As Intervenções Humanitárias e a Relativização da Soberania Nacional | UNIDADE 4 131
REFERÊNCIAS
ABBAGNANO, N. Dicionário de filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
MORIN, E. Sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2011.