Razão e Civilização No Discurso Da Barbárie Moderna
Razão e Civilização No Discurso Da Barbárie Moderna
Razão e Civilização No Discurso Da Barbárie Moderna
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MATTEI, Jean-François. A Barbárie Interior: Ensaio sobre o i-mundo moderno. São Paulo: UNESP,
2003.
Diante do exposto, poderíamos nos perguntar: até que ponto e de que forma a
humanidade chegou para a exclusão e extinção do outro e ainda dar a ela um caráter de
normalidade?
Chegamos à conclusão de que o uso e o domínio da figura de Deus é uma das
formas encontradas para justificar este estado de guerra hobbesiano constante que existe na
modernidade e que condiciona os seres humanos a barbárie total, onde nos percebemos sem
saída e sem sentido e, o que é pior, sem um catalizador que funcione como válvula de escape
para a construção de um sentido de existência no mundo, uma vez que o símbolo de amor e
obediência passa a ser utilizado com fins instrumentais com vistas à dominação e a coisificação
do outro, ou seja, nos percebemos desprovidos ou completamente privados do amor divino e
nos utilizamos dele como uma justificativa para a banalização da violência e do extermínio do
outro, através do uso do caráter ‘civilizador’, completamente sem esperanças no futuro da
humanidade, pois não sabemos se haverá um amanhã que garanta as nossas futuras gerações
uma sociedade menos violenta e mais fraterna.