Gestão Financeira Aplicada A Manutenção - Prof - Lamy - Com Capa
Gestão Financeira Aplicada A Manutenção - Prof - Lamy - Com Capa
Gestão Financeira Aplicada A Manutenção - Prof - Lamy - Com Capa
Novembro 2018
SETEMBRO/2016
Curso de Especialização em
Gerência de Manutenção
Gestão Financeira
Aplicada à Manutenção
Custos
INTRODUÇÃO
Custos
Conceitos
SOBREVIVÊCIA = f (COMPETITIVIDADE)
COMPETIVIDADE = f (QUALIDADE)
QUALIDADE = f (CUSTO)
3.1. Conceitos
GASTO
É todo o sacrifício financeiro realizado com a finalidade de obter um “bem” ou
“serviço”.
DESPESA
É o consumo de “ bens” e serviços”, visando a obtenção de receitas.
Ex.: despesa com propaganda
São os gastos que se destinam às fases de administração, esforço de vendas e
financiamento.
CUSTO
É o consumo de “bens” e “serviços”, com a finalidade de obter outros “bens” e
“serviços”. Ex.: Madeira para fabricação de um móvel.
INVESTIMENTO
É todo o gasto em “bens” que serão imobilizados, com vistas a um benefício futuro.
DESEMBOLSO
PERDA
CUSTO DE PRODUÇÃO
É o consumo efetuado para a fabricação de um produto. Compreende o custo
da matéria-prima, o salário do pessoal de produção, a depreciação dos
equipamentos utilizados para a produção do bem, as despesas com energia,
enfim, tudo o que é gasto para que o produto fique pronto para ser comercializado.
CUSTO DE CAPITAL
É o ônus do capital empregado pelos proprietários da empresa para a formação
do patrimônio inicial. Os sócios entregam uma quantia em dinheiro para a
formação do capital e esse dinheiro, deve ser revertido através do lucro. Esse
lucro, que deve ser acrescido ao custo dos produtos chama-se custo de capital.
3.2. Classificação
CUSTOS FIXOS
São os custos que “independem” da quantidade ou volume de
“bens” ou “serviços” produzidos. Ex.: aluguéis, depreciações, juros,
prêmios de seguros, etc.
Em relação às unidades produzidas, os custos se tornam
variáveis, isto é, quanto maior a produção menor será o “custo fixo por
unidade produzida”.
CUSTOS VARIÁVEIS
São os custos que variam de acordo com a quantidade ou volume
de “bens” ou “serviços” produzidos. Portanto, quanto maior a produção,
maiores serão os custos. Ex.: Matéria-prima
Em relação às unidades produzidas os custos variáveis se tornam
fixos, isto é, eles sempre são iguais para cada unidade produzida,
independentemente da quantidade.
CUSTOS INDIRETOS
São os custos que não podem ser atribuídos especificamente a um
“bem” ou “serviço”. São custos que incidem sobre toda a produção e devem
ser rateados. Ex.: consumo de energia e despesas administrativas e
financeiras
CUSTOS CONTROLÁVEIS
São os custos que são apropriados para um determinado “centro de
responsabilidade de custos” e que estão sob o controle do encarregado ou
responsável por aquele centro. Ex.: salário do pessoal sob a administração do
CRC.
CUSTO UNITÁRIO
É o custo de cada unidade do bem ou do parâmetro de mensuração
do “serviço” produzido.
CUSTO DE OPORTUNIDADE
É a diferença entre o retorno de um determinado investimento e o
retorno de um outro investimento ou aplicação. Portanto, este custo
depende das oportunidades existentes.
Ex.: se um banco estiver pagando 20% de juros ao ano, o custo
da oportunidade de se deixar uma determinada quantia em dinheiro em
casa, sem aplicar, é de 20% ao ano.
No entanto, se existir a possibilidade de se investir este dinheiro
de forma que ele renda 50% ao ano, o custo de oportunidade de aplicá-lo
no banco é de 30% ao ano.
1.O critério do custeio separa os custos em fixos e variáveis. Essa separação pode
ser realizada quando a empresa emprega o critério do custeio por absorção, mas
de fato não é este um procedimento usual.
3.O critério do custeio direto não sofre influência das variações nos
estoques, isto é, os resultados da empresa ou do segmento analisado, como
apresentados pelo custeio direto, não sofrem influência do aumento ou
diminuição dos estoques. De acordo com o custeamento variável, os
resultados respondem somente pelas variações nas vendas.
4.A apropriação dos custos fixos ou indiretos aos segmentos é sempre feita
com base em critérios arbitrários de rateio. O custo total do produto não é
determinado completamente a não ser que se faça o rateio na base de um
parâmetro qualquer ligado ao volume.
6.Os custos fixos não são considerados custos de produção, eles são
considerados como custos necessários para se colocar a atividade pronta para
produzir. Além disso, esses custos fixos são considerados como custos do
período nos quais eles são incorridos, desde que sejam incorridos para as
finalidades de fornecer capacidade para produzir dentro de um específico período
de tempo. Em resumo, eles são considerados como custos do período de tempo,
e, assim, completamente debitáveis ao resultado econômico do período de
tempo, durante o qual eles são incorridos. O impactos dos custos fixos nos
lucros, assim, é melhor apresentado porque o valor desse custo, para o período,
já está na demonstração do resultado.
7.A contribuição marginal facilita a análise do desempenho dos produtos, dos
territórios, dos tipos de clientes e de outros segmentos da empresa, sem que os
resultados fiquem obscurecidos pela apropriação dos custos fixos comuns.
8.O custeio direto facilita a preparação imediata dos instrumentos de controle
como os custos-padrão, os orçamentos flexíveis e a análise do ponto de
equilíbrio.
PRIMÁRIO DE FABRICAÇÃO
LUCRO E
I.R.
‘’CUSTO’’
IMPOSTOS
TOTAL
INCLUÍDOS NO PREÇO
PREÇO DE
VENDA
PREÇO DE VENDA
CUSTOS $ +
DESPESAS $ +
IMPOSTOS $ +
LUCRO $ +
PREÇO DE VENDA $ =
Como cada produto tem por base de formação de seu preço o custo de fabricação
estes terão que ser analisados em termos de influência perante o volume da
atividade (fixos ou variáveis), bem como diferenciado os gastos que ocorrem pela
gestão global da empresa, classificados como despesas, vinculadas a um
determinado período (mês, ano, etc.)
Uma vez identificados os dados de custos e de despesas, relacionam-se
unitariamente por cada produto, cabendo à empresa a identificação do lucro, na
forma de um determinado percentual proporcional ao preço que se vai determinar,
ou como um retorno sobre os investimentos realizados na formação do produto ou
na aplicação do capital na atividade.
IPI $ +
PREÇO FINAL $ +
Ilustração 7.2
Uma indústria produtora de
luminárias elaboradas com
chapas de aço, considera como
custo variável, a chapa de aço
e a tinta utilizada, o que
significa que quanto mais a
empresa produzir, mais
recursos serão necessários
para o suprimento daquelas
matérias-primas. Considera-se
ainda, como custos variáveis,
as embalagens aplicadas no
produto.
Solução:
Custos
Unidade Custos Custos Lucro
Variáveis Vendas
s Fixos Totais (Prejuízo)
Totais $
Vendidas $ $ $
$
20.000 480.000 1.000.000 1.480.000 800.000 (680.000)
40.000 960.000 1.000.000 1.960.000 1.600.000 (360.000)
50.000 1.200.000 1.000.000 2.220.000 2.000.000 (200.000)
60.000 1.440.000 1.000.000 2.440.000 2.400.000 (40.000)
62.500 1.500.000 1.000.000 2.500.000 2.500.000 -.-.-.-.-.-.-
70.000 1.680.000 1.000.000 2.680.000 2.800.000 120.000
80.000 1.920.000 1.000.000 2.920.000 3.200.000 280.000
100.000 2.400.000 1.000.000 3.400.000 4.000.000 600.000
120.000 2.880.000 1.000.000 3.800.000 4.800.000 920.000
Gráfico do
ponto de
equilíbrio
Ilustração 7.3
O que significa que a empresa necessita de uma receita mínima de $ 2.500.000,00/mês, para
não operar com prejuízo.
Veja a ilustração 7.4 a seguir, com a identificação gráfica do Ponto de Equilíbrio.
Gráfico do ponto de
Equilíbrio – Área de
Significância
Ilustração 7.4.
Concluímos assim que, sendo o resultado maior que 1, existe a Alavancagem Operacional. Quanto
maior for o resultado (maior que 1), para um determinado volume de vendas, maior será a Alavancagem
Operacional.
Análises empreendidas comparativas, entre empresas de diferentes níveis de produção e custos
fixos, poderá indicar, através dos respectivos graus de alavancagem operacional, que a empresa que detém o
menor volume de custos fixos, poderá ter menor alavancagem operacional, em detrimento de outras, com
maiores custos fixos, que ensejarão, caso houver uma grande capacidade ociosa, maiores lucros quando
alavancados a produção.
ABC
Custeio
Por
Atividades
8.1. Introdução
Tradicionalmente as empresas são
controladas por áreas de responsabilidade
departamentais, como se cada um dos
departamentos fosse estanque, auto-suficiente
e imune a decisões, ações e custos originados
em outros departamentos.
Este esquema pode ser representado
pelo seguinte modelo:
matérias-primas 44,00
mão-de-obra direta 12,80
custos indiretos de 56,20
fabricação
total 113,00
Nível de Operações
A operação é a menor unidade possível de trabalho utilizada para se realizar uma
atividade
Exemplo: Preencher uma nota de recebimento.
Esta forma de hierarquização favorece uma análise mais apropriada do consumo de
recursos pelas atividades e de como elas são utilizadas na obtendo dos produtos e
serviços.
8.3.4. Escolha do nível de detalhes das atividades
A escolha do nível de detalhes é um dos aspectos mais importantes para o sucesso da
implementação do A.B.C.
Uma grande quantidade de detalhes poderá ser útil ao aperfeiçoamento dos processos tanto
para a eliminação de desperdícios quanto para a obtenção de Kaizens.
Para certos níveis hierárquicos da escala gerencial uma grande quantidade de detalhes
pode ser desnecessária, mesmo porque eles não terão tempo para analisá-los. No entanto,
estes detalhes poderão ser analisados pelos níveis hierárquicos menores. Tal análise pode
permitir a identificação e eliminação de atividades que não adicionavam valor aos produtos e
aos clientes.
Esta dicotomia a propósito da quantidade de detalhes, cria um dilema que pode ser
resolvido com os conceitos de micro e macroatividades. As primeiras descem aos mínimos
detalhes e as últimas trabalham com informações mais agregadas. Na prática, as
microatividades, podem ser usadas para a eliminação de desperdícios e a obtenção de
Kaizens e as macroatividades para o custeio de produtos.
8.3.7. CONCLUSÃO
Em linhas gerais, pode-se dizer que a empresa que requer o custeio por atividade a
aquela: cujos custo indiretos representam parcela considerável dos seus custos industriais
E por fim, como já foi dito, os custos de mensuração nem sempre são pequenos e devem ser
comparados.
Com os custos associados aos erros de decisão, para se determinar o sistema ótimo de
custeio.
(ABC) Custeio baseado em atividades
Custos $
Custos totais
Custos de erros
Custos de mensuração
Acurácia
Depreciação
Depreciação
Alguns autores consideram o termo ‘’depreciação’’ somente para efeitos fiscais e
chamam o ‘’valor depreciado’’ de ‘’valor de reposição’’. Neste caso, a ‘’previsão para
depreciação é chamada de ‘’previsão para reposição’’.
A legislação fiscal aceita a perda de valor do bem ao longo do tempo e permite que a
empresa deduza como despesas, parcelas anuais, do valor declarado, sob o título de
‘’depreciação’’. Além disso, esta legislação, estabelece percentuais para a ‘’depreciação
linear’’ anual de diversos bens com ‘’valor residual’’ igual a zero.
Este procedimento determina a ‘’vida útil’’, para efeitos fiscais, dos bens. A dedução
como despesa de parcelas anuais do valor declarado é um benefício fiscal, porque
permite à empresa deduzir do lucro operacional o valor da depreciação, diminuindo o
lucro tributável.
9.2.Métodos de Depreciação
9.2.1 Método da Depreciação linear
Esse método consiste em depreciar um bem durante sua vida útil por meio de quotas
anuais constantes.
Sendo: V0 = valor inicial
Vr = valor residual
m= vida útil em anos
Pd= parcela de depreciação
Pd= (V0-Vr)/m
Edificações..........................................................04%
Móveis.................................................................10%
Veículos...............................................................20%
Ambulâncias........................................................33%
Ferramentas em geral.........................................15%
Ferramentas elétricas portáteis............................33%
Máquinas e instalações fixas de oficinas mecânicas,
carpintarias e eletricidade....................................17%
Caminhões Diesel 5ton........................................20%
Diesel 5ton........................................15%
Gasolina.............................................25%
Depreciação
9.2.2. Método de “Depreciação Exponencial’’
Para equipamentos de eficiência decrescente, parece mais realista uma depreciação mais
rápida no início do que no fim da vida útil. Segundo este modelo, o valor do equipamento
decresce, de modo que no fim de um período ‘’t’’ valha:
Vt = V0 (1-a) t
Ou seja,
t/m
(1-a) m = VR
V0
De forma que,
Vt = V0 VR t/m e Pd = (Vt-1 – Vt)
V0
Depreciação
9.2.3.Método de “Depreciação pela Soma de Dígitos’’
É um método de cálculo mais fácil que o anterior, e que também apressa a depreciação no
início da vida do equipamento. A soma dos dígitos é:
E, Pdt = V0 – Vr (m – t + 1)
N
Ex.: Sendo m = 10
V0 = 550
Vr = 0
N = 1 + 2 + 3 + ... + 10 = 55
Pd1 = 550 x10 = 100 ; V1 = 550 – 100 = 450
55
Pd2 = 550 x9 = 90 ; V2 = 450 – 90 = 360
55
Pd3 = 550 x8 = 90 ; V3 = 360 – 80 = 280
55
Pd4 = 70 ; V4 = 210
Pd5 = 60 ; V5 = 150
Pd6 = 50 ; V6 = 100
Pd7 = 40 ; V7 = 60
Pd8 = 30 ; V8 = 30
Pd9 = 20 ; V9 = 10
Pd10 = 10 ; V10 = 0
Curso de Especialização em Gerência de Manutenção
Gestão Financeira aplicada à Manutenção 82
Depreciação
9.2.4. "Método Progressivo de "Depreciação“
O procedimento nesse método ocorre de forma inversa ao do método da soma dos dígitos.
Desta forma, durante os primeiros anos de uso do bem, a depreciação se dá por meio de quotas
menores, enquanto que nos últimos anos as quotas são maiores. Neste caso, o valor de N é o
mesmo do método anterior, ou seja,
E, Pdt = V0 – Vr (t)
N
Ex.: No exemplo anterior, onde m = 10; V0 = 550 e Vr = 0
Depreciação
9.2.5. “Método das Unidades Produtivas’’ ou ‘’Método Máquina/Hora’’
Nesse método a parcela anual da depreciação varia em função das unidades produzidas no ano,
ou das horas de operação, ou seja, varia proporcionalmente com a produção do equipamento. A
fórmula utilizada é:
Pdt = [ (V0 – Vr)/ X] Xt
Onde,
X = Capacidade de produção em unidades físicas ou horas de trabalho.
Xt = Produção ou horas de operação no período considerado.
Ex: V0 = 600.000 m = 10 Vida útil em horas de produção = 30.000
Análise de Valor
Engenharia de Valor
1.Introdução
Durante a 2ª Guerra Mundial, o governo dos E.U.A. determinou que toda a
disponibilidade de matérias-primas consideradas ‘’nobres’’, como por exemplo o níquel, o
cromo, a platina, o chumbo, o paládio, o ferro, o alumínio, etc, ficasse reservada
exclusivamente para o uso da indústria de material bélico ou de interesse militar.
Esta medida fez com que a indústria civil, que precisava sobreviver à guerra, sentisse a
necessidade de encontrar materiais alternativos para mantê-la em funcionamento e
assegurar a continuidade da produção de bens de consumo.
Nestas condições, Lawrence D. Miles, engenheiro da General Eletric Co., iniciou trabalhos
objetivando atender a estas necessidades, que se impunham como um fator de
sobrevivência de alguns setores da G.E. (1947).
Os resultados obtidos nestes trabalhos foram extraordinários, uma vez que muitos dos
materiais alternativos pesquisados e adotados, eram perfeitamente adequados ao
desempenho requerido e, não obstante a isto, eram mais baratos e mais fáceis de serem
obtidos e processados.
Nesta época, verifica-se a sensível evolução na utilização dos materiais plásticos.
Análise de Valor
A partir desta pergunta Miles constatou que a chave de questão estava na palavra mágica
‘’FUNÇÃO’’.
E prosseguindo o seu raciocínio, Miles concluiu que se fosse possível manter as mesmas
funções de um produto qualquer, mas ao meso tempo reduzir o seu custo, este produto
passaria a ter, para quem o produzisse, um maior ‘’VALOR’’.
Concentrando-se nestes conceitos, Miles metodizou a busca do maior “VALOR’’ através da
manutenção ou, se possível, melhoria das ‘’FUNÇÕES’’.
Neste contexto, nasceu a “ANÁLISE DE VALOR’’.
Miles fundou depois a S.A.V.E - Society of American Value Engineers – (SAVE = poupar) e
escreveu o livro ‘’TECHNIQUES OF VALUE ANALYSIS’’, no qual define a análise de valor
como segue:
“Análise de valor é uma filosofia (método de resolver problemas) implementada de
técnicas... É a abordagem organizada e criativa de identificar custos desnecessários, isto é,
custos que não criam melhor qualidade, maior duração, melhor aparência, etc. A análise de
valor não pode ser substituída pelos métodos convencionais de redução de custos... porque
dá resultados muito maiores.
O trabalho desenvolvido pelo Eng° Lawrence D. Miles (pai da análise de valor) incluiu-o,
juntamente com o Eng° Henri Fayol (fundador da ciência da administração), na lista dos
engenheiros meritórios que deram os subsídios mais relevantes à administração.
Análise de Valor
3. A Difusão da A.V./E.V.
O novo método, desenvolvido por Miles, economizou para G.E., num ano, para um só item,
US$200.000. Encorajada pelo sucesso, a G.E. investiu US$ 800.000 para aperfeiçoar as técnicas de
análise de valor e economizou US$200.000.000 em 17 anos, um retorno de 24.900%.
Com os inúmeros projetos desenvolvidos nos primeiros anos na G.E., Miles pôde, portanto, aperfeiçoar
o método e substanciá-lo com resultados reais.
Somente após 5 anos de emprego limitado à G.E., que Miles passou a divulgar esta técnica através de
jornais e revistas.
Tais publicações despertaram imediato interesse e, a partir de 1952, a análise de valores difundiu-se
rapidamente por todos os E.U.A.
A fundação da S.A.V.E foi um marco muito importante na divulgação em todo o país como ainda no
exterior, da A.V/E.V.
A partir de 1954, o Departamento de Defesa dos E.U.A. começou a formar especialistas em A.V., e em
1963, foi incluída nas normas de compras acima de US$ 100.000.
Induzidos pelos resultados dos militares, a NASA, e os Ministérios de Transporte, Saúde e Construção
Civil, Correios, e, finalmente, as indústrias em geral, adotaram a A.V.
Em fins da década de 50, a Engenharia e a Análise de Valores passou a ser empregada na Europa
(Inglaterra, França, Bélgica e Alemanha) e no Japão, onde é considerada como uma das técnicas
responsáveis pelo ‘’milagre japonês’’, pois foi naquele país que esta técnica foi adotada com maior
intensidade.
No Brasil, a Análise de Valores não teve grande destaque, embora algumas Empresas tenham realizado
programas de utilização da A.V., pois a existência de um mercado fechado não motivou esforços de
racionalização.
Análise de Valor
O valor real de um produto é o seu grau de aceitação pelo cliente.
O valor real de um produto depende tanto de condições locais quanto de temporais. Assim,
uma geladeira vale mai9s em regiões tropicais do que no polo norte e acessórios para árvore
de natal valem mais em dezembro do que em março.
A propaganda criam modas e marcas e tenta enraizar hábitos, para querermos valores de
estimação, em prejuízo de valores de uso.
O valor real de um produto é sempre uma entidade relativa e correspondente à combinação de
tipos específicos de valores. Em geral, aumenta com maiores valores de uso, estima e de troca
e diminui com o crescimento do valor de custo.
O valor padrão ou ‘’valor’’ é definido para produtos com o equivalente em dinheiro do
desempenho apropriado destes produtos. Representa o custo mínimo de um produto, que irá
desempenhar confiavelmente as funções, sem prejuízo das especificações requeridas, e que foi
produzido usando-se os mais modernos materiais e métodos de manufatura.
Assim o ‘’valor’’ de um produto indica quanto o seu desempenho(uso, estima e troca) deve
custar e serve como base de comparação com os custos reais.
Outras definições de ‘’valor’’:
“VALOR’’ é
-Uma estimativa da maneira mais econômica de desempenhar uma função (S.A.V.E.).
-Uma estimativa idealisticamente baixa do custo de realizar uma função requerida (S.A.V.E).
-O custo mais baixo possível de uma função requerida especificada (S.A.V.E).
-A representação de menor gasto necessário para prover a função requerida (O’ Brien, 1976).
VALOR =__________
‘’VALOR’’
‘’CUSTO REAL’’
Além das conceituações anteriores é importante, também, considerar que o valor de um bem ou serviço é composto
diferentemente sob os enfoques do cliente e do fornecedor.
O valor para o cliente ou usuário é caracterizado pelas ‘’funções’’, ‘’preço’’ e ‘’desempenho’’ do produto ou serviço.
O valor para o produtor ou fornecedor é caracterizado pelo ‘’lucro líquido’’, ‘’retorno do investimento’’ e ‘’fluxo de caixa’’.
4.3. Análise
“Análise’’ é a decomposição de um todo em partes. É o exame minucioso de cada uma das partes de um todo.
“Análise de Valor’’ é o exame minucioso do valor de um produto, no que diz respeito ás ‘’funções’’ que ele exerce.
Análise de Valor
A abordagem funcional pode ser definida como a determinação da natureza essencial de uma
finalidade, considerando que todo o produto, para existir, tem uma finalidade.
A teoria da Análise de Valor considera que:
-O pensamento criativo é bloqueado pela forma física ou pelo conceito dos produtos ou
serviços.
- A análise das funções facilita a remoção dos bloqueios para a visualização e fornece
oportunidades excepcionais para o pensamento criativo.
O âmago da questão é que o ‘’CLIENTE QUE UMA FUNÇÃO’’. É só isso que ele quer. É só
com isso que ele se importa.
Primeiro, deve-se compreender uma ‘’função’’. Depois, descobrir seu ‘’valor’’.
Análise de Valor
VERBO SUBSTANTIVO UNIDADE DE MEDIDA
controlar ruído decíbel
evitar vibração ciclo/s
frezar metal cm³
isolar calor calor °C
suportar peso kgf
transmitir torque kg x m
VERBO SUBSTANTIVO
aumentar beleza
melhorar aparência
manter comodidade
dar forma
As funções necessárias se caracterizam por ter o seu desempenho procurado pelo cliente.
Ex.: um furo de centro de uma peça usinada origina funções desnecessárias para o cliente,
apesar de importantíssima para o fabricante, considerando o seu processo de fabricação.
Análise de Valor
A maior dificuldade é, sem dúvida, obter o ‘’valor’’ das funções. Desde que todos os valores
são relativos, uma das técnicas mais diretas é a de “VALIAR POR COMPARAÇÃO’’, isto é,
quantificar o ‘’custo’’ de outra função conhecida a ela comparável e, se possível, de um
outro produto similar existente, próprio ou de concorrente.
Análise de Valor
5.5.2. Isqueiro comum descartável
Funções do Isqueiro
Análise de Valor
6. O projeto de ‘’Análise de Valores’’ou ‘’Plano de Trabalho’’
6.1. Introdução
Miles (1960); Prendergost (1961); Departamento de Defesa dos E.U.A. (1963); Gage (1967);
Mikulak (1967); Ames(1968); Joineau (1968); Clawson (1970); Heller (1971); Toco/Fallon
(1971); Mudge (1971); Creasy (1971); Fasel (1972); Rye, Owen E. (1980).
Análise de Valor
Fase 3 – Criatividade
Uma vez encontradas as funções que devem ser otimizadas seja quanto ao seu custo, como quanto ao seu
desempenho (dependendo do objetivo do trabalho), procede-se a procura de alternativas para essas funções,
utilizando-se processos de criatividade de grupo. Como base para o trabalho, o grupo deve-se orientar em
responder a seguinte pergunta:
-Como posso exercer essa função de forma mais barata (ou melhor) ?
Fase 4 – Julgamento
O grupo irá agora julgar as alternativas apresentadas na fase de criatividade, escolhendo as que mais
poderão atender aos objetivos, comparando cada alternativa com as exigências de projeto, de mercado, de
custos, etc.
Análise de Valor
1. Fase de Informação:
A função deste conjunto é de operar um equipamento num circuito de 110 V. Isto requer ligar e
interromper o circuito milhões de vezes. Ele liga o circuito com uma corrente máxima
inicial de 10 A, e interrompe com um máximo de 3A, e com uma indutância conhecida. Ele
opera em temperatura ambiente, normalmente seco e razoavelmente isolado de vibrações
causadas pelo equipamento.
O contato é usado em quantidade de 1 milhão, e a quantidade de prata necessária para
executar a função está bem determinada. A prata é comprada como peça acabada e é
soldada no suporte de latão.
Desenhos, especificações, nomes dos fornecedores, custos, quantidades programadas e toda
informação pertinente está disponível.
O custo é US$ 22,00 por mil peças. Como normalmente acontece com outros contatos
elétricos, a técnica usual é de prover a quantidade suficiente de prata na superfície de
contato e de fixar numa base de latão, que é ótimo condutor de eletricidade e tem eficiente
capacidade de dissipação do calor.
2. Fase de Análise
Fabricar este conjunto requer muito trabalho:
Uma fita de prata é colocada a uma fita de latão para depois ser recortada por estampagem
em botões de ¼ de diâmetro.
Estes, são calibrados e enviados pelo fornecedor. Fitas de latão são estampadas e recortadas
para fazer os suportes, e os botões são soldados a eles.
Análise de Valor
Alternativas:
1. Usar fita de aço.
2. Usar fita de aço, na qual a prata é soldada, colada ou fundida.
3. Usar fita de latão ou cobre.
4. Usar fita de latão ou cobre a qual a prata é soldada.
5. Usar fio de aço.
6. Usar fio de latão ou cobre.
7. Usar fio ou fita de aço, latão ou cobre com banho de prata.
8. Usar fio de prata.
9. Soldar fio de prata numa base de aço, latão ou cobre.
10. Soldar fio de prata ao longo de uma fita de aço, latão ou cobre e recortar.
11. Soldar fio de prata ao longo de uma base de aço, latão ou cobre, recortar e calibrar.
12. Soldar fita de prata a uma fita de latão, cortar e calibrar.
13. Soldar fita de prata recortada ma forma de uma fita latão e recortar.
14. Usar rebites de prata em base de aço, latão ou cobre.
15. Soldar ou fundir bolas de prata sobre base de aço, cobre e latão.
16. Comprar os contatos atuais a preços melhores.
17. a 100. – etc.
4. FASE DE JULGAMENTO
Aqui surgem comentários que são típicos, porém não completos, tais como:
Alternativa 1: “Usar fita de aço’’
Aço não tem sido aceito como contato - elétrico satisfatório quando deve conduzir uma
quantidade de corrente por um número requerido de ciclos.
Alternativa 2: ‘’Usar fita de aço, na qual a prata é soldada, colada ou fundida’’
A forte crença da parte de técnicos especializados, de que deve-se usar metais não-ferrosos,
combinada com o problema do calor gerado pelo aço, faz desta alternativa uma das menos
desejáveis.
Alternativa 3: “Usar fita de latão ou cobre’’
Esta não foi considerada satisfatória para as condições de operação exigida.
Alternativa 4: “Usar fita de latão ou cobre a qual a prata é soldada’’
Provavelmente uma solução correta. É a forma que vem sendo feita atualmente. Outras
alternativas, mais para frente, utilizam esta alternativa com bases mais específicas.
Alternativa 5: “Usar fio de aço’’
Provavelmente contatos de elementos de aço com aço, não irão funcionar convenientemente
nas condições exigidas.
Alternativa 6: “Usar fio de latão ou cobre”
Provavelmente uma solução satisfatória. Todavia a forma tecnicamente acreditada, e mais
usual, é a de utilizar prata como ponto de contato para ligar e interromper circuito nas
condições exigidas.
Análise de Valor
Alternativa 7: “Usar fio ou fita de aço, latão ou cobre, com um banho de prata’’
É provavelmente uma boa alternativa. Se o banho pudesse ser obtido economicamente
e com a espessura adequada nos pontos de contato, poderia exercer a função a custos
mais baixos.
Alternativa 8: “usar fio de prata’’
Esta alternativa está fora de cogitação pelo seu custo elevado.
Alternativa 9: “Soldar fio de prata numa base de aço, latão ou cobre’’
Esta é uma alternativa que deve ser melhor investigada.
Alternativa 10: “Soldar fio de prata ao longo de uma fita de aço, latão ou cobre e
recortar’’
Esta alternativa deve ser investigada em um conjunto com a alternativa 9.
Alternativa 11: “Soldar fio de prata ao longo de uma base de aço, latão ou cobre,
recortar e calibrar’’
Esta também deve ser investigada com a alternativa 9
Alternativa 12: “Soldar fita de prata a uma fita de latão, cortar e calibrar”
É uma solução prática, porém não tão útil quanto a alternativa 13.
Alternativa 13: “Soldar fita de prata recortada na forma, a uma fita de latão e
recortar’’
É uma alternativa viável, e merece ser melhor investigada.
Análise de Valor
Quanto a alternativa 16 , ela foi designada para o setor de compras, para ação.
Sempre que houver uma tentativa de realizar um trabalho específico, de uma forma
diferente do atual, novas perguntas surgirão.
A cada um de seus fornecedores ou especialistas foi designado um elemento de apoio para
fornecer informações ou orientações para adaptar a tecnologia deles função requerida. Suas
perguntas foram respondidas prontamente, e eles ficaram convencidos de que a Empresa
(fabricante do contato) faria todos os esforços para resolver qualquer problema e aplicar a
solução que efetivamente executasse a função pretendida pelo mínimo custo.
O resultado foi que várias das alternativas apontadas mostraram uma eficiência equivalente
aos requisitos da função, e a um custo mais baixo. Foi escolhida a alternativa mostrada na
‘’folha de sugestão’’ anexa, que apresentava os mesmos materiais funcionais da original. Era
uma peça intercambiável com ela, não requerida nenhuma mudança em outras peças e
reduziu os custos pela metade.
6.3. Plano de Trabalho da VDI (Norma DIN 69910)
A descrição deste plano é apresentada no livro de Dirceu Maramaldo – “Análise de Valores’’
2ª Edição – 1993 – Editora Intercultural.
A V.D.I. modificou um pouco o plano da S.A.V.E., incluindo uma fase de “Preparação’’, para
garantir um bom começo, e uma fase onde inclui, como encerramento, a implantação do
projeto finalmente aprovado.
Este plano é o mais recomendado, por ser mais detalhado e prático, embora na essência
seja semelhante ao anterior.
Análise de Valor
Fase 3 – Crítica
Processa-se aqui à crítica das Funções, ou seja um exame detalhado do entrelaçamento
entre os interesses do fabricante e de comprador ou usuário, no que diz respeito á
realizações das funções. Já estando classificadas as funções desnecessárias, e havendo
algum custo alocado a elas e só a elas, aí está a primeira e mais simples redução a se fazer:
basta eliminar essas funções e automaticamente estaremos eliminando os custos a elas
alocados.
Em seguida, processa-se à crítica para verificar se todas as funções exigidas pelo
comprador ou usuário estão plenamente realizados e se o seu custo está compatível com o
valor dado pelo usuário a essa função. Todos os desvios significativos devem ser objeto de
estudo mais detalhado, podendo-se é claro, por simplicidade, deixar de lado as funções que
apresentam baixo valor e baixo custo simultaneamente. Somente as funções assim
consideradas críticas, continuarão a ser consideradas para as próximas etapas do Plano.
Fase 4 – Criatividade
É nesta fase que, usando-se outra vez de processos de criatividade em grupo, procuram-se
alternativas de como exercer as funções críticas de forma mais barata ou mais satisfatória,
dependendo do objetivo previamente estabelecido.
Análise de Valor
Fase 5 – Analítica
Trata-se da análise do ponto de vista de viabilidade técnica, econômica e mercadológica
de todas as soluções encontradas na fase anterior, selecionando-se somente aquelas que
podem satisfazer a esses três campos.
Fase 6 – Planejamento
Etapa 1: Escolha de Soluções
De posse de todos os dados obtidos na Fase anterior, pode agora o grupo escolher qual
ou quais as soluções que considera viáveis de serem encaminhadas como propostas para
a implantação.
O principal fator de escolha é claro, é se a alternativa em questão atende aos objetivos
previamente estabelecidos.
Etapa 2: Apresentação da Solução
Utilizando formatos adequados e de acordo com os procedimentos internos da Empresa,
o grupo procede agora ao encaminhamento da proposta escolhida, oferecendo todos os
subsídios que o levou a selecionar essa alternativa.
Etapa 3: Acompanhante da Implantação
Um dos fatores de maior motivação para qualquer grupo força tarefa é poder acompanhar
e policiar a implantação de seus projetos. É também importante sua participação em
regime de consulta direta durante essa fase, a fim de se assegurar que tudo se passa
como efetivamente planejado. Deve então, haver uma forma sistemática de se manter o
grupo informado e em permanente contato com os setores envolvidos na implantação do
projeto.
Análise de Valor
Análise de Valor
Essa procura pode ser feita por um dos seguintes critérios, ou pela combinação
deles:
1. Por simples indicação, recomendação ou consultas.
2. Cada chefia, cada elemento dentro de uma organização, já possui inúmeras
oportunidades de racionalização de seu conhecimento, e que podem servir de
ponto de partida para a elaboração da listagens específicas, obtidas pelo
método de “Brainstorming’’ Individual.
A segunda fase deve ocorrer simultaneamente com a primeira, ou seja, cada
objeto claro e determinado, e se possível quanto a:
- custos
- Quantidade
- Qualidade
- Prazo
O próprio elemento que indica ou identifica a oportunidade, deve ser consultado
quanto ao objetivo esperado a ser atingido pela racionalização.
Esse objetivo, um para cada objeto listado, deve ser reconhecido e aceito por todos
quantos estejam envolvidos com o objeto, com o intuito de manter o envolvimento e o
interesse de todos no programa.
A primeira etapa, ou seja a procura de oportunidades, estará terminada quando houver
uma listagem de objetos, cada um com seu objetivo de racionalização claramente definido
e reconhecido por todos, dos quais será escolhido um para tentativa de análise.
2ª Etapa: Priorização (D.E.I.P.)
Uma tarefa sempre aparentemente difícil de ser realizada, é a seleção por prioridade entre
as várias oportunidades para racionalizar.
Entre os vários objetos para estudo de redução de custos, por exemplo, será o mais
importante para a análise, aquele que apresenta a possibilidade de obter a obtida na
primeira etapa, aquele ao qual o grupo irá se dedicar em primeiro lugar? Como evitar as
influências pessoais nessa escolha?
Análise de Valor
Não é, no entanto, uma tarefa difícil, e pode ser realizada com simplicidade pelo método “D.E.I.P’’. Esse
método é uma derivação do método apresentado por D. Maramaldo em “Análise de Valores’’, tendo sido
apresentado por Duilio H. Pinton no livro “Engenharia de Valores – Vetor de Competitividade’’. Este
método permite que cada integrante da equipe de projeto estabeleça um debate, baseado nas
informações apresentadas, são atribuídos os pesos consensuais da equipe para cada proposta de
projeto.
Estes pesos são multiplicado entre si para cada proposta de projeto. O maior produto
indicará o projeto a ser desenvolvido, conforme o exemplo a seguir:
Priorização de Projetos
Projetos D E I P DxExIxP
1. Reduzir o custo do produto A em 15% 8 5 8 10 3200
2. Agilizar a emissão de RM’s em 20% 10 3 10 3 900
3. Reduzir o refugo do suporte E.46 em 40% 3 8 5 10 1200
4. Diminuir a reposição das esferas U/20 em 1 10 10 1 100
5%
5 1 3 8 120
Análise de Valor
Análise de Valor
Exemplo das fases anteriores:
Exemplo de descrição de Funções: Óculos de Segurança
Análise de Valor
Análise de Valor
Após examinar cada função a modificar, ou seja, reduzir seu custo ou simplificar sua
burocracia, poderá o grupo ocupar-se em buscar alternativas de como exercer novas funções
que eventualmente foram detectadas como necessárias na fase anterior, e não oferecidas
pelo objeto.
Nesta fase, procuram-se apenas listar alternativas, sem a preocupação com a viabilidade
técnica ou econômica, e quanto maior for essa lista, maior serão as possibilidades de
sucesso.
6 ª Fase: Formação das Alternativas Viáveis
De posse da listagem de alternativas para modificar ou acrescentar novas funções, deve
agora o grupo analisar todas elas, eliminando as que possuem evidência de inviabilidade,
modificando conforme surgirem novas ideias e, finalmente, combinado as alternativas de
várias maneiras, a fim de elaborar novas formas para o objeto.
Serão então estabelecidas várias prováveis soluções para a racionalização do produto ou
serviço, devendo-se agora proceder-se à análise de viabilidade econômica e técnica de cada
uma delas, antes de se passar para a quarta etapa do programa.
Análise de Valor
Pesos F I R E
Funções Investimento Resultado Exequibilidade
10 Desempenha Nenhum Acima do Extremamente
todas as funções Estimado Fácil
necessárias
8 Não se Aplica Pequeno Conforme Muito Fácil
(zero) Abaixo de Estimado
5 Não se Aplica Razoável Pouco Abaixo do Fácil
(zero) Até Estimado
3 Não se Aplica Alto Razoavelmente Difícil
(zero) Acima de Abaixo do
Estimado
1 Não se Aplica Muito Alto Muito Abaixo do Muito
(zero) Acima de Estimado Difícil
Observando os F.I.R.E., a equipe de projeto, através de debate, atribuirá pesos relativos para
cada um dos fatores em cada alternativa, conforme exemplo a seguir:
Alternativa F I R E FxIxRx
E
1. Subst. Do Sub - Conj.A/23 por Circuito 10 8 5 8 3200
Int./Carcaça de Alumínio
2. Manter Sist. Mecânico .Trocando Rol. Por Bucha 10 5 3 3 450
Sinterizada
3. Eliminar Velocidade 2 com retirada do Sub – Conj. 0 10 8 10 0
A/23
4. Eliminar Mecanismo de Transmissão do Eixo 10 3 10 5 1500
Came Principal
5. Bratzclatze was there Trocando a carcaça de 10 8 8 1 640
poliuretano
Análise de Valor
6ª Etapa: Acompanhar a Implantação
Esta etapa é acrescentada como parte da Análise de Valores, porque o método somente
deve ser considerado completo quando a solução estiver implantada e seus resultados
comprovados.
Durante a fase de implantação pode ser importante a participação do grupo para esclarecer
dados, analisar novas alterações que se façam necessárias e, acima de tudo, manter-se
informado e atualizado, sobre o andamento da implantação.
É da maior importância a motivação assim gerada, bem como os conhecimentos e dados
adquiridos para futuros projetos de Análise de Valores. Somente quando a implantação
termina e os resultados são comprovados, que o grupo poderá considerar sua missão
cumprida.
6.5. Criatividade
Para um adequado desenvolvimento de um Plano de Trabalho na Análise de Valor é
fundamental o conhecimento do processo criativo.
Pelo que já foi exposto, fica da criatividade, claro que a aplicação individual ou em grupo,
acontece repetidas vezes no processo da Análise de Valor, havendo uma dependência
direta dos resultados dessa criatividade com os resultados finais do projeto.
Algumas das técnicas de geração de ideias que podem ser utilizadas são:
Brainstorming - Brainstorming Aberto Reverse Brainstorming
Método 6.3.5. (Brainwriting) Synectics
Brainstorming com recuperação Brainstorming Individual
Clínicas e Centros de criatividade
Ábaco Eurístico, Método do Analogismo, etc.
a) Explicite a parcela referente à depreciação e exclua-a do ‘’fluxo de caixa antes do I.R.’’ para
obter a renda tributável.
b) Calcule o I.R. fazendo incidir sobre a ‘’renda tributável’’ a alíquota correspondente.
c) Calcule o ‘’fluxo de caixa após o I.R.’’ subtraindo o valor do I.R. do fluxo de caixa do I.R.
Solução:
Solução:
Risco e Incerteza
Um fato real, e que introduz uma nova dimensão na análise de projeto de investimentos, é a incerteza e a
falta de controle absoluto sobre a forma com os eventos irão acontecer no futuro. Pode-se fazer previsão
sobre o comportamento futuro de determinados eventos, mas não se pode determinar exatamente quando e
em que intensidade eles deverão ocorrer. Apesar da incerteza, o investidor tem de decidir, à luz das
informações presentes disponíveis, qual o melhor curso de ação a ser tomado.
Nas análises anteriores tinha-se como pressuposto básico um conhecimento determinístico dos elementos
que compõem o fluxo de caixa, ou seja, conhecia-se com certeza qual a taxa de desconto a ser utilizada,
qual iria ser a duração dos projetos e quais seriam a receita e os custos em cada período. Sabe-se, no
entanto, que na maioria dos projetos que os valores determinísticos não passam de aproximações ou
médias de valores. Esta abordagem é, evidentemente, frágil e a solução de contorno é se utilizar das
técnicas que levam em conta a ‘’aleatoriedade’’ dos elementos que compõe o fluxo de caixa de um projeto
de investimento.
Embora na prática eles se confundam, academicamente, os termos ‘’risco’’ e ‘’incerteza’’ são diferentes. O
termo ‘’incerteza’’ é utilizado quando se conhece nada sobre o comportamento futuro dos eventos. E os
termos ‘’risco’’ quando se conhece, pelo menos, distribuição de probabilidades de comportamento futuro dos
eventos.
É evidente que uma situação de absoluta incerteza não ocorre. No mínimo, conhecer-se os limites de
variação dos possíveis valores futuros que os eventos poderão assumir:
As técnicas mais conhecidas para tratar com risco e incerteza são:
-Análise de sensibilidade
- Geração analítica da distribuição de probabilidade do VLP
- Geração numérica da distribuição de probabilidade do VLP
μj = (a = 4m + b) / 6
σ ² = [ (b – a) / 6] ²
Até hoje, em grande parte das Empresas, constata-se que a compra é feita considerando-se apenas o
custo inicial dos equipamentos, deixando-se de considerar os demais custos futuros que incorrerão
durante a vida útil dos equipamentos.
Observa-se que em muitas situações o custo de aquisição de equipamentos pode ser pequeno se
comparado com os custos de manutenção e operação durante a vida útil ou ciclo de vida do
equipamento.
Análise Econômica
da
Manutenção
Despesas
Reais Pessoal
Operacional
Consumos
Custo de manutenção preventiva
CCV = Σ Cj
Onde : CCV = valor do custo total do ciclo de vida
n = número dos diferentes custos que incorrem durante a vida útil do equipamento
Cj = representa os diferentes custos que incorrem durante a vida útil do
equipamento, que podem ser:
Custo de manter
Programada
Custo de interrupção
Forçada (falha)
1.6.2. Receitas
- Faturamento sobre o serviço prestado
- Valor residual (receita e venda)
- Benefício Fiscal
Ganhos com redução do custo de manter e operar.
Cm(vp) = Cm 1-(1+i)
-m
= 80 1-(1+0,1)
i 0,1
Cm(vp) = 608,5$
Máquina II
Custos
Custo
Totais
Fixo Máquina I
Máquina I
Custo
Fixo
Máquina II
Ponto de
P (parâmetro de variação)
Oportunidade
CMP = T CDP
ti
CMP = Custo total da preventiva
CDP = Custo direto da preventiva
ti = Periodicidade de intervenção
Obs: Caso a manutenção preventiva provoque perda de produção, este valor deve ser
considerado na análise.
Neste caso,
λ – λR > CDP . 1
CDC + CF ti
Custos CPP
CASO 1 CASO 2
CM
Δ CM2
Δ CPP1
Δ CPP2
Δ CM1
1 2 3 4 nível de manutenção
Cm = Custo de manutenção
Cpp = Custo de perda de produção
Portanto:
Se ΔCM ~
= ΔCPP Nível (quantidade) otimizado de manutenção
Preventiva 0 30 % 60 % 90 % Divisão
Custo
mínimo
t
TTR mínimo TTR econômico
CA + CP
Custo do Ciclo de Vida
CA
Zona
de
Otimização
Econômica CP
Confiabilidade
Custos de falhas
0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 TAN
(em horas de parada)
Do
Onde:
CF(V) = Custo de falha durante a vida útil
NF = (N° de falhas)/ ano
t = Tempo estimulado de vida útil anos
CmR= Custo médio do reparo
CmPP = Custo médio de perda de produção
Substituição
de
Equipamentos
Substituição de Equipamentos
Dificuldades
Custos de
Aquisição >>> Custos de
Operação e Manutenção
Consequências
Resultados são otimizados no curto prazo que, muitas vezes, comprometem a empresa no
longo prazo (perda de competitividade).
Manutenção Rentabilidade
Anti-econômica Valor artificialmente (Retorno sobre o Investimento)
de bens de capital baixo do ativo artificialmente alto
Substituição de Equipamentos
Conclusão
Sem Equipamento
Reposição Idêntico
Quanto à Equipamento
Reposição Não - Idêntico
Com
Reposição Equipamento com
Progresso Tecnológico
Substituição de Equipamentos
A baixa sem reposição refere-se aos casos em que o equipamento, se for desativado, não
será substituído.
Portanto, a decisão não é propriamente substituir, mas desativar.
Decisão:
VLPmanut > Ø
VLPmanut = Valor Presente Líquido de Fluxo de caixa das receitas e custos futuros.
Vida Econômica
1. De Capital
2. De Operação
3. De Manutenção
Vida econômica é o tempo necessário para se atingir o nível mínimo do custo total
(capital, operação e manutenção) do equipamento.
Substituição de Equipamentos
Custo de Capital
L (alienação)
0 1 2 3 4 5 6 ........ n -1 n
L= Ø CAEC Decrescente
Substituição de Equipamentos
Constatações
Substituição de Equipamentos
Exemplo: Custo Anual Equivalente de Operação e Manutenção para três equipamentos que
apresentam custos iguais no 1º anos e crescimento uniforme destes custos e taxas anuais de
5%, 15% e 20%, respectivamente (TMA = 10%a.a., n= 25 anos).
600
400 B
200
A
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25
Tempo (ano)
t CAEC
t CAEom
Exemplo:
a) Custo de aquisição = 100
b) Custo de operação e manutenção = 6 (1º ano) (inclue perda de produção)
c) Valor de mercado = reduz 20% no 1º ano e 10? Nos anos seguintes
d) Vida útil = 10 anos
e) TMA = 10% (antes I.R.)
Substituição de Equipamentos
Custo Equivalente Capital
Operação e Manutenção
Total
40
35
30 Total
25
Custos
20
Capital
15
10
Operação e Manutenção
5
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Tempo (anos)
Decisão:
O ativo deve ser substituído quando atingir o final da sua vida econômica – (CAEC = OM) min.
Portanto:
Substituição de Equipamentos
Para o futuro considera-se que os equipamentos novos (desafiantes) não sofrerão mudanças
significativas.
Decisão:
Casos:
1° Caso:
O defensor já atingiu sua vida econômica.
Portanto, nenhum equipamento deveria ser utilizado além de sua vida econômica.
Substituição de Equipamentos
2º Caso:
A substituição deve ser feita na época economicamente mais apropriada, a ser determinada.
Para o futuro considera-se que os equipamentos novos (novos desafiantes) que serão
lançados no mercado sofrerão mudanças (ganhos) significativas.
Substituição de Equipamentos
Reforma ou Recondicionamento
Imposto de Renda
Contabilidade
É a ciência concebida para captar, acumular, resumir e interpretar os fenômenos
que afetam as situações patrimoniais, financeiras e econômicas de qualquer ente,
seja pessoa física, entidade de finalidade não lucrativa, empresas, pessoas de
direito público (estado,município, União), etc.
Capitalização
Situação Patrimonial Procedência dos capitais
Composição do ativo
Garantia de capital de terceiros
Ativo Passivo
(Aplicações) (Origens)
Obrigações
Bens – AP (Capital de Terceiros) PC
(Imobilização) PELP
REF
+ +
Total = Total
Ativo Passivo
-Saldos de investimentos em
Ativo Diferido desenvolvimento de novos produtos
- Despesas pré-operacionais ou de
instalações em andamento.
- Despesas com juros sobre o capital
pago a acionistas no início das
operações
Capital Social
Patrimônio Reserva de Capital
Líquido Reserva de Reavaliação
(Capital próprio) Reservas de Lucros
Lucros ou Prejuízos Acumulados
Análise Empresarial
2. Análise Financeira
2a.) Índices de liquidez
São utilizados para medir a capacidade de pagamento da empresa, especialmente no curto
prazo.
2a.1) Índice de Liquidez Corrente ou Comum
(Solvência Líquida)
ILC = A.C
P.C
Indica a capacidade teórica da empresa pagar sua dívidas de curto prazo.
2ª.3) Liquidez Geral ou Solvência Bruta
ILG = AC + ARLP
PC + PELP
2.b) Índices de Atividade
2b.1) Rotação de Estoques
I.R.E = Custos de mercadorias Vendidas
Estoque médio
Este índice indica quantas vezes o estoque médio é renovado durante o exercício.
Uma redução do I.R.E indica uma elevação do número de dias em que os estoques
permanecem na empresa, o que indicar uma anomalia (redução de vendas, por exemplo).
Anexos
Anexos
Cena IV
Os negócios vão bem, os preços são favoráveis e o lucro deste ano promete ser espetacular! Já
os custos...”Soubeste da última – diz o colega adentrando teu escritório – acabam de contratar
um jardim lá com o Murle Bax – será mesmo esse nome? – custo pra mais de 500 milhões!
Agora, que cortaram nosso cafezinho, lá isso cortaram!’’
Cena V
“Essa ideia é boa, aliás, é muito boa, é mesmo ótima” – diz o Diretor de Produção. ‘Mas, rapaz,
por que você não disse antes?’’ Após um silêncio embaraçoso, o encarregado de manutenção
responde, meio sem jeito: “Bem, o senhor nunca me perguntou antes...”
Fim de nosso teatrinho.
Bem, se você já assistiu a cenas parecidas com essas e se apesar disso, ainda continua
corajoso e confiante à procura de uma maneira de produzir mais, com menos desperdício, com
mais lucro para todos e, ainda, com mais satisfação para o pessoal envolvido, então... Este
artigo foi escrito para você que, certamente, fará bom uso dele, tenho toda a certeza.
Quanto Vale a Redução de Custos?
Nos últimos anos, o incremento da produtividade, as técnicas de redução de custos e o controle
de eficiência vêm despertando cada vez maior interesse e atenção das empresas norte-
americanas e europeias. Mas, talvez tenha sido o Japão quem conseguiu resultados mais
surpreendentes nessa área. Na Matsushita, por exemplo, as técnicas de redução de custos
chegaram a oferecer economias anuais equivalentes a 30% dos lucros anuais teriam sido
reduzidos de um terço! E o mesmo afirmaram a Kawasaki, a Toyota, etc.
Receitas mensais......................10.000
Custos ‘’normais’’......................(9.000)
Lucro mensal..............................1.000
Os custos ‘’normais’’ são aqueles incorridos dentro de um determinado padrão de desempenho,
sem especial preocupação com a eficiência mas, também, sem maior ‘’desperdício’’.
Entretanto, se nessa empresa o ambiente fosse de pouca atenção em relação aos custos,
instalando-se, em consequência, um regime de ‘’desperdício’’, poderíamos ter, por exemplo, um
ligeiro aumento de 1% dos custos, acima do normal, com os seguintes resultados:
Receitas mensais...........................10.000
Despesas com desperdício
(‘’normais’’ + 1%.............................(9.090)
Lucro mensal...................................910
Rentabilidade
Anual projetada = CR$ 910.000 x 12 x 100 = 54,6%
(em relação ao Capital) CR$ 20.000.000
Anexos
Agora, suponhamos que se implante um programa de redução de custos, modificando-se e
controlando-se as operações da empresa e que, em consequência, obtenhamos uma pequena
redução de custos de 1% (em relação ao nível normal). Os resultados seriam já agora os
seguintes:
(em CR$ 1.000)
Receitas mensais....................................10.000
Despesas sem desperdício
(‘’normais – 1%).......................................(8.910)
Lucro mensal............................................1.090
Rentabilidade
anual projetada = CR$ 1.090.000 x 12 x 100 = 65,4%
(em relação ao Capital) CR$ 20.000.000
Se objetivamos um aumento, digamos de 50% em nosso lucro, poderíamos alcançá-lo pelo menos
de duas maneiras diferentes (conservadas as mesmas percentagens de Despesa e Lucro):
Alternativa ‘’A’’
Aumento do lucro em 50% através de um aumento de vendas em 50%.
Receitas.......................750.000 100
Despesas.....................(675.000) 90
Lucro............................75.000 10
Anexos
Alternativa ‘’B’’
Aumento do lucro em 50% através de uma redução de custos em 5%.
Receitas.........................500.000 100
Despesas.......................(425.000) - 85
Lucro...............................75.000 15
Como exemplo, a técnica de Análise do Valor examina o problema da redução de custos partindo
do pressuposto de que se pode obter um mínimo de 10% de redução (otimização) em relação
aos gastos atuais. A presunção assim se justifica: é que sempre se conseguiu bem mais que isso
e reduções da ordem de 50%, 60% e até de 100% são frequentemente alcançadas (se o gasto
se prova inútil e o cortarmos totalmente, a economia é de 100%). Nos Círculos de Controle de
Qualidade, ganhos em Produtividade de 15%, 20% ou mais não são raros!
Mas, se uma redução de custos de somente 1%, 2% ou 5% pode ser tão importante e se
percentagens até bem maiores são prometidas e obtidas pelas técnicas de redução de custos,
por que será que entre nós, aqui no Brasil, as empresas parecem dar tão pouca importância ao
assunto?
Quando se examina a história econômica dos países desenvolvidos, o que se nota, exatamente,
é essa procura ininterrupta, constante e sistemática de níveis mais elevados de produtividade.
Essa diferença de cultura empresarial se expressa, basicamente, por uma valorização e
utilização diferentes, calculada dos insumos de tempo, matéria, recursos humanos, energia etc.,
consumidos no processo produtivo e que merecem, nos países mais adiantados, um cuidado e
uma preocupação permanentemente administrados.
Além disso, a redução de custos não é uma ocupação, digamos, ‘’natural’’ dos empresários,
mesmo em contextos economicamente mais desenvolvidos. Muito ao contrário, essa
preocupação é uma atividade ‘’induzida’’, que nasce e se desenvolve aos poucos.
Anexos
Algumas Barreiras... E como Ultrapassá-las!
Até recentemente era bem raro encontrar-se empresas nacionais com programas ou esforços
específicos de otimização de recursos e nossa experiência de consultoria nessa área é, por vezes,
até frustrante.
Empenhadas em programas de crescimento e investimento, lutando para implantarem novas
tecnologias, enfrentando dificuldades de mão de obra especializada, a braços com a falta de
competência gerencial, à míngua de capital para se desenvolverem à altura das exigências de
mercado e , last but not least, lutando contra dia a dia das flutuações inflacionárias e da
desorganização político administrativa social do País, parece que não vem sobrando tempo para
tratarem elas de um detalhe pequeno mas de consequência críticas: produzir mais e melhor com
menor custo e com mais satisfação das pessoas envolvidas no processo...
Há, evidentemente, um conjunto enorme de razões para não se fazer nada, mas dentre elas
destacaríamos algumas barreiras (internas ou externas à empresas) especialmente limitantes de
ações e intenções de melhoria nessa área. São elas:
Problemas de conceito;
As fases do controle de custos;
O comportamento organizacional: as leis do desperdício; e
O desconhecimento das técnicas e programas de otimização.
No que diz respeito ao conceito, há pelos menos três aspectos a corrigir, quando nos empenhamos
num trabalho de otimização:
M1 - Margem - M2
M2 > M1
Anexos
Ora, essa margem poderá ser aumentada ou mantida de diversas formas:
•Reduzindo custos;
•Aumentando receitas e/ou benefícios;
•Fazendo as duas proposições anteriores; ou
•Até aumentando os custos, desde que se aumentem as receitas e/ou benefícios.
Este último caso, ilustrado a seguir, é particularmente interessante, pois nos lembra que a
melhor política para uma empresa pode ser justamente... Aumentar seus custos! Se, afinal, a
margem inicial M1 for menor que M2, após os aumentos de custos, tudo vai bem.
M2
M1
Anexos
Mão de Obra
Materiais
Tempo
Energia
Equipamento
Espaço
A
d
F M V P m C
i a e r i o
n n n o n m
a u d d i p
n t a u s r
ç e s ç t a
a n ã r s
s ç o a s
ã ç
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Anexos
Mão de Obra
Materiais
Tempo
Energia
Equipamentos
Administração
Manutenção
Compras
Produção
Binômio
Finanças
Vendas
Tempo
X
Produção
Anexos
Um Programa Versus Resultados Espontâneos
Como se consegue produzir e vender numa organização? Através de uma administração
dessas duas funções. Ora, administrar pode-se distribuir em pelo menos três fases: o
planejamento, a execução e o controle. Ou seja, tanto em vendas como em produção define-se
inicialmente um objetivo, organizam-se recursos a partir daí e decide-se quanto a um plano;
passa-se à execução e, finalmente, compara-se a execução com o que foi planejado (e isto é
controle), corrigindo-se eventuais desvios e assim por diante, repetindo-se o processo.
Aliás, é mesmo através do desenvolvimento integrado dessas três fases que as atividades de
vendas e produção se aprimoram, se desenvolvem e alcançam seus objetivos. Ora, o que
fazemos com nossos custos, com a otimização de nossos recursos? Alguém por acaso já viu em
algum organograma o departamento ou setor de otimização de custos? Por acaso há, com
razoável frequência, objetivos de redução/otimização definidos e divulgados dentro da empresa?
Há, por exemplo, um programa de atividades nessa área com um responsável de alto nível, com
credibilidade, um acompanhamento do desempenho, um controle dos resultados ou uma análise
eficiente dos desvios observados? Bem, sabemos qual a resposta a todas essas perguntas...Ou
seja, espera-se que essa atividade- a otimização de recursos – ocorra espontaneamente, como
por encanto, como se todos estivessem preocupadíssimos com isso na empresa e pudéssemos
deixar o problema tomar conta de si mesma. Ora, infelizmente, a realidade é outra e, se não
administrarmos o processo, nada de muito espetacular ocorrerá nessa área. Mas, ao contrário,
quando dedicamos tempo e esforço aos programas e campanhas, objetivando obter resultados
em produtividade e redução de desperdícios, os resultados chegam a ser com frequência
surpreendentes... Paulo Jacobsen e autor do livro Otimização de Custos e Recursos da COP Editora
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Há uma anedota antiga, muito elucidativa sobre o assunto, que é a do ‘’cavalo do inglês’’. O
nosso inglês foi tirando a ração e a comida do seu cavalo para acostumá-lo a não comer ( o
inglês devia ser, no mínimo, um escocês pão duro...). Ocorre que, como explicava mais tarde o
dono, ‘’o cavalo infelizmente acabou morrendo, exatamente quando já estava se acostumando
com a dieta...’’
Mas a experiência do inglês é válida. Quem afinal sabe qual a ração ideal de um cavalo? Se foi
usado simplesmente para passeio, ou para correr no jóquei – clube, ou para tração de
carroças pesadas, provavelmente essa ração ‘’ideal’’ será diferente em cada caso.
Pois o mesmo ocorre com os recursos consumidos numa empresa. Quem afinal sabe qual a
relação ótima entre quilo de produto final e o número de pessoas que trabalham na linha de
produção? Ou entre um quilo de matéria prima e cada unidade produzida? Ou que relação
devemos prosseguir, por exemplo, entre os gastos de viagem de um representante comercial e
o volume de pedidos que consegue fechar? E assim por diante.
Likert, psicólogo norte americano, observou através de pesquisas em diversas empresas qu
um operário de linha de produção pode trabalhar até a metade de sua real capacidade de
produção, sem que o seu supervisor imediato sequer o perceba. Lembro-me de um exemplo
dado por um industrial aluno nosso, que, premido por circunstâncias familiares, teve de
assumir a direção de uma empresa sem entender mesmo nada do assunto (ele era biólogo e a
empresa fabricava estruturas de aço...). Ora, em face do grande atraso nas entregas, sujeito a
pesadas multas, ameaçado até de falências, resolveu ele, como último recurso, fazer uma
proposta aos operários.
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Lembro-me do acelerador nuclear da Universidade da Califórnia, que seria o maior do mundo
e que levou cinco anos para ser construído. Ele teria, como realmente ainda tem, cinco
quilômetros de comprimento, mas, quando ficou pronto, poder-se-ia obter os mesmos
resultados com um acelerador de apenas 500 metros de extensão!
Sei que o leitor estará, e com razão, pensando o seguinte: “Mas, então, não se deve construir
nem inventar nada, pois tudo estará obsoleto dentro em pouco!’’ Não - respondo - , não é
bem assim, porque entre não investir nada e não mudar nada há, provavelmente, um espaço
de manobra que pode melhorar a eficiência da empresa. É nessa área que nos situamos, nem
‘’não fazer nada’’ nem ‘’mudar a todo instante’’... Ou seja, a atitude das empresas tem de ser a
de vigilância constante, fixando-se padrões que, no entanto, serão reexaminados com
frequência, com aquela certeza de ‘’se funciona, está obsoleto!’’ E que, finalmente, há sempre
uma melhor maneira de fazer o que estamos fazendo, e a solução é descobri-la a cada
instante, através do reexame sistemático e administrado da realidade organizacional.
2 – Os sistemas de contabilização de custos não reduzem, por si só, os custos da
empresa.
Com efeito, há por vezes a ingênua impressão de que um bom sistema de informações
contábeis na área de custos pode contribuir automaticamente para obter-se bons níveis de
produtividade. Ora, isso não é absolutamente verdade.
Os sistemas de custos servem para informar quanto custa, em geral indicando custos médios
para determinado período. Com essa informação, nós avaliamos estoques, fechamos
balanços, decidimos quanto aos preços de venda e até organizamos nossos orçamentos. Mas
não reduzimos, ou otimizamos, necessariamente nossos custos.
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Isso também funciona como o recurso tempo. Se temos um mês para fazer um relatório, ele
sairá no trigésimo dia, mas se nos dão somente uma semana para escrevê-lo, então em cinco
dias eles estará pronto...Assim, o custo da produção tende, inexoravelmente, a ser igual aos
custos somados dos recursos colocados à nossa disposição...
4 – Quem consome recursos não é o controller da empresa, mas o pessoal ao nível das
operações. É lá que se ganha a batalha da produtividade.
Quem consome os recursos, em contato físico com os materiais, como as unidades de tempo
perdido, com o pessoal mal aproveitado é a turma lá de baixo! E é o pessoal de vendas que
maximiza nossa margens... E como há sempre desperdício, serão eles próprios – seja na
Produção ou nas Vendas – que terão maiores oportunidades de melhorar o nível atual de
produtividade, desde que, devidamente motivados, sua natural engenhosidade seja colocada
a funcionar em benefício da empresa.
5 – Há sempre uma melhor maneira de fazer... Mas há também o “Triângulo das
Bermudas!’’
Havendo sempre uma melhor maneira de fazer, a procura de eficiência deverá ser, então,
incessantemente renovada, pois é bom hoje poderá já não ser amanhã, com a modificação da
conjuntura empresarial. Entretanto, as mudanças alcançam com dificuldades a sua
implementação, pois, se existe, com toda certeza, vasto manancial de ideias no meio de
qualquer organização, existe lá também o famigerado “Triângulo das Bermudas...’’
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6 – Quanto mais uma atividade consome recursos, tanto mais status tem dentro da
organização.
A afirmação é antiga, mas nem sempre são perfeitamente reconhecidas as suas
consequências: custo é status! Quem tem 15 subordinados ‘’vale mais’’ que aquele que tem
somente dez. O fato de existir 12 automóveis em nosso departamento prova que ele é mais
importante que o outro que tem cinco operando. Minha área é maior que a tua (e portanto
custa mais) e isso revela, através de consumo do recurso espaço, a distância relativa entre
nós dois. E se eu tenho duas linhas diretas ligadas à mesa telefônica, e você uma só, então,
você não é nada no contexto da organização!
Mas a coisa complica mais ainda quando passamos até consumir, para provar que a atividade
é importante. Pois se nos cortam os custos, diminuem também o nosso status. Ou seja, quem
consome mais é mais importante que quem consome menos... E a solução então é gastar
mais para conservar ou até aumentar nosso status.
7 – Custo envolve pessoas e é problema sócio – técnico.
Quem pensa que custo é um problema só para os técnicos da área contábil ou de produção
acaba tendo problemas. O consumo de recursos reflete e é consequência da cultura, dos
valores, dos interesses da organização, dos setores dentro dela e das pessoas em cada setor.
Assim, ele é uma realidade psicossocial e talvez fosse até uma área a ser tratada por
sociólogos e não por contadores de custos.
Por isso mesmo é difícil otimizar nosso custo, pois sempre acabamos por mexer com pessoas
e grupos. E quem se beneficia com a situação atual reagirá a qualquer tentativa de mudança.
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É ai então que surgem os problemas. Quando as despesas indiretas eram pequenas, os rateios
que a sistemática tradicional recomendava, embora falhos, não traziam grandes transtornos aos
custos finais dos produtos. No atual cenário, todavia, a aplicação dessa sistemática tradicional
pode conduzir a sérias distorções nos custos, a ponto de alguns produtos ficarem ‘’subcusteados’’,
sem que a empresa os perceba como tal. Enquanto isso, outros produtos, como consequência
natural, acabam sendo ‘’supercusteados’’, ainda, com o total desconhecimento por parte da
organização – esses últimos, na realidade, carregam os prejuízos ou as pequenas margens dos
primeiros. Se a empresa conhecesse os custos reais com adequada exatidão, estaria em
condições vantajosas de tomar decisões de manter ou não determinadas linhas, incrementar
outras, melhorar os processos que trazem pouca margem etc.
Contudo, graças aos esforços realizados nos anos recentes, principalmente com os professores
Kaplan e Cooper, de Harvard, surgiram e estão espalhando pelas empresas sistemas de custeio
baseados nas atividades que consomem recursos. Enquanto que a sistemática convencional rateia
as despesas indiretas usualmente na mesma proporção das horas de mão de obra direta
efetivamente gastas, o sistema ABC o faz segundo alguns fatores, denominados direcionadores de
custos, que distribuem de forma mais adequada essas despesas, acumuladas previamente em
centros de atividades que consomem recursos.
O conceito de custeio baseado em atividades não se restringe apenas aos custos fabris. Trata-se
de outro paradigma, pois no passado o custo de fabricação dos produtos representava, em todos
os casos, a maior parcela das despesas totais de Vendas, Gerais e Administrativas (VG&A)
representam de 50% a 100% dos custos de fabricação.
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Além disto, é difícil generalizar a respeito de ambientes complexos, onde as práticas contábeis
se misturam com o ambiente político e social. E em função das barreiras linguísticas, diferentes
interpretações de ter provocado entendimentos parciais das práticas japonesas e dos
fundamentos que suportam suas práticas.
Entretanto, mesmo considerando estas limitações, a equipe reportou os seguintes achados:
• O gerenciamento de custos japonês é guiado pelo conceito de custo alvo. Isto é, a
administração decide, antes que o produto seja desenhado, qual deve ser o custo do produto,
baseado no mercado em vez de nos custos de manufatura.
• O planejamento de custos e as reduções de custos recebem mais ênfase do que o controle de
custos.
• Decisões e investimentos são guiados mais por consenso geral para as metas de
custo/desempenho do que pela justificativa financeira das empresas do ocidente.
Filosofia Japonesa de Gerenciamento de Custos
Pelo menos parcialmente, por causa de questões sócio culturais, a filosofia geral japonesa de
gerenciamento de custos, enfatiza uma abordagem logística para o gerenciamento em geral, e
particular para planejamento e reduções de custos. Isto é diferente dos métodos ocidentais que
são dedicados para o controle de custos de unidades especializadas.
Questões de Pessoal
As ramificações de gerenciamento de custos de práticas japonesas (em grandes empresas), em
ambiente de fidelidade do empregado com a empresa, é fortemente enfatizado na melhoria da
produtividade e redução de custos.
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Empregados participativos reduzem custos demão de obra para um dado produto
transferindo a para onde ela é mais necessária, isto é, para linhas de produto novas ou em
crescimento. Isto permite às empresas garantir o cumprimento da promessa de garantia de
emprego, sem fixar os custos de mão de obra na base de produto a produto.
Além disto, a administração japonesa tende a ter a visão de longo prazo na justificativa de
investimentos e procura um consenso geral na empresa a respeito de questões
tecnológicas. Isto propicia uma visão consistente e estável de crescimento enquanto
melhora a visão individual dos empregados sobre seu valor para a empresa.
O compromisso japonês para a rotatividade do trabalho também é importante. Um gerente
trabalha seus primeiros 10 a 15 anos na fábrica, contabilidade, engenharia e outras áreas,
geralmente permanecendo 3 a 4 anos em cada uma. Isto possibilita aos gerentes ter
conhecimento detalhado a respeito das práticas e fatores de custos.Diferente dos incentivos
do gerenciamento por objetivo, os bônus japoneses relacionam-se com o desempenho da
empresa e não com o do indivíduo. Esta prática tem um efeito significativo na medição de
desempenho.
Importância Relativa dos Custos
O compromisso japonês com a estabilidade do emprego, associado com as limitações do
mercado interno, determinou uma ênfase nacional em relação ao crescimento, participação
no mercado (domínio), flexibilidade e atendimento das necessidades do cliente. Entretanto,
a realização destas metas não impede a ênfase em realizar o lucro. A meta primeira das
empresas japonesas, assim como nas do ocidente, é o lucro. Diferenças repousam no
método empregado para realizar os lucros: japoneses enfatizam aumento na participação
De mercado como chave para rentabilidade. Além disto, o papel das medições físicas (tempo do
ciclo, realização dos cronogramas de produção, taxas de defeito, inovação) é importante para
filosofia japonesa de gerenciamento de custos. Os gerentes japoneses acreditam que melhorias
nas medições físicas vão propiciar a realização de maiores lucros no futuro. Isto parece diminuir
a importância do controle formal dos custos como um item da manufatura. Na realidade,
representa uma forma diferente de controle, com o objetivo final de aumentar a lucratividade. Por
exemplo, é claro que o entendimento do comportamento dos custos pelos gerentes, em todas as
fases do desenvolvimento e fabricação do produto, conduzirá melhor a empresa para a
rentabilidade continuada.
Importância das Perspectivas de Longo Prazo
Michiharu Sakurai, professor de contabilidade da Universidade de Senshu, em Tóquio, atribui os
métodos japoneses de investimento de capital à perspectiva de longo prazo das empresas
japonesas. A ênfase nacional do desempenho de longo prazo tem tido uma grande influência na
administração. Esta abordagem de longo prazo está em contraste direto com os métodos
americanos. É claro como o desempenho de uma empresa é medido, quem o mede, como e
para quem será reportado. Presidentes e Gerentes Gerais são raramente substituídos em
empresas japonesas. Em alguns casos, em empresas muito endividadas, os bancos são
envolvidos com a empresa e claramente medem seu desempenho.
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Ênfase nos Resultados dos Custos – Alvo para Reduzir Custos
O custo – alvo é um conceito chave para muitas das empresas visitadas. Este custo é
orientado aos fatores de mercado. Uma organização o descreveu desta forma: “Nós
examinamos os competidores similares e seus produtos e então estimamos o custo unitário do
produto para viabilizar a entrada no mercado. Este custo é chamado de custo – alvo.
Trabalhamos então com os engenheiros de produto para saber como podemos desenhá-lo e
fabricá-lo àquele custo.
Empresas japonesas empregam uma técnica específica de custo – alvo para reduzir custos.
Antes de desenhar um novo produto, um custo – alvo é estabelecido de forma tal que o
produto será competitivo depois de um período introdutório a certo nível de produção. Os
engenheiros (que provavelmente trabalharam algum tempo na fábrica e em contabilidade)
desenham o produto de forma tal que possa ser fabricado aos custo – alvo. Uma vez atingido
(provavelmente mais cedo do que se esperava) um novo e menor custo é definido. A
engenharia, a fabricação e outros departamentos trabalham então em conjunto para alcançar o
custo – alvo revisado. aAs empresas japonesas podem ou não reduzir preços continuamente
para obter maior participação de mercado à medida que os custos são reduzidos.
Justificativa de Investimentos
O ambiente empresarial no Japão encoraja os empresários a ter uma visão de longo prazo das
operações; desta forma, esperam-se que estejam mais preparados para investir em novas
tecnologias, tais como: robotização, FMS (Sistema de Fabricação Flexível) e CIM (Manufatura
Integrada por Computador), mas tendem a usar automações menos sofisticadas, tais como
‘’apanhar e colocar no lugar’’ e em equipamentos reformados.
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Papel do Custo-Alvo no Investimento
A ênfase japonesa no custo alvo torna a conveniente aos gerentes para justificar o investimento
na base de que o projeto ajude a tingir o custo alvo. Em outras palavras, pode ser menos
importante para os japoneses que para os americanos mostrar como a depreciação, as
reduções de inventário em processo, aumento da produção e outros fatores afetam a aquisição
de uma nova tecnologia. Em função de que é fundamental para a estratégia geral de produtos
alcançar o custo alvo (na divisão, na fábrica, na empresa e no país), as justificativas de
investimentos como as conhecemos são tão enfatizadas.
Acreditando na Abordagem de Compromisso
Em matéria de investimento e estratégia, os gerentes japoneses de alto nível tendem a apostar
pesadamente na análise e compromisso pelos gerentes de nível médio. O consenso é atingido
através de algumas reuniões, a um considerável custo em tempo e esforço. A prática de contar
com gerentes de experiências diversas melhora esta abordagem gerencial de investimento.
Tanto gerentes de pesquisa quanto financeiros, passaram algum tempo em posições da linha de
fabricação, o que lhes proporciona uma ampla perspectiva da ‘’propriedade’’ de um determinado
investimento. A aprovação final pelos gerentes de alto nível é mais dependente da concordância
dos gerentes de nível médio do que em cálculos a respeito do valor presente líquido.
Relatórios de Custos
Foi percebido que uma grande diferença entre os métodos de gerenciamento de custos dos
japoneses e dos ocidentais é o crédito japonês em medições qualitativas em vez de
quantitativas. Esta seção descreve como os japoneses usam medições quantitativas para
gerenciamento de custos.
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Controle de Custos. Esta atividade começa com a produção. As fontes de informação para
atividade de controle de custos incluem observações visuais da linha de produto por
trabalhadores, gerentes de fábrica e pessoal de escritório; medições de desempenho financeiro
(taxas de giro de inventário, variações baseadas em custos padrão de materiais, mão de obra e
overhead) e medições de desempenho não financeiras (lead time de produção, tempo de setup,
percentagem de produtos defeituosos, atendimento do programa de fabricação). A impressão
consistente é que o planejamento e redução de custos são atividades chave nas organizações
japonesas. Consultores que trabalham tanto no Japão como nos Estados Unidos reportaram que
empresas japonesas devotam mais recursos a planejamento e reduções de custos que fazem os
gerentes norte-americanos.
Custos Alvo vs. Custos Padrão
Custos alvo são conceitualmente diferentes de custos padrão. Estes são predeterminados e
baseados em uma análise interna feita por engenheiros industriais, enquanto que aqueles são
baseados em análise externa de mercado e competidores. Algumas empresas se utilizam de
duas comparações: custo real com custo alvo e custo real com custos padrão.
Influência da Legislação Fiscal
Muitos observadores atribuem os métodos contábeis japoneses à legislação fiscal exigente. Por
exemplo, a vida útil de um ativo do ponto de vista de depreciação não precisa ser
necessariamente a mesma na empresa que a usada no ambiente econômico. Exemplos incluem
seis anos para computadores eletrônicos e oito anos para direitos sobre patentes. As empresas
japonesas podem usar depreciação direta ou de declínio balanceado.
Anexos
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Tabela 9.1 - Modelo Toyota: Melhoria na Execução do Planejamento
I II III IV
Facilidades de Segurança Conforto ao dirigir Padronização de
produção partes
Anexos
Anexos
Dada, hipoteticamente, uma situação em que existe variação de preços na economia, tendo sido
um ativo adquirido por uma empresa pelo valor de $ . Não existe valor residual nem despesas de
instalação. A vida útil estimada para o ativo é de cinco anos.
A base de cálculo (BC da fórmula) é $ , o valor de n é cinco e a soma dos anos (denominador da
fórmula, que corresponde a uma progressão aritmética) é 15. A depreciação para cada ano na
tabela abaixo:
Tabela 1 – Depreciação Anual
Este valor corresponde à depreciação anual ($ 167) dividida pelo número de meses (12. no caso).
No entanto, tal sugestão nem sempre satisfaz, uma vez que, linearizando-se mensalmente o
método da soma dos dígitos, perde-se a principal vantagem deste método, que é a depreciação
mais rápida nos primeiros meses.
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Uma forma enganosa de resolver tal problema seria usar uma fórmula apresentada supra
para a depreciação mensal, fazendo com que a base de cálculo correspondesse ao valor
obtido anteriormente. Neste caso, para o primeiro ano de uso do ativo, a base de cálculo
seria $ 167 e o valor de n seria doze. Para o segundo, o valor de BC da fórmula seria $ 133,
assim por diante.
Entretanto, esta solução também não é adequada porque a depreciação obtida não é sempre
decrescente. Por exemplo: no décimo segundo mês do primeiro ano, a depreciação seria de
$ 2,14 enquanto no mês seguinte ( o primeiro mês do exercício social seguinte) o valor seria
de $ 20,46
O que se pode fazer é considerar na fórmula o valor n como sendo em meses e não em anos.
Assim, a empresa atinge o objetivo de depreciar mais rapidamente nos primeiros anos de uso
do ativo, por intermédio da utilização do método da soma dos dígitos decrescentes.
Gráfico 1
23 Redução de Custos de Produtos
0 Fonte: DOD – USA
% 4 mostra: 463 projetos
16
14
% O = % quantidade de produtos
% R = % redução de custos
7
4 4 4
2
1
%R
5 15 25 35 45 55 65 75 85 95
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Gráfico 2
8,0
RC x 100
FA
5,5 5,0
RC = Redução de Custos
FA = Faturamento Anual
1,9
1,8 1,5
Bibliografia
Muito Obrigado!
Demais dúvidas
lamy@copel.com