Educação Infantil: As Contribuições Da Educação No Processo de Desenvolvimento Da Criança
Educação Infantil: As Contribuições Da Educação No Processo de Desenvolvimento Da Criança
Educação Infantil: As Contribuições Da Educação No Processo de Desenvolvimento Da Criança
(Organizador)
EDUCAÇÃO INFANTIL
As Contribuições da Educação no Processo
de Desenvolvimento da Criança
editora
científica digital
FLÁVIO APARECIDO DE ALMEIDA
(Organizador)
EDUCAÇÃO INFANTIL
As Contribuições da Educação no Processo
de Desenvolvimento da Criança
1ª EDIÇÃO
editora
científica digital
2021 - GUARUJÁ - SP
editora
científica digital
O conteúdo dos capítulos e seus dados e sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores. É permitido o download e compartilhamento desta obra desde que no formato
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Internacional (CC BY-NC-ND 4.0).
E24 Educação infantil [livro eletrônico] : as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança / Organizador
Flávio Aparecido de Almeida. – Guarujá, SP: Científica Digital, 2021.
E-BOOK
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Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-65-89826-75-0
DOI 10.37885/978-65-89826-75-X
1. Educação infantil. 2. Prática de ensino. 3. Professores – Formação. I. Almeida, Flávio Aparecido de.
2021
CDD 371.72
Direção Editorial
Reinaldo Cardoso
João Batista Quintela
Editor Científico
Prof. Dr. Robson José de Oliveira
Assistentes Editoriais
Erick Braga Freire
Bianca Moreira
Sandra Cardoso
Bibliotecário
Maurício Amormino Júnior - CRB6/2422
Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
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CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Flávio Aparecido De Almeida
Universidade Federal do Piauí, Brasil Faculdade Unida de Vitória, Brasil
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Clecia Simone Gonçalves Rosa Pacheco Réia Sílvia Lemos da Costa e Silva Gomes
Instituto Federal do Sertão Pernambucano, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
Maria Luzete Costa Cavalcante António Bernardo Mendes de Seiça da Providência Santarém
Universidade Federal do Ceará, Brasil Universidade do Minho, Portugal
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APRESENTAÇÃO
A presente obra, tem por finalidade compreender, analisar e possibilitar reflexões acerca do processo educativo vivenciado
na primeira infância, sendo este fundamental para o desenvolvimento cognitivo, social, cultural e psicomotor do educando.
Sabemos dos desafios que a Educação enfrenta no Brasil principalmente no que tange a Educação destinada a este público
em Especial.
Muitas transformações foram realizadas no decorrer da história da Educação, fazendo com que teóricos repensassem
a Educação Infantil e sua importância na formação integral deste sujeito, que agora passa a ser visto como um todo.
Diferentes pesquisadores nesta obra discutem com maestria este processo, fomentando uma reflexão baseada na ciência
e na capacidade de otimização desta etapa educativa.
Que a sociedade brasileira, busque meios de sanar as desigualdades fomentadas pela falta de acesso e permanência
deste grupo em específico à Educação. Que este livro possa enriquecer as nossas lutas por uma escola integralizadora
e libertadora.
Desejo a você uma excelente leitura.
' 10.37885/210404065................................................................................................................................................................................... 14
CAPÍTULO
02
A INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM ESCOLAR
Ariana Patricia da Silva; Ligiane Oliveira dos Santos Souza; Sueli Carvalho Ricci da Cruz; Marcia Batista de Souza da Silva
' 10.37885/210404119.................................................................................................................................................................................... 21
CAPÍTULO
03
A DIVERSIDADE CULTURAL E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM NO AMBIENTE ESCOLAR
Ligiane Oliveira dos Santos Souza; Mariluce Aparecida de Lima; Carla da Silva Vernancio Gomes; Cleidia Helena de Jesus; Maria José
de Jesus da Silva; Alessandra Costa de Souza
' 10.37885/210504606...................................................................................................................................................................................32
CAPÍTULO
04
A FORMAÇÃO CONTINUADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL: À CONSTRUÇÃO DE HABITUS PROFESSORAL
Ângela Roberta Felipe Campos; Jackson Carlos da Silva; Daniele Gonçalves Lisbôa Gross
' 10.37885/210805653...................................................................................................................................................................................42
CAPÍTULO
05
A HORA DO SONO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: CUIDAR, EDUCAR E ACOLHER
Leticia Gaspar Rocha Pereira; Marta Regina Furlan de Oliveira
' 10.37885/210705407....................................................................................................................................................................................54
CAPÍTULO
06
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Lourdes Tosta Alves; Ligiane Oliveira dos Santos Souza; Rosineia Luciana Souza
' 10.37885/210404066.................................................................................................................................................................................. 64
SUMÁRIO
CAPÍTULO
07
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Ligiane Oliveira dos Santos Souza; Alessandra Costa de Souza; Rosineia Luciana Souza; Lourdes Tosta Alves
' 10.37885/210404064................................................................................................................................................................................... 72
CAPÍTULO
08
A LITERATURA INFANTIL COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO MATEMÁTICA
' 10.37885/210705445.................................................................................................................................................................................. 80
CAPÍTULO
09
A MÚSICA ENTRELAÇADA AO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Karine Soares Lima Silveira; Adrielly Silveira Ribas; Sandra Alves de Oliveira; Jany Rodrigues Prado
' 10.37885/210705232................................................................................................................................................................................... 97
CAPÍTULO
10
AS POLÍTICAS SOCIOEMOCIONAIS E SUA IMPORTÂNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Flávio Aparecido de Almeida; Luciano Dias de Sousa; Marcos Antônio Pereira Coelho; Mileane Andrade Azevedo
CAPÍTULO
11
ENSINANDO PROTEÇÃO CONTRA A VIOLÊNCIA NA INFÂNCIA ATRAVÉS DA LITERATURA INFANTIL
Flávio Aparecido de Almeida; Luciano Dias de Sousa; Marcos Antônio Pereira Coelho; Mileane Andrade Azevedo
' 10.37885/210504668.................................................................................................................................................................................123
CAPÍTULO
12
EQUOTERAPIA PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UMA CONEXÃO COM A EDUCAÇÃO FÍSICA
Maísa Bruna de Moraes Teixeira do Nascimento; Daniele Gonçalves Lisbôa Gross; Iron Martins Lisbôa Júnior
' 10.37885/210705496.................................................................................................................................................................................134
SUMÁRIO
CAPÍTULO
13
HISTÓRIA DANÇADA: UM PORTAL PARA A IMAGINAÇÃO
CAPÍTULO
14
O PROFESSOR E A INCLUSÃO DA CRIANÇA AUTISTA MEDIANTE O BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
CAPÍTULO
15
PAPEL DO ESTADO E O DIREITO A EDUCAÇÃO INFANTIL
CAPÍTULO
16
POLÍTICA PÚBLICA EDUCACIONAL: A PERSPECTIVA DE UNIVERSALIZAÇÃO IMPLEMENTADA PELA META 1 DO PLANO
Edilberto Guimarães Rodrigues; Giselle Damasceno da Silva de Souza; José Bittencourt da Silva
CAPÍTULO
17
PRÁTICAS CORPORAIS: CONTEÚDOS ABORDADOS PELOS PEDAGOGOS NA EDUCAÇÃO INFANTIL, EM CAUCAIA – CEARÁ
Valeska Silva Thé Praxedes; Georgia Medeiros Paiva de Alencar; Rosania Rodrigues Lima; Karla Nascimento Lima; Maria Glaudenia
da Silva Oliveira
ÍNDICE REMISSIVO..............................................................................................................................................202
01
A influencia da afetividade no processo
de ensino e aprendizagem na educação
infantil
10.37885/210404065
RESUMO
15
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Iniciamos esse trabalho com uma pesquisa bibliográfica que nos possibilitou um maior
entendimento acerca do tema trabalhado, como também buscamos documentos que nortea-
ram pesquisa de acordo com os meios legais favoráveis as tecnologias na educação. A teo-
ria tem o intuito de explicar e compreender os fenômenos e processos, sendo a prática da
dinâmica de interpretar (MINAYO, 2012).
16
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A escola, assim como a família, é uma instituição de caráter essencial na formação dos
indivíduos de uma comunidade. Essa organização exerce o papel de contribuir não só na aqui-
sição de conhecimentos no campo cognitivo, mas também na construção da personalidade.
A primeira infância é uma fase muito importante e deve ser tratada como tal, pois é
a base para o desenvolvimento do indivíduo em sua totalidade. A curiosidade é vital nas
crianças, o que faz com que elas constantemente busquem respostas.
A criança aprende através de desafios, em um ambiente atrativo, dinâmico e organiza-
do. Ao ser desafiada, a criança adquire novas formas de pensar, provocando a imaginação,
o desenvolvimento da sensibilidade e a construção do conhecimento. O convívio com outras
pessoas é outro ponto fundamental, pois ele proporcionará a aprendizagem da diversidade e
o convívio social. Na construção e aquisição do conhecimento, a criança com toda sua criativi-
dade e originalidade necessita estar inserida em um ambiente que favoreça a aprendizagem.
Diante disso, o RCNEI (1998) traz a seguinte abordagem:
Significa dizer que o bebê expressa sua insatisfação por meio do choro, que
de início é sua única maneira de relacionar-se. Esse choro mobiliza a mãe e
ela o interpreta de acordo com seus valores e significadosculturais. A interação
entre ambos será responsável pelo desencadeamento das funções cognitivas
na criança(WALLON1942, p. 37).
17
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Percebe-se que a afetividade se faz importante e está presente durante todas as fases
da vida, se torna ainda mais visível no desenvolvimento infantil, e é quando começa a vida
escolar que essa importância se torna ainda mais evidente.
A afetividade é algo que deve estar presente na sala de aula, mas nem sempre a sua
importância é levada em consideração. O comportamento do professor serve de modelo
para o aluno, certas atitudes do docente, como paciência, dedicação, carinho, amizade e
companheirismo, contribuem para uma boa aprendizagem.
As relações entre o professor, o conteúdo escolar e o aluno são profundamente mar-
cados pela afetividade, podendo gerar impactos de aproximação ou distanciamento entre
o aluno e o conteúdo.
A escola, principalmente de educação infantil, deve estabelecer um vínculo afetivo,
para se tornar um local prazeroso, onde a criança se sinta segura, acolhida e protegida por
todos os envolvidos no processo ensino aprendizagem, já que não é somente um lugar de
aprendizado, mas um campo de ação no qual haverá continuidade da vida afetiva.
Perrenoud (1999) evidencia que:
18
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
interpessoal e inserção social. Consequentemente, ocupamos uma função privilegiada no
desenvolvimento e aprendizagem da criança.
Devemos entender a mediação do professor em sala como uma posição humanizadora,
positiva, construtiva e potencializadora na relação educativa, o mediador com quem mantém
relação tem a função de promover um relacionamento em que o aluno se sinta seguro e
motivado a conhecer sua própria essência.
O professor no processo de ensino e aprendizado precisa estar sensível para não
“podar” este desejo próprio da criança de descobrir e conhecer. Acreditamos que a afetivi-
dade, a motricidade, o cognitivo e o social são de extrema importância para o desenvolvi-
mento da criança.
Dessa forma, a prática educativa na escola deve primar pelas relações de afeto e so-
lidariedade proporcionando situações que dê prazer ao aluno de construir conhecimentos e
de crescer junto com o outro. No relacionamento professor-aluno, há trocas de experiências
e de conhecimentos, no qual o professor, estando no lugar de que deve ensinar, também
aprende com a realidade de cada aluno, e o aluno no lugar de quem recebe ensinamentos
também ensina e aprende mesmo sem intencionalidade.
CONCLUSÃO
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Re-
ferencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Formação Pessoal e Social, Vol. 1,
Brasília, 1998.
2. GALVÃO, Isabel. Henri Wallon: uma concepção dialética do desenvolvimento infantil. Petró-
polis, RJ:Vozes 2001.
3. PERRENOUD, Phillippe. Pedagogia Diferenciada: das intenções à ação. Porto Alegre. Editora:
Artmed, 1999.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
02
A influência da família no processo de
aprendizagem escolar
10.37885/210404119
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo analisar a importante relação entre família e escola,
destacando as contribuições dessa parceria na vida escolar dos alunos. Para isso ire-
mos destacar inicialmente, a trajetória histórica do conceito de família no decorrer dos
tempos e as diversas formações familiares que ocorrem na atualidade, enfatizando que
a criança e os seus pais ou responsáveis, trazem consigo uma ligação íntima de afeto
e é com eles que se aprendem os primeiros valores, sentimentos e expectativas de
vida. Também procuraremos abordar os aspectos referentes ao desenvolvimento e a
aprendizagem da criança e qual o papel da escola em oportunizar e contribuir para que
a presença familiar nas atividades referentes ao contexto escolar seja realmente eficaz
e facilitadora da trajetória educativa das crianças. Sendo que, em virtude das atribuições
diárias ou mesmo por não ter uma visão positiva do universo escolar, muitas pais deixam
de ser participantes da vida escolar de seus filhos.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Considera-se que o tema seja relevante por ser atual, sendo alvo de constantes de-
bates, além de ser um assunto importante para o currículo das faculdades de pedagogia
para que se formem profissionais conhecedores da ética que devem seguir. Por meio do
exposto, formulou-se a seguinte questão da atividade investigativa: Qual a importância da
participação da família na formação do aluno?
Para responder a esta pergunta será realizada uma pesquisa de campo na rede muni-
cipal de educação infantil do Município de Barra do Bugres MT. Neste contexto, o objetivo
desta pesquisa é analisar a importância da relação família e escola para a formação do alu-
no. Como objetivos específicos pretende-se conceituar a família e seu papel na sociedade;
verificar o papel dos pais na educação dos alunos; realizar uma pesquisa de campo em uma
escola a fim de verificar a participação dos pais em suas atividades.
MÉTODO
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Depois de analisar os dados obtidos pela pesquisa se constata que a separação dos
pais agrava o rendimento escolar da criança fazendo com que esses pais se afastem da
escola justificando assim sua ausência pela falta de tempo por questão de trabalho. A ob-
servação que o professor utiliza como ferramenta principal é uma grande arma para ajudar
essa criança a não ficar excluída no ambiente escolar. Por outro lado quando a participação
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
da família é ativa esse aluno melhora no rendimento na escola, de ruim passa a ser bom
tornando-o mais participativo e motivado.
Gráfico 2. Instrumentos que os educadores utilizam para identificar o rendimento baixo devido aos desinteresses dos pais ?
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Em relação da ausência dos pais na escola 65% diz que falta de tempo por questões
de trabalho, 10% diz que falta de comunicação da escola e 25% falta de comunicação da
família com a escola, pois para Perrenoud (2000, p.117):
Neste sentido, que se propõe que as reuniões sejam mais receptivas, que ao invés
de só demonstrar o mau rendimento do aluno ou a sua indisciplina, mostrar também seu
progresso, o seu desenvolvimento com ser humano valorizado.
Gráfico 4. Como é o rendimento escolar dos alunos que contam a participação da família na escola ?
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A família atual sofre mudanças de estrutura, valores e culturais e novos paradigmas
que podem estar ligadas, ou não, a distúrbios de comportamentos e de aprendizagem dos
filhos em sala de aula e, para os educadores, tais mudanças podem ser a causa dos confli-
tos que a escola enfrenta no momento de aprimorar o conhecimento dos alunos. Como diz
Paro (1997, p.30) sobre a importância da escola em promover contatos com os pais, assim:
Gráfico 6. A sua escola possui algum tipo de programa para acompanhamento familiar que possa ajudar essas crianças?
Hoje há projetos como o Programa Escola da Família que busca colocar a comunidade
dentro da escola, através de oficinas que trabalham com esporte, cultura e saúde, temos o
Plano de Mobilização Social pela Educação elaborado pelo (MEC), que tem como funda-
mento a educação como um direito e dever das famílias, tendo em vista que:
Observamos que muito tem se dito sobre a importância desta relação entre escola e
família, que o Estado tem se mobilizado para que isto ocorra, mas que apesar de todos os
esforços a atuação dos pais é muito rara.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Acredita-se que a família e a instituição escolar compartilham a mesma função educa-
cional, embora uma não possa fazer o serviço da outra. Nos tempos atuais, o desempenho
dos pais deixa muito a desejar, principalmente, nos modelos de ensino e aprendizagem, pois
isto exige prática, acompanhamento e sustentação emocional, já que a criança ou adoles-
cente não apresenta maturidade suficiente para enfrentar suas dificuldades sem a presença
e os limites colocados pelo adulto.
Segundo Marques (1993):
“à escola cabe complementar a educação dada pela família – seja ela tradicio-
nal, monoparental ou mista – ensinando a criança conceitos básicos de ética
e cidadania, não podendo assumir responsabilidade integral na formação do
caráter e de convicções que devem ser familiares, tais como a religião.”
A aprendizagem escolar tem um vínculo direto com o meio social que circuns-
creve não só as condições de vida das crianças, mas também a sua relação
com a escola e estudo, sua percepção e compreensão das matérias. A con-
solidação dos conhecimentos depende do significado que eles carregam em
relação à experiência social das crianças e jovens na família, no meio social,
no trabalho. (LIBÂNEO, 1994, p. 87)
CONCLUSÃO
2. DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 8. ed. rev.atual. São Paulo: Livraria
do Advogado, 2011.
5. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar / Philippe Perrenoud; trad.
Patrícia Chittoni Ramos. – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
6. PARO, Vitor Henrique.Qualidade do ensino a contribuição dos pais. São Paulo: Xamã, 1997.
7. REIS, José Roberto Tozoni. Família, emoção e ideologia. Editora Brasiliense, São Paulo: 1984.
8. TIBA, Içami. Disciplina, limite na medida certa. São Paulo: Gente, 1996.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
03
A diversidade cultural e o processo de
aprendizagem no ambiente escolar
10.37885/210504606
RESUMO
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Iniciamos esse trabalho com uma pesquisa bibliográfica que nos possibilitou um maior
entendimento acerca do tema trabalhado, como também buscamos documentos que nortea-
ram pesquisa de acordo com os meios legais favoráveis as tecnologias na educação. A teo-
ria tem o intuito de explicar e compreender os fenômenos e processos, sendo a prática da
dinâmica de interpretar (MINAYO, 2012).
Este trabalho é uma revisão bibliográfica que visa mostrar um pouco a visão de alguns
autores sobre a diversidade na perspectiva educacional, refletindo sobre essa relação entre
o eu e o outro, para que o professor e os alunos enxerguem a escola como um espaço de
troca de saberes e não um espaço massificante, de a negação da cultura do outro.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao que se refere às práticas pedagógicas deve-se frisar: o repúdio das práticas racistas
e inconstitucionais, a ampliação dos conhecimentos acerca da origem dos povos valorizando-
-as e utilizando como meio de aprendizagem. Deve-se usar a pluralidade como mecanismo
de aprendizagem e enriquecimento cultural banindo os estereótipos e preconceitos:
Numa sala com grande diversidade de alunos, cada um tem sua história, sua origem
até mesmo o professor tem uma história de vida particular, assim é necessário haver a in-
teração de um aprender com o outro enriquecendo o conhecimento de todos.
O entendimento da diversidade cultural como princípio educativo nos instiga, portanto,
à aprendizagem de valores sociais e culturais do outro, não de forma hierárquica, mas dia-
lógica e relacional. Da mesma forma, provoca-nos ir além da noção de “inclusão” de novos
conteúdos na realização das práticas pedagógicas na educação escolar e nos desafia a
repensar as relações étnicoraciais, sociais, econômicas, políticas, pedagógicas e culturais
na sociedade de maneira sensível, investigativa e responsável. Cabe ao professor o papel
de quebrar o trauma causado por muitos séculos de preconceito:
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Aqui se coloca a sensibilidade em relação ao outro. Compreender que aquele
que é alvo de discriminação sofre de fato, e de maneira profunda, é condição
para que o professor, em sala de aula, poça escutar até o que não foi dito.
Como a história do preconceito é muito antiga, muitos dos grupos vitimas de
discriminação desenvolveram um medo profundo e uma cautela permanente
como reação. O professor precisa saber que a dor do grito silenciado é mais
forte que a dor pronunciada (PCN, 2001, p. 55).
Pode-se concluir que para ele, em cada sociedade, tudo o que uma geração recebe da
anterior, tudo o que ela cria e tudo o que ela transmite para as seguintes, é cultura. A cultura
37
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
é, pois, um todo onde se incluem os conhecimentos, as crenças, a arte, o direito, a moral,
os costumes e outras aptidões que o Homem adquire como membro de uma sociedade.
A cultura vivida nas escolas vai ter influência no modo como elas se organizam peran-
te a diversidade sociocultural dos seus alunos. Segundo Ainscow (1995), o modo como as
escolas são organizadas vai-se refletir na sua competência de desenvolver uma educação
para todos. Para este mesmo autor “a cultura de escola tem influência sob a forma como os
professores veem o seu trabalho e os seus alunos. A cultura manifesta-se através das nor-
mas que indicam às pessoas o que devem fazer e como devem fazer.” (Ainscow, 1995, p.21)
Para Moreira (2002) se houver a intenção de promover nas escolas hábitos de inves-
tigação e de análise sistemática da própria prática pedagógica em termos de reflexão, se
ensinar, comportar uma pluralidade de métodos particulares, definidos em íntima relação
com os fins educativos ou com a própria natureza dos objetos disciplinares, então, estar-se-á
também a apelar às aprendizagens em contexto multicultural.
O professor deverá incluir a interação da diversidade cultural em sala de aula, gerando
atividades que se ajustem a distintas capacidades e interesses. Deverá favorecer a crítica
e o aperfeiçoamento progressivo por parte dos alunos, na análise das próprias atitudes e
valores na busca de novas perspectivas compartilhadas.
O professor, segundo Peres (2000):
Analisando o que escreveu Freire (1979), pode-se concluir que a educação intercultural
propõe construir a relação recíproca entre indivíduos, uma relação que se dá, não abstra-
tamente, mas entre pessoas concretas, entre sujeitos que decidem construir contextos e
processos de aproximação, de conhecimento recíproco e de interação. Relações estas que
produzem mudanças em cada indivíduo, favorecendo a consciência de si e reforçando a
própria identidade.
Nesta perspectiva qualquer ambiente físico ou social deve ser avaliado de acordo com
seus efeitos sobre a natureza humana. A cultura em tal abordagem, passa a ser represen-
tada pelos usos e costumes dominantes, pelos comportamentos que se mantém através
dos tempos. A sociedade ideal para Skinner, é aquela que implicaria um planejamento
social e cultural.
Diante das pesquisas realizadas, chegamos a esta reflexão. A diversidade cultural está
presente diariamente no contexto brasileiro expressando-se na música, dança, culinária, na
nossa língua e entre inúmeras atividades em nosso cotidiano. O que se faz necessário res-
saltar, é que para tratar dessas questões é preciso ir além da constatação, de contemplação
e do folclore que muitas vezes se faz em torno das diferenças existentes.
É necessário compreender que o processo educativo emanado pela escola é algo que
a sociedade não pode prescindir. Ao contrário, a educação é fundamental no processo de
aprendizagem e na compreensão necessária para que se possa ver o “diferente” em suas
complexidades de formas de relações humanas e suas afirmações.
As relações existentes no processo de construção e significação das diferenças na
sociedade precisam ser muito bem compreendidas. A necessária valorização da diferença
que buscamos se dá no sentido de reconhecer e afirmar positivamente a pluralidade e a
singularidade de cada diferente cultura.
Podemos considerar sobre esta perspectiva que socializar o conhecimento deve ser
tarefa primordial da escola, mas é também de atuar na transformação dos saberes e essa
soma de esforço que promove o pleno desenvolvimento do indivíduo como cidadão. Para
que possamos construir uma nação livre soberana e solidária, onde o exercício da cidadania
não se constitua como privilégio de poucos, mas direitos de todos, esta deve ser a grande
meta a ser perseguida por todos os seguimentos sociais.
O currículo, enquanto instrumento da cidadania democrática, deve contemplar con-
teúdos e estratégias de aprendizagens que capacitem o ser humano para a realização de
atividades nos três domínios da ação humana: a vida em sociedade, a atividade produtiva
e a experiência subjetiva.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
O trabalho com projetos recupera o papel da escola como instituição cultural e social,
fazendo um resgate entre o “aprender para a vida”. Desta forma a escola deixa de ser um
mundo à parte, inserindo-se no espaço da cidade e do mundo real.
Para melhorar faz-se necessário desfazer o caráter excludente de algumas escolas e
do currículo tradicional, que reproduzem as desigualdades sociais ao trabalhar com padrões
culturais distantes das realidades dos alunos.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. AINSCOW, M. (1995). “Educação para todos: torná-la uma realidade” – Comunicação
apresentada no Congresso Internacional de Educação Especial em Abril de 1995.
6. ______. A Importância do ato de ler, 23 ed. São Paulo: Editora Cortez, 1992.
7. MOREIRA, A. F. & Silva T. T. Currículo, cultura e sociedade. 6ª ed., Cortez, São Paulo,
Brasil 2002.
8. MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2001.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
04
A formação continuada na educação
infantil: à construção de habitus
professoral
10.37885/210805653
RESUMO
Objetivo: Esta pesquisa teve como objetivo proporcionar momentos de reflexão e dis-
cussão sobre a formação continuada dos professores da Educação Infantil do SESC
– Palmas, favorecer momentos de socialização de experiências entre os professores e
orientadores dessa área e identificar e analisar as condições que favorecem a produção
do habitus professoral, visando à compreensão da prática pedagógica dos professores
da Educação Infantil do Sesc de Palmas –TO. Metodologia: Para essa iniciativa aden-
tramos em alguns estudos bibliográficos e também pela pesquisa de campo, através
de entrevistas com os professores da Educação Infantil do SESC - Palmas, por meio
da técnica de Análise de Conteúdo, elaborada por Moreira; Simões & Porto (2005).
Resultados: De maneira geral, essa pesquisa permitiu conhecer de maneira mais siste-
matizada se a formação inicial preparou de fato os professores para atuarem na Educação
Infantil e, as contribuições das formações continuadas trazem para a prática pedagógica
dos professores e para construção de habitus professoral da Educação Infantil do SESC
– Palmas. Conclusão: Percebeu-se que não houve uma formação específica que con-
tribuiu na prática pedagógica para a infância.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Os saberes professorais devem surgir e serem sustentados por elementos que vêm do
conhecimento científico e das experiências de estudo e ensino, que representam a baga-
gem cognitiva e cultural acerca do fazer, influenciados por toda sua formação profissional,
tanto formal quanto não formal. Nesse sentido, o modo de ser e de fazer do Professor – os
saberes – por certo, mobiliza conhecimentos, habilidades, práticas, atitudes e valores que
vão norteando a ação docente.
A Formação continuada é um importante momento de formação profissional, consoli-
dação do conhecimento de qualidade e para o processo de emancipação humana. Segundo
Tardif (2002) os saberes que servem de base para o oficio de professor são oriundos das
experiências pessoais, de formação e contato com professores mais experientes e para além
da formação inicial é importante os saberes da prática e a formação continuada.
A Educação Infantil do SESC – Palmas, através de uma atuação significativa, tem
passado por um processo de amadurecimento muito grande oferecendo às crianças uma
boa estrutura pedagógica de ensino. A partir dos momentos coletivos de interação com sa-
ber tem se consolidado cada vez mais a Educação Infantil do SESC - Palmas, bem como,
refletir sobre a prática pedagógica.
Por isso, momentos de formação continuada são de grande importância para a conti-
nuidade de um processo de emancipação humana e consolidação de uma educação cada
vez mais fundamentada nos princípios da qualidade. Segundo Fusari (2006) a formação
continuada será mais sucedida se a equipe escolar a encarar como valor e condição bási-
ca para o desenvolvimento profissional dos trabalhadores em educação. Nesse sentido, o
calendário escolar precisa garantir anualmente (semestres, bimestres, meses e dias) opor-
tunidades para que os professores se encontrem, analisem, problematizem, façam trocas,
enfim reflitam na e sobre a ação, concretizando assim, a formação contínua na rotina escolar.
No projeto político pedagógico da Educação Infantil do SESC – Palmas, o qual se en-
contra em fase de reestruturação, a formação continuada denominada de “Centros de Estudo”
é realizada mensalmente. As reflexões são realizadas a partir do caderno de Rregistro que
cada professor possui, com as devolutivas das leituras de planejamentos e da prática da
rotina escolar, nas quais são discutidos individualmente e em grupos e, acompanhamento
em sala de aula, para diagnosticar como se desenvolvem as interações entre professores,
alunos e conteúdos.
Este artigo teve origem a partir de algumas inquietações que foram surgindo no decorrer
da minha atuação como orientadora pedagógica e responsável pela formação continuada
dos professores da Educação Infantil do Sesc de Palmas – TO. Nesse percurso, ficava a
indagação sobre o que orienta os professores na sua ação docente, e quais as contribuições
44
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
dos Centros de Estudo trazem para a formação de habitus dos professores da Educação
Infantil do SESC – Palmas. Essa problemática torna-se relevante por tratar da formação
continuada de professores, ofertada pelo SESC - Palmas. O conceito de habitus é concebido
como um sistema de disposições resultantes de um processo de aprendizagem das relações
sociais que passam a funcionar como princípios inconscientes de ação, busca compreender
os habitus que mobilizam a prática do professor.
Em detrimento das proposta apresentada, o estudo tem como objetivo primeiro, pro-
porcionar momentos de reflexão e discussão sobre a formação continuada dos professores
da Educação Infantil do SESC – Palmas, afim de favorecer momentos de socialização de
experiências entre os professores e orientadores dessa área; Especificamente, procura-
-se identificar e analisar as condições que favorecem a produção do habitus professoral,
visando à compreensão da prática pedagógica dos professores da Educação Infantil do
Sesc de Palmas –TO.
Dentre os múltiplos aspectos positivos, espera-se com esta pesquisa, favorecer mo-
mentos de reflexão e discussão sobre a formação continuada da Educação Infantil do SESC
- Palmas e, socializar as experiências entre os professores dessa área.
DESENVOLVIMENTO
Prática Pedagógica
Nos Centros de Estudo da Educação Infantil do SESC - Palmas, um dos aspectos que
vem sendo alvo de estudos e discussões é a prática pedagógica do professor, que por muitas
vezes é consentida a levar pela rotina, beneficiando em sua prática, as mesmas condições
de aprendizagem. Tendo em vista a amplitude dessa área, considera-se necessário fazer
um pequeno resgate histórico a partir do momento em que a didática começa a ser discutida
na perspectiva da prática pedagógica.
Alguns argumentos precisos e relevantes eram ressaltados nas críticas feitas sobre a
didática, que se relacionava diretamente à formação de profissionais da educação, sobre
as estratégias que utilizavam para ensinar.
A razão das deficiências da didática usada e ensinada era fruto do fato dessa
disciplina ter assumido características da Didática Magna, de Comênio, escrita
em 1957, e da escola-novista. As lideranças afirmaram que essas propostas
pedagógicas não consideravam questões políticas que perfazem o ato de
ensinar, reduzindo o ensino a uma atitude eminentemente técnica (SILVA,
2005 p.155).
45
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Diante disso, surge a solução de reconstruir a prática pedagógica, já que sua identidade
se encontrava em crise, porque de certo modo, oscilava entre procedimentos comenianos,
escolanovistas e, entre outros fatores mais gerais oriundos das características do desen-
volvimento da educação escolarizada no Brasil.
Já foi o tempo em que se acreditava que todos poderiam aprender as mesmas coisas
ao mesmo tempo e da mesma forma. Masetto (2003) relata que cada grupo de alunos ou
cada turma ou cada classe são diferentes um dos outros, portanto se faz necessário à utili-
zação de uma prática pedagógica inclusiva a partir de métodos eficazes que englobam as
variantes estratégias de ensino.
Nos Centros de Estudo, tem sido frequentes as queixas por parte de professores e
daqueles que se encontram em função de alunos, sobre a qualidade do ensino superior.
Algumas das queixas aparecem da seguinte forma: as aulas não despertam os interesses
dos alunos, há pouca ligação entre o ensino e a prática, há muitos professores inflexíveis
no modo de pensar, as aulas são monótonas e expositivas, há professores distanciados dos
alunos e que não conseguem sensibilizá-los com bons exemplos de pessoas ou de profis-
sionais, as formas são restritas à memorização, as situações econômicas são desfavoráveis
à sua carga horária, pouca valorização, dentre outras questões do mesmo âmbito.
Diante desse cenário, a Educação Infantil do SESC - Palmas tem a preocupação de
preparar esse profissional, quando o mesmo chega à escola, sendo estagiário ou docente
já formado, induzindo-o a conhecer as especificadas da área na qual ele atua, levando-o a
compreender a aprendizagem do aluno como objetivo central do processo de ensino-aprendi-
zagem, pois a prática do professor está muito além de ser um transmissor de conhecimento.
Por isso, acredita-se que esse professor deve elaborar e reelaborar as metodologias de
trabalho, sendo mais criativo de forma que possibilite ao aluno a (re)construção dos seus
conhecimentos, pois, são ações peculiares aos professores, criarem condições para que a
criança aprenda.
Por isso, as formações continuadas “Centros de Estudo” da Educação Infantil do SESC
– Palmas assumem um papel importante quando coloca em pauta a questão da formação de
professores capacitados para trabalhar nessa perspectiva, pois é através desses encontros
que fazem uso da troca de experiências, que trabalham em equipe para que aconteça a
interdisciplinaridade dos conhecimentos, no aspecto efetivo-emocional, nas habilidades e
nas atitudes e valores.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
O pensamento reflexivo
O discurso pedagógico
47
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
O discurso seria lugar de conflito, de confronto de ideias, em que as condições só-
cio-históricas passam a exercer papel fundamental na constituição dos significados
que são produzidos.
Para compreender o discurso pedagógico, torna-se necessário analisar o contexto
social que permite sua produção, o lugar que a sociedade destaca para o professor e como
o professor nele se insere. Segundo Pêcheux apud Brandão (1995), há nos mecanismos
de toda formação social regras de projeção que estabelecem a relação entre as situações
concretas e as representações dessas situações no interior do discurso.
Qual seria, portanto, a relação entre o discurso do professor e a sociedade?
A nossa sociedade concede ao professor o lugar de autoridade, e autoridade que de-
tém o saber. Esse contexto sócio-histórico permite que seja estabelecida para o professor
uma posição privilegiada em relação aos seus alunos, em que o sujeito se pretende único,
e porque entende-se dono do conhecimento, faz uso do discurso autoritário. O sujeito que
fala é um sujeito ideológico. Sua fala é um recorte das representações de um tempo his-
tórico e de um espaço social. Dessa forma, como ser projetado num espaço e num tempo
e orientado socialmente, o sujeito situa o seu discurso em relação aos discursos do outro
(LUCKESI, 1994).
Em geral, e a não ser numa minoria dos casos, parece que o senso comum é o seguinte:
[...] para ser professor no sistema de ensino escolar, basta tomar um certo con-
teúdo, preparar-se para apresentá-lo ou dirigir o seu estudo, ir para uma sala
de aula, tomar conta de uma turma de alunos e efetivar o ritual da docência:
apresentação de conteúdos, controle dos alunos, avaliação da aprendizagem,
disciplinamento, etc. Ou seja, a atividade de docência tornou-se uma rotina
comum, sem que se pergunte se ela implica ou não decisões contínuas, cons-
tantes e precisas, a partir de um conhecimento adequado das implicações do
processo educativo na sociedade (LUCKESI, 1994, p.143).
A prática pedagógica diária pouco tem levado em conta a reflexão crítica sobre o que
vem a ser o conhecimento e o seu processo. O senso comum pedagógico manifesta um
entendimento idealista do que seja o conhecimento. É como se o conhecimento não tivesse
história e não tivesse acertos e erros. O que se diz é assumido como se sempre tivesse sido
assim. No entanto, o conhecimento tem história, está eivado de desvios por interesses de
uns ou de outros.
O senso comum interessa à situação conservadora da sociedade em que vivemos, em
função de que ela não possibilita o surgimento de uma “massa crítica” de seres humanos
pensantes e ativos na sociedade. O senso comum é o meio fundamental para a proliferação
da manipulação das informações, das condutas e dos atos políticos e sociais dos dirigentes
dos setores dominantes da sociedade.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
É nesse movimento de reflexão do contexto educacional, social, cultural que destaco a
preocupação com uma formação profissional sólida, com ênfase tanto na dimensão teórica
quanto na dimensão pratica, e nos permitimos o desafio de aprofundar estudos e pesquisas
para fomentar uma cultura de formação docente e formação continuada, visando ao melhor
desenvolvimento professoral dos agentes envolvidos.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A reflexão sobre os discursos dos sujeitos foi possível a partir das entrevistas realizadas,
que proporcionou a seleção das unidades mais significativas e foram criados os indicadores
que levaram a elaboração das categorias que estão distribuídas em tabelas, como segue.
Tabela 1. Em sua formação inicial você foi preparado para atuar na Educação Infantil?
CATEGORIAS S1 S2 S3 S4 S5 S6 Total
NÃO X X X X 66,6%
49
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A partir das entrevistas realizadas diagnosticou-se que 66,6% dos entrevistados repre-
sentados pelos sujeitos (S2), (S3), (S4), (S5), (S6) não foram preparados na formação
inicial para atuarem na Educação Infantil, fato que retrata a realidade dos cursos de forma-
ção de professores nas Universidades Brasileiras, que na maioria das vezes, não atende as
especificidades da Educação Infantil, cabendo às escolas e aos professores se prepararem
por meio dos saberes da prática e das formações continuadas.
Já no discurso de 33,3% dos entrevistados representados pelos sujeitos (S1) e (S5)
surge a resposta que permite compreender que existe uma formação superficial na gra-
duação. Talvez o que está sendo trabalhado teoricamente no processo de formação, não
retrata de forma coerente a prática do cotidiano escolar e por isso, não contempla os anseios
e a preparação do professor para enfrentar os desafios pedagógicos na educação infantil.
Tabela 2. Em que as formações continuadas “Centros de Estudo” contribuem para sua prática pedagógica?
CATEGORIAS S1 S2 S3 S4 S5 S6 TOTAL
50%
40%
30%
20%
10%
0%
Troca de Reavaliar a Questões de Esclarecimento
experiências prática currículo de dúvidas
50
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Troca de experiências
Reavaliar a prática
Questões de currículo
Esclarecimento de dúvidas
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. ALVES, Roneidi Pereira de Sá. Os caminhos da educação integral em Palmas – Tocantins.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Faculdade de Educação, 2013.
4. DA SILVA, Eduardo Dias. Eu e você, você e eu na língua: uma abordagem interacional para
o ensino de língua estrangeira. In: Revista de Letras, Taguatinga, v. 8, n. 1, p. 1-13, 2015.
9. SILVA, Maria da. O Habitus Professoral: O Objeto dos estudos sobre o ato de ensinar na
sala de aula. Brasileira de Educação, São Paulo, n.29, p. 152-163, maio/ago. 2005.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
05
A hora do sono na educação infantil:
cuidar, educar e acolher
10.37885/210705407
RESUMO
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Sabe-se que o campo da docência na educação infantil vai além da sala de aula, ne-
cessitando que esse profissional da infância esteja ancorado por um conjunto de saberes
necessários a um trabalho significativo e de mais qualidade. Para otimizar as capacidades
das crianças em suas diferentes linguagens, é importante valorizar o cuidar e educar no
processo de desenvolvimento das potencialidades corporais, emocionais, estéticas e éticas
desde a mais tenra idade. É necessária a tarefa de reconhecimento da instituição infantil
enquanto espaço que educa e cuida de crianças de 0 a 5 anos, que parte da realidade so-
cial, cultural, histórica que fundamenta no tempo-espaço da criança por meio do convívio
familiar e educacional.
Pensando no binômio cuidar e educar na rotina pedagógica, em especial, a hora do
sono, impulsionou reflexões acerca de sua importância para o desenvolvimento orgânico,
físico, mental e cognitivo da criança pequena, principalmente quando há organização desse
momento de cuidado de forma adequada. A indicação de que as crianças sentem neces-
sidade de dormir durante o dia não significa que todas devem dormir no mesmo horário e
que têm o mesmo tempo de sono. Algumas precisam dormir de uma a duas horas, outras
necessitam somente de momentos de descanso, relaxamento, um pequeno cochilo, e há
ainda as que não dormem.
Nesse sentido, o problema central da pesquisa versa por tal questionamento: Como são
organizadas as atividades em torno da hora do sono na educação infantil? O objetivo geral
é refletir sobre organização do trabalho da rotina do sono como um momento de cuidado,
educação e acolhimento das crianças até cinco anos.
De tal modo, o texto justifica-se pela necessidade de ampliar as discussões relacionadas
ao universo da educação infantil e sua complexidade pedagógica de educação e cuidado bem
como compreender alguns retrocessos acerca do tema, devido a discrepância e o sentido
que os docentes dão em suas práticas. Para tanto, a metodologia é um estudo bibliográfico
em Batista (1998), Coelho (2009) e Oliveira (2014) entre outros e, da participação no Projeto
de Pesquisa “Semiformação e educação no contexto da sociedade danificada: para além do
território demarcado”. Ainda, a participação como bolsista no Pibid/Pedagogia e Iniciação
Científica com bolsa Capes/CNPq em realização na Universidade Estadual de Londrina.
É preciso que cada instituição preveja propostas concomitantes para atender as crianças
que querem dormir ou descansar, bem como para aquelas que não dormem. Essas questões
exigem atenção e flexibilidade dos profissionais frente ao que manifestam as crianças. Para
tanto, é fundamental a hora do descanso na educação infantil enquanto possibilidade para
o acolhimento e aprendizagem infantil. Assim, esse estudo tem por finalidade analisar as
56
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
ações que são desenvolvidas na hora do sono na educação infantil, engendrando um olhar
sobre o lúdico no descanso das crianças que têm entre 5 e 6 anos
Por muito tempo, a Educação Infantil foi guiada por uma concepção assistencialista,
onde o foco estava centrado apenas nos cuidados físicos das crianças. Assim, os pequenos
eram deixados nas creches onde ali passavam o dia todo para que seus pais pudessem ir
trabalhar. Segundo Montenegro (2001), com o passar do tempo, esta realidade foi ganhando
outra modelagem, a caminho de uma concepção de prática pedagógica mais integradora.
Nesse sentido, há atualmente um trabalho voltado a relação entre cuidar e educar,
entretanto, algumas práticas de cuidado precisam ser melhores ressignificadas pelos pro-
fessores que atuam diretamente com as crianças de 0 a 5 anos. Em relação a rotina de
cuidados, destacaremos para esse artigo, a discussão sobre o sono ou hora do descanso.
Montenegro (2001) afirma ainda que o cuidado é um dos elementos importantes da
educação infantil no qual se faz necessária uma maior atenção quando se trata da formação
de professores para o trabalho com crianças pequenas.
[...] A dicotomia, muitas vezes vividas entre cuidar e o educar deve começar a
ser desmistificada. Todos os momentos podem ser pedagógicos e de cuidados
no trabalho com crianças de 0 a 5 anos. Tudo dependerá da forma como se
pensam e se procedem as ações. Ao promovê-las proporcionamos cuidados
básicos ao mesmo tempo em que atentamos para a construção da autonomia,
dos conceitos, das habilidades, do conhecimento físico e social. (CRAIDY E
KAERCHER, 2001, p. 70).
57
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Considerando a sua relevância de bem-estar em várias fases da vida, nota-se que esse
momento reflete de modo distinto, sendo influenciado pelo comportamento e a organização
do convívio familiar, uma vez que necessita levar em conta as especificidades das crian-
ças. Para (SILVA et al., 2018) a infância é caracterizada como “mudanças no crescimento
neuromotor”, cujo o descanso é um aliado importante para o desenvolvimento infantil que
implica no crescimento, tornando-se fundamental para a saúde da criança ao reporem suas
energias físicas e emocionais, visto que o sono é um tempo de repouso que possibilita o
cérebro desintoxicar os dejetos químicos do seu funcionamento, ao selecionar as memórias
o armazenamento de informações obtidas que poderão ser utilizada futuramente como ponto
de partida no processo de aprendizagem.
O corpo sofre alterações conforme as influências sociais, culturais, biológicas, tempe-
ramentais e ambientais, com ações e hábitos benéficos quanto maléficos. Coelho (2009,
p.24) afirma que:
Dos 6 meses até aos 4 anos de idade, o sono vai se concentrando no perí-
odo noturno, e as sestas diurnas mantém-se, no entanto a sua duração vai
diminuindo com o avançar da idade, tornando-se raras após os 3 anos de
idade, até entrar no período escolar 5/6 anos), onde as sestas praticamente
desaparecem da sua rotina diária. As crianças aprendem os hábitos do sono
se forem ensinadas. E a grande maioria aprende rapidamente a rotina do sono,
mas existe uma elevada percentagem (cerca de 30% dos recém-nascidos) cujo
relógio biológico é mais preguiçoso, e por isso os hábitos de sono têm de ser
ensinados de maneira um pouco diferente.
Sendo assim, é preciso levar em conta o relógio biológico de cada criança e suas sin-
gularidades. Ao resistirem até o último momento e brincarem com algo que está ao redor
ou até mesmo com o próprio corpo, estabelece de certa forma uma ruptura com o que é
imposto, no qual nos convida a pensar possíveis mudanças que utilizem mais atividades
lúdicas em torno do sono, considerando que é uma fase de adaptação e acolhimento para
as crianças pequenas.
Cabe lembrar, que a hora do sono não deve estar relacionada com a obrigatoriedade
onde todas crianças deverão dormir ao mesmo tempo para que possam depois brincar no
parque, desenhar, pintar, etc. É preciso que o educador seja flexível ao organizar esse mo-
mento, pois, a criança pode apresentar algumas alterações ao longo do ano que resultará na
diminuição do sono, sendo a “idade que condiciona a necessidade e a dependência do sono’’.
De acordo com Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI
(1998), o professor tem um papel muito importante na construção de uma proposta curricular
de qualidade, para tanto se faz necessário que ele esteja comprometido com a prática edu-
cacional, estando, dessa forma, preparado para lidar com eventuais situações que possam
a vir acontecer no decorrer do cotidiano escolar.
CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. BATISTA, Rosa. A Rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. 1998. 176 f.
Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
1998.
2. BRASIL. Ministério da Educação. Conselho nacional de Educação básica. Revisão das Diretri-
zes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Brasília: Parecer CNE/CEBN, 20/2009.
4. CRAIDY, Carmem Maria; KAERCHER, Gladis Elise P.da Silva. Educação Infantil: GEIB,
L.T.C. Desenvolvimento dos estados de sono na infância. Revista Brasileira de Enfermagem,
Brasília, v. 60, n. 3, jun. 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sciart-
text&pid=S0034-71672007000300014&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 5 de maio de 2019.
5. KRAMER, Sonia. Profissionais de Educação Infantil: gestão e formação. São Paulo: Ática,
2005.
9. SILVA, Ernestina Maria Batoca, et al. Percepção parental sobre hábitos e qualidade do
sono das crianças em idade pré-escolar. Revista de Enfermagem Referência, Coimbra, s.
4, v. 17, p. 63-70, abr./maio./jun. 2018. DOI: https://doi.org/10.12707/RIV17103. Disponível
em: http://www.scielo.mec.pt/pdf/ref/vserIVn17/serIVn17a07.pdf. Acesso em: 04 maio. 2019.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
06
A importância da família no processo
de aprendizagem na educação infantil
10.37885/210404066
RESUMO
65
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
MÉTODO
66
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nesse sentido, o que muitas vezes acontece é a família atribuir responsabilidades que
sobrecarregam a escola e os professores, dificultando assim o processo de aprendizagem
das crianças. As responsabilidades ao invés de ser transferidas devem ser compartilhadas,
pois ambas devem ser parceiras, e a escola por mais esforços que faça nunca dará conta
de substituir a família.
Osório define os papéis de ambas na educação dos educandos/filhos como:
Costuma-se dizer que a família educa e a escola ensina, ou seja, à família cabe
oferecer à criança e ao adolescente a pauta ética para a vida em sociedade e
à escola instruí-los, para que possam fazer frente às exigências competitivas
do mundo na luta pela sobrevivência. Talvez essa seja uma concepção por
demais simplista para equacionar as relações entre a família e a escola em
nossos dias, mas qualquer avanço na discussão de até onde vai o papel da
família e onde começa o da escola nos conduziria a outro patamar de con-
siderações que extrapolam os limites da contestação à pergunta formulada.
(OSÓRIO, 1996, p.82)
Para que haja uma articulação entre a família e a escola, é preciso antes de mais saber
sobre o que pensam os pais sobre seu papel no processo de escolarização dos seus filhos,
e assim tentar sensibilizá-los da sua importância no processo de aprendizado. Pois essa
participação poderá auxiliar na prática pedagógica dos professores, e juntos família-escola
serão responsáveis pela inserção do sujeito na sociedade, fazendo com que o mesmo seja
autônomo e crítico em relação ao contexto em que está inserido.
Nesse sentido Freddo diz que:
Sem dúvida, as ações educativas sejam na família ou na escola, não acontecem iso-
ladamente, e se essas agirem de forma desarticulada poderão levar ao fracasso escolar do
aluno, independentemente de classe social. Cabe ressaltar também, a importante função
do professor no que diz respeito a motivação do aluno frente aos desafios encontrados, o
mesmo deve estar preparado para o confronto com sujeitos heterogêneos, por isso conhecer
o contexto da criança, suas origens é fundamental nesse processo de ensino-aprendizagem.
Do mesmo modo, os pais continuam tendo fundamental importância nessa fase, dialo-
gar com a criança sobre regras que são importantes para a vida em sociedade, bem como
ensinar como devem controlar seus comportamentos, e estar dispostos a ouvir com atenção
o que a criança vai argumentar sobre condutas inadequadas, e assim interferir para mudar
tais comportamentos. O diálogo, muitas vezes resolve a punição, mas para isso é preciso
que os pais e professores tomem conhecimento sobre o que é diálogo, não basta apenas
uma pessoa conversar, o diálogo envolve mais pessoas e estas precisam estar dispostas a
expor suas opiniões e aceitar a do outro.
70
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. BARROS, Célia Silva Guimarães. Pontos da Psicologia Escolar. 5. ed. São Paulo: Ática, 1998.
3. FREDDO, Tânia Maria. O ingresso do filho na escola: o polimento dos espelhos dos pais.
Passo Fundo: UPF, 2004.
4. KALOUSTIAN, S. M. (org.) Família Brasileira, a Base de Tudo. São Paulo: Cortez; Brasília-DF:
UNICEF, 1988.
5. LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e pedagogos, Para quê?. 3ed. São Paulo: Cortez, 2000.
6. MARQUES, Ramiro. A Escola e os Pais: Como Colaborar? São Paulo: Texto Editora, 1997.
71
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
07
A importância do lúdico na educação
infantil
10.37885/210404064
RESUMO
73
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
MÉTODO
Iniciamos esse trabalho com uma pesquisa bibliográfica que nos possibilitou um maior
entendimento acerca do tema trabalhado, como também buscamos documentos que nortea-
ram pesquisa de acordo com os meios legais favoráveis as tecnologias na educação. A teo-
ria tem o intuito de explicar e compreender os fenômenos e processos, sendo a prática da
dinâmica de interpretar (MINAYO, 2012).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
75
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Sendo assim o lúdico é de grande importância para as crianças, pois sem distinção de
idade ou classe social, estas atividades lúdicas devem constar no contexto político peda-
gógico da escola. O lúdico compreende os jogos as brincadeiras e os próprios brinquedos,
tanto as brincadeiras de antigamente, bem como as atuais, pois são de cunho educativo e
auxiliam na aprendizagem dos alunos, assim como no convívio social. É com a interação
que as crianças vão desenvolvendo suas criatividades e liberdades.
A utilização dos recursos materiais é muito importante e desenvolve a capacidade de
concentração nas crianças, justamente por permitir que ela manipule e possa pensar no que
está realizando. Contudo, todas as atividades devem ser estudadas e preparadas previamen-
te, para durante sua exposição com o material seja apresentado de acordo com o desenvol-
vimento particular de cada área do conhecimento, pois isto possibilitará maior assimilação
e aprendizagem por parte da criança, que por sua vez se sentirá mais convicta e segura
na realização de suas atividades do seu conhecimento. Este domínio é fundamental para
o processo de socialização, e será nesta troca de experiências que o conhecimento fluirá.
Conforme Wadsworth,
A criança que tem seus primeiros contatos com a aprendizagem de forma lúdica, prova-
velmente terá maior chance de desenvolver um vínculo mais positivo com a educação formal,
vai estar mais fortalecida para lidar com os medos e frustrações inerentes ao processo de
aprender. Mas, para que os jogos cumpram seu papel dentro da escola, o professor deve
realizar as intervenções necessárias para fazer deste jogo uma aprendizagem.
As atividades lúdicas utilizadas em sala de aula são consideradas um meio pelo qual
a criança desenvolve sua criatividade, seu espírito de liderança e a capacidade de atuar em
grupo, sua capacidade de socialização, pois através dos jogos em grupo a crianças aprende
a repartir, a ouvir e até mesmo a ter um espírito de liderança. Sabendo da importância do
lúdico para o desenvolvimento da criança, não se pode deixar de defender seu valor dentro
do contexto escolar, uma vez que a escola acolhe crianças em fase de crescimento, ativas
e dispostas a aprender.
76
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Inserir o lúdico nas práticas escolares pode ser uma tarefa difícil, mas é preciso reco-
nhecer que essas práticas contribuem e conspiram para uma formação humana prazero-
sa, reflexiva e fundamental para a efetiva construção do conhecimento. Contudo, nota-se
que reconhecer essa importância do brincar na educação está sendo muito discutido nos
meios educacionais.
Neste enfoque, o lúdico pode auxiliar na construção do processo ensino-aprendizagem
em todas as áreas do conhecimento, desde que seja trabalhada de acordo com a faixa etária
dos alunos, para que se consiga alcançar os objetivos propostos. É eminente que é enri-
quecedor o trabalho de forma interdisciplinar, que quando realizado por meio da ludicidade,
envolverá vários conhecimentos de uma só vez.
Como vem sendo explicitado, os jogos pedagógicos são notáveis recursos que o edu-
cador pode utilizar no ensino da Língua Portuguesa, contribuindo para o enriquecimento
e desenvolvimento intelectual e social do educando, levando-os a aprender trabalhar em
equipe, com criatividade, bom humor e imaginação.
Segundo Vasconcelos(1995)
77
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Com o trabalho do professor o lúdico e a brincadeira acabam se tornando um recurso
pedagógico eficaz, não é uma tarefa fácil, mas que proporciona muitos benefícios e resultados
satisfatórios para o desenvolvimento da criança. Hoje os professores possuem uma variedade
de brincadeiras, de atividades lúdicas favorecendo a aprendizagem na Educação Infantil.
CONCLUSÃO
78
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. B D’AVILA, C. M. Eclipse do Lúdico. Revista da FAEEBA – Educação e Contemporaneidade.
Salvador, v. 15, n. 25, jan./jun., 2006.
5. RODRIGUES, Eliane e Sheila Maria ROSIN. Infância e práticas educativas: Eduem; 2007.
8. WADSWORTH, Barry. Jean Piaget para o professor da pré-escola e 1º grau. São Paulo, Pio-
neira, 1984.
79
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
08
A Literatura Infantil como estratégia
pedagógica no processo de Alfabetização
Matemática
10.37885/210705445
RESUMO
Este artigo tem por objetivo apresentar o relato da experiência realizado com acadêmicos
(as), do 5º período do curso de Pedagogia em que foi articulado a Literatura Infantil e a
Matemática. Esse conteúdo faz parte da ementa da disciplina Matemática na Educação
Infantil e foi desenvolvido realizando a análise de 23 (vinte e três) livros diferentes dividi-
dos em 6 (seis) grupos de trabalho. Essa atividade ajudou a ampliar o processo reflexivo
relacionado ao ensino e a aprendizagem dos conteúdos matemáticos em turmas dos Anos
iniciais do Ensino Fundamental. Como resultados, podemos reforçar, pela avaliação dos
acadêmicos (as), a importância desse tipo de trabalho onde a Literatura Infantil possa
fazer parte das aulas de Matemática no curso de Pedagogia, como processo de formação
para atuar na profissão docente. Por isso, concluímos reafirmando a necessidade de
flexibilizar a relação entre Matemática e Literatura Infantil, como estratégia pedagógica.
81
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
82
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
semestre de 2019, a disciplina Fundamentos e Metodologia da Matemática nas Séries Iniciais
do Ensino Fundamental.
Uma vez que durante as aulas, os conceitos matemáticos podem ser trabalhados em
parceria com a literatura infantil, também vão sendo construídos conceitos e aprendizagens
matemáticas, por meio de investigações e problematizações, e assim, a linguagem dessa
área vai se constituindo com a finalidade de comunicar ideias. Elas podem ser comunica-
das por meio da escrita, da oralidade e de outras formas durante as aulas de Matemática
tornando-se essencial que o registro e a comunicação dessa aprendizagem personifiquem
os entendimentos do que foi trabalhado ao utilizar a literatura Infantil.
Para nós a literatura infantil é uma estratégia pedagógica que propicia essa visão
conjunta. Neste caso, a literatura infantil pode ser utilizada como instrumento de aquisição
do conhecimento e da construção de conceitos matemáticos e de desenvolver a escrita, a
leitura, e a aprendizagem escolar transformando a sala de aula em um .
Para Silva (2003, p. 94), enquanto o ensino da Matemática por vezes é duro, radical e
“seco” se alimentando de uma proposta matemática distante e desarticulada da realidade do
aluno, a literatura infantil pode oferecer elementos integradores dessa mesma realidade como
auxílio para que o aluno possa compreendê-la. Essa integração representa uma mudança
no ensino tradicional de Matemática, porque os alunos não aprendem primeiro a Matemática
para depois aplicarem na literatura, ao contrário, com atividades mais articuladas, exploram
a Matemática e a literatura infantil ao mesmo tempo (CANDIDO et. al., 1999).
Nesse contexto, a literatura infantil e a experiência diária podem ser vistas como com-
ponentes de intervenção pedagógica no processo de alfabetização como possibilidade
de tornar a Matemática mais acessível aos alunos, quebrando a visão tradicional que por
vezes, a permeia.
Essa atividade foi realizada em três dias, totalizando 8 h/a presenciais e mais 4h/a de
atividades extraclasse. Na aula anterior ao início dessa unidade de trabalho, foi solicitado
que cada estudante levasse para as aulas da disciplina, um livro de literatura infantil que
mais gostam de ler e/ou apreciam; nesse momento, os estudantes já sabiam o que seria
feito, pois ao iniciar o semestre discutindo o Plano de Ensino, procedimentos de avaliação e
cronograma de trabalho, eles já tinham consciência dos acontecimentos e rumos das aulas.
Em sala de aula, conforme a data prevista no cronograma, a primeira atividade foi uma
aula expositiva dialogada seguida da leitura, por cada um deles, dos livros de literatura in-
fantil trazidos pelos estudantes. Todos deveriam ouvir atentamente a leitura uns dos outros,
identificar a linguagem matemática contida e justificá-la. Foi uma atividade de audição e
análise de 19(dezenove) livros de literatura infantil.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Pelo Quadro I podemos inferir que as mais diversas literaturas utilizadas pelos estu-
dantes nos proporcionam a identificação de linguagens matemáticas dentro delas. É impor-
tante lembrar que os estudantes foram orientados a não explorar exaustivamente todas as
possibilidades existentes. É necessário fazer uma escolha de qual conteúdo matemático
será trabalhado com as crianças e tomar a decisão sobre ele. Os outros conteúdos, embora
saibamos que estão presentes na literatura, podem ser explorados em outro livro.
Dos livros analisados podemos perceber que existem coincidências e divergências
de conteúdos matemáticos entre eles. As coincidências foram os conceitos matemáticos, a
contagem, a quantificação, a resolução de problema, o levantamento e testes de hipóteses,
o raciocínio aditivo e subtrativo e a geometria. E os que divergiram foram os conceitos de
cores, classificação, seriação e sequência das cores e grandezas contínuas.
É fato que a Matemática tem papel fundamental no desenvolvimento da capacidade
intelectual do ser humano, pois possibilita a estruturação do pensamento, desenvolvendo
o raciocínio lógico e dedutivo, capacitando-o para a resolução de problemas, além de fun-
cionar como instrumento essencial para a construção de conhecimentos em outras áreas
curriculares (BRASIL, 1997).
Nesse sentido Smole e Diniz (2001) afirmam que, para ler um texto matemático, com-
preender a situação problema que ali se apresenta e ser capaz de traçar estratégias para
resolvê-lo, o aluno necessita, para além do domínio dos conhecimentos matemáticos, ser
capaz de mobilizar seu conhecimento linguístico, seu conhecimento textual e seu conhe-
cimento de mundo.
Prosseguindo a aula, os estudantes, realizaram estudos de artigos de revisão de lite-
ratura, de pesquisa e de relato de experiências sobre o assunto, que ao longo desse artigo
são apresentados os que foram estudados e outros que o embasam.
A atividade extraclasse que os estudantes realizaram foi a seguinte: reler os artigos
sugeridos e outros sobre o assunto que tiverem acesso, depois, em seis grupos de traba-
lho, deveriam escolher um dos livros de literatura infantil, lidos e analisados e a partir disso,
elaborar um plano de aula ou uma sequência didática e posteriormente apresentar em sala
de aula. Os grupos foram intitulados G1 a G6, como forma de identificação.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Quadro II. Análise dos grupos de trabalho.
Grupos de
Literatura Infantil Linguagem Matemática Objetivos propostos Atividades propostas
Trabalho
- Apresentação do livro realizando
antecipações, leitura compartilhada e
questionamentos orais que proporcionem
a interpretação e primeira análise do livro
- Integrar literatura Infantil e
O ratinho e as cores Cores, classificação, - Exploração oral da linguagem
Matemática
G1 Autora - Monique Felix seriação e sequência matemática que envolve a sequenciação
- Discutir a sequência das
Editora Melhoramentos das cores - Experimentação prática da
cores contida no livro.
sequenciação
- Registro, por meio de desenho, da
sequência das cores apresentadas no
livro.
- Apresentação do livro instigando e
estimulando a curiosidade, para criação
de hipóteses, de utilizando perguntas
Contagem, quanti- - Perceber noções de
acerca da história
subtração
Dez patinhos ficação, grandezas - Dramatizar a história
- Realizar contagem
Autora- Graça Lima contínuas, subtração - Confeccionar patinhos com para
G2 - Comparar pequenas
Editora Companhia das e adição, levantar e servirem de ponteiras de lápis
quantidades
Letras testar hipóteses, reso- - Criar e resolver situações problemas
- Levantar e testar hipóteses
lução de problemas contendo ideias de subtração
na resolução de problemas
- Realizar um jogo de trilha utilizando as
ideias da subtração
- Registro das operações realizadas
- Iniciar a história fazendo
questionamentos e explorando a capa
- Identificar as imagens do livro
geométricas em objetos do - Tecer comentários juntos comas
O vira-lata Filé cotidiano crianças acerca das percepções da
G3 Autora -Claudia Ramos Noções de geometria - Diferenciar as características história
Paulinas Editora das formas geométricas - Em uma caixa cheia de objetos variados,
- Identificar as figuras planas separá-los e fazer as comparações das
contidas na história diferenças e das semelhanças entre os
objetos
- Registro das operações realizadas
- Apresentação do livro utilizando
predições e criação de hipóteses
Conceitos matemáti-
Aviso ao Rei Leão - Contação da história utilizando
cos de categoria espa-
Autora - Therezinha - Identificar as noções e ideias fantoches elaborando questionamentos
G4 ço, quantidade, tempo,
Casasanta de adição acerca da história
noções de adição e de
Editora do Brasil- SP - Utilização dos fantoches para realizar
subtração operações com as ideias da adição
- Registro das operações realizadas
- Conversa informal sobre o livro se
atendo à capa criando hipóteses acerca
- Apresentar o livro às crianças da história
Menina bonita do laço
Conceitos matemáticos - Descrever as características - Relato as características físicas dos
de fita
de categoria tempo, físicas dos personagens da personagens da história
G5 Autora- Ana Maria
quantidade e resolu- história -Seleção das gravuras da história que
Machado
ção de problemas - Demarcar a temporalidade demarcam a temporalidade para que as
Ática Editora dos fatos da história crianças as ordem e discutam os fatos
ordenados
- Registro das operações realizadas
- Contação da história utilizando os
- Apresentar a sequência fantoches dos sacizinhos
numérica de 0 a 10 - Audição da canção “O Saci”
Contagem, quanti-
Dez Sacizinhos - Corresponder numerais e - Em grupos, receberão uma caixa
ficação, subtração
G6 Autora Tatiana Belinky – quantidade com dez sacizinhos e um dado e a
e adição, grandezas
Paulinas Editora - Estabelecer relações das cada duas vezes que jogarem o dado
contínuas
ideias da subtração contidas deverão realizar a operação de subtração
na história utilizando os sacizinhos
- Registro das operações realizadas
Fonte: Anotações do planejamento diário da disciplina- 1º/2019.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
E em sala de aula, com 23 (vinte e três) estudantes presentes, na última ativida-
de da unidade, os planejamentos laborados foram apresentados, pelos grupos em forma
de planos de aula.
As apresentações ocorreram de forma prática e oportunizando aos estudantes uma
reflexão da possibilidade de utilizar a literatura infantil no processo de ensino e de aprendi-
zagem matemático. Na sequência, cada grupo fez a apresentação do plano de aula, depois
a leitura da história infantil escolhida e por fim realizaram as atividades propostas para um
melhor entendimento das ideias planejadas sobre o assunto.
Analisando o quadro que representa os planejamentos elaborados e executados, po-
demos afirmas que os estudantes conseguiram realizar a ligação entre a Matemática e a
literatura infantil e mais que isso, eles conseguiram vislumbrar a possibilidade de essas
atividades serem realizadas em sala de aula, tanto no estágio supervisionado como tam-
bém nas oportunidades que terão no futuro, aos assumirem como profissionais, suas salas
de aula e seus pequenos estudantes da Educação Infantil ou dos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental. O que afirmamos é perceptível pelos depoimentos avaliativos realizados ao
final da unidade e transcritos para esse artigo.
Um ensino que conecte a literatura infantil com a Matemática permite a reflexão e/ou
diálogo sobre os elementos, os aspectos, as ideias, os conceitos matemáticos e outras áreas
do conhecimento, bem como sobre as diferentes visões de mundo presentes na literatura.
Para finalizar a unidade, os estudantes fizeram a avaliação do processo que viven-
ciaram, refletindo sobre o aprendizado e a importância para a formação como acadêmicos
do Curso de Pedagogia, que segundo o Projeto Político Pedagógico-PPP (2013) serão for-
mados/habilitados para ministrar aulas na Educação Infantil e nos Anos Iniciais do Ensino
Fundamental. Isso pode ser verificado nos depoimentos de E1, E3 e de E9.
Acredito que estudar esse tema nos leva a pensar como enriqueceria nossa
aprendizagem matemática, se vivenciássemos essa prática. Foi de extremo
valor participar dessa atividade para perceber como trabalhar com uma Ma-
temática interessante, lúdica e que permita a desmistificação que deixe-a
de se tornar um monstro. Os professores podem pensar sobre as práticas
pedagógicas e encontramos espaço para isso, nas aulas de Matemática (E1,
AVALIAÇÃO DA UNIDADE, 05/06/2019).
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Podemos inferir que a surpresa demonstrada pelos estudantes pode estar relacio-
nada à forma como foram educados e formados em relação à concepção de Matemática.
Certamente, nos estudos da Educação Básica vivenciados por eles, tiveram aulas tradicionais
de Matemática e não lhes foi apresentado essa possibilidade.
Com a utilização da literatura infantil como uma das estratégias pedagógicas, a
Matemática passa a ser vista e sentida elas crianças como algo acessível e que todos
tem capacidade de aprender e a literatura ajuda nesse processo, pois conforme nos diz
Welchman-Tischer (1992), o livro de literatura infantil permite que o professor apresente aos
alunos recursos visuais e materiais passíveis de manipulação e possibilita o engajamento
do aluno no mundo da Matemática, pois o texto fornece ao professor espaço para trabalhar
com atividades criativas e interessantes, motivando o aluno a posicionar-se de modo ativo
e criativo diante das ideias e dos conceitos matemáticos.
Sobre o gosto, o prazer, a ludicidade e as aulas dinâmicas traduzidas pelo trabalho
com a literatura infantil nas aulas de Matemática, destacamos os depoimentos de E2 e E10
ao afirmarem que esse aprendizado é importante e que com as crianças, o ensino pode ser
mais proveitoso.
A criança, o adolescente e o adulto quando ouve uma história, narrada de forma a fazer
com que eles entendam que tudo o que está sendo lido também está escrito, mostrando-
-lhes as imagens, para que ela perceba que no contexto da história existe uma linguagem
sendo transmitida, eles então desenvolvem a capacidade de imaginar a história e criar os
acontecimentos na sua mente. Acreditamos que quando a criança ouve histórias e interage
com elas, será capaz de ler e de escrever outras histórias cheias de magia.
Neste momento, o professor deve aproveitar o interesse dos estudantes e criar ambiên-
cia mais lúdica que possibilite a exploração da alfabetização matemática, com o intuito de
instigar o interesse pelas histórias e pelo conteúdo a ser aprendido. Com isso, os estudantes
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
estarão abertos a aprendizagem, fazendo algo que está ligado ao deleite, como ouvir histó-
ria, poesia, conto ou fábula, cabendo ao professor escolher qual será a melhor leitura a ser
realizada. Quando lemos ou ouvimos uma história, somos capturados por sintonias de tensão
e de espanto diante do desconhecido, porque elas propiciam a oportunidade de ultrapassar
as fronteiras do mundo pessoal através de uma incursão imaginária desencadeada por esse
processo de acionamento cognitivo (FARIAS, 2006, p. 89).
Outros acadêmicos perceberam, pelos depoimentos apresentados que a literatura
infantil e a Matemática podem ser integradas, contextualizadas como novas possibilidades
de aprendizagem da Matemática, e que esse aprendizado pode se transformar em belas e
maravilhosas experiências. Vejamos os depoimentos de E4, E6, E7, E11, E12, E15 e E17.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A Literatura Infantil e a Matemática podem e devem caminhar juntas, pois são
ferramentas que auxiliam e colaboram para que a criança adquira conheci-
mentos que estão evidenciados nos textos (E17, AVALIAÇÃO DA UNIDADE,
05/06/2019).
Quando os acadêmicos são chamados a realizarem uma atividade e que essas ativida-
des lhes fazem “brilhar os olhos” podemos afirmar que ela trará bons frutos para a formação
deles imbuída nesse sentimento ode já terem vontade de trabalhar com a literatura nas salas
de aulas que irão assumir ou mesmo antes disso, durante a realização dos estágio supervi-
sionados e obrigatórios.. Nesse caso, a utilização da literatura como estratégia pedagógica
proporciona um desvelamento para além da concepção simplista do que a literatura infantil
significa e da concepção conturbada, sofrida, linear e dura que eles tem da Matemática.
Nesse sentido Coelho nos afirma que
[...] a literatura infantil vem sendo criada, sempre atenta ao nível do leitor a
que se destina [...] e consciente de que uma das mais fecundas fontes para
a formação dos imaturos é a imaginação – espaço ideal da literatura. É pelo
imaginário que o eu pode conquistar o verdadeiro conhecimento de si mesmo
e do mundo em que lhe cumpre viver (2000, p. 141).
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
para os alunos quanto para os professores, pois ambos se envolvem nesse mundo mágico,
onde a aprendizagem passa a ser um momento de grande prazer e de desenvolvimento.
CONCLUSÃO
94
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
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95
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
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Ministério da Educação. Secretaria da Educação Básica. Pacto Nacional pela Alfabetização
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96
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
09
A música entrelaçada ao estágio
supervisionado na educação infantil
10.37885/210705232
RESUMO
Este relato de experiência tem por objetivo refletir sobre a vivência musical no estágio
supervisionado na turma do 4.º período da educação infantil da Escola Municipal João
Paulo II, no município de Guanambi, Bahia, nos momentos de observação diagnóstica,
coparticipativa e investigativa e de intervenção pedagógica, no período de abril a maio
de 2018. A música nessa etapa da educação básica deve ser concebida como um re-
curso didático-pedagógico-lúdico e como mediadora e organizadora nos processos de
ensino-aprendizagem das crianças. Destarte, o estágio oportunizou-nos experienciar na
prática pedagógica os saberes e as aprendizagens construídos nos processos formativos,
nos componentes curriculares estudados no curso de Pedagogia do Departamento de
Educação de Guanambi, Campus XII da Universidade do Estado da Bahia (UNEB). A rea-
lização da observação diagnóstica, coparticipativa e investigativa na sala de aula do
4.º período, possibilitou-nos elaborar e desenvolver o projeto de intervenção intitulado
“Brincando e cantando também se aprende na educação infantil”. Com efeito, viven-
ciar a música na educação infantil desperta nas crianças o interesse por ouvir, sentir,
criar, interpretar, socializar e aprender, nesse universo tão vasto, em que esse recurso
didático-pedagógico-lúdico pode contribuir para o desenvolvimento integral das crian-
ças. O estágio supervisionado proporcionou-nos reflexões sobre a formação e prática
docente e a articulação da teoria e prática nas ações pedagógicas desenvolvidas em
sala de aula e outros espaços.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Sendo “o estágio uma atividade de aproximação com o campo profissional, por tra-
tar-se de uma forma de inserção no mundo do trabalho e na área específica de atuação,
de possibilidade de conexão entre a teoria estudada e a prática observada nas instituições
[...]” (OLIVEIRA, 2013, p. 67), o estágio supervisionado na educação infantil constitui um
momento importante na trajetória formativa de estudantes do curso de Pedagogia.
No primeiro semestre de 2018, a primeira e segunda autoras deste texto tiveram a
oportunidade de escolher a turma do 4.º período da educação infantil, no turno vespertino
da Escola Municipal João Paulo II, localizada no município de Guanambi, Bahia, para vi-
venciarem dois momentos imprescindíveis no âmbito do estágio: observação diagnóstica,
coparticipativa e investigativa e intervenção pedagógica, com a carga horária de 50 ho-
ras/aula cada um.
Essa instituição oferece ambientes adequados para o desenvolvimento de práticas
pedagógicas necessárias para atender o público infantil: espaço amplo, salas estruturadas,
parque infantil, pátio, entre outros. Nesse contexto, “as propostas pedagógicas das institui-
ções de Educação Infantil deverão prever condições [...] para a organização de materiais,
espaços e tempos que assegurem: os deslocamentos e os movimentos amplos das crianças
nos espaços internos e externos às salas [...]” (BRASIL, 2010, p. 19-20).
Na escola que realizamos o estágio no período de 2 de abril a 15 de maio de 2018,
essas condições são asseguradas. Dessa forma, possibilitaram-nos vivenciar nessa turma
a música como um recurso didático-pedagógico-lúdico e como mediadora e organizadora
nos processos de ensino-aprendizagem das crianças. Conforme Moreira, Santos e Coelho
(2014, p. 42), “no contexto escolar, a música ensina o indivíduo a ouvir e a escutar de ma-
neira ativa e refletida. Não significa que a música se torne o único recurso de ensino, mas
de que forma pode facilitá-lo, pois o aluno convive com ela desde muito pequeno”.
A relação entre a música e a educação é um tema de suma importância, dada a própria
ligação do aspecto musical na história e no cotidiano do ser humano, principalmente, quando
percebemos a participação da música nos processos de ensino-aprendizagem e sua contri-
buição no desenvolvimento integral das crianças. “A integração entre os aspectos sensíveis,
afetivos, estéticos e cognitivos, assim como a promoção de interação e comunicação social,
conferem caráter significativo à linguagem musical” (BRASIL, 1998, p. 45).
Os momentos experienciados na observação diagnóstica, coparticipativa e investiga-
tiva, no período de 2 a 13 de abril de 2018, propiciaram a elaboração e o desenvolvimento
do projeto de intervenção intitulado “Brincando e cantando também se aprende na educa-
ção infantil”, na turma do 4.º período da educação infantil. A música foi escolhida porque a
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
musicalização na escola é um recurso potencializador na socialização, interação, criatividade
e sensibilidade das crianças.
De acordo com Cascarelli (2012, p. 5), “musicalização é o encontro do aprendiz com a
essência da música, é a forma pela qual a experiência musical é vivenciada, independente-
mente da teorização sobre o conteúdo ou da capacidade de tocar um instrumento musical”.
Por essa razão, é importante oportunizar às crianças “condições para que compreenda o que
se passa no plano da expressão e no plano do significado quando ouve ou escuta música;
proporcionar ferramentas básicas para a compreensão e utilização da música como forma
de linguagem” (CASCARELLI, 2012, p. 5).
Na realização do estágio vivenciamos o que salienta a autora nas práticas pedagógicas
experienciadas em sala de aula e outros espaços formativos da escola. Desse modo, este
relato de experiência tem por objetivo refletir sobre a vivência musical no estágio supervi-
sionado na turma do 4.º período da educação infantil da Escola Municipal João Paulo II, no
município de Guanambi, Bahia, nos momentos de observação diagnóstica, coparticipativa e
investigativa e de intervenção pedagógica, no período de abril a maio de 2018. Destacamos
também os impasses e as contribuições do estágio na formação e prática docente.
A música possui um contexto histórico na vida do ser humano, marca épocas, momentos
importantes e deixa lembranças. Por isso, definir música não é fácil e não será o objetivo
principal neste relato, uma vez que não encontraremos um conceito que abrange todos os
significados dessa arte. “A música está presente em diversas situações da vida humana. [...]
Nesses contextos, as crianças entram em contato com a cultura musical desde muito cedo
e assim começam a aprender suas tradições musicais” (BRASIL, 1998, p. 47).
A inserção da música na escola se deu por meio da Lei 11.769, de 18 de agosto de
2008, “altera a Lei n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, Lei de Diretrizes e Bases da
Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino da música na educação básica”
(BRASIL, 2008). Nesse ano, o Presidente da República decreta, por meio dessa Lei, que a
música deverá ser conteúdo obrigatório do componente curricular “Arte” da educação básica,
tendo as escolas públicas ou particulares três anos letivos para se adaptarem às exigências
estabelecidas. Desde então, segundo Cáricol (2008, p. 19), “deu-se início a uma série de
discussões que envolvem desde profissionais da música e da educação até integrantes da
sociedade civil, atentos aos rumos que tal decisão acarretaria”.
Uma nova legislação, no ano de 2016, prevê a música, o teatro, a dança e as artes
visuais como linguagens obrigatórias do componente curricular Arte na educação básica -
da educação infantil ao ensino médio. A modificação do § 6º do art. 26 da Lei n.º 9.394/96,
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
implantada pela Lei n.º 13.278, de 2 de maio de 2016, reafirma a continuidade no ensino
das artes na educação básica:
A relação da música com o ser humano é muito antiga, desde os tempos da Grécia
Antiga, onde a música era ensino obrigatório fazendo parte da formação do homem gre-
go. Isso salienta a importância da música na educação. A música está presente em vários
101
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
momentos importantes da vida humana, sejam em festas, comemorações, celebrações de
cultos, rituais etc.
Segundo Brandão (2007), a educação é algo que ninguém escapa, seja em casa, na
rua, na igreja ou na escola, sempre estaremos de algum modo nos envolvendo pedaços
da vida com ela: para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. O que a educação
permite ao indivíduo na transformação do ser, no saber, no fazer ou no conviver mostra que
todos os dias misturamos a vida com a educação. Mas, como conceituar algo tão relevante
na vida do ser humano?
A música, conforme Izzo (1946, p. 9), “é a criação mais sublimes do engenho humano,
é, ao mesmo tempo, Arte e Ciência: Arte, na manifestação do belo por meio dos sons e
Ciência, na produção e combinação dos sons segundo leis estabelecidas universalmente”.
Por isso, deve ser vivenciada nas práticas pedagógicas de diferentes maneiras, por meio
de brincadeiras, jogos, literatura infantil, dentre outras.
Lacerda (1993, p. 1) nos mostra que a música como uma arte do som tem suas
propriedades que trazem movimento e direcionamento aos elementos que compõem a
música: “Duração é o tempo de produção do som. Intensidade é a propriedade do som ser
mais fraco ou mais forte. Altura é a propriedade do som ser mais grave ou mais agudo. [...]
Timbre é a qualidade do som, que permite reconhecer a sua origem”. A interação de todos
esses elementos embeleza uma composição musical. Na educação devemos buscar por
essa combinação de fundamentos, para que possamos fomentar nas crianças o que há de
melhor na música e na educação.
A música e a educação harmoniosamente caminham juntas, formando assim, uma
combinação que possibilita ao/à pedagogo/a despertar nas crianças o interesse por ouvir,
sentir, criar, interpretar, socializar e aprender neste universo tão vasto onde a imaginação
flui. Com a música o/a professor/a pode trabalhar de forma interdisciplinar “e, dessa forma,
apresentar a importância de um trabalho contextualizado e diferenciado, buscando possibi-
lidades em que exista um diálogo entre os campos de conhecimento” (CALDAS; HOLZER;
POPI, 2017, p. 161).
No desenvolvimento do projeto de intervenção “Brincando e cantando também se apren-
de na educação infantil”, no período de 30 de abril a 15 de maio de 2018, experienciamos
um trabalho contextualizado ao vivenciar o canto e a dramatização das músicas: Boa Tarde
Coleguinhas, O Barquinho, Meu Lanchinho, A Canoa, Pintinho Piu, A Casa do Zé. Nessas
atividades, “deve ser considerado o aspecto da integração do trabalho musical às outras
áreas, já que, por um lado, a música mantém contato estreito e direto com as demais lingua-
gens expressivas (movimento, expressão cênica, artes visuais etc.)” (BRASIL, 1998, p. 49).
102
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Segundo Cáricol (2008, p. 19), o primeiro registro do encontro da música com a edu-
cação no Brasil ocorreu entre 1658 e 1661, quando, pela “Lei das Aldeias Indígenas”, foi
ordenado o ensino de canto. Mas, não seriam ensinadas somente as músicas religiosas,
seriam incluídas também as canções populares como as “modinhas” portuguesas. Desde
então, “muitos são os registros de tentativas de inserção da música na educação, mas
aparentemente nenhuma delas teve representação”. Com relação à história do ensino da
música, a autora destaca:
De acordo com Cáricol (2008, p. 19), “em São Paulo, o canto coral se tornou uma
atividade obrigatória nas escolas públicas da então província de São Paulo com a Reforma
Rangel Pestana, pela Lei nº 81, de 6 de abril de 1887”.
Bressan (1989) ressalta que, anteriormente às leis do ensino sobre a iniciação musical
nas escolas, contou com a iniciativa do Maestro e Pedagogo Fabiano Lozano que, no início
do século XX tornou evidente seus trabalhos, em Piracicaba, São Paulo, no sentido do es-
tudo do canto e da música a nível escolar, sob os moldes do “canto orfeônico”. Mais tarde,
Heitor Villa-Lobos tomara nas mãos essa bandeira difundindo por toda parte a iniciativa de
Fabiano Lozano. Ele diz que começa pela fase em que o Canto Orfeônico, devido à laboriosa
atuação do Maestro Heitor Villa-Lobos, passou a ser feito e ensinado nas escolas, por força
do Decreto nº 18890, de 18 de abril de 1932.
Nesse momento trabalhou a iniciação mais seriamente: momento, porque a derrocada
da iniciativa de Fabiano Lozano e de Villa-Lobos se completou muito cedo, com o advento
da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961.
Essa Lei deu por extinto o Canto Orfeônico nas escolas, e, em seu lugar, era introduzida a
Educação Musical. Na realidade, só em 1962 a Educação Musical veio a ser introduzida,
formalmente regulamentada, pelo parecer nº 383, e, posteriormente, pelo Decreto nº 61.400,
de 22 de setembro de 1967.
A volta do ensino da música como conteúdo obrigatório no currículo escolar nos traz
a esperança de resgatar a essência que fomenta no ser humano. A música pode despertar
interesses musicais nos estudantes, com possibilidades de descobrir novos talentos, mesmo
que o objetivo do ensino da música não seja em âmbito profissional, traz um suporte cultural
importante na vida do sujeito, desenvolvendo a sua formação integral.
103
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A importância da música como disciplina, conforme Moreira, Santos e Coelho (2014,
p. 41), “é um assunto relevante desde a antiguidade, pois a formação musical oferece o
auxílio ideal para o desenvolvimento psíquico e emocional de crianças e jovens”. As áreas
do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização, desenvolvendo
outras habilidades. Diante dessa perspectiva, a música é concebida como um universo que
harmoniza a expressão de sentimentos, ideias, valores culturais e facilita a comunicação do
sujeito consigo mesmo e com o meio em que vive. Ao constatar os diferentes aspectos do
desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, pode-se dizer que a
música é mediadora do processo educacional. “A música pode ser uma atividade divertida e
que ajuda na construção do caráter, da consciência e da inteligência emocional do indivíduo,
pois desenvolve a mente humana, promove o equilíbrio, proporciona um estado agradável
de bem-estar [...]” (MOREIRA; SANTOS; COELHO, 2014, p. 42).
Sendo assim, faz-se necessário provocar a sensibilidade dos/as professores/as para
despertar as possibilidades da música para favorecer e fomentar o bem-estar e o crescimento
das potencialidades das crianças, pois fala diretamente ao corpo, à mente e às emoções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio supervisionado na educação infantil na Escola Municipal João Paulo II, possi-
bilitou-nos reflexões sobre a atuação do/a pedagogo/a nesse espaço, ao vivenciar experiên-
cias riquíssimas para a nossa formação acadêmica e profissional. As aprendizagens adquiri-
das foram significativas para nós, estudantes do curso de Pedagogia do Campus XII/UNEB.
Consideramos importante o papel da música na educação infantil, não apenas como
um recurso didático-pedagógico-lúdico, mas também como forma mediadora e organizadora
no processo de ensino-aprendizagem das crianças. Verificamos nas vivências musicais, as
várias possibilidades de aprendizagem, como ouvir, criar, imaginar e socializar. De acordo
com Moreira, Santos e Coelho (2014, p. 43), “o uso da música na aprendizagem, também
valoriza o trabalho em equipe, pois, para que uma orquestra tenha sucesso, todos os seus
elementos têm que trabalhar em conjunto harmoniosamente”.
Vivenciar os espaços formativos da educação infantil no estágio supervisionado, no
período de abril a maio de 2018, colaborou com o nosso processo formativo, pois possibilitou
interagirmos e experienciarmos um ambiente encantador, onde aprendemos juntos, usu-
fruindo a companhia alegre das crianças. Assim, enquanto futuras pedagogas-professoras
necessitamos promover novos pensamentos, adquirir novas ideias e formas de aprendi-
zagem, porque “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”
(FREIRE, 2011, p. 25).
Nesse contexto, experienciamos momentos formativos que contribuíram para a nossa
atuação não somente na educação infantil, mas em diversos contextos e espaços que articu-
lam a educação como forma de promover o indivíduo não somente na escola, mas para a vida.
O estágio oportunizou-nos experienciar na prática pedagógica os saberes e as apren-
dizagens construídos nos processos formativos. A realização da observação diagnóstica,
coparticipativa e investigativa na sala de aula do 4.º período, possibilitou-nos elaborar o
projeto de intervenção intitulado “Brincando e cantando também se aprende na educação
106
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
infantil”. Com efeito, vivenciar a música na educação infantil desperta nas crianças o interesse
por ouvir, sentir, criar, interpretar, socializar e aprender, nesse universo tão vasto, em que
esse recurso didático-pedagógico-lúdico pode contribuir para o desenvolvimento integral das
crianças. O estágio supervisionado proporcionou-nos reflexões sobre a formação e prática
docente e a articulação da teoria e prática nas ações pedagógicas desenvolvidas em sala
de aula e outros espaços.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, Berenice de; LEVY Gabriel. Brincadeiras e brincadeirinhas: uma experiência de
formação de professores pelo Brasil. Música na Educação Básica. Brasília: 2013.
6. BRASIL. Lei nº 11.769, de 18 de agosto de 2008. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, Lei de Diretrizes e Bases da Educação, para dispor sobre a obrigatoriedade do ensino
da música na educação básica. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11769.htm. Acesso em: 21 jun. 2018.
9. BRESSAN, Wilson José. Educar cantando: a função educativa da música popular- Petrópolis,
RJ: Vozes, 1989.
10. CALDAS, Felipe Rodrigo; HOLZER, Denise Cristina; POPI, Janice Aparecida. A interdisciplinari-
dade em arte: algumas considerações. Revista NUPEART, v. 17, p. 161-171, 2017. ISSN 1677-
1605. Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/nupeart/article/view/9839/7561.
Acesso em: 20 jun. 2018.
11. CÁRICOL, Kassìa. Panorama do ensino musical. 2008. Disponível em: www.amusicanaes-
cola.com.br/pdf/PanoramaEnsinoMusical.pdf. Acesso em: 27 out. 2016.
107
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
12. CASCARELLI, Claudia. Oficinas de musicalização para educação infantil e ensino funda-
mental. São Paulo: Cortez, 2012.
13. COSTA, Lívia Alessandra Fialho da; SOUZA, Elizeu Clementino de. Editorial. Revista da
FAEEBA – Educação e Contemporaneidade, Salvador, v. 26, n. 48, jan./abr. 2017. ISSN
0104-7043. Disponível em: https://revistas.uneb.br/index.php/faeeba/article/view/7562/4907.
Acesso em: 7 mar. 2019.
14. FÉLIX, Geisa Ferreira Ribeiro; SANTANA, Hélio Renato Góes; OLIVEIRA JÚNIOR, Wilson. A
música como recurso didático na construção do conhecimento. Cairu em Revista, Salvador, ano
3, n. 4, p. 17-28, jul./ago. 2014. ISSN 2237-7719. Disponível em: https://www.cairu.br/revista/
arquivos/artigos/2014_2/02_A_MUSICA_RECURSO_DIDATICO.pdf. Acesso em: 9 mar. 2019.
15. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed.
São Paulo: Paz e Terra, 2011.
16. GOMES, Marineide de Oliveira. Formação de professores na educação infantil. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2013.
17. IZZO, Miguel. Noções elementares de música. 5. ed. São Paulo: Irmãos Vitale,1946.
18. LACERDA, Osvaldo. Compêndio de teoria elementar da música. 9. ed. São Paulo: Ricordi
Brasileira, 1993.
19. MOREIRA, Ana Claudia; SANTOS, Halinna; COELHO, Irene da Silva. A música na sala de
aula: a música como recurso didático. UNISANTA Humanitas, Universidade Santa Cecília
(ISESC), v. 3, n. 1, p. 41-61, 2014. ISSN 2317-1294. Disponível em: https://periodicos.unisanta.
br/index.php/hum/article/view/273/274. Acesso em: 6 mar. 2019.
108
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
10
As políticas socioemocionais e sua
importância na educação infantil
10.37885/210504667
RESUMO
110
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Aprender a Conhecer
112
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
um entendimento que permeia sua existência, funcionando como um norte para sua vida,
dando ênfase ao processo humano com início e fim, ou seja, é o saber considerado o meio e
a finalidade da vida humana. Ainda segundo o autor neste contexto é possível compreender
o mundo que o rodeia, buscando este conhecimento com prazer, entusiasmo e curiosidade.
Neste processo do aprender a conhecer é preciso estar atento que o conhecimento que
a criança adquire não vem de fora, ele acontece gradativamente, ou seja, é um processo
de construção e reconstrução interior. De acordo com Delors (2001) o aprender a conhecer
não se desenvolve em telas de computadores ou em livros, ele está na mente das pessoas.
Ainda segundo o autor a criança é exposta através de seu cognitivo a desenvolver e construir
seu conhecimento, ela é o sujeito ativo deste processo e isto alcançará resultados de acordo
com a interação deste para com sua curiosidade ou vontade de conhecer.
É importante destacar que para aprender a conhecer a prática pedagógica baseada
neste fim é fundamental, contribuindo tanto para o desenvolvimento intelectual da criança,
quanto para a constituição das características cidadã da mesma. Os novos desafios que
passarão a ser constantes no fazer profissional devem estar pautados desta forma em uma
ampla atuação, onde as descobertas e o fortalecimento do potencial criativo da criança pre-
cisam ser colocados a toda prova no intuito de obter melhores resultados, bem como seu
melhor desenvolvimento educacional, emocional, social e familiar.
Aprender a fazer
Aprender a conviver
Aprender a ser
116
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
de Wallon e os princípios da Bioenergética1 de Lowen, os quais apresentam que o homem é
um ser vivo pertencente à sociedade e seu corpo constituído por movimentos, sentimentos
e pensamentos, que interligados proporcionam a estruturação corporal do indivíduo. Mas,
para que todas estas funções possam ser desenvolvidas além do corporal, o homem pre-
cisa ser estimulado.
Neste campo de estudos segundo Wallon (1985) o desenvolvimento da afetividade
(emoções) é consequência e resultado das contínuas interpenetrações na qual o homem
se encontra submetido dentro das dimensões afetiva, cognitiva e motora, ou seja, o homem
em constante desenvolvimento se torna propício a adquirir características que lhe permite
interagir com outro e com o meio, influenciando e sofrendo influências, continuamente, per-
mitindo um resultado final modificando o homem e, deste modo, na interação e nos meios.
Ao analisar a bioenergética sob a ótica do desenvolvimento da afetividade e como ela
se constitui, Lowen (1970) define que o corpo como um sistema energético em constante
interação com o meio propiciando as inter-relações, neste caso especificamente entre os
indivíduos aluno/professor produz reações pela funcionalidade corpo e mente. Isto se torna
efetivamente concreto pela percepção na alteração da forma de pensar de uma pessoa,
o que diretamente deduz seus sentimentos e comportamento na vivência em sociedade e
com o meio ambiente.
Ao traçar uma análise comparativa dos estudos e teorias defendidas por Wallon e
Lowen é possível identificar aspectos que se repetem e se afirmam na mesma proporção.
Segundo eles as alterações cotidianas resultantes da inter-relação entre corpo e mente e
constituintes dos aspectos da relação plurifatorial e multidirecional, podem promover o de-
senvolvimento de emoções positivas ou negativas, o que pode influenciar consequentemente
no progresso e bem-estar, ou bloqueios e mal-estar, influenciando inclusive a capacidade
vivência em sociedade.
O desenvolvimento da afetividade, uma das expressões da emoção, é considerado,
por ambos, como um processo constituído, e mesmo que de forma irregular oferta ao longo
da formação a aquisição e fixação de experiências e aprendizado. Cabe ressaltar que a
defesa deste crescimento intelectual é pareada segundo Lowen e Wallon ao crescimento e
maturação dos órgãos (corpo físico), pois até as estruturas musculares (tônus2 muscular) é
apresentado cientificamente como fundamental na constituição e na expressão das emoções,
1 Bioenergética: Estudo das transformações e trocas energéticas nos ou entre seres vivos e o ambiente. Sistema de terapia que combi-
na respiração e exercícios corporais, psicoterapia e livre expressão de impulsos e emoções, para libertar energias psíquicas e físicas
bloqueadas.
2 Tônus: estado de tensão leve e permanente, existente nos músculos viscerais e nos estriados (ex. músculos dos membros) (Manuila
117
et al, 1997).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
121
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. ANTUNES, Celso. A prática dos quatro pilares da educação na sala de aula. Fascículo 17/
Celso Antunes. Petrópolis (RJ): Vozes, 2010.
3. BAUMAN, Zygmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1999.
4. CARDIM, Paulo. Sobre a prender e aprender a ser. Direto da Reitoria.2012. Sem paginação.
Disponível em: https://www.belasartes.br/diretodareitoria/artigos/sobre-aprender-aprender-a-
-conviver. Acesso em 12 de janeiro de 2021.
8. LOWEN, A. Prazer: uma abordagem criativa da vida. São Paulo: Summus Editorial; 1970.
9. PRATA, H. Elos Família Escola Comunidade. Elos. 2010. Sem paginação. Disponível em,
http://elosfamiliaescolacomunidade.blogspot.com/2007/03/aprender-ser-um-dos-quatro-pila-
res-da.html. Acesso em: 20 de janeiro de 2021.
11. TEIXEIRA, Anísio Spinola (Org.). Educação e o mundo moderno. Rio de Janeiro: UFRJ, 2005.
122
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
11
Ensinando proteção contra a violência
na infância através da literatura
infantil
10.37885/210504668
RESUMO
O artigo tem como objetivo promover uma reflexão através das teorias da Literatura
Infantil e análise do livro “Não me toca, seu boboca!” da autora Andrea Viviana Taubman
que explora a temática do abuso sexual infantil. A Literatura Infantil possibilita através
do fantástico e da linguagem simbólica a assimilação dos valores da sociedade e pode
ser uma ferramenta importante para informar e potencialmente promover mudanças na
vida de crianças, além dos aspectos relacionados a leitura e escrita. Nosso estudo e
exploratório bibliográfico tendo como embasamento teóricos de Coelho (1984), Caldin
(2003), Bettelheim (2002) e Lajolo e Ziberman (1999) entre outros.
124
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O abuso sexual é considerado uma das formas mais graves de violência praticada
contra crianças e adolescentes. É uma situação que pode atingir todas as idades, níveis
sociais, e suas consequências podem acarretar muitos efeitos negativos ao desenvolvimento
das crianças e adolescentes vitimizadas, necessitando de amparo e compreensão. Para
a compreensão do que é considerado abuso sexual destacamos a definição usada pela
Organização Mundial da Saúde (World Health Organization):
Violence against children includes all forms of violence against people under 18 years
old. For infants and younger children, violence mainly involves child maltreatment (i.e. phy-
sical, sexual and emotional abuse and neglect) at the hands of parents and other authority
figures. Boys and girls are at equal risk of physical and emotional abuse and neglect, and girls
are at greater risk of sexual abuse. As children reach adolescence, peer violence and intimate
partner violence, in addition to child maltreatment, become highly prevalent (Disponível em:
https://www.who.int/health-topics/violence-against-children#tab=tab_1. Acesso em 01 de
dezembro de 2020).
Qualquer ato sexual entre um adulto e uma criança é reconhecido como abuso, mesmo
que não haja intercurso sexual, leva-se em conta que mesmo as situações menos graves
podem acarretar uma carga de sofrimento para a criança, havendo graves danos psicoló-
gicos para a vítima.
A Constituição Federal, o Estatuto da Criança e do Adolescente e o Código Penal,
principais leis de proteção às crianças e aos adolescentes:
126
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Bettelheim (2002), acredita que, através dos contos de fadas a criança alicerça seu
sofrimento com conhecimentos, pois quanto mais alternativas ficcionais forem oferecidas
para as crianças mais elas conseguiram elaborar e organizar seus dramas.
127
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Parecia um tio Bonzinho,
vivia Rondando o porquinho,
querendo se aproximar
da gente. (TAUBMAN, 2019, p.6).
A história segue uma linha narrativa semelhante ao conto infantil “Chapeuzinho verme-
lho”, incorporando o personagem “Lobo Mal”, possivelmente por estar estigmatizado como
personagem carregado de maldade e fazer parte do imaginário popular como uma figura de
maldade. A escolha pelo nome “Tio Bonzinho”, também numa forma de mostrar que o perigo
pode estar disfarçado num rosto simpático e sorridente de uma pessoa de idade adulta e
até mesmo de alguém familiar.
Esse “Tio Bonzinho”, devagar vai se aproximando, presenteando as crianças, mostran-
do gostar de coisas que as crianças também gostam como figurinhas e videogame. A ideia
de aproximação sempre é através de uma sedução por produtos e objetos que fazem parte
do mundo infantil. Para ganhar confiança é preciso que haja identificação, afinidade, troca
interpessoais e interação; assim, através dos brinquedos e outros objetos o adulto começa
ser visto pela criança como também pertencente ao seu mundo.
A narrativa, dessa forma, vai mostrando como é o perfil de um possível abusador e tam-
bém as formas utilizadas de aproximação até o momento que as crianças ficam confortável
com a presença do “Tio Pipoca”, sabendo disso, ele continua utilizando de artifícios como
objetos do mundo infantil para convidar as crianças para ficarem sozinha com ele. No caso
a forma de sedução é lanchar, brincar e assistir televisão em sua casa.
128
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Um dia, tio Pipoca chamou
a turma toda para ir à casa dele
lanchar, brincar e assistir televisão (TAUBMAN, 2019, p.13).
Depois de ganhar a confiança das crianças fazendo que elas vão à sua casa, o “Tio
Pipoca” distrai algumas e começa a tocar uma delas. Na história uma das crianças percebe
que foi imprudente estar nesse ambiente e diante do perigo, grita para todos ouvirem: “Não
me toca seu boboca!” e todas as crianças saem correndo. O “Tio Pipoca” assustado com a
reação tenta fugir, mas os gritos impediram que ele escapasse.
A personagem “Ritoca” muito bem representada por uma coelha, animal que nas fábulas
sempre é retrato com a característica da esperteza, foi capaz de se defender e alertar os
amigos no momento de perigo eminente. No início “Ritoca” foi seduzida pelo modo gentil e
sorridente do “tio Pipoca”, porém no momento certo conseguiu se lembrar que seu corpo é
um tesouro que deve ser tratado com cuidado, bem como não deve ser tocado por ninguém,
principalmente se for de modo suspeito.
A autora aborda o tema de forma simples e objetiva sem tabus, ainda discorre sobre
um ponto importante quando se trata de abuso, o fato da criança ficar com vergonha e se
sentir culpada diante da situação. Para Pfeiffer e Salfagni (2005, p.199),
129
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Os casos mais frequentes de violência sexual até a adolescência são decor-
rentes de incesto, ou seja, quando o agressor tem ou mantém algum grau de
parentesco com a vítima, determinando muito mais grave lesão psicológica
do que na agressão sofrida por estranhos. Trata-se de uma forma de violência
doméstica que usualmente acontece de forma repetitiva, insidiosa, em um
ambiente relacional favorável, sem que a criança tome, inicialmente, consci-
ência do ato abusivo do adulto, que a coloca como provocadora e participante,
levando-a a crer que é culpada por seu procedimento (o abuso).
Sabe-se que vários casos de violência sexual infantil não são denunciados
e muitas crianças sofrem caladas diante deste acontecimento tão nocivo e
crescem em um ambiente que as reprime e não contribui para o seu pleno
crescimento e desenvolvimento. Porém, os casos que são levados ao atendi-
mento na rede pública de saúde ou a serviços hospitalares de emergência são
atendidos por uma equipe multiprofissional e esta deve estar preparada, tanto
tecnicamente como emocionalmente, para cuidar desta criança e da família/
responsável que a acompanha. Obter informações e cuidar de uma criança do-
ente requer do profissional, além do cuidado técnico, imprescindível, o cuidado
subjetivo, que envolve a singularidade e a individualidade de cada criança e a
forma como esta expressa seus sentimentos e emoções. Mais ainda, coletar
a história e cuidar de uma criança vítima de violência sexual envolve, além do
cuidado com o físico, tão doloroso, as necessidades de cuidado com o seu
sofrimento emocional, que se relaciona com o contexto em que essa violência
aconteceu e com todos os símbolos e significações que este acontecimento
tem para ela (WOISKI e ROCHA, 2010, p.144).
Nesse sentido, é importante que o profissional receba a criança com carinho e com-
preensão, para que ela se sinta como vítima não como culpada, e também a família precisa
estar envolvida para que a criança se sinta acolhida e não julgada.
O livro de Taubman, termina apresentando avisos e cuidados que as crianças precisam
ter para enfrentar e escapar de situações de abuso. Numa linguagem simples e direta para
que haja entendimento e alcance ao público leitor infantil.
De acordo com Cademartori (2010), Um livro de literatura infantil, portanto, constitui
uma forma de comunicação que prevê a faixa etária do possível leitor, atende aos seus
interesses e respeita as suas possibilidades. A estrutura e o estilo das linguagens verbais
e visuais procuram adequar-se às experiências da criança. Os temas são apresentados
de modo a corresponder às expectativas dos pequenos e, ao mesmo tempo, superá-las,
mostrando algo novo.
130
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Gente que age como o “Tio Pipoca”
Às vezes está bem perto de você.
Por isso, nessa hora difícil
saiba o que é importante
fazer! (TAUBMAN, 2019, p.29).
Histórias que envolvem personagens animais, geralmente, são utilizadas para introduzir
assuntos considerados complexos de forma adequada ao imaginário das crianças. As histó-
rias fantásticas, como as que possuem personagens animais com comportamento humano
e outros elementos irreais, conseguem ensinar de forma mais efetiva, às crianças.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando-se que a educação sexual ainda é vista por muitos como um tabu, é
importante trazer esse diálogo não só para as escolas, mas também para dentro de casa.
Afinal, empoderar nossas crianças é um passo muito importante para combater o abuso
131
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
sexual infantil e proporcionar às crianças esse conhecimento de si e do outro é buscar tor-
ná-las capazes de se defenderem.
A literatura infantil através de seus recursos da linguagem é capaz de estimular a
imaginação desempenhando um papel muito importante em todos os aspectos do desen-
volvimento infantil, fazendo com que a criança aprenda a preservar seu corpo e perceber
os perigos que a cercam.
A escritora Taubman conseguiu desenvolver a temática dos riscos do abuso sexual
infantil de uma forma simples capaz de dialogar com crianças e adultos mesmo sendo um
assunto sério e às vezes pouco questionado.
Através da leitura, o leitor infantil pode experimentar, explorar e manipular ideias,
possibilitando ao mesmo lidar com sua liberdade e seus temores, preservando a sua con-
dição de criança.
REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, Maria da Graça Blaya. A violência na sociedade contemporânea. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2010.
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2002.
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Disponível em: https://leiturinha.com.br/blog/nao-me-toca-seu-boboca-autora-do-livro-fala-so-
bre-abuso-infantil. Acesso em: 30 de outubro de 2020.
5. CALDIN. Clarice Fortkamp. A função social da literatura infantil. Enc. Bibli: R. Eletr. Biblio-
tecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. 15, 1º sem. 2003. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/
article/download/11739. Acesso em: 20 de outubro de 2020.
7. COELHO, Nelly Novaes. A literatura infantil: história, teoria, análise. 3. ed. São Paulo:
Quíron, 1984.
9. LAJOLO, Marisa; ZILBERMAN, Regina. A formação da leitura no Brasil. São Paulo: Ática,
1999.
132
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
10. MINISTÉRIO DA MULHER, DA FAMÍLIA E DOS DIREITOS HUMANOS. Ministério divulga
dados de violência sexual contra crianças e adolescentes. Disponível em: https://www.
gov.br/mdh/pt-br/assuntos/noticias/2020-2/maio/ministerio-divulga-dados-de-violencia-sexual-
-contra-criancas-e-adolescentes. Acesso em: 30 de outubro de 2020.
11. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ. CARTILHA Violência Sexual contra Crian-
ças e Adolescentes. Disponível em: http://www.mpce.mp.br/wp-content/uploads/2020/12/
CARTILHA-Viol%C3%AAncia-Sexual-contra-Crian%C3%A7as-e-Adolescentes.pdf. Acesso
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12. PFEIFFER, Luci; SALVAGNI, Edila Pizzato. Visão atual do abuso sexual na infância e ado-
lescência. Jornal de Pediatria - Vol. 81, Nº5(supl), 2005. Disponível em: http://www.scielo.br/
pdf/jped/v81n5s0/v81n5Sa10.pdf. Acesso em 01 de dezembro de 2020.
13. SILVA, Camila Cortellete Pereira da Silva; PINTO, Daniela Devico Martins; MILANI, Rute
Grossi Milani. Pedofilia, quem a comete? Um estudo bibliográfico do perfil do agressor.
Anais Eletrônico VIII EPCC – Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar. Dis-
ponível em: https://www.unicesumar.edu.br/epcc-2013/wp-content/uploads/sites/82/2016/07/
Camila_Cortellete_Pereira_da_Silva.pdf. Acesso em: 11 de janeiro de 2021.
14. TAUBMAN, Andrea Viviana. Não me toca, seu boboca! Belo Horizonte: Editora Aletria, 2017.
15. WOISKI, Ruth Oliveira Santos; ROCHA, Daniele Laís Brandalize. Cuidado de enfermagem à
criança vítima de violência sexual atendida em unidade de emergência hospitalar. Esc
Anna Nery Rev Enferm 2010 jan-mar; 14 (1): 143-50. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/
ean/v14n1/v14n1a21.pdf. Acesso em: 11 de janeiro de 2021.
133
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
12
Equoterapia para pessoas com
deficiência: uma conexão com a
Educação Física
10.37885/210705496
RESUMO
A Equoterapia tem sido uma prática terapêutica adotada para tratar vários tipos de dis-
túrbios, tendo sua eficácia comprovada cientificamente. Com base nessa afirmação
este trabalho tem como objetivo principal, analisar o envolvimento da Educação Física
nas atividades desenvolvidas na Equoterapia para Pessoas com Deficiência e ponderar
aspectos relativos aos seus efeitos. Além ainda de, especificamente, enumerar as defi-
ciências atendidas pelos profissionais de Equoterapia de acordo com artigos científicos
já publicados; ponderar o envolvimento do profissional de Educação Física nas ativi-
dades desenvolvidas com portadores de deficiência e com a equipe multidisciplinar e;
pontuar os efeitos da Equoterapia e da Educação Física no trabalho com pessoas com
deficiência. Trata-se de uma revisão sistemática, de abordagem quanti-qualitativa, do
tipo descritivo exploratório. No total, foram localizados 14.104 artigos, excluídos 14.061,
por não apresentarem relação entre os Palavras-chave e por estar fora do período entre
anos pré-determinados. Selecionou-se 43 publicações, destes, 31 artigos não estavam
relacionados com o tema e 05 duplicados, sendo utilizados 07 artigos no total. Contudo,
notou-se que o envolvimento da Educação Física nas atividades direcionadas às pessoas
com deficiência na Equoterapia, traz como consequência uma significativa melhora na
coordenação motora fina e grossa, além de inúmeros benefícios proporcionados através
das atividades desenvolvidas.
135
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
O movimento nos acompanha desde a vida intrauterina, visto que o ser humano se
desenvolve a partir de estímulos. Esse movimento é envolvido de progressão sequencial,
primeiro do mais simples para o mais complexo, onde através das oportunidades adicionais
possibilitará os indivíduos para adquirir habilidades motoras (GALLAHUE; OZMUN, 2005).
O entendimento sobre assuntos relacionados aos movimentos são bases do ensino
do profissional de Educação Física, área esta, que se preocupa em ensinar e aperfeiçoar
os movimentos do indivíduo. Com o passar do tempo, foram acontecendo melhoramentos
e a profissão foi se aperfeiçoando, o que desclassifica a ideia de que somente as pessoas
de porte físico atlético poderiam “praticar Educação Física” para desenvolver a performan-
ce, podemos então perceber que hoje é realizada por todos, independentemente de sexo,
idade e biótipo.
É notório ainda, que a prática de atividade física para as pessoas com deficiência tem
sido cada dia mais sistematizada e possui uma significância singular, permitindo às pessoas
terem experiências de cunho social, afetivo e motor. Zuchetto e Castro (2002) afirmam que a
prática de atividade não só contribui para a melhoria dos aspectos físicos quanto psicológicos
das pessoas com necessidades especiais, como na melhoria das capacidades funcionais,
permitindo uma melhor mobilidade e nas atividades da vida diária.
Prioriza-se a ideia de incluir todos os alunos, começaram a surgir práticas e metodo-
logias que pudessem ser desenvolvidas de forma cooperativa, como esportes de inclusão
e atualmente, atividades específicas como na Equoterapia. Essa última, refere-se a um
método terapêutico utilizado para trabalhar com os portadores de deficiência, que vem
crescendo nos últimos anos e tem diversificado as estruturas convencionais dos clássicos
consultórios e clínicas (FERRARI, 2003). Importante ressaltar ainda que, a Equoterapia é
um método complementar e interdisciplinar que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem
nas áreas de educação, saúde e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicossocial
de pessoas com necessidades especiais. A utilização do cavalo está embasada no seu
movimento cadenciado, ritmado, oferecendo aos praticantes estímulos sensoriais e psico-
motores (SOARES et al. 2012).
Cabe ainda, salientar que esta prática, a Equoterapia, envolve uma equipe de profis-
sionais da saúde e educação, pois além das questões motoras que são trabalhadas, preo-
cupa-se também, acima de tudo com o aspecto psicossocial e afetivo dos seus praticantes.
Falar sobre a Equoterapia torna-se interessante após leituras realizadas de alguns
estudos relacionados com a atuação do Profissional de Educação Física, juntamente com o
entendimento de toda magia que envolve o cavalo, esse animal de grande porte que, possui
um grande poder de devolver a calma ao indivíduo que está em contato, podendo se tornar,
136
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
nesta terapia, transmissor de força, segurança, propiciando o desenvolvimento da autocon-
fiança, a coragem, sentimento de independência e a concentração. Concomitantemente,
acredita-se que conciliar a Educação Física com a Equoterapia é uma oportunidade de reunir
duas paixões que tem total coerência e relevância.
Em virtude de todos os dados ora apresentados, surge como problema a seguinte
indagação: Qual seria o envolvimento da Educação Física nas atividades direcionadas às
pessoas com deficiência na Equoterapia, ao que se refere aos efeitos proporcionados pelas
atividades desenvolvidas e os possíveis benefícios?
Decorrente do problema de pesquisa, algumas hipóteses nortearam o desenvolvimento
da investigação aqui proposta. Acredita-se, que o envolvimento da Educação Física nas ati-
vidades direcionadas às pessoas com deficiência na Equoterapia, é de grande valia, e traz
como consequência uma significativa melhora na coordenação motora fina e grossa, além
de inúmeros benefícios proporcionados através das atividades desenvolvidas.
Este estudo tem como objetivo analisar o envolvimento da Educação Física nas ativi-
dades desenvolvidas na Equoterapia para Pessoas com Deficiência e ponderar aspectos
relativos aos seus efeitos. Especificamente, trata-se de enumerar as deficiências atendidas
pelos profissionais de Equoterapia de acordo com artigos científicos já publicados; ponderar
o envolvimento do profissional de Educação Física nas atividades desenvolvidas com por-
tadores de deficiência e com a equipe multidisciplinar e; pontuar os efeitos da Equoterapia
e da Educação Física no trabalho com os portadores de deficiência.
DESENVOLVIMENTO
137
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
O profissional da área promove a saúde das pessoas através da prática de ativida-
des físicas, com isso pode-se realizar o trabalho técnico-tático e o socioeducativo em suas
aulas, podendo ensinar a técnica do movimento e os valores e costumes que poderá con-
ter na interação ensino-aprendizagem, com o intuito de formar cidadãos de forma integral
dentro da sociedade, que tenham a capacidade de refletir sobre as ações acontecidas
(OLIVEIRA e SILVA, 2005).
Com isso a ação do profissional de Educação Física abrange as principais funções
psicomotoras do ser humano e suas habilidades, tais como: esquema corporal, temporal,
lateralidade, coordenação motora (ampla e fina), equilíbrio (dinâmico e estático), relaxamento
e entre outros. Além de treinar as competências motoras de cada indivíduo, que são: flexi-
bilidade, velocidade, resistência, força.
Já ao que se refere a Equoterapia, pode-se considerar como sendo um método terapêu-
tico, onde se utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde,
educação e equitação, onde busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com
deficiência e/ou com necessidades especiais. Esta, ainda, emprega o cavalo como agente
promotor de ganhos a nível físico e psíquico, além de, exigir a participação do corpo inteiro,
contribuindo, assim, para o ganho de força muscular, relaxamento, conscientização do pró-
prio corpo e aperfeiçoamento da coordenação motora e do equilíbrio (ANDE-BRASIL, 2018).
A comunicação corporal e verbal que o praticante tem com o cavalo, contendo a forma
de montar, o comportamento em todo percurso e o modo de cumprimentar o animal desen-
volvem nos mesmos, novas possibilidades de socialização, autoconfiança, afetividade, pois
em uma sessão é trabalhado tanto a parte motora, afetiva e cognitiva. Por sua vez, Freire
(1999) apud Walter (2013, p. 23) afirma que “montar o cavalo, desde o início da história da
humanidade teve um sentido educativo, pedagógico, terapêutico e recreativo que favorecia
o cavaleiro física e psicologicamente”. Esse contato com o cavalo possibilita o aumento da
afetividade, inclusão e felicidade, para Winnicott (1990) apud Walter (2013, p. 15) “O cavalo
é um objeto transicional facilitador de novas transições, de novas experiências. A relação
com um cavalo é de troca, levando à formação de vínculo afetivo”.
Em análise ao exposto, considera-se de suma importância apresentar os programas
básicos da Equoterapia, de acordo com Horne e Cirillo (2006b) podem ser: Hipoterapia,
Educação/Reeducação, Pré-esportivo e Esportivo. No primeiro deles, o praticante não pos-
sui condições físicas e/ou mentais de manter-se sozinho no cavalo, sendo necessário um
auxiliar-guia para conduzir o animal e um auxiliar lateral para mantê-lo montado; no segundo
programa, o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e conduzi-lo,
dependendo em menor grau dos auxiliares; no Pré-esportivo, o praticante tem boas condições
para atuar e conduzir o cavalo, induzi-lo a participar de pequenos exercícios específicos
138
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
de hipismo; no último programa, o praticante deve ter boas condições para estar a cavalo,
e apto as competições hípicas como, por exemplo, Hipismo Adaptado, Paraolimpíadas e
Olimpíadas Especiais.
No entanto, a Equoterapia atua com uma equipe multidisciplinar de profissionais ha-
bilitados, de acordo com a Ande-Brasil (2018) pode ser formada por: fisioterapeutas, pe-
dagogos, fonoaudiólogos, profissionais de Educação Física, psicólogos e profissionais de
equitação. No tocante, é fundamental o acompanhamento de todos os profissionais envol-
vidos, e com essa assistência dada por estes profissionais podem-se perceber os avanços
da prática na vida dos assistidos, sem contar que ocorre ainda a avaliação médica inicial e
continua no praticante.
Ao que se refere a ANDE-BRASIL, acima citada, é correto afirmar que se trata de uma
Associação Nacional de Equoterapia, cuja sigla oficial é ANDE-BRASIL, foi fundada em 10 de
maio de 1989 e é uma entidade civil sem fins lucrativos, de caráter filantrópico, assistencial
e terapêutico. Tendo sede em Brasília – DF, atua em todo o território nacional. Tem como
missão, oferecer a Equoterapia como meio de reabilitação, de educação e de inserção social
para melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiência ou necessidades especiais
(ANDE-BRASIL, 2018).
Em concordância com o que a ANDE-Brasil divulga em seus meios de comunicação
digital, é possível afirmar que a mesma desenvolve um trabalho, conduzido de maneira séria,
responsável e profissional, promovendo a Equoterapia, no Brasil, com um padrão respeitável
e, amplamente reconhecido no exterior (ANDE-BRASIL, 2018).
Contudo, a Educação Física na Equoterapia pode atuar no desenvolvimento motor,
mental e social dos seus assistidos, por meio dos benefícios que a prática traz consigo, que
pode ser notado em cada sessão com a presença da equipe multidisciplinar. Para Fonseca
(1995) apud Brum et al. (2016, p. 378) “a Educação Física contribui para e no processo
de desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais, à medida que o educador
proporcione situações que estimule o indivíduo a buscar soluções de problemas, tanto de
ordem motora quanto social”.
A Educação Física dentro da equipe atua na reabilitação e no melhor desempenho
motor de seus praticantes, dessa forma auxilia na parte cognitiva também por meio de ativi-
dades físicas lúdicas e criativas. Levando em consideração tal feito, Walter (2013) defende
que, com a participação do cavalo, o praticante desfruta de uma terapia de autoconheci-
mento, auxiliado pelo movimento tridimensional do cavalo, que ocorre em três eixos: direta,
esquerda, cima, baixo, frente e traz sempre com o ritmo do andamento do cavalo, que imita
a cadência do andar humano.
139
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Ao profissional de Educação Física compete o reforço pedagógico, interagindo e man-
tendo o intercâmbio com o centro e os outros profissionais que ali atuam, advém ainda a este
profissional primar pela manutenção postural do praticante, podendo ser ativa ou passiva,
variando a posição do praticante em cima do cavalo. Considerando tal objetivo, é necessário
então, que o profissional se especialize e o torne capaz de compreender noções básicas
de equitação como montar e apear, segurar as rédeas, e principalmente ao que se refere
às funções psicomotoras: esquema corporal, lateralidade, coordenação motora (ampla e
seletiva), equilíbrio (dinâmico e estático), relaxamento e tonicidade (FONSECA, 1995 apud
MARTINELLI, 2007).
Dentro deste contexto pode-se observar que o professor de Educação Física traba-
lha em conjunto e pode interferir em decisões tomadas por uma equipe interdisciplinar de
Equoterapia, o que valoriza seu papel fundamental no desenvolvimento de cada praticante
devido a todas implicações que lhe competem. Importante observar que suas ações são
muito amplas, pois a corporeidade humana é mais que complexa e o professor de Educação
Física deve fazer o possível para compreendê-la.
Sabe-se que a atuação do profissional de Educação Física na Equoterapia, é de suma
importância ressaltar o seu envolvimento com pessoas com deficiência, já que o mesmo pode
desempenhar um papel respeitável nesse processo de atendimento para com os assistidos,
os aspectos: motor, cognitivo, afetivo e social de cada envolvido na prática, fortalecendo
assim laços de união e aprendizagem que poderão ser levados para toda a vida.
O indivíduo com deficiência necessita de cautela e um atendimento diferencial, e em
especial a atenção ao equilíbrio. Segundo Gallahue e Ozmun (2005) apud Martins et al. (2013,
p. 08) “O controle da força de centro do corpo humano, induz o equilíbrio a relação indivíduo/
força de gravidade, sendo este um aspecto fundamental do aprendizado de movimentar-se”.
A participação do profissional de Educação Física na Equoterapia é de identificar o perfil
motor de cada praticante e desenvolver o movimento através da ludicidade e recreação, onde
o praticante é estimulado a desenvolver determinados movimentos que são relacionados
à consciência corporal e a cognição (MÜRMANN et al. 2011 apud MARTINS et al. 2013).
Por fim, o estudo refere-se e trata além da Educação Física e da Equoterapia, também
da pessoa com deficiência, neste entendido como o assistido. O Estatuto da Pessoa com
deficiência (2015) traz em seu conteúdo a lei de Número 13.146/2015 que destaca:
140
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Essas pessoas passam por inúmeros obstáculos em seu caminho cotidianamente. Para
melhor entendimento do que se trata as pessoas com deficiência, quem são elas e quais são
as possíveis deficiências conhecidas atualmente, recorremos ao Decreto de nº 5.296/2004
que consta na legislação brasileira, o mesmo trata de categorizar os diferentes tipos de de-
ficiência: física, auditiva, visual, mental (atualmente intelectual, função cognitiva) e múltipla,
que é a associação de mais de um tipo de deficiência (BRASIL, 2004). Enquadram-se nas
categorias do Decreto nº 5.2 96/2004, os tipos de deficiência como segue abaixo:
METODOLOGIA
141
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
seus benefícios para pessoas com deficiências e estudos que abordam o envolvimento da
Educação Física com a Equoterapia na prática com pessoas com deficiência.
Como critérios de exclusão, foram marcados estudos que não tiveram os descritores
Equoterapia, Educação Física e pessoas com deficiências, artigos fora do intervalo dos
anos referentes às publicações de 2009 a 2018 e estudos que não abordam o tema e não
relacionam a Educação Física com a Equoterapia juntamente com seus benefícios.
Os descritores de busca dos artigos foram: Equoterapia, Educação Física e Pessoas
com deficiências. Foram desenvolvidos pela busca de fontes confiáveis quanto ao tema
abordado, que proporcionasse o encontro de artigos em um tempo reduzido. Uma procura
eficaz envolve também a escolha de base de dados que insiram mais especificidade com o
tema, as bases de buscas foram: ANDE-Brasil, Revista Scielo, Periódicos CAPES.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
No total, foram localizados 14.104 artigos. Após analisar os títulos e resumos dos arti-
gos, foram excluídos 14.061, por não apresentarem relação entre os descritores e por estar
fora do período entre anos pré-determinados. Contudo selecionou-se 43 publicações, destes,
31 artigos não estavam relacionados com o tema e 05 duplicados. Deste modo utilizou-se
para análise 07 artigos, como segue no fluxograma:
Fluxograma do resultado da busca de fontes de informações, da seleção e da inclusão dos estudos na revisão sistemática.
Bezerra, Carvalho e Barbosa (2011) Equoterapia – tratamento terapêutico na reabilitação de pessoas com necessidades especiais.
Martins et al. (2013) O profissional de Educação Física e a Equoterapia: um estudo de revisão bibliográfica.
Fonte: elaborado pelos autores.
Dos dados acima apresentados, pode-se concluir, notadamente, que foram discutidos e
estudados apenas dois tipos de deficiência que corresponde à 28,57% do total dos estudos
analisados, sendo eles: Deficiência motora e Deficiência mental.
A deficiência motora apresentada no estudo de Silva e Vicente (2014) corresponde
a quatro crianças com paralisia cerebral entre 4 e 7 anos de idade, já praticantes do pro-
grama de Equoterapia, já o estudo de Oliveira, Fumes e Moura (2015) a deficiência motora
se apresenta em uma criança de 5 anos com paralisia cerebral atendida a pelo menos três
meses na Equoterapia. No entanto, a deficiência motora corresponde a 28,57% dos estu-
dos considerados.
A deficiência mental também se apresenta nos estudos analisados, já que Cardozo,
Martins e Nogueira (2012) e Oliveira, Fumes e Moura (2015) o relatam em seus resultados,
correspondendo também, a 28,57% das pesquisas averiguadas. Ao que se refere ao estudo
de Cardozo, Martins e Nogueira (2012) observa-se por meio de entrevistas com as mães,
o desenvolvimento motor e comportamental sócio afetivo em crianças com síndrome de
Down que praticam a Equoterapia, onde as mães relataram um desenvolvimento motor e
comportamental social significativos; e não interferiu no comportamento afetivo, pois estes
já eram afetuosos antes da Equoterapia. Ao que se refere ao estudo de Oliveira, Fumes e
Moura (2015) a deficiência mental se apresenta em uma criança de 07 anos, tem autismo,
diagnóstico dado aos três anos. Faz Equoterapia há cinco meses, uma vez por semana.
143
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
O estudo de Bezerra, Carvalho e Barbosa (2011) não apresentado na tabela acima,
apresenta a Equoterapia como tratamento terapêutico na reabilitação de pessoas com de-
ficiência. Mostrou resultados terapêuticos tanto no âmbito físico, quanto psíquico. Relatou
em suas entrelinhas, para que se tenha um resultado adequado da terapia às avaliações
físicas devem ser adequadas às necessidades impostas pelas patologias apresentadas pe-
los praticantes, sendo que cada praticante tende a ter um atendimento personalizado, não
somente em função de suas possibilidades de execução de exercícios físicos, mas também
nas escolhas de materiais e de cavalos.
QTD REAL
AUTOR/ANO RESULTADOS
QTD PERCENTUAL
Atuação em Alongamentos adequados do indivíduo, o
desenvolvimento das suas capacidades físicas e a explo-
ENVOLVIMENTO DO PROFISSIO- 01 ração do corpo sobre o cavalo, por meio de atividades
NAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA COM Hainzenreder (2013) desenvolvidas com ludicidade, psicomotricidade, jogos
PCD adaptados, confecção de matérias, tudo isso com a par-
ticipação e o envolvimento do profissional para com os
14.28%
praticantes.
Segundo coletas de dados há uma divergência muito
contrastante entre a literatura que traz importância da
03 Hainzenreder (2013) presença e contribuição do profissional de Educação Fí-
sica na equipe e a realidade que apresenta um déficit de
profissionais de Educação Física atuando nesse campo.
Neste estudo ficou evidente a importância de tal profis-
sional, visto que este tem grande sabedoria nas questões
de movimento e desenvolvimento motor e de práticas
Martins et al. (2013)
pedagógicas. No entanto, necessita-se uma equipe inter-
ENVOLVIMENTO DO PROFISSIO- disciplinar em práticas como esta, para que os pratican-
NAL DE EDUCAÇÂO FÍSICA COM tes sejam atendidos conforme suas especificidades.
A EQUIPE A interdisciplinaridade, conhecimento específicos que
42.85% o profissional de Educação Física possui em diferentes
áreas de atuação, são elas: saúde, educação, esporte, la-
zer, estética. Com essa diversidade facilita a prática com
a equipe interdisciplinar, possibilitando o real intercâm-
Gaspar et al. (2009)
bio com os demais da equipe, contando também com as
vivências de conhecimento e práticas em conjunto dos
integrantes da equipe, com essa preparação facilita o
desenvolvimento do trabalho em grupo, possibilitando
resultados positivos nas avaliações de rotina.
TOTAL REAL 04
TOTAL % 57,14%
Fonte: elaborado pelos autores.
Dos dados acima apresentados (tabela 2), pode-se perceber que, tratam sobre o envol-
vimento do profissional de Educação Física com PCD, um total percentual correspondente a
14.28%, exposto por um único autor, Hainzenreder (2013) e o envolvimento do profissional de
Educação Física com a equipe multidisciplinar, corresponde a 42.85%, apresentado por três
autores, sendo eles: HAINZENREDER (2013); MARTINS et al. (2013); GASPAR et al. (2009).
Ao iniciar a discussão dos resultados ora apresentados, ressalta-se aqui a utilização dos
descritores e dos resultados significativos encontrados como ponto de partida e norteador
144
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
para este, ou seja, utiliza-se dos termos Equoterapia, Educação Física, Pessoas com de-
ficiências e para discutir os resultados apresentados acima, os termos Deficiência motora,
Deficiência mental, envolvimento do profissional de Educação Física com PCD e por
fim, envolvimento do profissional de Educação Física com a equipe multidisciplinar.
Em análise aos sete estudos encontrados e utilizados para essa pesquisa, nota-se o nú-
mero de 03 artigos que tratam, especificamente, das pessoas com deficiência, estas foram
identificadas com deficiência motora e deficiência mental, prioritariamente, percebeu-se
a presença da paralisia cerebral, do autismo, síndrome de Down. Torna-se perceptível que
as pessoas com deficiência foram atendidas em centros equoterápicos por profissionais
envolvidos nas atividades.
É necessário, destacar a importância de se trabalhar a Equoterapia para pessoas com
deficiência, visto que Segundo Ande-Brasil (2000, p.09),
145
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
os resultados obtidos nas sessões de Equoterapia. Já Loovis (2004) apud Oliveira; Fumes;
Moura (2015, p.03):
CONSIDERAÇÕES FINAIS
147
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
REFERÊNCIAS
1. ANDE-BRASIL – Associação Nacional de Equoterapia. História da equoterapia no mundo.
Brasília: ANDE, 2000. Disponível em: <http://www.equoterapia.org.br/site/equoterapia.php>.
Acesso em: 20 de abril de 2019.
10. FREIRE, HBG. Equoterapia: teoria e técnica: uma experiência com crianças autistas. São
Paulo: Vetor; 1999.
12. GASPAR, A.P.A.; et al. A Educação Física na Equoterapia. Belo Horizonte, 2009. Disponível
em:< http://www.cdof.com.br/equoterapia.htm>Acesso em 06 de setembro de 2018.
19. OLIVEIRA, A.; SILVA, M. O profissional de educação física e a responsabilidade legal que
o cerca: fundamentos para uma discussão. UNICENP- IX Simpósio Internacional Processo
Civilizador Tecnologia e Civilização. Ponta Grossa, Paraná, 2005.
21. PEREIRA, M. Academia; estrutura técnica e administrativa. Rio de Janeiro: Sprint, 1996.
23. SOARES et al. Centro de Equoterapia EASA/ UNICRUZ: um espaço de inclusão social.
In: XVII seminário interinstitucional de ensino, pesquisa e extensão, XV mostra de iniciação
científica, x mostra de extensão, 2012, Cruz Alta. Anais: UNICRUZ, 2012.
24. WALTER, G. B.. Equoterapia fundamentos científicos. São Paulo: Editora Atheneu, 2013.
26. ZUCHETTO, A. T.; CASTRO, R. L. V. G. de. As Contribuições das atividades físicas para
a qualidade de vida dos deficientes físicos. Revista Kinesis, Santa Maria, v.1, n.26, p.66-
166, 2002. Disponível em: http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs2.2.2/index.php/kinesis/article/
view/8010 Acessado em: 11 agosto. 2018.
149
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
13
História dançada: um portal para a
imaginação
10.37885/210705398
RESUMO
151
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Esse vínculo criado com o “olho no olho” entre o narrador e a boa escuta do ouvinte
propicia enriquecimento mútuo e oferece forte ferramenta de autoconhecimento, aguçan-
do os sentidos intuitivos, saindo do racional. O ato de escutar é o que nos põe em re-
lação com o outro.
Mircea Eliade, estudioso das relações entre o homem e o sagrado e da criação dos
mitos e seu valor, afirma que os próprios rituais ainda hoje utilizados na vida moderna (ca-
samento, festa de nascimento, novo emprego, formatura, exéquias etc) são impregnados de
uma “mitologia camuflada” (p.98). Assim, ele aponta para a importância do conhecimento dos
mitos, tradições, lendas e histórias religiosas ou não, uma vez que, de fato, eles contribuem
para a compreensão do mundo (cf. ELIADE, 1992, p.102).
A imaginação inicia-se na criação de imagens internas e configura-se como grande
companheira da infância, uma ponte insubstituível para a construção do pensamento abs-
trato, permitindo ao homem entrar em contato com as indagações que transcendem a mera
racionalidade (cf. PEREIRA, 2013, p.58).
153
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Por isso mesmo é necessário despertar e alimentar essa faceta infantil segundo
explica Velasco:
OBJETIVOS
“O indivíduo age no mundo através de seu corpo, mais especificamente através do mo-
vimento. É o movimento corporal que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem,
aprenderem, sentirem o mundo e serem sentidos” (STRAZZACAPA, 2001).
Considerando que a criança é pura espontaneidade, precisamos trabalhar os movi-
mentos de maneira harmoniosa, sem cerceá-los, conforme nos ensina Pereira:
154
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Assim, com a Contação de histórias, pretendemos preservar a espontaneidade, alegria
e liberdade da criança, conduzindo-a por um mundo imaginativo, rumo a seu crescimento
individual e social.
O corpo da criança irradia uma alegria que se expressa como energia pura,
força viva, ágil e livre de um ser em movimento. A realização revelada nesse
corpo que brinca, carrega o mistério da espontaneidade e naturalidade como
linguagem humana de origem (PEREIRA, 2013, p.72).
ATIVIDADES
ESTRATÉGIAS
Desenvolvo uma séria pesquisa sobre a arte de contar histórias. Neste ano, concluí
o curso “História de Boca”, no Instituto Brincante, com a educadora, professora e artista
Cristiane Velasco. História de boca é o modo como muitas vezes são chamadas pelas
crianças e pelo povo, as narrativas orais presentes na cultura tradicional e popular brasileira.
São histórias que se perdem pelas idades do tempo e reinventadas pelo Contador, trazem
novos significados para o mundo contemporâneo.
Contar história pela voz e pelo corpo: a ênfase está na emoção, oralidade, entonação
e intenção! Foi isso que aprendi na oficina da Arte de contar história com o africano François
156
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Bamba de Burkina Faso (África), bem como nos 3 Cursos de Formação de Educadores Casa
Redonda Centro de Estudos, voltado para o universo da Cultura da Infância.
A aula tem início com a formação de um círculo em pé e todas se sentam como baila-
rinas para dar início e chamar a história. Peço que todas abram a “tela atrás dos olhos” para
verem a história aparecer e para trazer a imaginação que é uma força da natureza!
A grande habilidade que o contador precisa desenvolver é o mergulho na experiência
do “eu estava lá”.
Precisamos chamar a história!
1. A história da princesa de Bambuluá começa com um tambor, depois com uma visa-
gem do rosto de uma moça bonita e encantada, como um anjo.
2. Depois todas as bailarinas entram na gruta, fazem o aquecimento.
3. Atravessam o bambolê e fazem a prova pedida pela princesa, rolar morro abaixo.
4. A princesa desencantada vai para o reino de Bambuluá com seu barco a remo.
Usaremos maracas para dar ritmo à remada.
5. Todas serão o imperador dos pássaros em revoada, voando para o Reino de Bam-
buluá.
6. Em diagonal, as bailarinas irão correr e saltar um pano vermelho, representando
fogo, no caminho do reino.
7. Todas interpretarão a Princesa de Bambuluá com um buquê na mão e uma coroa,
andando como princesa no palácio.
8. Dança livre com lenço na mão para festa de casamento.
9. Révérence/agradecimento.
RECURSOS
– Tambor
– Imagem da princesa
– Fitas
– Bambolê
– Maracas
– Pano vermelho
– Buquê de flores
– Coroa
157
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
AVALIAÇÂO/RESULTADO/ CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. CASCUDO, Luís da Câmara. Contos Tradicionais do Brasil. 13ª ed, São Paulo: Global, 2004,
p.12
2. ELIADE, Mircea. Morte e iniciação. O sagrado e o profano. Trad. Rogério Fernandes, São
Paulo: Martins Fontes, 1992, p.95-102
3. PEREIRA, Maria Amélia Pinho. Casa Redonda: uma experiência em educação.1ª ed., São
Paulo: Editora Livre, 2013, p.76
5. VELASCO, Cristiane. História de boca. O conto tradicional na educação infantil. 1ª ed., São
Paulo: Panda Books, 2018
158
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
14
O professor e a inclusão da criança
autista mediante o brincar na
educação infantil
10.37885/210705556
RESUMO
160
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Portanto, para abordar esse tema, foi necessário um breve aprofundamento teórico,
levando em consideração o movimento de inclusão da criança autista presente na Educação
Infantil, esperando assim ampliar-se o repertório sobre essa temática.
REFERENCIAL TEÓRICO
O autismo trata-se de uma doença caracterizada por uma disfunção neurológica, que
afeta o desenvolvimento humano desde muito pequeno, comprometendo seus aspectos
cognitivos, sociais, orais, dentre outros, é valido lembrar que os sintomas se manifestam de
diversas maneiras, não tendo um padrão para todos. Para Perissinoto, (2003, p.24):
162
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Pensando na inclusão dessa criança na Educação Infantil, pode-se dizer que, ela pos-
sui sim, direito a educação, assim como qualquer outra criança no ensino regular, sendo a
escola a instituição com dever de acolher a criança autista independente da sua condição,
oferecendo a ela um ambiente que a valorize com todas suas singularidades. Na Lei de
Diretrizes e Bases LDBEN n° 9.394/96, precisamente nos Arts. 58 e 59, asseguram aos
alunos um atendimento especializado, que atenda suas necessidades básicas, e ainda que
possa oferecer condições favoráveis ao seu desempenho acadêmico, oportunizando serviços
especializados para desenvolver e estimular suas potencialidades.
O primeiro contato da criança autista com o ambiente escolar é na educação infantil,
por isso o educador deve estimulá-la ao processo de ensino e aprendizagem, proporcio-
nando a essa criança diferentes estratégias de ensino, com o propósito de incluí-la com os
demais. O professor pode se embasar na Nota Técnica n°24/2013/MEC/SECADI/DPEE,
que atende a perspectiva inclusiva do portador de autismo. O documento apresenta “O pro-
pósito de promover, proteger e assegurar o exercício pleno e equitativo de todos os direitos
humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência e promover o
respeito pela sua dignidade inerente”.
É importante salientar que a formação do docente deve estar em constante atualização
com as legislações e também com os processos didáticos, na busca por novas metodologias
favoráveis a esse contexto de inclusão em sala de aula. Para Parolin (2006, p. 29):
163
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A brincadeira além de contribuir no processo de desenvolvimento multifuncional da
criança, abre um mundo repleto de fantasias, onde com sua inocência consegue desenvol-
ver seu imaginário e sua criatividade, colocando o lúdico em ação compartilhando com o
outro, a fim de se socializar e aumentar sua confiança. Toda brincadeira, portanto, possui
uma intencionalidade, seja ela voltada para a inclusão ou para a aprendizagem. Conforme
Kishimoto, (1997, p.36):
A inclusão se faz progressivamente, sempre obedecendo aos limites dos sujeitos envol-
vidos, tornando o brincar um momento inerente e essencial para o desenvolvimento infantil.
Sendo assim, para Todeschi, Pedroso e Amorim, (2006, p.131):
Portanto, apesar do brincar ser a via de excelência para promover uma verda-
deira integração, tornando a inclusão uma realidade, é necessário a implan-
tação de uma filosofia construtivista onde os alunos sejam sujeitos de sua
aprendizagem, e o brincar seja valorizado por todas as funções que cumpre
no desenvolvimento biopsicossocial e cognitivo das crianças para que então
possam se desenvolver na plenitude do humano.
164
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Mais do que uma atividade recreativa, o brincar consegue trazer grandes significâncias
para o desenvolvimento da criança autista, contudo a interferência do professor é fundamental
para que haja diálogo e ocorra realmente a inclusão social em sala de aula.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. MEC/SECADI/DPEE. Nota Técnica n° 24, de 21 de março de 2013 destinada a
orientação aos Sistemas de Ensino para a implementação da Lei n° 12.764/2012. Brasília,
2013. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=downlo-
ad&alias=13287-nt24-sistem-lei12764-2012&Itemid=30192. Acesso em: 05 mai. 2021.
3. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. Jogo, brinquedo e a educação. São Paulo, Cortez, 1997.
165
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
4. PERISSINOTO, Jacy. Conhecimentos essenciais para atender bem as crianças com au-
tismo. São José dos Campos: Pulso, 2003.
5. RODRIGUES, Ana Cristina da Silva, NOMBERG, Nara Eunice. Pesquisa: o aluno da educação
infantil e dos anos iniciais. Curitiba, Intersaberes, 2012.
6. TODESCHI, Maria Silvia; PEDROSO, Paula Cristina; AMORIN, Cloves. O Brincar como um
Recurso para Efetivar a Inclusão. In: PAROLIN, Isabel Cristina Hierro. Aprendendo a incluir
e incluindo para aprender. São José dos Campos: Pulso Editorial, 2006.
166
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
15
Papel do estado e o direito a educação
infantil
10.37885/210705430
RESUMO
168
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Em nossa sociedade capitalista tem sido cada vez mais necessário que os pais tenham
um lugar seguro para deixarem os filhos enquanto trabalham. Além disso, sabemos que este
local deve ser um ambiente seguro, limpo e organizado, que favoreça o cuidar e o educar
como prevê as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil. Isto é tão impor-
tante, que a própria Constituição Federal prevê que o Estado tem obrigação de oferecer a
educação infantil de qualidade a todas as crianças. Observa-se, portanto, que o atendimento
da criança em creche é um direito garantindo constitucionalmente que deve ser respeitado
e efetivado. De acordo com os estudos sobre a história da infância no Brasil, Freitas (2016)
afirma, que a educação infantil surge com caráter assistencialista. Já na contemporaneida-
de sabemos que a criança nasce como um sujeito de direitos, com a Constituição Federal
se torna criança-cidadã, e essa criança passa a ser ouvida, a partir daí temos orientações
legais de como deve ser o trabalho com as crianças pequenas. Nesse sentido, podemos
lançar um outro olhar para as crianças, temos os Referencias da Educação Infantil, as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil e a Base Nacional Curricular
Comum. Nesses documentos as práticas pedagógicas, os pensares, os saberes e fazeres
das crianças sinalizam a importância de garantir às crianças experiências significativas que
valorizem suas culturas e as culturas por elas produzidas. Entretanto sabemos também, que
as instituições públicas, ainda não conseguem atender toda a população de forma gratuita
nos termos da legislação vigente, dessa forma muitos pais precisam recorrer a instituições
particulares para deixarem os seus filhos.
Para demonstrar o direito das crianças a educação infantil faremos o destaque de alguns
artigos da própria Constituição Federal, no art. 205 a educação é “direito de todos e dever
do Estado e da família”. E no art. 208: “ O dever do Estado com a educação será efetivado
mediante a garantia de:[...] IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5
(cinco) anos de idade;”. Por isso, a educação infantil é um direito que deve ser assegurado às
crianças. Nesse sentido, temos também o art. 4º, do Estatuto da Criança e do Adolescente,
que estabelece: “É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder
público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes [...] à educa-
ção”. Na Lei 9.394/1996 em seu artigo 4º, inciso IV, temos assegurado o direito das crianças
de zero a seis anos de idade, o atendimento gratuito em creches e pré-escolas. E no art.
29 da mesma lei, veremos que a educação infantil é destinada às crianças de até seis anos
de idade, com a finalidade de complementar a ação da família comunidade, objetivando o
169
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
desenvolvimento integral da criança nos seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e
sociais. Diante ao que foi exposto de forma comprovada em nossa própria legislação, é dever
do Estado oferecer a educação infantil, mas como o Estado não consegue atender a toda a
demanda que possui, ele atua como um ente regulador, orientando as escolas particulares
a se adequarem para suprir o que ele não consegue fazer, e os pais acabam arcando com
estes custos pagando escola particular para os seus filhos, o que na verdade, deveria ser
responsabilidade do Estado.
Como é feita a autorização para o funcionamento da Educação Infantil? De forma re-
sumida podemos dizer que os passos para abrir e legalizar uma Escola infantil no Estado
de Minas Gerais de acordo com a Resolução CEE - MG n º 449/2002 são os seguintes:
pedido de autorização para funcionamento de escola infantil direcionado ao diretor de en-
sino da Superintendência; Nome completo e correto do estabelecimento de ensino com os
níveis/modalidades de ensino; ato de credenciamento da entidade mantenedora; Regimento
Escolar, Proposta Pedagógica, Plano Curricular, situação do corpo docente (habilitação e/
ou autorização); confirmação da existência de equipamentos, material didático, material de
apoio aos serviços de secretaria e acervo bibliográfico adequado e em número suficiente;
informações sobre a infraestrutura física existente; número de turmas e alunos a serem
atendidos; modelos de escrituração atendendo a legislação vigente; previsão do início das
atividades; parecer conclusivo em conformidade com o requerimento da entidade mantene-
dora, justificando pronunciamento. Anexar, também, declaração assinada pelo representante
da entidade mantenedora. Elaboração de relatório assinado por comissão composta de no
mínimo 02 (dois) inspetores escolares, ratificado pelo Diretor da SRE.
A Resolução CEE-MG nº 443, de 29 de maio de 2001 do Conselho Estadual de
Educação dispõe sobre a Educação Infantil no Sistema Estadual de Ensino de Minas Gerais,
portanto é a legislação mais utilizada pelo serviço de inspeção escolar, abaixo segue um
resumo das partes que consideramos mais importantes desta normativa que dá os subsídios
para o trabalho dos inspetores escolares, no processo de autorização de funcionamento de
escolas da educação infantil e posteriormente apresentaremos alguns elementos utilizados
para elaboração do relatório e do parecer circunstanciado para a autorização das unida-
des escolares de Educação Infantil. Separamos os assuntos por temas, que consideramos
mais pertinentes para esta discussão: Educação infantil, o Projeto Político Pedagógico e o
Regimento escolar; Regime de tempo, Calendário Escolar, enturmação e os Profissionais
da Educação Infantil; A Relação de materiais que as escolas devem oferecer aos alunos e
os Espaços da Educação Infantil.
170
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
A educação infantil, o Projeto Político-Pedagógico e o Regimento Escolar
171
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Quadro 01. Elaborado pelas Autoras. Fonte: Resolução CEE MG nº 443/2001.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
2. ________ Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Ado-
lescente e dá outras providências.
4. FREITAS. Marcos César de, (org) História social da infância no Brasil. – 9 ed. Ver. E atual. –
São Paulo: Cortez. 2016.
174
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
16
Política pública educacional: a
perspectiva de universalização
implementada pela meta 1 do plano
municipal de educação em Tucuruí
10.37885/210605203
RESUMO
176
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
Este trabalho apresenta uma discussão que envolve a temática das políticas públicas
para a área educacional, e em particular o enfoque recai sobre a política de universalização
na cidade de Tucuruí-PA. O debate acerca deste tema tem se intensificado nos últimos anos,
dada sua relevância para o desenvolvimento crítico dos sujeitos. Flash (2009) afirma que o
ideário da universalização remete à Revolução Francesa, que trouxe consigo a discussão
sobre o aparato jurídico de igualdade e, no âmbito brasileiro, destaca-se a luta dos pioneiros
em 1932, que defendiam uma organização sistêmica para a área educacional, intentando
garantir o direito à educação.
A Constituição de 1988 determinou aos municípios a criação de seus próprios sistemas
de ensino, incumbindo-os de proporem normas para a educação infantil e, neste sentido, a
elaboração de seus planos educacionais deveria convergir à proposta dos Planos Nacionais
de Educação. Conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) – Lei n.
9.394/96, a Educação Infantil constitui a educação básica, cuja obrigatoriedade dos 4 aos
17 foi conferida por meio da EC n. 59/09, sendo a primeira etapa deste nível de ensino.
Sua oferta contempla crianças de até 3 anos, em creches ou entidades equivalentes, e as
pré-escolas destinam-se para as crianças de 4 a 5 anos.
Vieira (2011, p. 257) afirma que a universalização da pré-escola, abrangidas as crian-
ças das cidades e do campo, inclusive às de origem indígena e quilombola, deve significar
“um meio de oportunizar experiências enriquecedoras e emancipadoras no percurso escolar
de todas as crianças pequenas brasileiras”. Mas alerta para “o risco de deixar de priorizar
o aumento de matrículas na etapa da creche em favor da expansão das matrículas na pré-
-escola, tendo em vista a extensão da obrigatoriedade escolar para crianças a partir de 4
anos de idade” (VIEIRA, 2010, p. 812).
Na mesma linha, Carvalho (2004, p. 5) afirma que o direito cuja universalização se
reivindica não se restringe à matrícula em uma unidade escolar, mas refere-se “ao acesso
aos bens culturais públicos que nela se deveriam difundir: conhecimentos, linguagens, ex-
pressões artísticas, práticas sociais e morais”, em outras palavras, “o direito a um legado
de realizações históricas às quais conferimos valor e das quais esperamos que as novas
gerações se apoderem”. Depreende-se que apenas atender quantitativamente não denota
universalização, mas uma educação emancipadora transcende esse parâmetro, apontando
para o caráter qualitativo do aprendizado.
Neste sentido, Dourado e Oliveira (2009), baseados nos estudos de Dourado, Oliveira
e Santos (2007), refletem que a qualidade da educação envolve dimensões extra e in-
traescolares, devendo ser considerados os diferentes atores envolvidos, assim como os
fatores extraescolares, que interferem direta ou indiretamente nos resultados educativos, e
177
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
a dinâmica pedagógica, por meio dos processos de ensino-aprendizagem, dos currículos e
das expectativas de aprendizagem.
Como lócus para a realização deste trabalho, o município de Tucuruí-PA aprovou seu
Plano Municipal de Educação (PME) por meio da Lei n. 9.748, alterado pela Lei n. 9.807,
de 2015, instituindo como meta 01 a universalização do atendimento das crianças de 0 a 05
anos. A referida meta, bem como suas estratégias, não sofreu alteração com o advento da
Lei 9.708/15, permanecendo com a mesma redação que lhe foi conferida no texto original,
e assim previu ampliar a oferta da Educação Infantil para as crianças de 0 a 3 anos (30%
em 3 anos, 60% em 6 anos, 80% em 10 anos), e de 4 a 5 anos (80% em 3 anos, e 100%
em 5 anos), estabelecendo como estratégias, ampliar a oferta em 10 anos atendendo todas
as crianças de 4 a 5 anos, além de outras voltadas para a construção e/ou ampliação de
prédios (TUCURUI, 2012; 2015). Por sua vez, o PNE/2014 previu universalizar até 2016, a
educação infantil na pré-escola, e ampliar a oferta em creches, atendendo no mínimo 50%
das crianças até o final de sua vigência.
Considerando o posicionamento dos autores acerca da temática discutida neste traba-
lho, a indagação que nos motivou para a realização do mesmo refletiu nossa preocupação
em saber que perspectiva de universalização vem sendo implementada em Tucuruí, em
relação à Educação Infantil, conforme preconiza o plano educacional do município. Desse
modo, para que pudéssemos conhecer as respostas a esse questionamento, perseguimos
o objetivo de verificar tal perspectiva a partir de dados coletados.
METODOLOGIA
A abordagem qualitativa ancorou este trabalho, por meio das considerações de Esteban
(2010), e nos ajudou a alcançar o objetivo pretendido. Tomamos como base para subsidiar
a pesquisa documental, que norteou este estudo, o PME de Tucuruí, apoiados nas reflexões
de Laville e Dionne (1999), e recorreremos ainda à utilização de dados estatísticos decor-
rentes do site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP), no que se refere aos resultados de matrículas registrados no município. À luz da
literatura que trata da temática, foi possível analisar os dados coletados e chegar aos re-
sultados pretendidos e, por fim, o estudo nos permitiu a construção de algumas conclusões
que consideramos pertinentes ao tema e objetivo escolhido.
O PME de Tucuruí só foi aprovado em 2012, quando a vigência do PNE de 2001 já ha-
via se exaurido e, observando o PNE de 2014, o prazo para a universalização da Educação
178
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Infantil na pré-escola foi até 2016. No entanto, os percentuais propostos no PME previram
ampliar a oferta na pré-escola em 80%, em 3 anos, e em 100% em 5 anos, incorrendo em
um prazo superior ao estimado pelo PNE. Notamos que tampouco a evolução de matrículas
na rede pública ocorreu conforme o esperado, de acordo com o que apresenta a Tabela
1, exposta abaixo.
Notamos que os percentuais estipulados para as creches (30% em três anos, 60%
em seis anos, 80% em dez anos) não foram alcançados, mesmo considerando as matrícu-
las do ano de 2013 como base para o incremento. É observável que não existiu uma linha
de base para que essa quantificação se pautasse, visto que em 2012 não havia oferta de
vagas em creches na rede pública. Por sinal as matrículas nessas unidades apresentaram
um número bem inferior ao quantitativo da pré-escola na zona urbana, e, a esse respeito,
Vieira (2010) alerta para o cuidado na priorização das matrículas na pré-escola em detri-
mento da expansão das vagas em creches, visto que a obrigatoriedade escolar não inclui
as crianças de até 3 anos.
Do ponto de vista qualitativo, a oferta do ensino apresentou uma disposição desfavo-
rável, visto que as estratégias referentes à meta do PME se constituíram em ações voltadas
179
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
para a infraestrutura física e predial, visando o atendimento quantitativo dos alunos, e em
nenhuma ação pedagógica ou de outra natureza. Conforme enfatiza Carvalho (2004, p.5), a
universalização está para além da vaga em um estabelecimento escolar, mas inclui o acesso
aos bens culturais públicos como os conhecimentos, as linguagens, as expressões artísticas,
as práticas sociais e morais, que se traduzem em “um legado de realizações históricas às
quais conferimos valor e das quais esperamos que as novas gerações se apoderem”.
Considerando os dados obtidos, a universalização, no contexto do município de Tucuruí,
para a Educação Infantil, apresenta uma tendência de vir sendo compreendida como uma
ação de ampliação no número de vagas para o ensino, a despeito de todas as dimensões
que envolvem este conceito, considerado mais amplo.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
1. CARVALHO, J. S. F. “Democratização do ensino” revisitado. Educação e Pesquisa, São
Paulo, v. 30, n. 2, p. 327-334, maio/ago. 2004.
10. TUCURUÍ. Lei nº 9.807, de 24 de junho de 2015. Modifica a redação das metas e estraté-
gias, do anexo II da Lei nº 9.748/12, inclusive com a inclusão das metas 22, 23 e 24 e suas
estratégias e dá outras providências. Tucuruí: Câmara Municipal, 2015.
181
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
17
Práticas corporais: conteúdos
abordados pelos pedagogos na
educação infantil, em Caucaia – Ceará
10.37885/210705414
RESUMO
183
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
O termo educação infantil se refere a uma etapa da educação básica destinada ao pro-
cesso inicial de socialização das crianças (que vai até os 5 anos de idade). Esta atividade é
realizada em instituições educativas especializadas conhecidas com várias denominações:
jardim da infância, maternal, creches ou pré-escola. (conceitos.com 2010)
A população infantil que recebe este tipo de educação está dividida em duas faixas
etárias: as crianças de 0 a 3 anos nas creches, e as crianças de 4 e 5 anos nas pré- escolas.
(conceitos.com 2010).
A inserção da educação infantil na educação básica, como sua primeira etapa, é o
reconhecimento de que a educação começa nos primeiros anos de vida e é essencial para
o cumprimento de sua finalidade, afirmada no art. 22 da LDB (2017):
OBJETIVO
Esse estudo apresenta como objetivo identificar os conteúdos abordados pelos pe-
dagogos na educação infantil através das práticas corporais nas escolas da sede, em
Caucaia – Ceará.
MÉTODOS
RESULTADOS
Com base nos questionários aplicados nas unidades com 33 professores da edu-
cação infantil de ensino regular e integral, apresenta-se a seguir os dados referentes da
Educação Infantil.
Tabela 01. Dados referente ao tempo semanal no qual ocorre atividades motoras.
186
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Tabela 02. Os locais destinados as atividades motoras que são realizadas na escola utilizado pelo professor pedagogo.
Tabela 03. Dados referente quanto ao modo que ocorrem as atividades propostas pela escola.
Como percebemos na tabela 03, foi solicitado para os professores pedagogos da pes-
quisa pudessem informar como aconteciam essas atividades, o modo de como é realizado
a aplicação de atividades motoras com as crianças, sendo assim, podiam marcar mais de
uma opção, quantos quisessem, desde que fosse compatível com a realidade da esco-
la. Na tabela acima mostrou que os pedagogos utilizam mais atividades orientadas por vídeos
(vídeos coreografados), alguns professores pedagogos mencionaram que a formação não
tinha cadeiras especificas para que eles pudessem trabalhar nas escolas com as crianças.
Em seguida, foi perguntado aos professores pedagogos qual seria o objetivo ao reali-
zar atividades motoras na escola. Na tabela a seguir mostramos os dados a respeito dessa
questão, na concepção desses profissionais.
187
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
Tabela 04. Dados com os objetivos das atividades motoras realizadas na escola.
Umas das questões mais apropriada da pesquisa, no qual mostra para que as profes-
soras pedagogas tem como objetivo das atividades motoras, o para que e o porque que as
atividades são realizadas, poderiam marcar mais de uma opção, quantos quisessem, desde
que fosse compatível com a realidade da escola, Foi um resultado importante, no qual colo-
cou um destaque na pesquisa, pelo o fato afirmado o destaque do desenvolvimento motor
com 24 dos 33 professores pedagogos, 16 responderam aprendizagem dos conteúdos es-
colares,10 responderam canalizar/gastar energia das crianças para que possam aprender
melhor depois, 8 responderam socialização, 9 responderam outros, não explicado o motivo,
apenas marcaram a alternativa outros.
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO/CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. ALIAGA, M.;GUNDERSON, B. Interactive Statistics. Thousand Oaks: Sage, 2002
3. ANDRADE, Maria Margarida de. Como preparar trabalhos para curso de pós- graduação:
Noções práticas. 5. Ed. São Paulo: Atlas, 2002.
189
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
4. BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC) – Brasília/
MEC, 2017. BRASIL.
8. NEGRINE, Aírton da Silva. O corpo na educação infantil. Caxias do Sul: EDUCS, 2002.
9. OLIVEIRA, Zilma R. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
10. PIAGET, Jean. Psicologia e Pedagogia. Trad. Por Dirceu Accioly Lindoso e Rosa Maria Ribeiro
da Silva. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976.
12. ______.https://monografias.ufrn.br/.../AImportânciaBrincarEducaçãoInfantil_Artigo_2016.pd.
Acesso em 10 de março de 2018.
13. ______.https://conceitos.com/educacao-infantil/
15. ______.http://pedagogia.tripod.com/infantil/novaldb.htm
17. ______.http://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/61062562e6b01d7c3aec94
0143055d83_1004.pdf
19. ______.http://editorarealize.com.br/revistas/fiped/trabalhos/61062562e6b01d7c3aec94
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21. ______.https://www.google.com.br/search?q=o+que+sao+praticas+corporal+na+educa
%C3%A7%C3%A3o+infantil&rlz=1C1CHBD_pt-
190
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
18
Psicomotricidade, Desenvolvimento
Infantil e Educação Física: estudo de
representações sociais
10.37885/210705456
RESUMO
192
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
CONCLUSÕES
Uma das etapas deste estudo, como dito anteriormente foi estruturada a partir da
aplicação de questionários a professores de Educação Física, atuantes em escolas pú-
blicas e privadas. Tal etapa nos permitiu uma análise parcial cujos resultados nos promo-
veram reflexões importantes para uma significativa contribuição científica a comunhão de
conhecimento da Educação Física aplicada às escolas subsidiada pelo universo teórico da
Psicomotricidade. Os dados inicialmente coletados foram tratados por métodos de análise
segundo a abordagem estrutural sendo inicialmente por meio do software EVOC.
O questionário aplicado iniciou com uma questão do tipo de evocação, que consiste
em utilizar um processo de associação livre a partir de uma expressão indutora que designa
o objeto representado, que no caso deste estudo foi: “Desenvolvimento Infantil” e aplicada
à questão: “Em se tratando de suas aulas de educação física na escola, quais são as pala-
vras ou expressões que vêm à sua cabeça quando você pensa em “DESENVOLVIMENTO
INFANTIL”?”. Esta questão foi seguida de 8 linhas, numeradas onde o sujeito pôde forne-
cer suas respostas de acordo com o modelo clássico, que neste caso sugere de 5 à 10
possibilidades(VERGÈS, 1992), nesta pesquisa foi solicitado aos sujeitos que dessem no
mínimo três e no máximo oito respostas. O tratamento dos dados coletados nas questões
de livre evocação foi realizado por meio do software EVOC (Vergès, 1992, 1994; Flament,
1981) que permite a identificação de hipóteses estruturais, ou seja, permite levantar hipó-
teses sobre quais elementos são centrais e quais são periféricos. Este programa oferece
uma primeira visão exploratória da representação social a ser identificada. A relevância de
uma palavra ou expressão é definida por meio do cruzamento entre a ordem e a frequência
de aparecimento das mesmas. Uma palavra ou expressão com significativa “relevância”
197
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
apresenta maior incidência de aparecimento nos primeiros lugares da ordem de evocação
e com frequência significativamente elevada. Este cálculo é feito com a atribuição de pesos
diferenciados de acordo com a ordem dada pelos sujeitos em suas respostas e divisão
do somatório dos valores obtidos pela frequência total das evocações. Obtivemos então
a estrutura das representações sociais, de acordo com a organização dos seus possíveis
elementos centrais e periféricos, de acordo com o quadro de quatro casas gerado. Cabe
ressaltar que este procedimento nos permite fazer o levantamento das primeiras hipóteses
do que seria considerado como elemento central ou periférico. Foi identificada neste estudo
indícios de uma representação bem definida, portanto consensual pelos sujeitos envolvidos
a respeito do objeto escolhido.
Tal análise nos indica que os elementos presentes e prováveis constituintes da repre-
sentação social objetivada são as palavras: Psicomotricidade, ludicidade, desenvolvimento
motor e movimento. Estes elementos podem ser indicados como prováveis organizadores
desta prática. Segundo os sujeitos pesquisados, a Psicomotricidade, compreende um cam-
po de conhecimento constituído em uma prática específica que promove interferência no
desenvolvimento dos aspectos formadores da criança de forma integrada: social, afetivo,
cognitivo e motor. E portanto percebemos como o conhecimento oriundo da Psicomotricidade
é considerado por estes professores como essencial para a estruturação de sua prática nas
escola. A ludicidade apresenta uma característica de promoção da ação com interferência
do prazer e interação, portanto ativação das redes neuronais responsáveis pela organização
emocional, social, motora e cognitiva. Este elemento nos remete ao campo de conhecimento
da Psicomotricidade dando maior relevância a esta área na proposição do desenvolvimento
infantil. O movimento corporal por sua vez é estruturante da organização psíquica do in-
divíduo, pois como vimos o desenvolvimento infantil se inicia eminentemente por meio da
experimentação corporal para atingir a capacidade de abstração. Estes elementos trazem
em seus conceitos argumentos estruturantes de uma prática que garante a promoção de
estímulos importantes para o desenvolvimento integral da criança. Sendo a Psicomotricidade
e o movimento os elementos mais presentes no discurso espontâneo dos sujeitos sugere
que os professores de Educação Física pensam em sua prática apresentando indícios de
ampliação no que tange ao conhecimento teórico do desenvolvimento infantil, uma vez que
a Psicomotricidade é o campo de conhecimento que oferece instrumentos necessários para
promoção do desenvolvimento integral por meio do movimento. No entanto cabe ressaltar
que a presença do elemento desenvolvimento motor ainda é muito forte, no discurso dos
sujeitos, entendendo este motor como referência a este aspecto do desenvolvimento espe-
cificamente sugerindo que os demais aspectos são estimulados como se em decorrência
do estímulo motor. Tais observações nos levam a concluir que, os professores de educação
198
Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
física entendem a possibilidade de promoção do desenvolvimento integral do aluno por meio
dos movimentos em consonância com os pressupostos teóricos da Psicomotricidade, no
entanto este conhecimento ainda é superficial, pois o desenvolvimento motor ainda aparece
como elemento característico desta prática em detrimento aos demais aspectos, deste modo
em contradição à proposta de desenvolvimento integral. Nossa contribuição está fundada no
argumento de que estes professores indicam um caminho promissor na prática da educação
física escolar como promotora do desenvolvimento infantil com a inserção do conjunto de
conhecimento da Psicomotricidade como suporte para sua estruturação.
REFERÊNCIA
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France, 2001.
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
SOBRE O ORGANIZADOR
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Educação Infantil: as contribuições da educação no processo de desenvolvimento da criança
ÍNDICE REMISSIVO
Escola: 22, 24, 27, 30, 33, 40, 65, 71, 98, 99,
A 100, 104, 106, 122, 148, 170, 179, 181
Educação Física: 190, 196 Psicomotricidade: 189, 190, 191, 192, 193,
194, 195, 197, 198, 199, 200
Educação Infantil: 170
R
Educar: 23, 107
Relaxamento: 55
Ensino: 15, 20, 36, 41, 80, 81, 83, 85, 89, 90,
92, 94, 95, 104, 110, 111, 165, 170, 174, 183, V
189, 201
Vivência Musical: 98
Equoterapia: 134, 135, 136, 137, 138, 139, 140,
141, 142, 143, 144, 145, 146, 147, 148, 149
EDUCAÇÃO INFANTIL
As Contribuições da Educação no Processo
de Desenvolvimento da Criança
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científica digital