Vigilância e Saúde Ambiental No Contexto Da Educação.
Vigilância e Saúde Ambiental No Contexto Da Educação.
Vigilância e Saúde Ambiental No Contexto Da Educação.
VIGILÂNCIA
&
SAÚDE AMBIENTAL
NO CONTEXO DA EDUCAÇÃO
editora científica
Organizadores Fabricio Santos Rita
Claudiomir Silva Santos Ronei Aparecido Barbosa
VIGILÂNCIA
&
SAÚDE AMBIENTAL
NO CONTEXO DA EDUCAÇÃO
1ª EDIÇÃO
editora científica
2021 - GUARUJÁ - SP
Copyright© 2021 por Editora Científica Digital
Copyright da Edição © 2021 Editora Científica Digital
Copyright do Texto © 2021 Os Autores
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Capa
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Direção Editorial
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João Batista Quintela
Editor Científico
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Jurídico
Dr. Alandelon Cardoso Lima - OAB/SP-307852
CONSELHO EDITORIAL
Mestres, Mestras, Doutores e Doutoras
Robson José de Oliveira Erival Gonçalves Prata
Universidade Federal do Piauí, Brasil Universidade Federal do Pará, Brasil
' 10.37885/210604961................................................................................................................................................................................... 13
CAPÍTULO
02
AIR QUALITY BIOMONITORING OF TRACE ELEMENTS IN THE METROPOLITAN AREA OF HUANCAYO, PERU USING
TRANSPLANTED TILLANDSIA CAPILLARIS AS A BIOMONITOR
Alex Rubén Huamán De La Cruz; Julio Miguel Ángeles Suazo; Ide Gelmore Unchupaico Payano; Nancy Curasi Rafael; Nancy Curasi
Rafael; Roberto Angeles Vasquez; Nataly Angeles Suazo; Hugo Abi Karam; Luis Ernesto Tapia Lujan; Moisés Ronald Vásquez Caicedo-
Ayras; Lino Elias Fernandez Bonilla
' 10.37885/210303966...................................................................................................................................................................................24
CAPÍTULO
03
APLICAÇÃO DE MODELOS ESTATÍSTICOS PARA AVALIAÇÃO DA PRESENÇA DE VETORES NUMA COMUNIDADE RURAL
DE UBERLÂNDIA (MG), UTILIZANDO A METODOLOGIA DA OVITRAMPA
João Carlos de Oliveira; Douglas Queiroz Santos; Arcenio Meneses da Silva; Paulo Irineu Barreto Fernandes
' 10.37885/210604917....................................................................................................................................................................................45
CAPÍTULO
04
CALIBRAÇÃO DO MODELO WEAP PARA UMA BACIA HIDROGRÁFICA DO ALTO PARACATU
Felipe Bernardes Silva; Laura Thebit de Almeida; Demetrius David da Silva; Alisson Souza de Oliveira; Edson de Oliveira Vieira; Allan
dos Santos Teixeira
' 10.37885/210504465.................................................................................................................................................................................. 65
CAPÍTULO
05
CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIBEIRÃO DAS PEDRAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS
– TO
Denise Domingos dos Santos Martins; Roseanne Veloso de Camargo; Girlene Figueiredo Maciel; Juan Carlos Valdés Serra; Joel
Carlos Zukowski Junior
' 10.37885/210504716.................................................................................................................................................................................... 71
SUMÁRIO
CAPÍTULO
06
DIFERENTES FONTES ALIMENTARES E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO DE HÚMUS E BIOMASSA DA MINHOCA GIGANTE
AFRICANA
Amanda Fialho; Ubiramar Ribeiro Cavalcante; Franciane Diniz Cogo; Rafaella Gouveia Mendes; Josef Gastl Filho; Julia Peres Gonçalves
' 10.37885/210404345................................................................................................................................................................................... 87
CAPÍTULO
07
DINÂMICA DO ESCOAMENTO EM ÁREAS DE RECARGA DE NASCENTES NA REGIÃO SERRA DA MANTIQUEIRA, MG
Alisson Souza de Oliveira; Antônio Marciano da Silva; Carlos Rogério de Mello; Geovane Junqueira Alves; Rosângela Francisca de
Paula Vitor Marques; Aurivan Soares de Freitas; José de Oliveira Melo Neto; Felipe Bernardes Silva
' 10.37885/210504705.................................................................................................................................................................................. 94
CAPÍTULO
08
DIRECT RADIATIVE FORCING DUE TO AEROSOL PROPERTIES AT THE PERUVIAN ANTARCTIC STATION AND METROPOLITAN
HUANCAYO AREA
Julio Miguel Ángeles Suazo; Alex Rubén Huamán De La Cruz; Roberto Angeles Vasquez; Nataly Angeles Suazo; Rony William Huamán
De La Cruz; Ide Gelmore Unchupaico Payano; Nancy Curasi Rafael; Luis Ernesto Tapia Lujan; Moisés Ronald Vásquez Caicedo-Ayras;
Lino Elias Fernandez Bonilla
' 10.37885/210303965................................................................................................................................................................................ 104
CAPÍTULO
09
EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A ESCOLA NO NOVO PARADIGMA DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL E O SISTEMA PREVENTIVO
Lázaro Pereira Dourado; Lourivaldo Silva Santos
CAPÍTULO
10
ESTIMATIVA DO POTENCIAL ENERGÉTICO DE UM ATERRO SANITÁRIO POR MEIO DE DUAS METODOLOGIAS
Aline Tathyana Alves Felca; Raphael Felca Glória; Regina Mambeli Barros; Arnaldo Pereira Alves
CAPÍTULO
11
ESTUDO DA SITUAÇÃO AMBIENTAL DO MANGUEZAL E DAS PRAIAS DA CIDADE DE NATAL-RN
Ana Karla Costa de Oliveira; Joseane Schmidt dos Santos; Pamela Melo da Rocha; Samuel da Silva Guedes
Amanda Fialho; Rafaella Gouveia Mendes; Josef Gastl Filho; Franciane Diniz Cogo; Ana Paula Santos da Silva; Alisson Rodrigues de
Resende; Eleusa Maria Ferreira Rocha; Julia Peres Gonçalves
10.37885/210604961
RESUMO
14
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
16
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
O Conhecimento Pedagógico e a Realidade Ambiental
17
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Imagem 02. Fotografia do Projeto criado pela Gestão Escolar em EA.
18
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Imagem 03. Fotografia do Professor plantando árvores nas ações de EA.
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Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Imagem 04. Fotografia de um pai de aluno envolvido nas ações de EA.
Para Imbernón (2011), a instituição escolar não deve mais ser o único lugar em que
apenas aprende o conhecimento básico (quatro operações, socialização e profissional) e
replica o conhecimento dominante, pressupondo que ele também deve se refletir em todos
os seus aspectos de vida. A complexidade, a relação entre ela e a comunidade e todas as
redes de equipamentos, para revelar uma forma de compreender o mundo e de ensinar o
mundo e todas as suas manifestações desta forma.
Desta forma, a compreensão do ensino muda, sendo entendido como um grande
processo de construção social bem como a ligação com a ação educativa, que visa formar
cidadãos que entendam efetivamente toda a cadeia de complexidade das relações esta-
belecidas entre o meio ambiente e sociedade. Percebe-se aqui a necessidade imediata de
haver o oferecimento de diferentes caminhos metodológicos, ou seja, os professores preci-
sam propor práticas de ensino que tenham como foco a formação de profissionais, críticos,
éticos e refletores que enfrentem o novo paradigma científico e desempenhem um papel
adequado na sociedade da informação. (BEHERENS; ENS, 2015).
Para Torales (2010), seu desempenho (intencional ou não) pode inspirar a participação
na comunidade escolar e sua mudança, o que significa o processo político e ideológico.
A importância do processo de formação dos docentes dentro deste novo cenário,
principalmente quanto se oportuniza as descrições da EA, trouxe a necessidade de uma
redefinição de como deveria ocorrer o trabalho deste tema em sala de aula, sendo assim
em 2012 foram definidas as DCNEA, que passaram a dar uma ênfase de continuidade a
institucionalização da EA em todo o Brasil, que teve seu início de fato no ano de 1999 com a
Política Nacional de Educação Ambiental- PNEA. No que tange as pontuações dos aspectos
formativos, a DCNEA define que:
20
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Art. 11. A dimensão socioambiental deve constar dos currículos de formação
inicial e continuada dos profissionais da educação, considerando a consciência
e o respeito à diversidade multiétnica e multicultural do País.
De acordo com Leff (2010) EA é uma grande prática pedagógica, por esta razão, toda a
motivação pela busca de novos conhecimento e práticas, é imprescindível para a realização
de práticas ambientais com visualização do cidadão, da escola, da comunidade e todos os
elementos envolvidos no contexto social.
Torales (2010) afirma que a formação de docentes passa a assumir um papel de des-
taque neste cenário, pois passa a ser considerada como um processo a ser formalizado de
maneira autônoma, visto que, este processo formativo depende unicamente de uma atitude
favorável por parte dos docentes, já que nenhuma ação de formação vai ser efetiva caso
não haja a disponibilidade dos que participam dela.
A EA na escola e na formação do professor evidencia uma necessidade de uma pedago-
gia ambiental que passa a inferir na junção de práticas, conhecimentos científicos, saberes po-
pulares, sendo desta forma, a prática na qual o ser individual e coletivo se constrói no saber.
Neste sentido, a pedagogia ambiental descrita por Leff (2010), tem por fundamentação
uma ligação entre a pedagogia crítica, e o pensamento de complexidade, essa é uma nova
compreensão do mundo, incorporando as limitações do conhecimento e a incompletude da
existência. É saber que a incerteza, o caos e o risco são o efeito da aplicação simultânea
de conhecimentos que visam aboli-los, condição inerente à existência e ao conhecimento.
Neste linear a perspectiva de EA, detém uma grande complexidade, que passa a ser
voltada para o desenvolvimento de práticas educativas reflexivas, fundamentadas no saber
ambiental, criando o resultado de uma racionalidade ambiental.
Para Loureiro, Layrargues e Castro (2010), a EA é uma forma de dialogar com as
questões ambientais. De acordo com o senso comum, esta abordagem visa a mudança de
valores, atitudes e comportamentos no sentido de estabelecer outra relação entre o homem
e a natureza, que deixa de ser instrutiva e utilitária e passa a ser uma forma de harmonia e
respeito aos limites ecológicos. Uma relação em que a natureza não pode mais ser compro-
metida apenas como um recurso natural, podendo desfrutar do prazer humano a todo custo.
Sendo assim, para que haja a possibilidade de mudança de pensamento em toda a
sociedade, há primeiramente a necessidade de que o docente compreenda a si mesmo,
passando a aceitar e perceber que todo o conjunto de erros e incertezas, fazem parte do pro-
cesso reflexivo e de autoformação, tanto em caráter pessoal, quanto em caráter profissional,
21
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
e que somente assim há a possibilidade do conhecimento acontecer de fato, promovendo a
liberação de momentos produtivos e criativos, em um em um esforço que dever planejado
sistematicamente, para que possa era de fato a articulação de aspectos que culminem para
a formalização do processo de ensino-aprendizagem ambiental.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
1. BEHRENS, Marilda Aparecida; ENS, Romilda Teodora. Complexidade e Transdisciplina-
ridade: Novas perspectivas teóricas e práticas para a formação de professores. 1.ed.
Curitiba, Appris, 2015.
5. CURITIBA. Caderno Pedagógico de Educação Integral. Curitiba: SME, 2012. Disponível em:
http://multimidia.educacao.curitiba.pr.gov.br/2017/4/pdf/00131553.pdf Acesso em: 12 jan. 2021.
22
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
7. IMBERNÓN, Francisco. Formação Docente e Profissional: formar-se para a mudança e a
incertezas. Tradução Silvana Cobucci Leite. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
8. LEFF, Enrique. A complexidade ambiental. Trad. Eliete Wolff. 2. ed. São Paulo: Cortez, 2015.
10. SAHEB, Daniele. RODRIGUES, Daniela Gureski. A Educação Ambiental na Educação In-
fantil: Limites e Possibilidades. Cad. Pes., São Luís, v.23, n 1, jan./abr. 2016.
12. SAUVÉ, Lucie. Uma cartografia das correntes em Educação Ambiental. In: SATO, Michele;
CARVALHO, Isabel (orgs.). Educação Ambiental: pesquisa e desafios. Porto Alegre: Artmed,
2005. p. 17-45.
13. SOUZA, Regina Aparecida Machado. Educação Ambiental e Cidadania. In: HAMMES, Va-
léria Sucena; RACHWAL, Marcos Fernando Gluck. Meio ambiente e a escola. Brasília, DF:
Embrapa, 2019. p. 43-61.
14. TORALES, Marília Andrade. A práxis da Educação Ambiental como processo de decisão
pedagógica: um estudo biográfico com professoras de educação infantil na Galiza (Es-
panha) e no Rio Grande do Sul (Brasil).2010. 566f. Tese (Doutorado Interuniversitário em
Educação Ambiental). Universidade de Santiago de Compostela, Espanha, 2010.
23
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
02
Air quality biomonitoring of trace
elements in the metropolitan area of
Huancayo, Peru using transplanted
Tillandsia capillaris as a biomonitor
10.37885/210303966
ABSTRACT
The air quality and distribution of trace elements in a metropolitan area of the Peruvian
Andes were evaluated using transplanted epiphytic Tillandsia capillaris as biomonitors.
Biomonitors were collected from the non-contaminated area and exposed to five sites with
different types of contamination for three months in 2017. After exposure, the content of
twenty-one elements were determined by ICP-MS analysis. Datasets were evaluated by
one-way ANOVA, exposed-to-baseline (EB), hierarchical cluster analysis (HCA) and prin-
cipal component analysis (PCA). Results showed significant differences among sampling
sites for several elements. According to EF ratios for Ba, Cr, Cu, Pb, Sb, and Zn EB ratios
value greater than 1.75 were found around urban areas, indicating anthropogenic influen-
ce, which can be attributed to vehicular sources. The highest values of As and Cd were
found in areas of agricultural practices, therefore their presence could be related to the
employment of agrochemicals (pesticides, herbicides, and phosphate fertilizers). HCA
shows that most elements come from vehicular sources and lower from agricultural and
natural sources.
25
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUCTION
Atmospheric deposition of toxic metals continues being a major concern worldwide be-
cause of their negative impact on the environment and human health. In the last decades a
significant deterioration of air quality due to urban growing, migration, increasing of vehicles,
construction/demolition of roads and buildings, and agricultural practices have been observed
in Huancayo city (Haller 2017, Haller and Borsdorf 2013, Milan and Ho 2014). However, due
to an unfortunate lack of suitable environmental policies, government disinterest, and eco-
nomical support, no measurements of air pollution are carried out in this area. Thus, the use
of biomonitors widely used in recent years to evaluate the air quality becomes an important
contribution to Huancayo city compared to expensive standard techniques (use of semi and
automatic High Volume Sampler (Hi-Vol)). Besides, the use of biomonitors allows us the pos-
sibility of monitoring many sites simultaneously by short or longer periods of time (Wannaz
et al. 2006). Biomonitors can be part of communities of living organisms used to obtain prime
information (qualitative and/or quantitative) on aspects of the environment that surround it
(Markert et al. 2003). Biomonitoring can be applied through of two methods: active and/or
passive biomonitoring. Passive biomonitoring refers to collect organisms occurring naturally
in the ecosystem or within the area of interest and analyze them. In active biomonitoring, the
biomonitors can be bred in laboratories or collected of pristine sites for posteriorly be exposed
in a standardized form (bag technique) within the area(s) of interest for a defined time period.
Lichens and mosses are two biomonitors widely used and recognized worldwide.
However, in recent years several species of the Bromeliaceae family Tillandsia species
(“air plants”) have proved also be appropriate biomonitors because they absorb moisture,
nutrients, and minerals directly from the atmosphere due to lack root system that avoid the
direct contact with the soil (Bermudez et al. 2009, Figueiredo et al. 2007, Wannaz et al. 2013).
A large number of these epiphytic Tillandsia species are widely distributed in South
America. Regarding the bioaccumulation capacity of atmospheric pollutants by epiphytic
Tillandsia genus, Tillandsia capillaris has proved to be an excellent bioaccumulator of trace
elements (TE) in the areas surrounding complex polymetallic mining/smelting in Oruro, Bolivia
(Goix et al. 2013, Schreck et al. 2016). In Argentina this species has been widely used to
determine polycyclic aromatic hydrocarbons (PAHs) (Wannaz et al. 2013), physiological
parameters and accumulation of trace elements in different contexts (urban, agricultural,
industrial, and mining) (Abril et al. 2014, Bermudez et al. 2009, Mateos et al. 2018, Pignata
et al. 2002, Rodriguez et al. 2011, Wannaz et al. 2006). Also, T. capillaris was used to as-
sess the accumulation of PAHs and trace elements in urban, suburban and rural areas in
Germany (Rodriguez et al. 2010).
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Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
In Peru, studies using biomonitors for the measurement of pollutants in the environment
are very scarce. The only study was carried out in Lima using one lichen specie and one specie
of Tillandsia genus (Bedregal et al. 2009). Tillandsia capillaris perennial and endemic specie
usually found grows on trees, walls, rocks, cables, and electric poles. Hence, the purpose of
this study was to investigate the air quality of vicinities urban, peri-urban, and rural areas and
trace element distribution using transplanted specimens of Tillandsia capillaris as biomonitors.
STUDY AREA
The present study was undertaken in the Metropolitan area of Huancayo, region Junin
(Peru). It is inhabited by 507,075 (INEI 2017) and located up 3200 meters above sea level.
Huancayo Metropolitano, a Peruvian mountain city, represents a zone peri-urban in develop-
ment, nestled in the valleys of the Mantaro River and bordered by mountains that act as natural
barriers for air circulation, avoiding the pollutant dispersion. Huancayo city has an important
agricultural development in its peripherical areas and it is considered central Peru’s economic
and social center. The climate is temperate with an annual mean temperature of 12 °C and
precipitation of 517 mm (Huancayo 2017). Western and southwestern winds prevail in this area
(Supplementary Material Figure - S1). Four sites were chosen for Tillandsia capillaris trans-
planting (Figure 1): (a) Huancayo (H, urban area at 3,259 m.a.s.l): The downtown Huancayo,
densely populated, where the main source of pollutants is vehicular traffic, (b) Tambo (T,
urban area at 3,260 m.a.s.l): neighborhood of the city of Huancayo with similar characteris-
tics of downtown, (c) Chupaca (Ch, agricultural-urban area at 3,263 m.a.s.l): is a peri-urban
area (has rural and urban characteristics) situated to 9.7 km southwest of Huancayo. Traffic
is medium compared to H and T but has large extensions of agricultural land, and (d) San
Agustin de Cajas (SC, agricultural-urban at 3280 m.a.s.l): located 9.9 km north of Huancayo
city, also is a peri-urban area with land used to agricultural practices. Traffic is much less
than downtown and is mainly composed of public transport and interprovincial buses.
TRANSPLANT EXPERIMENTS
Tillandsia capillaris specimens were collected from Eucalyptus tree trunk at Paucara
(12° 42’ 0” S, 74° 41’ 0” W), Acobamba Province, Huancavelica (Peru). This area is located
to the south of Huancayo city at approximately 138 km of distance and is characterized by
having a minimum contact with pollutant emission sources (considered unpolluted site). Net
bags containing ~50 g (6-8 plants) were prepared according to Wannaz and Pignata (2006)
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Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
and transplanted simultaneously (active biomonitoring) to the study area. In each area, seven
bags were hung 2.5 m over the ground at different distances. The process of transplantation
was held on the 10th September until 22th of December 2017 and corresponds to the spring
season with the minor possibility of rains. After the exposure period, plants were collected,
stored in paper bags and transported to the laboratory. Baseline element concentrations were
obtained analyzing original samples before transplantation. More detail about transplanting
sites can be found in Supplementary Material - Table S1.
Figure 1. Biomonitoring exposure sites in the Metropolitan area of Huancayo, Peru. The Map was prepared with Arc GIS
10.0 software.
First, all samples were dried until constant weight in an oven at 60 ± 2 °C and then grou-
nd in an agate mortar. About 200 ± 3 mg of each sample in triplicate into a savillex (Teflon
bottle) were weighted. Samples were digested using a suprapure mixture of 3.0 mL bi-distilled
HNO3 (Duo-PUR, Milestone, USA), 0.5 mL H2O2, and 0.1 mL HF in at hot plate at 250 °C for
four hours (Agnan et al., 2013). After digestion achieved, the samples were cooled, opened
and evaporated at 200 °C to beginning dryness. In order to remove remnant HF, 3.0 mL of
28
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
bi-distilled HNO3 was added and evaporated to beginning dryness tree times, and then finally
the samples solutions were diluted suitably containing 5% HNO3 into a Falcon tube (15 mL).
Major elements (Al, Ca, Fe, K, and Na) and trace elements (As, Ba, Cd, Ce, Co, Cr,
Cu, La, Mn, Ni, Pb, Sb, Sc, Sr, U, V, and Zn) concentrations were analyzed by Inductively
Coupled Plasma Mass Spectroscopy (ICP-MS, NexION 300 PerkinElmer, USA). Rh was
used as an internal standard to correct data for instrumental drifts and plasma fluctuations.
Instrumental conditions for ICP-MS measurements are presented in Table I. All the solutions
were prepared with high purity water (18.2 MΩ cm) obtained from a Milli-Q water system
(Milli-Q water purification system, Millipore Corp., USA). Analytical curves with six points for
each element were used and fitted using linear regression.
The accuracy of the analysis was checked using the certified reference material (CRM)
of plant SRM 1515 “apple leaves” which was published by National Institute of Standards
and Technology (NIST, Gaithersburg, USA). Blank samples were measured in parallel to
the decomposition and the analysis of the samples. The recoveries were expressed as the
ratio of the concentration measured to certified concentrations of SRM 1515. Major and tra-
ce elements concentration were expressed in dry weight (µg g–1 DW). All certified elements
presented satisfying recoveries in the 86.4-112% range (Table II).
29
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Table II. Values obtained for the Certified Reference Material NIST SRM 1515 (n=3).
Statistical treatments
Exposed-to-baseline (EB) ratio has been used to evaluate emission sources of the ele-
ments measured. The values obtained from this ratio were assessed according to the scale
adopted by Frati et al. (2005), where EB ratio values between 0.75 and 1.25 indicate normal
conditions in the environment; while 1.25 < EB < 1.75 indicate accumulation, and EB ratio
> 1.75 indicates severe accumulation of pollutants, which may be related to anthropogenic
emission sources.
In order to identify possible groups of elements as tracers of natural or anthropogenic
sources of the elements measured in the T. capillaris samples, hierarchical cluster analy-
sis (HCA) with Ward’s method was used. All statistical analysis in this study was perfor-
med by the CRAN R (R Team Core 2019) free language through of the following packa-
ges ggplot2 (Wickham and Chang 2016), dplyr (Wickham et al. 2017), and ClusterofVar
(Chavent et al. 2012).
30
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
RESULTS
The arithmetic means, standard deviations, ranges of concentrations and ANOVA re-
sults of the elements measured in T. capillaris transplanted at the four sites and baseli-
ne site are shown in Table III. Overall element concentrations decreased in the followin-
go> K > Fe > Na > Mn > Ba > Zn > Sr > Cu > Pb > As > Ce > Cr > La > Ni > Co > V > Sb ≈ Sc >
Cd. In general, in most transplanted sites the biomonitors showed the highest concentration
values of the elements measured than baseline samples, confirming the pollutants accu-
mulation capacity of this bromeliad specie. A statistically significant difference (p < 0.05)
among exposure sites for Ba, Ca, Cd, Cu, Fe, Pb, Sb, and Zn were observed, while signifi-
cant differences (p < 0.01) were found for Al, As, Cr, and Na. No significant differences were
observed for K, La, Mn, Ni, Sc, Sr, and V. Highest concentration values of Ba, Cr, Cu, Fe,
Pb, Sb, V, and Zn were observed in the urban areas (H and T) than peri-urban areas (Ch
and SC). By contrast, the highest values of As and Cd contents were found in Ch and SC si-
tes. These areas have peri-urban characteristics, where residential areas and agricultural
areas coexist. Moreover, higher Ca content was found in H, and Ch sites. Like calcium in
considered a biomarker of cement production (Abril et al. 2014, Ferreira et al. 2012), the
abundant Ca found is probably released from local construction activities in form of waste
and crustal dust resuspension.
Eb ratios
The distribution map of As, Ca, Cd, Pb, Sb, and Zn are shown in Figures 2 to 7. In these
maps, darker areas are indicative of the presence of the element in higher concentrations.
31
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
HIERARCHICAL CLUSTER ANALYSIS
The dataset of the elements submitted to hierarchical cluster analysis yielded two dis-
tinct groups (Figure 8). K, Sr, Na, Mn, Ni, La, Sc, Al, Ce, V, and Co are grouped in Group
1, while Group 2 includes Zn, Cu, Fe, Pb, Ba, Sb, Cr, Ca, Cd and As (closely associated
among themselves). The dendrogram indicates that elements belonging to the same group
may have the same origin. As it is seen, the Group 1 contains elements related to natural
sources; while in Group 2 can be observed elements of anthropogenic origin.
Table III. Mean concentrations ± standard deviation S.D. (ug g–1 dry weight (D.W)) and ANOVA results of the 21 elements
measured in T. capillaris samples exposed during 3 months in the study area and control samples; N = number of samples
Baseline Tambo (T) Chupaca (Ch) Cajas (SC)
Rural (R) (N=5) Huancayo (H) (N=7) ANOVA
(N=5) N=7 N=8 N=8
Elements
p-value
Mean ± SD Mean ± SD Mean ± SD Mean ± SD Mean ± SD Mean ± SD
A
Al 6686 ± 340 b 6852 ± 138 b 9860 ± 169 a 8798 ± 994 a 7348 ± 888 b 6293 ± 1837 b **
As 2.74 ± 0.22 d 3.47 ± 0.30 d 4.62 ± 0.23 b 4.63 ± 0.57 b 7.93 ± 1.02 a 5.92 ± 0.77 c ***
Ba 53.01 ± 3.14 d 62.53 ± 3.32 d 106 ± 3 a 107 ± 10 a 84 ± 10 b 71 ± 7 c ***
Ca 5300 ± 145 c 6017 ± 721 c 10243 ± 773 a 9984 ± 422 a 9330 ± 990 b 6017 ± 721 c ***
Ce 4.41 ± 0.29 c 5.28 ± 0.32 c 6.70 ± 0.54 a 8.15 ± 1.41 b 5.34 ± 1.02 c 4.66 ± 0.72 c ***
Cd 0.09 ± 0.04 d 0.22 ± 0.02 c 0.24 ± 0.03 c 0.24 ± 0.05 c 0.33 ± 0.04 b 0.42 ± 0.05 a ***
Co 1.39 ± 0.13 b 1.60 ± 0.21 b 1.55 ± 0.11 a 1.54 ± 0.24 a 1.30 ± 0.19 c 1.15 ± 0.23 c *
Cr 2.79 ± 0.14 e 2.75 ± 0.43 e 6.63 ± 0.20 a 5.33 ± 0.31 b 4.21 ± 0.56 c 3.75 ± 0.49 d ***
Cu 3.77 ± 0.31 e 4.98 ± 0.65 e 18.22 ± 0.66 a 17.14 ± 0.95 b 10.02 ± 1.16 c 8.04 ± 0.76 d ***
Fe 1297 ± 92 e 1609 ± 108 d 2522 ± 132 a 2223 ± 208 b 1757 ± 90 c 1582 ± 185 d ***
K 5772 ± 56 b 5346 ± 364 d 6565 ± 183 a 5219 ± 356 d 5165 ± 550 d 5278 ± 502 c *
La 2.47 ± 0.38 b 2.58 ± 0.24 b 3.28 ± 0.47 a 3.24 ± 0.37 a 2.82 ± 0.43 b 2.65 ± 0.33 b *
Mn 197 ± 10 c 181 ± 24 c 179 ± 4 c 231 ± 37 a 213 ± 36 a 211 ± 35 b **
Na 678 ± 28 b 708 ± 16 b 732 ± 10 b 913 ± 71 a 661 ± 69 b 665 ± 146 b **
Ni 1.99 ± 0.14 c 3.14 ± 0.36 b 3.19 ± 0.29 a 3.79 ± 0.59 a 3.10 ± 0.77 b 2.89 ± 0.89 b ***
Pb 3.47 ± 0.10 d 5.36 ± 0.84 d 18 ± 2 a 18.0 ± 2.0 a 12.0 ± 1.05 b 8.0 ± 1.2 c ***
Sb 0.32 ± 0.04 e 1.13 ± 0.26 c 2.47 ± 0.28 a 2.26 ± 0.21 a 1.41 ± 0.31 b 0.72 ± 0.14 d ***
Sc 0.87 ± 0.14 b 0.78 ± 0.08 c 0.94 ± 0.04 b 1.17 ± 0.11 a 1.00 ± 0.17 b 0.84 ± 0.21 c ***
Sr 28.24 ± 1.32 b 34.10 ± 2.96 a 34.67 ± 1.06 a 33.68 ± 2.02 a 29.74 ± 2.21 b 29.13 ± 4.39 b ***
V 2.03 ± 0.13 d 2.25 ± 0.38 d 3.97 ± 0.68 a 3.95 ± 0.57 a 3.14 ± 0.45 b 2.52 ± 0.66 c ***
Zn 18.42 ± 1.16 f 29.60 ± 3.48 e 117 ± 5 a 99 ± 5 b 78 ± 8 c 50 ± 5 d ***
A
Values on each horizontal line followed by the same letter do not differ significantly at p < 0.05. * Mean significant at p < 0.05. ** Mean
significant at p < 0.01. *** Mean significant at p < 0.001.
Table IV. EB ratios calculated for 21 elements measured in the samples of transplanted T. capillaris transplanted in each
site, after three months of the exposure period.
Huancayo Tambo Chupaca Cajas Average
Elements Rural
(H) (T) (Ch) (SC) Whole area
Al 1.02 1.35 1.47 1.12 0.89 1.21
As 1.27 1.71 1.76 2.66 2.18 2.07
Ba 1.18 2.00 1.96 1.68 1.35 1.75
Ca 1.06 1.95 1.76 1.95 1.20 1.71
Ce 1.20 1.54 1.99 1.53 1.09 1.54
Cd 2.51 2.79 2.73 3.89 4.80 3.55
32
Co 1.15 1.10 1.11 0.97 0.83 1.00
33
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figure 3. Distribution map of Ca concentrations.
34
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figure 5. Distribution map of Pb concentrations.
35
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figure 7. Distribution map of Zn concentrations.
Figure 8. Results of the hierarchical cluster analysis (dendrogram) of the elements measured in T.capillaris.
DISCUSSION
The EB ratio values obtained for As (T, Ch, and SC sites), Ba (H and T), Ca (H, T, and
Ch), Cd (all sites), Cr (H, T, and Ch), Cu (all sites), Pb (all sites), Sb (all sites), V (H and T),
and Zn (all sites) were all greater than 1.75, suggesting severe influence of anthropogenic
sources in the Metropolitan area of Huancayo. Considering the whole study area was ob-
served accumulation (1.25 < EB ratios < 1.75) of Ca, Ce, Fe, La, Ni, and V. These results
suggesting the influence of soil particles in minor proportion than anthropogenic origin. For
example, Ca enrichment is probably related to both, local construction dust activities and
36
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
crustal dust resuspension, Likewise, Ce and La, two lanthanides used in the manufacturing of
catalytic converters (Rached et al. 2018) for the control of vehicle emission are also released
into the environment and there is evidence that their concentration in soils and plants exhibit
cytotoxic effects, causing a decrease in root elongation (Kotelnikova et al. 2019).
Significantly EB ratios > 1.75 were found for As, Cd, Cu, Pb, Sb, and Zn confirming
their anthropogenic origin of these elements, while Al, Co, K, Mn, Na, Sc, and Sr in the whole
study area was found to normal conditions (EB ratios < 1.25) in the environment, which could
indicate natural origin (Table IV).
In the literature, Cd, Cu, Pb, Sb, and Zn are considered toxic elements (Cooper and
Harrison 2009, Hoodaji et al. 2012, Yaman 2006) being that these elements usually are
released from vehicles through vehicular exhaust emissions, and both tire and brake wear
in urban areas (Pellegrini et al. 2014, Rodriguez et al. 2011). Effectively, these elements
presented higher concentration values around urban areas (T and H sites) from Huancayo
city (Table III), where car congestion happens every day and during all day.
On the basis of EB ratios, Pb can cause severe effects on human health, especially
among children (USEPA 1999). Peruvian vehicles no longer use leaded gasoline after it
was banned in 2009 (Onursal 1997). However, Pb still presents in the environment of the
Metropolitan area of Huancayo can be due to past emissions (contaminated soils, water pipe
debris) and the fast increase of Huancayo’s vehicle population. For instance, Pb is widely
used in a number of car components such as lead-based paint, lead wheel weights, lead-acid
batteries and solder in electronics (Song et al. 2012). Similar conclusions were reported by
Vianna et al. (2011) who assessed the Pb concentration in two Metropolitan areas (Rio de
Janeiro and Salvador) from Brazil. Arsenic is ubiquitous in the environment and until the 1970s
approximately 80% was used to the manufacturing of arsenical pesticides (mostly as sodium
arsenite). Actually, due to its toxicity, the use of As for manufacturing of pesticides decreased
by about 50%, however organic As compounds still dominate the production of pesticides
(Kabata-Pendias, 2010). Cadmium emissions arise from either natural or anthropogenic
sources, including volcanic emissions, smelting, and refining of nonferrous metals, fossil fuel
combustion, iron and steel industry, municipal waste incineration and the use of fertilizers
derived from rock phosphate (WHO 2000). Like higher EB ratios values from As and Cd were
found in Ch and SC sites, where huge tracts of land are used for the production of several
crops, we may assume that elevated concentrations of As and Cd are related to the intense
use of pesticides in agricultural activities.
The distribution map of As (Figure 2) shows high levels of this element to the south-
western and relatively elevated to the north. In these places are located the sites Ch and SC,
37
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
where the land is used to agricultural practices for production of different types of crops and
vegetables such as vegetables, corn, potatoes, onions among others.
The results of Ca concentrations in T. capillaris are illustrated in Figure 3. Calcium
element is considered a biomarker for cement production (G. Abril et al. 2014; Ferreira et al.
2012). As it is seen, calcium element is widely distributed in almost all study areas with
the higher content of this element being observed in Ch, T, and H sites. In recent years,
both T and H sites suffer a transformation with the demolition of roads and the historic
“Plaza Constitution” located in downtown and the construction of three new supermarkets,
while Ch site is facing the built of residential buildings and bridges (Haller 2014; Haller and
Borsdorf 2013). Despite, the contact with this element may cause cancer (Koh et al. 2011,
Krejcirikova et al. 2018), dust pollution (Zuo et al. 2017) and environmental impact (Chen
et al. 2015), construction activities on this area are poorly controlled.
The highest contents of Cd were detected in the north and southwestern zone from
downtown (Figure 4), specifically in the two peri-urban areas (Ch and SC) where agricultural
activities are developed by farmers. Cadmium occurs naturally in the environment usually
linked to zinc (Lambert et al. 2007). Cadmium usually is emitted by smelting refining of non-
ferrous metals, fossil fuel combustion, metalliferous mining, incineration waste, phosphate
fertilizer production, and by industries using cadmium in rechargeable batteries, pigments,
electroplating, solar cells, and as plastic stabilizers. Cadmium in agricultural soils can enter
via phosphate fertilizers (0,1-170 mg/kg) (Kabata-Pendias 2010; Kratz et al. 2016). As the
land use in areas around from Metropolitan area of Huancayo is considered suitable for the
production annual and biennial of crops (Haller and Borsdorf, 2013), a big quantity of Cd may
be related to the use of agrochemicals (pesticides, fertilizers, and herbicides).
Lead is a toxic element even at low concentration and is related to vehicular emissions
and dust re-suspension (Wani et al. 2015). In Peru, leaded gasoline was banned in 2009
(Bekir Onursal, 1997), however, the distribution map of Pb (Figure 6) shows that Pb conta-
mination is still present in this area. A similar result has been reported by De la Cruz et al.
(2009) who studied the lead concentrations and its isotope ratios in samples of particulate
matter (PM10) before and after non-leaded fuel normative in Zaragoza (Spain) and concluded
no-statistically significant decrease in the average concentration of lead. The higher Pb levels
were found in Ch, H and T (the place where exist a gas station approximately twenty years
ago). No information about this element was found in the literature for comparison purposes
or to affirm the decreasing of this element compared to previous years.
The distribution map of Sb (Figure 8) shows three sites: two urban areas (T and H) and
a rural/urban area (Ch) with higher Sb content. Antimony is a metalloid and occur naturally as
trace elements in the environment (soils) (Sanchez-Rodas et al. 2017, Wilson et al. 2010),
38
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
however in the last decades this element was associated with traffic due to that several
parts of vehicle contain Sb alloys and other Sb compounds (Fujiwara et al. 2011, Hu et al.
2015, Sanchez-Rodas et al. 2017). According to EB ratios and the location, we can conclude
that Sb comes from vehicular sources.
The distribution map of Zn (Figure 7) revealed elevated content of this element in the
southeastern, around urban areas, which indicates anthropogenic origin. The highest levels
were observed in downtown (H) and it’s neighbor Tambo city. Both areas have a big circu-
lation of vehicles all day causing heavy traffic.
The hierarchical cluster analysis (Figure 8) helps us to elucidate our analysis. The
dendrogram shows two groups: the first-formed mainly by elements released from natural
origin (K, Sr, Mn, Na, Ni, La, Sc, Al. Ce, V, and Co), while the second group was represented
by As, Cd, Ca, Cr, Sb, Ba, Pb, Fe, Cu, and Zn elements probably released from anthropo-
genic activities.
Potassium, Na, Sr, Al, Sc, and Mn in the group show EB ratios > 1.25 (Table IV) and,
therefore, geogenic sources seem to prevail for this element association. Manganese (Mn)
is one of the most abundant trace elements derive from the lithosphere. Besides, Mn oxides
are considered to be the most abundant compounds of the Earth’s crust (Kabata-Pendias
2010). Manganese usually is used to provide hardness and toughness for steel and various
alloys manufacturing, for production of pigments, ceramics, and glass. Likewise, Manta et al.
(2002) supported a natural origin of Mn, Ni, Co, and V in urban soils of Italy, and Ventura
et al. (2017) reported that Na, K, and Al elements were released from natural sources in
urban areas from Rio of Janeiro, Brazil.
As it is observed in Figure 8, As and Cd are closely related, suggesting that both come
of similar sources. In this work, hypothesized that the presence of these elements could be
related to a wide array of agricultural applications as fertilizers and fungicides. Fe is emitted
by industrial and urban pollution sources (Speak et al. 2012). For instance, Fe-rich particles
are commonly released by traffic car and buses through brake-disc wear, brake-pad, and
corrosion of car-body parts (Miranda et al. 2016, Penkała et al. 2018).
CONCLUSIONS
The Tillandsia capillaris behaved as an effective biomonitor for assessment of air quality
in the Metropolitan area of Huancayo. The results of the study show the impact of anthro-
pogenic sources in the study area. Concerning the association between the trace elements
and the different anthropogenic activities, highest levels of Cu, Pb, Sb, Zn were found to
be related to vehicular emissions, while As and Cd content were found higher in peri-urban
39
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
areas, relating these elements to the employment of agrochemicals, while high content of
Calcium was observed near construction/demolition areas.
ACKNOWLEDGMENTS
AUTHOR CONTRIBUTIONS
ARHD works on paper design, data interpretation, writing, and review. AFO worked on
the writing essay and methodology. RWHD worked on methodology and data interpretation.
JLL worked on data interpretation. A Gioda worked on the final essay and submitted it.
The authors have declared there are no conflicts of interest.
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44
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
03
Aplicação de modelos estatísticos
para avaliação da presença de vetores
numa comunidade rural de Uberlândia
(MG), utilizando a metodologia da
Ovitrampa
10.37885/210604917
RESUMO
46
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos as investigações sobre algumas doenças relacionadas aos arbovirus
(vetores) e suas arboviroses (denominadas doenças neglienciadas) se itensificaram com
alguns estudos e algumas pesquisas. De um lado, os modelos de vigilância em saúde. Do ou-
tro, alguns modelos matemáticos e estatísticos, apresentando as suas contribuições nos
contextos das técnicas, dos padrões de distribuição geográfica das doenças e suas corre-
lações com fatores ambientais.
Diante destes apontamentos apresentamos este trabalho que foi desenvolvido, entre
2013/20141, em parcerias com o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM – Campus
Uberlândia – MG), aplicando modelos estatísticos para avaliação da presença de vetores
numa comunidade rural de Urberlândia (MG), utilizando a metodologia da ovitrampa.
Para Brito; Lima (2011) o município de Uberlândia está na intersecção de 18º30’Sul e
de 45º50’Oeste de Greenwich, ocupando uma extensão de 4.116 Km2, 219 Km2 área urba-
na e 3.897 Km2 área rural. O IFTM está localizado na zona rural (Setor Norte) do perímetro
urbano de Uberlândia (MG), aproximadamente, a 20 km do Distrito Sede, em direção ao
Distrito Rural Cruzeiro dos Peixotos (Mapa 1).
1 Para este momento apresentamos os resultados do que fizemos entre 2013/2014, em função dos testes de algumas modelagens
nas investigações em vigilância epidemiológica e modelos matemáticos e estatísticos, enquanto estratégias de Promoção da Saúde.
Cabe ressaltar que continuamos com os estudos e as pesquisas, com resultados promissores diante das modelagens, que em outros
momentos disponibilizaremos os resultados, a partir de alguns indicadores preconizados por Gomes (1998), por exemplo: Índice
de Positividade de Ovitrampa (IPO), Índice de Densidade de Ovos (IDO), Índice de Infestação Predial (IIP), Indice de Pupa (IP), Índice
de Edifício (IE), Índice de Densidade de Larvas (IDL), Índice de Recipiente (IR), Índice Estegômico (IS), Índice de Breteau (IB), Índice
47
de Densidade Larvária de Estegomia (IDLS).
2 A utilização de expressões como “ambiental, ambiente, dinâmica ambiental e/ou saúde ambiental” deverá ser considerada para além
do contexto físico, químico, biológico, climático. Também político, técnico, tecnológico, sociocultural (intercultural) e psicológico, por
creditar que “tudo está num mesmo ambiente”. Reconhecemos que há uma interatividade entre estes ambientes, com maior sinergia
48
e/ou inteireza da/na saúde ambiental, consolidando, assim, interrelações entre os diversos e diferentes sistemas ambientais.
Tem uma correlação com o Vírus do Nilo Ocidental (VNO) e outras arboviroses,
junto com o Culex, provocam riscos de encefalite e outras viroses. O Culex
é Culicíneos – do gênero Culex, que no Brasil destaca-se a espécie Culex
quinquefasciatus por transmitir a Wuchereria bancrofti, agente da Filariose
em cidades do norte e nordeste. Essa espécie, sinantrópica, de elevada an-
tropofilia, devido à sua atividade hematofágica está geralmente associada a
coleções aquáticas estagnadas e poluídas por efluentes de esgoto domésticos
ou industriais (URBINATTI; NATAL, 2009, p. 279).
3 Vetor que tem demonstrado muito interesse para os diferentes estudos, a tal ponto que um grupo de cientistas do Departamento
Médico da Universidade do Texas, em Galveston (UTMB), sequenciou o genoma de um dos mosquitos mais doméstico do ambiente
tropical. Para maiores informações: http://noticias.ambientebrasil.com.br/clipping/2010/10/01/61059-cientistas-sequenciam-o-geno�
-
50
ma-do-mosquito-domestico-tropical.html. Acessado em: 01 de Outubro de 2010.
Figuras 1 e 2. O uso do “Fumacê” num Bairro de Uberlândia (MG) e numa Associação de Reciclagem, 2010/2018.
51
d=S0102-311X2010001200003&script=sci_arttext e http://www2.ghc.com.br/GepNet/docsris/rismaterialdidatico63.pdf.
São depósitos de plástico preto com capacidade de 500 ml, com água e uma
palheta de eucatex, onde serão depositados os ovos do mosquito. A inspeção
das ovitrampas é semanal, quando então as palhetas serão encaminhadas para
exames em laboratório e substituídas por outras. As ovitrampas constituem
método sensível e econômico na detecção da presença de Aedes aegypti, prin-
cipalmente quando a infestação é baixa e quando os levantamentos de índices
larvários são pouco produtivos. São especialmente úteis na detecção precoce
52
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
de novas infestações em áreas onde o mosquito foi eliminado ou em áreas
que ainda pouco se conhece a presença dos vetores (BRASIL, 2001, p. 49).
53
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
resultados, será necessário saber o local onde a armadilha foi exposta e se persistiram as
condições de oviposições nas palhetas.
O que, de acordo com Gomes (1998)
Desta forma, o estudo dos padrões de distribuição geográfica das doenças e suas cor-
relações com fatores ambientais constituem-se um campo de aplicação e desenvolvimento
de novos métodos estatísticos. O uso de dados e desenvolvimento de sistemas de análises
estatísticas desses dados espaciais em saúde são possibilidades no uso de técnicas que
podem se adequar às necessidades dos estudos ecológicos de vetores e suas doenças,
que utilizam áreas geográficas como unidade usual de observação.
Nestas proposições aplicamos modelos estatísticos para avaliação da presença de
vetores numa comunidade rural de Uberlândia (MG), utilizando a metodologia da ovitrampa,
enquanto estratégia Promoção da Saúde.
54
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Desta forma, umas das primeiras atividades realizadas foram as reuniões com os
moradores do IFTM para a instalação e o monitoramento das ovitrampas, realizado sema-
nalmente entre 2013 e 2014.
Após estes procedimentos, foram instaladas e monitoradas 18 ovitrampas como forma
de mapeamento dos vetores, levando em consideração o uso de planilhas compondo as
datas correspondentes aos dias de cada semana de verificação das ovitrampas; nome dos
responsáveis pela residência, que possui um número de acordo com o setor administrativo
do IFTM (Figuras 6 e 7); condições de cada ovitrampa (água em 200ml, presença de lar-
vas, pupas, sujeira); condições atmosféricas (temperaturas máximas e mínimas, umidades
relativas em termômetros digitais e analógicos); local de instalação (debaixo de tanques
das residências, áreas sombrias, troncos de árvores, proximidades de plantas em quintais,
maior circulação de pessoas).
56
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figuras 11 a 14. Presença de ovos viáveis e eclodidos nas palhetas.
57
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Tabela 2. Médias, mensais, de Temperatura e Pluviosidade de Uberlândia (MG), 2013/2014.
MÊS O
C mm O
C mm
Janeiro 23,5 350,2 23,6 309
Fevereiro 24,2 238,2 24,2 190
Março 24,6 205,8 24,0 210
Abril 22,1 131,2 23,1 88
Maio 12,0 155,4 21,8 41
Junho 21,4 9,6 19,9 10
Julho 21,2 0,0 22,0 05
Agosto 21,5 7,0 21,8 8,0
Setembro 23,5 28,8 23,4 30
Outubro 24,0 152,6 24,2 105
Novembro 24,0 124,6 23,7 192
Dezembro 23,9 372,2 23,5 292
Média 22,15 147,96 22,93 123,33
Total 265,9 1775,6 275,2 1480
Fonte: Laboratório de Climatologia e Recursos Hídricos (IG/UFU).
Organização: OS AUTORES, 2015.
Figura 15. Percentual de ovos viáveis, eclodidos e danificados nas residências do IFTM, 2013/2014.
Analisando os dados, tabela 1 e figura 15, percebemos que há uma estreita corre-
lação entre temperatura, precipitação e a presença de ovos. Apesar de que o ano todo,
58
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
independentemente do período sazonal tem-se uma presença de ovos e de seus vetores,
lógico que nos meses do verão há um aumento significativo (Figura 15 e Tabela 1).
Lembramos que nas localidades 41, 54, 68, 69 e 70, por motivos técnicos não insta-
lamos ovitrampas entre o período em estudo, até porque o período em estudo para este
trabalho é de fev/ 2013 a mar/2014, exatamente um ano para termos uma ideia do compor-
tamento da oviposição e da presença dos vetores (Figura 16).
Figura 16. Números ovos viáveis por localização das ovitrampas instaladas no IFTM, 2013/2014.
Nota-se que nos meses de maio, julho e agosto de 2013 destacam-se pelo maior per-
centual de ovos eclodidos. No mês de agosto o número de ovos viáveis sofre uma redução
significativa e o número de ovos danificados é o maior comparando com os demais meses
avaliados o que sugere uma relação.
Desta forma o que nos interessa, neste momento, é uma comparação do número total
de ovos com o número ovos viáveis por código de localização (Figuras 15 e 16).
Destacam os códigos de localização 49, 60 e GUA com maior número de ovos totais
e viáveis, seguidos das localizações 56, 61 e 65. Estas localidades apresentam particu-
laridades peculiares, respectivamente, Patrimônio, onde é sede administrativa dos bens
patrimoniais do IFTM; residência, onde inicialmente havia criadouros de larvas em vidros
de uma pesquisa sobre peixes; e, por fim localidade onde há uma vigilância patrimonial
permanente de pessoas.
Na tabela 3 e na Figura 17 encontram-se o quantitativo de ovos viáveis, eclodidos,
danificados e totais para os períodos avaliados de fevereiro de 2013 até março de 2014 com
as respectivas médias e desvios padrões, utilizando uma distribuição de gaussiana.
59
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Tabela 3. Quantificação das ovitrampas – IFTM, 2013/2014.
Figura 17. Representação dos dados da tabela 1 utilizando uma distribuição gaussiana.
Observa-se que em todas as medidas (Figura 17) realizadas com as ovitrampas não
ultrapassaram a faixa de 2s (dois desvios padrão) o que indica a ausência de resultados
discrepantes e que o conjunto que apresenta um comportamento próximo de uma distribuição
normal (gaussiana). Nota-se que no período de maio a outubro o número de ovos viáveis
fica abaixo da média anual o que pode estar relacionado com a estação de seca. Outra
60
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
situação é que nos primeiros e últimos meses, respectivamente, fevereiro a abril, novembro
a dezembro, a quantidade de ovos está acima da média.
Sabemos que existem diversos estudos sobre infestação por mosquitos no Brasil,
que monitorados por ovitrampas, mesmo com grandes polêmicas sobre a validade destas
medidas de infestação, acreditamos que, por meio deste trabalho, nos ajudam a entender
porque não há casos de dengue, mesmo com “alta” quantidade de oviposição.
Aqui destacamos que o monitoramento semanal por meio das ovitrampas e as contribui-
ções estatísticas, enquanto estratégias de vigilâncoa em saúde no contexto da Promoção da
Saúde, podem potencializar de formas diferenciadas do modelo Biomédico hospitalocêntrico
(Flexneriano) em saúde e em vigilância, para além da culpabilização dos indivíduos dentro
de um processo saúde ambiental, o que pode permitir outros cuidados com seus/nossos
ambientes, indicando, na medida do possível, as contribuições da Educação Popular em
Saúde, que de acordo com Valla (1993; 1994), não queira desprezar as possibilidades de
que a educação popular fosse um fator de transformação da sociedade, mas ao mesmo
tempo, também, não queira desvincular as “intenções e desejos” dos agentes de educação
popular de uma obrigatória transformação social.
Para Valla (1993; 1994) não deveríamos achar que a educação popular, por si mesma,
traga no seu bojo as sementes da transformação social. A seu ver, trata-se de uma questão
que inclui variáveis, tais como a conjuntura política, econômica, a organização dos educan-
dos em questão e a sensibilidade política e cultural dos agentes.
Enfim, ainda há muito a que se investigar, enquanto possibilidades e desafios em es-
tudos e pesquisas!
É o que fizemos e continuamos fazendo, desde 2015, no monitoramento dos vetores,
por meio das ovitrampas e da mobilização social na perspectiva da Educação Popular em
Saúde, sem perder de vista os modelos matemáticos e da estatística, agora com destaques
para outros indicadores, que já estão em elaboração, para posteriores publicações.
CONCLUSÕES
No Brasil, ainda que entre os fatores dominantes dos arbovírus (vetores) e das arbovi-
roses (doenças negligenciadas) sejam de natureza e de ordem climática (regiões tropicais),
de modo que a maioria dos casos ocorram durante o verão, não se pode imputar ao clima,
muito menos aos arbovírus, como sendo a única causa das doenças, como aparecem nas
campanhas de prevenção veiculadas nas mídias, as determinações de epidemias.
Todo processo saúde-doença é multicausal e multiftorial.
As ovitrampas foram eficientes e permitiram uma maior visibilidade ambiental, mapean-
do a presença dos Aedes (aegypti e albopictus) e Culex em diferentes períodos sazonais.
61
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
As vigilâncias em saúde, enquanto estratégias da Promoção da Saúde foram realizadas
a partir das ovitrampas e da mobilização social, considerando quatro categorias: atividades
de (re)conhecimento das realidades vividas pelos sujeitos, atividades de educação e saúde,
atividades de mobilização comunitária e práticas de vigilância ambiental e epidemiológica.
Entendemos que as técnicas de análise espacial se adequam às necessidades dos
estudos ecológicos, que utilizam áreas geográficas como unidade usual de observação,
em especial nos estudos das presenças de vetores, deve-se dar atenção especial aos in-
dicadores epidemiológicos de doenças negligenciadas, como entendimento da variação do
risco de adoecer entre diferentes grupos populacionais, mesmo que sejam em áreas rurais
– IFTM, pois há uma circulação intensa e frequente de pessoas entre Uberlândia e o IFTM,
com riscos de contaminação por vírus.
Essas abordagens possibilitam, não só, a vigilância em saúde, evitando riscos aos
indivíduos e sues grupos sociais, mas também antecipa uma visão de riscos coletivos, coe-
rentemente com os entendimentos sobre as consequências dos processos endêmicos e
dos impactos, normalmente por intervenções químicas, de saúde pública nos vários grupos
sociais, com vistas a suprir as necessidades de um Sistema de Vigilância em Saúde.
Entendemos que este trabalho apresenta relevância pela possibilidade de implan-
tação em outras comunidades, pelo baixo custo e boa eficiência, enquanto estratégia da
Promoção da Saúde.
Dada a efetividade desta modalidade (pesquisa-ação), pesquisas de campo e labo-
ratório, mobilizando a comunidade para o monitoramento dos vetores, envolvendo vários
segmentos, de forma inter setorial e em redes, a partir da escola, sugere-se a replicação
desta experiência em demais localidades de Uberlândia e do Brasil.
AGRADECIMENTOS E FINANCIAMENTOS
62
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
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64
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
04
Calibração do Modelo Weap para uma
bacia hidrográfica do Alto Paracatu
10.37885/210504465
RESUMO
66
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
A utilização da água para múltiplos fins se dá pelo fato de a mesma ser parte integrante
de quase todos os processos produtivos, além de suprir as necessidades hídricas da popu-
lação. Desde a sua retirada ocorrem perdas que promovem alterações na sua quantidade,
bem como na sua qualidade, conforme o fim para qual se destina (NASCIENTO, 2011).
De maneira geral, ações que alteram abruptamente o uso e ocupação do solo, como
o aumento das áreas irrigadas ou a substituição de florestas nativas por pastos, promovem
consequências diretas no ciclo hidrológico, uma vez que afetam a dinâmica da água na bacia
hidrográfica. Essas mudanças representam expressivas alterações não só na disponibilidade
hídrica, mas também no ecossistema como um todo.
Modelos hidrológicos ajudam na compreensão do que acontece no presente, como base
em informações do passado das bacias hidrográficas, permitindo analisar as implicações
das decisões voltadas ao manejo e nas mudanças que ocorreram ou que podem ocorrer ao
longo do tempo, como mudanças climáticas, por exemplo (JOHNSTON;SMAKHTIN, 2014).
Sendo assim, os objetivos do presente trabalho foi calibrar o modelo WEAP para uma
bacia hidrográfica no Alto Paracatu, com o intuito de se verificar se os dados disponíveis na
região são suficientes para uma calibração satisfatória.
DESENVOLVIMENTO
METODOLOGIA
67
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 1. Localização da bacia hidrográfica do rio Paracatu.
Para a citação do modelo WEAP foi utilizado o método Rainfall Runoff (Soil mointure
Methdod), considerado o mais complexo para a realização do balanço hídrico o que apre-
senta uma grande dificuldade para a utilização do método, uma vez que requer uma maior
parametrização do solo e do clima (Figura 2).
Após a inserção de todos os dados requeridos pelo modelo WEAP, realizou- se a cali-
bração do modelo, considerando como seção de controle a estação fluviométrica 42251000.
Figura 2. Esquema do armazenamento de água do solo com duas camadas, mostrando as diferentes entradas e saídas
para um dado tipo de cobertura da terra ou tipo de cultura, j.
A aferição da acurácia dos valores estimados pelo WEAP em comparação aos da-
dos históricos observados na estação fluviométrica 42251000, foi realizada por meio
do Índice de Concordância d Willmott (d), do Coeficiente de Eficiência Nash-Sutcliffe
68
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
(ENS) (NASH; SUTCLIEFE, 1970), da Raiz do Erro Quadrático Médio (RMSE) e do Erro
Médio Absoluto (MAE).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3. Vazões observadas e estimadas na estação 42251000 para a calibração e validação do modelo WEAP.
Tabela 1. Estatísticas de ajuste do modelo WEAP na calibração (2000 - 2009) e validação (2010 – 2014)
Calibração Validação
Índices
42251000
d 0,98 0,97
ENS 0,91 0,89
RMSE 8,08 7,58
MAE 5,52 5,46
Cabe ressaltar que todos os valores de ENS obtidos foram superiores a 0,75, carac-
terizando o modelo como bom, tanto para a calibração, quanto para validação conforme
BASLTOKOSKI et al., (2010).
Ao se comparar s valores obtidos por KHALIL; RITTIMA; PHANKAMOLSIL (2018) e
obtidos no presente trabalho em relação ao Coeficiente de Eficiência Nash Sutcliffe (ENS),
verifica- se que no presente obteve-se melhor desempenho, uma vez que o ENS foi de
69
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
0,91, enquanto que o os valores obtidos por KHALILL; RITTIMA; PHANKAMOLSIL (2018)
variaram entre 0,62 e 0,96 para a calibração. Em relação à validação KHALIL; RITTIMA;
PHANKAMOLSIL (2018) obtiveram ENS variando de 0,43 a 0,95, enquanto que no presente
trabalho o ENS para calibração foi de 0,89.
CONCLUSÃO
Com base nos resultados obtidos, conclui-se que os dados disponíveis na região do
Alto Paracatu são suficientes para a calibração d modelo WEAP, conforme o coeficiente de
eficiência Nash-Sutcliffe.
AGRADECIMENTOS
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70
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
05
Caracterização morfométrica da bacia
hidrográfica do Ribeirão das Pedras
no município de Palmas – TO
10.37885/210504716
RESUMO
P a l a v r a s - c h a v e: G e o p r o c e s s a m e n t o, G e s t ã o, M e i o A m b i e n t e, M o r f o m e t r i a ,
Recursos Hídricos.
72
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
No Brasil, o conceito de Bacia Hidrográfica foi instituído pela Lei Nº 9.433/1997, que
em seu artigo 1º, inciso V, define a bacia como “unidade territorial para implementação da
Política Nacional de Recursos Hídricos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos”, com o objetivo de assegurar a necessária disponibilidade de água, a
utilização racional e a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos críticos de origem
natural ou decorrentes do uso inadequado (Brasil, 1997).
A bacia hidrográfica, também entendida como bacia de contribuição de um curso d’água,
é a área geográfica coletora da água da chuva que, escoando pela superfície do solo, atinge
a seção considerada (Pinto et al., 1976). A ela não se limitam apenas os cursos d’água que
secionam o relevo ou drenam uma determinada área, mas sim, a um espaço topografica-
mente destinado a alimentar estes cursos d’água através dos processos de movimentação
da água (Lima e Fontes, 2015).
Conforme salienta Christofoletti (1980), todos os acontecimentos que ocorrem na ba-
cia de drenagem repercutem, direta ou indiretamente, nos rios. As condições climáticas, a
cobertura vegetal e a litologia são fatores que controlam a morfogênese das vertentes e,
por sua vez, o tipo de carga detrítica a ser fornecida aos rios. Com isso, deve-se estudar a
bacia hidrográfica como um todo, sem considerar apenas um dos elementos, mas o con-
junto em interação.
A análise de bacias hidrográficas contribui a planejamentos ambientais, que servem
de soluções a problemas que surgem em decorrência de ações antrópicas e de fenômenos
naturais. Segundo Trentin (2011), quando se discutem os problemas relacionados a ques-
tões ambientais, as bacias hidrográficas se apresentam como unidades relevantes para
tal discussão por esta ser um sistema integrado e aberto com entrada e saída continua de
matéria e energia.
A morfometria é um tipo de avaliação quantitativa que revela indicadores físicos espe-
cíficos de forma a qualificar as alterações ambientais que ocorreram e/ou ocorrem. Esses
parâmetros servem como referencial para o planejamento ambiental e auxiliam na tomada
de decisão nos projetos de gestão dos recursos hídricos por corresponder a um conjunto
de procedimentos que caracteriza os aspectos geométricos e de composição dos sistemas
ambientais (Christofoletti, 1999).
A caracterização morfométrica de uma bacia hidrográfica é um dos primeiros e mais
comuns procedimentos executados em análises hidrológicas ou ambientais, e tem como
objetivo elucidar as várias questões relacionadas com o entendimento da dinâmica ambiental
local e regional (Teodoro et al, 2007). De acordo com Santos et al. (2016), estudos referen-
tes ao comportamento hidrológico de qualquer bacia hidrográfica, de maneira quantitativa,
73
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
utiliza-se o método de análise morfométrica, que caracteriza a rede de drenagem, levando-se
em consideração a geologia e geomorfologia da área de estudo.
Segundo Mendes et al. (2017), os dados acerca das características físicas da bacia (hip-
sometria, declividade, solos) e dos parâmetros morfométricos têm sido obtidos de forma mais
rápida e precisa do que antes. Isso se deve a utilização de técnicas de Geoprocessamento
como o Sistema de Informações Geográficas – SIG.
A análise geoambiental, vem como ferramenta auxiliadora para a interpretação de dados
reais, com base em bancos de dados georreferenciados, que caracterizarão os elementos
físicos da paisagem, resultando em detalhamentos riquíssimos das formas naturais da área
de estudo (Santos et al., 2016). Esses estudos geoambientais em bacias hidrográficas au-
xiliam no levantamento de informações referentes às características naturais e elementos
físicos, estabelecendo unidades homogêneas que os descrevam.
Sendo assim, o presente estudo traz como objetivo caracterizar os parâmetros mor-
fométricos, usando dados georreferenciados em ambiente de SIG (Sistema de Informação
Geográfica) da bacia hidrográfica do ribeirão das Pedras. Esta caracterização é de funda-
mental importância para a elaboração e execução de futuros projetos geoambientais, pois os
resultados auxiliarão na compreensão do escoamento superficial da microbacia, favorecendo
o seu manejo adequado.
MATERIAIS E MÉTODOS
Área de Estudo
O estudo foi desenvolvido na área da bacia hidrográfica do Ribeirão das Pedras, loca-
lizada entre as coordenadas 10°11’ e 10°23’ de latitude Sul e 47°50’ e 48°09’ de longitude
Oeste, na região central do Estado do Tocantins, pertencente à bacia do Rio das Balsas,
que, por sua vez, pertence à bacia hidrográfica do Rio Tocantins (Figura 01).
74
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 01. Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Ribeirão das Pedras – BHRP.
Fonte: autores.
Morfometria
Características geométricas
a. Área
Esse parâmetro é essencial para a obtenção dos outros parâmetros físicos (Villela e
Mattos, 1975). Esse parâmetro pode ser expresso em km² ou ha. A fim de verificar se uma
bacia é classificada como grande ou pequena é levada em consideração a classificação
feita por Wisler e Brater (1964) em que, bacias com área inferior a 26 km² são classificadas
como pequenas, e acima desse valor são classificadas como grandes. O valor foi gerado
no programa ArcGis, expresso em quilômetro quadrado (km²).
b. Perímetro
Equação (1)
Onde
P: perímetro (km)
A: área (km²)
Cardoso et al. (2006), descreve que quanto mais irregular for a bacia, maior será o
coeficiente de compacidade. Quanto mais próximo de 1, mais circular é a bacia e maior a
sua tendência a gerar enchentes rápidas e acentuadas.
Fioreze et al. (2010) descreve que o fator de forma também é um dos parâmetros que
refletem a forma da bacia, dado pela relação entre a largura média e o comprimento da
bacia. O fator de forma pode ser obtido de acordo com a equação 2.
Equação (2)
Onde
A: área da bacia hidrográfica (km²)
L: comprimento da bacia hidrográfica (km)
De acordo com Cardoso et al. (2006), a bacia é relacionada à forma de um retângulo.
Tanto a forma da bacia como a forma do sistema de drenagem podem ser influenciadas
por algumas características, principalmente a geologia. Podem atuar também sobre alguns
processos hidrológicos ou sobre o comportamento hidrológico da bacia.
Uma bacia estreita e longa, com Kf baixo, é menos sujeita a enchentes porque há
menos possibilidade de ocorrência de chuvas intensas cobrindo, simultaneamente, toda a
sua extensão (Villela e Mattos, 1975).
77
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
forma circular estará a bacia de drenagem (Embrapa, 2014). Para determinar o índice de
circularidade utiliza-se a equação 3.
Equação (3)
Onde
Ic: índice de circularidade
A: área de drenagem (km²)
P: perímetro (km)
Características do relevo
a. Declividade
A declividade é muito importante para a modelagem do escoamento, uma vez que a
velocidade do fluxo depende desta variável. Pode ser determinada por vários métodos, mas
em geral consiste na razão entre a diferença das altitudes dos pontos extremos em um cur-
so d’água e o comprimento desse curso d’água. Pode ser expressa em % ou m/m (Paiva e
Paiva, 2001). A declividade do canal principal pode ser obtida de acordo com a equação 4.
Equação (4)
Onde
SRp: declividade do canal principal
AH:amplitude altimétrica do canal principal
Cr: comprimento
Rp: comprimento do canal principal
b. Altitude
c. Amplitude
b. Densidade de Drenagem
Para Carvalho et al. (2009), a densidade de drenagem indica a eficiência real da drena-
gem atuante nas bacias hidrográficas. De acordo com Horton (1945), a densidade explica o
comportamento hidrológico e litológico de cada unidade de solo. Nos locais onde a infiltração
da água no solo é dificultada, o escoamento superficial é gerado junto com a esculturação
do terreno e geração dos rios e córregos, o que aumenta a densidade de drenagem da
área. A densidade é determinada segundo a equação 5.
Equação (5)
Onde
Cr: comprimento da rede de drenagem (km)
A: a área da bacia (km²)
Segundo Beltrame (1994), a classificação dos valores numéricos de densidades de
drenagem é realizada em 4 classes (menor que 0.5 km/km² é considerada baixa; de 0.5 a
2.00 - média; de 2.01 a 3.5 - alta; maior que 3.5 - muito alta).
c. Coeficiente de Manutenção
Equação (6)
Onde
Dd: densidade de drenagem
79
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Lana (2001) considera o coeficiente de manutenção como um dos valores numéricos
mais importantes para a caracterização do sistema de drenagem, limitando sua área mínima
requerida para o desenvolvimento de um canal.
Equação (7)
Onde
Dd: densidade de drenagem
Para Pinto, Júnior e Rossete (2005) o valor obtido pelo cálculo da extensão do percur-
so superficial é similar, quanto à interpretação, ao coeficiente da manutenção. A diferença
reside no fato de que no índice de coeficiente de manutenção o resultado é expresso em
área mínima necessária para a existência de um canal, enquanto que o índice da extensão
do percurso superficial indica o comprimento do caminho percorrido pelas águas pluviais
antes de se estabilizarem ao longo de um canal.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A bacia do ribeirão das Pedras é de 3° ordem, indicando ser pouco ramificada, ape-
sar de ser considerada uma bacia grande com uma área de 478 km² e perímetro de 112
km. O comprimento do canal principal é de 46 km com uma rede de drenagem total de 75
km. Os resultados da caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do ribeirão das
Pedras estão apresentados na Tabela 01.
80
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Parâmetros Valores e Unidades
Ordem 3ª
Densidade de drenagem 0.16 km/km²
Coeficiente de manutenção 6.25 km²/km
Extensão do Percurso superficial 3.125 km
Declividade no canal principal 8.69%
A densidade de drenagem é de 0.16 km/km² indicando dessa forma que a bacia possui
uma baixa capacidade de drenagem, tomando como base a proposição de Villela e Mattos
(1975) indicando que a densidade varia de pobre (0.5 km/km²) a bem drenada (>3.5 km/km²).
Para Oliveira et al. (2011), a densidade de drenagem reflete a propriedade de trans-
missibilidade do terreno e, consequentemente, a suscetibilidade a erosão. Nesse sentido, o
baixo valor da Dd torna a bacia do ribeirão das Pedras menos suscetível à erosão dos solos.
De acordo com Lavagnoli (2007), os solos da região, são solos bastante permeáveis,
muito porosos, com horizontes espessos e pouca diferenciação entre si. Tem como principal
limitação a baixa fertilidade natural, devido a acidez, aos altos teores de alumínio livre e às
altas altitudes.
Dessa forma, a bacia apresenta em sua composição litológica, rochas de granulometria
fina, como as rochas areníticas presentes na área, as quais possuem melhor permeabilidade,
apresentando densidade de drenagem baixa, dificultando assim o escoamento superficial.
Cabe ressaltar que a densidade de drenagem é um importante fator na indicação do
grau de desenvolvimento do sistema de drenagem de uma bacia ajudando substancialmente
no planejamento do manejo da bacia hidrográfica (Cardoso et al., 2006).
A bacia possui coeficiente de manutenção de 6.25 km²/km indicando que são neces-
sários 6.25 km² de área para manter perene cada quilômetro de canal na bacia do ribeirão
das Pedras. Para Rodrigues et al. (2017), o índice de Coeficiente de Manutenção funciona
de forma inversa à Densidade de Drenagem; enquanto que Dd baixa é indicadora de boa
capacidade de infiltração da água no solo e de cobertura vegetal, o Cm baixo significa que
o canal não consegue manter ativo um km de canal fluvial, assim, quanto mais alto for a
classe do Cm melhor capacidade o canal terá de se manter ativo.
A Extensão do Percurso Superficial que indica a distância média percorrida pelas en-
xurradas antes de encontrar um canal permanente foi de 3.125 km. Este é um importante
indicador da distância média percorrida pela água precipitada e permite inferir se a bacia
hidrográfica apresenta ou não risco de inundação. Como a água na bacia percorre uma
distância considerável até atingir o canal, o risco de inundação é baixo.
De acordo com Fonseca e Silva (2017), o valor da extensão do percurso superficial
apresenta correspondência inversamente proporcional com a densidade de drenagem, ou
seja, quanto menor a densidade de drenagem, maior a distância que a água deve percorrer
81
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
até o leito do rio. Assim, o valor encontrado está corroborando com as informações sobre a
densidade de drenagem da bacia de 0.16 km/km².
Analisando imagens de satélite da área da bacia foi possível verificar a ausência de
cobertura vegetal nos córregos Cabeceira Verde e Campeira, afluentes da margem esquer-
da do ribeirão das Pedras. Para Pinto Júnior e Rossete (2005), este fator facilita o impacto
das gotas de chuva fazendo com que os agregados se quebrem e crostas sejam forma-
das na superfície do solo aumentando os efeitos do escoamento superficial e causando
processos erosivos.
Trentin e Robaina (2005) afirmam que o estudo da altimetria tem fundamental importân-
cia na análise da energia do relevo. Ele indica condições mais propícias à dissecação para
áreas de maior altitude, e à acumulação para áreas de menor altitude, fatores observados
na bacia em estudo.
O valor encontrado para a amplitude altimétrica foi de 400 metros. Tonello et al. (2006)
afirmam que uma amplitude altimétrica alta indica que a bacia possui um relevo acidentado
influenciando na evapotranspiração, na temperatura e na precipitação e tende a favorecer o
escoamento rápido. Segundo Fritz (2000), as curvas de nível existentes nas cartas topográ-
ficas permitem a confecção de mapas de declividade, os quais geram importantes subsídios
para estudos ambientais, conforme demonstra a Figura 02.
De acordo com Embrapa (1979), a classe de declive de 0.0 a 3.0% é classificada como
plano; a classe de 3.0 a 8.0% é classificada como suave-ondulado; entre 8.0 e 20.0% é qua-
lificada como sendo ondulado; entre 20.0 e 45.0% é classificada como sendo forte-ondulado;
a classe de 45 a 75% é definida como montanhosa e acima de 75% forte montanhoso.
A declividade não apresentou expressiva variação na área, em geral, a bacia hidro-
gráfica do ribeirão das Pedras apresenta baixa declividade, como pode ser observado na
Figura 02, na qual mostra mais de 80% da área da bacia no intervalo entre as declividades 82
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
de 0% a 16.64%. A maior concentração de altas declividades está localizada na porção
oeste da bacia em que a altitude se apresenta mais elevada e evidenciada pela influência
da estrutura geológica na área.
O uso e ocupação do solo às margens dos córregos Campeira e Campina Verde podem
ser explicadas devido à proximidade com a TO-030 que liga o município de Palmas a Santa
Tereza e também as baixas declividades e altitudes facilitando a utilização dessas terras
por não apresentarem impedimentos mecânicos. Porém, com a ocupação desordenada
nessas áreas acompanhada por práticas inadequadas de conservação do solo, estas áreas
apresentam características de vulnerabilidade e risco ambiental.
Os parâmetros que se relacionam com a forma da bacia são descritos como 0.085 de
fator de forma (não sujeita a enchentes), 0.48 de índice de circularidade e 1.43 de coefi-
ciente de compacidade (tendência mediana a enchentes). Para Oliveira et al. (2011), esses
parâmetros morfométricos são os mais utilizados para verificar se uma bacia é suscetível à
inundação por influenciar no tempo de concentração da bacia.
De acordo com os valores encontrados, de modo geral, não há favorecimento à con-
centração de fluxo fluvial que permita que os fluxos dos tributários cheguem a exutória da
bacia em tempos diferentes com o início da chuva; e a forma alongada da bacia indica que
ela é menos sujeita a enchentes porque há menos possibilidade de ocorrência de chuvas
intensas cobrindo, simultaneamente, toda a sua extensão.
Portanto, as informações derivadas dessa análise podem ser utilizadas para as ações
de planejamento servindo como ponto de partida para a definição e elaboração de indica-
dores ambientais.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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32. Tonello, K.C. (2005). Análise hidroambiental da bacia hidrográfica da Cachoeira das Pombas,
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33. Tonello, K.C., Dias, H.C.T., Souza, A.L., Alvares, C.A., Ribeiro, S., Leite, F.P. (2006). Mor-
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35. Trentin, R., Robaina, L.E. de S. (2005). Metodologia para mapeamento geoambiental no Oeste
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36. Villela, S.M., Mattos, A. (1975). Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil.
37. Wisler, C.O., Brater, E.F. (1964). Hidrologia. Tradução e publicação de Missão Norte-Americana
pela Cooperação Econômica e Técnica no Brasil. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico S.A. 484p.
86
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
06
Diferentes fontes alimentares e seus
efeitos na produção de húmus e
biomassa da minhoca gigante africana
Amanda Fialho
UEMG
10.37885/210404345
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a produção de biomassa fresca de minhocas-
jovens e adultas de Eudrilus eugeniae, e a produção de húmus, tendo como substrato
esterco bovino curtido e fontes alimentares à base de ração para aves de corte em cres-
cimento, milho moído, casca de soja peletizada e ora-pro-nóbis. O estudo foi conduzido
em casa de vegetação localizada na área experimental da Universidade do Estado de
Minas Gerais (UEMG), unidade Ituiutaba-MG. A metodologia utilizada foi pesquisa de
campo. O delineamento experimental adotado foi DBC. Foram 5 tratamentos foram T1 -
Ração de Frango, T2 - Milho Moído, T3 - Casca de Soja Peletizada, T4 - Ora-Pro-Nóbis
e T5 – Esterco bovino curtido (testemunha) com 4 repetições. As unidades experimentais
utilizadas foram caixotes de madeira nas dimensões 52cmx30cmx26cm, respectivamente,
dispostas em quatro fileiras, consideradas como os blocos, contendo todos os tratamentos
aleatórios dentro de cada bloco. Posteriormente foi adicionado 5 kg de substrato (ester-
co bovino curtido) em cada caixote, correspondente a cada tratamento e 15 gramas de
minhocas jovens. Foi confirmado o aumento da biomassa fresca das minhocas, havendo
maior prevalência nos tratamentos onde houve suplementação de alimento, em com-
paração ao substrato tradicional(testemunha).Com a adição dos suplementos utilizados
nessa pesquisa, pode-se concluir que houve um incremento na biomassa fresca final
atingida pelas minhocas, menor foi a produção final de vermi composto.
88
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
89
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
MATERIAL E MÉTODOS
90
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Biomassas fresca médias (g) final atingida por de Eudrilus eugeniae (Kinberg 1867) jovens e adultas, com esterco
bovino curtido e fontes alimentares à base de ração de frango, milho moído, casca de soja peletizada e ora-pro-nóbis.
De acordo com a análise dos vermicompostos, na tabela 2, foi observado que, houve
um aumento na produção húmus em todos os tratamentos. Foi observado que, o tratamen-
to T4 houve maior prevalência de 5.139,25g em comparação ao tratamento convencio-
nal com 4.874,25g.
Pode-se observar que, o húmus do tratamento T4, as minhocas utilizaram como su-
plemento ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata Miller), seco e moído. A ora-pro-nóbis (Pereskia
aculeata Miller), confirmou uma excelente fonte de matéria prima, pode ser facilmente en-
contrada na região do Triangulo Mineiro, que podem representar custo muitos baixos para
os produtores de minhocultura.
Outros tratamentos com milho moído (T2) e casca de soja peletizada (T3) também se
demonstraram bom suplemento em comparação ao esterco bovino curtido (T5). De acordo
com Florentino (2019), substrato de origem vegetal é rica em nitrogênio, enriquecem o hú-
mus, obtendo um vermicomposto com alta qualidade nutricional.
91
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
O tratamento com ração de frango (T1) se apresentou inviável a produção de húmus,
uma vez que, obteve apenas 187g de húmus após 78 dias. Por se tratar de um tipo de
substrato processado, pode-se concluir que, ele pode ter facilitado o processo de ingestão
e absorção dos nutrientes pela minhoca, mas prejudicou na produção de húmus.
Tabela2. Produção final de vermicomposto (kg) de Eudrilus eugeniae (Kinberg 1867) jovens e adultas, com esterco bovino
curtido e fontes alimentares à base de ração de frango, milho moído, casca de soja peletizada e ora-pro-nóbis.
Para Florentino (2019), além do substrato, existem outros fatores que influenciam a
produção de húmus, fatores como “a temperatura, umidade, teor de oxigênio, pH e relação
carbono/nitrogênio”. Quando todos estes estão em condições ideais, o processo tende a ser
rápido. Por outro lado, quando um ou mais fatores estão em condições distantes das ideais,
o processo se tornará lento.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. AQUINO, A. M. de. Vermicompostagem. Embrapa Agrobiologia-Circular Técnica (INFOTE-
CA-E), 2009.
2. COSTA, E.Como fazer compostagem doméstica. Taboão da Serra: Creative Commons, p.62,
2010.
93
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
07
Dinâmica do escoamento em áreas de
recarga de nascentes na região Serra
Da Mantiqueira, MG
10.37885/210504705
RESUMO
95
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
A qualidade e quantidade da água das nascentes podem ser alteradas por diversos
fatores, destacando-se o tipo de solo, seus atributos físico-hídricos, seu uso, a cobertura
vegetal e a declividade, principalmente das áreas de recarga, pois influenciam no armaze-
namento da água e no regime do escoamento da nascente e dos cursos d’água (PINHEIRO,
et al. 2011; PINTO et al. 2004).
Segundo Cortines (2008) as áreas de recarga ou as zonas hidrogenéticas são caracteri-
zadas pelas zonas de captação, transmissão e afloramento. Na zona de captação prevalece
o processo de infiltração em relação ao escoamento superficial, já na zona de transmissão o
escoamento superficial é quem predomina, e por fim, a zona de afloramento é onde ocorre
a surgência da nascente.
Pires e Santos (1995) salientam que a ausência da cobertura vegetal resulta na redução
da infiltração de água no solo e do estoque de água subterrânea, influenciando o padrão de
vazões e volume do escoamento, além de contribuir para a o aumento da erosão e assorea-
mento dos corpos d’água. Ainda com relação aos aspectos relacionados ao solo, deve-se
considerar o papel da vegetação sobre alguns atributos físico-hídricos, com consequente
reflexo na dinâmica da água.
Schuler (2003), estudando a influência de diferentes tipos de vegetação em microbacias
no estado do Pará, observou redução na condutividade hidráulica e na porosidade do solo
sob pastagem, em relação à floresta, proporcionando aumento do escoamento superficial.
Nesse contexto se insere o levantamento pedológico, que fornece bases para agrupar
solos que têm funcionalidade semelhante. Deste modo, a caracterização do meio físico
das bacias hidrográficas em especial das áreas de recarga das nascentes, com o intuito de
identificar os aspectos críticos associados à manutenção da água, são condições básicas
para o sucesso do planejamento da conservação e geração de escoamento.
Diante do exposto, objetivou-se neste estudo avaliar a dinâmica do escoamento em
quatro nascentes inseridas na região Serra da Mantiqueira – MG em associação às áreas
de recarga, ao relevo, à cobertura vegetal e aos atributos físico-hídricos do solo.
MÉTODO
Figura 1. Localização das nascentes dentro da bacia do Ribeirão Lavrinha, da UPGRH- GD1, e do Estado de Minas.
Fonte: Autores.
97
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Tabela 1. Distribuição das classes de solos, uso predominante e atributos físico-hídricos do solo na área de recarga das
nascentes.
NASCENTES
L1 L2 L3 L4
Cambissolo CX A fraco Cambissolo CX A moderado
Classe de Solos*
forte ondulado forte ondulado
Área Recarga (ha) ** 7,24 2,43 0,87 5,14
Classes de Relevo** Distribuição das classes de relevo por nascente%
Fortemente montanhoso (>75%) 0,1 0,0 11,6 2,6
Montanhoso (45-75%) 10,9 24 23,8 20,8
Fortemente ondulado (20-45 %) 67,2 57,3 29,9 62,0
Ondulado (8-20%) 19,5 17,2 28,9 13,0
Suavemente ondulado (3-8%) 1,6 1,5 5,3 1,4
Plano (0-3%) 0,7 0,0 0,5 0,2
Declividade média (%) 28,7 33,9 38,5 37,1
Atributos Físico-Hídrico***
VTP (%) 52 55 57 54
µ (%) 31 30 34 32
K0 (m/dia) 0,4 0,3 1,1 1,05
MO (%) 3,6 3,6 5,8 4,6
Fontes: *Menezes (2009); **Silva (2009); ***Junqueira Júnior (2006).
(1)
98
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
início do período de depleção do escoamento subterrâneo e t é o dia Juliano para o qual se
deseja estimar a vazão, sendo que t >= t0.
O cálculo do deflúvio foi realizado com a série histórica obtida do monitoramento das
nascentes, calculou-se pela integração numérica os deflúvios base, entre o período de ou-
tubro de 2009 à outubro de 2010. Foi também estimado um deflúvio médio das nascentes,
pela ponderação com suas respectivas áreas de recarga, para permitir a análise comparativa,
com o deflúvio de base da bacia do Ribeirão Lavrinha, o qual foi estimado pela separação do
seu fluviograma anual, obtido com os dados de vazão monitorada na sua seção de controle
(SILVA & MELLO, 2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Fonte: Autores.
101
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Tabela 3. Parâmetros característicos do período de depleção.
CONCLUSÃO
Foi evidenciado o efeito do porte da área de drenagem, dos atributos do solo considera-
dos e da cobertura vegetal nos indicadores do regime de escoamento das nascentes. O porte
da área de recarga evidenciou sua influência positiva sobre os indicadores vazão média e
deflúvio em volume e sobre o grau de regularização do regime de escoamento (nascen-
tes L4 e L1), a nascente sob a menor área de influência apresentou os piores valores para
estes indicadores (nascente L3). O efeito da cobertura vegetal do solo na forma de mata
(nativa e plantada), associado aos dos atributos do solo, foi evidenciado pelos indicadores
deflúvio em lâmina e rendimento específico que independem da área de recarga (nascen-
tes L4 e L2). A interação porte de área, atributos do solo e cobertura vegetal sob mata (nativa
e plantada), gerou os melhores valores para todos os indicadores do regime escoamento
das nascentes (nascente L4).
AGRADECIMENTO
REFERÊNCIAS
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período seco e úmido, em diferentes usos da terra na bacia do arroio Boa Vista, Guamiranga,
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102
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
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Irriga, Botucatu, v. 16, n. 3, p. 234-245, julho/set. 2011.
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15. USAE. Engineering and Design - Groundwater Hydrology. Washington: Department of the
Army. US Army corps of Engineers, 1999. 90p.
103
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
08
Direct Radiative Forcing Due to
Aerosol Properties at the Peruvian
Antarctic Station And Metropolitan
Huancayo Area
10.37885/210303965
ABSTRACT
We describe the results of the study of aerosol optical depth (AOD) and Direct Radiative
Forcing (DRF) in Top Of Atmosphere (TOA), obtained from the measurement and moni-
toring campaign carried out during the XXI Antarctic Peruvian Expedition in the months of
January and February 2013 and in the Metropolitan Huancayo Area in the months of june
and july 2019. In the Scientific Peruvian Station at Antarctic “Machu Picchu” our used a
SP02-L sun photometer, which is within the instrumental framework of the International
Polar Year. This instrument has 4 channels: 412 nm, 500 nm, 675 nm and 862 nm, thus
allowing direct radiation spectra measurements. And in the MHA we used the BF5 sensor.
This instrument measured Direct, Diffuse and Global Radiation in low wavelength. The
results calculated of AOD in polar latitudes varied between 0.0646 to 0.1061, in relation
to AOD in MHA, presents the value maximum that is 0.58 (11 of june) and minimum that
is 0.19 (12 June). The Angstrom coefficient was determined have values ranging from 0
to 0.07, these values also indicates the presence of big particles. Also to the MHA pre-
sents the mean value varied from 0 to 1.8, that indicated the presence the aerosols types
biomass burning and industrial. Recorded optical properties used to estimate the direct
aerosol radiative forcing (DARF) at the top of the atmosphere. The results indicates that
on King George Island site the DARF is between [-2 4] W/m2; also, the direct aerosol
radiative forcing in MHA is between [0 20] W/m2.
105
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUCTION
As the direct solar radiation passes through the atmosphere, it is attenuated by two main
physical processes: scattering (angular redistribution of energy) and absorption (conversion
of energy into either heat or photochemical change). Both effects are known to be wavelen-
gth dependent (El-Shobokshy & Al-Saedi, 1993). Traditionally, the tool most commonly used
for monitoring the aerosol optical depth of the atmosphere has been the sun photometer.
Essentially, the instrument which is small in physical dimensions, is sighted at the sun to
measure the direct solar irradiance in some selected narrow spectral intervals (Volz, 1959).
Aerosol particles affect the climate system via the following physical mechanisms: First,
they scatter and can absorb solar radiation. Second, they can scatter, absorb and emit thermal
radiation. Third, aerosol particles act as cloud condensation nuclei (CCN) and ice nuclei (IN).
The first two mechanisms are referred to as direct effects and are not subject of this paper
but are discussed in detail in e.g., Haywood & Boucher (2000). The last one is referred to as
indirect effect. It will be the subject of this review together with other atmospheric properties
influenced by aerosols (e.g. semi-direct effect, suppression of convection).
Even though the semi-direct effect is a consequence of the direct effect of absorbing
aerosols, it changes cloud properties in response to these aerosols and therefore is part of
this review on aerosol-cloud-interactions.
Radiative Forcing (RF) is defined as the change in net irradiance at the tropopause
due to an applied perturbation holding all atmospheric variables fixed, once stratospheric
temperatures have been allowed to adjust to equilibrium. The concept of RF was first deve-
loped for one-dimensional (1-D) radiative convective models (e.g., Intergovernmental Panel
on Climate Change - IPCC, 1996) considered the direct radiative forcing from three different
anthropogenic aerosol species: sulphate, fossil fuel black carbon (or soot), and biomass-
-burning aerosols.
IPCC (1996) suggested a range of 20.2 to 20.8 W m–2 (“best guess” of 20.4Wm–2) for
sulphate aerosols, 10.03 to 10.3 W m–2 (best guess of 10.1 W m–2) for fossil fuel black carbon
aerosols, and 20.07 to 20.6 W m–2 (best guess of 20.2 W m–2) for biomass-burning aerosols.
The present research work estimates the direct radiative forcing of aerosols at the
Scientific Peruvian Station Antarctic Machu Picchu and in the Metropolitan Huancayo Area
106
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
METHODS
Site description
107
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figure 1. Map presenting the location of the Peruvian Antarctic Station “Machu Picchu” and the main geographical
references.
The study was also conducted in the MHA located at coordinates 12°4´12.03´´S,
75°12´43.55´´W with altitude of 3300 masl, it is part of the central Andean region of Peru, as
seen in Figure 2, located in South America and east of the Pacific Ocean. It is one of the 10
most populous provinces of Peru, whose annual population growth rate is 1.6%, with more
than half a million inhabitants (Instituto Nacional de Estadistica e Informatica, 2007.
The MHA belongs to the Mantaro Valley, it occupies an area of 319.4 km2. Its topogra-
phy is quite complex with rock formations and altitudes ranging between 3000-5000 masl,
this range of altitudes is generally due to the presence of mountains.
108
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figure 2. A. Location map of the Department of Junín in Peru; B. Geographic localization of the MHA; C. Topographical
distribution of the MHA.
Instrument
Field campaigns for taking sun photometry measurements were carried during Peruvian
Antarctic campaign: ANTAR XXI (January and February 2013) and Campaign in the Huancayo
province (june and July 2019). The fieldwork at ECAMP and Huancayo has been programmed
with the main objective of quantifying the AOD as an indicator of atmospheric pollution and
evaluate its variation among the different years of measurements.
The main instrument used was the sun photometer that collects information about the
physical and optical properties of aerosols along a vertical path of the atmosphere. This
sun-photometer, named herein front as SP02-L, is used to measure solar irradiance at five
different wavelengths that nominally are 412, 500, 675, 862 nm with 10 nm of bandpass
(Middleton Solar, 2004). A previous model has been used extensively for other research
groups by NOAA/USA (Stone, 2002), by the Australian Bureau of Meteorology in its national
network (Mitchell & Forgan, 2003) and more recently by groups for doing measurements
at Antarctic sites as part of a namely POLAR AOD network (Mazzola et al., 2011). In this
improved model it has a 35 mm longer body to give a narrower field of view of 2.5˚ (1.25˚
opening angle), a slope angle of 0.7˚ and a limit angle of 1.8˚. The fieldwork at Huancayo
109
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
the instrument used was the sun pyranometer, BF5 model; that collects information about
the diffuse and direct radiation along a vertical path of the atmosphere.
For the corresponding measurements of solar radiation in the Province of Huancayo, was
used the BF5 sensor, located at 12°4′0″ S and 75°13′0″ W, in the Metropolitan Huancayo
Area. This records data with a frequency interval every minute, of the following variables:
global radiation and diffuse incident radiation since June 4, 2019. With this information, the
atmospheric clarity index was determined, and the temporal variability was analyzed direct,
diffuse and global solar radiation. The BF5 Sensor is a patented design. It uses a series
of photodiodes with a unique computer-generated hatch pattern to measure incident solar
radiation. A microprocessor calculates the Global and Diffuse components of solar radia-
tion. A built-in heater keeps the BF5 free from dew, ice, and snow down to -20 °C.
The direct solar irradiance measured with this sun-photometer is used to describe the
spectral values of the aerosol optical depth (AOD) associated to each wavelength that are
determined based on the well known law of Lambert-Bouguer-Beer.
(1)
Where is the solar intensity recorded at each wavelength , is the value of solar
radiation at the top of the atmosphere (TOA), R is the solar distance expressed as astronomi-
cal units, m is the air optical mass and is the total optical depth dependent on wavelength.
This last term can be described as the sum of the different constituents of the atmosphere.
(2)
(3)
110
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Angstrom exponent
(4)
For the calculation of the Angstrom exponent in MHA, it was based on the Iqbal Model,
using parameterization techniques as mentioned in his research Flores et al. (2014).
The attenuation of aerosols during clear sky conditions is known as the ‘direct’ influence
of aerosols on climate. This effect results from backscattering and absorption of radiation by
the aerosol particles themselves (Charlson et al., 1992; Haywood & Boucher, 2000). Although
many monitoring efforts the broad range of estimates due to aerosol direct radiative forcings
still remains large and an important source of uncertainty in climate models (Forster et al.,
2007). Less data, spatially and temporal, is available at Polar regions. In that sense, as a glo-
bally-averaged annual mean, this direct attenuation will produce a cooling sign almost of the
same magnitude of the warming caused by the greenhouse gases (Myhre & Shindell, 2013).
The annual mean at the top of the atmosphere direct shortwave aerosol radiative
forcing, DF, can be roughly estimated using equation 6 and some values suggested by
Haywood & Shine (1995).
(5)
Where:
111
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
– D is the fractional day length (0.7 and 0.5 to ECAMP and MHA respectively),
– So is the solar constant (1370 Wm-2),
– the atmospheric transmission (0.76),
– Ac fractional cloud cover (0.6 and 0.35 to ECAMP and MHA respectively, based
on the mean daily record of Cloud_Fraction from the Moderate Resolution Imaging
Spectroradiometer (MODIS) sensor for King George Island site),
– Rs the surface reflectance (0.65 and 0.20 to ECAMP and MHA respectively, based
on the mean daily record of Effective surface reflectivity at 360 nm (%) from Ozone
Monitoring Instrument (OMI) sensor),
– , the single scattering albedo,0.8 at 1 and calculate for Iqbal method (1983)
– β, the upscatter fraction (0.27, based on measurement of medium latitudes),
– , the aerosol optical depth,
RESULTS
Records of AOD at polar latitudes shows the lowest values of the world with higher
values at Arctic than Antarctic. Figure 3A shows the complete set of daily records of AOD
during Peruvian Antarctic Campaigns at ECAMP developed during austral summers of 2013.
During these years AOD (500 nm) varied between 0.0646 to 0.1061, being a typical value for
the conditions of atmospheric turbidity at a polar site dominated by maritime conditions, during
this season of the year (Tomasi et al., 2007), also are lower than the ones registered at urban
cities, from 0.25 to 1.7 (Castro et al., 2001), and much lower that records during biomass
burning season where values can have values as high as 2.4 for the same wavelengths (Eck,
2003). Then the Figure 3B, in relation to AOD in MHA, presents the value maximum that is
0.58 (11 of june) and minimum that is 0.19 (12 June). Estevan et al. (2019) utilize a CIMEL
sunphotometer belonging to the AERONET network have been performed in the Huancayo
Observatory, Peru, from March 2015 to August 2017, two and a half years, providing for
the first time information about aerosols in the specific area, and obtain the month with the
maximum AOD monthly average is September, and in 2016, the absolute maximum value of
0.91 was registered. The mean AOD value for the study period is 0.10 ± 0.07 and the alpha
mean value is 1.49 ± 0.36, indicating presence, of small size aerosols.
Comparing these values with other Antarctic monitoring stations, the ECAMP ones
presents a high median for AOD (500 nm) of 0.0781. AOD recorded at Neumayer and Aboa
Stations were 0.06 and 0.0551, respectively. These sites are also very close to the coast
where the influence of marine aerosols is higher. Continental sites, far from the coast, present
112
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
lower values. AOD at Kohne and South Pole stations were values as low as 0.015 were re-
corded (Tomasi et al., 2007).
The comparison between the ECAMP and the other station offers the evidence of the
main and important differences of the optical properties of the aerosols. Polar sites has a
relatively very clean atmosphere, but they have a strong influence of particles, very small,
mainly of marine source and eventually from anthropogenic sources and to the turbidity con-
ditions that is usually present in summer and fall because the strong prevailing winds that
also transport haze and dust (Shaw, 1982).
Figure 3. A. Daily variation of AOD at 500 nm for austral summers of 2013 in ECAMP; B. 2019 in MHA.
Angstrom coefficient
Figure 4. A. Daily Ångström exponent variations during Peruvian Antarctic Campaigns at ECAMP for year 2013 and B.
MHA for year 2019.
The Aerosol TOA Direct aerosol radiative forcing (DARF) is strongly dependent of AOD
(τa) and of single scattering albedo (SSA, ω0), that it is a measure of scattering and absorption
processes of solar light caused by aerosols becoming a key variable for DARF determination.
114
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Comparing the forcing estimates with AOD values, we find that the radiative forcing is
primarily governed by the magnitude of AODs which varied from a low value of 0.04 to high
values above 0.065 at 0.5 um during the field campaigns.
For evaluating and estimating the DARF it was used the median of AOD (at 500 nm) as
it is the most representative value due to this non-parametric distribution. Our estimation for
the King George Island site suggests that based on the equation 5 the direct aerosol radia-
tive forcing is between [-2 4] w/m2. The figure 5BÑ shows the variation of the DARF based
on the optical properties determined in the MHA, also the direct aerosol radiative forcing is
between [0 20] w/m2
Figure 5. A. Dependence of single scattering albedo (ω) and AOD on the direct aerosol radiative forcing (DARF) for King
George Island and B. MHA.
CONCLUSIONS
115
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
site the DARF is between [-2 4] W/m2. Also, the direct aerosol radiative forcing in MHA is
between [0 20] W/m2.
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117
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
09
Educação ambiental: a escola no novo
paradigma da percepção ambiental e
o sistema preventivo
10.37885/210504777
RESUMO
119
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
Nos últimos tempos a educação ambiental tem ganhado muita importância no cenário
mundia l, por conta da exploração desenfreada da natureza, que tem causado muitas mu-
danças no meio ambiente. Com o advento do modelo econômico capitalista, fortalecido pela
Revolução Industrial, que alterou a sistemática do aumento da produção de bens ofertados
no mercado, aumentando o consumo (SEIFFERT, 2010) exigindo maior velocidade produtiva,
busca mais agressiva na aquisição de matéria-prima, obtendo como resultado a exploração
acentuada sem nenhuma preocupação com o meio ambiente, tudo isso tem chamado a
atenção global levando a previsões catastróficas para as futuras gerações, culminando com
mais perdedores do que ganhadores (ZALASIEWICZ, et al., 2010).
Diante dessa realidade, vários países têm apresentado suas propostas de proteção
à natureza, reagindo de maneira contrária a esse modelo exploratório que não se importa
com o meio ambiente. Tratados e acordos estão sendo assinados para diminuir ou equali-
zar a destruição da natureza. Como exemplo, alguns documentos surgiram a partir de 1960
alertando sobre os problemas ambientais, tais como: a devastação foi combatida no livro de
Rachel Carson chamado de “Primavera Silenciosa”; “Os Limites do Crescimento”, projeto
dos cientistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT); I Conferência Mundial sobre
o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (1972) sob a coordenação da Organização das
Nações Unidas (ONU); no Brasil, a “Política Nacional do Meio Ambiente de 1981; “Cúpula da
Terra” no Rio de Janeiro em 1992 ou “Carta da Terra”; e a “Agenda 21” (BARBIERI, 1997);
em 1997, intitulada “Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas”, no Japão,
que originou o documento denominado “Protocolo de Kyoto”, etc.
O Brasil parceiro dos acordos, vem aderindo a esta causa e inseriu no caput do art.
225 da Constituição Federal de 1988 a preocupação com o meio ambiente:
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Para isso o saber adquirido no ambiente escolar, necessita de uma profunda integração
entre o conhecimento, a cultura, o aperfeiçoamento, a capacitação de seu corpo docente,
e vínculos com o seu meio social. É o que diz SAVIANI (2007):
121
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Ora, em meu modo de entender, tal contribuição será tanto mais eficaz quanto
mais o professor for capaz de compreender os vínculos da sua prática social
global. Assim, a instrumentalização desenvolver-se-á como decorrência da pro-
blematização da prática social, atingindo o momento catártico que concorrerá
na especificidade da matemática, da literatura etc., para alterar qualitativamente
a prática de seus alunos como agentes sociais (p. 80).
Esta postura de agentes sociais ajudará a perceber que o progresso trouxe conforto a
vida moderna, porém trouxe também uma profunda interferência na natureza implantada pelo
sistema econômico atual e tem trazido resultados degradantes e de mudanças climáticas
acentuadas, transformando a realidade em “uma crise de civilização” (LEFF, 2006, p. 59).
Neste aspecto é mais do que salutar o ambiente escolar estar alinhado também com os
cuidados voltados para a natureza e o meio ambiente em que vivemos e utilizar ferramentas
para que todos tenham uma educação ambiental propositiva, preocupada e comprometi-
da, desfazendo a conduta de degradação que se acentua a cada momento. Então, urge
transformar pela educação escolar os alunos em agentes sociais para proteção à natureza
(LAYRARGUES, 2006, p.90).
Há necessidade de uma nova relação entre o ser humano e a natureza e ensaiar alter-
nativas e novos caminhos harmoniosos entre o homem dominador e a natureza dominada
para abrandar o que se fez até o presente momento:
Além do compromisso com o ensino e com a formação dos novos agentes sociais, a
escola engajada e preocupada com o meio ambiente, entrará em sintonia com as propostas
advindas dos vários tratados de preservação ambiental, principalmente no que se refere
a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA. O caminho nessa trilha não é fácil,
como aponta Janke:
122
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Inserir essa nova proposta ambiental na escola requer perguntar se seus procedi-
mentos estão dando certo e se estão sendo seguidos de avaliações e melhorias, ou seja,
estão alcançando os seus propósitos principalmente com referência a formação dos agentes
sociais? A percepção ambiental está sendo alcançada por seus alunos? As semanas am-
bientais, as campanhas ambientais, os temas transversais ou multidisciplinar que abordam
o respectivo tema ambienta l, etc, estão sendo eficazes?
Assim, a conduta humana no tema prática ambiental poderá ser mais profícua se for
projetada, planejada, executada, avaliada para se evitar práticas descontextualizadas, erra-
das ou aquelas levianas, sem efeitos algum. Para isso, será preciso reavaliação, segurança
e antecipação de alguns resultados positivos, superando-se os negativos, aqueles que não
poderão ser mais consertados e nem tampouco remediados. Como no ambiente escolar
busca-se a formação da consciência (FREIRE, 2015), pode-se aplicar a preventividade, que
é um dos métodos que visa antever algo antes que seja tarde para remediar. Essa prática
educativa foi utilizada por Dom Bosco em sua vida e em suas obras, incluindo-se as escolas.
Prevenir para que não ocorra algo indesejado, são valores vivenciados por educadores no
trato com seus educandos (Braido, 2004), tema que deverá fazer parte na atualidade escolar
de quem quer aderir e ensinar seus agentes sociais em ações de proteção ambiental.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
RESULTADOS E DISCUSSÕES
124
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Portanto, para LUCKESI (1993), a escola poderá ter um papel de manutenção de
ideologias dominantes, como poderá ter um papel de habilitar consciências críticas perante
o seu meio com intuito transformador, mediando vida e sociedade. A apropriação do saber
adquiridos na escola não deveria ser um contra “c” ou um contra “v” ou de decorar conheci-
mentos, mas um saber com propostas ativas, fruto da compreensão cultural madura e pronto
para a renovação. Para isso, professores precisam superar os saberes do senso comum e
objetivar o saber filosófico (SAVIANI 2009).
Na indicação do pensamento de Leff (2001), oportunizar o debate da emergência da
crise ambiental deverá motivar um processo educacional para novas posturas como a forma-
ção de uma nova consciência e mudanças de condutas sociais, possibilitando a equalização
dos efeitos negativos que o ser humano vem causando ao planeta. Nesta linha indica-se a
preparação dos discentes e docentes com práticas que envolvem a escola, seus ambientes,
para que se sintam parte e responsáveis pela preservação do planeta.
Percebe-se que, entre estas tomadas de posição estão a semana do meio ambiente,
temas multidisciplinares, campanhas ambientais nas escolas e faculdades que mostram aos
alunos a importância de cuidar do planeta com pequenas atitudes em sua vida e no meio em
que vivem, tudo para adquirir uma percepção ambiental profunda e transformar a consciência
da criança, do jovem e do adulto em uma conduta correta quanto ao tratamento, cuidados
com a natureza e com condições melhores de vida e de sobrevivência (MILLER, 2017).
Para tanto é preciso ir além e conhecer a Lei 9.795 de 1999, que conceituou a educação
ambiental, capacitar e preparar ainda mais o ambiente formativo escolar com seu corpo do-
cente e equipe formativa, segundo Oliveira e Gadelha (2014) na proposta da Política Nacional
de Educação Ambiental – PNEA. Mostrar a todos que o meio ambiente precisa de cuidados
especiais e que preservá-lo faz parte da manutenção da vida de todos os seres vivos.
O papel da Escola como ambiente formativo é inegável, e é isso que o papel da edu-
cação demonstrou em sua história: a importância que este local formativo tem na vida de
qualquer comunidade humana e o seu legado na conduta da formação.
Este papel escolar foi observado no que ocorreu no final dos anos oitenta do século
XX, época em que o controle militar estava declinando, oportunizando momento de muitos
debates sobre a educação e seu enfoque, centrado na perspectiva crítica e transformadora
com modelagem teórica e prática da educação, um dos frutos surgidos através dos movi-
mentos sociais pela educação e que teve presença significativa foi no Tratado de Educação
Ambiental e sustentabilidade na Rio-92.
Atitudes assim alicerçaram projetos do futuro sobre o tema ambiental mesmo que seja
em meio a grandes propostas de desenvolvimento econômico, como as que ocorreram na
época. Foi por isso que se delineou a chegada de uma nova lei embasada na preocupação
125
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
ambiental conhecida como a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), regulamenta-
da em 2002, enfrentando hostilidades, mas que encontrou esperanças de sua aplicabilidade.
Na Lei 9.795/99 (Brasil 1999), que foi regulamentada pelo Decreto 4.281/02, criou-se o
PNEA, que declinou tarefa e responsabilidade ao Ministério do Meio Ambiente e iniciou sua
proposta de Educação Ambiental na Escola. E, esse apoio do PNEA ajudou a mitigar óbices
contra o lucro empresarial na época. Neste bojo, estudos realizados puderam vislumbrar o
ambiente nada acolhedor de frentes opostas de um lado, a manutenção do capital, e a nova
abordagem da educação para a transformação social (JANKE, 2012, p. 7).
As escolhas de uma direção educacional possuem por base o desejo cultural e sua
sistematização (SAVIANI, 2005), para que o processo e o papel da escola frente a educação
ambiental sejam inseridos. A consciência passa a ser o despertar para o conhecimento e
para a realidade em que o indivíduo está vivendo.
No Brasil, o tema ambiental tem crescido a cada ano na sociedade e sua lei. A LDB
(Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional, Lei nº 9.394/96) tem reforçado a forma-
ção dos professores. Mas será preciso que o tema ambiental faça parte da base formativa
de quem está se preparando para a profissão de docente, que irá lidar com os discentes
colocados em suas salas de aula. As fases iniciais da educação básica voltada para a edu-
cação ambiental precisam observar certos cuidados, principalmente quanto a formação de
professores, conforme entende Martins:
Além da formação dos docentes, inserção do tema ambiental nas escolas e formação
dos agentes sociais, será de grande importância refletir sobre os resultados, pois muitos
trabalhos e campanhas ambientais já estão sendo realizadas nos ambientes escolares, mas
estarão as mesmas cumprindo com o seu papel, isto é, estarão educando e possibilitando
uma percepção ambiental em seus discentes? Eles estarão adquirindo uma consciência
ambiental em suas vidas e nas suas práticas? Estarão preocupados com o meio ambiente,
conservando-o para as futuras gerações?
As experiências do passado vão norteando as do futuro (McCORMICH, 1992) ou pelo
menos indicando o que poderá ser usado e experimentado com segurança. Quando se trata
de meio ambiente e a conduta humana exploratória por conta de seu sistema econômico,
resultados positivos e negativos fizeram parte dessa história e para a maioria há muita
126
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
preocupação do que se tem feito negativamente com os recursos naturais do planeta e que
jamais poderão ser recuperados, causando muita ameaça a vida de todos os seres vivos.
Então um estudo da realidade ambiental emerge como preocupação e isso foi alerta-
do pelos ambientalistas de que nas últimas décadas a “sobrevivência humana estava em
jogo” (McCORMICH, 1992). Neste ambiente de preocupações, formar as futuras gerações
e capacitá- las para os cuidados com o meio ambiente tornaram-se urgente e a escola tem
esse papel e condições de fazer essa parceria na formação de seus docentes e discentes,
difundindo a ideia dos cuidados com o meio ambiente e a multiplicação dos agentes sociais
em larga escala.
Ter cuidado com o meio ambiente nas atuais condições é ter o cuidado em prevenir o
que ainda pode ocorrer de pior ao planeta através da preventividade. A prevenção passa a
ser uma importante ferramenta educativa a ser utilizada na formação dos futuros agentes
sociais e cuidadores do meio ambiente.
Mas o que seria a preventividade no interior de um sistema preventivo educacio-
nal? É simplesmente prevenir? Não, esta é uma proposta de formação e de muita confiança
depositada no educando. Esta proposta preventiva e educativa foi pensada por um religioso
chamado João Melchior Bosco, que nasceu e viveu na Itália entre os anos de 1815 a 1888.
Conhecido como Dom Bosco, foi fundador da Pia Sociedade de São Francisco de Sales e
seus religiosos são chamados de salesianos. Seu trabalho foi essencialmente uma pedagogia
de educação e confiança nos jovens (BOSCO, 2002).
Naquele tempo a Itália atravessava por uma época de muitas mudanças políticas e
de muita repressão. Foi aí que Dom Bosco encontrou sua missão de educar os jovens, pre-
venindo para que os mesmos não buscassem os caminhos da marginalidade. Tornou-se
líder e desenvolveu seu sistema pedagógico de educação, transformando a vida daqueles
jovens (SALAZAR, 2007).
Nas palavras de Salazar:
Então resta fazer uma leitura da história, verificando a papel educativo, transformador
e integrador da escola frente aos grandes desafios advindos da realidade ambiental e do
sistema econômico implantado, com nuances de cunho simplesmente exploratório e lu-
crativo para as grandes empresas, e do outro lado o descaso e a transformação poluidora
do meio ambiente.
CONCLUSÕES
O tema preservação ambiental tem cada vez mais tomado espaço no cotidiano de
todos, principalmente quando são veiculados grandes acidentes ocasionados pela ação
humana. A vocação do sistema capitalista é o lucro e as grandes fortunas, não importando
quais sejam as consequências de seus produtos. Isto tem ocasionado muitos problemas na
natureza como poluições, lixões, rios poluídos, substâncias tóxicas lançadas, plásticos des-
cartados e etc. Diante do que vem ocorrendo, países estão tomaram algumas providencias
assinando tratados para proteger o meio ambiente. Grupos defensores da natureza também
se manifestam para salvar ainda o que resta. Leis foram criadas sustentando a tese da pre-
servação ambiental. E, na mesma direção, a educação foi inserida no tema para formar os
agentes sociais que agirão como sujeitos conscientes de seu papel para cuidar da natureza
e mantê-la para as futuras gerações e garantir a vida dos seres vivos.
Assim, cuidar da natureza é cuidar do futuro de todos e da preservação da vida. Por
isso, a educação tem um papel muito importante nesta seara, pois terá que preparar seus
docentes, formá-los constantemente e preparar os discentes para que os mesmos adquiram
uma consciência responsável diante da sua comunidade e quiçá do mundo. Para tanto, terão
que usar a preventividade em suas ações educativas e responsáveis a fim de que não haja
lamentação e destruição do meio ambiente mas, pelo contrário, os cuidados com a natureza
tragam a manutenção da vida com mais qualidade.
128
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
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130
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
10
Estimativa do potencial energético de
um aterro sanitário por meio de duas
metodologias
10.37885/210604900
RESUMO
132
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
A disposição final dos Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) tem sido tema de diversos
estudos nas últimas décadas (FEAM e FIP, 2015; ASSAMOI, et. al., 2012), por ser tratar
de um assunto extremamente complexo e que envolve um grande número de variáveis, a
conclusão desse assunto está longe do fim e as soluções para a destinação final do lixo
variam de acordo com as características peculiares de cada região, país, estado, e cidade.
O lixo é um potencial emissor de gases que contribuem com o efeito estufa e é bas-
tante oneroso, sendo assim, torna-se cada vez mais urgente tratar todo esse lixo de forma
correta e encontrar alternativas para o aproveitamento do biogás que é gerado nos aterros.
Este biogás gerado é composto principalmente de metano, gás 21 vezes mais poluente que
o gás carbônico, que possui um elevado poder calorífico e seu aproveitamento energético
se enquadra nos quesitos de desenvolvimento sustentável (BARROS, 2012).
O biogás é composto por metano (CH4), dióxido de carbono (CO2), amônia (NH3),
hidrogênio (H2), gás sulfídrico (H2S), nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) – tendo como fração
maior o gás metano – e pode ser hoje considerado uma fonte para obtenção de energia
útil como a energia térmica, elétrica, vapor e também pode servir como combustível para
caldeiras (MMA, 2015).
Fatores importantes são levados em conta para o cálculo da geração do metano, como
a população da região, a quantidade de lixo produzida por habitante e o tempo de vida do
aterro, sendo esses apenas alguns dos fatores relevantes no cálculo (SILVA, 2012).
Segundo Barros (2012), há vários modelos para calcular a quantidade de metano ge-
rado, desde métodos que apresentam uma aproximação grosseira, considerando somente
a quantidade de resíduo sólido doméstico disposto no aterro, até métodos que considerem
uma cinética de geração de biogás. Atualmente os modelos mais utilizados são: o modelo
do Banco Mundial, que foi o primeiro modelo a ser criado, o LANDGEM, o IPCC e por último,
o modelo da CETESB de geração de biogás.
Através dos primeiros dois modelos citados foi possível, por meio de cálculos, obter
os gráficos de geração do metano em função do tempo de vida do aterro e assim encon-
trar o ano de produção máxima do biogás e em que ano aproximadamente termina a sua
geração. Também foi estimada a energia que foi gerada através de um dos modelos utili-
zados. E, não obstante, os resultados obtidos foram analisados e comparados por meio de
gráficos e tabelas.
133
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados dados de um município com uma população de 90 mil habitantes, con-
siderando um crescimento populacional de 1% ao ano e uma geração de Resíduos Sólidos
Urbanos (RSU) de 0,75 kg por habitante/dia. Assim, a quantidade de biogás produzida pode
ser estimada pelos dois modelos abaixo:
(Eq.1)
Onde:
Q(CH4)i = Metano produzido no ano i a partir da seção i do resíduo (m3/ano);
k = Taxa de geração de metano (ano–1);
Lo = Potencial da geração de metano (m3CH4/tonelada de resíduos);
mi = Massa de resíduo despejada no ano i (tonelada/ano);
t = Anos após o fechamento do aterro.
Modelo LandGEM
(Eq.2)
Onde:
134
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
QCH4 = Geração anual de metano por ano calculado (m3CH4/ano);
i = 1 – Acréscimo por ano;
n = Ano do cálculo (ano inicial de abertura do aterro);
j = 0,1 – Acréscimo por ano;
k = Taxa de geração de metano (ano–1);
Lo = Potencial de geração de metano (m3/Mg);
Mi = Massa de resíduos despejadas no ano em cada seção (Mg)
tij = Ano, em cada seção, de recebimento da massa de resíduos (tempo, com precisão
de decimais; por exemplo, 3,2 anos);
(Eq.3)
(Eq.4)
Onde:
P = Potência Disponível (MW);
Q = Geração Anual de Metano por ano calculado (m3CH4/ano);
PCI = Poder Calorífico Inferior do metano (kcal/m3CH4);
η = Eficiência dos motores (em média, 0,28);
860.000 = Conversão de kcal/h para MW;
E = energia disponível (MWh/dia);
Rend = Rendimento de motores operando a plena carga (estimado em 0,87);
Tempo de operação = Tempo de operação dos motores.
Portanto, em função da vazão de metano, foi possível realizar os cálculos da potência
(MW) e de energia (MWh/dia) disponíveis no aterro no ano de maior produção de biogás,
para isso, considerou-se:
135
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
PCICH4 = 5.500 kcal/m3, valor adotado supondo 50% de metano presente no
biogás de aterro;
Tempo de operação dos motores = 24 horas/dia.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Estimativa de CH4 produzido em um aterro com 20 anos de vida útil, pelo método Banco Mundial.
Ano População RSU/dia (ton) RSU/ano (ton) Metano Produzido (QCH4) (m3/ton.res)
136
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Ano População RSU/dia (ton) RSU/ano (ton) Metano Produzido (QCH4) (m3/ton.res)
O Gráfico 1 foi gerado a partir da Tabela 1, no entanto o mesmo foi estendido para,
aproximadamente, 120 anos após o aterro ser fechado, para que se possa analisar o que
acontece com a quantidade de metano gerado.
Tabela 2. Estimativa de CH4 produzido em um aterro com 20 anos de vida útil, pelo método LandGEM.
137
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Gráfico 2. Perfil da geração de metano, a partir do modelo LandGEM.
Gráfico 3. Perfis da geração de metano, comparativo dos modelos LandGEM e Banco Mundial.
Logo,
E = P * Rend. * Tempo de Operação
E = 0,243 [MW] x 0,87 x 24 [horas/dia]
138
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
E = 5,07 MWh/dia
A Energia calculada confirma o bom potencial energético do biogás presente nos aterros
e de que é possível convertê-lo em energia útil.
Nos cálculos da produção de metano observou-se uma pequena diferença nos resul-
tados obtidos quando comparados os métodos entre si, no entanto, essa diferença já era
esperada por se tratar de um modelo mais antigo (banco mundial) onde há menos variáveis
envolvidas, portanto uma menor precisão dos resultados.
Já o LandGEM é um modelo mais recente e que apresenta um maior número de fatores
que são considerados nos cálculos, aumentando a sua precisão.
Os gráficos de ambos apresentaram o comportamento que era esperado para a pro-
dução de biogás nos aterros, ou seja, uma acelerada produção de metano nos primeiro
anos onde atinge sua produção máxima em 20 anos e após esse período há uma queda
na produção desse biogás chegando a zero, mais de 100 anos depois (BARROS, 2012).
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
1. ASSAMOI, B.; LAWRYSHYN, Y. The Environmental Comparison of Landfilling vs. Incineration
of MSW Accounting for Waste Diversion. Waste Management 32, Elsevier Journal, p.1019-
1030. 2012.
2. BARROS, R. M., Tratado sobre resíduos sólidos: gestão, uso e sustentabilidade. Rio de Ja-
neiro: Interciência; Minas Gerais: Acta, 2012.
3. EPA. Modelo de Biogás Centroamericano. Acesso em: 30 mar. 2015. Disponível em: http://
www.epa.gov/lmop/international/centro americano.html
139
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
4. FEAM e FIP. Plano de Regionalização: Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos; Minas
Gerais. Acesso em: 23 mar. 2015. Disponível em http://www.minassemlixoes.org.br/ gestao-
-municipal/plano-de-regionalizacao-para-gestao-integrada-de-rsu/
6. SILVA, T. R.; Metodologia para a determinação teórica da potência ótima conseguida a partir
da combustão do biogás gerado em aterro sanitário: Estudo de caso do aterro sanitário de
Itajubá-MG. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). 164 p.; 2012.
140
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
11
Estudo da situação ambiental do
manguezal e das praias da cidade de
Natal-RN
10.37885/210604935
RESUMO
142
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Constatou-se, a partir das respostas das questões 2 e 10, que muitos participantes
estão confortáveis com o atual estado das praias e que essas detêm qualidade razoável,
mesmo diante do lançamento de esgoto doméstico, oriundo dos condomínios a beira mar, e
de toda poluição dos resíduos sólidos, observados ao longo da visita em campo. Contudo,
mostraram-se preocupados com as condições desse ecossistema e dispostos a zelar por
ele, segundo as respostas das questões 3, 4, 5, 6, 9 e 11. A respeito do manguezal, a maio-
ria declarou saber sobre sua relevância, de acordo com a questão 7, entretanto, afirmaram
que esse detém atenção necessária para seu bom desenvolvimento, segundo a questão 8,
demonstrando uma falta de conhecimento, pois o manguezal sofre com as atividades antró-
picas advindas da população ribeirinha e demais, que lançam seus efluentes sem tratamento
e acumulam resíduos sólidos que poluem a água, o solo e o ar.
144
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Gráfico 2. Respostas das questões 6, 7, 8 e 9 do questionário online.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466, de 12 de dezembro de 012.Aprova
normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Brasília: Diário Oficial
da União, 2013
4. PHILIPPI JUNIOR, Arlindo; ROMÉRO, Marcelo de Andrade; BRUNA, Gilda Collet. Curso de
Gestão Ambiental. São Paulo: Manole, 2014. 21 p.
146
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
12
O atropelamento de fauna e a prática
em educação ambiental
10.37885/210303566
RESUMO
148
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
MATERIAIS E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na rodovia AP−010 (Figura 1), Estado do Amapá, a qual
tem seu início em um entroncamento com a BR−210 localizado no município de Macapá, esta
rodovia se estende pelo município de Santana e tem seu término no município de Mazagão,
sua extensão total é de 55 km. A rodovia é um meio para o escoamento de produtos agrí-
colas de Mazagão para a capital do Estado, Macapá.
149
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 1. Rodovia AP-010, Local onde o estudo foi realizado.
150
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
USO DE FOLDER COMO FERRAMENTA EDUCATIVA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
151
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 2. Porcentagem das espécies de mamíferos vítimas de atropelamentos na rodovia AP−010 segundo as entrevistas
realizadas.
Figura 3. Indivíduo de Tamandua tetradactyla (Tamanduá mirim) atropelado em trecho não asfaltado da rodovia AP−010,
imagem fornecida e registrada pelo aparelho celular do entrevistado M013.
Três foram as causas apontadas pelos entrevistados (Quadro 1) como principais cau-
saras de atropelamento dos animais em rodovias, sendo elas:
153
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Quadro 1. Resposta dos entrevistados sobre as principais causas que levam ao atropelamento de animais na AP−010.
ATROPELAMENTO PROPOSITAL “Tem gente que mata o bicho de maldade pra comer depois” (M009).
REFERÊNCIAS
1. AMOROZO, M. C.; VIERTLER, R. B. A abordagem qualitativa na coleta e análise de dados
em etnobiologia e etnoecologia. In: ALBUQUERQUE, U. P.; PAIVA, R. F. L.; CUNHA, L. V. F.
C. Métodos e técnicas na pesquisa etnobiológica e etnoecologia. Recife-PE: Núcleo de Publi-
cações em Ecologia e Etnobotânica Aplicada, Coleção estudo e avanços. 2010.
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IUCN Red List of Threatened Species. Version 2014.1. Disponível em: www.iucnredlist.org.
Acesso em 08 de novembro de 2014.
5. CHEN, H.L.; KOPROWSKI, J.L. Barrier effects of roads on an endangered forest obligate:
influences of traffic, road edges, and gaps. Biol. Conserv., v.199, p.33-40, 2016.
6. COSTA, L.; Astua de Moraes, D.; Brito, D.; Soriano, P.; Lew, D.; Delgado, C. 2008. Didelphis
albiventris. In: IUCN 2010. IUCN Red List of Threatened Species. Version 2010.4.
8. FEARNSIDE, P. M. Rondônia: estradas que levam à devastação. Revista Ciência Hoje. v.11,
n.61, p.47-52. 1990. IUCN. 2014.
9. IUCN Red List of threatened species. Disponível em: www.redlist.org. Consulta em outubro
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11. KIEKEBUSCH, A. Uma estrada amiga dos animais. CRBiodigital. Vitória, Conselho Regional de
Biologia, 2011. Disponível em: http://www.crbiodigital.com.br/portal?txt=3977313732. Acesso
em: 11 de janeiro de 2014.
155
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
12. KUIKEN, M. Consideration of environmental and landscape factors in highway planning in valued
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13. LEFF. E., Saber Ambiental. Petrópolis, Vozes, 343 p., 2001.
15. MMA - MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2003. Espécies da fauna brasileira ameaçadas
de extinção. Instrução Normativa no. 3, de 27 de maio de 2003, publicado no diário oficial da
união, n 10, de 28 de maio de 2003.
17. PADUA, S.; TABANEZ, M. Uma abordagem participativa para a conservação de áreas naturais:
educação ambiental na Mata Atlântica. In: Anais do Congresso de Unidades de Conservação.
Curitiba, Paraná: Universidade Livre do Meio Ambiente, Rede Nacional Pró Unidades de Con-
servação e Instituto Ambiental do Paraná: Volume 2. 371-379. 1997.
18. PENTER, C.; PEDÓ, E.; FABIAN, M. E.; HARTZ, S. M. Inventário Rápido da Fauna de Mamífe-
ros do Morro Santana, Porto Alegre, RS. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, 2008.
19. PHILCOX, C. K.; GROGAN, A.L.; MACDONALD, D.W. Patterns of otter Lutra lutra road mor-
tality, in britain. Biological Conservation, 36: 748-762, 1999.
20. PINTO, F.A.S.; BAGER, A.; CLEVENGER, A.P. et al. Giant anteater (Myrmecophaga tridac-
tyla) conservation in Brazil: Analysing the relative effects of fragmentation and mortality due to
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21. POUGH, F. H.; JANIS, C. M.; HEISER, J. B. A vida dos vertebrados. 4. ed. São Paulo: Athe-
neu, 2008.
22. RODRIGUES, F. G. H.; MARINHO, F. Home ranges of translocated lesser anteaters (Tamandua
tetradactyla) in the Cerrado of Brazil. Orix. 2003.
23. RODRIGUES, F. G. H. et al. Diurnal rest sites of translocated lesser anteaters (Tamandua
tetradactyla) in the Cerrado of Brazil. Edentata. 2008.
25. TROMBULAK, S.C.; FRISSEL, C.A. Review of ecological effects of roads on terrestrial and
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26. TROVATI, R. G.; BRITO, B. A. Note on displacement and home range of anteater (Tamandua
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27. VAN DER ZANDE, A.N.; TER KEURS, W.J.; METIKOSH, S. The impact of roads on the densi-
ties of four birds species in a open field habitat – evidence of a long distance effect. Biological
Conservation, 18: 299-321, 1980.
156
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
13
Qualidade fisiológica de sementes de
arroz produzidas em manejo orgânico
e convencional
10.37885/210404228
RESUMO
158
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
O arroz (Oryza sativa L.) é um dos cereais mais produzidos e consumidos no mundo,
caracterizando-se por ser um alimento substancial para grande parte da população mundial
(PEREIRA, 1996; OLIVEIRA NETO, 2015). Este cereal está presente principalmente nos
países em desenvolvimento e é considerado um dos alimentos com melhor balanço nutricio-
nal, já que, fornece 20% da energia e 15% da proteína “per capita” necessárias ao homem.
Ademais, o arroz é considerado a espécie de maior potencial no combate à fome do mundo
(GOMES; MAGALHÃES JÚNIOR, 2004), o que torna a demanda por este grão crescente.
Em meio ao aumento da demanda pela produção de arroz, surge um grupo seleto de
consumidores que buscam por de alimentos produzidos de forma sustentável, preocupando-
-se com o ambientalmente correto e o socialmente justo. Esse grupo seleto está crescendo,
trazendo a necessidade de sistemas produtivos de base ecológica, onde agricultura orgânica
preconiza a proposta de produção alimentos com alta qualidade e produtividade, e possibilita
um menor impacto ambiental (GLIESSMAN, 2001), com produtos de igual qualidade.
Entre os sistemas produtivos de base ecológica, a agricultura orgânica propõe uma
produção alimentos com qualidade e produtividade, e possibilita um menor impacto ambiental,
devido à eficiência na utilização de recursos naturais, e a redução de insumos externos a
propriedade (GLIESSMAN, 2001). Contudo, um fator limitante para o desenvolvimento das
produções orgânicas está no estabelecimento da lavoura, onde a semente pode determinar
o sucesso ou fracasso da produção, pois nela está toda a potencialidade produtiva da planta
(DANTAS et al., 2018).
Para se implantar uma cultura recomenda-se sementes de qualidade superior, onde
o teste de germinação é o procedimento oficial para avaliar a capacidade das sementes de
germinarem e produzirem plântulas normais em condições ideais (CARVAHO; NAKAGAWA,
2000; BRASIL, 2009). Além do teste de germinação, outros métodos podem ser utilizados
para identificar lotes de sementes mais vigorosos, e um deles é o teste de condutividade elé-
trica, tido como rápido, prático e eficiente para determinação do vigor de sementes (VIEIRA;
KRZYZANOWSKI, 1999).
Em vista disso, o presente trabalho teve como objetivo determinar a qualidade fisiológica
de sementes de arroz produzidas em manejo orgânico, através de testes rápidos, como o
teste de condutividade elétrica e o teste padrão de germinação.
METODOLOGIA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
160
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Tabela 2. Valores médios de PG (%), IVG, PE (%), IVE, e CE das sementes de arroz oriundas de produção orgânica e
convencional.
CONCLUSÕES
161
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
REFERÊNCIAS
1. BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Regras Para Análise De Se-
mentes. Brasília: Secretaria De Defesa Agropecuária, MAPA/ACS, 2009. 395p.
3. DANTAS, A. A.; MENDES, R. G.; ARAÚJO, P. B. F.; MENEZES, D. P.; VITOR, A. M. M.;
ALVES, A. L.; FIALHO, A. Efeito do Stimulate® na qualidade fisiológica de sementes de
arroz. In: Simpósio de Ciências Agrárias e Ambientais - 2018 - Monte Carmelo - MG, 2018.
5. GOMES, A. S.; MAGALHÃES JUNIOR, A. M. Arroz Irrigado no Sul do Brasil. Pelotas: Em-
brapa Clima Temperado, 2004.
6. HAMPTON, J. G.; TEKRONY, D. M. Handbook of vigour test methods. 3.ed. Zurich: ISTA,
1995. 117p.
7. HEPBURN, H. A.; POWELL, A. A.; MATTHEWS, S. Problems Associated With The Routine
Application of Electrical Conductivity Measurements of Individual Seeds in The Germination
Testing of Peas and Soybeans. Seed Science and Technology, 1984.
10. PEREIRA, J. Alterações na qualidade tecnológica de grãos de arroz. Viçosa, 1996. 107
p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Alimentos) – Universidade Federal de
Viçosa.
162
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
14
Utilização de técnicas de sensoriamento
remoto nas imagens CBERS 4 a para a
avaliação de aspectos da qualidade da
água (macrófitas e clorofila a): estudo
no reservatório Biritiba-Mirim – SP
10.37885/210504728
RESUMO
A água doce é um recurso natural que vem sofrendo demasiada pressão, a ponto de
se tornar um dos grandes desafios do século XXI e, neste contexto de crise, a Bacia
Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras, uma Sub-bacia da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê,
inserida na Região Metropolitana de São Paulo é emblemática. Esta pesquisa abordou
técnicas de Sensoriamento Remoto e limnologia no monitoramento da possível presença
de algas e macrófitas, que indiquem eutrofização das águas dos reservatórios e índi-
ces de clorofila A utilizando técnicas como o NDVI (Índice de Vegetação por Diferença
Normalizada) desta forma, a pesquisa apresentou as três metas principais: (a) analise
da evolução de ocorrência destas algas, através de técnicas de Sensoriamento Remoto
(sensores do CBERS 4 A) obtendo parâmetros de assinatura espectral; os dados obtidos
servem como base para elaborar um diagnóstico ambiental sobre a relação entre a pre-
sença de algas e os índices de qualidade da água no Reservatório de Biritiba-Mirim que
futuramente serão relacionados com os índices limnológicos. Tais informações permitirão
avançar para a proposição de metas de recuperação e/ou conservação e na elaboração
de cenários ambientais, trazendo subsídios inovadores para o gerenciamento de recursos
hídricos, bem como propiciar um melhor planejamento das coletas em campo, diminui-
ção dos custos aos órgãos ambientais que fiscalizam e controlam a qualidade da água
e aumento na análise multitemporal deste reservatório que tem fundamental importância
no abastecimento de água bruta para a Região Metropolitana de São Paulo.
164
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
INTRODUÇÃO
A Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras abrange uma área desde nascente do Rio
Tietê até as proximidades da cidade de Guarulhos e tem uma área de drenagem de 1.790
km2 (Figura 1). As principais contribuintes do rio Tietê nas suas cabeceiras são as bacias
hidrográficas cujas drenagens principais são os rios: Claro, Paraitinga, Jundiaí, Biritiba-Mirim
e Taiaçupeba que, juntamente com o próprio rio Tietê, compõe o quadro dos mais impor-
tantes mananciais de abastecimento de água da região, destacando-se os reservatórios
Biritiba, Ponte Nova, Jundiaí, Taiaçupeba, Ribeirão do Carmo e Paraitinga, implantados
para abastecimento público como finalidade principal e secundariamente, para controle de
enchentes (SILVA, 2002).
O presente estudo tem como foco principal os estudos em especial no Reservatório
Biritiba-Mirim, que se fica localizado conforme figura abaixo.
Figura 01. Localização da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras – área de estudo proposta – Reservatório Biritiba-
Mirim.
166
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
aquáticas, especialmente no fitoplâncton, promovendo a proliferação de cianobactérias e
algas (BORGES et al., 2010; KAGGWA et al., 2011).
As imagens registradas por sensores acoplados em equipamentos em voo ou satélite
tem grande aplicação na identificação de florações de fitoplâncton porque sua presença
causa alterações na cor da água, logo, na resposta espectral da clorofila-a que está presente
nas algas. Kirk (2011) cita que a aplicação do sensoriamento remoto em pesquisas sobre o
fitoplâncton apresenta excelentes resultados porque esses microrganismos apresentam o
pigmento Clorofila-a, pigmento fotossintético, que é opticamente ativo, ou seja, seu espectro
de reflectância é detectado por sensores remotos.
Essa análise da presença de clorofila-a num corpo de água através da aplicação de
técnicas de sensoriamento remoto reduz custos e permite o monitoramento de áreas ex-
tensas. O custo pode ser um fator limitante dependendo do objetivo da análise. Embora
algumas plataformas disponibilizem uma série de imagens de satélite de maneira gratuita
(por exemplo, do sensor Landsat Thematic Mapper – TM).
Além destes parâmetros relativos à qualidade da água, as técnicas de sensoriamento
remoto possibilitam estudos sobre a dinâmica e evolução do uso e cobertura do solo que
pode interferir na qualidade das águas (GIARDINO et al., 2010). Torbick et al. (2010) citam
que os processos erosivos, o crescimento de áreas urbanas e a perda de áreas florestais e
outros tipos de mudanças nos tipos de uso e ocupação do solo, por exemplo, são proces-
sos que podem acentuar a proliferação de algas e os processos de eutrofização. Barbosa e
et al. (2014) abordam a viabilidade da aplicação de técnicas de sensoriamento remoto para
estimar parâmetros de qualidade da água analisando-se material em suspensão e citam que
essa técnica tem sido realizada com sucesso, globalmente.
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
No caso, deste projeto se propõe métodos classificação mais robustas, que permitam
o mapeamento mais preciso (Rodriguez e Galiano et al., 2012). Duro et al. (2012) citam que
a classificação orientada a objeto é uma aplicação do sensoriamento remoto que apresenta
resultados bastante satisfatórios na interpretação da distribuição das classes de uso e cober-
tura do solo. Esses autores enfatizam a importância destes tipos de análises com a utilização
de programas gratuitos e de código aberto, devido à carência de ambientes simplificados
para executar processos de classificação. Myint et al. (2011) utilizaram diferentes tipos de
classificadores para segmentação do terreno e concluíram que a classificação orientada
ao objeto apresentou os melhores resultados diante de outras técnicas (como classificação
supervisionada e não supervisionada), devido ao seu elevado nível de precisão.
167
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Um exemplo de utilização de sensores remotos para a qualidade da água é em Fadel
et al. (2016) que desenvolveram um estudo para examinar a acurácia das imagens no sensor
OLI (Landsat 8), na estimativa de clorofila-a no reservatório de Karaoun (Líbia), corpo de
12 km² de água doce. Após da correção atmosférica das imagens, foram aplicados índices
sobre as imagens selecionadas para o estudo (2013 a 2015) e os resultados comparados
com dados de coletas de campo. A melhor correlação (R= 0,84 e R2= 0,72) foi obtida apli-
cando a seguinte combinação de bandas do sensor OLI: [(B2/B4) x B5]. Concluiu-se que
o reservatório de Karoun apresenta uma qualidade da água de eutrófica para hipertrófica,
com altas concentrações de nutrientes e baixas biodiversidades de fitoplâncton. Os autores
terminam o artigo afirmando que as imagens do sensor OLI podem ser usadas para avaliar
e monitorar a presença de clorofila-a em corpos d’água em outros grandes reservatórios e
de maneira econômica.
Em estudo no Reservatório da Guarapiranga (localizado na Região Metropolitana de
São Paulo), Ogashawara et al. (2014) avaliaram os uso das imagens dos sensores TM e
ETM+, a bordo dos satélites Landsat 5 e 7, respectivamente, na identificação de floração
de cianobactérias. Dados referentes a coletas de água neste reservatório, com posterior
contagem de células, foram confrontados com os resultados obtidos através das técnicas de
sensoriamento remoto sobre as bandas dos sensores TM e ETM+. O resultado foi uma alta
correlação (R2 = 0,96). Os autores concluem que o modelo utilizado mostrou-se bastante útil
como uma ferramenta que pode ser aplicada na gestão dos de reservatórios de água pelos
tomadores de decisão, pois forneceu informações sobre a distribuição das cianobactérias de
maneira horizontal, sobre todo o espelho de água, o que não poderia ser feito através das
técnicas tradicionais, onde o monitoramento é feito através da escolha de pontos.
Bonansea et al. (2015), em estudos no Reservatório Tercero (Argentina) demonstraram
que os sensores TM e ETM+ são ferramentas poderosas para o fornecimento de informa-
ções sistemáticas e periódicas de parâmetros de qualidade da água. Segundo os autores,
os mapas gerados forneceram ricas informações espaciais e temporais sobre a presença de
clorofila-a no corpo de água, permitindo a discriminação das mudanças nas características
da água. Os autores ainda sugerem que se amplie o escopo do estudo com a inclusão de
imagens do sensor OLI (Landsat 8).
Em estudo realizado por Masocha et al. (2017), nos reservatórios Chivero e Mazvikadei,
ambos situados em Zimbabue (África), foram testadas as relações entre os resultados de
análises laboratoriais de coletas de água dos citados reservatórios, com dados obtidos por
técnicas de sensoriamento remoto com a utilização de imagens do sensor OLI, na busca
pela presença de clorofila-a. Foi aplicado um índice que se baseia na divisão da banda 5
(Infravermelho Próximo) pela banda 4 (vermelho), que resultou numa boa correlação com os
168
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
dados de campo (R2 = 0,84); enquanto que no reservatório Chivero, que é mais poluído, a
utilização da banda 4 (vermelho) teve melhores resultados (R2 = 0,69). Os autores concluem
que as imagens do sensor OLI podem ser utilizadas para a avaliação remota da qualidade
de água de reservatórios, pois esse tipo de análise é muito mais econômico que os métodos
tradicionais de coleta de campo.
Pode-se verificar a importância da aplicação das técnicas de sensoriamento remoto
em diferentes estudos em reservatórios do Estado de São Paulo, os quais avaliam a relação
entre o uso e ocupação e qualidade de água dos reservatórios, um deles executado por
Urakawa (2011), no reservatório de Biritiba Mirim, demonstram claras relações nas análi-
ses químicas de diversos pontos de água de poços com os tipos de ocupação. Em um dos
pontos foi possível admitir comprometimento ambiental e de risco na qualidade da água do
reservatório, em consequência da atividade agrícola na proximidade do reservatório o qual
utilizava defensivos agrícolas, vinculado ao cenário geológico compreendido pelo Complexo
Embu. Isso demonstra como uso e ocupação associado às características ambientais inter-
fere na qualidade da água.
Outro estudo no mesmo reservatório, produzido por Trindade (2016) demonstrou um
aumento na concentração de Al, Fe, Mn e P acima do permitido pela resolução 357/2005
CONAMA, onde o Ferro e o Fósforo encontraram se em maior quantidade em áreas agríco-
las, onde também apresentou pH menor que seis, o qual tende a aumentar a concentração
de íons de alumínio. Além disso, o Ferro e Manganês também podem ter possível fonte
no próprio ambiente por fazerem parte do Complexo Embu, e o Al do Complexo Granítico.
Outra possível fonte de Mn pode ser oriunda dos defensivos agrícolas utilizados nas áreas
agrícolas. Ou seja, observou-se que alguns materiais como defensivos, adubos ou nutrientes
sabidamente empregados por agricultores, podem entrar por escoamento superficial dos
solos no reservatório ficando em suspensão, até sedimentarem no seu leito muitas vezes
comprometendo a vida aquática.
Estudos realizados por Fonseca e Bicudo (2011), demonstram que as comunidades
fitoplântônicas apresentam comportamento sazonal, pois suas variações verticais seguem
uma estação quente-chuvosa com estratificação da coluna de água, alternando com a estação
frio-seca com mistura coluna de água. Durante a fase frio-seca, a temperatura da água mais
baixa e a maior concentração de oxigênio dissolvido favorecem alguns grupos funcionais
que, na maioria dos casos, são associados a sistemas de oligo-mesotrófico. Sendo assim,
estratificações sazonais desempenham um papel decisivo na determinação da estrutura e
dinâmica das algas.
Para a clorofila-a (Chl-a) é um dos principais pigmentos responsáveis pela fotossínte-
se e o conhecimento de sua concentração tem sido utilizada para determinar a biomassa
169
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
da comunidade fitoplanctônica e para caracterizar ambientes aquáticos (Calijuri et al.,
2006; Esteves, 2011).
Londe (2008) obteve um excelente desempenho do NDVI na previsão da concentração
de Chl-a a partir de dados radiométricos de campo obtidos num reservatório eutrófico com
concentrações de clorofila variando entre 20 μg.L-1 e 140 μg.L-1. Para testar o desempe-
nho do NDVI a autora o aplicou em imagens Landsat TM5 referentes a outro reservatório
para o qual dispunha de dados experimentais. A partir do modelo empírico (y = 237x +
6,5), onde y é a concentração de Chl-a e x o valor de NDVI, Londe (2008) constatou que
o NDVI foi sensível à presença de Chl-a, permitindo converter os intervalos de classe do
NDVI em concentração de Chl-a (Tabela 1), com o mapeamento da distribuição espacial
de florações de cianofíceas.
Conforme Novo et al. (2009), os resultados apresentados por Londe (2008) indicam
que os índices de vegetação tradicionalmente aplicados no estudo de ecossistemas terres-
tres podem ser adaptados para o monitoramento do estado trófico de sistemas aquáticos.
Lissner (2011) analisou a variação dos valores de NDVI na lagoa Itapeva, localizada no
Litoral Norte do Rio Grande do Sul, por meio de imagens Landsat TM5 e ETM+7, no período
de 1985 a 2010. A série temporal de imagens mostrou que os valores de NDVI aumentaram
durante os períodos de floração do fitoplâncton no outono e primavera, apresentando um bom
desempenho na visualização da dinâmica da lagoa e para o estabelecimento de padrões de
distribuição da Chl-a (Lissner, 2011).
Tendo em vista que intensas florações de algas possuem característica espectral se-
melhante à das vegetações dispersas, e muitas vezes ocorrem à influência do material de
fundo, especialmente em ambientes aquáticos rasos, vislumbra-se a possibilidade de realizar
o monitoramento de florações empregando este índice. A principal característica do SAVI
é justamente minimizar o efeito do solo no resultado final (Ponzoni e Shimabukuro, 2007).
Para calibração dos resultados, foram utilizados os valores de reflectância de cada pixel
das imagens pré-selecionadas, e em estudo futuro serão realizados n mesma localização
coleta de dados limnológicos seguindo parâmetros da Companhia Ambiental do Estado de
São Paulo para, posteriormente, serem ajustados por regressão linear a fim de se gerar
modelos bio-ópticos calibrados in situ.
Os dados limnológicos serão aqueles que correspondem a Clorofila-a e Fósforo Total.
Adaptação do índice de Rouse et al. (1974) para as bandas correspondentes do sensor
CBERS 4 A, para o ano de 2020.
170
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
MATERIAIS E MÉTODOS
Dessa forma, também é possível indicar quais áreas dos reservatórios desta bacia
apresentam maior ocorrência de algas indicadoras de contaminação e que devem receber
maior atenção em relação ao tipo de uso e cobertura do solo das bacias de captações
dessas represas.
Alguns sensores remotos possuem como produto imagens multiespectrais, onde estes
espectros são bandas que estão ligadas a determinados intervalos de comprimentos de
onda de energia luminosa. O aumento da concentração de clorofila-a é associado com a
diminuição de energia da banda azul (0,45–0,52 μm) e aumento na verde (0,52–0,60 μm)
(FRIESE et al., 2010).
Neste projeto foram utilizadas as cenas das imagens do CBERS 4 A que baseados na
espectroscopia de reflectância, ou seja, em medidas da reflexão da radiação eletromagné-
tica (REM) após interação com diferentes superfícies em diferentes comprimentos de onda,
oriundas do chamado espectro refletido, mais especificamente abrangendo a região do visível
(Visible – VIS – 0.4-0.7 μm), Infravermelho próximo (Near Infrared – NIR – 0.7-1.3 μm) e
Infravermelho de ondas curtas (Short Wave Infrared – SWIR – 1.3- 2.5 μm).
Cada comprimento de onda da REM possui um comportamento particular em relação
à superfície dos diferentes materiais, o qual pode ser medido quantitativamente com base
na razão entre energia incidente e energia refletida na sobre a planta.
A medida de reflectância do comportamento espectral da cultura, do solo ou água ao lon-
go da REM é usualmente representada por um gráfico de eixo Y/reflectância vs eixo X/compri-
mento de onda, denominado assinatura espectral ou curva de reflectância. O comportamento
171
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
espectral é resultado direto de suas propriedades físicas e químicas, bem como da estrutura
atômica dos seus átomos, expressas nos segmentos de bandas através de características
da curva de reflectância, como: depressões, ombros, área, curvatura e ângulos, compondo
o que chamamos de feições espectrais diagnósticas.
Para a pesquisa foi utilizado o software Qgis 2.8.3 para a composição dos mapas e
análise das imagens que foram baixadas no site do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa
Especial). Na figura 04 pode ser observado na fusão das imagens para obtenção dos NDVI
sob o reservatório Biritiba-Mirim.
172
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
No Qgis 2.8.3 foi utilizada a ferramenta Raster Calculator para a elaboração das plantas
usando a seguinte expressão:
Onde:
NDVI = Normalized Difference Vegetation Index (Índice de Vegetação da
Diferença Normalizada)
NIR= Near Infrared (infravermelho próximo) – Banda 8 (CBERS 4 A)
RED = Vermelho – Banda 7 (CBERS 4 A)
Para a melhor avaliação dos sensores foram escolhidas suas cenas distintas do mes-
mo local, porém em períodos distintos, tendo como base o período de maior quantidade de
umidade e chuvas (período vazante – verão) e o período de máxima estiagem (inverno) e
para tal cálculo a seguinte formulação:
(2)
(3)
173
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
No Qgis foram utilizados recursos para transformar a escalas de tons de cinza para
a falsa cor seguindo a formulação de bandas da imagem CBERS 4 A cuja composição de
cores segue o padrão da Figura 07.
Figura 08. QGis – alterando propriedade de bandas em “Gray” para simbologia “Falsa Cor”.
Figura 10. Localização e as coordenadas, no sistema SIRGAS2000 UTM fuso 23s, do Reservatório Biritiba-Mirim – CENA
CBERS 4 A .
A câmera MUX a ser utilizada no CBERS 4 A é a mesma usada nos Satélites CBERS
3&4, que apresenta as seguintes características:
Característica Dado
B05: 0,45 - 0,52 µm
B06: 0,52 - 0,59 µm
Bandas Espectrais
B07: 0,63 - 0,69 µm
B08: 0,77 - 0,89 µm
Largura da Faixa Imageada 95 km
Resolução Espacial (Nadir) 16,5 m
Visada Lateral de Espelho Não
Taxa Bruta de Dados 65 Mbps
Fonte: INPE, 2020.
176
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 11. Câmera MUX a ser utilizada no CBERS 04A DATA 2020-04-01.
Para a análise dos diferentes usos do solo, as bandas foram compostas na combinação
ilustrada na Tabela 2.
177
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 12. http://www2.dgi.inpe.br/catalogo/explore
178
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
Figura 13. Mapa de detecção de locais de clorofila A – abril/2020.
179
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
A cor verde em tons mais claro sugere áreas agrícolas no entorno do reservatório
localizam-se próximas às áreas de perímetros irrigados, evidenciando maior influência do
uso do solo de acordo com Silva, Moraes e Silva (2014).
Nas imagens referentes ao mês agosto/2020, nota-se que a composição de bandas
R5G6B7 também obteve maior realce para a água e na região de transição rio-reservatório
observa-se ainda aumento da turbidez e uma menor cobertura de nuvens, destacados na
cor mais vermelha.
A Presença de Macrófitas é mais notada pela cor verde na imagem de abril/2020 na
área norte do reservatório e na imagem de agosto/20 na área norte e apenas um ponto
no sul. Esta análise denota que a concentração de macrófitas pode ser notada no período
de estiagem. Outro fator relevante da análise é que a área de drenagem nas imagens de
agosto/20 é menor que a imagem de abril/2020, fato este que pode demonstrar a menor
quantidade de água (período seco) e a concentração das macrófitas que pode ser detecta-
da pelas imagens.
Melo (2007) estudando a qualidade da água no reservatório Itaparica, no submédio
São Francisco, concluiu que a existência de vários perímetros irrigados nas margens do
reservatório condiciona o uso de agroquímicos, e quando o nível do reservatório aumenta,
as áreas marginais são alagadas, carreando nutrientes que favorecem o desenvolvimento
de plantas aquáticas. Os usos agrícola e urbano são os principais agentes no aporte de
fósforo em rios e reservatórios. Toledo e Nicolella (2002) ao estudarem uma microbacia,
localizada no município de Guaíra (SP) evidenciaram a influência do fósforo na degradação
da qualidade da água, sendo o uso urbano como principal agente causador. Elevadas con-
centrações desse nutriente na água favorece o crescimento de macrófitas, o que contribui
para a intensificação da produção primária, levando ao processo de eutrofização (BUZELLI;
CUNHA-SANTINO, 2013).
Os resultados encontrados configuram uma primeira avaliação da qualidade da água
do reservatório Biritiba Mirim no período do final da estação chuvosa e período de estiagem
e este estudo inicial propõem maiores esforços que devem ser realizados para mitigação
dos impactos negativos, tendo em vista a importância do reservatório de abastecimento de
água para a região metropolitana de São Paulo. Destaca-se que o estudo deve continuar
para obtenção dos dados de campa de campo para comparar dos limnológicos e imagens
de satélite. Outrossim, destaca-se a importância de um monitoramento contínuo para melhor
avaliar a integridade hídrica e um adequado gerenciamento deste sistema.
180
Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Vigilância e Saúde Ambiental: no contexto da educação
SOBRE OS ORGANIZADORES
B
Morfometria: 72, 76, 86
Biogás: 132, 139, 140
N
Biomonitoring: 26, 28, 40, 42
Nascentes: 95, 99, 102
C
Clorofila: 164, 167, 170 O
E Oriza Sativa: 158
Educação: 14, 15, 20, 21, 22, 23, 52, 53, 56, 61,
63, 64, 118, 119, 120, 122, 125, 126, 129, 130, P
146, 148, 149, 154, 156
Poluição: 142
Educação Ambiental: 118, 129
G V
Gestão: 14, 16, 18, 22, 66, 72, 85, 129, 140,
Vigilância: 53, 54, 57, 62, 63
146, 183
editora científica