Artigo Final - Aquila-1
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Artigo Final - Aquila-1
RESUMO:
Tem-se o propósito, nesse texto, de apresentar os resultados de uma pesquisa cujo
objetivo foi analisar como o rizoma da araruta pode ser utilizado como produto base na
criação de uma preparação que seja viável na alimentação escolar; viabilidade
verificada por meio de teste de aceitabilidade com alunos de uma escola da rede pública
municipal de ensino para inserção no Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE). O estudo visa também investigar o potencial da araruta no que diz respeito aos
seus usos na gastronomia, ao saber popular, e a incentivar os agricultores familiares a
produzi-la. Utilizou-se de uma metodologia de estudo bibliográfico, documental e
pesquisa de campo para coleta de dados, elaboração da preparação e respectiva ficha
técnica, avaliação nutricional, teste de aceitabilidade e descrição densa para sua análise.
Na preparação do biscoito, seguindo a ficha técnica testada, foi elaborada,
primeiramente, a goma da araruta que depois de pronta foi misturada aos outros
ingredientes da preparação (açúcar, manteiga e ovo) formando assim, a massa do
biscoito que foi pesada e levada ao forno para finalização. O produto elaborado com a
araruta teve valor nutricional adequado, aceitável e obteve aprovação no teste de
aceitabilidade.
PALAVRAS CHAVE: Alimentos tradicionais, gastronomia, educação alimentar e
nutricional.
ABSTRACT: This text has the purpose of presenting the results of a study whose
objective was to analyze how the rhizome of arrowroot can be used as a base product in
the creation of a preparation that is viable in school meals; feasibility verified with
acceptance test by students of a municipal public school for inclusion in the National
Meal Program (Programa Nacional de Alimentação - PNAE). The study also aims to
investigate the potential of arrowroot with regard to its uses in gastronomy, to the
popular knowledge, and to encourage farmers to produce it. We used a bibliographic,
documentary, and field research study methodologies for data collection, processing and
preparation of technical data sheet, nutritional assessment, acceptance test and thick
description to its analysis. In preparing the biscuit, following the tested data sheet, it
was elaborated, first of all, the arrowroot gum that after concluded was blended with
other ingredients of the preparation (sugar, butter and egg) thus forming the biscuit
dough which was weighed and taken to the oven to finish. The product made with
arrowroot had adequate nutritional value, acceptable and passed the acceptance test.
KEYWORDS: Traditional food, gastronomy, food and nutrition education.
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Artigo apresentado ao Curso de Bacharelado em Gastronomia da Universidade Federal do Ceará como
requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Gastronomia, sob a orientação do Prof. José
Arimatea Barros Bezerra.
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Aluno do Curso de Bacharelado em Gastronomia, do Instituto de Cultura e Arte, da Universidade
Federal do Ceará.
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Introdução
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grande potencial gastronômico; a escolha desse rizoma justifica-se também por estar
presente na cultura alimentar do cearense desde o litoral leste (Cascavel e Beberibe) até
a região do Cariri (Crato e Juazeiro).
Assim, a pesquisa analisou como a araruta pode ser usada como produto base na
criação de uma preparação que seja viável na alimentação escolar, optando pela criação
um biscoito. Além disso, registrou-se a preparação específica da goma com relatos
sobre o saber popular agregado à araruta, o processo que foi relatado por pessoas que a
consomem na suas vivências.
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agricultor que, a partir da agricultura familiar, pode vender seus produtos para o PNAE,
gerando renda para a família e uma alimentação de qualidade para as escolas em que
seus filhos estudam e segurança alimentar e nutricional para alunos, família e escola.
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Os registros de primeiras ações sobre educação alimentar datam da década de
1930 no contexto da industrialização do Brasil. Essas primeiras ações tinham como
objetivo ensinar as pessoas menos instruídas a comer (BEZERRA, 2012), baseados na
noção de que o povo era ignorante para fazer escolhas alimentares, desprezando dessa
forma as condições sociais as quais estava submetida boa parte da população brasileira.
Sobre isso, Bezerra (2012) relata que os estudos tratavam a população assim:
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da fome. Elas não eram suficientes, pois não proporcionavam resultados suficientes do
estado de fome da população.
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Conselhos de Alimentação Escolar (CAE) e pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE).
O termo araruta soa com estranheza para a maioria das pessoas que não a
conhecem. Seu nome científico, Maranta arudinacea, mais ainda. Isso se deve talvez ao
pouco uso e divulgação. É uma planta herbácea da ordem das zingiberales que inclui 8
famílias, 89 gêneros e cerca de 1800 espécies, dentre as quais encontram-se a banana, o
gengibre e o açafrão. Embora gengibre e açafrão sejam de origem oriental, a araruta é
tipicamente sul-americana e ocorre em toda costa desde as guianas até o Rio de Janeiro
(NEVES et al., 2005).
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Figura 1 Classificação taxonômica da araruta (Fonte: Plants Profile)
Segundo Posey (1985 apud Neves et al. 2005) algumas tribos de índios
brasileiros cultivavam, muito antes da colonização, algumas variedades de marantáceas.
Fosse em florestas ou em morros, o cultivo era feito por mulheres idosas da tribo e os
tubérculos serviam como reserva alimentar para as épocas de escassez de outras fontes
alimentícias. Leonel e Cerada (2002) bem como Zárate et al. (2007) afirmam que a
planta “teve seu centro de origem, provavelmente, no continente sul-americano,
encontrando-se em forma nativa nas matas venezuelanas, posteriormente foi exportada
às ilhas Barbados, Jamaica e outras regiões do Caribe” (ZÁRATE et al., 2007, p. 1)
chegando também ao Brasil. A origem do nome não é exata, existindo várias versões
para ela.
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O que se sabe também é que a araruta já esteve presente em parte das cozinhas
brasileiras domésticas sendo base para bolos, biscoitos e mingau. A goma ou polvilho
chegou a ser comercializada; porém, com o advento do polvilho da mandioca e do
amido de milho, produtos de mais fácil industrialização, a araruta, que antes era comum,
se tornou um alimento pouco cultivado e esquecido na cultura alimentar do brasileiro.
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Figura 3 Planta araruta com os rizomas sob o solo (fonte: http://agrosoft.com/)
Nos dias atuais a araruta, aos poucos, voltou a ser lembrada depois que a
gastronomia começou a valorizar e dar destaque para os alimentos funcionais, alimentos
sem glúten ou lactose e alimentos fit.
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O amido da araruta tem características e qualidades consideradas
inigualáveis. Conferindo leveza e alta digestibilidade aos confeitos.
Uma outra característica importante dos alimentos feitos com a araruta
é a ausência de glúten (uma proteína característica do trigo, da aveia,
do centeio e da cevada e derivados) o que os torna recomendáveis para
pessoas que apresentam intolerância alimentar a esta proteína
(NEVES et al., 2005, p. 3).
Esse registro reforça a informação dada por Monteiro e Peressin (2002) acerca
da exportação da araruta, nesse caso para os Estados Unidos.
A comida está diretamente ligada ao cotidiano do ser humano. Mesmo que não
seja perceptível, nossa rotina e tempo é, muitas vezes, baseado nas refeições (depois do
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almoço, antes do jantar etc.). Usamos expressões e nos comunicamos também através
da comida; temos nossas preferências alimentares, nossos tabus e restrições sobre o que
pode ou não ser ingerido; em síntese, ao alimentar-se, o ser humano atribui significados
a essa prática que vai muito além do fator biológico do comer (MACIEL, 2001). Desse
modo
Muitos alimentos tradicionais que já não são mais conhecidos pela maioria da
população e que vêm se perdendo ao longo dos anos são objetos de estudo para grupos
de pesquisadores nas universidades. É o caso do projeto Alimentos Tradicionais do
Nordeste (ALINE), da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Ceará
(UFC), que busca mapear e desenvolver ações usando tais alimentos, como a araruta.
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Além de suas características botânicas, a araruta apresenta grande
representatividade cultural e tradicional para aqueles que conviveram, mesmo em um
passado próximo, com este alimento. Não apenas pelo fato de o rizoma já ter sido usado
primeiramente pelos indígenas brasileiros, mas também por ter estado presente no
cotidiano alimentar dos agricultores no interior de vários estados do país.
3
Espécie de mingau instantâneo fabricado pela marca Maizena.
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A: Por que que a senhora acha que hoje a gente não usa mais, o
pessoal não conhece mais?
DM: Naquele tempo o pessoal já quase não usava. O pessoal
tem preguiça, vão se ocupar em fazer isso aí? Compra a goma
de mandioca que é mais fácil.
DM: Que tem no supermercado, vão se ocupar nisso?
DM: Naquele tempo as pessoas eram... O pessoal que morava
no campo tinha paciência, diferente de hoje, que é agitado.
DM: Toda vida eu escuto o pessoal dizendo: a araruta tem seu
dia de mingau. Ela não é muito procurada como a goma, não.
A: Ah, então essa expressão “a araruta tem seu dia de mingau”
quer dizer isso?
DM: É, porque ela não é muito, assim, apreciada, não era como
a outra, não. Ninguém chega num canto ‘me dê aí um quilo de
goma de araruta’, quem quiser faz.
DM: Aí você pode dizer lá que tem esse dizer ‘Araruta tem seu
dia de mingau’ (risos).
Fica evidente que o saber popular, aqui representado na fala de Dona Maria,
converge com autores como Zárate e Vieira (2005) ao afirmarem que a araruta tem
propriedades medicinais e é adequada para crianças. Converge também para os estudos
que afirmam que os índios conheciam essas propriedades curativas do rizoma.
Percebemos também, na fala da senhora, a abundância do insumo, mas que o uso
culinário em preparações como bolo ou biscoito era pouco. É destaque também para a
expressão “Araruta tem seu dia de mingau” algumas vezes repetida por ela e usada no
cotidiano para afirmar que em momentos de necessidade tudo pode ser usado, inclusive
a araruta.
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em pão-duro referindo-nos a quem é avarento e, para economizar,
come o pão dormido, que fica, obviamente, duro... Usamos a imagem
do pão, pão, queijo, queijo para separar as coisas, acontecimentos e
pessoas, pois não haveria nada mais distinto que o pão (de origem
vegetal e agrícola, que vai ao forno) e o queijo (de origem animal e
que se fabrica por meio de um processo de fermentação “natural”) [...]
O fato é que o comer, a comida e os alimentos formam um código
complexo – uma verdadeira boca rica social – que nos permite
compreender como é que a sociedade brasileira se funde enquanto tal
(p. 56).
Assim, por meio da comida podemos falar sobre as pessoas, o que elas sentem,
que lugares frequentam e até como se comunicam através desse código universal e
identitário que chamamos de comida.
O rizoma da araruta tem como principal subproduto sua fécula, mesmo pouco
conhecida. O passo a passo da produção da goma da araruta está registrado em uma
cartilha organizada pela EMBRAPA (2005) intitulada Como plantar e usar a araruta,
que tem por objetivo registrar o uso da araruta principalmente para fins culinários.
Registramos também a feitura da goma da araruta pelo saber de Dona Maria Monteiro.
Pretende-se aqui discutir a elaboração da goma nas vertentes: técnica e popular.
O rizoma da araruta tem uma casca muito fina, que deve ser retirada
esfregando-a vigorosamente com as mãos e lavando-a ao mesmo
tempo.
Depois de descascado, é preciso ralar o rizoma ou triturá-lo no
liquidificador, recolhendo-se a massa grossa e escura em uma bacia.
Para separar o polvilho, preparar uma bacia grande e um pano de prato
branco para coá-lo. Tudo deve estar muito limpo.
Colocar um pouco da massa sobre o pano de prato. Despejar água,
pouco a pouco, e mexer bem a massa, lavando-a para retirar todo o
polvilho.
O polvilho é recolhido junto com a água na bacia.
Deixar o polvilho assentar na bacia por cerca de 2 horas.
Depois, escorrer a água com cuidado, de forma a deixar o polvilho no
fundo da bacia.
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As primeiras águas são escuras, por isso é preciso lavar bem o
polvilho para que fique bem branquinho.
Colocar mais água e mexer o polvilho. Deixar assentar novamente e
escorrer a água.
Repetir a operação quantas vezes for preciso até a água sobre o
polvilho ficar transparente.
Colocar o polvilho para secar ao sol, bem espalhado sobre uma toalha
limpa e coberto com outra toalha. Com as mãos limpas, desfazer as
placas ou torrões e revolver o polvilho de vez em quando, para que
seque por igual. Peneirar o polvilho ainda um pouco úmido para não
desperdiçar. Para ficar bem fino, bater o polvilho no liquidificador.
Terminar de secar e só então guardar em vasilhas limpas, secas e bem
fechadas (latas, etc.). Se o sol estiver bem quente, o polvilho estará
seco em 2 dias (EMBRAPA, 2005, p. 32).
Combinei com Dona Maria o dia de fazer a goma. Quando cheguei à casa dela e
a cumprimentei, Dona Maria foi logo pedindo que eu limpasse as ararutas e lavasse.
Assim o fiz, retirei as impurezas e uma leve casca. Algumas ararutas descartei porque
segundo Dona Maria elas estavam estragadas, fato percebido pelo forte mal cheiro que a
raiz apresentava. Lavei as demais em seguida com água até que elas ficassem “bem
branquinhas”, como ela exigiu.
Ela misturou aquela araruta ralada com um pouco de água, foi dentro do seu
quarto e voltou com um pano bem fininho para que pudéssemos separar o bagaço da
goma que, segundo ela, virava comida para porcos. Ajudei a segurar o pano enquanto
ela jogava aquele líquido de coloração leitosa. Da primeira vez não segurei do jeito
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adequando e o pano cedeu, ela olhou para mim com olhar de repreensão, mas me deu
uma segunda chance e tudo ocorreu bem. Pegou o pano para si e amassou para sair todo
o líquido. Manipulava aquele processo de uma forma tão simples e perfeita que deixava
qualquer leigo, como eu, morrendo de inveja. Repetiu o processo de filtração 4 vezes,
pois “a araruta tem um travo, tem que passar no mínimo em 3 panos porque ela é
travosa”, advertia nossa anfitriã. No fim da separação a bacia continha apenas um corpo
de fundo de coloração branca e uma água turgida acima.
A ordem era “vamos esperar a goma sentar por completo, não pode ficar
mexendo, daqui a pouco a gente troca a água, tem que deixar de um dia para outro pra
sentar bem” comentava Dona Maria. Confesso que fiquei encantado com aquele
processo, não conseguia parar de olhar para dentro da bacia e Dona Maria ali me
pastoreando para que eu não mexesse e acabasse com a experiência.
Na segunda feira pela manhã, retornei à casa dela para terminar o processo de
confecção da fécula da araruta. Faltava pouco, agora era só descartar, com muito
cuidado, a água que ficava na parte de cima e deixar na bacia apenas a fécula que
precipitou ou que “sentou”, segundo Dona Maria. Com a bacia livre de água, ela me
passou mais uma ordem: “tem que deixar secar no sol até ela rachar, aí tá pronta pra
usar”.
4 – O biscoito de araruta
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No papel de estudante de gastronomia, elaborar uma preparação usando a goma
da araruta pareceu, de início, algo desafiador. Baseando-me nos estudos já existentes
sobre a araruta, notei que bolo e biscoito eram as preparações mais comuns para a
araruta. Como a cartilha da EMBRAPA (2005) sugere no final várias receitas de
diferentes tipos de biscoito de araruta – e biscoito é uma preparação em que as crianças
tem interesse –, resolvi, então, ficar com essa opção. Não quis reproduzir uma receita já
existente na cartilha – vasculhando livros, decidi adaptar uma receita do clássico livro
de culinária Dona Benta: comer bem (2004).
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Figura 4 Preparação finalizada, biscoito de araruta.
FICHA TÉCNICA
Biscoito de araruta
Ingredientes Modo de preparo
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Qb - Coco Ralado
5 – Teste de aceitabilidade
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Figura 5 Ficha lúdica para teste de aceitabilidade (retirada do Manual para aplicação dos testes de aceitabilidade
no Programa Nacional de Alimentação Escolar – PNAE
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Figura 6 Gráfico com resultados do teste de aceitabilidade.
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Na categoria menos gostou a característica mais citada é “gruda na boca” e
“esfarela” uma vez que o biscoito é uma espécie de sequilho e possui as características
citadas que foram reprovadas por alguns alunos. A presença do coco também foi
registrada em algumas fichas como característica negativa.
Em linhas gerais, o biscoito foi bem avaliado e aceito dentro da faixa aceitável
exigida pelo PNAE e isso ficou claro, pois a maioria dos registros para mais gostou foi
“tudo” e para menos gostou foi “nada”.
Conclusão
A fécula da araruta tem potencial para ser produzida pelos agricultores e a partir
daí serem confeccionados produtos, como o biscoito elaborado no estudo, para que esse
possa ser vendido no PNAE, gerando renda para o agricultor, além de resgatar o uso e a
tradicionalidade da araruta.
Acredito que esse estudo sobre a araruta possa impulsionar novas pesquisas
sobre o rizoma como alimento tradicional, uma vez que valoriza a planta e indica,
através dos seus potenciais nutricionais culinários, o caminho para a elaboração de
novos usos com potencial para ser implementado na agricultura familiar.
REFERÊNCIAS
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antropológico das práticas alimentares de imigrantes brasileiros em Boston. 2011. 274 f.
Tese (Doutorado) - Programa de Pós- Graduação em Antropologia Social, Centro de
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Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis,
2011.
DAMATTA, Roberto. Sobre comidas e mulheres. O que faz o brasil, Brasil? Rio de
Janeiro: Rocco, 1997, p. 49-64.
MACIEL, Maria Eunice. Horiz. antropol. [online]. 2001, vol.7, n.16, pp. 145-156.
MINTZ, Sidney W..Comida e antropologia: uma breve revisão. Rev. bras. Ci. Soc.
[online]. 2001, vol.16, n.47, pp. 31-42.
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Monteiro, D. A., Peressin, V. A. Cultura da araruta. In: M. P. Cereda (Coord.),
Agricultura: tuberosas amiláceas Latino Americanas. Fundação Cargill, São Paulo,
2002.
NEVES, Maria Cristina Prata; COELHO, Irmair da Silva; ALMEIDA, Dejair Lopes de.
Araruta: resgate de um cultivo tradicional. Seropédica: Embrapa Informação
Tecnológica, 2005.
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