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Guia Alimentar

E O AMBIENTE ESCOLAR
PROJETO SEGUE O GUIA
Este documento faz parte do projeto "SEGUE O GUIA", que é
uma parceria entre a ASBRAN (Associação Brasileira de
Nutrição), a OPAS (Organização Pan- Americana de Saúde) e a
CGAN/MS(Coordenação Geral de Alimentação e Nutrição do
Ministério da Saúde) visando a disseminação do Guia
Alimentar para a População Brasileira entre os nutricionistas,
principalmente àqueles que atuam na Atenção Primária à
Saúde - APS e na Educação, seja pelo Programa Saúde na
Escola - PSE ou pelo Programa Nacional de Alimentação
Escolar - PNAE.

Coordenação Técnica Geral: Ruth C. Guilherme.

Coordenação Técnica: Shirley Silva Diogo.

Colaboração Técnica:

Amanda R. do N. Bezerra.
Ana Luiza Rabelo Pires.
Maria Eduarda Spinelli .
SUMÁRIO
CAPÍTULO
01
Introdução
pág. 3

CAPÍTULO
02

Conhecendo um pouco sobre o


Guia Alimentar para a População
Brasileira
pág. 6

CAPÍTULO
03
Alimentação na Escola e o
Guia Alimentar para a
população brasileira.
pág.11

CAPÍTULO
04
Estratégias para uma
alimentação saudável nas
escolas.
pág.15

REFERÊNCIAS
BILIOGRÁFICAS

p. 20
CAPÍTULO

01
Introdução
04

O ambiente escolar é essencial para a promoção


da alimentação adequada e saudável posto que é um
local que propícia a formação de indivíduos que estão em
desenvolvimento, além de permitir uma interação social já
que as pessoas passam boa parte do tempo na escola
(Martins, 2018). Ademais, o ambiente escolar se configura
como um local relevante para o aprendizado e
compartilhamento de experiências exitosas relacionadas à
ingestão alimentar de crianças e adolescentes. 1

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE),


realizada em 2019, com jovens brasileiros na faixa etária de
13 a 17 anos, apontou que 49,3% dos estudantes afirmaram
terem consumido alimentos ultraprocessados no dia
anterior à pesquisa com predominância para os grupos de
biscoitos e sobremesas industrializadas (42,5%) e alimentos
2
ultraprocessados salgados (54,3%).

Estudos apontam que há uma associação positiva


entre o consumo de alimentos ultraprocessados e o
aumento da gordura corporal durante a infância e
3,4
adolescência.
05

A investigação da infraestrutura e dinâmicas


alimentares no ambiente escolar oportunizam o desenho
de um cenário mais ampliado sobre as relações existentes
nesses espaços, sendo que para a criação de ambientes
mais saudáveis e a redução da obesidade infantil faz-se
necessário melhorar a qualidade nutricional dos alimentos
5, 6,7
disponibilizados nas escolas.

Nesse contexto, o Guia Alimentar para a população


8
brasileira é parte de um sistema alimentar social e
ambientalmente sustentável porquanto discute desde a
produção dos alimentos até o seu consumo, tendo suas
recomendações sustentadas no modo de processamento
dos alimentos.

É importante a aplicação e consolidação de políticas


públicas que tenham como objetivo tornar os ambientes
escolares mais salutares.
CAPÍTULO

02
Conhecendo um pouco
sobre o
Guia Alimentar para
a População
Brasileira.
07

Os Guias Alimentares são instrumentos que


orientam práticas alimentares saudáveis no âmbito
individual e coletivo, sendo condutores de políticas
públicas que objetivam proteger a saúde da
9
população brasileira.
Historicamente as recomendações de alimentação e
nutrição baseou-se na composição nutricional dos
alimentos.
Nesse contexto, os Guias Alimentares de 2006
e 2014 apresentam algumas diferenças significativas
conforme apresentado no quadro abaixo.

Ano de Publicação
Principais Pontos
do Guia Alimentar

O direcionamento do discurso era mais voltado a


padrões epidemiológicos da população, no qual
10 buscava-se relacionar o impacto dos alimentos, grupos
2006
alimentares e de nutrientes específicos na redução ou
aumento dos riscos de desenvolvimento das Doenças
Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).

O enredo adotado no discurso do documento


despolariza a atenção e traz o debate sociológico e
antropológico da alimentação, bem como, os saberes
populares sobre a alimentação. Essa perspectiva inova
2014
ao dar mais ênfase e certo valor ao contexto do
consumo e das práticas alimentares, potencializando os
valores socioculturais do comer, as diferentes formas de
conhecimento e a autonomia dos indivíduos.11
08

O Guia Alimentar para a População Brasileira tem


como principal contribuição a classificação dos
8
alimentos em quatro grupos:

In Natura: são aqueles obtidos diretamente de plantas


ou de animais (como folhas e frutos ou ovos e leite) e
adquiridos para consumo sem que tenham sofrido
qualquer alteração após deixarem a natureza

Minimamente Processados: são alimentos in natura


que, antes de sua aquisição, foram submetidos a
alterações mínimas. Exemplos incluem grãos secos,
polidos e empacotados ou moídos na forma de
farinhas, raízes e tubérculos lavados, cortes de carne
resfriados ou congelados e leite pasteurizado.

Processados: produtos fabricados essencialmente


com a adição de sal ou açúcar a um alimento in
natura ou minimamente processado, como legumes
em conserva, frutas em calda, queijos e pães.

Ultraprocessados: produtos cuja fabricação


envolve diversas etapas e técnicas de
processamento e vários ingredientes, muitos
deles de uso exclusivamente industrial.
09

A regra de ouro do Guia Alimentar para a


população é a seguinte:

Prefira sempre alimentos in natura


ou minimamente processados e
preparações culinárias a alimentos
ultraprocessados.

Além disso, o Guia destaca a importância de


fortalecer a cultura alimentar, valorizando os alimentos
típicos de cada região, respeitando os diferentes
contextos alimentares e promovendo uma alimentação
que seja saudável, sustentável e que contribua para o
fortalecimento da economia local.

Não se deve utilizar a


pirâmide dos alimentos
para trabalhar a
alimentação saudável.
10 Dez Passos Para uma
Alimentação Saudável
Fazer de alimentos in natura ou
minimamente processados a base da
alimentação.

Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar


em pequenas quantidades ao
temperar e cozinhar alimentos e
criar preparações culinárias.

Limitar o consumo de alimentos processados

Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados.

Comer com regularidade e atenção, em ambientes


apropriados e, sempre que possível, com companhia.

Fazer compras em locais que ofertem variedades de


alimentos in natura ou minimamente processados.

Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinária.

Planejar o uso do tempo para dar à


alimentação o espaço que ela merece.

Dar preferência, quando fora de casa, a locais que


servem refeições feitas na hora.

Ser crítico quanto a informações, orientações e


mensagens sobre alimentação veiculadas em
propagandas comerciais.
CAPÍTULO

03
Alimentação na
Escola e o
Guia Alimentar para
a População
Brasileira.
12

O Programa Nacional de Alimentação Escolar


(PNAE) é um programa do governo brasileiro que visa
garantir o direito à alimentação adequada e saudável
dos estudantes brasileiros, desde aqueles
matriculados em creches até o ensino médio, de forma
gratuita.

O PNAE tem como principal objetivo contribuir


para o crescimento biopsicossocial, o
aprendizado, o rendimento escolar e a formação
de prática alimentares saudáveis dos alunos, por
meio de ações de Educação Alimentar e
Nutricional (EAN) e oferta de refeições que
cubram as suas necessidades nutricionais
12
durante o período letivo.

A inclusão da Educação Alimentar e Nutricional


(EAN) no contexto escolar, em conformidade com as
diretrizes do Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE) e da alimentação escolar, desempenha
um papel fundamental ao ultrapassar os limites do
currículo escolar. Essa inclusão contribui para o
desenvolvimento de práticas alimentares saudáveis e
de vida, visando auxiliar na segurança alimentar e
13

nutricional dos estudantes.


13

A Educação Alimentar e Nutricional (EAN) é o


campo do conhecimento e de prática contínua e
permanente, transdisciplinar, intersetorial e
multiprofissional que visa promover a prática
autônoma e voluntária de hábitos alimentares
saudáveis, contribuindo para assegurar o Direito
14
à Alimentação Adequada e Saudável (DHAA).

Em termos de transversalidade, as ações de EAN


dentro das escolas devem se basear em diferentes saberes
relacionados à alimentação, como cultura alimentar,
geografia, história, entre outros. Dessa forma, os alimentos e
a alimentação se tornam conteúdos específicos de
aprendizado, além de serem recursos para a abordagem de
13
diferentes temas.

Essa abordagem transversal e interdisciplinar da EAN


proporciona aos estudantes uma compreensão mais ampla
sobre a importância da alimentação saudável, suas
dimensões sociais, culturais e ambientais, bem como suas
conexões com outras áreas do conhecimento.
14

Ao incorporar a EAN de forma abrangente, as


escolas têm a oportunidade de promover uma
educação integral, que transcende a simples
transmissão de informações nutricionais e contribui
para a formação de cidadãos conscientes, críticos e
capazes de fazer escolhas alimentares adequadas ao
longo da vida.

O Fundo Nacional do Desenvolvimento para a


Educação (FNDE) publicou a Resolução nº 06, de 08 de
maio de 2020 que trouxe diretrizes e recomendações
15

alinhados ao Guia.

Isso significa que as refeições fornecidas nas


escolas, por meio do programa, devem seguir as
orientações nutricionais e priorizar a oferta de
alimentos saudáveis, como frutas, legumes, verduras,
grãos integrais, entre outros.
CAPÍTULO

04
Estratégias para uma
Alimentação Saudável
na Escola.
16

Fortalecer o conhecimento dos


educadores sobre o Guia Alimentar
para a População Brasileira.

É imprescindível reforçar os
conhecimentos e a reflexão dos
educadores sobre a alimentação,
a nutrição, a educação alimentar e
nutricional e os processos que
permeiam o ato de se alimentar,
posto que estes convivem
diariamente com os alunos em uma
relação simultânea de construção
16
de conhecimento e de troca.

Trabalhar a horta escolar.

Estimule o consumo de frutas e


verduras! Muitas vezes, as crianças
podem rejeitar certos alimentos ou
preparações porque não estão
acostumadas a eles. Ao oferecer
frutas e verduras, tente apresentá-
las de forma criativa e inovadora,
despertando a curiosidade e o
interesse das crianças, o que pode
incentivá-las a experimentar e
consumir esses alimentos.
17

Cantinas escolares comerciais alinhadas aos conceitos do


Guia Alimentar para a população brasileira.

No Brasil não existe uma regulamentação geral sobre o


funcionamento das cantinas comerciais nos espaços
escolares. Alguns estados da federação possuem
legislações como o Distrito Federal, Rio de Janeiro e Paraná,
entre outros. Todavia, caso exista cantina comercial é
importante que esta observe os conceitos e diretrizes
disponibilizados no Guia Alimentar para a população
brasileira.
É necessário ainda ampliar as discussões sobre a
regulamentação de produtos na escola, sendo que
gestores, professores e comunidade escolar desempenham
um papel fundamental nesse processo.
18
Restringir a publicidade de
alimentos ultraprocessados na
escola.

No Brasil não existe uma


regulamentação geral sobre o
funcionamento das cantinas
comerciais nos espaços escolares.
Alguns estados da federação
possuem legislações como o
Distrito Federal, Rio de Janeiro e
Paraná, entre outros.
Todavia, caso exista cantina comercial é importante que
esta observe os conceitos e diretrizes disponibilizados no
Guia Alimentar para a população brasileira.

É necessário ainda ampliar as discussões sobre a


regulamentação de produtos na escola, sendo que gestores,
professores e comunidade escolar desempenham um papel
fundamental nesse processo.

É necessário políticas
públicas e medidas
regulatórias que favoreçam
um ambiente alimentar mais
saudável.
19

Pequenas mudanças
gradualmente implementadas
podem fazer uma grande
diferença no ambiente escolar
trazendo saúde e bem-estar para
os estudantes e toda a
comunidade escolar.
20

Referências Bibliográficas
1 Brasil. Ministério da Saúde; Organização Pan-Americana da
Saúde. Escolas promotoras da saúde: experiência do Brasil.
Brasília: Ministério da Saúde; 2006.

2. Brasil. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.


Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar 2019. Rio de Janeiro: IBGE;
2021.

3. Costa CS, Del-Ponte B, Assunção MCF, Santos IS. Consumption


of ultra-processed foods and body fat during childhood and
adolescence: a systematic review. Public Health Nutr. 2018; 21(1):148-
159.

4.Poti JM, Braga B, Qin B. Ultra-processed Food Intake and Obesity:


What Really Matters for Health—Processing or Nutrient Content?
Curr Obes Rep. 2017; 6(4):420-431.

5. Cleland V, Worsley A, Crawford D. What are grade 5 and 6


children buying from school canteens and what do parents and
teachers think about it? Nutrition & Dietetics.2004; 61(3):145-150.

6.Monterrosa EC, Campirano F, Tolentino Mayo L, Frongillo EA,


Hernández Cordero S, Kaufer-Horwitz M, Riviera JA. Stakeholder
perspectives on national policy for regulating the school food
environment in Mexic Health Policy and Planning. 2015;30(1):28–38.

7.Swinburn BA, Sacks G, Hall KD, McPherson K, Finegood DT, Moodie


ML, et al. A The global obesity pandemic: shaped by global drivers
and local environments. Lanceta. 2011;378(9793):804–14.
21

Referências Bibliográficas
8. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde.
Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a
população brasileira. Brasília : Ministério da Saúde, 2014.

9.Bortolini GA, Moura ALP, de Lima AMC, Moreira HOM, Medeiros O,


Diefenthaler ICM, de Oliveira ML. Guias alimentares: estratégia
para redução do consumo de alimentos ultraprocessados e
prevenção da obesidade. Rev Panam Salud Publica. 2019; 16;43:e59.

10. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. .


Guia alimentar para a população brasileira : promovendo a
alimentação saudável. Brasília : Ministério da Saúde, 2008. 210 p.

11. De Faria Cardoso CE, de Souza MR. O Guia Alimentar Brasileiro


como ferramenta na construção de saberes e reflexões no
contexto escolar: um relato de experiência. Em Extensao.2022; v. 21,
n. 1.

12. Brasil. Lei nº 11.947, de 16 de junho de 2020. Dispõe sobre o


atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro
Direto na Escola aos alunos da educação básica.

13. Ribeiro A C (Org). Construindo caminhos para a educação


alimentar e nutricional. Brasília, DF, Brasil. Mantenedora do
periódico: Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE) 2023. Cadernos do FNDE, vol 04, n.08.

14. Brasil Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.


Marco de referência de educação alimentar e nutricional para as
políticas públicas. Brasília:2012,68 páginas.
22

Referências Bibliográficas
15 Brasil. Ministério da Educação. Resolução nº 6, de 8 de maio de
2020. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar aos
alunos da educação básica no âmbito do Programa Nacional de
Alimentação Escolar – PNAE.

16. Domene SMA. A escola como ambiente de promoção da saúde


e educação nutricional. Rev. Psicol. 2008; 19 (4).

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