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INCINERAÇÃO: UMA ANÁLISE DO

TRATAMENTO TÉRMICO DOS RESÍDUOS


SÓLIDOS URBANOS DE BAURU/SP

Camila Frankenfeld Machado

Projeto de Graduação apresentado ao


Curso de Engenharia Ambiental da Escola
Politécnica, Universidade Federal do Rio
de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de
Engenheiro.

Orientador: Jo Dweck

Rio de Janeiro

Fevereiro, 2015

i
INCINERAÇÃO: UMA ANÁLISE DO TRATAMENTO TÉRMICO DOS RESÍDUOS
SÓLIDOS URBANOS DE BAURU/SP

Camila Frankenfeld Machado

PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE


ENGENHARIA AMBIENTAL DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO AMBIENTAL.

Examinada por:

________________________________________________

Prof. Jo Dweck, Dr. Eng.

________________________________________________

Prof. Maria Claudia Barbosa, D. Sc.

________________________________________________

Dr. Marcelo Mendes Viana, Dr. Eng.

RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL

FEVEREIRO de 2015

ii
Machado, Camila Frankenfeld

Incineração: Uma Análise do Tratamento Térmico dos


Resíduos Sólidos Urbanos de Bauru/SP/ Camila
Frankenfeld Machado. – Rio de Janeiro: UFRJ/ Escola
Politécnica, 2015.

IX, 88 p.: il.; 29,7 cm.

Orientador: Jo Dweck

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/


Curso de Engenharia Ambiental, 2015.

Referências Bibliográficas: p. 62-64.

1.Incineração 2.Resíduos Sólidos Urbanos 3.Tratamento


Térmico I. Dweck, Jo. II.Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Ambiental.
III. Título.

iii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Ambiental.

Incineração: Uma Análise do Tratamento Térmico dos Resíduos Sólidos Urbanos de


Bauru/SP

Camila Frankenfeld Machado

Fevereiro/2015

Orientador: Jo Dweck

Curso: Engenharia Ambiental

A geração de resíduos sólidos é consequência de grande parte das atividades


realizadas pelo homem desde sua existência. Atualmente, a enorme quantidade de
rejeitos produzidos é motivo de preocupação, principalmente nos grandes centros
urbanos. O tratamento inadequado dado a esses materiais traz prejuízos diretos para
a população e o meio ambiente, tais como contaminação ambiental, favorecimento à
proliferação de vetores de doenças, geração de gases poluentes, entre outros. Além
desses, a incorreta disposição dos resíduos resulta em desperdício material e
energético uma vez que parte considerável deste material é passível de
reaproveitamento e geração de lucro.

Este trabalho analisa a recuperação de energia dos Resíduos Sólidos Urbanos


(RSU), por meio do processo de incineração. A pesquisa propõe um estudo de caso a
fim de estimar teoricamente a energia que pode ser disponibilizada pela incineração
dos RSU gerados no município de Bauru de acordo com a segregação parcial dos
materiais que o compõem.

Palavras-chave: Incineração, Resíduos Sólidos Urbanos, Tratamento Térmico,


Tratamento Químico.

iv
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Environmental Engineer.

Incineration: A Thermal Treatment Analysis of Bauru/SP Municipal Solid Waste

Camila Frankenfeld Machado

February/2015

Advisor: Jo Dweck

Course: Engenharia Ambiental

The generation of solid waste is a consequence of the activities carried out by


man since his existence. Currently, the huge amount of waste produced is a problem,
especially in urban centers. The inadequate treatment of these materials brings direct
damage to people and the environment, such as environmental pollution, proliferation
of disease vectors, generation of greenhouse gases, among others. In addition to
these, improper disposal of residues results in materials and energy lost once this
material is also subject to reuse and profit generation.

This project analyzes the energy recovery from municipal solid waste through
incineration process. The research proposes a case study in order to theoretically
estimate the energy that may be generated from the incineration of the municipal solid
waste generated in Bauru city, according to partial segregation of materials that
compose it.

Keywords: Incineration, Municipal Solid Waste, Thermal Treatment, Chemical


Treatment.

v
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 1

1.1. Motivação e Relevância do Estudo _________________________________ 1

1.2. Objetivos _____________________________________________________ 2

1.3. Organização do Texto ___________________________________________ 3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA................................................................................... 4

2.1. Resíduos Sólidos Urbanos _______________________________________ 4


2.1.1. Definição e Caracterização ___________________________________ 4
2.1.2. Contexto Nacional __________________________________________ 5

2.2. Incineração __________________________________________________ 12


2.2.1. Estado da Arte da Tecnologia de Incineração ____________________ 12
2.2.2. Contexto Mundial e Nacional _________________________________ 14
2.2.3. Tecnologias de Incineração __________________________________ 22
2.2.4. Tecnologia de Recuperação Energética ________________________ 30
2.2.5. Questões Ambientais _______________________________________ 35

3. ESTUDO DE CASO ............................................................................................. 40

3.1. Metodologia __________________________________________________ 40


3.1.1. Tipo de Pesquisa __________________________________________ 40
3.1.2. Seleção da Localidade ______________________________________ 40
3.1.3. Coleta e tratamento de dados ________________________________ 41
3.1.4. Limitações do Método ______________________________________ 42
3.1.5. Descrição do Caso _________________________________________ 42

3.2. Resultados __________________________________________________ 48


3.2.1. Combustível ______________________________________________ 48
3.2.2. Comburente ______________________________________________ 49
3.2.3. Gases de Combustão ______________________________________ 50
3.2.4. Potencial de Geração de Energia _____________________________ 51

4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS ......................................................................... 57

5. CONCLUSÕES.................................................................................................... 60

5.1. Contribuições ________________________________________________ 60

5.2. Limitações da Pesquisa ________________________________________ 61

vi
5.3. Trabalhos Futuros _____________________________________________ 61

REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 62

Anexo I - Plantas de Waste to Energy no Mundo ........................................................ 65

vii
Lista de Figuras

Figura 1 - Geração de RSU total e per capita no Brasil (ABRELPE, 2013) ................... 6

Figura 2 – Percentual de resíduos gerados no Brasil em 2013 (ABRELPE, 2013)........ 7

Figura 3 - Coleta de RSU total e per capita no Brasil (ABRELPE, 2013)....................... 8

Figura 4 - Índice de abrangência da coleta de RSU (%) (ABRELPE, 2013) .................. 9

Figura 5 - Iniciativas de coleta seletiva nos municípios brasileiros em 2013 (ABRELPE,


2013) .......................................................................................................................... 10

Figura 6 - Destinação final dos RSU Coletados no Brasil (ABRELPE, 2013) .............. 11

Figura 7 - Quantidade de usinas de Incineração ......................................................... 17

Figura 8 - Capacidade de processamento (t/d) e potencial de geração de energia (MW)


................................................................................................................................... 18

Figura 9 - Composição requerida para a combustão espontânea da massa de resíduos


(Adaptado de WtERT, 2013) ....................................................................................... 24

Figura 10 - Modelos de sistemas de grelhas (Adaptado de Bilitewski et al., 1997) ..... 27

Figura 11 - Incinerador de leito fluidizado do tipo circulating (Adaptado de Van


Caneghem et al., 2012). ............................................................................................. 29

Figura 12 - Estrutura das unidades que compõem o Ciclo de Rankine (Adaptado de


WP, 2014)................................................................................................................... 31

Figura 13 - Diagrama T-S e o Ciclo de Rankine (MSPC, 2008) .................................. 32

Figura 14 - Planta de usina de recuperação de RSU (Plastivida, 2012) ...................... 34

Figura 15 – Diagrama esquemático do processo de incineração ................................ 43

Figura 16 - Potencial teórico de geração de energia considerando a segregação do


material ....................................................................................................................... 55

viii
Lista de Tabelas

Tabela 1 - Quantidade de RSU gerados no Brasil por região........................................ 7

Tabela 2 - Distribuição das instalações de incineração WtE no mundo ...................... 16

Tabela 3 - Capacidade instalada da tecnologia de incineração WtE na Europa .......... 16

Tabela 4 - Principais informações e características de unidades de incineração em


operação no País ........................................................................................................ 21

Tabela 5 - Padrões ambientais de emissão vigentes no Brasil e em países europeus 36

Tabela 6 - Padrões ambientais de emissão vigentes nos EUA ................................... 37

Tabela 7 - Condições para controle de emissão de poluentes em usinas de


processamento térmico de RSU ................................................................................. 37

Tabela 8 - Composição típica dos resíduos do aterro sanitário de Bauru.................... 48

Tabela 9 - Análise elementar do RSU combustível em base úmida ............................ 49

Tabela 10 - Quantidades dos reagentes ..................................................................... 50

Tabela 11 - Entalpias dos reagentes e produtos das reações químicas de combustão


................................................................................................................................... 52

Tabela 12 - Entalpia e massa molecular da água ....................................................... 54

Tabela 13 - Poder calorífico efetivo por segregação de material (MJ/kg) .................... 55

Tabela 14 - Balanço de massa do processo de incineração ....................................... 57

ix
1. INTRODUÇÃO

1.1. Motivação e Relevância do Estudo

A geração de resíduos sólidos é consequência de grande parte das atividades


realizadas pelo homem desde sua existência. Fruto dos avanços tecnológicos, do
acentuado crescimento populacional e do padrão de vida consumista das sociedades,
atualmente, a enorme quantidade de resíduos produzidos é motivo de preocupação,
principalmente nos grandes centros urbanos.

De modo geral, o consumo excessivo e a demanda por bens cada vez menos
duráveis vem sendo estimulados por diversas áreas do comércio e por diferentes tipos
de indústrias. Entretanto, apesar do benefício gerado para o consumidor com a
inserção de novos produtos em seu cotidiano, o consumismo tem consequências
negativas preocupantes, que vão desde o esgotamento dos recursos naturais até a
geração de resíduos sólidos em excesso.

Associado ao consumo e ao descarte exagerado de materiais pode-se


mencionar que o incorreto gerenciamento da limpeza urbana, prática comum em
diversas cidades brasileiras, é fator agravante. A disposição inadequada de rejeitos
descartados aliada à falta de tratamento dos mesmos resulta não só na contaminação
ambiental e no favorecimento à proliferação de vetores de doenças, mas também em
desperdício material e energético uma vez que parte considerável dos resíduos é
passível de reaproveitamento e geração de lucro.

Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável passou a ser um dos grandes


desafios mundiais atuais. Henriques (2004) reforça a responsabilidade da sociedade
quanto à proposição de alternativas menos impactantes ao meio ambiente, mostrando
então a necessidade da pesquisa de novas técnicas e tecnologias que visem a
disposição de rejeitos. De forma associada, é exaltada por Mavropoulos (2010) a
viabilidade do emprego da tecnologia de incineração como opção para a solução de
problemas ambientais associados ao destino final dos resíduos sólidos urbanos.

De acordo com Henriques (2004), o desenvolvimento mais recente da


tecnologia de incineração incluiu a modernização dos sistemas de controle e
tratamento de gases poluentes, promovendo condições para a maior aceitabilidade de
unidades baseadas no tratamento térmico de resíduos. Atualmente, são diversos os

1
países que utilizam a incineração como solução para a disposição final e o
aproveitamento energético de RSU.

Além das questões que envolvem a limpeza urbana, a diversificação da matriz


energética, independente do momento de crise, é um assunto também interessante,
que torna a aplicação de incineração, assim como de outras técnicas que envolvem
reaproveitamento energético, economicamente mais atraentes em virtude,
principalmente, da geração de energia.

Dessa forma, a principal motivação deste projeto é contribuir com a


investigação do tema em questão, fazendo-se útil para a promoção tanto da
destinação adequada de resíduos sólidos, como também estimular a pesquisa de
técnicas com recuperação energética.

1.2. Objetivos

O presente trabalho tem como objetivo principal o estudo da tecnologia de


incineração, com foco na conversibilidade da energia a partir dos resíduos sólidos
urbanos. Como esta técnica já se encontra implementada em diversos países, a
pesquisa propõe um estudo de caso a fim de estimar teoricamente a quantidade de
energia que pode ser produzida com a incineração dos RSU gerados no município de
Bauru, no estado de São Paulo, de acordo com a segregação parcial dos materiais
que o compõem.

É também finalidade do projeto a descrição de conceitos básicos sobre


resíduos sólidos urbanos e a apresentação de um panorama da situação da tecnologia
de incineração no contexto nacional e internacional. Como demais objetivos
específicos, foram levantados:

 Incentivo a discussão sobre soluções alternativas para o tratamento de


resíduos sólidos;

 Incentivo a discussão da diversificação da matriz energética;

 Geração de novos conhecimentos tanto para Bauru, localidade de aplicação do


Estudo de Caso, quanto para demais localidades interessadas;

 Contribuição para trabalhos futuros desenvolvidos nessa área.

2
1.3. Organização do Texto

O presente trabalho apresenta-se dividido em 5 capítulos:

O primeiro compreende a Introdução, onde são descritas as motivações, a


relevância do tema e os objetivos da pesquisa, de forma a contextualizar o estudo.

O segundo compreende a Revisão Bibliográfica, onde são descritas definições


e conceitos básicos sobre resíduos sólidos urbanos no Brasil. É apresentado ainda um
panorama da tecnologia de incineração, que aborda o estado da arte da tecnologia, as
principais técnicas utilizadas e algumas questões ambientais.

O terceiro compreende o Estudo de Caso, onde é descrita a parte prática do


projeto, a metodologia empregada e os principais resultados alcançados.

O quarto compreende as Discussões de Resultado do projeto, onde são


avaliados os resultados obtidos na parte prática e é realizada a associação dos
mesmos com o referencial teórico.

O quinto compreende as Conclusões, onde são descritas as principais


contribuições do trabalho e são propostos novos questionamentos a partir dos
resultados e das limitações a que a pesquisa esteve sujeita.

3
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Resíduos Sólidos Urbanos

2.1.1. Definição e Caracterização

Uma das principais leis brasileiras de resíduos sólidos é a Lei nº 12.305/2010,


que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Essa lei contém instrumentos
importantes para o avanço do País no tratamento dos resíduos não só em termos
ambientais, mas também nos âmbitos social e econômico.

A mesma prevê a redução na geração de resíduos, propondo a prática de


hábitos de consumo sustentáveis e instrumentos que incentivam a reciclagem, a
reutilização e o tratamento dos resíduos sólidos, bem como a disposição
ambientalmente correta dos rejeitos. Na esfera social, a lei propicia a inclusão de
catadores de materiais recicláveis tanto na Coleta Seletiva, como na Logística Reversa
dos resíduos e embalagens.

Resíduo sólido é definido nessa Política como um “material, substância, objeto


ou bem descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja destinação
final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados
sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em
corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente inviáveis
em face da melhor tecnologia disponível”.

Os resíduos sólidos podem ser classificados quanto à sua periculosidade e


quanto à sua origem, sendo os resíduos perigosos aqueles que geram risco
significativo ao meio ambiente ou à saúde pública em razão de suas propriedades1.
Assim sendo, os resíduos sólidos urbanos são enquadrados como não perigosos e
englobam os resíduos domiciliares, que são originários de atividades domésticas em
residências urbanas, e os resíduos de limpeza urbana, originários da varrição, limpeza
de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana.

1inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade,


teratogenicidade e mutagenicidade.

4
A NBR 10.004/2004, legislação técnica representada pela ABNT - Associação
Brasileira de Normas Técnicas, também classifica os resíduos sólidos quanto aos seus
riscos potenciais à saúde e ao meio ambiente. A norma, além de classificar os
resíduos em perigosos e não perigosos, subdivide o segundo caso em “não inertes” e
“inertes”. Para a classificação do resíduo segundo a NBR em questão, devem ser
identificadas suas características, propriedades e origem, além de realizada uma
comparação entre o resíduo a ser classificado e as listagens apresentadas na norma.
(ABNT, 2004)

A Empresa de Pesquisa Energética classifica os resíduos sólidos quanto à sua


origem (urbanos, industriais e agrícolas) e propriedades (inertes e combustíveis).
(EPE, 2008) Para o presente trabalho, a classificação do resíduo sólido como
combustível é muito útil, uma vez que é de extrema importância para o tratamento via
incineração com aproveitamento energético que o resíduo tenha boas propriedades
combustíveis.

A respeito do gerenciamento dos resíduos sólidos, por meio da Lei nº 12.305,


de 2010, entende-se esse processo como um conjunto de ações praticadas nas
etapas de coleta, transporte, tratamento e destinação final ambientalmente adequada
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.

Este trabalho tem, portanto, foco no gerenciamento de resíduos sólidos


urbanos, material não perigoso, composto por resíduos domiciliares e resíduos de
limpeza urbana, especificamente na parte do tratamento e destinação final
ambientalmente adequada.

2.1.2. Contexto Nacional

Os dados apresentados a seguir foram extraídos do Panorama de Resíduos


Sólidos no Brasil, um relatório anual elaborado pela ABRELPE (2013) - Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, onde são
apresentadas informações sobre os resíduos sólidos no país referentes ao ano de
2013. Este é o estudo mais recente, até o presente momento, a respeito do assunto.

De acordo com o referido estudo, em 2013, foram gerados mais de 76,3


milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos no Brasil, o que representou um
crescimento de 4,1%, quando comparando ao ano anterior. Esse índice superou a

5
taxa de crescimento populacional do período, que foi de 3,7%, apontando um
crescimento da geração per capita de RSU de 0,39%. Os dados de geração total e per
capita de resíduos sólidos urbanos são apresentados na Figura 1.

Figura 1 - Geração de RSU total e per capita no Brasil (ABRELPE, 2013)

Em relação às regiões brasileiras, em 2013, a região Sudeste foi responsável


pela geração de 102 mil toneladas de resíduos por dia, aproximadamente, 50% do
total gerado no País. A segunda região com a maior geração foi a região Nordeste,
onde diariamente foram descartadas cerca de 53 mil toneladas de resíduos sólidos
urbanos, representando 26% do total. Em seguida, estão as regiões Sul, Centro-Oeste
e Norte, as quais geraram entre 7% e 10% cada uma. A Tabela 1 apresenta as
quantidades de RSU gerados para cada região no Brasil em 2012 e em 2013 e a
Figura 2, o valor percentual de geração para cada região em 2013.

6
Tabela 1 - Quantidade de RSU gerados no Brasil por região

(ABRELPE, 2013)

Figura 2 – Percentual de resíduos gerados no Brasil em 2013 (ABRELPE, 2013)

Do total de resíduos gerados em 2013 no País, 90,4% foram coletados, ou


seja, aproximadamente 69 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos. A Figura
3, apresentada a seguir, mostra um aumento de 4,4% na quantidade de resíduos e de
0,64% na quantidade de resíduos per capita coletada em 2013 em relação ao ano
anterior. A comparação deste índice com a taxa de geração aponta uma pequena
evolução na cobertura da coleta, indicando um progresso na universalização desse
serviço.

7
Figura 3 - Coleta de RSU total e per capita no Brasil (ABRELPE, 2013)

A região que apresentou o pior serviço de coleta em 2013 foi a região


Nordeste. Mesmo com um crescimento em relação ao ano anterior, somente 78,2%
dos resíduos sólidos urbanos gerados nesse período foram coletados nessa parte do
País. Na região Sudeste a situação é inversa e 97,9% dos resíduos sólidos urbanos
gerados foram coletados nesse período, apresentando o melhor serviço de coleta do
País. Nas demais regiões, Sul, Centro-Oeste e Norte, foram coletados entre 80% e
94% de resíduos gerados em cada uma. Esses dados são apresentados na Figura 4,
abaixo.

8
Figura 4 - Índice de abrangência da coleta de RSU (%) (ABRELPE, 2013)

Em 2013, os municípios brasileiros que registraram alguma iniciativa de coleta


seletiva representavam cerca de 62% do total, conforme é apresentado na Figura 5.
Entretanto, é conveniente salientar para o fato de que, embora esse número seja
expressivo, estas iniciativas resumem-se, muitas vezes, apenas a convênios com
cooperativas de catadores ou disponibilização de pontos de entrega voluntária, não
abrangendo a totalidade da população ou do território do município.

9
Figura 5 - Iniciativas de coleta seletiva nos municípios brasileiros em 2013 (ABRELPE, 2013)

Analisando os dados apresentados, deve-se destacar que, no diz respeito à


coleta de resíduos sólidos no Brasil, os índices de 2013 mostraram-se mais eficazes
se comparados ao ano anterior, apresentando crescimento no período indicado.
Entretanto, referente aos números geração de resíduos divulgados pelo Relatório,
ainda não foram evidenciados avanços significativos no País para o controle desse
indicador, o que é ilustrado pelo aumento per capita da quantidade de resíduos sólidos
descartados.

A destinação final dos resíduos sólidos urbanos no Brasil, última etapa do


gerenciamento da limpeza pública, apresenta também valores negativos. Segundo a
referida pesquisa, mais de 41% dos RSU coletados no País em 2013, foram dispostos
inadequadamente, totalizando cerca de 28,8 milhões de toneladas de material
coletados encaminhados para lixões ou aterros controlados. Em 2012, esse valor
correspondia a 22,6 milhões de toneladas, o que mostra um aumento na destinação
inadequada de resíduos sólidos. A Figura 6 apresenta o quadro descrito.

10
Figura 6 - Destinação final dos RSU Coletados no Brasil (ABRELPE, 2013)

Tendo em vista que, atualmente, o tratamento adequado dos resíduos sólidos


urbanos coletados no País resume-se ao encaminhamento dos mesmos para aterros
sanitários ou para a atividade de reciclagem, que é realizada em proporções
muitíssimo menores, pode-se fazer uma análise final negativa a respeito do
gerenciamento brasileiro deste material. Considerando as diversas possibilidades de
reciclagem e produção de renda por meio dessa atividade, temos que a destinação
inadequada de resíduos sólidos urbanos deve ser encarada como uma prática
extremamente danosa, geradora de grande prejuízo para o País.

Ainda, mesmo com a legislação mais restritiva, o conjunto de índices


apresentados reflete a carência de recursos aplicados ao setor limpeza urbana no
Brasil, que em 2013 foi aproximadamente R$ 10,00 por habitante por mês para todos
os serviços de limpeza urbana (varrição de vias, coleta, transporte, destinação). Esse
quadro agrava ainda mais os problemas expostos e distancia a efetividade da Lei
12.305/2010, já que as mudanças demandadas por essa política requerem
investimentos concretos que dependem de sustentabilidade econômica.

Aliado ao problema exposto, temos que os estímulos por parte das autoridades
em relação à reciclagem e à coleta seletiva foram também escassos, repercutindo em
índices limitados para essas atividades, que mesmo com o esforço da população e
entidades privadas, avançaram pouco nos últimos anos, mostrando que o modelo
desenvolvido até agora no País precisa ter maiores investimentos.

11
Por fim, tendo por base os dados apresentados nesse capítulo, é possível
verificar que o Brasil apresenta evolução bastante lenta tanto no que diz respeito à
implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, quanto para o
estabelecimento de uma gestão de resíduos sólidos eficaz e sustentável. Vê-se,
portanto, a necessidade de desenvolvimento de uma nova estratégia, de forma a
otimizar o aproveitamento dos recursos existentes nos materiais descartados.

2.2. Incineração

2.2.1. Estado da Arte da Tecnologia de Incineração

No passado, o principal objetivo da tecnologia de incineração resumia-se na


redução da massa, do volume, e da periculosidade dos resíduos. Atualmente, além
destes mesmos objetivos, e que podem resultar em redução superior a 90%, a
tecnologia de Incineração se apropria do poder calorífico dos resíduos de natureza
combustível, e propicia o aproveitamento da energia térmica decorrente do próprio
processo de combustão. (Menezes, 2000)

A tecnologia de Incineração hoje empregada no mundo incorpora além dos


mecanismos de aproveitamento da energia térmica, o desenvolvimento de sistemas de
tratamento e depuração de gases, capazes de controlar, significativamente, a emissão
de poluentes atmosféricos, e satisfazer, em geral, aos padrões ambientais de emissão
vigentes.

Em função da tecnologia de Incineração inicialmente empregada no mundo, a


partir do início do século passado, não contemplar o controle da emissão de gases
poluentes, problemas ambientais relacionados à poluição do ar foram de fato a ela
associados, influenciando, negativamente, seu maior desenvolvimento. Observa-se
que em todo o mundo, e inclusive no Brasil, o imaginário popular sobre a tecnologia de
Incineração sempre a associou, e continua a associando a uma fonte de emissão de
gases poluentes.

Processos de licenciamento ambiental de unidades de processamento térmico


de RSU se dedicam principalmente a assegurar o rigoroso controle das emissões
atmosféricas. O desenvolvimento mais recente da tecnologia, incluindo a
modernização dos sistemas de controle e tratamento de gases poluentes, promoveu
ambiente para a maior aceitabilidade de unidades de Incineração baseadas em

12
tecnologia Waste-to-Energy (WtE); atualmente são diversos os países que a utilizam
como solução para a disposição final e de aproveitamento energético de RSU
(Henriques, 2004).

A viabilidade do emprego da tecnologia de Incineração WtE depende da


compreensão de que a mesma se constitui em opção para a solução de problemas
ambientais associados ao destino final dos RSU, e não, contrariamente, e de forma
irreversível, se constitui em uma fonte de outros problemas ambientais. Além de
aspectos ambientais e econômicos, outras questões sociais, culturais e políticos-
institucionais são também determinantes no processo de decisão pela adoção de uma
dada solução tecnológica, e no caso dos RSU não é diferente (Mavropoulos, 2012).

Obviamente, a tendência mundial de crescimento populacional e,


analogamente, de crescimento do volume de RSU, requererá a consolidação de
tecnologia capaz de viabilizar técnica e economicamente, e de forma ambientalmente
sustentável, uma efetiva solução para a disposição final dos RSU. A tendência de
ênfase à aplicação da escala hierárquica do modelo de Gestão Integral de Resíduos
Sólidos (GIRS), e que contempla a redução da geração, o incremento da reciclagem
de materiais e a restrição do emprego de aterros sanitários, implicará no contínuo
desenvolvimento de soluções tecnológicas WtE, e dentre estas, desponta o
processamento térmico de RSU. (Mavropoulos, 2012)

Pode-se afirmar que a incineração de RSU com base em tecnologia WtE é


consistente com os objetivos e diretrizes da Política Nacional de Resíduos Sólidos,
uma vez que além de satisfazer os critérios de emissão atmosférica vigentes, a
otimização do processo depende de adequada triagem e prévia separação de
resíduos não combustíveis, possibilitando o desenvolvimento de toda a cadeia de
coleta seletiva, e que inclui a geração de empregos diretos e indiretos.

O processo de incineração depende da manutenção de elevada temperatura


em fornos, que na presença de oxigênio em excesso, é capaz de promover a queima
de resíduos combustíveis. A incineração promove a geração de cinzas inertes, isentas
de matéria orgânica e inorgânica combustível, como resíduo do processo. A tecnologia
de incineração atualmente contempla processos baseados em técnicas do tipo Mass
Burning e Refuse-derived Fuel, e em reatores de incineração do tipo Grelha e Leito
Fluidizado.

13
2.2.2. Contexto Mundial e Nacional

O primeiro incinerador de RSU, construído em 1876 em Manchester, na


Inglaterra, foi operado por aproximadamente 27 anos. Somente após a 2ª Guerra
Mundial, é que se observa o significante aumento do emprego da tecnologia de
Incineração, e desde então, somente visava a redução mássica e volumétrica dos
resíduos. Pode-se afirmar que as instalações anteriores a 1950 caracterizavam-se
como em estágio de evolução incipiente e ainda primário, se comparadas às plantas
instaladas a partir de 1950 (Henriques, 2004).

Neste contexto, a evolução da tecnologia pode ser classificada segundo 4


períodos distintos, compreendidos entre os anos de 1950 e 1965, 1965 e 1975, 1975 e
1990, e 1990 aos dias atuais (Henriques, 2004).

Na primeira fase, entre 1950 e 1965, a tecnologia de Incineração ainda


somente visava a redução do volume de resíduos, sem qualquer preocupação em
relação ao controle das emissões de gases poluentes. Enquanto sistemas mais
modernos atualmente atingem concentrações de até 3mg/Nm³, a poeira gerada pela
tecnologia da época era capaz de alcançar valores de até 1000mg/Nm³. As principais
unidades de Incineração instaladas durante esta fase foram as usinas de Lausanne
(1959), Berna (1954), e Bruxelas (1957). (Henriques, 2004)

Durante os anos 60 e 70, se observa o largo desenvolvimento da aplicação da


tecnologia, e no período compreendido entre os anos de 1965 e 1975 é que a mesma
passa a incorporar os primeiros sistemas de controle de gases poluentes, capazes de
limitar emissões atmosféricas segundo concentrações da ordem de 100mg/Nm³. Este
período também é caracterizado pelo desenvolvimento dos incineradores de câmara
dupla, dos sistemas tipo grelha, e dos primeiros estudos relacionados ao potencial de
aproveitamento da energia térmica gerada pelo processo. (Henriques, 2004)

Entre 1975 e 1990, a tecnologia é caracterizada pelo impulso ao


desenvolvimento de sua eficiência energética e pelo cerceamento de restrições
ambientais relacionadas à emissão de gases poluentes. Os problemas de poluição
começam a ganhar mais atenção do público. EUA, Japão e países europeus
estabelecem rigorosos requisitos no âmbito da legislação ambiental, obrigando a
adequação das instalações existentes, que quando inviável técnica ou
economicamente, levou inúmeras plantas de incineração em desconformidade ao
encerramento de suas atividades. Neste contexto, desenvolve-se tecnologia mais

14
complexa para o tratamento de gases ácidos e a neutralização de HCl, SOx, HF e
metais pesados. As caldeiras sofrem processos de melhoria, assim como o processo
de combustão de constituintes orgânicos. As plantas são também equipadas com
tecnologia de instrumentação, automação e controle. A cogeração de energia térmica
e elétrica a partir do processamento de RSU passa a ser difundida como opção
sustentável de geração de energia renovável. (Henriques, 2004)

A partir de 1990, por exigência de setores organizados da sociedade, é


ampliado o rigor do controle das emissões atmosféricas, estabelecendo-se como meta
a “emissão zero”. Surge a maior atenção sobre a emissão de NO x, furanos e dioxinas,
o que passa a requerer o desenvolvimento de tecnologias de tratamento cada vez
mais avançadas. Por outro lado, observa-se também a preocupação em relação à
qualidade dos resíduos finais da incineração, de forma que cinzas inertes possam ser,
de forma segura, recicladas ou dispostas no ambiente. A sofisticação da tecnologia de
incineração passa envolver as etapas de pré-tratamento dos RSU, visando sua melhor
homogeneização e redução de umidade, e por conseguinte, o aumento do poder
calorífico para a geração de energia. Os reatores de combustão contemplam a
sofisticação no sentido do melhoramento dos sistemas de turbilhonamento, secagem,
ignição e controle da combustão. (Henriques, 2004)

No contexto Waste-to-Energy (WtE), os processos de recuperação energética a


partir dos RSU são atualmente bem estabelecidos, promovendo anualmente o
processamento de mais de 100 milhões de toneladas, através de mais de 550
instalações em todo o mundo.

Na União Europeia, mais de 20% dos RSU são destinados a plantas de


incineração WtE, sendo desta mesma forma processados na Holanda, Suíça e
Dinamarca mais de 40% dos resíduos gerados. No Japão, este valor se eleva para
79%, projetando-se que a partir de 2010 sejam gerados 4.170 MW de energia a partir
do processamento de RSU. Nos EUA, 13% da totalidade de RSU é processada em
plantas de Incineração WtE. A Tabela 2 resume a distribuição das instalações de
Incineração WtE no mundo. (Riscado et al., 2010)

15
Tabela 2 - Distribuição das instalações de incineração WtE no mundo
Instalações em Capacidade Potencia Instalada
País/Região
Operação (106 t/ano) (MW)

8.800 MW: 30% Elétrica e


União Europeia 301 50,2
70% Térmica

Japão 189 39 847 MW: Elétrica e Térmica

2.760 MW: 90% Elétrica e


EUA 98 29,4
10% Térmica

(Adaptado de Riscado et al., 2010)

Em relação ao início da década passada, a Tabela 3 indica a estimativa da


capacidade instalada da tecnologia de Incineração WtE na Europa, totalizando valor
superior a 40 milhões t/ano, e a geração elétrica e térmica, de respectivamente, 41 e
110 milhões GJ (Themelis, 2004).

Tabela 3 - Capacidade instalada da tecnologia de incineração WtE na Europa

País Capacidade (103 t/ano) Energia Térmica (GJ) Energia Elétrica (GJ)

AUSTRIA 450 3.053.000 131.000


DINAMARCA 2.562 10.543.000 3.472.000
FRANÇA 10.984 32.303.000 2.164.000
ALEMANHA 12.853 27.190.000 12.042.000
HUNGRIA 352 2.000 399.000
ITALIA 2.169 3.354.000 2.338.000
HOLANDA 4.818 9.130.000
NORUEGA 220 1.409.000 27.000
PORTUGAL 322 1.000 558.000
ESPANHA 1.039 1.934.000
SUÉCIA 2.005 22.996.000 4.360.000
SUÍÇA 1.636 8.698.000 2.311.000
REINO UNIDO 1.074 1.000 1.895.000
TOTAL 40.484 109.550.000 40.761.000
(Adaptado de Themelis, 2004)

16
O gráfico da Figura 7 consolida para diferentes países do mundo, a quantidade
de usinas de Incineração WtE cujas informações e indicadores principais foram objeto
de levantamento realizado no âmbito do presente trabalho (apresentado no Anexo I), e
que contempla o local de instalação da usina, operador, potência de geração de
energia, início de operação, tipo de resíduos processados, fabricante da tecnologia,
capacidade nominal da usina, e tipo de tecnologia aplicada. (Idustcards, 2013)

Plantas WtE

Figura 7 - Quantidade de usinas de Incineração

Das informações e indicadores obtidos deste universo de unidades, pode-se


destacar que:

 A maioria das unidades encontra-se em países da Europa, aonde totalizam a


geração de 3.051 MW de energia;

 O levantamento contempla informações de mais 40 instalações de Incineração


WtE existentes nos EUA, aonde totalizam a geração de 1.541 MW; outros
países são responsáveis pela geração de 727 MW;

 A maioria da totalidade das instalações apresenta capacidade de


processamento inferior a 1.500 t/d e potencial de geração de energia inferior a
40 MW;

17
 Grande parte das instalações emprega a tecnologia de Incineração WtE
baseada em sistema de grelhas, e sistemas de tratamento de gases baseados
em lavadores químicos e precipitadores eletrostáticos;

 Dentre as unidades cadastradas, a de maior potência instalada - 124 MW,


encontra-se implantada nos EUA; instalações de muito pequeno porte – de até
1 MW, foram também cadastradas.

Baseada neste mesmo universo, e considerando aquelas usinas cujas


informações encontravam-se disponíveis, o gráfico da Figura 8 relaciona a capacidade
de processamento instalada (t/d) ao potencial de geração de energia (MW) que estas
usinas apresentam.

Plantas WtE

Figura 8 - Capacidade de processamento (t/d) e potencial de geração de energia (MW)

Como anteriormente mencionado, a eficiência de geração de energia a partir


do processamento de RSU em plantas de incineração é muito variável e o grau de
incerteza sobre estes valores pode ser atribuído às variações regionais da quantidade
e composição dos resíduos, bem como à tipologia da tecnologia e às condições de
operação do processo. Themelis (2004) estima que esta eficiência possa alcançar até
65 kW/ (t/dia) de resíduo processado. Os resultados que expressam o gráfico da
Figura 8 indicam que para o universo de usinas analisadas, a eficiência de geração de

18
energia da tecnologia por elas empregadas encontra-se compreendida entre 25 e 60
kW/(t/dia) de resíduo processado.

No Brasil, o primeiro incinerador de RSU foi instalado em 1896, em Manaus. O


equipamento possuía capacidade de processamento da ordem de 60 t/d, tendo sido
desativado por problemas de manutenção, 62 anos após sua instalação. Em Belém,
outra unidade com características similares, foi pelo mesmo motivo, também
desativado em 1978 (Henriques, 2004).

Em 1913, em São Paulo, tem-se o registro da instalação de um incinerador


com capacidade de processamento de 40 t/d, alimentado manualmente, e tendo lenha
como combustível primário. Devido à limitação de sua capacidade de processamento
para atendimento a quantidade de RSU coletados, e por sua desfavorável localização,
a unidade foi desativada em 1948 (Henriques, 2004).

Em 1949, outro incinerador com capacidade de 200t/dia foi instalado no bairro


em Pinheiros, São Paulo. Com tecnologia americana baseada em regime de batelada,
a unidade era dotada de sistema rotativo vertical para a homogeneização dos
resíduos. Atualmente desativado, este incinerador foi operado por cerca de 40 anos.
Outros dois incineradores com capacidade de 300 t/d foram instalados também na
cidade de São Paulo, em Ponte Pequena e Vergueiro, respectivamente em 1959 e em
1968. Todas estas instalações não foram capazes de atender aos padrões ambientais
impostos pela legislação vigente, e desde o ano 2000, encontram-se também
desativadas. (Henriques, 2004).

Já no Rio de Janeiro, a partir de 1950, observa-se a proliferação do emprego


de incineradores residenciais, principalmente em edificações mais altas, e de vários
andares, como solução descentralizada para a destinação final dos resíduos sólidos.
Cerca de 20 anos depois, com o desenvolvimento do sistema de coleta pública
municipal de RSU e restrições ambientais devido a emissão difusa de gases
poluentes, sem qualquer tipo de controle, este modelo foi abolido (Henriques, 2004).

Por outro lado, incineradores para o processamento de resíduos hospitalares,


aeroportuários e industriais, foram também objeto de implantação no País a partir de
1970. Uma grande quantidade de incineradores de porte muito pequeno e com baixa
capacidade de processamento, inferior a 100 kg/hora, foram instalados em
estabelecimentos e serviços de saúde no País, para o processamento dos resíduos
hospitalares. A grande maioria destes encontra-se desativada ou é operada mediante

19
elevadas emissões de poluentes atmosféricos e em desconformidade com a legislação
ambiental.

Já em 1994, por iniciativa da administração da cidade de São Paulo, projeto


previa a construção de dois grandes incineradores, com capacidade de
processamento de 2.500 t/d cada. Dificuldades diversas ocorreram no sentido de sua
viabilidade técnica e econômica, destacando-se a indefinição quanto às fontes e o
valor de remuneração dos serviços prestados e à oferta de garantias ao
empreendedor pela concessão de serviços de longo prazo, bem como a forte pressão
contrária exercida por parte da opinião pública, baseada em receio quanto aos
impactos ambientais do projeto (Henriques, 2004). A Tabela 6 resume as principais
informações e características de unidades de incineração em operação no País.

20
Tabela 4 - Principais informações e características de unidades de incineração em operação no País

Capacidade Tipos e Características dos


Planta Tecnologia Tipo Tratamento dos gases Destino final das cinzas
(t/ano) Resíduos

Sólido, líquido, pastoso Lavadores ácido e alcalino


BASF Guaratinguetá SP Inter-Uhde Rotativo 2.700 Aterro industrial terceirizado
Exceto ascarel O2, CO e SOx

BAYER Berfort Sólido, líquido, pastoso Lavadores ácido e alcalino


Inter-Uhde Rotativo 3.200 Aterro industrial próprio
Roxo RJ Inclui Difenilas O2, CO

Lavadores ácido e alcalino


CETREL Camaçari BA Sulzer Rotativo 10.000 Líquidos organoclorados Aterro industrial próprio
O2, CO2 e Nox

Coletor ciclone +
CETREL Camaçari BA Andersen Rotativo 4.500 Sólidos Classe I Lavadores ácido e alcalino Aterro industrial próprio
CO, O2, CO2, Nox, SO2
Coletor ciclone +
CIBA Taboão da Org. e Inorgânicos
Inter-Uhde Rotativo 3.200 Lavadores ácido e alcalino Aterro industrial próprio
Serra SP Exceto ascarel
NOx, SOx, O2, CO, MP

CINAL Mal. Câmara Sólido, líquido, pastoso Lavadores ácido e alcalino


CBC/Nittetu 11.500 Aterro industrial próprio
Deodoro AL horizontal Inclui PCBs e organoclorados CO, CO2, O2, NOx, SOx, MP

CLARIANT Suzano Lavadores ácido e alcalino


Inter-Uhde Rotativo 2.700 Sólido e pastoso Aterro industrial terceirizado
SP CO, CO2, O2, NOx, SOx, MP

Lavadores ácido e alcalino


ELLILLT Cosmópolis SP Inter-Uhde Rotativo 10.400 Sólido, líquido, pastoso Aterro industrial próprio
O2, CO, CO2
KOMPAX Fortaleza Câmara Serviços de saúde e Lavadores ácido e alcalino
Kompac 10.950 Aterro industrial
CE horizontal industriais CO2, CO, O2, SO2, NOx, HCl, Cl2
RHODIA Cubatão Sólido, líquido, pastoso Inclui Lavadores ácido e alcalino
Rhone-Poulanc Rotativo 18.000 Aterro industrial
SP organoclorados O2, CO, CO2, NOx
SILCON Paulínea Leito fixo Lavadores ácido e alcalino
Hoval 3.600 Serviços de saúde Aterro industrial
SP pirolítico O2, CO, CO2, NOx

(Adaptado de IPM, 2002)

21
Hoje em operação no Brasil, a USINAVERDE desenvolve tecnologia para a
implantação de Usinas de Recuperação Energética de resíduos sólidos urbanos.
Situada no Campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) da Ilha do
Fundão, essa empresa de capital privado tem como objetivo a consolidação e
aplicação da tecnologia em conjunto com agentes interessados na implantação da
incineração como solução ambiental.

Atualmente, o Centro Tecnológico da USINAVERDE tem capacidade nominal


para tratar 30 toneladas por dia de resíduos com geração de energia elétrica. Este
Centro opera como uma Usina Modelo, apresentando seus processos para
interessados na replicação das Usinas de Recuperação Energética e, deste trabalho,
já podem ser destacadas diversas melhorias como:

 “Novos equipamentos e processos que representaram uma expressiva


melhoria de eficiência energética;

 Novos equipamentos e processos que reduziram o espaço necessário à


instalação da URE;

 Comprovação de atendimento de emissões de gases de combustão abaixo dos


limites mais rígidos do mundo, compatível com normas europeias e
americanas;

 Histórico de operação que permite a eficiente e econômica gestão de


manutenção e desgaste de materiais submetidos aos resíduos brasileiros.”
(USINAVERDE, 2014)

2.2.3. Tecnologias de Incineração

A incineração utiliza-se de processos que geram elevadas temperaturas


quando da queima de RSU combustíveis em fornos na presença de oxigênio em
excesso. Tem-se a geração de cinzas (materiais inorgânicos), com algum material
carbonáceo residual como principal resíduo do processo.

Atualmente, as técnicas de incineração mais utilizadas são o Mass Burning e o


Refuse-derived Fuel. Na modalidade Mass Burning, os resíduos são incinerados de
forma bruta, sem qualquer pré-tratamento, excetuando a remoção de partes de
grandes dimensões. Por outro lado, na modalidade Refuse-derived Fuel, os resíduos

22
são previamente processados, de forma a remover materiais recicláveis e minimizar a
heterogeneidade da massa a ser efetivamente incinerada. Por não requerer a etapa
prévia de processamento, a técnica Mass Burning é a mais frequentemente utilizada.

A tecnologia de incineração apresenta como principais características


operacionais a pressão de trabalho, em torno de 50 bar; a elevada temperatura,
superior a 450°C; e o rendimento limitado a 25%. O processo de combustão pode ser
otimizado a partir do controle dos seguintes três fatores: temperatura, turbulência e
tempo de detenção.

Desde a introdução dos resíduos no incinerador, e em função do tipo de


sistema utilizado, a massa em combustão é sujeita a diversas temperaturas. Em um
primeiro momento, ao ser lançado no compartimento de acesso ao incinerador, sob
temperatura da ordem de 100°C, inicia-se o processo de perda de umidade por
mecanismos de radiação ou convecção. Ainda antes de alcançar a câmara de
combustão propriamente dita, sob baixa pressão atmosférica e temperatura da ordem
de 250°C, inicia-se o processo de volatilização. Já na câmara de combustão, sob
temperatura compreendida entre 600°C e 1.300°C e razão entre ar e resíduo entre 1,5
e 2,0 é que ocorre a completa oxidação.

A velocidade de transição entre estas fases é função da composição e do


poder calorífico dos resíduos em combustão. A Figura 9, seguinte, ilustra a
composição requerida para a combustão espontânea da massa de resíduos, baseada
somente no potencial combustível que apresenta, sem a necessidade de uso de fonte
externa e adicional de energia após atingida a temperatura de processo. A
composição padrão do RSU europeu apresenta 35% de material combustível, 30 % de
cinzas e 35% de água, resultando em poder calorífico da ordem de 6.0 MJ/kg
(Bilitewski et al., 1997).

23
Figura 9 - Composição requerida para a combustão espontânea da massa de resíduos
(Adaptado de WtERT, 2013)

Embora toda parte orgânica não reciclável dos RSU seja fonte combustível
para incineração, poderá o poder calorífico da massa em combustão mostrar-se
insuficiente, requerendo, eventualmente, a injeção de combustíveis auxiliares, tais
como GLP, gás natural ou óleo diesel. Em geral, este auxílio faz-se necessário no
momento da partida do incinerador (Henriques, 2004).

Materiais e parâmetros utilizados tanto no projeto como também na construção


do incinerador – como queimadores, sopradores, material refratário, isolante térmico,
interface refratário-aço, e a sincronia entre as câmaras – também são pontos
primordiais para minimizar a quantidade de combustível auxiliar necessária a ser
utilizada. Existem hoje no mercado, incineradores com baixo teor de emissões, alta
eficiência de queima e baixo consumo de combustível.

Em geral, a tecnologia de incineração WtE é constituída por unidades


modulares de duplo estágio. No caso, a massa bruta de RSU é introduzida na câmara
primária e na qual ocorre, de forma efetiva, o processo de combustão. Mediante
elevada temperatura, compreendida entre 500oC e 900oC, obtém-se nesta primeira
câmara, a volatilização de alguns compostos e a transformação dos resíduos não
volatilizados em partículas de tamanho muito diminuto.

De forma a evitar gradientes de temperatura muito elevados, capazes de


também induzir a volatilização de grandes quantidades de metais contidos nos
resíduos em combustão, mantém-se rigoroso controle da oferta e disponibilidade de

24
oxigênio livre no processo. Em geral, nesta primeira etapa, o tempo de residência do
processo é da ordem de 30 minutos (Henriques, 2004).

O sistema de ar primário pré-aquecido é injetado através do compartimento


inferior da caldeira, propiciando a mistura e a ignição do resíduo combustível. O
fornecimento equilibrado de ar primário à câmara de combustão contribui para a
queima controlada dos resíduos sem a emissão de compostos voláteis poluentes, e
para a manutenção do equilíbrio térmico da caldeira.

Toda a fase gasosa gerada nesta câmara primária, sob temperatura mínima de
850°C, é então encaminhada para a câmara secundária, na qual ocorre, de forma
complementar, a queima da mistura entre partículas remanescentes da queima,
dióxido de carbono, água e cinzas. Esta 2ª etapa é operada mediante temperatura
ainda mais elevada, compreendida entre 750oC e 1250oC, com tempo de residência
muito curto. Nesta 2ª câmara, ocorre a oferta e a disponibilidade de oxigênio em
excesso, de forma a propiciar atmosfera extremamente oxidante, e a sobre-elevação
da temperatura (Henriques, 2004).

O ar secundário é, de forma complementar, responsável pela queima da


mistura de partículas remanescentes da combustão e gases então gerados. A relação
entre a vazão de ar primário pré-aquecido e de ar secundário quente recuperado do
próprio processo tende a ser da ordem de 2/3 (Yin et al., 2008).

A tecnologia de Incineração WtE contempla a conexão de uma série de outras


unidades e equipamentos aos reatores de combustão, no sentido de promover a
recuperação do calor então liberado pelo processo de queima. Os sistemas de
incineração mais empregados atualmente para combustão de RSU são do tipo
Grelhas e o do tipo Leito Fluidizado.

A quantidade de material resultante do processo de queima, quando


comparada à quantidade original de resíduos, corresponde valores compreendidos
entre 12% e 30% em termos de massa e 4% e 10% em termos volumétricos. As
cinzas resultantes do processo podem ainda ser processadas no sentido da
recuperação de materiais principalmente ferrosos. Como destino final, podem sem
empregadas como material agregado em formulações de cimento.

As partículas mais finas presentes em suspensão nos gases exauridos da


câmara de combustão são retidas no sistema de tratamento de gases, por tecnologia
de separação por filtração ou por precipitação eletrostática (Henriques, 2004).

25
2.2.3.1. Sistema de Grelhas

A tecnologia de incineração desenvolveu-se a partir dos incineradores do tipo


grelha. Este sistema é constituído por 4 compartimentos principais: recepção de
resíduos e alimentação do incinerador, câmara de combustão (grelha), sistema de ar,
e sistema de descarte de cinzas (Yin et al., 2008). O sistema opera na modalidade
Mass Burning, sendo os resíduos incinerados de forma bruta, sem qualquer pré-
tratamento, excetuando a remoção de partes de grande dimensão.

Por um sistema de acionamento mecânico, os resíduos são introduzidos no


incinerador pela parte inferior da câmara de combustão. Logo imediatamente e
sujeitas ao fluxo forçado de ar ascendente, as partículas de menor dimensão entram
em combustão na própria atmosfera da fornalha, enquanto as partículas de maior
dimensão se depositam na superfície da grelha, onde são também queimadas (Yin et
al., 2008).

O sistema de grelha pode ser do tipo inclinado e fixo, favorecendo a sucessiva


exposição dos resíduos ao ambiente térmico, mediante o deslizamento gravitacional
dos mesmos, desde o ponto de entrada na câmara de combustão, até o
compartimento de recolhimento das cinzas (ash pit).

Já os sistemas móveis contam com estrutura mecânica capaz de promover o


transporte dos resíduos, também desde o ponto de entrada na câmara de combustão,
até o compartimento de recolhimento das cinzas. Neste contexto, destacam-se os
sistemas do tipo grelha móvel (traveling grate, (a)), de sentido único de movimentação
dos dispositivos mecânicos; o sistema counter direction push over grate (b), que
promove a movimentação alternada e em 2 sentidos; o sistema reciprocating grate (c),
cuja movimentação dos dispositivos mecânicos ocorre em sentido contrário à
movimentação da massa de resíduos em combustão, propiciando eficiente grau de
mistura e de acumulação de cinzas. A tecnologia conta ainda com os sistemas do tipo
grelha vibratória e do tipo tambor rotativo. A Figura 10 ilustra desenhos esquemáticos
dos diversos modelos de sistemas de grelhas (Bilitewski et al., 1997).

26
Figura 10 - Modelos de sistemas de grelhas (Adaptado de Bilitewski et al., 1997)

O sistema de grelha é capaz de processar resíduos combustíveis de tamanho e


forma heterogênea, contendo maior ou menor teor de umidade. Por não promover a
intensa mistura do material em combustão, o processo pode apresentar transientes de
instabilidade, e que podem ser compensados, mediante controle do sistema de ar
secundário.

2.2.3.2. Sistema de Leito Fluidizado

Em reatores de leito fluidizado, material sólido granulado e inerte, tal como


areia, calcário ou alumina, é mantido em suspensão no ambiente de combustão, sob
condições turbulentas, por meio da injeção de jato de ar ascendente. A eficiente
transferência de calor para a massa de resíduos em combustão é garantida pelo calor
emitido a partir do próprio leito aquecido de material sólido granulado. A turbulência
que a injeção de ar promove no ambiente impõe condições ideais de mistura no
interior da câmara de combustão.

27
Incineradores do tipo leito fluidizado que operam sob excesso de ar
compreendido entre 30 e 40%, e sob temperatura entre 750 e 850°C, mostram-se
energeticamente mais eficientes que o sistema de grelhas (Bontoux, 1999).

São três os tipos principais de incineradores de leito fluidizado: bubbling,


rotating e circulating. No tipo bubbling, o leito fluidizado permanece em estado
praticamente estacionário no fundo da câmara de combustão. O ar primário, fornecido
através de um distribuidor na parte inferior da caldeira, mantêm as partículas em
suspensão mediante velocidade de “fluidização” compreendida entre 0,5 e 3,0 m/s.
Neste modelo, o pré-tratamento dos resíduos é condição fundamental para a garantia
da adequada fluidização dos resíduos (Van Caneghem et al., 2012).

No tipo rotating, a distribuição não uniforme do ar primário promove o


estabelecimento de zonas de maior e menor turbulência, impondo melhores condições
de mistura. Neste modelo, a tecnologia admite o processamento de resíduos de
diferentes tamanhos, sem a necessidade de tão rigorosa etapa de pré-tratamento.

Já no tipo circulating, velocidades mais elevadas e da ordem de 3,0 a 9,0 m/s


impõem a contínua expulsão das partículas para o exterior da câmara de combustão,
de onde, separadas por um ciclone externo, retornam novamente ao fundo da câmara
de combustão (Van Caneghem et al., 2012). O desenho esquemático da Figura 11
ilustra um incinerador de leito fluidizado do tipo circulating.

28
Figura 11 - Incinerador de leito fluidizado do tipo circulating (Adaptado de Van Caneghem et al.,
2012).

Dentre as vantagens dos incineradores de leito fluidizado, pode-se destacar a


adaptabilidade a uma vasta variedade de tipos de resíduos, incluindo aqueles com
maior teor de umidade e menor poder calorífico. Elevadas taxas de combustão são
alcançadas em função da ação erosiva do material do leito e consequente exposição
de menores partículas ao ambiente, e em função da maior e melhor exposição das
mesmas devido à turbulência do leito fluidizado. A tecnologia assegura a completa e
uniforme combustão dos resíduos, com mínima geração de carvão (char) nas cinzas
(Van Caneghem et al., 2012).

A tecnologia opera na modalidade Refuse-derived Fuel, a qual requer o


processamento prévio dos resíduos, no sentido de minimizar a heterogeneidade da
massa a ser efetivamente incinerada; de reduzir o tamanho dos sólidos presentes na
massa bruta; de remover metais alcalinos com potencial de corrosão e incrustação, e
de remover cinzas originalmente presentes em resíduos com alto teor de formação de
cinzas.

29
2.2.4. Tecnologia de Recuperação Energética

O aproveitamento energético de resíduos por meio de processos térmicos se


dá, principalmente, por meio da utilização de turbinas a vapor. São diversos os
conceitos termodinâmicos necessários ao amplo entendimento da tecnologia de
aproveitamento da energia térmica proveniente da combustão de RSU. Dentre estes,
merecem inicial atenção os princípios em que se baseia o ciclo de Rankine.

O ciclo termodinâmico de Rankine expressa a conversão da energia térmica


(Q) em trabalho mecânico (W). Como fonte externa de energia (Q in), o calor é
fornecido a um sistema hidráulico cujo circuito utiliza a água na forma de vapor para a
conversão da energia em trabalho mecânico. Este sistema é o que induz o
funcionamento dos motores a vapor, sendo responsável por grande parte da energia
elétrica produzida no mundo. Os 2 tipos mais comuns de geração de energia que
utilizam os princípios do Ciclo Rankine são a fissão nuclear e a queima de
combustíveis fósseis, como o carvão, gás natural e petróleo. (Henriques, 2004).

O sistema de aproveitamento energético é constituído por quatro componentes


principais: a caldeira ou boiler, aonde a água armazenada é aquecida e vaporizada a
partir do calor proveniente da combustão dos resíduos; a turbina, que utiliza a pressão
do vapor gerado na caldeira, para produzir energia mecânica; o condensador, aonde
ocorre o resfriamento e a condensação do vapor efluente da turbina; e o sistema de
bombeamento responsável pela circulação de água através de todo o sistema (Logan,
E., 1999)

O desenho esquemático da Figura 12 ilustra as principais etapas que compõem


o Ciclo de Rankine. A energia térmica proveniente da combustão é transmitida à água,
por meio da circulação do gás quente através de tubulação de água inserida no interior
da caldeira (2). A alta temperatura atingida pela água, a transforma em vapor de
elevada temperatura e pressão, que se expande no interior da turbina (3), promovendo
a geração de energia elétrica. Após o vapor sair da turbina com pressão menor, sua
condensação é promovida por sistema de refrigeração à água (4), retornando a água
ao estado líquido inicial, que, por um sistema de bombeamento (1), é dirigido à
caldeira.

30
Figura 12 - Estrutura das unidades que compõem o Ciclo de Rankine (Adaptado de WP, 2014)

É pertinente mencionar que durante a operação do sistema a eficiência da


caldeira deve ser monitorada constantemente, de forma a manter um alto rendimento
e evitar perdas de calor. Dentre as perdas existentes em uma caldeira pode-se citar às
associadas ao combustível nas cinzas de fundo, à radiação e convecção e à
ineficiência da combustão.

O diagrama tipo T-S expressa a relação entre a temperatura e a entropia.


Utilizada como ferramenta para estudos termodinâmicos, o diagrama facilita a
percepção entre variações de temperatura e exata entropia durante um processo ou
ciclo termodinâmico.

De acordo com a 2a. Lei da Termodinâmica, trabalho pode ser completamente


convertido em calor, e por tal em energia térmica; porém, energia térmica não pode
ser integralmente convertida em trabalho. Assim é que a entropia simboliza o grau de
irreversibilidade de um sistema, e representa a quantidade de energia que não pode
mais ser transformada em trabalho.

Em equilíbrio termodinâmico, a parcela de energia interna de um sistema que


não pode mais ser convertida em trabalho é determinada pelo produto da entropia S
pela temperatura absoluta T, e desta forma, somente a parcela F = U – T.S da energia
interna U disponível pode ser convertida em trabalho. Portanto, a entropia é uma
grandeza que não busca mensurar matéria ou energia contida em sistemas
termodinâmicos, porém a forma como matéria e energia encontram-se armazenadas e
distribuídas em um sistema termodinâmico definido.

31
No ciclo ideal de Rankine, a água evaporada e condensada, configuraria o
processo como isotérmico, e o trabalho realizado pela bomba e pela turbina como
adiabático ou isentrópico. Entretanto, processos reais não são isotérmicos ou
adiabáticos perfeitos, e enquanto por um lado, a presença de água e vapor reduziria a
eficiência mecânica e o trabalho da turbina, por outro, comprometeria a eficiência do
sistema de bombeamento. (Logan, E., 1999).

No ciclo de Rankine, para processos idealmente reversíveis, a área


representada abaixo da curva T-S do diagrama da Figura 13, indica a quantidade
relativa de calor transferida para o sistema, de forma bifásica, na presença de água
líquida e vapor.

No mesmo diagrama, o trecho 3–4 representa a expansão adiabática da


turbina, na qual pressão e temperatura são reduzidos. O trecho 4–1 define a
compressão isotérmica devida ao calor trocado no condensador, e no qual, sob
pressão constante, o vapor é resfriado até a condição de líquido saturado. A
compressão adiabática do fluido devida ao trabalho fornecido à bomba – trecho 1-2,
permite a elevação da pressão do fluido. Por fim, no trecho 2-3 ocorre a expansão
isotérmica devida ao calor da queima do combustível, e que em função da
transferência isobárica de calor, é convertido a vapor, completando o ciclo.

Figura 13 - Diagrama T-S e o Ciclo de Rankine (MSPC, 2008)

Como já mencionado, a eficiência de uma turbina a vapor é limitada pela


presença de gotículas de água sobre as estrutura metalica das pás, capaz de também
provocar corrosão, diminuindo gradualmente sua eficiência e vida útil. É possível evitar

32
a presença de gotículas de água, por meio do superaquecimento do vapor, passando
a operação do sistema para acima da curva expressa pelo diagrama da Figura 13
anterior. No entanto, em função do cloro presente nos resíduos, se não corretamente
controlado, o superaquecimento causa a corrosão dos conjuntos tubulares da caldeira
(Logan, E., 1999).

Além da geração exclusiva de energia elétrica em turbinas, o vapor de alta


temperatura e pressão pode também ser aproveitado por conjuntos tipo turbo-gerador,
de cogeração de energia. No caso, além da geração de energia elétrica, tem-se o
aproveitamento da energia térmica proveniente do vapor (gases quentes) que os
mesmos emitem.

O desenho esquemático da Figura 14 ilustra o arranjo geral de uma usina de


processamento térmico de RSU, dotada de tecnologia WtE, com destaque para os
principais elementos que a compõem.

33
Figura 14 - Planta de usina de recuperação de RSU (Plastivida, 2012)

1. Acesso de viaturas e recepção RSU 11. Talha – transferência de cinzas para estação de carga bota-fora 21. Sistema de ensacamento de cinzas e
bruto resíduos
2. Armazenamento de RSU bruto 12. Armazenamento de cinzas (Bunker auxiliar) 22. Lavador de gases
(Bunker)
3. Ponte Rolante – transferência de 13. Sistema de ar de combustão primário 23. Filtro de manga
RSU
4. Acesso à câmara de combustão 14. Ar de Combustão Secundário 24. Sistema de ventilação
5. Alimentação da grelha 15. Caldeira de Recuperação de Calor 25. Chaminé
6. Grelha de Incineração 16. Transportador de cinzas da caldeira 26. Aero condensador
7. Fornalha – câmara de combustão 17. Sistema de tratamento de gases da combustão 27. Reservatório de água
8. Transporte de cinzas 18. Transportador de resíduos do sistema de tratamento de gases 28. Planta de desmineralização da água
9. Remoção de cinzas 19. Armazenamento de cinzas e resíduos 29. Conjunto moto-gerador
10. Peneira vibratória 20. Estação de carga bota-fora de cinzas e resíduos 30. Sala de Controle

34
2.2.5. Questões Ambientais

As emissões atmosféricas provenientes da queima de RSU correspondem ao


impacto ambiental mais importante da incineração. Essas são constituídas
principalmente por gás carbônico (CO2), óxidos de enxofre (SOx), óxidos de nitrogênio
(NOx), nitrogênio (N2) e material particulado. Em menores concentrações, pode
também ocorrer a emissão de gases ácidos clorídrico (HCl) e fluorídrico (HF).
Associados à combustão incompleta, há ainda a produção de monóxido de carbono
(CO), hidrocarbonetos, dioxinas, e furanos; e associados ao material particulado, a
emissão de metais pesados (Caixeta, 2005)

Devido ao menor poder calorífico inferior e menor eficiência do processo, as


concentrações dos poluentes emitidos a partir de instalações de incineração de RSU
são geralmente maiores que aquelas provenientes da queima de combustíveis fósseis.
Estas variam de acordo com a tecnologia de incineração empregada e conforme a
constituição da massa de resíduos em combustão (Henriques, 2004).

Metais pesados podem ser liberados com a combustão de RSU, principalmente


Cádmio, Mercúrio e Chumbo, e em menor quantidade Arsênio, Berílio e Cromo.
Micropoluentes orgânicos, tais como Hidrocarbonetos Policiclos Aromáticos (HPAs),
formaldeídos e bifenil poli-clorados (PCBs), são também emitidos no processo de
conversão térmica de RSU. Além de ambos os grupos de poluentes responderem de
forma muito lenta à degradação no ambiente, constituem-se em compostos
potencialmente cancerígenos ao ser humano (Henriques, 2004).

As dioxinas e furanos são substâncias organocloradas que podem estar


presentes nos RSU, ou serem formadas sob temperaturas em torno de 300oC, durante
a etapa de resfriamento dos gases, após a incineração. Classificados como Poluentes
Orgânicos Persistentes (POPs) apresentam elevado potencial tóxico e danoso à saúde
humana. O maior risco de contaminação por dioxinas ocorre em função de sua
deposição e diluição na água; enquanto a contaminação via ingestão responde por
98% dos casos, e somente 2% é devida a inalação (Caixeta, 2005).

Embora desde 1989, as Diretivas 89/369/CEE e 89/429/CEE da Comunidade


Econômica Europeia estabelecessem condições específicas para o licenciamento de
unidades de incineração, desde 2000, a Diretiva 2000/76/CE passou a regulamentar a
matéria, tornando estas condições ainda mais restritivas (Caixeta, 2005)

35
Por outro lado, no Brasil, usinas de incineração são sujeitas ao que estabelece
a Resolução CONAMA n.º 316/2002, a qual disciplina os métodos de tratamento
térmico de resíduos, e estabelece procedimentos operacionais, limites de emissão,
critérios de desempenho, controle, tratamento e disposição final de efluentes.
Complementarmente, importante mencionar outros instrumentos normativos e legais
aplicados ao controle de processos térmicos no Brasil:

 Resolução CONAMA n.º 05/89, que estabelece os padrões nacionais de


qualidade do ar, institui o Programa Nacional de Qualidade do Ar (PRONAR) e
especifica as diretrizes para o monitoramento e inventário das fontes emissoras
e poluentes atmosféricos;

 Resolução CONAMA n.º 03/90, que definiu os padrões primários e secundários


para SO2 (dióxido de enxofre), CO (monóxido de carbono), O3 (ozônio), NO2
(dióxido de nitrogênio), partículas inaláveis, partículas em suspensão e fumaça.

 Resolução CONAMA n.º 264/99, que dispõe sobre o licenciamento de fornos


rotativos de produção de clínquer para atividade de coprocessamento de
resíduos na fabricação de cimento; e

 Resolução CONAMA n.º 283/01, que dispõe sobre o tratamento e a destinação


final dos resíduos dos serviços de saúde.

A Tabela 5 resume os valores máximos preconizados por padrões ambientais


de emissão vigentes no Brasil e na Europa; já a Tabela 6 indica valores preconizados
pela legislação vigente nos EUA (Henriques, 2004).

Tabela 5 - Padrões ambientais de emissão vigentes no Brasil e em países europeus

Elemento Poluente
ABNT FEEMA/RJ CETESB EC Áustria Alemanha
em mg/Nm³, base
NB-1265 NT-574 E15.011 LRV-K RV-K 17 BIMS
seca, 11% de O2

Particulado total 70 50 50 15 15 10
SOx 280 100 300 50 50 50
NOx 560 560 560 100 100 200
HCl 1,8 kg/h 50 1,8 kg/h 10 10 10
CO 100 50 125 50 50 50
Hg 0,28 0,2 0,28 0,05 0,05 0,05
Dioxinas e furanos
- 0,14 0,14 0,1 0,2 0,3
ng/Nm³

36
Tabela 6 - Padrões ambientais de emissão vigentes nos EUA

Padrões de Emissão – base seca e


7% O2
Poluente
Instalações
Unidade
Existentes Novas
Dioxinas e Furanos
ng I-TEQ/m³ * 0,28 0,11
Se dotado de controle de poluição do ar seco
Dioxinas e Furanos
ng I-TEQ/m³ * 0,2 ou 0,4 ** 0,2
Se não dotado de controle de poluição do ar seco
Mercúrio µg/m³ 130 8
Material Particulado mg/m³ 34 1,6
Metais Semivoláteis µg/m³ 59 6,5
Metais Pouco Voláteis µg/m³ 84 8,9
HCl e Cl2 ppmv 1,5 0,18
Hidrocarbonetos, geralmente propano ppmv CO2 100 100
Eficiência geral remoção componentes orgânicos % 99,999
*2,3,7,8-lambari-clorar-Dibenzeno-dioxina (TCDD) tóxico equivalente (I-TEQ)

**para temperatura ≤ 204,4oC

Como mostra a Tabela 7, resolução específica da Secretaria de Estado de


Ambiente de São Paulo (SMA 079/2009) estabelece condições para controle de
emissão de poluentes em usinas de processamento térmico de RSU, tão restritivas
quanto aquelas preconizadas pela União Europeia, por meio da Diretiva 2000/76 de
2000. Por outro lado, observa-se a maior flexibilização da Resolução CONAMA nº
316/02, e que dispõe sobre procedimentos e critérios para o licenciamento destes
sistemas no Brasil.

Tabela 7 - Condições para controle de emissão de poluentes em usinas de processamento


térmico de RSU

Parâmetro Unidade SMA/SP CONAMA


EU 2000/76
079/09 316/2002
MP mg/Nm³ 10 10 70
NOX mg/Nm³ 200 200 560
SOX mg/Nm³ 50 50 280
HCl mg/Nm³ 10 10 80
CO mg/Nm³ 50 50 125
Hg mg/Nm³ 0,05 0,05 -
Cd + Ti mg/Nm³ 0,05 0,05 -
HF mg/Nm³ 1 1 5
Dioxinas e Furanos mg/Nm³ 0,1 0,1 0,5

37
Devido às altas concentrações de substâncias associadas aos gases efluentes
e devido à elevada concentração dos próprios gases, tem-se invariavelmente, a
necessidade de dotar a instalação de incineração com um avançado sistema de
controle da poluição atmosférica.

Geralmente, objetivando a remoção e neutralização de substâncias perigosas,


são empregados sistemas de tratamento baseados em processos físico-químicos,
contemplando a lavagem ácida, alcalina e de aerossóis. Complementarmente, filtros
de manga são empregados para o abatimento de material particulado fino, e
precipitadores eletrostáticos, para remoção de poeiras. A redução da emissão de
dioxinas e mercúrio pode ser obtida com emprego de filtros adsorventes de carvão
ativado (Plastivida, 2012)

De forma preventiva, a formação e emissão de dioxinas e furanos podem ser


evitadas por meio do controle da concentração de cloro dos resíduos a serem
incinerados; da manutenção de elevada temperatura no processo de incineração, da
ordem de 2.000oC; da quantidade e forma de distribuição do ar aplicado; da utilização
de adequado combustível auxiliar ao processo da combustão; do curto tempo de
resfriamento dos gases da combustão; e por fim, do tratamento em lavadores a seco e
filtro de mangas (Caixeta, 2005)

Além da emissão de gases poluentes, usinas de incineração de RSU


apresentam potencial diversificado de impacto ambiental durante as etapas de
implantação, em função da magnitude e complexidade de execução das obras, e de
operação, em função da geração de lixiviados, cinzas da combustão (bottom ash ou
slag), metais ferrosos e não ferrosos, cinzas da caldeira (fly ash), e resíduos do
sistema de tratamento de gases de combustão. A quantidade de poluentes contidos
em cada uma das rotas de resíduos varia conforme o tipo de tecnologia de incineração
empregada, condições operacionais e padrões de controle (IEA, 1997).

A formação de lixiviados ocorre principalmente no compartimento de


armazenamento de RSU bruto (Bunker), devido à umidade natural e ao processo de
hidrólise que ali ocorre durante a degradação anaeróbia da matéria orgânica. Os
lixiviados são continuamente removidos por bombeamento, e encaminhados ao
tratamento (Plastivida, 2012). Efluentes líquidos são também gerados a partir de
técnicas de tratamento de gases e deverão também ser tratados previamente ao
descarte final (Henriques, 2004).

38
As cinzas de fundo da caldeira, compostas principalmente por metais ferrosos
e não ferrosos, materiais inertes e não combustíveis, tais como pedras e vidros, pode
ainda conter 3% de material orgânico. Enquanto os metais podem ser removidos das
cinzas por separador magnético, as cinzas remanescentes e inertes poderão ser
reutilizadas para uso da indústria de construção civil. É usual também que esta massa
remanescente de cinzas seja continuamente recirculada e, no compartimento de
armazenamento, misturada à massa bruta de RSU.

Já as cinzas residuárias do sistema de exaustão e de tratamento de gases da


caldeira, por apresentarem elevada concentração de poluentes, não podem ser
reaproveitadas, e sendo classificadas pela ABNT, por meio da NBR 10.004, como
resíduo Classe 1, dependem de disposição final em aterro industrial. (Plastivida, 2012)

39
3. ESTUDO DE CASO

3.1. Metodologia

3.1.1. Tipo de Pesquisa

A elaboração de um estudo de caso, prática esta que investiga e analisa um


conjunto de dados dentro de um contexto real, foi a metodologia base utilizada nessa
parte do trabalho. A sua elaboração fundamentou-se tanto na realização de uma
investigação bibliográfica, a fim de coletar dados iniciais necessários, como em
pesquisa quantitativa e na prática de cálculos teóricos.

De maneira geral, é apresentada uma tentativa de conhecer com maior


profundidade o processo de incineração de resíduos sólidos urbanos e analisar este
tratamento térmico por meio de resultados que podem ser quantificados. Busca-se por
fim, apresentar as características e condicionantes dessa técnica pouco investigada no
Brasil por meio da quantificação do fenômeno e da formulação de hipóteses, que
serão apresentadas na descrição do caso.

3.1.2. Seleção da Localidade

Conforme apresentado, o estudo de caso deve ter uma contextualização real


do processo que se deseja estudar, sendo, dessa forma, necessária a obtenção de
dados de entrada de determinada localidade geradora de resíduos.

Os critérios de seleção da região provedora de informações basearam-se na


facilidade de obtenção de dados por meio de pesquisa literária; na possibilidade futura
de empregabilidade do estudo e na demonstração de interesse pelo tema por parte
dos órgãos e agentes locais. Além desses, houve preferência por localidades
brasileiras, de forma que a pesquisa pudesse ser mais facilmente aplicada no contexto
nacional.

Vistos os critérios, a localidade escolhida para fornecimento dos dados de


entrada foi Bauru, um município de porte médio do interior paulista, com
aproximadamente 362.000 habitantes e Produto Interno Bruto de 7.972.310 mil reais

40
(IBGE, 2013). A região é responsável pela geração diária de aproximadamente 290
toneladas de RSU, que são dispostas em aterro sanitário. (PRB, 2013).

O município selecionado apresentou-se adequado ao primeiro critério de


seleção apresentado, uma vez que os dados necessários para a elaboração dos
cálculos teóricos foram facilmente localizados em trabalhos científicos recentes. Existe
também interesse por parte dos órgãos e agentes locais no tema, ficando este
evidenciado por meio da proposta de implementação de um sistema de incineração de
resíduos com geração de energia no município de Bauru (PRB, 2013)

Temos assim que, Bauru mostrou-se extremamente apropriada e conveniente


para o fornecimento dos dados de entrada do projeto. Portanto, os resultados e
análises apresentados nos capítulos subsequentes desse trabalho são potenciais
fontes de conhecimento para a região, podendo ser futuramente empregados em
novos projetos e satisfazendo, por fim, o critério de seleção referente a
empregabilidade do estudo.

3.1.3. Coleta e tratamento de dados

Tanto a coleta de informações, quanto a metodologia empregada para a


elaboração dos cálculos teóricos, foi feita a partir de documentação indireta. A leitura
de bibliografia sobre incineração, processos térmicos e geração de resíduos sólidos
foi, portanto, a principal fonte para a obtenção dos dados de entrada necessários para
o caso em estudo e a elaboração dos referidos cálculos.

Os números relacionados à geração de resíduos foram retirados tanto do Plano


de Resíduos de Bauru, disponível no site da prefeitura de Bauru (PRB, 2013), como do
trabalho científico de autoria de Poletto et al. (2007). A segunda fonte de pesquisa
colaborou também para a obtenção de informações primárias a respeito da
composição e características do resíduo em estudo.

O tratamento de dados foi feito por meio da elaboração de cálculos teóricos.


Para este, foi utilizado o livro de termodinâmica dos autores Smith, et al. (1959) como
base. As equações aplicadas, bem como os métodos de cálculo, gráficos e
presunções realizadas, tem embasamento, portanto, nesse material.

No estudo em questão é realizada uma avaliação do potencial de geração


energética da incineração dos resíduos sólidos urbanos de Bauru, considerando a

41
segregação parcial dos materiais que compõem esse resíduo. A interpretação desses
resultados se deu por meio da influência de tal segregação nos fluxos de massa e
energia do sistema.

3.1.4. Limitações do Método

As principais limitações do método empregado são decorrentes das premissas


utilizadas para a simplificação dos cálculos teóricos, bem como das estimativas
aplicadas para determinados fatores. A exemplo deste último caso temos a eficiência
energética que normalmente ocorre nos processos de incineração, que foi estimada
com base em referências bibliográficas.

Tais entraves podem acarretar na variação dos resultados obtidos pelo método
em questão quando comparados aos números de um processo real, uma vez que o
método teórico não reflete o processo prático de maneira perfeita. Entretanto, tais
limitações são comuns e esperadas quando há aplicação de metodologias deste tipo,
não prejudicando, portanto, a qualidade das análises e conclusões finais deste estudo.

3.1.5. Descrição do Caso

A fim de alcançar os objetivos propostos nesse trabalho, optou-se pela


realização de um estudo de caso da incineração dos resíduos sólidos urbanos gerados
no município de Bauru, conforme foi apresentado anteriormente. O estudo realiza,
então, uma avaliação do potencial de geração de energia no processo de incineração
do resíduo.

Como já visto, a incineração consiste no processo de combustão de


determinado combustível, que ocorre na presença de um comburente e de uma fonte
de ignição. Para esta pesquisa, temos que o resíduo sólido urbano de Bauru é o
combustível e o ar é o comburente do processo. Os produtos gerados são os gases de
combustão, cinzas e calor, sendo este último o objeto de estudo desse trabalho.

Com a finalidade de facilitar o entendimento das diversas fases de cálculo e


seus resultados, esses serão descritos a seguir por meio de etapas juntamente às
estimativas utilizadas neste estudo de caso. Estas foram divididas com base nos

42
dados de entrada: combustível e comburente; e de saída do processo de incineração:
gases de combustão, cinzas e energia, apresentados esquematicamente na Figura 15.

Figura 15 – Diagrama esquemático do processo de incineração

3.1.5.1. Combustível

O combustível em estudo são os resíduos sólidos urbanos e como já descrito


anteriormente, foi escolhido o município de Bauru para a obtenção dos dados de
entrada necessários. A composição típica dos resíduos sólidos urbanos de Bauru, bem
como a umidade desses componentes, foi obtida por meio de revisão da literatura.
(Poletto et al., 2007) Alguns materiais, a exemplo vidro e metais, não serão
contemplados nesse estudo, uma vez que são inertes e não colaboram para a
estimativa do poder calorífico. Dessa forma, foram calculadas novas porcentagens dos
materiais, de forma a considerar a separação de vidro, metais e outros compostos
antes de se promover a incineração.

Outra característica do combustível que foi levantada para a realização dos


cálculos é a análise elementar dos materiais envolvidos, que consiste na determinação
da porcentagem de carbono (C), hidrogênio (H), oxigênio (O), nitrogênio (N), enxofre
(S), e cinzas contidas nos componentes do RSU. Tal análise é importante tanto para
avaliações energéticas como para cálculos de emissão de gases durante a
incineração, que serão apresentados adiante.

Não foram consideradas etapas prévias de secagem do combustível, de forma


que para os cálculos de potencial de geração energética foram aplicadas a análise
elementar e a gravimetria do combustível em base úmida. A fim de facilitar as

43
estimativas dos gases de combustão formados no processo de incineração, foi ainda
calculada a composição média do RSU de Bauru, por meio de média ponderada.

A aplicação dos cálculos foi feita com base na queima de 1kg de material.
Somente ao final das estimativas, para a análise final, foi considerada a combustão de
290 toneladas de resíduos por dia, valor gerado no município de Bauru que é
encaminhada para aterro sanitário.

3.1.5.2. Comburente

O comburente escolhido para o projeto foi o ar. Considerou-se que o mesmo é


composto por oxigênio (21 mol%) e nitrogênio (79 mol%). (Poletto et al., 2007) Para
esse trabalho, admitiu-se que a quantidade de comburente aplicada para a incineração
do RSU de Bauru teria 30% de ar em excesso, de forma a garantir que o processo de
combustão seja completo.

A fim de estimar a quantidade mínima de ar necessária, é preciso a aplicação


de cálculo estequiométrico. Por meio deste é possível relacionar quantidades de
reagentes e produtos que participam das reações químicas de combustão e estimar a
quantidade teórica de oxigênio. Para realizar os cálculos estequiométricos é
necessário conhecer a composição gravimétrica e elementar do combustível a ser
incinerado, analisar quais reações químicas são passiveis de ocorrer e determinar a
quantidade de cada reagente.

Sendo o material composto de carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio,


enxofre e cinzas, foi considerado para o presente trabalho que os gases formados
após a combustão completa dos resíduos sólidos urbanos de Bauru são dióxido de
carbono, monóxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e vapor d’água. Ainda, devido a
utilização de ar como comburente, deve-se também considerar a presença de gás
oxigênio e gás nitrogênio como dados de saída.

Para a realização dos cálculos estequiométricos foi necessária a obtenção dos


seguintes dados:

 Massa molar dos reagentes;

 Massa dos reagentes;

44
 Número de mols dos reagentes, por meio da divisão da massa dos reagentes
pela massa molar respectiva.

3.1.5.3. Gases de Combustão

Realizado o processo de incineração dos resíduos sólidos urbanos de Bauru na


presença de ar, serão gerados gases de combustão. Conforme apresentado no item
anterior, foi considerado que os gases resultantes da combustão completa do material
são dióxido de carbono, monóxido de nitrogênio, dióxido de enxofre, vapor d’água, gás
oxigênio e gás nitrogênio. A quantidade de cada um desses gases gerados reflete
diretamente no resultado do cálculo do poder calorífico do combustível, sendo esta
etapa, portanto, de grande importância para a estimativa do potencial energético do
RSU.

Para estimar a quantidade de cada gás de combustão, é também empregado o


cálculo estequiométrico. Como visto, por meio deste é possível relacionar quantidades
de reagentes e produtos que participam das reações químicas de combustão e, para o
presente caso, estimar a quantidade de produto gerado.

Para a estimativa das quantidades dos gases oxigênio e nitrogênio foi


considerada a quantidade de ar em excesso aplicada no sistema de incineração. O
oxigênio que saí do sistema corresponde ao oxigênio que não foi usado no processo
de combustão, sendo esse portanto o oxigênio em excesso. Já o gás nitrogênio
apresentado como gás de combustão, corresponde ao nitrogênio do ar utilizado como
comburente do processo.

3.1.5.4. Cinzas

Não foram encontradas maiores informações a respeito da composição das


cinzas dos resíduos sólidos urbanos de Bauru Como na metodologia usada para
estimar o poder calorífico a 25oC dos componentes e do RSU como um todo, as cinzas
não entram nos cálculos, pois as matérias primas e produtos obtidos consideram-se a
25oC, a falta dessa informação não prejudicou os cálculos.

Cabe observar que a criação de novas hipóteses, a fim de caracterizar as


cinzas e seguir com os cálculos de balanço de massa e energia, para a estimativa da

45
temperatura que podem atingir os gases de combustão não foi feita, pois depende
também da determinação do calor específico de cada tipo de cinza em função da
temperatura, o que por si é um novo projeto que deve ser considerado em futuros
trabalhos.

3.1.5.5. Potencial de Geração de Energia

O método escolhido para estimar o potencial de geração energética da


incineração dos resíduos sólidos urbanos de Bauru consiste no cálculo da variação de
entalpia das reações de combustão. Para tais cálculos, foram consideradas as
condições de pressão de 1 atmosfera e temperatura de 25ºC, uma vez que sob esse
sistema é possível igualar a variação de entalpia ao saldo de energia total do processo
de incineração. (Smith et al., 1959)

Os cálculos realizados podem ser divididos nas seguintes etapas:

a) Obtenção das entalpias molares de formação dos reagentes e produtos das


equações químicas de combustão, por meio de revisão bibliográfica; (Smith
et al., 1959)

b) Realização do cálculo da variação de entalpia molar das reações de


combustão, por meio da diferença das entalpias molares de formação dos
produtos e dos reagentes dessas reações;

c) Obtenção das entalpias de combustão por massa de cada reagente, por


meio da divisão da entalpia molar de combustão pela massa molecular do
reagente de cada reação química;

d) Obtenção da energia gerada por cada produto que compõe o resíduo em


estudo, por meio da multiplicação da entalpia de combustão por massa de
reagente, valor achado na etapa anterior, pela quantidade do reagente
presente em 1kg de RSU;

e) Obtenção do poder calorífico total do resíduo por meio da soma dos valores
encontrados na etapa anterior;

46
f) Obtenção do calor de vaporização de 1mol de água a 25ºC, por meio da
diferença de entalpia da água nos estados gasoso e líquido e divisão desse
resultado pela massa molecular da água;

g) Obtenção do calor de vaporização da água no processo de incineração dos


resíduos, por meio da multiplicação da energia, valor achado na etapa
anterior, pela quantidade de água contida no resíduo;

h) Obtenção do poder calorífico efetivo do resíduo, por meio da diferença


entre o poder calorífico total e o calor de vaporização da água contida no
mesmo;

i) Variação das quantidades dos materiais que compõem o resíduo, conforme


as hipóteses apresentadas abaixo e posterior análise.

 Hipótese 1 - Segregação de Material Orgânico

 Hipótese 2 - Segregação de Papel e Papelão

 Hipótese 3 - Segregação de Têxteis e Couro

 Hipótese 4 - Segregação de Madeira

 Hipótese 5 - Segregação de Plástico

j) Obtenção da energia resultante da incineração de 290 toneladas de


resíduos sólidos urbanos gerados em Bauru, por meio da hipótese de 28%
de eficiência global da planta incineradora, valor considerado em outros
trabalhos sobre o assunto. (Poletto et al., 2007)

47
3.2. Resultados

3.2.1. Combustível

De acordo com Poletto (2007), a Tabela 8 apresenta a composição típica dos


resíduos sólidos urbanos encaminhados para o aterro sanitário em Bauru, bem como a
umidade desses componentes. Na coluna “Massa Úmida após Segregação” estão as
novas porcentagens dos materiais, considerando a separação de vidro, metais e
outros compostos não definidos.

Tabela 8 - Composição típica dos resíduos do aterro sanitário de Bauru

Massa Úmida
Componentes Massa Úmida (%) Umidade (%)
após Segregação (%)
Material Orgânico 55,00% 70,00% 60,44%
Papel, Papelão 21,00% 6,00% 23,08%
Têxteis e Couro 5,00% 10,00% 5,49%
Madeira 1,10% 20,00% 1,21%
Plástico 8,90% 2,00% 9,78%
Vidro 2,60% 2,00%
Metais 5,40% 2,00%
Outros 1,00% 5,00%
(Adaptado de Poletto et al., 2007)

A Tabela 8 mostra o resultado da análise elementar do RSU em base seca,


que é a forma como se determina esta análise. A mesma é apresentada também no
trabalho de Poletto (2007) e é utilizada em diversos estudos de tratamento térmico de
resíduos.

Tabela 9 - Análise elementar do RSU Combustível em base seca, adaptada.


RSU C H O N S Cinza
Material Orgânico 48,00% 6,40% 37,60% 2,60% 0,40% 5,00%
Papel, Papelão 44,00% 5,90% 44,60% 0,30% 0,20% 5,00%
Plástico 60,00% 7,20% 22,80% 10,00%
Têxteis e Couro 55,00% 6,60% 31,20% 4,60% 0,15% 2,45%
Madeira 49,50% 6,00% 42,70% 0,20% 0,10% 1,50%

48
De forma a reunir as informações das Tabelas 7 e 8, foi elaborada uma terceira
tabela com a análise elementar combustível e a gravimetria em base úmida,
apresentada abaixo. Ainda, para facilitar as estimativas dos gases de combustão
formados no processo de incineração, foi calculada na última linha da Tabela 9 a
composição média do RSU de Bauru, por meio de média ponderada.

Tabela 9 - Análise elementar do RSU combustível em base úmida

RSU Massa Úmida (%) C H O N S Cinza H2O


Material Orgânico 60,44% 14,40% 1,92% 11,28% 0,78% 0,12% 1,50% 70,00%
Papel, Papelão 23,08% 41,36% 5,55% 41,92% 0,28% 0,19% 4,70% 6,00%
Plástico 9,78% 58,80% 7,06% 22,34% 0,00% 0,00% 9,80% 2,00%
Têxteis e Couro 5,49% 49,50% 5,94% 28,08% 4,14% 0,14% 2,21% 10,00%
Madeira 1,21% 39,60% 4,80% 34,16% 0,16% 0,08% 1,20% 20,00%
Média Ponderada 100,00% 27,20% 3,51% 20,63% 0,77% 0,12% 3,09% 44,68%

3.2.2. Comburente

As reações químicas decorrentes da combustão do resíduo sólido urbano de


Bauru consideradas nesse trabalho são as seguintes:

C(s) + O2(g) → CO2(g)


H2(g) + O2(g) → H2O(g)

N2(g) + O2(g) → 2NO(g)


S(s) + O2(g) → SO2(g)

Para a realização dos cálculos estequiométricos foi elaborada a Tabela 10, que
apresenta a massa molar (kg/kmol), a massa por massa de combustível (kg/kg RSU) e
o número de mols por massa de combustível (kmol/kg RSU) de cada elemento que
constitui o resíduo sólido em estudo.

49
Tabela 10 - Quantidades dos reagentes
Unidade C H2 O2 N2 S H2O
Kg/Kmol 12 2 32 28 32 18
Kg/Kg RSU 0,27197 0,07030 0,41267 0,01532 0,00124 0,44679
Kmol/Kg RSU 0,02266 0,03515 0,01290 0,00055 0,00004 0,02482

Dessa forma, temos que o consumo de oxigênio será dado pelas equações:

C(s) + O2(g) → CO2(g), 1 C para 1 O2


H2(g) + O2(g) → H2O(g), 2 H para ½ O2

N2(g) + O2(g) → 2NO(g), 2 N para 1 O2


S(S) + O2(g) → SO2(g), 1 S para 1 O2

Como para cada átomo de oxigênio presente no RSU, participa da combustão,


economiza-se ½ de O2 do ar, temos que:

O2teórico=(1C)+( H)-( O)+( N)+(1S) = 0,028 kmol/kg de RSU

Arteórico = = 0,13 kmol/kg de RSU

Para a 30% de ar em excesso usado no processo de incineração dos resíduos


sólidos urbanos de Bauru, temos então o seguinte resultado:

Arreal = Arteórico x (100%+30%) Arreal = 0,13 x 1,30 = 0,17 kmol/kg

3.2.3. Gases de Combustão

Os gases de combustão gerados no processo de incineração dos resíduos


sólidos urbanos foram obtidos com base nas reações químicas do processo. Para os
cálculos estequiométricos, realizados a fim de obter a quantidade dos mesmos, foram
utilizados os dados da Tabela 9 e as equações das reações químicas apresentadas no
item anterior. Dessa forma, temos:

50
C(s) + O2(g) → CO2(g) 1 C gera 1 CO2 CO2=(1C) = 0,02266kmol/kg

2H2(g)+O2(g)→2H2O(g) 2 H geram 1 H2O H2O =(2H) = 0,05997kmol/kg

N2(g) + O2(g) → 2NO(g) 1 N gera 1 NO NO = (1N) = 0,00055kmol/kg

S(s) + O2(g) → SO2(g) 1 S gera 1 SO2 SO2= (1S) = 0,00004kmol/kg

A estimativa das quantidades dos gases oxigênio e nitrogênio considera a


quantidade de ar em excesso aplicada no sistema de incineração, de forma que:

 O gás oxigênio que sai do sistema corresponde ao oxigênio teórico, calculado


na etapa anterior, vezes a porcentagem de ar em excesso (30%);

 O gás nitrogênio que sai do sistema corresponde ao ar real que entra no


sistema, calculado na etapa anterior, vezes a porcentagem de nitrogênio
presente no ar (79 mol %)

As quantidades de gás oxigênio e gás nitrogênio que deixam o sistema são


expressas abaixo, considerando 30% de comburente em excesso:

O2exesso = 0,028 x 0,3 O2exesso = 0,008 kmol/kg de RSU

N2 = 0,13 x 0,79 N2 = 0,11 kmol/kg de RSU

3.2.4. Potencial de Geração de Energia

Seguindo as etapas estabelecidas na metodologia de cálculo, os resultados


são apresentados a seguir.

a) As entalpias de formação dos reagentes (carbono, hidrogênio, nitrogênio e


enxofre), e dos produtos das equações químicas de combustão do resíduo de
Bauru (dióxido de carbono, da água, do monóxido de nitrogênio e do dióxido de
enxofre) são apresentadas na Tabela 11. (Smith et al., 1959)

51
Tabela 11 - Entalpias dos reagentes e produtos das reações químicas de combustão

ΔH (cal/mol)
C (s) 0
H2(g) 0
N2(g) 0
S (s) 0
CO2 (g) -94052
H2O (g) -57798
NO(g) 21600
SO2 (g) -70960

b) A variação de entalpia das reações de combustão (entalpia de combustão) é


calculada, por meio da equação apresentada abaixo:

Δh = hp - hr,

Onde:

 Δh é a entalpia de combustão

 hp é a entalpia de formação dos produtos da reação;

 hr é a entalpia de formação dos reagentes.

Realizando os cálculos, temos:

C(s)+ O2(g) → CO2(g), Δhco2 = -94052 – 0, Δhco2= -94052 cal/mol


H2(g) + O2(g) → H2O(g), Δhh2o = -57798 – 0, Δhh2o= -57798 cal/mol

N2(g) + O2(g) → 2NO(g), Δhno = 2 x21600 – 0, Δhno= 43200 cal/mol


S(s) + O2(g) → SO2(g), Δhso2 = -70960– 0, Δhso2= -70960 cal/mol

c) A massa molecular dos reagentes está apresentada, abaixo, e, em sequência,


são realizados os cálculos das entalpias por massa de reagente. (Smith et al.,
1959)

52
C (s) = 12 (kg/kmol); H2(g) = 2 (kg/kmol); N2(g) = 28 (kg/kmol); S (s) = 32 (kg/kmol)

Seguindo com os cálculos, temos:

Δhco2’ = -94052 ÷ 12 Δh co2’ = -7837,67 kcal/kg


Δhh2o’= -57798 ÷ 2 Δhh2o’ = -28899,00 kcal/kg
Δhno’= 43200 ÷ 28 Δhno’ = 1542,86 kcal/kg
Δhso2’= -70960 ÷ 32 Δhso2’ = -2217,50 kcal/kg

d) A massa de cada reagente das reações químicas de combustão foi obtida


previamente com a análise elementar dos resíduos sólidos urbanos de Bauru.
As mesmas estão apresentadas na Tabela 9. Os cálculos são apresentados a
seguir.

Δhco2’’ = -7837,67 kcal/kg X 0,27197 kg/kg RSU Δhco2’’=-2.131,62kcal/kg RSU

Δhh2o’’ = -28899,00 kcal/kg X 0,03515 kg/kg RSU Δhh2o’’=-1.015,73kcal/kg RSU

Δhno’’ = 1542,86 kcal/kg X 0,00766 kg/kg RSU Δhno’’ = 11,82 kcal/kg RSU

Δhso2’’ = -2217,50 kcal/kg X 0,00124 kg/kg RSU Δhso2’’ = -2,76 kcal/kg RSU

e) O resultado do poder calorífico total do resíduo é 3.138,30 kcal por massa de


combustível incinerado. O resultado foi obtido, por meio da equação:

IΔhtotalI = Δhco2’’ +Δhh2o’’ +Δhno’’ +Δhso2’’


IΔhtotalI = 3.138,30 kcal/kg RSU

f) A entalpia de formação da água nos estados gasoso e líquido, bem como sua
massa molecular, está apresentada na Tabela 12. (Smith et al., 1959) A
energia necessária para vaporizar 1mol de água a 25ºC, foi calculada em
sequência.

53
Tabela 12 - Entalpia e massa molecular da água

Entalpia Massa Molecular


(kcal/kmol) (kg/kmol)
H2O (g) -57798
18
H2O (l) -68317

Energia = [Entalpia da água (g) – Entalpia da água (l)]

Massa molecular da água

Energia = [(-57798 – (-68317)]

18

Energia = 584,39 kcal/kg

g) A quantidade de água contida no resíduo foi obtida previamente com a análise


elementar dos resíduos sólidos urbanos de Bauru. A mesma está apresentada
na Tabela 9. O calor de vaporização da água no processo de incineração dos
resíduos está calculado a seguir.

Δhágua = 584,39 kcal/kg X 0,02482 kg/kg RSU

IΔháguaI = 261,10 kcal/kg RSU

h) O Poder Calorífico Efetivo do resíduo é estimado por meio da seguinte


equação:

PCe = IΔhfinalI = IΔhtotalI - IΔháguaI

PCe = 3.138,30 - 584,392,76

PCe = 2.877,20 kcal/kg RSU = 12,03 MJ/kg RSU

54
i) A variação das quantidades dos materiais que compõem o resíduo e a
consequente variação do poder calorífico gerado é apresentada na Tabela 13 e na
Figura 16. Nas mesmas são expostas as 5 hipóteses que serão analisadas neste
trabalho.

Tabela 13 - Poder calorífico efetivo por segregação de material (MJ/kg)

0% 20% 40% 60% 80% 100%


Material Orgânico 12,03 12,95 14,18 15,86 18,34 22,32
Papel e Papelão 12,03 11,64 11,21 10,73 10,20 9,60
Têxteis e Couro 12,03 11,91 11,78 11,66 11,53 11,39
Madeira 12,03 12,01 12,00 11,98 11,97 11,95
Plástico 12,03 11,71 11,39 11,05 10,69 10,32

Figura 16 - Potencial teórico de geração de energia considerando a segregação do material

j) O potencial teórico de geração de energia, tomando como base a incineração


do resíduo sólido urbano do município de Bauru, é de 805,61 kcal por massa
de combustível incinerado (3,37 MJ/kg RSU). Considerando a combustão de

55
264 toneladas por dia, valor que considera a segregação de 9% das 290
toneladas de resíduos gerados em Bauru (Tabela 8), e usando o fator de
conversão de kcal para kWh de 0,001163 (Atlas ANEEL, 2014), temos que o
potencial teórico de energia gerada para o município seria de
aproximadamente 247.256 KWh/dia. O resultado foi obtido por meio dos
cálculos abaixo. (Poletto et al., 2007)

PCfinal = 2.877,20 X 0,28 kcal/kg RSU

PCfinal = 805,61 kcal/kg RSU

Energiateórica = 805,61 kcal/kg RSU x 264.000 kg RSU/dia * 0,01163 = 247.255,8


KWh/dia

56
4. DISCUSSÃO DE RESULTADOS

Fazendo uma breve análise dos RSU gerados em Bauru que foram usados
para a aplicação do estudo de caso, percebe-se que 55% destes resíduos são
constituídos por material orgânico, 21% por papel e papelão, 8,9% por plástico, 5% por
têxteis e couro e os demais 10,1% por madeira, vidro, metais e outros. Vale salientar
que o material orgânico possui alto teor de umidade e contribui para mais de 60% da
massa dos RSU coletados.

Conforme levantado na revisão bibliográfica, umas das preocupações do


processo de incineração é a disposição das cinzas. Portanto, é também válido
ressaltar que o plástico apresenta alto teor deste componente quando comparado aos
demais materiais, o que pode gerar dificuldades no tratamento térmico destes
combustíveis.

Referente ao balanço de massa da incineração dos resíduos gerados no


município de Bauru, 264 t/dia (11.000 kg/h), tem-se uma grande entrada de ar, água e
oxigênio, que correspondem a 80%, 7% e 7% da massa dos componentes iniciais do
sistema. Dos produtos do processo de incineração, como esperado, as maiores
quantidades são água (17%) e gás carbônico (16%). É válido ressaltar que esses
valores não consideram a quantidade de cinzas do resíduo. O balanço de massa é
resumido abaixo na Tabela 14.

Tabela 14 - Balanço de massa do processo de incineração

Entrada Saída
C 2.990,55 kg/h CO2 10.965,36 kg/h
H2 772,96 kg/h H2O 11.869,46 kg/h
O2 4.537,63 kg/h O2 (excesso) 2.948,10 kg/h
N2 168,44 kg/h NO 180,47 kg/h
S 13,67 kg/h
SO2 27,33 kg/h
H20 4.912,84 kg/h
N2 42.051,36 kg/h
Ar

N2 42.051,36 kg/h
O2 12.775,10 kg/h

57
A geração de gases poluentes é uma consequência inevitável do processo em
estudo. Portanto, considerando um processo real, é necessário que sejam
empregadas tecnologias para o tratamento desses produtos como lavadores químicos,
precipitadores eletrostáticos ou outras metodologias comumente empregadas para o
processo.

Ao final das etapas de cálculo, foi estimado em 12 MJ/kg o poder calorífico


inferior do resíduo sólido urbano de Bauru. Comparando esse resultado com demais
valores médios obtidos em trabalhos relacionados à área, 6.0 MJ/kg (Bilitewski et al.,
1997) e 10 MJ/kg (Poletto et al., 2007), temos que o mesmo encontra-se dentro do
esperado. Uma vez que foram desconsideradas as influências das cinzas no processo
e o estudo foi aplicado a um sistema ideal, tem-se que a análise final para o resultado
é positiva.

Avaliando a contribuição de cada material para o resultado exposto acima,


temos que a matéria orgânica é o componente que tem a maior influência no poder
calorífico do resíduo. Com o aumento da segregação de matéria orgânica, o poder
calorifico do combustível aumenta de maneira significativa. Esta variação deve-se
tanto a grande umidade deste material, que naturalmente prejudica o processo de
obtenção de energia, como também ao fato de que este se apresenta em quantidade
bastante superior aos demais resíduos.

Seguindo com a análise dos resultados expostos na Figura 16, é possível


considerar o papel e o plástico como os componentes de maior influência positiva para
a geração de energia uma vez que a segregação dos mesmos causa grande
diminuição do poder calorifico do combustível. A separação dos demais componentes
não gerou grande variação no processo, resultado que também pode ser atribuído ao
fato de que os mesmos encontram-se em pequenas quantidades.

Por fim, tem-se que o potencial teórico de geração de energia, tomando como
base a incineração de 264 toneladas por dia de resíduos do município de Bauru, seria
de 247.255,88 KWh/dia. Considerando que a demanda de energia elétrica de
unidades domésticas brasileiras pode chegar a aproximadamente 190kwh ao mês
(EPE, 2012), a energia gerada por meio da incineração do RSU seria suficiente para
atender aproximadamente 39.000 residências em um mês. Ainda, caso fosse
considerada a venda dessa energia, poderiam ser arrecadados cerca de R$ 78.000,00

58
por dia, uma vez que, segundo dados da ANEEL (2014), o valor da tarifa da
concessionaria de luz de Bauru é de R$ 0,31686/kWh2.

2 O valor não contempla tributos e outros fatores econômicos.

59
5. CONCLUSÕES

5.1. Contribuições

O gerenciamento da limpeza urbana no Brasil apresenta evolução bastante


lenta tanto para a implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010,
quanto para o estabelecimento de uma gestão de resíduos sólidos eficaz e
sustentável. A necessidade de desenvolvimento de novas estratégias, de forma a
otimizar o aproveitamento dos recursos existentes nos materiais descartados mostra-
se, portanto, como passo imprescindível para a evolução do quadro atual.

Uma maior aplicação de recursos para a coleta seletiva aliada a


implementação de novas técnicas para o tratamento final adequado aos resíduos no
Brasil deve ser defendido como principal investimento a ser feito pelo governo nos
próximos anos. O processo de incineração é colocado como uma opção a fim de
solucionar a problemática levantada. Esta tecnologia vem recebendo modernizações,
principalmente nos sistemas de controle e tratamento de gases poluentes,
promovendo, portanto, ambiente para a maior aceitabilidade de unidades baseadas no
tratamento térmico de resíduos.

Os principais resultados obtidos neste projeto mostraram que o aproveitamento


energético dos RSU de Bauru é possível e seria suficiente para atender
aproximadamente 39.000 residências em um mês ou arrecadar cerca de R$ 78.000,00
por dia de operação do incinerador. Referente a qualidade do material utilizado como
combustível, o mesmo foi considerado adequado para receber tal tratamento, mas,
caso fosse realizada uma etapa prévia de secagem ou retirada do material orgânico, o
poder calorífico do mesmo seria ainda maior. Por outro lado, a retirada do plástico e do
papel deste resíduo influenciaria negativamente para a aplicação desta técnica, uma
vez que a energia gerada seria menor.

Dessa forma, temos que além das questões que envolvem a limpeza urbana, a
incineração poderia contribuir para a geração energética, o que torna a aplicação
dessa tecnologia, assim como de outras técnicas que envolvem reaproveitamento
energético, economicamente mais atraentes.

60
5.2. Limitações da Pesquisa

As principais limitações da pesquisa devem-se à obrigação de revisão literária


para obtenção dos dados iniciais necessários para os cálculos teóricos. Como a
empregabilidade do processo de incineração de resíduos sólidos urbanos no Brasil é
praticamente nula, foi preciso ainda recorrer a dados de entrada de outros países a fim
de dar continuidade ao projeto, o que não é ideal. Dessa forma, a falta de informações
nacionais a respeito do assunto aliada a inexistência de uma etapa experimental,
caracteriza-se como uma limitação do trabalho.

Com o intuito de melhorar a análise, os valores obtidos poderiam ser


comparados aos dados de um processo de incineração real de resíduos brasileiros.
Como foi apontado na metodologia, existem limitações quanto a empregabilidade dos
cálculos teóricos, uma vez que são assumidas premissas que divergem da prática, o
que deriva em variações nos resultados. Entretanto, não foi possível levantar tais
dados.

Por fim, é necessário observar em conjunto aos resultados obtidos os principais


impactos causados ao meio ambiente por essa técnica, como a geração de cinzas e
de gases poluentes, e as medidas mitigadoras. Ainda, cabe ressaltar que a coleta
seletiva não deve deixar de ser realizada, conforme prega a Política Nacional de
Resíduos Sólidos, 2010, o que poderia diminuir a viabilidade dessa técnica.

5.3. Trabalhos Futuros

Como foi levantado o interesse do município de Bauru pela tecnologia em


estudo, recomenda-se que para trabalhos futuros seja realizada uma análise dos
custos de operação e implantação do sistema a fim de verificar a viabilidade de
implantação de uma unidade incineradora em Bauru. Ainda, em conjunto a esse
trabalho, deve ser considerada a atividade de reciclagem, de forma a atender à
Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010.

Ainda, o presente estudo poderia ser aprimorado por meio da caracterização


das cinzas para a estimativa de energia gerada na combustão do resíduo e, como já
citado anteriormente, da elaboração de etapas experimentais prévias.

61
REFERÊNCIAS

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resíduos sólidos. NBR 10.004.

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Energia Elétrica. Disponível em:
<http://www.aneel.gov.br/arquivos/PDF/atlas_fatoresdeconversao_indice.pdf>, Acesso
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62
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63
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Technology, Aalborg University, DK-9220 Aalborg East, Dinamarca.

64
Anexo I - Plantas de Waste to Energy no Mundo

Alemanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Filtros (baghouse),
Zweckverband
Baden- lavador de hidróxido
Böblingen Restmüllheizkraftwerk 12 MW 1999 Resíduos Steinmuller 140000 tpy
Württemberg de cálcio, e redução
Böblingen
catalítica seletiva.

Precipitadores
eletrostáticos , filtros
Baden- EEW Energy from Waste
TREA Breisgau 15 MW 2005 Resíduos Von roll 150000 tpy (baghouse), lavador
Württemberg GmbH
via úmida, e redução
catalítica seletiva.

Baden- MVV
IGS Gersthofen 4,4 MW 2009 Resíduos Wulff - - -
Württemberg Energiedienstleistungen

Nordrhein- MVA Bielefeld-Herford Resíduos, lodo de


Bielefeld 20,4 MW 1981 - 330000 tpy -
Westfalen GmbH esgoto

Nordrhein- Mullverbrennungsanlage
MVA Flingern 3,2 MW 1975 Resíduos - - - -
Westfalen Dusseldorf

Nordrhein- EEW Energy from Waste


Heringen 30 MW 2009 Resíduos - 300000 tpy -
Westfalen GmbH

Nordrhein-
AVG Köln AVG Köln GmbH 56 MW 1998 Resíduos - 420000 tpy -
Westfalen
Nordrhein-
MHKW Karnap RWE Power 43 MW 1987 Resíduos Deutsche Babcock 700000 tpy -
Westfalen

65
Alemanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Nordrhein- Resíduos, resíduo


RZH Herten AGR Unternehmensgruppe 29,8 MW 1982 Lurgi - - -
Westfalen industrial

Nordrhein- EEW Energy from Waste AE&E Inova,


EBS Knapsack 33,5 MW 2009 Resíduos 240000 tpy -
Westfalen GmbH Sefako

Sistema de grelhas do tipo


AWG Resíduos,
Nordrhein- roller, sistema Alstom com
Wuppertal Abfallwirtschaftsgesellschaft 40 MW 1974 residuos Lurgi - -
Westfalen filtros (baghouse) e sistemas
mbH Wuppertal industriais
de carvão ativado.

Sachsen &
EAB-EBS Energie Anlage
Sachsen- 35,7 MW 2010 Resíduos Energoinstal - - -
Bernburg Bernbernburg GmbH
Anhalt

Sachsen &
Lauta Sachsen- TA Lauta 20 MW 2004 Resíduos Alstom - - -
Anhalt
Sachsen &
MHKW EEW Energy from Waste
Sachsen- 70 MW 2006 Resíduos Alstom 650000 tpy -
Rothernsee GmbH
Anhalt
Sachsen &
Zorbau Sachsen- SITA Deutschland 25 MW 2005 Resíduos Von Roll, Podolsk 300000 tpy -
Anhalt
Sachsen &
Salzbergen Sachsen- SRS EcoTherm GmbH 7,4 MW 2004 Resíduos Alstom 360000 tpy -
Anhalt

Precipitador eletrostático,
lavador de gás de 2 estágios,
AVA Abfallverwertung redução catalítica seletiva, e
Augsburg Bayern 8,27 MW 1994 Resíduos - 200000 tpy
Augsburg GmbH sistema de injeção de carvão
ativado/filtro (baghouse)
sistema

66
Alemanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Mullheizkraftwerk Resíduos, resíduo
Bamberg Bayern 7,2 MW 1982 Deutsche - - -
Bamberg de esgoto

Zweckverband fur
Coburg Bayern Abfallwirtschaft in 10,6 MW 1988 Resíduos Martin 115000 tpy -
Nordwest-Oberfranken

Landshut Bayern MVA Landshut GmbH 3,43 MW 1989 Resíduos Von Roll - - -

Mullheizkraftwerk
Geiselbullach Bayern 6,5 MW 1985 Resíduos Von Roll - - -
Geiselbullach

GKS -
Schweinfurt Bayern Gemeinschaftskraftwerk 29 MW 1990 Resíduos - - - -
Schweinfurt GmbH

Abfall-
Weißenhorn Bayern Wirtschaftsbetrieb des 10 MW 1991 Resíduos - 100000 tpy -
Landkreises Neu-Ulm

Hamburg,
Niedersachsen EVI Abfallverwertung
EVI-Europark 60 MW 1998 Resíduos Skoda 360000 tpy -
& Schleswig- BV & Co
Holstein

Hamburg,
Precipitadores eletrostáticos,
AHKW Niedersachsen EEW Energy from
12 MW 1998 Resíduos Ansaldo 8,5 tph filtros (baghouse), lavador via
Neunkirchen & Schleswig- Waste GmbH
úmida, e catalisadores.
Holstein

67
Alemanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Hamburg,
Niedersachsen EEW Energy from
Helmstedt 30 MW 1999 Resíduos - 280000 tpy -
& Schleswig- Waste GmbH
Holstein

Hamburg,
Niedersachsen EEW Energy from
MVA Hannover 27 MW 1997 Resíduos - - -
& Schleswig- Waste GmbH
Holstein

Hamburg,
Mullverwertung
Rugenburger Niedersachsen
Rugenberger 29 MW 1973 Resíduos - - - -
Damm & Schleswig-
Damm
Holstein

Hamburg,
Niedersachsen eeW Energy from
Stapelfeld Rebuild 20 MW 1997 Resíduos Alstom 350000 tpy -
& Schleswig- Waste GmbH
Holstein

Hamburg,
MVA Stellinger Niedersachsen Stadtreinigung
22 MW 1973 Resíduos Martin, Walther - - -
Moor Damm & Schleswig- Hamburg
Holstein

Hamburg,
Niedersachsen Weener Energie
Weener 9,2 MW 2008 Resíduos Baumgarte 140000 tpy -
& Schleswig- GmbH & Co KG
Holstein

Baumbarte,
MHKW Bremen Alemanha swb AG 33 MW 2009 Resíduos ThyssenKrupp - - -
Xervon Energy

E.ON Energy from


Großräschen Babcock-Borsig 28 MW 2008 Resíduos Inova - - -
Waste AG

Thermal
Industriepark
Alemanha Conversion 70 MW 2012 Resíduos Ebara, Tlmace 670000 tpy -
Höchst
Compound

68
Alemanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Energieversorgung
MHKW Offenbach Alemanha 11,8 MW 1970 Resíduos Lurgi -
Offenbach AG

Thermoselect
Metropolitan Resíduos, gás de
Karlsruhe Südwest GmbH 12,7 MW 2002 - - - -
Vickers sintese
(EnBW)

Precipitadores eletrostáticos,
EEW Energy from
MHKW Pirmasens Alemanha 16 MW 1999 Resíduos Von roll 180000 tpy filtros (baghouse), lavador via
Waste GmbH
seca e catalisadores.

Babcock- EEW Energy from


Premnitz 14 MW 2009 Resíduos KAB Takuma 250000 tpy -
Borsig Waste GmbH

ZASt -
Zweckverband
Raba-Zast Alemanha 14 MW 2007 Resíduos Martin - - -
Abfallwirtschaft
Sudwestthuringen

Resíduos,
Babcock- Kraftwerk Schwedt
Schwedt 31 MW 2010 Resíduoss de - 220000 tpy -
Borsig GmbH & Co KG
fábrica de papel

Vattenfall Europe
Rudersdorf Alemanha Waste-to-Energy 35,5 MW 2008 Resíduos Fisia 260000 tpy -
GmbH

Vattenfall Europe
Metropolitan
EBS-HKW Rostock Waste-to-Energy 20 MW 2010 Resíduos Takuma 230000 tpy -
Vickers
GmbH

Nehlsen Baumgarte,
Metropolitan
Stavenhagen Heizkraftwerke 45 MW 2007 Resíduos Thyssen-Krupp- 95000 tpy -
Vickers
GmbH & Co KG Xervon

Precipitadores eletrostáticos,
EEW Energy from filtros (baghouse), lavador via
AVA Velsen Alemanha 21,5 MW 1997 Resíduos Von roll 210000 tpy
Waste GmbH úmida, e sistemas de
calatisadores.

69
Áustria
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Kärntner Restmüllverwertungs
KVR Austria 7 MW 1997 Resíduos Martin 80000 tpy -
GmbH

ENAGES Energie- und


Nikalsdorf Austria 7,5 MW 2004 Resíduos Austrian Energy - - -
Abfallverwertungs Ges mbH

Wiener Kommunal-
Pfaffenau Austria Umweltschutzprojektgesellschaft 14 MW 2008 Resíduos Von Roll 250000 tpy -
mbH

Spittelau Austria Wienstrom 8 MW 1987 Resíduos Biro 1200 tpd -

ASA Abfall Service Zistersdorf


Zistersdorf Austria 14 MW 2009 Resíduos Hitachi-Zosen 135000 tpy -
GmbH

Abfallverwertung
Zwentendorf/Dürnrohr Austria 120 MW 2004 Resíduos - - - -
Niederösterreich Ges mbH

Bélgica
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Standardkessel
Biosteam West Flanders Electrawinds NV 17,9 MW 2009 Resíduos 135000 tpy -
Baumgarte
IVM East Flanders - 8,45 MW 2004 Resíduos Volund 100000 tpy -

Lavador de gases do tipo spray-dry


Oostende West Flanders - 5,6 MW 1983 Resíduos Seghers, Denaeyer 5,5 tph
e redução catalítica seletiva.

Laurent Bouillet
Pont-du-Loup Hainaut - 5,7 MW 138000 Resíduos - - -
Ingénierie

70
China
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Golden State
Gaoantun Beijing Environment 25 MW 2008 Resíduos Takuma 1600 tpd -
Corp

Hebei Lingda
Environment- Leito fluidizado do tipo
Hebei Lingda Fujian 24 MW 2006 Resíduos - 900 tpd
Friendly Energy circulating
Co Ltd

Chongqing
Sanfeng Covanta
Hongmiaoling Fujian 24 MW 2007 Resíduos - 1200 tpd -
Environmental
Industry Co Ltd

Shenzhen
Likeng Guangdong Energy Group 22 MW 2006 Resíduos Seghers 1040 tpd -
Co Ltd

Shenzhen
Atomizadores rotativos à
Energy
base de cal e sistemas de
Nanshan Guangdong Environmental 12 MW 2004 Resíduos Seghers 1600 tpd
injeção de carvão ativado
Engineering Co
para o controle de emissões.
Ltd

Shenzhen
Seghers, China
Shenzhen Baoan Guangdong Energy Group 60 MW 2005 Resíduos 3000 tpd -
Western Power
Co Ltd

Chongqing
Sanfeng Covanta Martin, Chongqing
Tongxing Chongqing 24 MW 2005 Resíduos 1200 tpd -
Environmental Iron & Steel
Industry Co

71
Dinamarca
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Asea Brown Boveri
AVV North Jutland AVV I/S 4,6 MW 1999 Resíduos - - -
Stal
Esbjerg Dinamarca L90 18 MW 2003 Resíduos Volund - - -

Dong Energy Resíudos urbanos,


Frederikshavn North Jutland 2,5 MW 1994 - - - -
A/S madeira

Dong Energy
Haderslev Dinamarca 5,8 MW 1993 Resíduos Kruger - - -
A/S

I/S
Nordforbrænding Dinamarca 8,9 MW 2000 Resíduos - - - -
Nordforbrænding

REFA Dinamarca I/S REFA 6,7 MW 1996 Resíduos Volund - - -


Dong Energy
Vejen Dinamarca 2,5 MW 1990 Resíduos e palha Volund - - -
A/S

EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Combustores do tipo waterwall,


Connecticut & Covanta absorvedores do tipo spray dryer
Bristol 16 MW 1988 Resíduos Ogden Martin - -
Massachusetts Energy de cal, filtros (baghouse),
redução não catalítica seletiva.

Sistema de lavadores de gás


Connecticut & Covanta semi-seco de cal, filtros
Haverhill 48 MW 1989 Resíduos Ogden Martin, Zurn - -
Massachusetts Energy (baghouse) e sistemas de
controle de mercúrio.

Precipitador eletrostático, lavador


Connecticut & ReEnergy 10 x
ReEnergy Sterling 31,3 MW 1991 Pneus Zurn pneus/ano via úmida, condesador
Massachusetts Holdings LLC 10^6
(arrefecimento de ar).

72
EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Sistema de grelhas Duesseldorf do


Southeast Connecticut & tipo roller, lavadores via seca, filtros
Covanta Energy 18 MW 1992 Resíduos Deutsche Babcock 690 tpd
Connecticut Massachusetts (baghouse), e sistemas de injeção
de carvão ativado.

Sistema de grelhas do tipo


reciprocating e sistemas de
Wheelabrator
Wheelabrator Connecticut & Resíduos, gás coletores de metais ferrosos e não
Technologies 67 MW 1988 Von Roll 2250 tpd
Bridegport Massachusetts natural ferrosos, lavadores via seca, filtros
Inc
(baghouse), redução não catalítica
seletiva.
Wheelabrator
Wheelabrator Connecticut &
Technologies 40 MW 1985 Resíduos Riley Stoker 1500 tpd -
North Andover Massachusetts
Inc
Wheelabrator
Wheelabrator Connecticut &
Technologies 46 MW 1988 Resíduos Von Roll 1500 tpd -
Millbury Massachusetts
Inc

Wheelabrator Connecticut & Wheelabrator


15 MW 1992 Resíduos 500 tpd -
Lisbon Massachusetts Tecnologies Inc

Wheelabrator
Wheelabrator Connecticut &
Technologies 38 MW 1975 Resíduos Von Roll 1500 tpd -
Saugus Massachusetts
Inc
Minnesota &
Hennepin Covanta Energy 38 MW 1989 Resíduos Distral 365000 tpy -
Wisconsin
Minnesota & Lavador via seca de cal e filtro
Red Wing Xcel Enery 23 MW 1949 Resíduos - 200000 tpy
Wisconsin (baghouse)
Lavador via seca e filtro
Delaware Valley Pennsylvania Covanta Energy 90 MW 1991 Resíduos - - -
(baghouse).
Wheelabrator
Wheelabrator Falls Pennsylvania Technologies 53 MW 1994 Resíduos Von Roll 1500 tpd -
Inc

73
EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Sistema de grelhas do tipo reverse-


reciprocating, lavadores de gases de
Covanta
Lancaster Pennsylvania 35,7 MW 1991 Resíduos Ogden Martin - - combustão semi-secos de cal, filtros
Energy
(baghouse), e sistemas de controle de
NOX e mercúrio

Sistema waterwall, sistema de grelhas


Covanta do tipo reverse-reciprocating, lavadores
Lake County Florida 14,5 MW 1991 Resíduos Zurn 530 tpd
Energy semi-secos de cal, filtros (baghouse), e
sistema de controle de mercúrio.

Palm Beach
North County RRF Florida Resource 62 MW 1989 Resíduos - 2000 tpd -
Recovery Corp

Sistema de grelhas do tipo traveling,


Wheelabrator Wheelabrator Madeira, pneus,
Florida 50 MW 1994 Zurn 285000 tpy lavador via seca de cal e filtro
Ridge Technologies gás de aterro
(baghouse).

Wheelabrator Wheelabrator Resíduos, gás


Florida 66 MW 1991 Von Roll 2250 tpd -
South Broward Technologies natural

Covanta Lavadores via seca, filtros (baghouse), e


Babylon Nova Iorque 17 MW 1989 Resíduos Martin, Zurn 750 tpd
Energy sistema de controle de mercúrio.

Camden
Camden Nova Jersey County Energy 34 MW 1989 Resíduos Foster Wheeler 1050 tpd -
Recovery Corp

Sistema de grelhas Duesseldorf do tipo


Covanta
Essex Nova Jersey 70 MW 1990 Resíduos Foster Wheeler - - roller, precipitadores eletrostáticos,
Energy
sistema de lavadores do tipo spray dry.

74
EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Tecnologia waterwall, sistema de
grelhas do tipo reverse
Huntington Nova Iorque Covanta Energy 25 MW 1991 Resíduos Distral - - reciprocating, lavadores via seca,
filtros de tecido, sistema de
controle de mercúrio.
Sistema de grelhas do tipo roller,
lavadores via seca, filtros de
Hempstead Nova Iorque Covanta Energy 72 MW 1989 Resíduos Riley Stoker - -
tecido, e redução não catalítica
seletiva.

Filtros (baghouse), lavadores via


Wheelabrator
Gloucester County Nova Jersey 14 MW 1989 Resíduos Von Roll 575 tpd seca, e redução não catalítica
Technologies
seletiva.

Niagara Nova York Covanta Energy 50 MW 1980 Resíduos Foster Wheeler 800000 tpy -

Sistema de grelhas do tipo reverse-


reciprocating , lavadores semi-
Onondaga Nova York Covanta Energy 39,5 MW 1995 Resíduos Ogden Martin - - secos de cal, filtros (baghouse),
redução não catalítica seletiva,
sistema de controle de mercúrio

Sistema de grelhas do tipo reverse-


reciprocating, lavadores semi-
Distral, Ogden
Union County Nova Jersey Covanta Energy 44 MW - Resíduos - - secos de cal, filtros (baghouse), e
Martin
sistema de controle de NOX e
mercúrio.

Wheelabrator
Wheelabrator
Nova York Technologies 60 MW 1984 Resíduos Von Roll 2250 tpd
Westchester
Inc
-

Wheelabrator
Wheelabrator
Nova York Technologies 15 MW 1992 Resíduos - 500 tpd
Hudson Falls
Inc
-

Lavadores semi-secos de cal,


Warren County Nova Jersey Covanta Energy 18 MW 1988 Resíduos Distral - -
filtros (baghouse)

75
EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Martin, Keeler Dorr
Alexandria Estados Unidos Covanta Energy 23 MW 1988 Resíduoss urbanos - - -
Oliver
Grelha do tipo reciprocating,
sistema waterwall, auxiliadores de
queima. Sistemas de redução não
Fairfax Estados Unidos Covanta Energy 124 MW 1990 Resíduoss urbanos Ogden Martin, Zurn - -
catalítica seletiva, lavadores semi-
secos de cal, filtros e injeção de
carvão ativado.

Combustíveis
Ford Heights Estados Unidos KTI Inc 24 MW 1996 Zurn - - -
derivados de pneus

Sistema waterwall com grelhas do


Resíduoss urbanos, tipo reverse-reciprocating (Martin),
lodo de esgoto, gás lavadores de cal semi-secos,
Huntsville Estados Unidos Covanta Energy - - 1990 - - -
de aterro, gás sistema de controle de poluição
natural atmosférica, filtros (baghouse), e
outros controles.

Sistema waterwall com grelhas do


tipo reverse-reciprocating,
lavadores de cal semi-secos e
Resíduoss urbanos,
Marion County Estados Unidos Covanta Energy 13,1 MW 1987 Ogden Martin - - sistema de controle de poluição
material médico
atmosférica (filtro (baghouse)s)
para controle de gases ácios e
partículas.

Sistema waterwall com grelhas do


tipo reverse-reciprocating (Martin),
Martin, Keeler Dorr lavadores semi-secos de cal, filtros,
Kent County Estados Unidos Covanta Energy 18 MW 1990 Resíduoss urbanos - -
Oliver sistemas de redução não catalítica
seletiva, e injeção de carvão
ativado para controle de mercúrio.

Grelha do tipo reciprocating,


lavadores semi-secos de cal,
sistema de controle de poluição
Indianapolis Estados Unidos Covanta Energy - - 1990 Resíduoss urbanos Martin 2175 tpd
atmosférica (filtro (baghouse)s) e
sistemas de controle de NOX e
mercúrio

76
EUA
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Grelha do tipo reverse-


reciprocating, lavadores semi-
secos de cal, sistema de controle
Stanislaus County Estados Unidos Covanta Energy 24 MW 1998 Resíduoss urbanos Odge Martin, Zurn - -
de poluição atmosférica, filtros
(baghouse), sistemas de controle
de NOX e mercúrio.

Wheelabrator Resíduoss urbanos,


Wheelabrator
Estados Unidos Technologies 5 MW 1987 gás liquefeito de KDO, Von Roll 200 tpd -
Claremount
Inc petróleo

Wheelabrator Resíduoss urbanos,


Wheelabrator
Estados Unidos Technologies 14 MW 1989 gás liquefeito de B&W, Von Roll - - -
Concord
Inc petróleo

Wheelabrator
Wheelabrator
Estados Unidos Technologies 26 MW 1991 Resíduoss urbanos B&W, Von Roll 1500 tpd -
Spokane
Inc

Wheelabrator
Wheelabrator Combustion
Estados Unidos Technologies 60 MW 1987 Resíduoss urbanos 2000 tpd -
Portsmouth Engeneering
Inc

Europa - outros
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Odvoz a
Spalovna Bratislava Eslováquia Likvidacia 6,3 MW 2002 Resíduos CKD Praha - - -
Odpadu (OLO)
Centre
Tractament
CTRA Andorra 18,6 MW 2006 Resíduos Leroux 60000 tpy -
Residus d'Adorra
S.A
Kalka Iceland Kalka hf 0,47 MW 2004 Resíduos - - -

77
Europa - outros
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
EEW Energy
Leudelange Luxemburgo from Waste 15,3 MW 2010 Resíduos Von Roll 150000 tpy -
GmbH

Filtro (baghouse) Alstom, sistema


Kotkan Energia
Korkeakoski Finlandia 8,6 MW 2008 Resíduos Seghers 300 tpd lavador e redução não catalítica
Ou
seletiva.

Fortum Heat
Klaipeda Lituania 20 MW 2013 Resíduos Fisia Babcock - - -
Lietuva UAB

Rákospalota Hungria FKF Rt 24 MW 1981 Resíduos Lentjes - - -

Westenergy Ou Hitachi Zosen


Mustasaari Finlandia 15 MW 2013 Resíduos 20000 kg/hr -
Ab Inova
Filtro (baghouse) e lavador via
Meath Irlanda Indaber Ireland 16 MW 2011 Resíduos B&W Volund - -
úmida.

Riihimäki Finlandia Ekokem Ou AB 10 MW 2007 Resíduos Fisia - - -

Spalovna Košice Eslováquia Kosit as 17,4 MW 1989 Resíduos CKD Praha - - -

República
Sako Brno Sako Brno as 21,5 MW 2010 Resíduos 248000 tpy -
Tcheca
República Prazske Sluzby
ZEVO 17,4 MW 2010 Resíduos CKD Praha - - -
Tcheca as
República
Termizo Termizo as 2,5 MW 1999 Resíduos Von Roll 96000 tpy -
Tcheca

França
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
SCDC
Bissy Chambery 2,7 MW 1996 Resíduos Sogea, Fire Power - - -
Chambery

78
França
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Resíduos, lodo de
Pyrénées-
Calce CYDEL 21,6 MW 2003 esgoto e resíduos - 209000 tpy -
Orientales
hospitalares
Martin, Leroux &
Douchy-les-Mines Nord Tiru 6 MW 2004 Resíduos 88000 tpy -
Lotz

Resíduos, lodo de Leito fluidizado ROWITEC, ciclone,


Gien France Tiru 5,5 MW 1997 esgoto e resíduos Holter, Ebara 80000 tpy absorvedor de pulverização, e filtro
hospitalares de tecido.

Isséane Paris SYCTOM 50 MW 2007 Resíduos Von Roll 460000 tpy -

Ivry Paris XIII Paris Tiru 63 MW 1969 Resíduos Martin 690 tpy Tecnologia de grelhas

Noidan-le-Ferroux Haute-Saone Tiru 3,1 MW 2007 Resíduos Leroux & Lotz 41000 tpy -

Cyclergie, Leroux &


Pontex-les-Forge Landes Tiru 2,4 MW 1997 Resíduos 40000 tpy -
Lotz
Leito fluidizado ROWITEC,
ciclones, precipitadores
SIVOM Resíduos, lodo de
Sausheim Haut-Rhin 13 MW 1999 Lurgi, Alstom - - eletrostáticos, e sistemas de
Mulhouse esgoto
limpeza via úmida dos gases de
combustão.
SMITOM de
Smitom Bas-Rhin Haguenau- 3 MW 2002 Resíduos Itisa 80000 tpy -
Saverne
Cyclergie, Leroux &
St-Ouen Sine-St-Denis Tiru 10 MW 1990 Resíduos 630000 tpy -
Lotz
Leito fluidizado ROWITEC,
ciclones, precipitadores
Sonirval Nevers Nievre Veolia Proprete 3,3 MW 2002 Resíduos Volund - - eletrostáticos e sistemas de
limpeza via úmida dos gases de
combustão.

Strasbourg Bas-Rhin Tiru 22 MW 1995 Resíduos Von Roll 350000 tpy -

Valeciennes (Saint-
Nord Tiru 15 MW 1977 Resíduos Martin 132000 tpy -
Saulve)
Villefrance-sur-
Rhone Tiru 6,15 MW 2002 Resíduos Martin - - -
Saone

79
Holanda
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

AVI Amsterdam HR Afval Energie


Holanda 74 MW 2007 Resíduos Martin 530000 tpy -
Centrale Bedrijf

AVR Rozenburg Holanda AVR Holding 54,7 MW 1972 Resíduos Durr - - -

E.ON Energy
Delfzijl Holanda 11 MW 2010 Resíduos AE&E Inova 275000 tpy -
from Waste
SITA ReEnergy Hitachi-Zosen
Holanda SITA Nederland 32 MW 2011 Resíduos 290000 tpy -
Roosendaal Inova

Afvalsturing
Resíduos, gás
REC Harlingen Holanda Friesland NV 17 MW 2011 AE&E Lentjes 230000 tpy -
natural
(Omrin)
Hengelo Holanda Twence bv 26 MW 1997 Resíduos Stork - - -
Sistema de grelhas do tipo
reciprocating com refrigeração a
água, precipitador eletrostático,
EM Wijster Holanda Essent Milieu 48 MW 1996 Resíduos Lurgi - - tecnologia spray dryer, filtro
(baghouse), lavador de dois
estágios e catalisador de oxidação
de dois estágios.

Itália
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Arezzo Tuscany - 2,9 MW 2004 Resíduos - 175000 tpy -
Bergamo Lombardy - 10,7 MW 1988 Resíduos Energy Products - - -

Brescia Lombardy - 75 MW 1988 Resíduos, biomassa Martin, Ansaldo 801000 tpy -

Emilia- Hera Ambiente


Forli-Cesena 10,5 MW 2008 Resíduos Jackob Stiefel - - -
Romagna SpA

80
Itália
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Emilia- Hera Ambiente
Ferrara 13 MW 2008 Resíduos Jackob Stiefel - - -
Romagna SpA
Corteolona Lombardy Ecodeco 9 MW 2003 Resíduos - - - -
Lavador de bicarbonato com
Emilia- Frullo Energia injeção de carvão ativado, filtro
Frullo Granarolo 22 MW 2004 Resíduos, biomassa - - -
Romagna Ambiente Srl (baghouse), e redução catalítica
seletiva.
Emilia- Hera Ambiente
Rimini Coriano 10,3 MW 2007 Resíduos De Bartolomeis - - -
Romagna SpA
Veolia Servizi
Piestrasanta Tuscany 6,3 MW 2002 Resíduos - - - Leito fluidizado do tipo circulating
Ambientali SpA
(Emilia-
Parma WTE Iren Emilia 12,5 MW 2013 Resíduos Ruths 130000 tpy -
Romagna)

Tecnoborgo Emilia- Tecnoborgo


11,63 MW 2002 Resíduos Martin 120000 tpy -
(Piacenza) Romagna SpA

Silea Lecco Lombardy Silea SpA 14 MW 2006 Resíduos Sices 65000 tpy -

Trezzo sull'Adda Lombardy Actelios SpA 18 MW 2002 Resíduos Von Roll - - -

Veolia Servizi
Vercelli Piedmont 3,5 MW 1997 Resíduos - - - -
Ambientali SpA

Japão
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Sistema Ebara HPCC21,com
Clean
grelhas horizontais em degraus e
Adachi Tokyo Association of 16,2 MW - Resíduos - - -
forno de fusão de cinzas de
Tokyo 23
plasma.
Clean
Ariake Tokyo Association of 5,6 MW - Resíduos - - - -
Tokyo 23

81
Japão
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Chiba Japão JFE Holdings 1,5 MW 1999 Resíduos - - - -

Mitsubishi Resíduos e gás de


Mutsu Aomori 2,4 MW 2003 - - - -
Materials Corp síntese
Clean
Chitose Tokyo Association of 12 MW - Resíduos Kawasaki - - -
Tokyo 23
Nobeoka City Fukuoka Nobeoka City 2,15 MW 2009 Resíduos Eckrohrkessel - - -
Kitakyusyu City Nippon Steel & Gaseificação de leito
600 -
Shin-Moji Fukuoka Environment 23,5 MW 2007 Resíduos Sumikin tpd fluidizado e sistemas diretos
720
Bureau Engineering Co Ltd de fusão
Fukuoka Clean
Tobu Fukuoka 29,2 MW 2005 Resíduos Kawasaki 900 tpd -
Energy Corp
Tokyo Waterfront Gaseificação de leito
Tokyo Waterfront
Tokyo Recycle Power 23 MW 2006 Resíduos Ebara 550 tpd fluidizado TwinRec e linhas
Recycle
Co Ltd de fusão da cinzas
Osaka City
Environmental
Maishima Osaka 32 MW 2001 Resíduos Von Roll 900 tpd -
Protection
Bureau

Noruega
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
More og
Alesund Tafjord Kraftvärme AS 4,1 MW 2009 Resíduos Volund - - -
Romsdal
Bergen Hordaland BiR Bergen 11,9 MW 1999 Resíduos Van Roll - - -

Oslo
Brobekk Oslo Heat MW 1967 Resíduos - 100000 tpy -
Energigjenvinningsetaten
Oslo
Klemetsrud Phase I Oslo 10,65 MW 1986 Resíduos - 150000 tpy -
Energigjenvinningsetaten

82
Noruega
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Frevar - Fredrikstad
Frevar Ostfold Vann, Avløp og 1 MW 1984 Resíduos Enertec - - -
Renovasjonsforetak

Returkraft Vest-Agder Returkraft AS 14,3 MW 2010 Resíduos Fisia-Babcock 130000 tpy -

Trehørningen Hedmark Eidsiva 5 MW 2011 Resíduos Volund 9 tph -

Outros lugares
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
CNIM
Baky WTE Azerbaijão 37 MW 2012 Resíduos Martin 500000 tpy -
Azerbaycan Ltd
French West Martiniquaise de
CACEM UTVD 7,2 MW 2002 Resíduos Vinci 112000 tpy -
Indies Valorasation
EVN-
Standardkessel,
MSZ - 3 Russia Ekotechprom 10,9 MW 2007 Resíduos 360000 tpy -
Podoloski
MSZ 3
Jersey
Transport and
La Colette Jersey 10,2 MW 2011 Resíduos - - - -
Technical
Services
Recycle Energy
Kajang Malásia 8,9 MW 2009 Resíduos Shin 1100 tpd -
Sdn Bhd

Qatar DSWMC Catar Keppel Seghers 40 MW 2011 Resíduos Keppel Seghers 15000 tpd -

Kyiv Energia Ucrania Kyivenergo heat MW 2001 Resíduos CKD Dukla - - -

Selco
Shadnagar India 6,6 MW 2003 Resíduos Walchandnagar - - -
International Ltd

83
Outros lugares
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
National
Tuas South Singapura Environment 46 MW 1986 Resíduos - - - -
Agency
Keppel Seghers,
Tuas Singapura Keppel Seghers 30 MW 2009 Resíduos 800 tpd -
Shanghai
Ouanalao
French West
St-Barthelemy Environnement - - 2001 Resíduos Bouillet 36 tpd -
Indies
AS

Portugal e Espanha
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Soc Galega do
La Coruna Espanha Medio 49 MW 1999 Resíduos Kvaerner - - Leito fluidizado do tipo bubbling
Ambientehas
Lipor Portugal Lipor 25 MW 1999 Resíduos Lurgi - - -

Lavador semi-seco e redução não


Madeira Portugal ETRSU Madeira 8,1 MW 2003 Resíduos - - -
catalítica seletiva.

Filtro (baghouse), lavador semi-


Valorsul Portugal Valorsul S.A 50 MW 1999 Resíduos - - - seco e redução não catalítica
seletiva.

Urbaeneregia Vulcan Sadeco,


Tirmadrid Espanha 29 MW 1996 Resíduos 1200 tpd -
S.A Lurgi

Tractament i
Revaloritzacio
Mataro Espanha de Residus del 11,6 MW 1994 Resíduos - 160000 tpy -
Maresme SA
(TRM)

84
Reino Unido
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Kent
Allington Quarry Kent 51 MW 2007 Resíduos Lurgi 50000 tpy -
Enviropower Ltd
Greater
Bolton Lancashire Manchester 10 MW 2000 Resíduos Volund 120000 tpy -
Waste Ltd
Veolia ES
Chineham Hampshire 8 MW 2003 Resíduos 90000 tpy -
Hampshire Ltd
NewLincs
Grimsby Linconlnshire 3,45 MW 2004 Resíduos Bouillet 56000 tpy -
Development Ltd

Dudley Waste
Dudley Staffordshire 7,4 MW 1998 Resíduos 90000 tpy -
Services Ltd

Shetland Heat
Shetland
Lerwick Energy and - - 1999 Resíduos - 22000 tpy -
Islands
Power Ltd

Veolia ES
Marchwood Hampshire 14 MW 2004 Resíduos - 165000 tpy -
Hampshire Ltd

Veolia ES
Portsmouth Hampshire 14 MW 2005 Resíduos - 165000 tpy -
Hampshire Ltd

SELCHP Middlesex Onyx Selchp 31 MW 1994 Resíduos Steinmuller 420000 tpy -


Cory
Riverside Kent Environmental 80 MW 2011 Resíduos Von Roll Inova 500000 tpy -
Ltd
SITA Waste
Richmod Hill Isle od Man 6,7 MW 2004 Resíduos - - - -
(IOM) Ltd

Teeside WTE Durham SITA UK 19,2 MW 1998 Resíduos Volund 250000 tpy -

Thetford Norfolk Fibrothetford Ltd 38,5 MW 1998 Restos de frango Detroit Stoker 400000 tpy -
Veolia
Tyseley Warwickshire Environmental 28 MW 1996 Resíduos Steinmuller 350000 tpy -
Services
Energy Power
Westfield Fife 11,8 MW 2000 Restos de frango Austrian Energy 110000 tpy -
Resources Ltd

85
Suécia
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Von Roll,
Dåva-1 Västerbotten Umeå Energi 12 MW 2000 Resíduos 175000 tpy -
Gotaverken
Öresundskraft
Filbornaverket Skane 20 MW 2013 Resíduos Volund 160000 tpy -
AB

Precipitador eletrostatico,
sistema de condensação
Sävenäs Västra Götland Renova AB 32 MW 1994 Resíduos Von Roll 460000 tpy
para limpeza de gases de
combustão e filtro de tecido.

Kumla-2 Sodermanlands SAKAB AB 7,8 MW 2003 Resíduos Seeghers - - Sistema de grelhas

Tekniska Verken Resíduos, turfa e


Kiruma Norbotten 9,4 MW 2000 Volund 70000 tpy -
i Kiruna AB madeira

Sydvastra
Sjolunda Skåne Skanes 26 MW 2003 Resíduos Martin 400000 tpy -
Avfallsaktiebolag

Skövde Värme
Skövde Västra Götland 1,8 MW 2005 Resíduos Volund - - -
AB

Vattenfall Värme
Uppsala Block 5 Uppland - - 2005 Resíduos Von Roll - - -
Uppsala AB

Sistema de controle de
poluição atmosférica Alstom.
filtro (baghouse), sistema
Jönköping Energi
Torsvik Jönköping 13 MW 2006 Resíduos Fisia Babcock 160000 tpy com injeção de carvão
AB
ativado, lavador via úmida, e
condensador de gases de
combustão.

86
Suíça
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Industrielle Werke
KVA Basel Basel 17,2 MW 1999 Resíduos Enertech - - -
Basel
MartinWehrle-Werk
KVA Buchs Aargau KVA Buchs AG 11 MW 1995 Resíduos - - -
AG
Chaux-de-Fonds
Neuchâtel Vadec S.A 2,5 MW 1994 Resíduos Enertech - - -
New

KVA Forsthaus Resíduos, gás


Bern Energie Wasser Bern 91 MW 2012 Martin, Bertsch - - -
West natural, madeira

Colombier Neuchâtel Vadec S.A 6 MW 1996 Resíduos SEU Schenkel - - -

Zweckverband
Kirchberg St-Gallen Abfallverwertung 2,3 MW 1984 Resíduos - - -
Bazenheid
Saidef Fribourg Saidef 10 MW 1999 Resíduos Enertech - - -

Kehrichtheizkraftwerk
KVA St Gallen St-Gallen 5,75 MW 1987 Resíduos Enertech - - -
St Gallen

Taiwan
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador
Onyx Ta-Ho
Chiayi Chiayi Environmental 2,3 MW 2001 Resíduos Volund - - -
Services Co
Onyx Ta-Ho
Alstom, China Steel
Lutsao Kaohsiung Environmental 21,5 MW 2001 Resíduos - - -
Corp
Services Co

87
Taiwan
Fornecedor do
Capacidade
Nome Localização Operador Configuração Operação Combustível sistema Tecnologias
Nominal
Boiler/Incinerador

Taipei City
Department of
Neihu Taipei 6 MW 1992 Resíduos Takuma 900 tpd -
Environmental
Protection

Onyx Ta-Ho
Taichung Taichung Environmental 13 MW 1997 Resíduos - - - -
Services Co

Taipei City
Department of
Peitou Taipei 48 MW 1999 Resíduos Von Roll - - -
Environmental
Protection

Onyx Ta-Ho
Pali Taipei Environmental 36 MW 2001 Resíduos Volund 57 tph -
Services Co

Hsin Yung
Taoyuan South Taoyuan 40 MW 2001 Resíduos Lurgi 1.350 tpd Leito do tipo roller-grate
Enterprise Corp

Onyx Ta-Ho
Yongkang Tainan Environmental 24,75 MW 2008 Resíduos Steinmuller 280000 tpy -
Services Co
(Adaptado de Idustcards, 2013)

Legenda: tph toneladas por hora


tpd toneladas por dia
tpy toneladas por ano

88

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