NT 20
NT 20
NT 20
NORMA TÉCNICA No 20
SISTEMAS DE PROTEÇÃO POR ESPUMA
1. OBJETIVO
Esta Norma Técnica tem como objetivo adequar o texto da NBR 12615, que dispõe
sobre o sistema de combate a incêndio por espuma da ABNT, para aplicação na
análise e vistoria de projetos/processos submetidos ao Corpo de Bombeiros do
Tocantins, atendendo ao previsto na Lei de Segurança Contra Incêndio e Pânico do
Estado do Tocantins.
2. APLICAÇÃO
Aplica-se às edificações e áreas de risco em que sejam necessárias a existência de
produção, manipulação, armazenamento e distribuição de líquidos combustíveis ou
inflamáveis localizadas no interior de edificações ou a céu aberto para combate a
incêndio, de acordo com o previsto na Tabela 25 da Lei de Segurança Contra
Incêndio do Estado do Tocantins.
4. DEFINIÇÕES
Para os efeitos desta Norma Técnica, aplicam-se as definições constantes da Norma
Técnica que dispõe sobre terminologias de proteção contra incêndio e pânico.
5. PROCEDIMENTOS
5.1 Generalidades:
5.1.1 A espuma mecânica ou espuma de ar, para as finalidades desta Norma
Técnica, deve ser entendida como um agregado de bolhas cheias de ar,
geradas por meios puramente mecânicos, de soluções aquosas contendo um
concentrado de origem animal, sintética ou vegetal.
5.1.2 A espuma mecânica ou espuma de ar é útil como agente de prevenção e
extinção ao fogo nas situações mais variadas, satisfazendo a todas as
exigências referentes a um fluido de densidade muito baixa e alta capacidade de
absorção do calor. A espuma mecânica não é considerada um agente adequado
para incêndios em gases. Sua densidade, sendo menor que as dos líquidos
inflamáveis, permite que seja usada principalmente para formar uma cobertura
flutuante, extinguindo, cobrindo e resfriando o combustível de forma a
interromper a evaporação dos vapores e impedir a sua mistura com o oxigênio
do ar.
5.1.3 Os tanques de armazenamentos de superfícies ou aéreos, com volume total
igual ou inferior a 120 m3, contendo líquidos combustíveis com ponto de fulgor
entre 60oC e 93,4oC, não necessitam de sistema de espuma, desde que tenham
diâmetro inferior a 9,0m, estejam em bacia de contenção individuais e observem
os afastamentos previstos nas normas técnicas oficiais.
5.1.3.1 Para líquidos com ponto de fulgor superior a 93,4 oC isenta-se do sistema de
espuma, desde que o produto não seja pré-aquecido, os tanques tenham
diâmetro inferior a 9,0m, estejam em bacias de contenção individuais e
observem os afastamentos previstos nas normas oficiais.
5.1.4 Em tanques ou recipientes que contenham produtos quentes, cuja temperatura
esteja acima do ponto de ebulição da água, a aplicação da espuma mecânica
deverá ser precedida de judicioso estudo da situação. Em tanques contendo
combustíveis líquidos de alta viscosidade os quais tenham permanecido em
queima por período prolongado, o uso de espuma mecânica não é
aconselhado.
5.1.5 A espuma mecânica é condutora de eletricidade, portanto, jatos plenos deste
agente extintor não devem ser usados contra equipamentos elétricos
energizados.
5.1.6 Mistura da água com o Líquido Gerador de Espuma (LGE):
Os métodos propostos para se obter uma mistura adequada de água e LGE são
dados em 5.1.6.1 a 5.1.6.5.
5.1.6.1 Mistura de LGE efetuada diretamente por esguichos de espuma portáteis, de
vazão fixa.
5.1.6.2 Mistura de LGE efetuada na linha de mangueiras por meio de
proporcionadores de linha de vazão fixa.
5.1.6.3 Mistura de LGE efetuada por dispositivo dosador instalado entre a descarga
e admissão da bomba de água. Permite variação de vazão, dependendo
sempre de operador.
5.1.6.4 Mistura de LGE efetuada por meio de bomba ou vaso de pressão e dosador
que controlam automaticamente as vazões de LGE, em função das vazões de
água. Permitem ampla variação de vazão, independendo do operador.
5.1.6.5 Os métodos indicados em 5.1.6.3 e 5.1.6.4 podem ser obtidos por meio de
estações de emulsionamento fixas ou móveis (viaturas emulsionadoras).
5.2 Gerador de espuma mecânica:
5.2.1 Os métodos propostos por esta Norma Técnica para se obter a espuma
mecânica são:
a) geração por meio de equipamentos portáteis do tipo bocal, para permitir a
mistura de ar à solução de espuma mecânica;
b) por meio de equipamentos semi-eixos do tipo bocal, para permitir a
mistura de ar à solução de espuma mecânica;
c) geração por meio de equipamentos fixos do tipo bocal, para permitir a
mistura de ar à solução de espuma mecânica.
5.2.2 A relação entre a quantidade de espuma produzida pelos equipamentos e a
quantidade de solução de espuma (coeficiente de expansão) deve ser da
ordem de oito vezes como o valor máximo e quatro vezes como o valor
mínimo. O tempo de permanência da espuma sobre a superfície do líquido
deve ser, no mínimo, de 15 minutos. Para produtos com tensão de vapores
elevados, podem ser aceitas diferentes taxas de tempo.
5.3 Armazenamento do líquido gerador de espuma em instalações fixas:
5.3.1 O LGE deve ser armazenado em tanques ou recipientes metálicos protegidos
convenientemente contra corrosão.
5.3.1.1 Os tanques ou recipientes devem estar localizados, sempre que possível,
em ponto eqüidistantes dos riscos a proteger, nas estações de
emulsionamento, de modo que não seja ultrapassada a temperatura de 45ºC
no interior da massa líquida.
5.3.1.2 Os tanques de LGE devem ser projetados de modo a disporem de respiros
adequados, válvulas de descarga, dispositivo de enchimento de medição e
controle constante de nível, boca de visita para facilitar a inspeção, limpeza e
tomada de amostras.
5.3.1.3 Os recipientes devem conter rótulo de identificação do tipo de LGE,
indicando a aplicabilidade, taxas de aplicação e dosagens recomendadas.
Tipos de aplicação de
Para tanques contendo hidrocarbonetos líquidos espuma
Tipo I Tipo II
Óleos lubrificantes, resíduo viscoso seco (mais de 50 s Saybolt-Furol, a
50ºC, 1.068x10-4 m² /s, a 50ºC), óleos combustíveis pesados, com pontos 15 25
de fulgor acima de 93,3ºC.
Querosene, óleos combustíveis leves, etc., com pontos de fulgor de 37,7ºC a
20 30
93,3ºC.
Gasolina, nafta, benzol, Diesel automotivo e líquidos similares, com pontos
30 55
de fulgor abaixo de 37,7ºC
Petróleo cru 30 55
Superior a 40 1200 6 30
Notas:
1) para área total até 400 m² - uma linha de 200 L/min.;
2) no caso de solução de espuma tipo álcool, limitações de tempo de trânsito
podem exigir uso de linhas separadas de água e de LGE e a necessidade de se
efetuar a mistura do LGE perto do esguicho de espuma e não na estação central
de espuma.
Notas:
1) acrescentar uma câmara para cada 465m² de superfície líquida, quando o
tanque ultrapassar o diâmetro de 61m;
2) testes práticos demonstraram que a espuma pode deslocar-se efetivamente
através de 30m de superfície de líquido incendiado. Em tanques grandes, a
injeção subsuperficial pode ser usada para se reduzirem as distâncias de
deslocamento da espuma.
Notas:
1) líquidos da classe IA exigem consideração especial;
2) esta tabela baseia-se em extrapolação de dados de testes de fogo em
tanques de diâmetros de 7,5m, 28m e 35m, contendo gasolina, petróleo cru
e hexano, respectivamente;
3) incêndios em combustíveis mais pesados que foram extintos pela aplicação
subsuperficial correspondem, em viscosidade, aos óleos combustíveis que
em temperatura do ambiente (15,5ºC) tenham viscosidade de 25 S.S.U. a
50ºC e ponto de fluidez de -9,4ºC. Além do controle oferecido pelo efeito
abafador da espuma e o efeito resfriador da água que alcança a superfície, o
controle e a extinção do incêndio podem ser ainda favorecidos pela
movimentação do produto frio para a superfície.
6.3.9.5.3 Quanto à altura das saídas de espuma, estas devem estar situadas acima
do nível de água. Havendo água no fundo do tanque, acima das saídas de
espuma, ela deve ser drenada até o nível do ponto de aplicação, antes de se
colocar o sistema de espuma em operação. Caso isto não seja feito, a
eficácia da espuma será reduzida devido à sua diluição, prolongando ou
impossibilitando a extinção.
6.3.10 Tubulação do sistema de espuma:
6.3.10.1 Tubos para espuma:
O dimensionamento dos tubos ou das linhas de saída usadas além do gerador de
espuma deve ser tal que a contrapressão esteja dentro da faixa das pressões para
as quais o sistema foi projetado.
6.3.10.2 Válvulas nos sistemas:
Em adição às exigências especificadas em 6.1.9.2, cada linha de suprimento de
espuma deve estar equipada com uma válvula de descarga e uma válvula de
retenção, a menos que a segunda seja parte integrante do gerador de espuma de
alta contrapressão a ser ligado na hora do uso. Quando linhas de produto são
empregadas para espuma, as válvulas destas devem ser dispostas para que a
espuma entre somente no tanque a ser protegido.
6.3.10.3 Tanques horizontais e tanques pressurizados:
Os sistemas fixos ou semifixos de espuma não se aplicam a tanques horizontais
nem a tanques pressurizados.
6.3.11 Tubulação:
6.3.11.1 Toda tubulação no interior dos diques, e dentro de 15m de distância nos
tanques sem diques, pode estar enterrada a uma profundidade de 0,60m ou
montada acima do solo, se apropriadamente suportada e protegida contra
donos mecânicos.
6.3.11.2 A tubulação das câmaras de descarga, dentro do dique ou de 15m de
distância de tanques sem dique, deve ser construída do modo a absorver as
forças no sentido para cima e as do choque devido à ruptura do teto do
tanque. Preferencialmente, usar tubos de aço-carbono todos soldados. Uma
das seguintes técnicas pode ser empregada:
a) quando a tubulação for enterrada, uma junta articulada ou giratória ou
outro meio conveniente deve ser instalado na base de cada tubo de
subida para a câmara, de forma a permitir a elevação da câmara e a
flexão do tubo de subida;
b) quando a tubulação for apoiada sobre o solo, deve possuir suportes
inferiores e laterais, quando necessário, porém não deve ficar impedida de
deslocar-se para cima, desde a distância de 15m do costado do tanque,
para dar flexibilidade nesse sentido, de modo que a junta articulada ou
giratória da câmara ou outro meio conveniente não seja necessário. Caso
haja conexões rosqueadas, estas devem ser soldadas como reforço;
c) quando os tubos das câmaras são de 100 mm ou maiores, podem ser
soldados ao tanque mediante suportes de chapas de aço situadas
perpendicularmente ao tanque. Deve haver um suporte em cada anel do
costado. Este sistema pode ser empregado em vez de juntas articuladas
ou giratórias.
6.3.11.3 Deve haver um dispositivo para permitir teste hidrostático do sistema até a
câmara.
6.3.12 Válvulas nos sistemas:
Todas as válvulas, exceto as dos hidrantes, devem ser do tipo que permitem a
verificação visual das posições “aberta” e “fechada”. Nas instalações fixas, as
tubulações de alimentação para cada câmara de espuma devem ter válvulas
individuais fora do dique em instalações fixas. As válvulas de controle para dirigir a
espuma ou solução para o tanque apropriado podem estar na estação central de
espuma ou podem estar em pontos onde as tubulações derivam da linha principal de
alimentação.
6.3.12.1 As válvulas de controle devem estar situadas fora dos diques e às
seguintes distâncias do costado do tanque que protegem:
a) 15m para tanques de diâmetro menor que 15m;
b) um diâmetro para tanques de diâmetro de 15m ou mais.
6.3.12.2 As válvulas de controle remoto podem ser permitidas a distância menor que
as prescritas nas alíneas a e b do item 6.3.12.1, quando estiverem
adequadamente protegidas. Onde dois ou mais proporcionadores de
espuma estiverem instalados em paralelo, descarregando para um mesmo
equipamento, deve haver válvulas entre a descarga de cada proporcionador
e o coletor de descarga. A linha de água para cada proporcionador deve ter
válvula separada.