Unidade I-SEBENTA. Final 2019
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1.3 Objectivos
Elaborado por: Nelson Filipe, Departamento de Ciências da Terra e Ambiente, UniSave, 2019.
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Explicar a importância dos solos como objecto de trabalho e meio básico e geral da
produção;
Estabelecer a inter-relação entre a distribuição espacial dos solos e o seu aproveitamento
agro-pecuário;
Comparar as características quantitativas e qualitativas dos solos;
Transmitir de forma organizada, metodológica e cientificamente fundamentando os
conhecimentos deste domínio.
Inicialmente esses dados eram muito simples e, empíricos, sem detalhes, nem argumentação
científica. Depois de ser uma mero caçador, em outros período, a cultivar plantas, obtendo assim
alimentos e fibras para a confecção de tecidos rudimentares e para a protecção do corpo contra as
intempéries. A terra passou deste modo a ser encarada como algo onde o Homem pode enterrar
uma semente que em condições favoráveis, germinaria, cresceria e produziria alimentos ou outra
coisa útil a sua vida. Surgiu então o conceito de solo como meio para o desenvolvimento das
plantas, que é tão antigo como a própria agricultura em si.
As primeiras civilizações agrícolas que apareceram não deixaram dados históricos para saber-se
com precisão quais eram os seus conceitos a respeito das coisas da natureza. No entanto certas
evidências arqueológicas sugerem que desde o início da agricultura o Homem aprendeu que
determinadas terras eram mais produtivas que as outras e algumas eram demasiadas encharcadas,
arenosas ou endurecidas para que pudessem ser cultivadas. Esta aprendizagem talvez tenha
surgido pelo processo de tentativas: solos improdutivos e propícios à lavoura.
O avanço cultural de muitos povos foi deste modo condicionado ao facto de estarem situados em
regiões com solos ricos e pouco sujeitos ao intenso desgaste pela erosão. Os primeiros
documentos deixados pelas civilizações agrícolas indicam claramente que as terras costumavam
ser distinguidas de acordo com a produtividade, o que implica o reconhecimento do solo como
meio de para o desenvolvimento das plantas.
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Na China por exemplo, há 6 500 anos as terras do país foram subdivididas em 9 (nove) classes,
de acordo com a produtividade, para o tamanho e o valor do seu imposto (renda) fossem
baseadas na capacidade produtiva do solo. Centenas de anos depois das primeiras classificações
das terras da China Antiga, grandes civilizações desenvolveram-se na Mesopotâmia, no Egipto e
na Índia. Sabe-se que um dos principais factores para a prosperidade destes povos foi os solos
ricos das planícies aluvionares dos rios Nilo, Eufrates, Tigre e Indo. Sem dúvidas, a agricultura
nessas áreas era uma das actividades mais importantes, as planícies era periodicamente
fertilizadas pelos sedimentos trazidos pelas inundações dos rios, enriqueceram o solo,
forneceram por centenas de anos, bases para o cultivo sustento e progresso destas populações.
Entre os romanos vários escritos deixam documentos que mencionam a classificações de terras e
descrevem os meios para se obter as melhores colheitas misturando a camada arável, cinza de
plantas e excremento de animais. O escritor Catão, o Velho, há 2 100 anos, escreveu um trabalho
sobre a agricultura. É uma colectânea útil para a exploração de pequenas propriedades agrícolas.
Nessa colectânea, o Catão enumera nove (09) tipos de sítios em ordem decrescente, de acordo
com a qualidade dos seus solos:
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Durante a idade media, uns dos períodos mais obscuros da ciência, como já e sabido, pouco ou
nenhum conhecimento foi adicionado ao que se sabia. Alguns tratados de agricultura, dos
séculos XI e XII apresentam muitas similaridades com as obras de Columela, mostrando que o
conhecimento adquirido pelos romanos foi por muito tempo aceite, usado e algumas vezes
distorcido. Em 1563, o francês Bernard Palissy publicou um livro no qual introduziu a opinião de
que os solos eram fonte de nutrientes minerais para a vida das plantas.
Estes conceitos, apesar de correctos, permaneceram desconhecidos por muito tempo e em1629 o
alquimista holandês Van Helmont afirmou que as plantas alimentavam-se, exclusivamente de gás
carbónico e água, teoria esta que dominou os meios científicos do ocidente durante todo século
XVIII. No inicio do século XIX as afirmações de Van Helmont, cederam lugar a teoria de
húmus, elaborada por Taher e Von Wullfer, segundo a qual as plantas assimilam directamente do
solo os restos decompostos de plantas e animais.
Em 1840 o químico alemão Justus Non Liebig, publicou um livro no qual provava que as plantas
não se alimentavam propriamente de restos de plantas e animais decompostos, mas de elementos
minerais, da água e do gás carbónico, e que o húmus era um produto transitório entre as matérias
orgânicas e os nutrientes minerais.
A ciência do solo começou então a tratar do aperfeiçoamento das práticas de uso da terra,
utilizando-se para isso experimentação do campo e de técnicas de vários ramos da ciência, tais
como a geologia, física a química, a micrologia sem contudo preocupar-se no estudo da génese e
desenvolvimento dos diferentes tipos de solo.
Vaccili Dokuchaev 1883 pode considerar-se o pai da Pedologia e lançou as bases para o
surgimento da p
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Pedogeografia. Nos seus estudos de exploração dos solos chernozénicos e outros solos da
planície central russa e do Cáucaso, em finais de século XIX, observou pela primeira vez os
solos um corpo natural e distinta das rochas.
Antes de Dokuchaev, os solos eram estudados como camadas superiores das rochas, com uma
enorme quantidade de animais e vegetais apodrecidos. Segundo ele, os solos são formados em
consequência da interacção complexa do clima, de organismos vivos (animais e vegetais) de
rochas do relevo e da idade das rochas.
Em 1944, Errow escreveu o livro “África e a terra esta a morrer” nesse livro o autor escreveu
sobre a influência catastrófica da colonização europeia no equilíbrio biológico dos landschafts
africano.
Em 1950 na Holanda em Amesterdão foi organizado o congresso internacional dos solos. Nesse
congresso, Cellog, T. ofereceu determinar o lugar dos solos ferralíticos na classificação geral.
Por seu lado, Mor em 1954 apresentou estudos muito significativos sobre “os solos das regiões
tropicais”. Estudos muito importantes para os especialistas que trabalham nesse campos e região.
A criação do mapa de solos de África em 1963 em Bruxelas, Suiça, foi um acontecimento ímpar
na História da Pedogeografia. Este mapa foi completado por D’Hoor. Além disso é conveniente
recordar os esforços realizados pela “Comissão de Colaboração Técnica africana – (CCTA)”.
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Em Lagos, Nigéria em 1964 foi publicada a obra de D’Hoor com um texto explicativo do mapa
de solos de África. Neste mapa, de escala 1: 5. 000. 000, foram apresentados 275 tipos de solos
africanos. Ao mesmo tempo foi publicado o mapa de solos de Madagáscar por Requie na mesma
escala mas com 31 unidades e 9 combinações de solos.
Os mais valiosos resultados foram obtidos pelos cientistas franceses, belgas e ingleses efectuados
na África Ocidental. Por exemplo, em 1948 a 1960 Menieu, R. precisou os limites de transição
dos solos pardo-avermelhados das estepes do sul Sahara, solos vermelhos de savana e os solos
vermelhos ferralíticos de savana húmida do Congo. Nestes seus estudos determinou os factores
de formação dos solos nestas áreas e criou a classificação genética dos solos. Estas suas
investigações tiveram grande importância para perceber as leis de formação dos solos em
condições húmidas e secas das regiões tropicais.
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Em 1883 publica a sua primeira obra "Os solos Chernozenicos Russo" obra de reconhecimento
mundial, pois são apresentados dados concretos de Pedologia e Pedogeografia. Dentre as suas
varia obras ainda se pode destacar o "Mapa dos solos Chernozenicos da Rússia", elaborado em
1882. Trabalhando no campo da Pedogeografia, Dokuchaev descobriu um novo método de
investigação dos solos, chamado "O método de investigação comparativo - Geográfico". Este
método foi por ele realizado nos seus trabalhos de investigação dos solos durante os anos 1882 a
1894, momentos que se pode chamar de "Período de nascimento de Pedogeografia como
ciência". Uma outra obra – "Os nossos solos antes e agora"-Dokuchaev escreveu algumas
recomendações da organização económica nas regiões onde ocorre a seca.
Na Pedogeografia foi estabelecida a lei das zonas de Dokuchaev. Esta lei é utilizada pelos
geógrafos não só para caracterizar os solos mas também para caracterizar outros fenómenos e
processos que ocorrem na envoltura geográfica actualmente esta lei é a principal não só em
Pedogeografia mas também na Geografia física. Com os estudos de Dokuchaev, formou-se e
ainda funciona a escola de Dokuchaev. Os seus seguidores continuam com as investigações
teóricas e praticas no campo ate a actualidade.
Depois de Dokuchaev, já nos anos 20/50 do nosso século, três cientistas continuaram as suas
ideias, como Polinov, V. V; Neastruev, C. C. E. e Pracalov. No desenvolvimento da
Pedogeografia tiveram grande importância os congressos Internacionais, o primeiro dos quais foi
realizado nos EUA em 1921; o segundo na URSS; o terceiro na Inglaterra em 1935; o quarto na
Holanda em 1950; o quinto no Zaire em 1954; o sexto em Franca 1956; o sétimo de novo nos
EUA em 1960 o oitavo na Roménia em 1964; o nono na Austrália em 1968; o decimo de novo
na URSS em 1974; o décimo primeiro no Canada e o décimo segundo na Índia em 1982. Como
resultado destes congressos foram criadas as condições diferentes da Pedogeografia com o
aprofundamento da teoria e pratica deste ramo da ciência geográfica.
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O solo fornece as plantas um suporte físico, meio onde se desenvolvem as raízes, além dos
nutrientes que são necessários a vida, respiração de certos microrganismos úteis, e conter certos
nutrientes tais como os sais minerais.
A urbanização crescente das sociedades modernas divorcia-nos do mundo rural e faz-nos perder
a noção da importância do solo como suporte da vida no planeta. Qualquer cidadão constata que
o solo fornece a base para estradas e fundações de edifícios, mas talvez não se aperceba que em
qualquer ecossistema, desde uma exploração agrícola, uma floresta, uma pastagem, ou até um
jardim, o solo desempenha as seguintes funções essenciais:
O solo pode ser definido como um corpo natural, sujeito a evolução, resultante da acção
conjunta do clima e seres vivos sobre as rochas, de acordo com determinadas condições
topográficas, durante um certo período de tempo. (CERQUEIRA, 2001:9)
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Um corpo natural - Embora hoje já existem máquinas destinadas a preparação de solo artificial,
e do conhecimento geral que, apesar dos efeitos de mobilizações e outras operações culturais, os
solos são, essencialmente, produto da natureza. Mil anos podem ser insuficientes para formar um
solo, por isso, a escala do tempo geológico, a intervenção humana é recente, e os meios
mecânicos mal começaram a fazer sentir os seus efeitos.
Sujeito a evolução - Tudo o que existe na terra está sujeito a modificar-se com o tempo (nascem,
crescem e morrem) pois a um processo continua de formação.
Resultante da acção conjunta do clima e seres vivos sobre as rochas - Esclareceremos melhor
no capitulo de factores da formação do solo.
1.7 Perfíl do solo: É uma secção vertical que contém horizontes ou camadas subjacentes ao
material de origem. Ver Fi 1 e 2 em anexo.
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IV. Factor organismos vivos: organismos do solo, sua influência nos processos e
meteorização e na acumulação da matéria orgânica e no tipo de húmus.
V. Factor tempo: sua influência no grau de maturidade dos solos, idade do lugar e
idade do solo, tempo zero na formação dos solos.
2.1 Meteorização
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Actividade 1
NOTA: No final elabore uma tabela de avaliação quantitativa e qualitativa. Cada questão
tem uma classificação de 2,0 valores.
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