Documento Norteador Arte Miolo Final 2019
Documento Norteador Arte Miolo Final 2019
Documento Norteador Arte Miolo Final 2019
NORTEADOR
Arte
Saudações Apaeanas!
José Turozi
Presidente da Federação Nacional das Apaes
Documento Norteador
Arte
2018
Autoras
Drª Rosana Carla Gonçalves Gomes Cintra
Profª Associado 4 - Faculdade de Educação da Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul - Brasil, programa de Pós-graduação em Educação - Mestrado e
Doutorado, Coordenadora da Linha de Pesquisa Educação, Psicologia e Prática
Docente. Coordenadora do GEPEMULT - Grupo de Estudos e Pesquisas em
Educação Especial e Múltiplas Linguagens.
Organização
Prof.(a) Ma. Fabiana Maria das Graças Soares de Oliveira (MS).
Mestrado em Educação pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
(2004). Graduação em Letras - Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso
(1982), Especialização em Língua Portuguesa, MBA - Gestão Estratégica
Avançada, Especialização em Planejamento e Tutoria em EAD (2008),
Professora da Educação Superior do Mato Grosso do Sul.
Colaboradores
Bruna Campos de Oliveira (MG) - Coordenadora Nacional de Cultura e Arte -
Gestão 2018-2020.
FICHA CATALOGRÁFICA
93 p. : il.
CDU: 376:7
4
Coordenadores(as) Estaduais de Arte da Rede Apae
5
Expediente Conselho Consultivo
Aracy Maria da Silva Lêdo (RS)
Federação Nacional das Apaes Eduardo Luiz Barros Barbosa (MG)
SDS – Ed. Venâncio IV – Cobertura Elpídio Araujo Neris (DF)
CEP 70.393-900 - Brasília – DF Flávio José Arns (PR)
Fone: (61) 3224-9922 / FAX: (61) 3223-8072 Luiz Alberto Silva (SC)
fenapaes@apaebrasil.org.br Antônio Semas Figueiredo (PE) - in memoriam
www.apaebrasil.org.br Antônio Santos Clemente Filho (SP) - in
Diagramação: Splindler Comunicação Corporativa memoriam
Revisão: Diego Lima e Erivaldo Fernandes Neto Justino Alves Pereira - (PR) - in memoriam
Tiragem: 2.500 José Candido Alves Borba (RJ) - in memoriam
Nelson de Carvalho Seixas - (SP) - in memoriam
Gestão: 2018 – 2020
Conselho de Administração
Diretoria Executiva Federação das Apaes do Estado de Alagoas
Presidente Alesson Loureiro Cavalcante
José Turozi (PR) Federação das Apaes do Estado do Amazonas
Vice – Presidente Maria do Perpetuo Socorro Castro Gil
Emanoel O’ de Almeida Filho (PA) Federações das Apaes do Estado da Bahia
1º Diretor Secretário Narciso José Batista
Sérgio Prodócimo (SP) Federação das Apaes do Estado do Ceará
2º Diretor Secretário Francisco Leitão Moura
Maria de Fátima Dalmédico de Godoy (SP) Apae do Distrito Federal
1º Diretor Financeiro Diva da Silva Marinho
Nilson Alves Ferreira (TO) Federação das Apaes do Estado do Espírito Santo
2º Diretor Financeiro Vanderson Roberto Pedruzzi Gaburo
Delton Pedroso Bastos (RJ) Federação das Apaes do Estado de Goiás
Diretor Social Carmem Marize Limas
William Ferreira de Lima (RN) Federação das Apaes do Estado do Maranhão
Diretora para Assuntos Internacionais Enilson do Nascimento Santos
Rosane Teresinha Jahnke (SC) Federação das Apaes do Estado de Minas Gerais
Diretor de Patrimônio Jarbas Feldner de Barros
José Maria Belo (ES) Federação das Apaes do Estado do Mato Grosso
Doracy Gomes Nonato
Autodefensores Federação das Apaes do Estado do Mato
Titulares Grosso do Sul
Francisco Matos Além Felipe dos Santos (PE) Ottão Pereira de Almeida
Nathália Silva de Melo (PA) Federação das Apaes do Estado do Pará
Suplentes Nedy Pedroso de Sousa
Tâmara Tamires Soares Silva (RN) Federação das Apaes do Estado da Paraíba
Ezequiel Simas de Carvalho (RJ) Gilvan José Campelo dos Santos
Federação das Apaes do Estado do Paraná
Conselho Fiscal Fernando Meneguetti
Titulares Federação das Apaes do Estado do
Edson Júnior (GO) Pernambuco
Eduardo da Silva Medonça (MG) Amélia Maria Borges da Silva
Luiz Alberto Maioli (RS) Federação das Apaes do Estado do Piauí
Suplentes Interventora: Keyla Linez Vasconcelos Santana
Emerson Carvalho de Oliveira (MS) Federação das Apaes do Estado do Rio de
Zelito Antônio Silva (SC) Janeiro
Derval Freire Evangelista (BA) Hélio Torres da Silva
6
Federação das Apaes do Estado do Rio Assessoria de Comunicação
Grande do Norte Jornalista: Jorge Luiz de Vasconcellos
Maria Alzira Corrêa da Silva assessoriadecomunicacao@apaebrasil.org.br
Federação das Apaes do Estado do Rio
Grande do Sul Setor de Informática
Afonso Tochetto MSWI Soluções Web Inteligente
Federação das Apaes do Estado de Rondônia Auxiliar de TI: Rafael Alves da Silva
Ilda da Conceição Salvático informatica@apaebrasil.org.br
Federação das Apaes do Estado de Santa
Catarina Coordenações Nacionais
Lorena Starke Schmidt Coordenação Nacional de Arte e Cultura
Federação das Apaes do Estado de Sergipe Bruna Campos (MG)
Carlos Mariz Moura de Melo coordenadoria.arte@apaebrasil.org.br
Federação das Apaes do Estado de São Paulo Coordenação Nacional de Assistência Social
Cristiany de Castro Ivone Maggiore Fiore (PR)
Federação das Apaes do Estado de Tocantins coordenadoria.assistencia@apaebrasil.org.br
Marciane Machado Silva Coordenação Nacional de Autogestão e
Autodefensoria
Estados sem Federação Jaqueline Regina Pilger (RS)
Apae de Rio Branco – AC coordenadoria.autogestao@apaebrasil.org.br
Cecília Maria Garcia Lima Souza Coordenação Nacional de Captação de Recursos
Apae de Macapa - AP Maria das Graças Mendes da Silva (PE)
Abel da Silva Mendes coordenadoria.captacao@apaebrasil.org.br
Apae de Boa Vista – RR Coordenação Nacional de Defesa de Direitos
Bruno Perez de Sales e Mobilização Social
Taíse Araújo Barbalho (PA)
Equipe Técnica Fenapaes coordenadoria.defesa@apaebrasil.org.br
Coordenação Nacional de Educação e Ação
Procuradoria Jurídica Pedagógica
Procuradora: Rosangela Maria Wolff de Quadros Fabiana Maria das Graças Soares de Oliveira (MS)
Moro coordenadoria.educacao@apaebrasil.org.br
procuradoria@apaebrasil.org.br Coordenação Nacional de Educação Física,
Assessor Jurídico: Alessandra de Oliveira Caixeta Desporto e Lazer
juridico1.procuradoria@apaebrasil.org.br Roberto Antônio Soares (SP)
Assistente Jurídico: Larissa Chirstyna Alves coordenadoria.educacaofisica@apaebrasil.org.br
Pereira Coordenação Nacional de Educação
juridico4.procuradoria@apaebrasil.org.br Profissional, Trabalho, Emprego e Renda
Auxiliar Jurídico: Dayara Evangelista Iracema Aparecida dos Santos Ferreira (SP)
juridico2.procuradoria@apaebrasil.org.br coordenadoria.trabalho@apaebrasil.org.br
Coordenação Nacional de Envelhecimento
Secretária Executiva Leila Regina de Castro (SP)
Cristiane Araci Andersen coordenadoria.envelhecimento@apaebrasil.org.br
sec.executiva@apaebrasil.org.br Coordenação Nacional de Família
Rodolpho Luiz Dalla Bernardina (ES)
Comunicação Institucional coordenadoria.familia@apaebrasil.org.br
Diego Lima Coordenação Nacional de Prevenção e Saúde
comunicacao@apaebrasil.org.br Albanir Pereira Santana (GO)
coordenadoria.prevencao@apaebrasil.org.br
7
Coordenadoria Científica Auxiliar Financeiro: Dayelle Oliveira
Fabiana Maria das Graças de Oliveira (MS) financeirosuporte3@apaebrasil.org.br
comissao.cientifica@apaebrasil.org.br Auxiliar Financeiro: Luiz Paulo
Dr. Rui Fernando Pilotto (PR) financeirosuporte4@apaebrasil.org.br
comissao.cientifica1@apaebrasil.org.br
Coordenação Administrativo
Universidade Corporativa da Rede Apae Coordenador: João Batista da Silva
(Uniapae) administrativo@apaebrasil.org.br
Coordenadora Uniapae: Fabiana Maria das Apoio
Graças S. Oliveira Waldinéia Olímpio Zoraide Santana Ramos
fsol26.soliana@gmail.com juventude@apaebrasil.org.br
coordenadoria.educacao@apaebrasil.org.br Eduardo Souza Leite
eduardo.logistica@apaebrasil.org.br
Coordenador Pedagógico Daurinha de Souza Leite
Erivaldo Fernandes Neto serviçosgerais@apaebrasil.org.br
institucional@apaebrasil.org.br Fernando Ferreira dos Santos
logistica@apaebrasil.org.br
Apoio Técnico Uniapae Lucas Lima Gomes
Adriana Rayssa Santos Ribeiro logistica2@apaebrasil.org.br
secretariauniapae@apaebrasil.org.br
Setor de Atendimento ao Público
Coordenação de Eventos Atendente: Bruna Emily Lima Cordeiro
Coordenador: William Ferreira Lima Atendimento1@apaebrasil.org.br
coordenacao.eventos@apaebrasil.org.br Atendente: Adriana Rayssa Santos Ribeiro
Atendimento2@apaebrasil.org.br
Controladoria
Roberto Machado Salaberry
controladoriasuporte5@apaebrasil.org.br
Cláudio Pizzatto
controladoriasuporte4@apaebrasil.org.br
Apoio Administrativo
Alexandro Martim Vargas dos Santos
controladoriasuporte2@apaebrasil.org.br
Juliana Correa
controladoriasuporte3@apaebrasil.org.br
Setor Financeiro
Auxiliar Financeiro: Tânia Ramos
financeirosuporte2@apaebrasil.org.br
8
SUMÁRIO
9
10
PREFÁCIO
11
12
INTRODUÇÃO
13
Ao longo do capítulo, serão tratadas as principais linguagens da arte como a
artes visuais, dança, música e teatro e suas contribuições para o desenvolvimento
e linguagem. Por meio delas, a criança se constrói como sujeito, no qual, ao brincar,
imitar, jogar, criar ritmos e movimentos, ela se apropria de um universo cultural corporal
na qual está inserida.
O capítulo 3 discutirá a formação de professores e o ensino da arte, formação
continuada e a importância das experiências do docente neste processo. A constituição
da identidade docente é um processo constante, modificando conforme suas vivências
na profissão. Sua história reflete em sua prática pedagógica.
A formação é uma construção permanente que deriva da reflexão sobre a ação,
embasada em uma filosofia que teoriza o pensamento sobre a educação. A educação,
por sua vez, é um campo dinâmico, dialético e de muitas e evidentes contradições, pois
faz parte da cultura.
Os três primeiros capítulos dão embasamento teórico para uma prática
formadora pautada nas linguagens da arte e sua relevância no processo de ensino e
aprendizagem.
No capítulo 4 apresenta-se a proposta da arte nas unidades educacionais da
rede Apae.
Como não poderia deixar de ser, a arte está presente nas diferentes formas de
como se organizam as unidades educacionais da Rede Apae. Pautadas em Documento
Norteador da Arte no Brasil, as Apaes planejam práticas que garantam a seus alunos
o contato com bens artísticos, combatendo o ensino segregador. Discute-se o uso
da arte na Educação Infantil, Ensino Fundamental, Educação de Jovens e Adultos e
Educação Especial para o Trabalho/Educação Profissional.
Diante desta concepção, historicamente, os trabalhos de arte nas escolas
especiais da Rede Apae vêm se construindo e reconstruindo em consonância às
mudanças de paradigmas da educação brasileira.
No capítulo 5, as discussões voltam-se à avaliação, um processo complexo
que exige do professor atenção a seus alunos, suas dificuldades e potencialidades.
A avaliação na arte significa verificar o percurso de aprendizagem e reajustá-lo a
cada etapa, com foco na construção dos conhecimentos artísticos, na produção, na
apreciação e na contextualização histórica da produção nas diversas linguagens.
No capítulo 6 são discutidas sugestões de projetos diversificados que façam
uso das linguagens artísticas para promoção da aprendizagem e desenvolvimento.
São atividades que podem ocorrer a partir de um projeto em que fiquem contempladas
ações que possibilitem uma discussão coletiva referente a escolhas de atividades
artísticas.
14
O capítulo 7 discute o uso da Arte no Atendimento Educacional Especializado,
como ferramenta riquíssima que o professor pode e deve usar a seu favor no processo
de escolarização e desenvolvimento de seus alunos. Com o devido uso da arte, verá
o quanto essa área interfere e impulsiona o aluno a aprender a utilizar os recursos
cognitivos muitas vezes adormecido.
O oitavo e último capítulo apresenta a culminância do que já foi estudado
até agora, contando um pouco sobre o Festival nossa Arte desenvolvido pela Rede
Apae desde 1995, com apresentações culturais que abarcam dança, música teatro,
artesanato, entre outros.
Os festivais regionais, estaduais e nacionais constituem, atualmente, um
espaço privilegiado de apresentação do trabalho em arte, nas diversas linguagens,
desenvolvidos pelas Apaes em todo o Brasil. Objetiva-se a inclusão da pessoa com
deficiência por meio da arte, proporcionando momentos educativos e prazerosos.
15
16
1. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DO ENSINO DA ARTE NO BRASIL
17
investigado. No Brasil, essa tendência teve forte influência de artistas que estiveram
envolvidos com a Semana de Arte Moderna, como Mário de Andrade e Anita Malfatti.
Da perspectiva teórica dos estritos limites estéticos do academicismo, que
caracterizou o paradigma anterior, passa-se a um conceito mais amplo da arte como
livre-expressão, demandando a proposição de novos métodos que valorizam a
espontaneidade e a criatividade da criança:
[...] a criança não era pensada como miniatura do adulto, mas deveria
ser valorizada e respeitada em seu próprio contexto, com sua forma
peculiar de pensar/agir no mundo, possuindo uma capacidade
expressiva original, comunicando-se por meio de seu gesto-traço, seu
gesto-teatral e seu gesto-sonoro. (AZEVEDO, 2000, p. 37).
18
difundido da Arte-Educação passou a ser, entre nós, o desenvolvimento
da capacidade criadora em geral. (BARBOSA, 1975, p. 46).
19
A apreciação artística e história da arte não têm lugar na escola. As
únicas imagens na sala de aula são as imagens ruins dos livros didáticos,
as imagens das folhas de colorir, e no melhor dos casos, as imagens
produzidas pelas próprias crianças. [...] visitas a exposições são raras e
em geral pobremente preparadas. A viagem de ônibus é mais significativa
para as crianças do que a apreciação das obras de arte.
[...] Mesmo nas escolas particulares mais caras, a imagem não é usada
nas aulas de arte. Eles lecionam arte sem oferecer a possibilidade de
ver. (BARBOSA, 1989, p. 172).
20
que aglutinem o ato de ver, associado a princípios estéticos, éticos e históricos. Em
outros termos, a proposta é combinar leitura (fruição), que implica análise, descrição e
significação da obra, mediada pelo contexto, que assegura a apropriação das condições
históricas, sociais, estéticas, éticas e culturais da obra e do leitor com a produção, ou
seja, produzir artisticamente, experimentar, investigar a partir do que foi construído.
Essa proposta influenciou enormemente as diretrizes para o ensino no Brasil,
estando expressa em documentos como os Parâmetros Curriculares Nacionais
(BRASIL, 1997), que dispõe que:
Nesses termos,
21
nas teorias de Piaget, de Vigostisky, entre outros teóricos. Se essa concepção traz
para o ensino de arte grandes avanços, há também muitas dúvidas metodológicas,
oriundas ainda do eterno embate entre o mundo das ideias, os sistemas constituídos
segundo determinada lógica, e a realidade que insiste em surpreender, em desregular,
em contradizer, em ser o que não era até a poucos minutos. Esse é o tempo em que
vivemos, assim caracterizado nas palavras de Aguirre (2009):
[...] novo projeto educacional útil para ser desenvolvido nesse tipo de
contexto. Uma educação pensada para o desorganizado e não para
o organizado. Para as práticas sociais, onde ficaram completamente
difusos os limites entre interior, anímico, privado e exterior, sensível,
público. (AGUIRRE, 2009, p. 159).
22
da capacidade sensível para viver esteticamente (e eticamente) no
eixo da ação educacional.
[...] conceber a arte como experiência e a obra como relato aberto
oferece-nos um ponto de partida privilegiado para melhorar a
motivação dos estudantes para a educação artística, porque permite
incluir, como objeto de estudo, os artefatos de sua própria cultura
estética, promovendo desse modo, uma maior integração entre suas
experiências vitais de arte. (AGUIRRE, 2009, p. 170).
24
formação global dos estudantes com deficiência intelectual e múltipla. É reconhecido
e valorizado este percurso que ainda reflete fortemente em muitas escolas especiais
no Brasil, porém, agregando novos valores estéticos, de suma importância para uma
educação que articula todas as formas de conhecimentos.
25
mas na dimensão do desenho amplo, que dispõe de infinitas possibilidades de suporte,
do corpo que marca passos no espaço, das notas que da partitura imaginária, entre
outros, é pensar nos inúmeros projetos e anseios que assinalam registros, que fazem
denúncias, que pontuam as faltas, que traduzem alegrias, que testemunham angústias,
contam histórias e guardam sonhos.
27
momento onde a imagem encontra-se em estado de democratização, ao acesso de
todos, que escolhem ou não recebê-la. A este espaço da educação também confere
o compromisso e responsabilidade de oportunizar aprendizagens que permeiem
conteúdos, metodologias e avaliações coerentes com estes novos tempos, onde a
diversidade e multiculturalidade sejam respeitadas, onde conceitos como da imaginação,
da criação, da expressão, da reflexão e do posicionamento crítico consciente tornam-
se bases estruturantes deste trabalho.
28
Seguindo a proposta que consta no Quadro 1 detalhado anteriormente, segue
exemplo prático sobre aplicabilidade dos três campos conceituais no ensino da arte,
tendo como foco principal neste momento, o objeto, obra artística visual :
29
Leitura de Obra (Apreciação/Fruição)
Nossa casa/ambientes
Sensações das cores
Intimidade
Solidão
Memórias
Sonhos/descanso...
Observação: O mais importante neste momento instigar o jogo investigativo do olhar sensível diante
da obra.
30
FAZER ARTÍSTICO (FAZER)
Autorretrato
Autorretrato é definido na História
da Arte como um retrato (imagem,
representação), que o artista faz
de si mesmo. Valendo lembrar que
em épocas mais antigas os únicos
retratos que se tinham eram estes
pintados artisticamente.
Ao lado seguem alguns
autorretratos desenvolvidos por
Vincent Van Gogh ao longo de
sua trajetória de vida e obra:
Observação: No campo do fazer artístico, o mais importante é mergulhar nos conhecimentos relativos
às técnicas, matérias, intensidades, elementos visuais (linha, forma, cor, textura, perspectiva etc).
31
Na sequência, apresentamos o Quadro 2, que aborda o processo de
desenvolvimento da linguagem artística, focado no grafismo, contendo ilustrações,
trajetória histórica e aspectos relacionados à diferentes teorias (Figura 2):
Ilustrações
Características
de cada
Trajetória
32
Teóricos 1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa 4ª Etapa
33
Teóricos 1ª Etapa 2ª Etapa 3ª Etapa 4ª Etapa
34
presente tanto no Referencial Curricular para Educação Infantil (1998), como nos
Parâmetros Curriculares em Arte para o Ensino Fundamental (1998) é perceber o
avanço da dança nos espaços educativos como importante ferramenta pedagógica,
artística e também lúdica no processo de ensino aprendizagem.
É necessário entender esse “ser” que se expressa por meio do movimento, que
descobre a sua linguagem corporal, que brinca, pois se a criança dança, ela brinca,
cria e recria, para, a partir daí os professores perceberem e valorizarem o quanto essa
manifestação artística contribui para o desenvolvimento dos seus alunos. É um direito
de todas as crianças brasileiras terem condições favoráveis para o desenvolvimento
saudável, entendendo-se como o desenvolvimento físico, emocional, motor, intelectual,
social e a ampliação de suas experiências.
35
“Movimentar-se”, o verbo em questão faz referência a situações básicas e
fundamentais para nós seres humanos. O movimento é uma importante dimensão do
desenvolvimento e também faz referência à cultura humana.
A cada momento o ser humano utiliza seu corpo e o movimento como fonte
de experiências para novos descobrimentos, assim como o engatinhar, os primeiros
passinhos, manuseiam objetos, correm, brincam, enfim. Algo que sabemos que está
relacionado à criança desde o seu nascimento, mas, embora simples, os movimentos
colaboram eficazmente para o desenvolvimento da criança. Segundo consta no
Referencial Curricular Nacional.
Dessa forma, a Dança pode ser considerada como um tipo de linguagem. Por
meio dela, a criança se constrói como sujeito, no qual, ao brincar, imitar, jogar, criar ritmos
e movimentos, ela se apropria de um universo cultural corporal no qual está inserida.
Cabe, no entanto, à escola e ao profissional “educador”, favorecerem momentos
e ambientes físicos e sociais para que essa prática aconteça de forma interdisciplinar,
atingindo as expectativas da criança e possibilitando a ampliação de conhecimentos
acerca de si mesma, dos outros e do meio em que vive.
O trabalho com essa prática nomeada movimento no Referencial Curricular
para a Educação Infantil e Dança nos Parâmetros Curriculares de Arte contempla
a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor e cognitivo implicados na
ação de movimentar-se e dançar, propiciando à criança um amplo desenvolvimento de
aspectos específicos da motricidade, abrangendo uma reflexão acerca das posturas
corporais implicadas nas atividades cotidianas, linguagem expressiva, motricidade e
criatividade/imaginação.
Para a criança, que ainda está na fase do seu desenvolvimento, movimentar-se
vai além de simplesmente mexer partes do corpo ou de se deslocar no espaço. A criança
expressa e ao mesmo tempo se comunica por meio dos gestos, consequentemente,
seu ato motor se faz presente em suas funções expressivas e em seu pensamento.
Saber e poder compreender o caráter lúdico e expressivo da dança infantil
poderá auxiliar o professor a organizar melhor a sua prática, levando em conta as
necessidades, curiosidades e motivação das crianças.
36
A organização dos conteúdos para o trabalho com a Dança deverá respeitar
as diferentes capacidades das crianças em cada faixa etária, priorizando por meio da
dança o desenvolvimento das capacidades expressivas e instrumentais do movimento,
devendo esses ser organizado num processo contínuo e integrado que envolve múltiplas
experiências corporais, sendo essas práticas fundamentais para que esse processo ocorra,
como por exemplo, imitações, dramatizações e interpretação gestual e facial da música.
É muito importante que o professor tenha o conhecimento dos diversos
significados que essa prática proporciona às crianças, ajudando-as a terem a percepção
adequada de seus recursos corporais, possibilidades e também suas limitações, dando-
lhes condições de se expressarem com liberdade ou de forma mediada pelo professor.
A dança, assim como suas denominações, “Expressão Corporal”, “Dança
Expressiva”, “Dança-criativa”, “Dança-educativa”, permitirá que as crianças se
apropriem de seus corpos, possibilitando comunicação corporal entre o sujeito que
dança, que se movimenta, que se entrega para novas descobertas, por intermédio do
contato com o seu corpo e o mundo que o cerca.
Portanto, nada mais óbvio que a dança estar presente na escola, não apenas
para proporcionar vivência do corpo, mas favorecendo a criatividade da criança,
que está na fase da descoberta, da curiosidade, onde o trabalho com o seu corpo
irá favorecer uma maior consciência corporal, para que a criança compreenda o que
passa com ela, conseguindo expressar seus desejos e modo simples e natural.
37
preocuparem com a dança na educação escolar, sendo a sua proposta educacional
relevante e determinante para o ensino de dança nas escolas em todo o mundo. A
proposta de dança de Laban ficou conhecida como “dança educativa”, sendo essa
um contraponto ao ensino da dança clássica que se caracterizava pela rigidez técnica
e mecânica do movimento. Segundo ele: “Nas escolas onde se fomenta a Educação
Artística, o que se procura não é a perfeição ou criação e execução de danças
sensacionais, mas o efeito benéfico que a atividade criativa da dança tem sobre o
aluno”. (LABAN, apud STRAZZACAPPA, 2006, p. 81).
Maria Duschenes, coreógrafa e educadora, foi umas das responsáveis pela
introdução e divulgação do trabalho do Laban no Brasil. Sendo ela também quem
implantou os conceitos de dança educativa, influenciando os rumos da dança para
crianças e adolescentes.
Embora todo esse avanço da dança no espaço educativo no campo da arte
nas escolas tenha alcançado um patamar um pouco mais elevado, saindo dos papéis,
isso efetivamente não ocorreu. “O paradigma do ensino de arte vinculado às artes
visuais, vem se mantendo há bastante tempo no ensino, e o próprio termo de arte
vincula-se frequentemente ao universo do desenho, da pintura, da escultura [...]”.
(STRAZZACAPPA, 2006, p. 78).
38
que possibilita às pessoas se comunicarem, trabalharem, aprenderem, sentirem o
mundo e serem sentidos”. (FREITAS apud, STRAZZACAPPA, 2001, p. 69).
Esse corpo ainda em desenvolvimento tem capacidades significativas de
aprender por meio dos movimentos, pela dança é possível desenvolver a capacidade
intelectual da criança.
A arte do movimento faz parte da educação quando se compreende que a dança
é a arte básica do ser humano. Quando criamos e nos expressamos por meio da
dança, interpretamos seus ritmos e formas, aprendemos a relacionar o mundo interior
com o mundo exterior. Quando tomamos consciência de que o movimento é a essência
da vida e que toda forma de expressão (seja falar, escrever, cantar, pintar ou dançar)
utiliza o corpo como veiculo, vimos quão importante é entender essa expressão externa
da energia vital interior. (STRAZZACAPPA ,apud LABAN, 1990, p. 100).
Pelo aprendizado da dança, a criança tem oportunidades de vivenciar
experiências próprias e pelo compasso da dança ela encontrará prazer e felicidade. No
entanto, a “[...] dança é expressão, é significado, é movimento, é vida [...]”. (SILVEIRA;
LEVANDOSKI E CARDOSO, 2008, p. 02).
Segundo Steinhilber (2000): “Uma criança que participa de aulas de dança [...] se
adapta melhor aos colegas e encontra mais facilidade no processo de alfabetização”.
Segundo CINTRA, R. (2000), a dança desenvolve também diversos estímulos
como:
39
da criança. Pela dança, eleva-se o objetivo que ela aumente da
melhor forma possível suas potencialidades, respeitada nas suas
capacidades físicas, emocionais, morais, intelectuais e estéticas. Que
pelo compasso da dança ela encontre prazer, felicidade e êxito não
só enquanto criança, mas por toda a vida. (SILVEIRA; LEVANDOSKI;
CARDOSO, 2008, p. 02).
40
Desse modo que a dança contribuirá de forma significativa na educação do
ser humano, “educando indivíduos que são capazes de criar pensamentos críticos, e
possibilitando uma compreensão de mundo de forma diferenciada”. (STRAZZACAPPA,
2010, p. 72).
Conclui-se, portanto, que oferecer no currículo tais atividades como a dança
e as diferentes linguagens artísticas faz-se necessário para que, inseridas no plano
pedagógico da escola, venham contribuir de forma mais plena na formação e
desenvolvimento dos alunos.
A dança deveria entrar pela porta da frente da escola, embora seja uma
área possível de entrar por qualquer porta ou janela, pois é justamente
o seu sentido provocativo, poético e desorganizado que não pode se
perder. Ressalta ainda que,’ como prática pedagógica, ela é condição
objetiva de ensino e aprendizagem, onde acontece a articulação de
conhecimentos teóricos e empíricos, os quais conflitam entre si e
possibilitam novas sínteses’(p.353). Possivelmente, quando a dança
estiver presente em mais escolas, inseridas por todas as portas e
janelas, possamos perceber os reflexos e as implicações das relações
estabelecidas entre ela, a educação e a sociedade. (FIGUEREDO.
Apud. STRAZZACAPPA, 2010, p. 115).
Mas o que podemos perceber é que “nem todas as portas e janelas estão
abertas”, como enfatiza Strazzacappa. Nem todas as escolas trabalham com o ensino
da dança como forma educativa. “Normalmente, expressa uma visão tecnicista, não
41
proporcionando o aprofundamento em questão relativa ao processo educacional e as
relações entre dança e corpo, sociedade e cultura brasileira”. (STRAZZACAPPA, 2010,
p. 88).
A dança está pouco presente nas escolas e na vida do individuo que se encontra
em pleno processo de formação, que é a “criança”. O pouco de dança que ainda
se tem nas escolas, em alguns casos como enfatiza Strazzacappa, serve apenas
como estratégia para a integração da instituição com os pais e comunidade. Sendo
presenciados todos os anos pelos pais, apenas coreografias para os dias festivos.
Dessa forma, essa modalidade é ainda conhecida como sinônimo de festividade,
onde as festividades são inseridas com diversos propósitos, mas sem resultados de
um trabalho pedagógico.
Ficando sempre a responsabilidade para professores de outras disciplinas
assumirem o papel de coreógrafos, os quais, muitas vezes, não têm nenhum trabalho
anterior em dança, nenhuma experiência com essa arte, ficando os alunos submetidos
a coreografias prontas, que repetidas numerosas vezes, constituem o universo da
dança no espaço escolar.
Strazzacappa (2010) em seus escritos argumenta que as apresentações de
dança, antes de serem apenas mera ilustração, são parte importante da formação em
dança, porém como resultado de todo um processo que desemboca num espetáculo.
Temos que ter consciência que essa prática na educação é importante para o
desenvolvimento integral da criança, essa é uma ferramenta lúdica indispensável na
vida da criança durante o seu processo de formação e construção de identidade.
O propósito da dança como forma de arte e expressão é justamente propiciar
ao corpo “que dança” possibilidades diferenciadas de percepção e cognição,
diferentemente do que ocorre com o corpo “na dança” da festa junina ou em outra festa
qualquer. (STRAZZACAPPA, 2010, p. 90).
Podemos entender que todos esses aspectos, que vão desde a seleção de
conteúdos até a forma como os mesmos são elaborados e praticados, são reflexos
diretos da formação do profissional para o ensino de arte.
A escolha do tema deve ser significativa, interdisciplinar, e ser discutida com as
crianças. Elas devem saber o que estão dançando, e por que, qual o significado e qual
mensagem querem enviar para quem os assiste. Devem ser dançarinos mas devem
ser autores também, criando os movimentos que serão utilizados na coreografia.Ao
professor cabe a organização geral da ação criativa e coletiva.
Coreografias preparadas por professores despreparados que assumem o papel
de coreógrafos e entendem a dança como mera repetição de passos sem significado,
ou ainda reproduzem danças associadas a músicas da cultura de massa, que em
nada contribuem para a educação da criança, na verdade reforçam a adultização da
criança.
42
Embora a Dança faça parte do conteúdo tanto da área de educação física quanto
a área de arte, ela aparece nas escolas sob responsabilidade do professor de educação
física, no qual muitas vezes são considerados apenas a diversão e entretenimento.
Temos que ter consciência que o ensino da dança na escola não pretende formar
bailarinos, mas sim ter uma relação direta com a vida dos alunos, como parte integrante da
educação dos indivíduos. A criança necessita dispor, na escola, de pessoas competentes
nas várias habilitações, e aqui se inclui especialmente o professor de dança, para que
possa desenvolver-se harmoniosamente e explorar atividades mais expansivas.
Sendo essa modalidade uma prática educativa, a dança na escola não deve
priorizar movimentos perfeitos e corretos, dentro de padrão imposto, mas deve partir
do pressuposto de que o movimento é uma forma de expressão e comunicação do
aluno. Onde devemos ter a consciência de que com essa prática poderão torná-los
cidadãos críticos, participativos e responsáveis, desenvolvendo a auto expressão e
aprendendo a pensar em termos de movimento.
Aprendendo com diversão, explorando os seus sentidos, jogando para fora de
si todas as coisas que estão escondidas dentro desse ser pequeno, mas com grandes
possibilidades de desenvolvimento, por meio dessas atividades, os professores devem
planejar e priorizar oportunidades de aprendizagem como forma dimensional do mundo
de experiências e descobertas.
44
A música é importante no desenvolvimento das crianças por seu caráter lúdico
desempenha um papel de grande importância na educação.
45
sua produção ou autoria. “Fui eu quem fiz!” eles dizem com satisfação.
Este é fator positivo para o desenvolvimento de sua auto-estima e
identificação de suas motivações. (ANTUNES, 1990, p. 45).
Por desenvolvimento, Dias (2005) entende ser o processo que permite a cada ser
humano atualizar as suas capacidades na relação com o meio social. Quando a pessoa
não encontra no meio que a rodeia as condições facilitadoras do autodesenvolvimento,
as suas potencialidades não se atualizam e, por consequência, o sujeito não encontra
o caminho do seu próprio equilíbrio e realização.
Vygotski, citado por Oliveira (2000) aponta que o desenvolvimento das funções
psicológicas superiores não se dá aprioristicamente, ou como simples movimento
reflexo, mais sim, por meio de uma atividade do sujeito, atividade esta de apropriação e
utilização de instrumento e signos em um contexto de interação, instrumentos e signos
que, por sua vez, farão o papel de mediadores desta atividade.
46
O ciranda–cirandinha, vamos todos cirandar, uma volta, meia volta,
volta e meia vamos dar, quem não se lembra de quando era pequenino,
de ter dados às mãos pra muitas outras crianças, ter formado uma
imensa roda e ter brincado, cantado e dançado por horas? Quem pode
esquecer à hora do recreio na escola, do chamado da turma da rua
ou do prédio, pra cantarolar a Teresinha de Jesus, aquela que de uma
queda foi ao chão e que acudiram três cavalheiros, todos eles com
chapéu na mão? E a briga pra saber quem seria o pai, o irmão e o
terceiro, aquele pra quem a disputada e amada Teresinha daria, afinal,
a sua mão? E aquela emoção gostosa, aquele arrepio que dava em
todos, quando no centro da roda, a menina cantava: “sozinha eu não
fico, nem hei de ficar, porque quero o ...(Sérgio? Paulo? Fernando?
Alfredo?) para ser meu par”. E aí, apontando o eleito, ele vinha ao
meio pra dançar junto com aquela que o havia escolhido... Quanta
declaração de amor, quanto ciuminho, quanta inveja, passava na
cabeça de todos. (ABRAMOVICH, 1985, p. 59).
47
O potencial da música para auxiliar na cura tem sido reconhecido por
milhares de anos. Relatos históricos e mitológicos comprovam isso.
Platão e Pitágoras na Grécia antiga descreviam a música como um
recurso capaz de harmonizar o ser humano. Já em 1859, mencionava o
uso da música como um cuidado à saúde. (NIGHTINGALE, 1989, p. 75).
Para Snyders (1992), se o contato com a música for feito por apreciação, isto é,
não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção e propriedade
(percebendo as nuances, entendendo a forma da composição), os estímulos cerebrais
também são bastante intensos.
Ao mesmo tempo em que a música possibilita essa diversidade de estímulos,
por seu caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, a
aprendizagem. Losavov (cientista búlgaro) citado por Ostrander (1978) desenvolveu
uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a
um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo
aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música.
Uma nova maneira de educar por meio da música trata os conteúdos de forma
que o aluno compreenda e aprecie as histórias musicais como importante meio de
expressão e comunicação, desenvolvendo também os aspectos físicos, intelectual
emocionais, motores e perceptivos. “[...] Com a música podemos trabalhar o esquema
corporal, a coordenação motora, a lateralidade, a expressividade. Além da possibilidade
de conhecer os animais, as cores, a noção de número, a alimentação [...]”. ( CRAYD;
KRAECHER, 2001,p.123).
A música participa da vida das crianças de diversas formas: cantada pelas
pessoas próximas, tocada no rádio, através de CD’s, DVD’s, Pen Drive, Internet,
televisão, em apresentações em locais públicos ou espetáculos, em atividade escolar,
em festas.
48
[...] a música colabora com o desenvolvimento infantil, ela influencia
as crianças. Estando ela presente desde o nosso nascimento com as
canções de ninar. O movimento, a música, o jogo, o lúdico, a imaginação
e a fantasia infantil, assim é a educação infantil, uma travessia, cujos
sujeitos estão em constante construção. (CINTRA, 2009. p. 103).
49
Teatro enquanto concepção simbólica teve iniciação junto aos períodos
primitivos e estava presente em rituais religiosos. Já em sua construção formal, o
teatro, com propostas culturais, envolvendo elementos contextuais significativos
como espaço cênico, com a composição da personagem e a caracterização do
figurino, foi personificado principalmente com os gregos. A proposta deste teatro era
o desenvolvimento e aprofundamento em uma arte que necessitava a presença ativa
da figura humana cabendo a esta expressar-se e comunicar-se explorando ao máximo
as potencialidades do seu corpo, do seu gestual expressivo, das nuances da fala e de
todas as possíveis maneiras de aproximar-se deste instrumento humano. Segundo
SPOLIN (1963) “O mundo fornece o material para o teatro e o crescimento artístico
desenvolve-se passo a passo com o nosso reconhecimento e percepção do mundo e
de nós mesmos, dentro dele”.
50
É natural a progressão do exercício do teatro passar de um momento
expressivo simbólico individual para outro com objetivos coletivos, isso porque é do
ser humano, conforme a maturação deste, agregar novos olhares e necessidades
por perceber o mundo a sua volta e sua participação neste. Dessa nova concepção
teatral estabelece-se o nome de jogo de regras e cabe a educação teatral neste
momento o aproveitamento máximo no processo de experimentação Laboratorial,
onde as reflexões e aprofundamentos em torno das relações humanas, a construção
da fala e da escuta, a construção do diálogo, do respeito à diversidade, do limite e da
Liberdade, da omissão e opinião, do desequilíbrio ao equilíbrio, entre tantos outros
elementos fundamentais na construção de relações saudáveis e participativas na
sociedade.
Cabe aos espaços da educação do teatro, além de propiciar e desafiar por meio
de propostas do universo dos sentimentos e dos pensamentos, também proporcionar a
construção de conhecimentos do exercício de cidadania, da convivência democrática,
da história da humanidade, das problemáticas de todos os períodos, das diferentes
estéticas, das culturas populares, das obras literárias, das produções e teorias
dramáticas, de forma a acrescentar e instigar o crescimento e o fortalecimento
construtivo, criativo e crítico do sujeito.
51
Com o crescimento da tecnologia, novas mídias possibilitaram o surgimento
de novas estéticas e modalidades de fazer teatro, a exemplo da performance, vídeos
instantâneos , entre outros, fazendo com que de certa forma torne mais possível e
autônoma ação do sujeito diante do universo teatral. O que faz necessário intensificar
a intervenção da Educação neste processo de democratização da dramatização.
52
3. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E O ENSINO DA ARTE
53
Um dos objetivos da formação é colocar o professor em contato com as
discussões atuais e com as teorias educacionais mais recentes, visando produzir
melhoria nas ações pedagógicas da escola, reflexões sobre a práxis e troca de
experiências entre os docentes.
Tal afirmação remete ao problema complexo da formação do professor de arte,
primordial para que a garantia legal se torne efetiva, superando, definitivamente, a
polivalência da prática docente e a inadequação da formação. Nesse sentido, Barbosa
assinala que:
54
No caso do professor de Arte, a sua prática-teoria artística e estética
deve estar conectada a uma concepção de arte, assim como a
consistentes propostas pedagógicas. Em síntese, ele precisa saber
arte e saber ser professor de arte. (FUSARI; FERRAZ, 2001, p. 53,
grifos das autoras).
55
4. PROPOSTA DA ARTE NAS UNIDADES EDUCACIONAIS DA REDE APAE
Centro de
Escola Atendimento
Especial Educacional
Especializado
Como não poderia deixar de ser, a arte está presente nas diferentes formas
como se organizam as unidades educacionais da Rede Apae. É sobre essa ação
de mobilidade dessa área que será explanado no decorrer deste item, por meio de
discussões baseadas em fundamentos teóricos e marcos legais que permitem que
essa área transite no contexto educacional, pela própria história da arte que não a
imobiliza ou aprisiona em um único espaço de atuação. Principalmente quando se trata
de espaços educacionais em que ocorre a disseminação do saber.
Dessa forma, veremos que na escola especial a arte tem muito a percorrer e
contribuir, pois é nessa unidade em que os alunos terão oportunidades sem precedentes
de ampliarem o acesso ao conhecimento, por visto que terão ao longo dos seus estudos,
o contato com a arte nas suas diferentes linguagens. Veja em quantos momentos a
teremos.
56
A organização das etapas da educação básica na escola especial na Rede
Apae.
• Educação Infantil:
• 0 a 3 anos e 11me – Estimulação Precoce;
• 4 a 5 anos – Pré-Escola.
• Ensino fundamental:
• 6 a 14 anos.
• Educação de Jovens e Adultos (EJA):
• Acima de 15 anos.
• Educação Especial para o Trabalho:
• Acima de 15 anos.
Serviços:
• Atividade complementar diversificada/projetos especiais;
• Aprendizado ao longo da vida.
57
relação entre os valores históricos e humanos. Nesse aspecto, a arte exerce diferentes
funções no intuito de fazer com que se perceba diferentes culturas e modos de vida
presente entre os indivíduos da sociedade e ao mesmo tempo, sem perder de vistas,
as suas especificidades.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997), nos remetem à reflexão quanto a
importância da educação em arte e seus desdobramentos inerentes a área e num olhar
para a interdisciplinaridade:
58
O ensino da arte nas escolas especiais tem suas peculiaridades, admitem novos
encaminhamentos metodológicos e aguçam desafios aos professores que precisam de
recursos inovadores no modo de conduzir seus estudantes com deficiência intelectual
e múltipla em experiências que dialogam com as questões estéticas e os leva a se
apropriarem das linguagens artísticas das artes visuais, da dança, do teatro e da
música, de modo concreto e pertinente aos processos criativos da arte.
Realçamos estes conceitos, buscando na história da arte na educação especial,
a arte educadora Noemia de Araujo Varela, citada no texto de Azevedo (2007), no qual
o autor nos relata em seu texto:
59
num ato mecânico, desprovido de qualquer intenção expressiva e de construção de
conhecimento. Os trabalhos manuais interpretados como conteúdo de arte e o hábito
cultural de preservar as datas comemorativas como parte integrante das aulas de artes
e para confirmar, Barbosa (2007, p. 14), em seus relatos coloca que “continuam a
serem utilizadas principalmente as datas comemorativas, na produção de presentes
muitas vezes estereotipados para o dia das mães ou dos pais”.
Contrapondo a essas tendências, a ideia é olhar a arte como área de conhecimentos
tal como matemática, português e outras, destacando as linguagens e suas especificidades
e elementos que as estruturam. Pensar também nas atividades de arte e suas linguagens,
entrelaçadas em experiência estética e nos fazeres artísticos, que tenham o objetivo e
propiciar o desenvolvimento dos alunos atendidos nas diferentes unidades da Rede Apae.
Diante desse quadro, realçamos a importância de mudanças de paradigmas na
arte nos espaços das escolas especiais, propondo uma prática pedagógica convergente
aos processos criativos e abertos, transformadores, calcados em uma linha de ensino
de arte mais contemporânea.
60
Contudo, as formas de ver as crianças vêm, aos poucos, se
modificando, e atualmente emerge uma nova concepção de criança
como criadora, capaz de estabelecer múltiplas relações, sujeito de
direitos, um ser sócio-histórico, produtor de cultura e nela inserido. Na
construção dessa concepção, as novas descobertas sobre a criança,
trazidas por estudos realizados nas universidades e nos centros de
pesquisa do Brasil e de outros países, tiveram um papel fundamental.
Essa visão contribuiu para que fosse definida, também, uma nova
função para as ações desenvolvidas com as crianças, envolvendo
dois aspectos indissociáveis: educar e cuidar. Tendo esta função, o
trabalho pedagógico visa atender às necessidades determinadas
pela especificidade da faixa etária, superando a visão adultocêntrica
em que a criança é concebida apenas como um vir a ser e, portanto,
necessita ser “preparada para”. (BRASIL, 2006, p. 8).
Critérios para um
Diretrizes Curriculares
Atendimento em Creches Indicadores de Qualidade
Nacionais para a
que Respeitem os na Educação Infantil
Direitos Fundamentais Educação Infantil (1999)
(2006)
das Crianças (1994) Revista em 2009
Reeditado em 2009
61
Embora tenha sido criado um vasto material bibliográfico para subsidiar
professores e instituições que trabalham com essa faixa etária, a educação infantil não
tem promovido espaços curriculares suficientes para as artes, ela aparece timidamente
na prática docente. A hierarquização das áreas de conhecimento tem supervalorizado,
tradicionalmente, as temáticas consideradas mais importantes para a formação das
crianças, tais como, o raciocínio lógico matemático, alfabetização precoce entre outras,
em detrimento da arte, como forma de expressão e, portanto, linguagem, cognição,
pensamento. Acreditamos que temos avanços nesse campo mas, temos muito ainda
que lutar pelo espaço e a importância da arte na educação de forma geral, quanto mais
na educação infantil.
Dentro de alguns documentos que norteiam a educação infantil, encontramos
informações acerca da importância e o direito á arte, á cultura e á educação:
62
A arte, na educação infantil, possibilita alimentar o universo imaginário das
crianças, expandir seu vocabulário, imaginação, capacidade de expressão provocando
a curiosidade e o encantamento, esse percurso promove descobertas e novos saberes,
ludicamente. Mas cabe ao professor respeitar o tempo de cada criança, pois cada uma
tem o seu.
63
Figura 9 – Pintura Rupestre
64
Ostetto (2010) faz uma crítica a essas práticas, questionando: qual o sentido de
tais atividades? Quem está em evidência nas propostas enumeradas acima? O produto
ou o produtor? A atividade ou aquele que a realiza? Elas possibilitam às crianças “[...]
condições de expressar sua maneira de ver e curtir a relação poética entre o ser e as
coisas” (ANDRADE, 1976, p. 594), dando espaço para o cultivo de seu ser poético?
Buscar respostas a essas questões pode ser o início de uma conversa sobre os sentidos
da arte na educação infantil.
Segundo Ostetto (2010):
65
Holm (2007) afirma que:
Quando se trabalha com a primeira infância, arte não é algo que ocorra
isoladamente. Ela engloba: controle corporal coordenação equilíbrio
motricidade sentir ver ouvir pensar falar ter segurança. E ter confiança,
para que a criança possa se movimentar e experimentar. E que ela
retorne ao adulto, tenha contato e crie junto. O importante é ter um adulto
por perto, co-participando e não controlando. (HOLM, 2007, p. 12).
Trabalhar com a arte na educação infantil é abraçar o mundo com o corpo todo!
Para que isso ocorra, por analogia, parafraseando Vigotski, elevamos a arte como fator
primordial para o desenvolvimento da criatividade e da imaginação.
Criar e deixar criar talvez sejam caminhos ainda não percorridos por muitos, mas
necessário e urgente quando falamos de educação infantil e arte. Encontramos em
muitas instituições de educação infantil um grande equívoco, a reprodução sistemática
e estereotipada, a intervenção excessiva dos professores na busca pelo esteticamente
correto, não respeitando a concepção estética da criança. Tais práticas reforçam e
alicerçam a necessidade premente de ressignificar a prática docente.
A criança é campo fértil para a criatividade e imaginação, subestimamos sua
capacidade e impedimos o seu desenvolvimento estético cada vez que interferimos
demasiado e direcionamos a expressão artística criativa, sufocando as possibilidades
de novos saberes e possiblidades. A mente humana é naturalmente investida de
curiosidade, basta deixar a criação acontecer, sem modelos estereotipados, seja
na dança, nas artes visuais, no teatro ou na música. Porém sem esquecer o papel
fundamental do professor, que deve ser o interlocutor, mediador, promotor e organizador
do processo de criação. Papel que para desempenhá-lo é necessário sair da zona de
conforto, das atividades prontas e acabadas, da reprodução sistematizada e estéril,
desprovida de intencionalidade e objetivos pedagógicos.
66
Mas, para garantir oportunidades para a expressão viva da criança, precisamos
considerar que “Expressar não é responder a uma solicitação de alguém, mas mobilizar
os sentidos em torno de algo significativo, dando outra forma ao percebido e vivido”
(CUNHA, 1999, p. 25), o que também é diferente de simplesmente “deixar fazer”,
acreditando na chamada “livre expressão”. Para mobilizar os sentidos, é essencial o
enriquecimento de experiências, promovendo encontros com diferentes linguagens,
alimentando a imaginação para que meninos e meninas possam aventurar-se a ir além
do habitual, à procura da própria voz, da sua poesia. (OSTETTO, 2010, p. 31).
67
• Edificar uma relação de autoconfiança com a produção artística pessoal
e conhecimento estético, respeitando a própria produção e a dos colegas,
no percurso de criação que abriga uma multiplicidade de procedimentos e
soluções;
• Compreender e saber identificar a arte como fato histórico contextualizado
nas diversas culturas, conhecendo respeitando e podendo observar as
produções presentes no entorno, assim como as demais do patrimônio cultural
e do universo natural, identificando a existência de diferenças nos padrões
artísticos e estéticos;
• Observar as relações entre o homem e a realidade com interesse e curiosidade,
exercitando a discussão, indagando, argumentando e apreciando arte de
modo sensível;
• Compreender e saber identificar aspectos da função e dos resultados do
trabalho do artista, reconhecendo, em sua própria experiência de aprendiz,
aspectos do processo percorrido pelo artista;
• Buscar e saber organizar informações sobre a arte em contato com artistas,
documentos, acervos nos espaços da escola e fora dela (livros, revistas,
jornais, ilustrações, diapositivos, vídeos, discos, cartazes) e acervos públicos
(museus, galerias, centros de cultura, bibliotecas, fonotecas, videotecas,
cinematecas), reconhecendo e compreendendo a variedade dos produtos
artísticos e concepções estéticas presentes na história das diferentes culturas
e etnias.
68
Figura 10 – Áreas do conhecimento em Arte
Artes Visuais
Expressão e comunicação na prática dos alunos
em artes visuais.
As artes visuais como objeto de apreciação
significativa.
As artes visuais como produto cultural e histórico.
Dança
A dança na expressão e na comunicação humana.
A dança como manifestação coletiva.
A Dança como produto cultural e apreciação
estética.
Música
Comunicação e expressão em música:
interpretação, improvisação e composição.
Apreciação significativa em música: escuta,
envolvimento e compreenção da linguagem
musical.
A música como produto cultural e histórico: música
e sons do mundo.
Teatro
O teatro como expressão e comunicação.
O teatro como produção coletiva.
O teatro como produto cultural e apreciação
estética.
69
o aluno, ao longo da escolaridade, tenha oportunidade de vivenciar o maior número de
formas de arte; entretanto, isso precisa ocorrer de modo que cada modalidade artística
possa ser desenvolvida e aprofundada”. (BRASIL, 1997, p. 41).
70
4.3 ARTE NA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
71
A arte, ao ser trabalhada com a pessoa com deficiência intelectual, terá sempre a
mesma conotação com que é trabalhada com pessoas que não possuam deficiências,
cabendo aos professores desta área, a responsabilidade de avaliarem a construção
individual de cada sujeito, percebendo e estando sensível aos avanços obtidos ao
longo do processo.
72
Os Estados Partes reconhecem o direito das pessoas com deficiência
de trabalhar, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas.
Esse direito abrange à oportunidades com as demais pessoas.
Esse direito abrange o direito à oportunidade de manter-se com
um trabalho de sua livre escolha ou aceito no mercado laboral em
ambiente de trabalho que seja aberto, inclusivo e acessível a pessoas
com deficiência. Os Estados Pares deverão salvaguardar e promover
a realização do direito ao trabalho, inclusive daqueles que tiverem
adquirido uma deficiência no emprego, adotando medidas apropriadas
e inclusivas na legislação com o fim de, entre outros. (ONU- Conselho
Estadual das Pessoas com Deficiência- artigo27).
73
5. AVALIAÇÃO NO ENSINO DE ARTE
Avaliar faz parte de toda atividade humana e, de modo geral, está presente
nas ações do cotidiano e suas particularidades. A avaliação na arte significa verificar
o percurso de aprendizagem e reajustá-lo a cada etapa, com foco na construção dos
conhecimentos artísticos, na produção, na apreciação e na contextualização histórica
da produção nas diversas linguagens.
Avaliar é analisar os fatores que compõem o processo de construção de
aprendizagens no ensino de arte e fazer a conexão com o trabalho pedagógico no
qual envolve: as estratégias metodológicas adotadas pelo professor, as condições de
trabalho, as dificuldades e potencialidades dos alunos respeitando suas especificidades.
É uma ação pedagógica guiada pela atribuição de valor apurada e responsável que o
professor realiza das atividades dos alunos.
Luckesi (2002) traz a importância em avaliar de forma clara e explícita que
se prolonga no tempo quanto a prática pedagógica, o planejamento, a execução e
a avaliação e coloca que “[...] o primeiro passo que nos parece fundamental para
redirecionar os caminhos da prática da avalição é assumir um posicionamento
pedagógico claro e explícito. (LUCKESI, 2002, p. 42).
Avaliar é também considerar o modo de ensinar os conteúdos que estão em
jogo nas situações de aprendizagem e implica conhecer como os conteúdos de arte
são assimilados pelos estudantes a cada momento da escolaridade e reconhecer os
limites e a flexibilidade para dar oportunidade à coexistência de distintos níveis de
aprendizagem em um mesmo grupo. Essa visão é pertinente aos professores que atuam
nas escolas especiais, cujo público-alvo reúne características bem específicas. Para
isso, o professor deve saber o que é adequado no universo amplo de aprendizagem
para cada etapa escolar, ou seja, o que é relevante o aluno praticar, saber e as tomadas
de decisões.
O planejamento das aulas de arte é um instrumento que o professor deve dispor
para avaliar, como condição primeira para que ele saiba o que e como avaliar, ou seja,
quais aprendizagens verificar e que instrumentos utilizar para tal verificação como:
arte, cultura, educação e trabalho. (FENAPAES, 2001, p. 34).
A avaliação deve ser processual e contínua, um método de avaliação constante
e que considera o aluno por inteiro. Isso faz com que o professor esteja atento,
promovendo atividades que possibilitem o seu desenvolvimento e contribua para a
avaliação.
74
A diferença de uma avaliação processual se apresenta no processo quando o
estudante e professor são analisados quanto ao seu desempenho, as atividades servem
também para analisar, acompanhar o processo de aprendizagem e a oportunidade de
aprofundar os conhecimentos.
Para Hoffmann (2003) avaliação é um processo dialógico e cooperativo, por
meio do qual educandos e educadores aprendem sobre si mesmos no ato próprio da
avaliação.
Quanto aos instrumentos avaliativos, devem fazer inferências sobre o
desenvolvimento dos alunos num processo contínuo, onde o professor em sua ação
metodológica deve tomar os devidos cuidados quanto a métodos que focam resultados
isolados, centrados apenas no produto final. Exemplo a citar, levar em consideração
apenas as performances das apresentações coletivas nos eventos, festivais e demais
circunstancias. Ressalta que as avaliações podem se basear na observação diária do
professor durante as aulas práticas, nos “fazeres” iniciais das linguagens envolvendo a
compreensão, interação e os princípios básicos de processo criativos.
Como orientação, é importante decidir o método avaliativo mais adequado para
os estudantes com deficiência intelectual e múltipla, observando suas especificidades
e qual a intencionalidade da proposta, ou seja, buscar coerência entre a forma de
ensinar e a forma de mensurar o aprendizado e assim uma breve definição de que:
“A avaliação, enquanto mediação, significa encontro, abertura ao
diálogo, interação. Uma trajetória de conhecimento percorrida num
mesmo tempo e cenário por alunos e professores. Trajetos que se
desencontram, por vezes, e se cruzam por outras, mas seguem em
frente, na mesma direção”. (CIPRIANO C. LUCKESI, 2005, p. 40).
75
6. ATIVIDADES COMPLEMENTARES DIVERSIFICADAS
76
7. ARTE NO CENTRO DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO (CAEE)
• linguagem;
• comunicação;
• expressão (pensamento, sentimento, vivência);
• meio de comunicação (expressão, equilíbrio, comunicação).
2
Pode-se ver mais na Resolução CNE/CEB, no 4 e Decreto 7611/2011.
77
8. FESTIVAL NOSSA ARTE
78
Para Fischer (1981), “a arte capacita o homem para compreender a realidade
e o ajuda não só a suporta-la como transformá-la, aumentando-lhe a determinação de
torná-la mais humana e mais hospitaleira para a humanidade”. E essa transformação
só é possível por meio das relações do homem com seu meio, estabelecendo elos,
vínculos, redimensionando a existência humana.
Os festivais regionais, estaduais e nacionais constituem, atualmente, um
espaço privilegiado de apresentação do trabalho em arte, nas diversas linguagens,
desenvolvidos pelas Apaes em todo o Brasil. O primeiro Festival Nacional Nossa Arte
foi organizado em 1995, e a iniciativa que levou a sua formação foram os festivais
estaduais organizados em São Paulo, desde 1991.
Historicamente, o Festival Nossa Arte é considerado um dos maiores eventos
promovidos pela Federação Nacional das Apaes (Fenapaes), que contempla a
participação de representantes das Apaes de todos os Estados e assim, em sua
trajetória, tornou-se referência e fonte de motivação na construção de trabalhos
artísticos primando pela excelência e qualidade profissional dos espetáculos até então
vistos nos palcos.
O evento é norteado por um documento institucional da Rede Apae que dispõe
sobre a organização técnica e artística, no sentido de consolidar-se como espaço
de divulgação e promoção das potencialidades artísticas da pessoa com deficiência
intelectual e múltipla.
A logística dos festivais, desde as etapas regionais, é bem estruturada e
abraça as linguagens artísticas previstas no documento regulamentador nos gêneros:
artes cênicas, artes musicais, dança, dança folclórica, artes visuais, artes literárias e
artesanato. Nesse cenário, abrem-se possibilidades de vivenciar aspectos positivos
da arte a serem apreciados por meio de Exposições e Apresentações Artísticas que
evidencia as Apaes como espaço cultural, artístico e de inclusão social.
Como parte integrante, a organização do Festival Nossa Arte apresenta duas
dimensões importantes no quesito participação, com a opção pela “mostra competitiva”,
sendo um dos caminhos para selecionar um determinado grupo de trabalhos artísticos,
inicialmente em cada região, em cada estado, chegando no último processo, a seletiva
nacional. Outra dimensão a citar, de suma importância é o espaço para a socialização
de experiências no uso das linguagens artísticas envolvendo a comunidade local.
Nessa dimensão, o Festival recebe apresentações artísticas de grupos profissionais
ou de outra natureza, no qual exerce a função de apresentação especial de abertura
do evento. Considera-se a oportunidade de ampliar a possibilidade de socialização e
inclusão, fortalecendo as experiências nas diferentes linguagens.
79
Quanto à participação, o Capítulo III, art.12º do Regulamento contempla:
80
Os objetivos reforçam a importância desse evento no contexto educacional,
onde o aprender arte envolve não apenas uma atividade de produção artística, algo
meramente pronto, mas também a aquisição de diferentes conhecimentos artísticos
visto como objeto de cultura através da história e do conjunto de relações formais.
Enquanto processo, ao fazer e conhecer arte, a pessoa com deficiência intelectual
e múltipla percorre caminhos de aprendizagens que propiciam conhecimentos
específicos e as suas relações com o mundo. Além disso, estimula as potencialidades
artísticas e cognitivas, desperta a consciência corporal e o desenvolvimento pleno do
exercício de cidadania, gerando consequentemente o processo de inclusão da pessoa
com deficiência intelectual e múltipla no convívio social.
O evento, no formato mostra competitiva, reúne trabalhos artísticos das
unidades da Rede Apae nas diferentes regiões dos estados, com suas singularidades
e experiências produzidas nas aulas de arte, área de disciplina compondo a grade
curricular ofertada pelas escolas especiais.
Num resgate histórico, o Festival Nossa Arte se consolidou nas seguintes etapas:
81
Figura 12 – X Festival Nacional Nossa Arte
82
Na arte, as possibilidades de transformação e mudanças de comportamentos
são possíveis quando existe uma coesão entre expressão e conhecimento sensível,
transitando pelo fazer e perceber o sentido do por que fazer arte, revelando capacidades
cognitivas, afetivas e de socialização.
83
Por outro lado, observa-se na prática que muitos trabalhos de arte desenvolvidos
nas Escolas Especiais da Rede Apae são focados na possibilidade da participação nos
festivais, seguindo um determinado campo do conhecimento da arte. No entanto, é
importante discernir entre o trabalho de ensino de arte no âmbito da escolarização, com
vistas à construção do ensino da arte enquanto conhecimento, como parte da formação
global do aluno, com ênfase no processo, envolvendo a produção, a apreciação e
a contextualização, do trabalho voltado para a realização de mostras, que exige um
foco maior na produção, com vistas à qualidade dos resultados. Cada um desses
trabalhos é de fundamental importância na formação dos alunos e cada qual supõe
uma abordagem e estrutura de encaminhamentos diferenciados.
Portanto, sugere-se um repensar nestes dois segmentos, que por vezes, estão
presentes nas ações pedagógicas, em que o professor centraliza apenas nas atividades
voltadas para mostras e participações nos Festivais.
As apresentações em Festivais, dissociando de uma certa forma a articulação
das atividades artísticas das aprendizagens, na aquisição específica dos conceitos
relacionados a estética, as vivências na íntegra das diferentes linguagens artísticas.
O ideal, é criar desdobramentos vivenciados nas aulas de arte que conse-
quentemente, refletir-se-ão em participações nas mostras, eventos, festivais e eventos
similares.
84
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
85
10. REFERÊNCIAS
86
______. (Org.) Inquietações e mudanças no ensino da Arte. São Paulo: Cortez,
2002.
______. John Dewey e o ensino da Arte no Brasil. São Paulo: Cortez, 2002.
______. Teoria e prática da educação artística. São Paulo: Cultrix, 1975.
______. Tópicos utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.
______. Uma introdução à Arte/educação contemporânea. São Paulo, 2005
(mímeo).
BRASIL. Ministério da educação e do desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil/Conhecimento de mundo/
Volume 3 - Brasília: MEC/SES, 1998.
______. Ministério da educação e do desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares em Arte/Música livro 6 - Brasília: MEC/SES, 1997.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais –
Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/
pdf/livro06.pdf.> Acesso em: 19 out. 2013.
______. LEI N 9394/96. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Setembro de
1996. Editora do Brasil.
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental.
Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério da educação
e do desporto, secretária da educação fundamental. Brasília: MEC/SEF, v.1, 1998.
______. Constituição da República Federativa do Brasil, Congresso Nacional,
Brasília, 1988.
______. Estatuto da criança e do adolescente. 3.ed, Brasília: Câmara dos deputados,
Coordenação de Publicações, 2001.
______. Ministério da educação e do desporto, Secretaria de Educação Fundamental.
Parâmetros Curriculares em Arte/Dança livro 6 - Brasília: MEC/SES, 1998.
______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais:
arte/Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997. 130p.
______. MEC/CNE .Constituição Federal de 1988.
______. MEC/CNE - Diretrizes curriculares nacionais para a Educação Infantil.
Brasília.MEC/CNE.1999.
______. Lei n. 11.274/2006. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Dispõe sobre
a duração de 9(nove ) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória
a partir dos 6(seis) anos de idade. Brasília, 6 fev,2006.
87
______.MEC/SEF/COEDI. Critérios para um atendimento em creches que
respeitem os direitos fundamentais das crianças. Brasília: MEC/SEF/COEDI,1994.
______. Política nacional de educação infantil. Brasília: MEC/SEF/COEDI,1994.
______. MEC/CNE - Parâmetros nacionais de qualidade para a Educação Infantil.
Brasília. MEC/SEB,2006.v.2.
______. Plano Nacional de Educação (2001. Brasília/DF, Câmara dos Deputados,
2001.
______. Plano Nacional de Educação (2014/2024), Lei nº 13.005, aprovado em 25 de
junho de 2014. Brasília/DF, Câmara dos Deputados, 2014.
______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394/96. Diário Oficial da
União, Brasília, 20 de dezembro de 1996.
______. Campanha Nacional pelo Direito á Educação. Consulta sobre a qualidade
da educação infantil: o que pensam e querem os sujeitos deste direito. São Paulo.
Cortez, 2006.
______. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Inclusão: Revista da Educação Especial, Brasília, Secretaria de Educação Especial,
v. 4, n. 1, p. 7-17, jan./jun. 2008.
______. MEC/SEB. Indicadores de qualidade na educação infantil. Brasília: MEC/
SEB,2009.
______. RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009. Institui Diretrizes
Operacionais para o. Atendimento Educacional Especializado na Educação
Básica. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/pceb013_09_homolog.
pdf. Acesso em: 30 julho 2016.
______. DECRETO Nº 7.611, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2011. Dispõe sobre
a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras
providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-
2014/2011/decreto/d7611.htm. Acesso em: 30 julho 2016.
BRITO, A. Teca. Música, Maestro. Revista do professor – Julho a Setembro de 2003,
ano XIX-n122.
BROUGÈRE, Gilles . Brinquedo e cultura. São Paulo: Cortez, 1995.
BUORO, Anamelia Bueno; Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da
arte. Cortez: São Paulo-SP, 2002.
______.Anamelia Bueno. O Olhar em Construção. Uma experiência de ensino e
aprendizagem da arte na escola. 6ªed. São Paulo: Cortez, 2003.
88
CASTANHO, Maria Eugenia L.M. Arte-Educação e intelectualidade da arte.
Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação. Campinas: Unicamp. 1982.
CAVALCANTE, Geverson. Educação, música regional e suas relações na educação
infantil. Campo Grande: UFMS, 2009.
CELESTE, Mirian. Teoria e Prática do Ensino de Arte. 1 edição. São Paulo: FTD,
2009.
CINTRA, R.C.G.G. Educação especial x dança: um diálogo possível. Campo
Grande MS. 2002. Editora UCDB.
______.R.C.G.G. (org.). Tempos e contratempos no espaço da educação infantil.
In CINTRA, Rosana Carla Gonçalves Gomes. MENEGHELLO, Fernanda. Educação
Infantil e música: a relevância das práticas pedagógicas com crianças de 5 anos.
Campo Grande: UFMS, 2009.
______. R.C.G. G; PELICIONE, D. A dança e o lúdico: atividades da criança no
processo ensino/ aprendizagem. In: Tempos e contratempos no espaço da educação
infantil. Campo Grande MS. 2009. Editora UFMS.
______. R. C. G. G. Ludicidade e prática docente na educação da criança: Estado
da Arte. Pesquisa educa, Santos, v. 06, n. 11, p.84-96, jan-jun. 2014.
______. R. C. G. G.; JESUINO, M. dos S.; PROENÇA, M. A. M. A cultura lúdica e o
reconhecimento do tempo na infância. Pró-discente: Caderno de Prod. Acad.-cient.
Progr. Pós-grad. Educação, Vitórila, v. 16, n. 2, p.106-120, jul-dez. 2010.
COSTA, Cristina. Questões de Arte. São Paulo: Moderna, 2004.
COSTA, Robson Xavier da. A Socialização do Portador de Deficiência Mental
através da Arte. In: Revista Integração. Ministério da Educação/ Secretaria de
Educação Especial, ano 12, edição especial, pp. 16-19, 2000.
CUNHA, S. R. V. Pintando, bordando, rasgando, desenhando e melecando na
educação infantil. In: CUNHA, S. R. V. da (Org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre:
Mediação, 1999. p. 7-36
CINTRA, Rosana Carla Gonçalves Gomes, SALMAZIO, Lúcia Guedes de Melo, LIMA,
Yara Cardoso de Almeida, SOUSA, Sandra Mieko Makimoto de, OLIVEIRA, Allyne
Nunes de. Educação Inclusiva: a dança como construção de novos saberes. XI
Congresso Nacional de Educação. EDUCERE 2013. Pontifícia Universidade Católica
do Paraná. Curitiba. 23 a 26/9/2013. Artigo aprovado para Comunicação Oral.
______. Rosana Carla Gonçalves Gomes. Educação Especial X Dança: um diálogo
possível. Campo Grande. Ed. UCDB. 2000.
89
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs - capitalismo e esquizofrenia, v. 1 e 2. Rio
de Janeiro: Ed. 34, 1995. (Coleção TRANS).
DERDYK, Edith. Formas de Pensar O Desenho. Campinas, SP: Scipione, 1989.
DIAS, Fernando Nogueira. Desenvolvimento humano e facilitação. https://www.
sociuslogia.com/artigos/desenvolv01.htm <acesso em: 11/11/05>
FERRAZ, M. H. C.; FUSARI, M. F. R. Metodologia do ensino da Arte. São Paulo:
Cortez, 2001.
FREITAS, L.M. O ensino da dança nas escolas municipais de Corumbá-MS:
realidade e contradição. 2011. 96 f. Dissertação (Mestrado em Educação Social)-
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Corumbá, 2011.
GALLO, S. Deleuze e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
GARDNER, Howard. Arte, Mente e Cérebro; trad. Sandra Costa. Porto Alegre:
ARTMED, 1999.
GOBBI, Aparecida, Marcia. PINAZZA, Appezzato, Mônica. Infância e suas Linguagens
(Orgs), São Paulo, ed. Cortez, 2014.
GUATTARI, F.; ROLNIK, S. Micropolítica: cartografias do desejo. Petrópolis: Vozes,
1986
HOFFMANN, Jussara. Avaliar: Respeitar Primeiro e Educar Depois. 1ª ed. Porto
Alegre: Mediação, 2008.
HOLM, A. M. A energia criativa natural. Pro-Posições. Campinas, SP, v. 15, n. 1 (43),
p. 83-95, jan./abr. 2004.
______. A. M. Baby - Art: os primeiros passos com a arte. São Paulo: Museu de Arte
Moderna de São Paulo, 2007.
HUMBERTO, Maturana. Cognição, Ciência e vida Cotidiana. ; organização e tradução
Cristina Magro, Victor Paredes.-Belo Horizonte; Edição. UFMG, 2OO1.
IANNI, O. Cartografia da humanidade. São Paulo: Folha de S. Paulo, 2001.
IAVELBERG, Rosa. Para gostar de aprender arte. Porto Alegre: ARTMED, 2003.
KASTRUP, V. (Org..). Pistas do método da cartografia: Pesquisa intervenção e
produção de subjetividade, Porto Alegre, Sulina, 2010.
LÊDO, Roberta. Imagina Só. Porto Alegre: Impacto Educacional, 2012.
LEO, Di. A interpretação do desenho infantil. Trad. Marlene Neves Strey. Porto
Alegre: ARTMED, 1991.
90
LIMA, Sônia Albano de (Org.). Educadores musicais de São Paulo. São Paulo: Cia
Editora Nacional, 1998.
LOWENFELD, V.; BRITTAIN, W. L. Desenvolvimento da capacidade criadora. São
Paulo: Mestre Jou, 1977.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da Aprendizagem Escolar. São Paulo: Cortez, 2005.
MARTINS, Mírian Celeste Ferreira Dias; PICOSQUE, Gisa; GUERRA M. Terezinha
Telles. Didática do ensino de arte: a língua do mundo: poetizar, fruir e conhecer
arte. São Paulo: FTD, 1998.
______. Teoria e prática do ensino de Arte: a língua do mundo. São Paulo: FTD,
2010 (Coleção teoria e prática).
MEIRA, Marly. Filosofia da criação: reflexões sobre o sentido do sensível. Porto
Alegre: Mediação, 2003.
MERY, Regina. Sentimentos. Rio de Janeiro, 1998.
MESQUITA, Kamila; ZIMMERMANN, Elizabeth B. Dança: Estímulo ao
desenvolvimento de crianças portadoras de Deficiência Mental. Revista Digital
Art&, ano IV, n.5, abr. 2006. Disponível em http://www.revista.art.br/site-numero-05/
trabalhos/01.htm Acesso em 11 mai. 2013.
MORANDI, C. A Dança e a Educação do cidadão sensível. In: STRAZZACAPPA, M.
Entre a arte e a docência: A formação do artista da dança. Campinas: Papirus, 2006.
MOREIRA, Ana Angélica Albano. O espaço do desenho: a educação do educador.
São Paulo: Ed. Loyola, 1999.
NIGHTINGALE, N. A base da saúde coletiva. São Paulo: Batatais, 1989.
NOGUEIRA, Monique Andries. A música e o desenvolvimento da criança. Revista
OnLine da UFG, Vol. 5, Nº 2, Dez/2003.
OLIVEIRA, M.Zilma. Educação Infantil: muitos olhares. São Paulo: Cortez, 2000.
OSTETTO, L. E. “Mas as crianças gostam!” Ou sobre gostos e repertórios
musicais. In: OSTETTO, L. E.; LEITE, M. I. Arte, infância e formação de professores.
Campinas: Papirus, 2004 (p. 41-60)
______. L. E. A arte no itinerário da formação de professores: acender coisas por
dentro. Reflexão e Ação, Santa Cruz do Sul, v. 14, n. 1, p. 29-43, jan./jun, 2006.
OSTRANDER, L. e SCHOEDER, L. Super-aprendizagem pela sugestologia. Rio de
Janeiro: Record, 1978.
PAREYSON, L. Problemas da Estética. Sao Paulo: Martins Fontes, 2001.
91
PARSONS, M. J. Compreender a Arte: uma abordagem à experiência estética do
ponto de vista do desenvolvimento cognitivo. Lisboa: Presença: 1992.
PASCHOAL, J.D; MACHADO, M.C.G. História da educação infantil no Brasil:
avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional, Artigo. Campinas,
n.33, p. 78-95, mar.2009.
PLETSCH, M. D.; BRAUN, P. A inclusão de pessoas com deficiência mental: um
processo em construção. Instituto Superior de Educação da Zona Oeste, FAETEC/
SECT, RJ. Democratizar, v. II, n. 2, maio/ago. 2008.
PILLAR, A. D. (Org.). A educação do olhar no ensino das Artes. Porto Alegre:
Mediação, 2001.
PINO, Angel. As marcas do humano: às origens da constituição cultural da criança
na perspectiva de L. S. Vigotsky. São Paulo: Cortez, 2005.
PRIORE, M. D. História da criança no Brasil. São Paulo: Contexto, 2002.
PUCCETTI, Roberta; SOUZA, Maria Irene Pellegrino de Oliveira. Diversidade e
autoimagem: da representação à apresentação. In: ENCONTRO NACIONAL DE
ESTUDOS DA IMAGEM, 2., Anais... Londrina: UEL, 2011.
PUCCETTI, Roberta. A Arte na Diferença: um estudo da relação da arte/
conhecimento do deficiente mental. 2002. Tese (Doutorado em Educação) –
Universidade Metodista de Piracicaba, Sao Paulo.
READ, H. A educação pela Arte. São Paulo: Martins Fontes, 1982.
REGO, Tereza Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico cultural da educação.
12. ed. Petrópolis: Vozes, 1995.
RICHTER, I. M. Interculturalidade e estética do cotidiano no ensino das Artes
visuais. Campinas: Mercado de Letras, 2003.
RIZZI, M. C. de S. Caminhos metodológicos. In: BARBOSA. A. M. (Org.).Inquietações
e mudanças no ensino da Arte. São Paulo: Cortez, 2002.
ROLNIK, S. Cartografia sentimental: transformações contemporâneas do desejo.
São Paulo: Estação Liberdade, 1989.
SANS, Cheida. A Criança e o Artista: Fundamentos para o ensino das artes
plásticas. Campinas, SP: Papirus, 1994.
SHARON, B. A música na mente. Revista Newsweek, 24/07/2000.
SERGIO, Manuel Vieira e Cunha. Motricidade Humana e Saúde. Revista da Educação
Física - UEM. Maringá, v.12, n.2, 2001. Disponível em: http://periodicos.uem.br/ojs/
index.php/RevEducFis/article/view/3783 Acesso em: 15 de maio de 2013.
92
SILVA, B. e. A inserção da Arte no currículo escolar (Pernambuco, 1950-1980).
2004. Dissertação (Mestrado em Educação) - Programa de Pós-Graduação em
Educação. Centro de Educação. Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2004.
SILVA. A.R. de et al. Educação políticas públicas e formação de professores.
Campo Grande: Ed. Uniderp, 2008. p. 137-150.
SILVEIRA,R.P; LEVANDOSKI,G.; CARDOSO, F.L. A dança infantil enquanto
expressão. Revista Digital: Buenos Aires, nº 121, 2008. Disponível em: <http://www.
efdeportes.com/efd121/a-danca-infantil-enquanto-expressao.htm>. Acesso em: 10
mar. 2012.
SNYDERS, G. A escola pode ensinar as alegrias da música? São Paulo: Cortez,
1992.
SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. Tradução: Ingrid Dormien Koudela e
Eduardo Amos. São Paulo: Perspectiva, 1979.
STEINHIBER, J. Dança para acabar com a discussão. Conselho Federal de
Educação Física-CONFEF, Rio de Janeiro, n.5 p. 8, nov/dez. 2000.
TOURINHO, I. Transformações no ensino da Arte: algumas questões para uma
reflexão conjunta. In: BARBOSA, A. M. (Org.). Inquietações e mudanças no ensino da
Arte. São Paulo: Cortez, 2002.
VARELA, N. de A. A formação do Arte-educador no Brasil. In: BARBOSA, A. M.
(Org.). História da Arte-Educação. São Paulo: Max Limonad, 1986.
VYGOTSKY, L. S. Teoria e método em psicologia. São Paulo: Martins Fontes, 1996.
______. Fundamentos da defectologia (Obras escogidas), v. V. Madrid: Visos, 1997.
______. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
______. L. S. Psicologia da arte. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
______. L. S. Imaginação e Criação na infância: Ensaio Psicológico. São Paulo:
Martins Fontes, 2014.
______. L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
VYGOTSKY, Lev. Semenovick. A formação social da mente: o desenvolvimento
dos processos psicológicos superiores. Orgs: Michael Cole. et al. 4. ed. São Paulo
: MartinsFontes, 1991.
ZATORE e BLOOD. Música tem o mesmo endereço que sexo e comida em nosso
cérebro. In: www.prometeu.com.br, acessado em 01 julho de 2005.
W. Barbosa de Almeida. 3ª reimpressão da 5ª ed. de 2000. São Paulo: Perspectiva,
2005.
93
94
95
96