Unidade 3 - Inovação e Estrategia Competitiva
Unidade 3 - Inovação e Estrategia Competitiva
Unidade 3 - Inovação e Estrategia Competitiva
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Inovação e Estratégia Competitiva
• Introdução;
• Estratégia Ofensiva;
• Estratégia Defensiva;
• Estratégia Imitativa;
• Estratégia Dependente;
• Estratégia Tradicional;
• Estratégia Oportunista.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
• Apresentar os diferentes tipos de estratégias tecnológicas relacionadas à adoção de
inovações e sua relação com a competitividade.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e de se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como seu “momento do estudo”;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de
aprendizagem.
UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Introdução
As múltiplas incertezas que cercam a atividade econômica levam as empresas a
desenvolverem, de maneira explícita ou implícita, estratégias competitivas que faci-
litem seu posicionamento no mercado em que atuam. As estratégias são fundamen-
tadas na avaliação das ameaças e oportunidades externas e da capacidade interna
da firma de responder a esses desafios e influenciar o ambiente externo (PORTER,
1996). Ela pode ser definida como a seleção e implantação de um conjunto de
objetivos com vistas a adaptar a empresa ao ambiente externo ou modificá-lo para
melhorar suas chances de sucesso.
Estratégia Ofensiva
A estratégia ofensiva de inovação é adotada por empresas que buscam liderança
tecnológica em determinados segmentos da indústria. A inovação pode estar no
projeto do produto, no processo de produção, no modelo de negócios, na forma
de prestação de um serviço, no modo de relacionamento com clientes, na logística
de distribuição ou no desenvolvimento de design original. O inovador geralmente
corre grandes riscos inerentes à inovação pioneira, pois introduz uma ideia ainda
não testada no mercado (FREEMAN; SOETE, 1997).
A empresa que adota uma estratégia inovadora ofensiva precisa contar com boa
capacidade criativa e técnica, seja internamente ou através do acesso privilegiado
a laboratórios e centros de pesquisa e da relação exclusiva com consultores e for-
necedores de insumos e serviços críticos. A inovação dificilmente tem uma origem
única, sendo frequentemente resultado da combinação de diversos elementos e
pacotes tecnológicos. Para absorver e gerar novos conhecimentos, as empresas
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pioneiras necessitam contar com quadros técnicos qualificados em diferentes áreas,
um recurso encontrado mais tipicamente em grandes empresas com atividades
formalizadas de pesquisa e desenvolvimento (TIGRE, 2014).
A empresa que adota uma estratégia ofensiva deve estar preparada para
investir em longo prazo e assumir riscos. Não pode esperar retornos imediatos,
pois os clientes precisam ser induzidos a experimentar o novo produto. Assim, a
progressiva capitalização do empreendimento é crítica para o sucesso. Quando
uma empresa introduz uma inovação, mas não conta com os recursos necessários
para desenvolvê-la adequadamente, acaba por criar espaços para concorrentes em
melhores condições para ocupar o mercado criado. Os nichos não permanecem
abertos para sempre e, à medida que crescem e se tornam mercados relevantes,
serão fatalmente visados por empresas maiores. Empresas bem-sucedidas na criação
de um mercado são geralmente obrigadas a investir continuamente em P&D e
marketing de forma a aperfeiçoar o produto e desenvolver o mercado. Por isso
empresas inovadoras de pequeno porte bem-sucedidas costumam ser absorvidas
por empresas maiores.
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Importante! Importante!
A estratégia inovadora ofensiva envolve não apenas P&D, mas também funções igual-
mente importantes, como propaganda e marketing, logística e criação e adaptação de
novas rotinas organizacionais. Serviços inovadores precisam funcionar bem e estar in-
tegrados aos demais setores da empresa. Quando os novos produtos e serviços diferem
muito dos preexistentes no mercado, a empresa inovadora precisa educar seus clientes
potenciais por meio de cursos, material de apoio, testes gratuitos, promoções e boa as-
sistência técnica ao usuário. Além de recursos financeiros, a estratégia inovadora requer
capacitação dos recursos humanos nas áreas comercial e administrativa.
Estratégia Defensiva
Poucas empresas estão dispostas a seguir uma estratégia ofensiva e mantê-la
consistentemente em todas as áreas em que atuam. Mesmo as tipicamente inovado-
ras podem mesclar tecnologias maduras e avançadas visando formar um “mix” de
produto mais seguro. Agindo seletivamente em relação à introdução de inovações,
as empresas procuram evitar incertezas e erros que levam muitos pioneiros a su-
cumbir. O sucesso inicial em uma inovação pode levar a uma atitude mais cautelosa
no sentido de consolidar os resultados obtidos. A opção defensiva pode também ser
involuntária, diante da rápida evolução da tecnologia, pois muitos inovadores são
superados por concorrentes mais rápidos em introduzir novos produtos e serviços
no mercado (FREEMAN; SOETE, 1997).
A empresa que adota uma estratégia defensiva não quer correr o risco de ser a
primeira a inovar, mas também não quer ser deixada para trás em termos tecnoló-
gicos. Ela espera aprender com os erros dos pioneiros e aproveitar a abertura de
um novo mercado para oferecer soluções mais seguras e consistentes. Em muitos
casos, a empresa defensiva tem uma marca conhecida no mercado e conta com
boa capacitação em áreas complementares, como produção e distribuição, e apro-
veita essas vantagens para superar os inovadores ofensivos. A estratégia defensiva
não pretende apenas copiar os inovadores, mas sim superá-los. Para isso, é neces-
sário investir muito em capacitação técnica própria (TIGRE, 2014).
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A estratégia defensiva é típica dos mercados oligopolistas e está associada à
diferenciação de produtos. Para a empresa oligopolista, a inovação defensiva é
um “seguro” contra o risco de obsolescência tecnológica de sua linha de pro-
dutos, permitindo que a empresa reaja e se adapte às mudanças tecnológicas
introduzidas por seus concorrentes. As empresas tradicionais, líderes em seus
mercados, tipicamente têm capacidade tecnológica para inovar, mas preferem
esperar que outras empresas assumam o ônus de lançar novos produtos, cor-
rendo os riscos inerentes à aceitação do mercado. Caso o produto seja um
sucesso, as líderes vão reagir lançando produtos que incorporam as principais
novidades. Considerando que uma empresa líder não pode ficar muito tempo
atrás dos inovadores, ela precisa ser capaz de responder de modo rápido quan-
do decidir efetivamente adotar a nova tecnologia. Para manter sua parcela de
mercado, a empresa defensiva precisa desenvolver produtos tão bons quanto os
do concorrente e incorporar novas características que os diferenciem em visual,
preço e desempenho (FIGUEIREDO, 2011).
Empresas com um amplo parque instalado têm interesse em prolongar o ciclo de vida de
produtos que, mesmo maduros, ainda gozam da preferência do mercado. Tais produtos
contam com pelo menos três vantagens competitivas frente às inovações mais recen-
tes: a) são produtos amplamente utilizados por consumidores aprisionados pelo hábito;
b) são fabricados por meio de processos produtivos otimizados ao longo do tempo em
função das oportunidades de aprendizado dinâmico; e c) os custos de desenvolvimento
já foram amortizados, permitindo preços competitivos. Nessas condições, empresas líde-
res procuram retardar ou reverter o processo de obsolescência tecnológica, por meio de
inovações incrementais que ofereçam uma sobrevida a seus produtos de sucesso.
Estratégia Imitativa
Ao contrário dos inovadores defensivos que pretendem apreender com os erros
dos pioneiros e aprimorar a nova tecnologia, a empresa que adota a estratégia imi-
tativa não aspira ser líder ou ter lucros extraordinários com a introdução da inova-
ção. Ela pretende apenas marcar sua presenta no mercado, oferecendo um produto
semelhante aos existentes. O tempo de defasagem da introdução do produto vai
depender das circunstâncias particulares do mercado, da região ou país. Quanto
maior a proteção ao mercado local, maior a viabilidade de uma estratégia imitativa
(FREEMAN; SOETE, 1997).
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Importante! Importante!
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Estratégia Dependente
As empresas que adotam uma estratégia dependente assumem um papel su-
bordinado em relação a outras empresas mais fortes. Elas não tomam a iniciativa
de promover mudanças técnicas em seus produtos ou processos a não ser por
demanda explícita de seus clientes ou de seus controladores e dependem de outras
empresas para obter as instruções técnicas necessárias para inovar. Geralmente
não contam com capacitação própria para alterar o processo produtivo ou lançar
novos produtos, buscando apenas operar os equipamentos existentes de forma
eficiente. A estratégia dependente não é necessariamente uma opção voluntária da
firma, mas pode ser uma exigência de seus parceiros comerciais ou controladores.
Há pelo menos quatro tipos de modelos de negócios que se apoiam em estratégias
tecnológicas dependentes (FREEMAN; SOETE, 1997).
O primeiro é adotado por empresas que fabricam produtos para serem comer-
cializados sob a marca de terceiros. Nesse caso, o produto precisa ser exatamente
como especificado pelo comprador que para isso fornece o desenho do produto
e os parâmetros de qualidade. Dessa forma, a dependência comercial pode levar
também à dependência tecnológica. Apesar de ser uma opção segura de acesso
ao mercado, tal estratégia comprime as margens de lucro, pois o fornecedor está
sempre em concorrência direta com outros fornecedores da rede em todo o mundo.
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Estratégia Tradicional
A empresa que adota uma estratégia tradicional praticamente não muda seus
produtos, seja porque o mercado não demanda mudanças ou porque a concor-
rência também não inova. Ela geralmente não conta com capacidade técnica para
iniciar mudanças, mas pode desenvolver inovações incrementais e fazer pequenas
alterações no processo ou no design do produto com base na experiência prática
de seus colaboradores (FREEMAN; SOETE, 1997).
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Um tipo particular de empresa que adota uma estratégia tradicional é aquela que
conta com um produto conhecido do mercado ou cuja reputação está justamente no
caráter artesanal de sua fabricação. Nesse caso, as mudanças no produto ou na em-
balagem não são bem aceitas pelos consumidores. Produtos alimentícios oriundos de
regiões demarcadas, doces e cachaças “da roça” têm sua reputação construída junto
aos consumidores pelo seu caráter tradicional, então mudanças no processo produti-
vo são evitadas pelo risco de descaracterizar o produto (TIGRE, 2014).
Estratégia Oportunista
Essa estratégia tecnológica está associada à exploração de nichos de mercado
ou oportunidades temporárias. Sempre existe a possibilidade de empreendedores
identificarem alguma nova oportunidade em mercados em rápida transformação
que não requeira grandes investimentos em P&D. Algumas empresas conseguem
prosperar encontrando um nicho de mercado que ninguém havia percebido antes
e, assim, ir de encontro a uma demanda específica do mercado. Imaginação e
conhecimento das necessidades de grupos de consumidores são, nesse caso, ingre-
dientes mais importantes do que capacitação técnica (FIGUEIREDO, 2011).
Em Síntese Importante!
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UNIDADE Inovação e Estratégia Competitiva
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (E-book)
Gestão da Inovação e do Conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo,
2012. 172 p. (E-book)
Inovação em Produtos E Serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014.
184 p. (E-book)
Vídeos
Michael Porter - Estratégia Competitiva
https://youtu.be/SKROW1BxpUA
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Referências
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da Inovação: Conceitos, métricas e experiências de
empresas no Brasil. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3. ed. São Paulo:
Bookman, 2005.
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