Apostila Telhado 2012 M1
Apostila Telhado 2012 M1
Apostila Telhado 2012 M1
CAPTULO 10 TELHADO
10.1.
Estrutura
Conjunto de elementos que ir suportar a cobertura e parte do sistema de captao de guas pluviais, alm de fixar as telhas e fazer a transmisso dos esforos solicitantes para os elementos estruturais, garantindo assim a estabilidade do telhado. A estrutura pode ser composta de: tesouras (madeira, metlica, concreto e mista); teras (simples, armada, trelia); arcos (madeira, metlico, concreto); caibros, ripas, contraventamento e mo francesa. A estrutura metlica (Figura 10.1) apresenta-se como alternativa estrutura de madeira, principalmente devido escassez da madeira em certas regies e necessidade de preservao do meio ambiente. Alm disso, a utilizao de peas pr-fabricadas aumenta o grau de industrializao, otimizando a produtividade e qualidade na construo de telhados. O uso de estrutura metlica bastante comum em edifcios industriais e em galpes, seja sob a forma de trelias planas e vigas a elas perpendiculares (teras), usualmente feitas em ao, seja sob a forma espacial, constituda por elementos tubulares, em ao ou alumnio.
10.1.1. Tesoura
So muito eficientes para vencer vos sem apoio intermedirio. So estruturas planas verticais que recebem cargas paralelamente ao seu plano, transmitindo-as aos seus apoios. As peas que compem a tesoura so (Figura 10.2): Linha ou tirante (esforo de trao); Perna, asa ou empena (esforo de compresso); Escora ou mo francesa (esforo de compresso); Pontalete (esforo de trao). Os caibros so assentados sobre as teras e as ripas sobre os caibros. As teras se apoiam nos ns da trelia. A distncia entre os caibros de no mximo 50 cm. A distncia entre as ripas depende do tamanho da telha a ser usada. A Figura 10.3 apresenta as partes do telhado. Figura 10.2 Partes da tesoura
pendural
perna ou empena
teras intermedirias
10.1.1.1.
Os materiais usados nas estruturas so: concreto, madeira e peas metlicas (pregos, parafusos, chapas de ao, etc.). Devem apresentar propriedades mecnicas compatveis com as cargas a que estaro submetidas e atender as Normas. Independente do material a ser usado na execuo de estrutura tipo tesoura as concepes estruturais so definidas pelas necessidades arquitetnicas do projeto e das dimenses da estrutura requerida, podendo-se ter os seguintes esquemas (Figura 10.4):
Tesoura simples
Tesoura de mansarda
Tesoura de alpendre
10.1.1.2.
So tipos de ligaes prticas entre duas peas de madeiras definidas aps verificao das resistncias das superfcies de contato ao esmagamento e, s vezes, ao cisalhamento de um segmento da pea.
A
+ + + ++ + + + ++ + + + +
Corte AA
Chapa reta 50x6mm Cantoneira CH 50x6mm + + + ++ + + + + + + + + +
b d
10.1.1.3.
As tesouras de madeira so colocadas a distncia mdia de 3,00m, e em geral no precisam de escoras. Para as pernas e linhas, empregam-se peas de 8x12, 8x16, 8x20 e 10x30 (cm). As escoras so feitas geralmente de caibros de 8x8 ou 10x10 (cm), sendo que nos grandes vos, algumas peas so de 8x12 ou 8x16 (cm). O pontalete principal tem, em geral, a mesma bitola que as pernas. Os pontaletes secundrios tm bitolas iguais ou inferiores. As teras apoiam-se sobre as tesouras ou pontaletes e suas bitolas dependem da distancia entre elas, do tipo de madeira e telha empregadas. A madeira a ser usada, em geral, devem ser madeiras de lei, tais como o paraj, peroba, ip.
10.1.1.4.
Pode-se construir o telhado usando pontaletes ao invs das tesouras. Em construes residenciais, as paredes internas e as lajes oferecem apoios intermedirios. O pontalete trabalha compresso e apoiado na laje. A distncia a ser adotada entre os pontaletes igual a da tesoura.
10.1.1.5.
O dimensionamento pode ser feito baseado em Tabelas de dimensionamento (Tabelas 10.1, 10.2, 10.3, 10.4). a) Dimensionamento das teras (Tabela 10.1): Tabela 10.1 Tesoura Distncia entre Distncia entre tesouras peas 2,50 m 3,00 m 3,50 m 1,50 m 6 x 12 cm 6 x 16 cm 6 x 16 cm 2,00 m 6 x 16 cm 6 x 16 cm 6 x 18 cm 2,50 m 6 x 16 cm 6 x 18 cm 8 x 24 cm 3,00 m 6 x 18 cm 6 x 24 cm 10 x 24 cm
Prof Alessandra Savazzini
4,00 m 6 x 18 cm 8 x 24 cm 10 x 24 cm 10 x 24 cm 4
Dire
/2
/2
/2
do
den
b) Dimensionamento das peas da tesoura (Tabela 10.2): Tabela 10.2 Peas da tesoura Pea da Tesoura Vo em metros 6m 8m Linha 6 x 12 cm 6 x 16 cm Perna 6 x 16 cm 6 x 16 cm Mo Francesa 6 x 12 cm 6 x 12 cm Pendural 6 x 12 cm 6 x 12 cm Tirante 6 x 12 cm 6 x 12 cm
10 m 6 x 16 cm 6 x 16 cm 6 x 12 cm 6 x 12 cm 6 x 12 cm
c) Dimensionamento das peas do vigamento (Tabela 10.3): Tabela 10.3 Peas do vigamento Pea do Vigamento Dimenso Frechal, Tera ou cumeeira 6 x 16 cm d) Dimensionamento dos elementos do madeiramento (Tabela 10.4): Tabela 10.4 - Madeiramento Pea Dimenses Caibro 7 x 5 cm Ripa 5 x 1,5 cm
10.2. Cobertura
A cobertura das edificaes tem como finalidade principal abrig-las contra as intempries e deve possuir propriedades isolantes, ser impermevel, ser resistente, ser inaltervel quanto forma e peso, ser leve, de secagem rpida, de fcil colocao, de longa durao, de custo econmico, de fcil manuteno e ter bom escoamento das guas de chuvas.
10.2.1.1. Uma gua (Figura 10.7) Caracterizada pela definio de somente uma superfcie plana, com declividade, cobrindo uma pequena rea edificada ou estendendo-se para proteger entradas (alpendre). 10.2.1.2. Duas guas Caracterizada pela definio de duas superfcies planas, com declividades iguais ou distintas, unidas por uma linha central denominada cumeeira ou distanciadas por uma elevao (tipo americano). O fechamento da frente e fundo feita com oites (Figura 10.8).
Edificao
Tipo cangalha
Duas guas
Tipo americano
Alpendre
Meia-gua
cumeeira
10.2.1.3.
Caracterizada como soluo de cobertura de edificaes de reas triangulares, onde se definem trs tacanias unidas por linhas de espiges.
10.2.1.4.
Trs guas
tacania
es o g pi
com beirais
Quarto guas
com platibanda
Trs guas
tacania
cumeeira
rufo e calha
ventilao
10.2.1.5.
Edificaes cujas plantas de cobertura so determinadas por superfcies poligonais quaisquer, onde a determinao do nmero de guas se faz pelo processo do tringulo auxiliar.
a) Chapa de ao zincado (Figura 10.14) existem perfis de sees diversas, tais como: ondulados, trapezoidais e especiais; podem ser obtidas em cores, com pintura eletrosttica; permitem executar coberturas com pequenas inclinaes; podem ser fornecidas com aderncia na face inferior de poliestireno expandido para a reduo trmica de calor.
b) seo ondulada
b) Telhas autoportantes (Figura 10.15) executadas com chapas metlicas ou concreto protendido, em perfis especiais (autoportantes) para vencer grandes vos, variando de 10 a 30 metros, em coberturas planas e arcadas, sem a existncia de estrutura de apoio; utilizadas em construes de galpes industriais, agrcolas, esportivos, hangares etc.
Figura 10.15-Telha de concreto protendido com 20m comprimento c) Telhas de alumnio (Figura 10.16) o material mais leve, e de maior custo; fornecidas em perfil ondulados e trapezoidais; refletem 60% das irradiaes solares, mantendo o conforto trmico sob a cobertura. So resistentes e durveis; cuidado deve ser observado para no apoiar as peas diretamente sobre a estrutura de apoio em metal ferroso, as peas devem ser isoladas no contato; Fig. 10.16-Telha de alumnio d) Telhas plsticas fornecidas em chapas onduladas e trapezoidais, translcidas e opacas, de PVC ou poliester e em cores. A Figura 10.17 apresenta uma telha translcida confeccionada em plstico reforado com fibra de vidro (PRFV) Figura 10.17-Telha plstica e) Telhas de fibro-cimento (Figura 10.18) so fabricadas com cimento portland e fibras de amianto, sob presso; incombustveis, leves, resistentes, de baixo custo e de grande durabilidade; fcil instalao com peas de concordncia e acabamento, e exigindo estrutura de apoio simples; no proporcionam adequado conforto trmico. perfis variados e tambm autoportantes, com at 9,0 m de comprimento.
Canalete 90
Canalete 49
e) Telhas cermicas COLOCAO DAS TELHAS A colocao das telhas deve ser feita por fiadas, iniciando-se pelo beiral e prosseguindo em direo cumeeira levando-se em considerao o sentido do vento. As telhas da fiada seguinte so colocadas de forma a encaixarem-se perfeitamente naquelas da fiada inferior. Para cada tipo de telha cermica faz-se na obra um gabarito (Figura 10.19) para instalao das ripas de apoio. A aplicao das telhas de capa e canal (tipo colonial, paulista) deve ser iniciada pela colocao dos canais, posicionando-se com sua parte mais Figura 10.19 -Gabarito larga voltada para cima. As capas so posicionadas sobre os canais com a parte mais larga voltada para baixo. As capas e os canais devem apoiar-se nas fiadas inferiores, observando-se recobrimento longitudinal mnimo. BEIRAL O primeiro apoio da primeira fiada de telhas deve ser constitudo por duas ripas sobrepostas ou por testeiras (tabeiras), de forma a compensar a espessura da telha e garantir o plano do telhado (Figura 10.20). Em beirais desprotegidos, deve-se fixar as telhas estrutura de madeira: as telhas de encaixe devem ser amarradas s ripas; as telhas de capa e canal devem ter as capas emboadas e os canais fixados s ripas. As telhas no necessitaro ser fixadas estrutura de madeira, caso haja platibanda ou caso seja empregado forro do beiral. No caso de beirais laterais, a proteo pode ser feita mediante o emboamento de peas cermicas apropriadas (cumeeiras ou capas de telhas do tipo capa e canal).
CUMEEIRA A cumeeira deve ser executada com peas cermicas especficas, que devem ser cuidadosamente encaixadas e emboadas com argamassa, obedecendo-se um sentido de colocao contrrio ao dos ventos dominantes, deve-se observar ainda um recobrimento longitudinal mnimo entre as peas subsequentes. ESPIGO O espigo pode ser executado com peas de cumeeiras ou capas das telhas de capa e canal, como as do tipo colonial. No espigo, as peas so colocadas do beiral em direo cumeeira, observando-se o recobrimento longitudinal mnimo. As peas devem ser emboadas com argamassa. RINCO OU GUA FURTADA O rinco geralmente constitudo por uma calha metlica (chapa de ao galvanizado) fixada na estrutura de madeira do telhado. As telhas, ao atingirem o rinco, devem ser cortadas na direo do rinco de tal forma que recubram a calha metlica. A largura livre da calha deve ser de aproximadamente 10cm, sendo que suas bordas devem ser viradas para cima para no permitir o vazamento da gua que ali se acumula. ARREMATES Os encontros do telhado com paredes paralelas ou transversais ao comprimento das telhas devem ser executados empregando-se rufos metlicos ou componentes cermicos, de forma a garantir a estanqueidade do telhado. ARGAMASSA DE EMBOAMENTO A argamassa a ser empregada no emboamento das telhas e das peas complementares (cumeeiras, espigo, arremates), deve ser de trao, em volume, 1:2:9 (cimento:cal:areia). As telhas cermicas so tradicionalmente usadas na construo civil. A Figura 10.21 apresenta alguns tipos: Figura 10.21 Telhas cermicas
f) Telhas de vidro (Figura 10.22) formatos similares s telhas cermicas; utilizadas para propiciar a iluminao zenital.
Figura 10.22-Telha de vidro h) Telhas de concreto (Figura 10.21) telhas produzidas com trao especial de concreto leve, proporcionando um telhado com 10,5 telhas 2 por metro quadrado e peso de 50 kg/m ; perfis variados com textura em cores obtidas pela aplicao de camada de verniz especial de base polmero acrlica; alta resistncia das peas, superior a 300 kg.
Figura 10.21 Telhas de concreto i) Chapas de policarbonato (Figura 10.22) So apresentadas em chapas compactas (tipo vidro) ou alveolares, transparentes ou translcidas, em cores, praticamente inquebrveis (resistncia superior ao do vidro em 250 vezes), baixa densidade, resistentes a raios ultra-violeta, flexveis, material auto extinguvel no gerando gases txicos quando submetido a ao do fogo. A aplicao de chapas de policarbonato, devido variedade de tipos e espessuras, a soluo para inmeras indicaes, tais como: coberturas em geral, luminosos, blindagem, janelas e vitrines etc.
10.2.4. Inclinao
A inclinao mnima recomendada para cada tipo de cobertura dada em graus ou em porcentagem. A Tabela 10.5 apresenta a converso de unidades. A Figura 10.23 apresenta a inclinao das telhas. Tabela 10.5 Converso de inclinao Graus Porcentagem Graus Porcentagem 5 8,7% 30 57,7% 10 17,6% 35 70,0% 15 26,8% 40 83,9% 20 36,4% 45 100,0% 25 46,6%
10 10
89
15
8 8
15
15 150 100
15
Calha de platibanda
110 25
17 60
120 35
17
8 10 Rufo 8 interno 31
a beiral
10
75
36
10
75 150
15
91
85
15
105 200
Rufo interno
15
Calha 170 encontro com parede quadrada para Rufo com 15 15 encontro 10 Rufo externo com parede
80 100 100
pingadeira
10 140 80
220 15 40 80 15
230 10
Rufo externo
15 40 15
10
135
00
55 70100
170 10
80 15 40 15 10 190
10 13 12
90
13 10 10 13 40 15 12 12 15 90 105
10 13 10
12 105
13 12
13 10
30 10 250 250
30
05
12
10
30 250 250
30
10
10
11