Podemosviverjuntos
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TOURAINE, Alain, Poderemos viver juntos? Iguais e diferentes. Petrópolis; Vozes, 1999, p. 203.
sim biocêntrico, pois a relevância moral vai além da comunidade humana e é estendida
a toda a criação. Isto é, desde a ética ambiental a natureza não humana (consciente ou
não) tem valor intrínseco e merece, por esta razão, consideração ética.
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VELAYOS, Carmen. Ética y cambio climático. Bilbao: Desclée de Brouwer, 2008, p. 106-118.
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SOROMENHO-MARQUES, Viriato. A constelação ambiental. Metamorfoses da nossa visão do
mundo. In SOCZA, Luis (Org.). Contextos Humanos e Psicologia Ambiental. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 2005, p.14.
b) O valor derivado do caráter do “outroriedade” da natureza, isto é, possui valor
intrínseco porque é independente e autônoma com respeito aos seres humanos. Neste
sentido, embora se afirme que existe por si e para si (mesmo sendo tão útil para os seres
humanos), não para os fins e necessidades humanas, vale a pena lembrar que o meio
ambiente é um conjunto interrelacionado de diversos ambientes parciais (físico, biótico,
social e cultural) e que qualquer uma resposta à crise ambiental deve ter em conta os
nexos existentes entre o ambiente natural e o humano.
c) A relevância ética dos seres vivos não humanos. O bem inerente dos organismos
estaria na consecução das suas finalidades respectivas, independentes das finalidades
humanas. Desde esta perspectiva, um determinado objeto adquire relevância ética
quando possui um bem ou uns interesses vulneráveis à interferência humana, isto é,
quando com sua ação pode favorecê-lo ou prejudicá-lo. E para ter interesses basta estar
vivo.
A Carta da Terra aparece como uma tentativa real de referência ética comum.
Ratificada pela UNESCO em março de 2000, é fruto de um processo de
amadurecimento que se estendeu durante muitos anos a partir de um amplo debate
mundial que tem sua origem remota na criação da ONU em 1945 e sua origem próxima
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Embora os termos ética e moral sejam sinônimos (heranças do grego e do latim respectivamente) podem
ser atribuídos significados diferentes, mas sempre complementares, às duas palavras, Assim, podemos
chamar de moral os comportamentos, normas e valores que devemos aceitar como válidos ou
coletivamente aceitos como bons e desejáveis. Isto é, as leis que orientam nosso agir. A ética, nesta
perspectiva, será a reflexão sobre o porquê os consideramos válidos. Isto é, os ideais que dão sentido a
vida. A moral responde à pergunta como agir? A ética à pergunta como viver?
na Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento celebrada em
1992 no Rio de Janeiro.
5
BOFF, Leonardo. La opción-tierra. La solución para la tierra no cae del cielo. Santander: Sal Terrae,
2008, p. 196-198.
6
http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.html. Acessado em 28/05/2010.