Investigação Prática Da Cena de Bomba
Investigação Prática Da Cena de Bomba
Investigação Prática Da Cena de Bomba
vii
Nota do Editor
ix
Prefácio
Jeffrey H. Norwitz
Professor, Escola de Guerra Naval – EUA
Agente Especial, Serviço Investigativo Criminal Naval
xii
Agradecimentos
A meus colegas na Eastern Kentucky University, Bill Abney, Ron Hopkins e Bill
Hicks, obrigado por me aceitarem na irmandade de fogo e me ajudarem ao ambiente acadêmico e
às aulas. A perspectiva de vocês acerca do processo investigativo é evidente através deste livro.
Sem o encorajamento de vocês, este livro não teria sido possível.
xiii
Eu serei grato para sempre aos seguintes indivíduos que dedicaram seu valioso
tempo para revisaram o manuscrito e oferecerem conselhos e recomendações para melhorias:
xiv
Houve muitas outras pessoas que tiveram influência direta na conclusão deste
livro. Minha gratidão vai para: Matt Nelson por seus extraordinários diagramas preparados para
o Capítulo 4; Coronel Jack Edwards, ofiical aposentado do Exército dos EUA e técnico em
EOD; John Capers, da Austin Powder Company; Rana Weaver, da New Mexico Tech; Chris
Radcliffe e Teresa Snow da Eastern Kentucky University, por suas muito necessárias fotografias
e ilustrações; Dan Dougherty por sua assistência na preparação da planilha de explosivos; Kirk
Yeager da Unidade de Explosivos do FBI por sua revisão; Lucas Tinsley por sua assistência
fotográfica e por ter ficado no quente verão do Kentucky; e Sabrina Paris da Pearson Education,
Inc., por sua permissão de uso da Figura 1.1 adaptada da Reconstrução Forense do Cenário
de Fogo por David Icove e John DeHaan, publicado em 2004. Caso tenha omitido alguém, favor
desculpe minha omissão, pois não foi intencional.
xv
(Página em branco)
xvi
O Autor
xvii
Introdução
xix
Todos os cenários de crime têm uma história para contar. Entender a linguagem do
cenário de bomba é o propósito deste livro. Adicionalmente, aborda os métodos utilizados para
determinar se outros tipos de materiais de destruição em massa (radiológicos, químicos ou
biológicos) ou arsenal militar foram empregados no cenário.
Embora os procedimentos investigativos do cenário como aqui detalhados possam
ser utilizados para cenários de bomba pequenas e grandes, este trabalho não aborda os
procedimentos administrativos a serem empregados após um pesado ataque com bombas, como o
do Edifício Federal Alfred Murrah na Cidade de Oklahoma no dia 19 de abril de 1995. Também,
este livro não contém informação sobre os métodos para montage de um dispositivo improvisado.
Está incluída uma descrição detalhada dos componentes, mas não em como construir um
dispositivo ou a improvisação de explosivos utilizados. Muito desta informação já está disponível
no Mercado mundial através da Internet e várias publicações. Eu não pretendo adicionar nada a
este material de dados de fabricação.
Bombas são uma ferramenta singular de um tipo específico de criminoso, e a
investigação destes crimes requer conhecimento excepcional. O leitor é encorajado a iniciar um
estudo próprio nestas páginas e manter as habilidades necessárias para elucidar estes crimes
horríveis.
xx
Sumário
1.1 Introdução 1
1.2 O Método Científico 2
1.3 Explosivos 5
1.4 Tipos de Explosivos 6
1.5 Classificação e Sensibilidade dos Explosivos 14
1.6 Desempenho do Explosivo 17
1.7 Trens de Fogo 18
1.8 Características Adicionais dos Explosivos 20
1.9 Controle de Explosivos e Detecção de Explosivos 25
1.10 Explosões 28
1.10.1 Tipos de Explosões 28
1.10.2 Efeitos da Explosão 29
1.11 Investigação do Cenário de Explosão 39
Sumário 39
Questões de Revisão 40
Referências e Leitura Adicional 40
2 Identificação e Reconhecimento de
Explosivos Comerciais e Militares 43
2.1 Introdução 43
2.2 Uma Breve História sobre Explosivos 44
2.3 Baixo Explosivos 48
2.3.1 Pólvora Negra 49
2.3.2 Pirodex 51
2.3.3 Pólvora de Flash Fotográfico 52
2.3.4 Pólvora Sem Fumaça 53
2.4 Alto Explosivos Comerciais 60
2.4.1 Explosivos Primários 62
2.4.1.1 Azida de Chumbo 62
2.4.1.2 Estifanato de Chumbo 62
2.4.1.3 Fulminato de Mercúrio 62
xxi
2.4.1.4 Diazodinitrofenol (DDNP) 63
2.4.1.5 Tetrazeno 63
2.4.2 Explosivos Secundários 63
2.4.2.1 Nitrato de Amônio 63
2.4.2.2 Nitroglicerina (NG) 67
2.4.2.3 Trinitrotolueno (TNT) 68
2.4.2.4 Tetranitrato de Pentaeritritol (PETN) 69
2.4.2.5 Ciclo-Trimetileno-Trinitramina RDX 69
2.4.2.6 Dinamite 69
2.4.2.7 Nitrato de Amônio e Óleo Combustível (ANFO) 76
2.5 Produtos à Base de Água 79
2.5.1 Explosivos Géis Aquosos ou Pasta Fluida 79
2.5.2 Emulsões Explosivas 81
2.6 Boosters (ou Reforçadores) 84
2.7 Explosivos Binários 87
2.8 Folhas Explosivas 88
2.9 Explosivos Estrangeiros 88
2.10 Explosivos Militares Americanos 92
2.10.1 Cargas TNT 92
2.10.2 Composto 4 (C-4) 92
2.10.3 Folhas Explosivas 94
2.10.4 Dinamite Militar 94
2.11 Explosivos Improvisados 95
2.12 Sistemas e Componentes de Iniciação 97
2.12.1 Iniciadores 99
2.12.1.1 Estopim de Segurança 99
2.12.1.2 Acendedor de Estopim 100
2.12.1.3 Cordel Detonante 102
2.12.1.4 Tubo de Choque 102
2.12.1.5 Detonador 105
2.12.1.6 Espoletas 107
2.12.1.7 Detonadores Tubo de Choque 108
2.12.1.8 Espoletas elétricas 111
2.12.1.9 Detonadores Eletrônicos 113
2.12.1.10 Detonadores Explosivos Bridgewire (EBW) 114
2.12.1.11 Rojões 116
2.12.1.12 Fósforos Elétricos 116
2.13 Sumário do Capítulo 117
Questões de Revisão do Capítulo 119
Referências e Leitura Adicional 119
xxii
3 Componentes de Artefaots Explosivos Improvisados —
Identificação Pré e Pós-Explosão 121
xxiii
4.2.2.3 Estabelecimento dos Procedimentos de
Documentação para Controle do Pessoal
Entrando e Saindo do Cenário 188
4.2.2.4 Estabelecimento de Rotas de Entrada e
Saída para Membros da Equipe de
Investigação do Cenário do Crime 188
4.2.2.5 Estabelecimento de Áreas de Movimento para
Membros da Equipe 189
4.2.2.6 Segurança (até onde for Possível) para
Entrada da Equipe de Investigação 189
4.2.2.7 Nível de Assistência Investigativa e
Recursos Necessários 190
4.2.2.8 Se for Necessário um Mandado
ou Permissão para Busca 190
4.2.2.9 Quais os Procedimentos de Documentação
Que Serão utilizados para Coleta, Controle
e Cadeia de Custódia 191
4.2.2.10 Quais os Procedimentos que Serão
Utilizados para Impedir a Contaminação
do Cenário 191
4.2.2.11 Identificar Itens de Possível Evidência 191
4.2.2.12 Tentativa de Localizar o Epicentro da
Explosão 193
4.2.2.13 Recursos de Pessoal, Suprimentos e
Equipamentos 203
4.2.3 Entrando no Cenário (Investigação do Cenário) 206
4.2.3.1 Entrando no Cenário 209
4.2.4 Documentação do Cenário da Explosão 210
4.2.5 Onde Encontrar Evidência no Cenário de Bomba 237
4.2.6 Como Encontrar Evidência no Cenário de Bomba 240
4.2.7 Como Coletar Evidência no Cenário de Bomba 251
4.2.7.1 Situações Especiais para Coleta de Evidência 259
4.2.8 Inspeção Final 260
4.2.9 Liberação do Cenário 262
4.2.9.1 Submissão da Evidência ao Laboratório 263
4.2.10 A Investigação de Campo (ou Externa) 265
4.2.10.1 Onde Iniciar a Investigação de Campo 267
4.3 Resumo do Capítulo 272
Questões de Revisão do Capítulo 273
Referências e Leitura Adicional 274
xxiv
5 O Investigador do Cenário de Bomba e Armas
De Destruição em Massa 275
xxv
7 Capacidades dos Laboratórios Forenses —
Lendo a Assinatura da Pessoa que Preparou a Bomba 373
Anexos
Anexo A 397
Anexo B 407
Anexo C 417
Anexo D 419
Anexo E 421
Anexo F 425
Anexo G 427
Anexo H 431
Anexo I 433
Anexo J 435
Anexo K 437
Anexo L 439
Anexo M 441
Anexo N 447
Índice 449
xxvi
1. Teoria e Dinâmica
Da Explosão
1.1 Introdução
1
planejar a carga pormenorizadamente, mas às vezes os resultados não são os que
eram esperados. Às vezes os explosivos fazem coisas que nós não esperamos.
2
O método científico tem sete passos identificáveis: (1) identificar que o problema existe, (2)
definer o problema, (3) coletar dados empíricos, (4) analisar os dados através do raciocínio
indutivo, (5) desenvolver uma hipótese, (6) testar tal hipótese através do raciocínio dedutivo, e
(7) examinar as conclusões e estabelecer o curso de ação ou a causa do incidente. Como
forma de ilustração, temos a seguir um exemplo de uma aplicação prática do método científico
em um caso envolvendo uma explosão (Figura 1.1).
Antes que qualquer investigação possa ter início, é preciso haver um incidente ou
a notícia de uma explosão. O primeiro a responder ou o investigador não sabe se a notícia é
correta ou não, então ele ou ela irá para o cenário noticiado para determinar se há um
problema. Em algumas instâncias isto pode não ser tão fácil como se pensa. Entretanto, neste
exemplo é evidente que houve uma explosão, e os passos são:
1. O problema precisa ser definido, i.e., que tipo de explosão foi: a explosão de
um explosivo ou uma explosão ar-combustível, tal como uma explosão de gás
natural?
2. Dados empíricos (baseados na observação e experiência do investigador)
precisam ser coletados do cenário ao se examinar ou olhar para o cenário e fazer
entrevistas. Estes dados devem incluir as aparentes características físicas do
cenário resultantes da explosão.
3. A informação coletada é então analisada por raciocínio indutivo ou à luz do
conhecimento, treinamento e experiência do investigador.
4. Depois de a informação ser analisada, agora é possível se fazer uma teoria
ou hipótese para explicar o que aconteceu. Esta hipótese não pode ser baseada
em especulações, intuições ou fatos percebidos, mas somente em dados
empíricos que o investigador tenha coletado e analisado.
5. Neste caso, as características observadas no cenário são indicativas, mas
ainda não conclusivas a este ponto, de uma explosão de uma mistura de ar e gás
natural, i.e., uma explosão ar-combustível. O investigador agora testa a hipótese
de que foi uma explosão ar-combustível ao considerar todas as outras causas
lógicas da explosão. Este raciocínio dedutivo pose ser pelo uso da prática
cognitiva ou pela experimentação, tal como o teste efetivo. Essencialmente, o
investigador olha, por outro lado, para toda a informação coletada e a compara
com a hipótese. Os fatos corroboram para o critério de uma explosão ar-
combustível mais propriamente do que aqueles de uma detonação explosiva?
6. Se a resposta para o último item for sim, então se chega à conclusão de que
a explosão foi, de fato, causada por uma explosão ar-combustível. Se a hipótese
não puder ser suportada por teste ou raciocínio dedutivo, então uma nova
hipótese deve ser formulada. Esta nova hipótese poderia ser baseada na
reanálise dos dados existentes ou na coleta de novos dados ou dados adicionais
e a análise destes dados. O processo é repetido até que se chegue a uma
conlusão que possa resistir ao teste e examinação.
3
O método científico
4
1.3 Explosivos
Tipos de Explosivos
• Baixo explosivos
• Alto explosivos
7
um tubo, um efeito que é independente dos efeitos dos estilhaços mortais da
fragmentação de uma bomba tubo. Adicionalmente, a reação ou queima de alto
explosivos é supersônica dentro do explosivo. Isto é, a velocidade de reação dentro do
cartucho de explosivos é maior do que a velocidade do som ao nível do mar (330,7m/s).
Dinamite, ANFO, gel aquoso, emulsão, RDX, PETN e HMX são exemplos de alto
explosivos. Como os baixo explosivos, muitas formulações improvisadas de alto
explosivos têm sido utilizadas na facricação de AEI‘s, tais como os explosivos utilizados
no caminhão-bomba do Edifício Federal Murrah na Cidade de Oklahoma.
Figura 1.3 O impacto frontal, a zona de reação primária, o plano C-J e os produtos reagidos
são representados em um desenho da detonação de um cartucho de explosivos. (Da
International Society of Explosives Engineers, Blasters' Handbook, 17th ed., Cleveland, OH,
1998. Com permissão.)
9
A figura 1.3 é uma representação do artista dos eventos que ocorrem na fotografia. A
zona de reação primária é definida pela frente de impacto ou onda de detonação. Não é
apenas a frente da zona de reação, mas se estende até a parte de trás da zona de
reação. O fim da zona de reação, ou onde a queima do material energético pára e os
produtos estáveis da reação começam, é o plano Chapman Jourget (Plano C-J).
Dependendo do tipo de alto explosivo, a largura da zona de reação primária varia de
aproximadamente um milímetro até quase um centímetro. Adicionalmente, a força ou
pressão gerada pela frente de impacto dentro da zona de reação primária aumenta a
velocidade de reação ou queima ao aumentar a pressão dentro do material reativo para
produzir a onda de detonação, que por sua vez, aumenta a velocidade de reação. Este
não é o caso na reação química com baixo explosivos. Nos baixo explosivos ou
materiais deflagrantes não há impacto, então não pode ocorrer reforço na zona de
queima. Consequentemente, não pode ocorrer uma onda de detonação.
Velocidade de Detonação (VOD) é um termo que define a taxa ou
velocidade pela qual a onda de detonação ou combustão viaja através do alto
explosivo. Essencialmente, quão rápido está queimando? VOD é medida em pés ou
metros por segundo. Teoricamente, alto explosivos, cuja reação suporta uma onda de
detonação, têm uma faixa de VOD de aproximadamente 1005,8 m/s até acima de
8.534,4 m/s, que é uma faixa considerável. A maioria dos alto explosivos comerciais
tem uma faixa de aproximadamente 2011,6 m/s pra algumas dinamites até acima de
7620 m/s para RDX e PETN. Explosivos de aplicação militar, particularmente os
utilizados na fabricação de armas nucleares, podem ter velocidades mais altas.
Brisância de um explosivo, pertencente a baixo ou alto explosivos, é o
efeito de estilhaçamento que tal explosivo, quando adequadamente iniciado, em seu
recipiente e/ou o alvo e imediata vizinhança da explosão. A quantidade de estilhaços
(brisância) é determinada pela velocidade de reação do explosivo, densidade da carga
(quão compacto está o explosivo), o calor da explosão e o gás produzido. Desta forma,
quanto mais alta for a VOE/VOD, maior a brisância e o efeito de estilhaçamento, e
maior será o dano que irá resultar. Explosivos de alta-brisância, por exemplo, C-4
militar, são usados para quebrar aço, e explosibos de baixa-brisância, por exemplo,
pólvora negra, são utilizados para explosão de mármore, onde são necessaries grandes
pedaços de pedra. A figura 1.4 mostra uma bomba tubo que explodiu e que tinha
pólvora negra como sua carga principal. Em razão da baixa-brisância do explosivo, o
tubo não foi extensivamente fragmentado na explosão. Entretanto, a figura 1.5
representa outra bomba tubo que tinha pólvora sem fumaça como sua carga principal e
foi iniciada com um fósforo elétrico. Veja qie o tubo está fragmentado em mais pedaços,
mostrando que esta tem mais poder ou brisância do que a pólvora negra. A figura 1.6
mostra outra bomba tubo que é similar à prévia, mas que foi iniciada com um
detonador. A explosão resultante produziu um resultado característico, tendo um maior
grau de brisância do que a bomba tubo iniciada com um fósforo elétrico.
10
Figura 1.4 Os restos fragmentados da bomba tubo que tinha pólvora negra como carga
principal e foi iniciada com fósforo elétrico. Note como o tubo se abriu em um grande pedaço e
as tampas das extremidades estão relativamente intactas. Uma rodela com a marca do buraco
está mais fragmentada do que a outra rodela.
Figura 1.5 Os restos fragmentados de uma bomba tubo que tinha pólvora sem fumaça como
carga principal e fósforo elétrico como iniciador. Note as formas regulares e irregulares do bocal
roscado e os gragmentos da tampa, todas menores do que a bomba tubo que tinha pólvora
negra como carga principal.
11
Figura 1.6 Os restos fragmentados de uma bomba tubo que tinha pólvora sem fumaça como
carga principal, iniciada por detonador. Note a diferença em tamanho dos fragmentos do tubo,
comparando com a figura 1.5, embora ambas tivessem o mesmo tipo e quantidade de carga
explosiva. A única diferença é o método de iniciação, um detonador versus um fósforo elétrico.
Por fim, a figura 1.7 demonstra a brisância de um tubo parcialmente cheio de dinamite.
O aumento em brisância, em cada uma destas bombas tubo está diretamente
relacionado ao aumeto da velocidade de reação dos explosivos e, consequentemente,
ao aumento da VOE (em baixo explosivos) e da VOD (em alto explosivos). Ao fazer
investigações em cenários de bomba, o entendimento de brisância, da forma com que
se relaciona com o tipo de explosivo utilizado no ataque ajudará ao investigador não
apenas a entender a quantidade de destruição, mas também a formular uma hipótese
sobre o tipo de explosivo utilizado.
Por exemplo, num cenário de bomba, o investigador encontra pedaços de
tubo fragmentados que são um tanto grandes; isto poderia dar uma indicação, embora
não prova positiva, de que um baixo explosivo foi utilizado mais propriamente do que
um alto explosivo. Esperançosamente, o laboratório forense poderá prover ao
investigador informações do tipo de explosivos utilizados. Até que o investigador tenha
12
Figura 1.7 Restos fragmentados de uma bomba tubo que tinha uma pequena quantidade de
dinamite, iniciada por um detonador. Note os diferentes tamanhos fragmentados entre esta
bomba tubo e os dispositivos prévios.
13
iniciar bombas caseiras. Eles nãos erão descritos neste texto.
Com relação aos iniciadores e para entender como baixo explosivos são
iniciados com outros alto explosivos, o investigador deve dominar o conceito de
transição da deflagração-para-detonação (DDT). DDT é exclusivo para explosivos
primários, um tipo de alto explosivo utilizado em detonadores e outros sistemas de
iniciação, por exemplo, azida de chumbo e fulminato de mercúrio. Em detonadores,
DDT é o processo pelo qual os explosivos primários são iniciados por calor ou chama,
mas que transiciona para uma detonação. Uma vez que tenha iniciado a reação auto-
sustentável, ela se propaga pelo material a uma taxa determinada pela porosidade,
tamanho da partícula, densidade e pressão.
Especificamente, se o material inflamado for um explosivo detonável
confinado e seu diâmetro for maior que sua falha (seu diâmetro crítico) então, como
produto da reação são produzidos gases, a pressão e temperatura aumentam
rapidamente e a taxa de reação aumenta. Portanto, se a coluna do explosivo primário
for de uma quantidade suficiente, então eventualmente a taxa de reação sempre
crescente aproximará velocidades de impacto e a reação passará por uma transição
abrupta da deflagração para detonação. Azida de chumbo, por exemplo, possui a
característica de ser muito sensível à iniciação por calor, impacto ou atrito; é fácil de ser
iniciada com uma chama fraca e começará a queimar. O material em combustão
começa instantaneamente a deflagrar (explode) e, tão rapidamente, transiciona para
uma detonação. Na verdade a distância pela qual a azida de chumbo vai desde a
iniciação por chama até a detonação é tão curta que não foi medida, mesmo sob as
mais rigorosas condições laboratoriais.
A importância da DDT não pode ser superenfatizada, pois sem a DDT, os
explosivos como conhecemos hoje não existiriam. Baixo explosivos tal como a pólvora
negra são muito fáceis, às vezes fáceis demais de iniciar. Por outro lado, a maioria dos
alto explosivos é difícil de iniciar e necessitam de um detonador, pelo menos, de forma
a funcionarem. Sem a apropriada DDT dos explosivos primários, não haveria
detonadores e, portanto, nenhum método confiável para iniciar o menos sensível dos
alto explosivos.
Primários Secundários
Figura 1.8 Quadro representando o relacionamento de vários tipos de explosivos entre si.
15
explosivos secundários e são usados em detonadores e outros sistemas de iniciação,
tais como iniciadores de munição, bombas militares e estopins de artilharia. Em razão
de sua sensibilidade, os explosivos primários são usados em quantidades mínimas.
Estes tipos de explosivos são normalmente necessários para iniciar explosivos
secundários.
Figura 1.9 Um exemplo de um trem de fogo de dois passos, formado por um acendedor de
estopim de segurança militar do EUA, como primeiro passo e o estopim de segurança como
segundo passo.
Figura 1.10 Um trem de fogo de dois passos utilizando uma espoleta elétrica e uma carga
principal sensível ao detonador, ta como dinamite.
19
Figura 1.11 Um trem de fogo de três passos utilizando uma espoleta elétrica e um booster alto
explosivo para iniciar um agente explosivo, tal como ANFO.
Efeitos Especiais
• Carga moldada
• Efeito Claymore
• Carga Prato
21
Figura 1.13 Um buraco perfurado através de uma chapa de aço de 1 polegada pela energia
explosiva de uma carga na forma de cone. Note as pequenas depressões perto da entrada do
buraco na chapa de aço. Este é um exemplo do efeito "esburacar e cratera" resultante da
iniciação de alto explosivos perto do metal.
Figura 1.14 Exemplos de cargas militares na forma linear. Os alto explosivos são colocados
nas cavidades abertas e iniciados com um detonador para criar o efeito da carga na forma
linear.
22
Figura 1.15 Um buraco linear ou canal penetrado através de uma chapa de aço de 1 polegada
gerado pela energia explosiva de uma carga na forma linear.
combinadas para produzir um efeito maior do que uma só carga pudesse gerar, exceto
que a carga linear é na forma de duas superfícies planas cortadas cobertas com alto
explosivos. Quando iniciado, antes de produzir um buraco redondo, a carga linear
produz um longo sulco (ou corte). O revestimento da carga linear é usualmente cobre
ou alumínio. Entretanto, antes de os perigos do chumbo aerossolizado ter sido
identificado, algumas cargas lineares flexíveis foram construídas com revestimentos de
chumbo.
Figura 1.17 Pregos e outros fragmentos de metal contidos dentro de um saco plástico , com
alto explosivos colocados em um dos lados do saco. Quando iniciados, os explosivos
lançarão os fragmentos de metal em direção do alvo criando um efeito Claymore.
24
Figura 1.18 Os efeitos de uma carga explosiva do tipo Claymore consistindo de pregos
direcionados contra um veículo a uma distância de aproximadamente 4,5 metros.
25
Figura 1.19 Cartuchos de gel aquoso explosivo Tovex com o código data-local-grupo (C30 OC
92 Nl) impresso em cada cartucho para propósitos de rastreamento.
cartucho de explosivo desde a hora de sua fabricação até que seja usado, i.e.,
destruído. O processo começa com a impressão do código no invólucro do explosivo e
na caixa contend os cartuchos de explosivos. Como exemplo, a Figura 1.19 representa
um cartucho de Tovex com o código C30 OC 92 N1. Isto indica que o cartucho foi
fabricado no dia 30 de outubro de 1992, com "C" e "Nl" se referindo ao local onde ele foi
fabricado e o grupo de fabricação. O código data-local-grupo pode estar contido em
milhares de libras de explosivos. Informação quanto à quantidade de explosivos
fabricada (números de cartuchos e libras) com aquele código, e para quem ele é
vendido (normalmente um varejista) é registrado e mantido pelo fabricante. Da mesma
forma, quando o varejista vende quaisquer dos explosivos, desde um único cartucho
até grandes quantidades de caixas, a quantidade dos explosivos vendidos e a
identidade do comprador são registradas. O usuário precisa manter registros similares
para certificar que, de fato, os explosivos foram recebidos e a data em que cada
cartucho (por código date-local-grupo) foi usado. Se um cartucho contendo tal código
for recuperado de um local onde houve uma explosão, ou encontrado abandonado, as
agências policiais começam a rastrear aquele, começando com o fabricante, depois o
varejista, com cada usuário daquele específico produto, em tentativas de contabilizar
cada cartucho de explosivo que tenha aquele código. Este tipo de investigação
demanda muito tempo, mas é recompensadora quando a falta de um estoque de
explosivos não pode ser explicada pelo suposto usuário.
O controle para os explosivos militarmente fabricados possui um sistema
similar de rastreamento relativo aos números dos lotes ou código de produção. As
razões para manter o sistema de numeração dos lotes são diferentes para os militares.
Os militares fabricam explosivos que são destinados a terem uma longa vida na
prateleira. Basicamente, se não forem utilizados, os explosivos em bombas, projeteis de
artilharia, blocos de demolição e equivalentes passarão longo tempo armazenados em
depósitos de munição. Existe um programa de inspeção de explosivos ou sistema de
vigilância para garantir que eles ainda são potentes. Quando são identificados
problemas com um lote particular de munição ou explosivos, todo o lote é submetido a
26
testes adicionais ou destruído. Como benefício adicional na utilização de sistemas de
lote, os explosivos podem ser rastreados de maneira similar, mas não idêntica, à
utilizada no código data-local-grupo.
Entretanto, o sistema civil não está livre de problemas. Se o código
impresso for propositadamente removido do invólucro, não é possível haver
rastreamento. Também, o invólucro é consumido em caso de explosão e, portanto,
pode não sobrar código para ser lido. Esta é a razão pela qual um exaustivo estudo de
campo foi realizado no final de 1970 como parte dos esforços para desenvolver um
método melhor de rastreamento.
Foram testados marcadores (taggants) - ou discos fenólicos microscópicos
com um código de cor individual - para cada lote de explosivos comerciais fabricado,
porém descartados devido a vários fatores. Atualmente, a razão específica ou razões
variam dependendo de qual organização as está provendo. Estas organizações incluem
os fabricantes, o FBI, a ATF e os próprios usuários. O plano central era recuperar estes
discos codificados depois de uma explosão. Inferia-se que em razão de sua quantidade
e tamanho seria quase impossível para uma pessoa inescrupulosa conseguir remover
todos os discos dos explosivos, portanto, proporcionando uma pista investigativa
recuperável para os investigadores do cenário do crime com bomba seguirem, similar
ao código data-local-grupo. Taggants não estão em uso hoje. Entretanto, depois do
ataque ao Edifício Federal Murrah, foi conduzido um estudo intensivo numa tentativa de
reinstalar o programa. Neste livro, não há indicação que taggants, ou algum derivado
disso, serão instituído.
Como resultado do ataque ao voo 103 da Pan American durante sobrevoo
na Escócia no dia 21 de dezembro de 1988, surgiram preocupações quanto à
capacidade, ou falta desta, para detectar explosivos tipo plástico de alta energia com os
atuais métodos e equipamentos de detecção. Como foi acreditado, embora não
forensicamente provado, que uma bomba contendo explosivos Semtex foi responsável
pela destruição da aeronave e pela morte de 259 passengeiros e a tripulação e mais 11
pessoas adicionais na cidade de Lockerbie; as autoridades querem um método melhor
para detectar este tipo de explosivo. Isto foi especialmente verdade com respeito à
detecção de explosivos destinados a serem carregados para a aeronave. O problema
percebido quanto aos explosivos plásticos foi a falta de vapor emitido pelos explosivos,
o qual uma máquina podia usar para detectar ou "cheirar" explosivos escondidos em
bagagem. Para remediar este problema, uma comissão international recomendou que
todos os países que fabricam este tipo de explosivo de alta energia e baixa pressão de
vapor, precisavam colocar um material dentro do explosivo para auxiliar sua detecção.
Este material, referido com precursor de detecção, é o 1-1,3-dimetil dinitrobutano
(DMNB). Ele foi, ou deveria ter sido, acrescentado a todos os C-4 recém fabricados,
explosivos folha e similares, não somente nos EUA, mas no mundo todo. Junto com os
precursores de detecção parecia haver algo audível para auxiliar na detecção de
explosivos.
27
Entretanto, só seria efetivo se todos os países "jogassem limpo" e não
fabricassem estes tipos de explosivos sem o precursor.
1.10 Explosões
Um dos tipos mais comuns de AEI - bomba caseria - nos EUA é a bomba
tubo carregada com baixo explosivo. Sem o confinamento propiciado pelo tubo não
haveria explosão ou rápido aumento em pressão de gás, que está associado com uma
explosão. Como temos visto, quando um baixo explosivo é iniciado sem confinamento,
há um aumento na pressão em volta dos materiais em combustão, mas não na ordem
observada quando os materiais estão confinados e explodiram. Com confinamento, o
aumento da pressão normalmente rompe o recipiente, o que resulta em ferimentos e
morte das pessoas próximas à explosão.
Mecânica
Química
Nuclear
Elétrica
28
Uma explosão química é caracterizada pelo aumento gradual da pressão
até que supera o limite do recipiente, causando uma ruptura mecânica. Dito de outra
forma, é a quebra do recipiente como resultado das pressões internas além da
capacidade estrutural do recipiente. Este tipo de explosão pode ser ilustrado e
explicado pelo aumento gradual da pressão em uma caldeira de vapor ou panela de
pressão. Se a panela de pressão estiver cheia, ou parcialmente cheia, de água e for
aplicado calor com o suspiro fechado, após algum tempo é exercida uma pressão
suficiente nas paredes do recipiente que causa uma rupture mecânica ou explosão. No
caso de uma explosão mecânica, a natureza do combustível (neste exemplo, a água)
não muda. Depois da explosão, o vapor retorna ao estado líquido para ser reutilizado
novamente repetidas vezes. Outro exemplo de uma explosão mecânica é o BLEVE
(boiling-liquid expanding vapor explosion), ou Explosão do Vapor que se Expande de
um Líquido Fervente, que pode ser visto quando um cilindro de gás, um caminhão-
tanque ou vagão que estão transportando líquidos se envolvem em incêndios.
Uma explosão química é causada pela rápida conversão de um sólido,
líquido ou gás em gases, com um volume muito maior do que as substâncias das quais
eles foram gerados. Neste tipo de explosão, a natureza do combustível muda porque
ele é queimado e consumido durante o processo de transformação (explosão).
Exemplos de explosões químicas são aquelas associadas com a iniciação de baixo
explosivos (pólvora negra, pólvora sem fumaça e Pyrodex®), alto explosivos (dinamite,
nitroglicerina, PETN e agentes explosivos), e explosões ar-combustível (Figura 1.20,
Figura 1.21, e Figura 1.22).
Uma explosão nuclear é induzida por fissão (a divisão de um átomo) ou
por fusão (colisão de átomos). Neste processo, há uma tremenda liberação de energia,
calor e gases, muito mais do que com a explosão química. Também, a natureza do
combustível muda nesta explosão.
Uma explosão elétrica é o resultado de um arco elétrico de alta-energia,
que gera calor suficiente para causar a falha do componente, tal como o cabo elétrico.
A figura 1.23 mostra um ―T‖ para juntar cabos elétricos que explodiu. Esta falha pode ter
sido por defeito no cabo ou a alta energia empregada na corrente sendo conduzida pelo
cabo. Outro tipo de explosão elétrica resulta não da falha de um componente, mas
pelas diferenças no potencial elétrico; o relâmpago é um exemplo. Uma quantidade
excepcional de calor, luz e barulho são criados quando a energia elétrica é transmitida
pelo ar.
30
Figura 1.22 Microsecondos depois, no desenvolvimento da bola de fogo. Note os estilhaços
resultantes da fragmentação do veículo se estendendo para fora da bola de fogo e o impacto na
barricada. (Cortesia de Rana Weaver, New Mexico Tech, Energetic Materials and Testing
Center, Socorro, NM.)
Efeitos da Explosão
Pressão - positiva e negativa
Térmico
Fragmentação
Espontâneos
31
Figura 1.23 Um exemplo de uma explosão elétrica na junção de três cabos elétricos.
32
a área em volta, criando uma cratera no solo; o efeito térmico (calor), a pressão positiva
surgindo do epicentro e o efeito fragmentação que de fato está na frente da pressão
são mostrados. As forças causadas por esta explosão impactam a área não somente
na direção representada no desenho, mas também em volta do epicentro. Este
movimento externo de ar a partir da sede da explosão é o efeito da pressão positiva.
Adicionalmente, este movimento externo de pressão forma a frente de choque, que é
somente uma fração de um centímetro de espessura e que comprime o ar em volta. Um
exemplo vívido deste efeito pode ser observado ao se jogar uma pedra na água.
Quando a rocha atinge a água, coloca uma ondulação em movimento na água até que
a energia gerada pela rocha seja dissipada. Um exemplo visual deste efeito é produzido
ao se colocar uma carga explosiva no centro de dois pneus de carro, no chão, um por
cima do outro, e se inicia a carga. A explosão resultante lança no ar o pneu que estava
por cima.
A pressão positiva é extremamente curta em duração, na faixa de
microsegundos ou milionésimos de um segundo. Entretanto, as presses de pico,
medidas em libras por polegada ou psi, são excepcionalmente altas. Explosivos sólidos
podem gerar presses de vários milhões de psi, dependendo do explosivo
particularmente utilizado e das capacidades do meio que o continha. Assim, a onda da
pressão positiva cria ventos de alta velocidade. Também, quanto mais alta for a VOE ou
VOD, maior será a psi. Como forma de entendimento de o que estas pressões
significam em termos reais, considere um furacão de categoria 5 com ventos de 258
km/h. Estes ventos, os quais têm a capacidade de produzir danos catastróficos, só
estão gerando 5 psi. Uma pressão de 100 psi pode induzir ventos de 2400 km/h.
Entretanto, como estas pressões são muito curtas em duração e dependem da
quantidade de explosivos sendo utilizada, as leituras de alta-pressão se dissipam rápida
e significativamente a certa distância da sede da explosão. Esta rápida queda de
pressão tem sido observada nos efeitos efeitos de ataques com bombas. Em 1982, um
artefato improvisado colocado no banco de um passageiro de um voo da Pan American
Airlines de Tóquio para Honolulu detonou e matou o jovem japonês sentado naquele
assento. Entretanto, a pessoa sentada imediatamente atrás teve ferimentos
relativamente menores, incluindo os de seus pés que estavam apenas a algumas
polegadas da bomba.
Dentro de uma estrutura confinada tais como um quarto, estas presões
continuam a preencher este quarto, produzindo danos até que elas são expandidas ou
escapam para a atmosfera. Observar-se-ía mais danos às paredes, teto e o conteúdo
dentro do quarto se a(s) porta(s) e janela(s) estivessem fechadas ao invés de abertas.
Portanto, se possível, quando um dispositivo explosivo for descoberto em um quarto ou
edifício, as janelas e portas devem ser deixadas abertas para minimizar os efeitos da
explosão.
Depois da energia gerada na fase da pressão positiva de uma explosão
ser expandida, começa a fase da pressão negativa, de maior duração e menor
33
Figura 1.25 Após a iniciação de um explosivo existe uma relação direta entre o tempo
(microsegundos) do desenvolviemnto do pico da explosão e o tempo que leva para a pressão
retornar ao ambiente ou ao normal e a pressão negativa resultante. Note que a pressão positiva
é atingida muito rapidamente, seguida pela lenta redução da pressão positiva para a pressão
negativa que demora consideravelmente mais do que qualquer outra fase da explosão.
(Adaptada da Figura 6, Introdução aos Explosivos, Centro de Dados de Bombas do FBI.)
velocidade. Como temos visto na fase positiva, a frente de impacto comprime o ar para
formar um vácuo parcial. Depois que a energia se vai, o ar, similar a uma mola
comprimida, recua ou reverte seu movimento e avança para dentro para preencher o
vazio de forma a retornar a área para um estado de equilíbrio de pressão ambiente.
Considere frentes de alta e baixa pressão em padrões climáticos: normalmente, depois
dested desequilíbrios, são os ventos, algumas vezes severos, que tentam equalizar a
pressão atmosférica. Embora a velocidade do ar seja consideravelmente menor que a
da fase da pressão positiva, a pressão negativa pode produzir danos. Isto é
especialmente verdade quando a fase da perssão positiva tiver enfraquecido as
paredes, portas, janelas e etc., e então a pressão negativa completa os estragos. O
gráfico mostrado na Figura 1.25 illustra o relacionamento do tempo e pressão entre as
fases positiva e negativa. Os efeitos da pressão negativa podem ser observados nas
folhas das árvores imediatamente espalhadas em volta e entre a árvore e a crater da
explosão. Também, os vidros das janelas são geralmente encontrados em ambos os
lados da parede ao invés de apenas do lado em direção oposta à explosão. Na fase
positiva, quanto maior for a explosão, será mais facilmente possível de se observar a
fase da pressão negativa, uma vez que ela é mais sutil.
34
Normalmente isto é bem evidente e, na verdade, uma coisa simples de se determinar.
Entretanto, há momentos em que isso se torna problemático. Um destes se apresenta
na determinação de se a bomba estava dentro ou fora de um veículo quando ela
explodiu. Através de uma cuidadosa análise dos efeitos da explosão no metal do
veículo, o investigador pode efetivamente formular a conclusão quanto à localização da
bomba. Por exemplo, admitindo que o artefato estava em contato com o assoalho do
veículo na hora da explosão, um buraco ou cratera estará evidente no assoalho.
Entretanto, pode não ser conhecido se o aparato estava dentro ou fora do veículo. O
investigador só precisa olhar na direção na qual o metal fragmentado do assoalho está
curvado: Se os restos de metal do assoalho estiverem curvados para dentro, em
direção ao interior do veículo, então a bomba estava do lado de fora, e se o metal
estiver curvado em direção ao lado de fora, a bomba estava do lado de dentro (Figura
1.26 e Figura 1.27). Adicionalmente, uma vez que pode haver fragmentação do banco,
o investigador deve ter cuidado ao tirar a conclusão quanto à fonte da fragmentação
que deixou buracos no veículo. Em alguns casos o investigador pode erroneamente se
ater à crença inicial de que os buracos foram causados por uma bomba tubo do que por
materiais inerentes ao veículo, tais como a estrutura do banco.
36
Figura 1.27 um buraco através do assoalho de um veículo causado pela detonação de um
explosivo fora do veículo. Note como o metal do assoalho foi empurrado para dentro do veículo,
indicando que o explosivo estava fora, e não dentro, do veículo.
Efeitos Espontâneos
Reflexão
Impacto na terra e na água
37
Reflexão é a onda da pressão da explosão derivada ou ricocheteada que
se colidiu com uma superfície rígida ou refletiva. Alguns exemplos destas superficies
são nuvens, edificações, montanhas ou morros, paredes e fortificações feitas de barro.
Muitos dinamitadores não têm considerado as condições climáticas, tais como nuvens
baixas, antes de darem início às operações de explosão ao ar livre, e não subterrâneas,
e acabam recebendo várias reclamações das vizinhanças. Eles não conseguem
explicar porque estão sendo acusados de quebrar janelas e fazer com que os animais
corram em busca de abrigo, quando usaram mais explosivos no dia anterior sem dar
motivo para reclamações. Eles apenas precisam olhar para o céu. O dia anterior tinha
céu azul e brilhante, ao passo que o dia de hoje está escuro e o céu densamente
carregado com nuvens. A explicação é simples. A pressão da explosão do dia anterior
teve origem no solo e não encontrou qualquer obstáculo no céu e foi rapidamente
dissipada. Entretanto, a frente da explosão de hoje encontrou as nuvens e como não
conseguiu expulsá-las foi refletida de volta ao solo em um intervalo maior que o som ou
que a frente da explosão pudesse viajar pelo solo. Similarmente, com grandes cargas
explosivas em veículos detonadas em ruas compactas da cidade, a pressão da
explosão bate nas edificações, imóveis como as paredes de um cânion; como a frente
da explosão não consegue mover as edificações, ela é refletida para cima e para baixo,
colidindo com estruturas adicionais e causando danos também a estas. Como resultado
de tal explosão o cenário é de total devastação com danos secundários radiando por
cada rua. Este dano secundário é geralmente na forma de janelas quebradas por vários
quarteirões. Similarmente, componentes e fragmentos da bomba podem ser refletidos
em superficies rígidas. Como tal, o investigador deveria entender as possíveis rotas
destes itens refletidos de forma a conseguir encontrar componentes da bomba depois
de uma explosão.
Uma vez que o solo e a água são mais densos que o ar, a onda de
choque da explosão pode viajar maiores distâncias e mais rapidamente do que a frente
de choque no ar. Adicionalmente, ela tem a capacidade de produzir maiores danos do
que a frente de choque e por maiores distâncias. Isto é especialmente verdade em
operações comerciais de explosão uma vez que a quantidade de explosivos sendo
utilizadas perto de estruturas deve estar dentro dos parâmetros aceitos para impedir
danos às fundações e paredes. No que tange ao uso ilícito de explosivos, uma
apreciação de que danos podem resultar do choque com a terra e com a água ajudará
ao investigador a entender como certos tipos de danos, até agora inexplicados,
ocorreram. Um exemplo de impacto na água ocorreu no fundo do oceano depois do
atentado terrorista ao USS Cole em Aden, Iêmen. Mergulhadores da Marinha que
estavam procurando por componentes da bomba no fundo do oceano encontraram uma
enorme cratera bem debaixo do local da explosão.
38
1.11 Investigação do Cenário da Explosão
Resumo
Questões de Revisão
40
Kohler, Josef and Meyer, Rudolph, Explosivos, 4th (revised and extended) ed., VCH,
Weinheim, Germany, 1993.
National Fire Protection Association, NFPA-921 Guide for Fire and Arson Investigations,
2004 edition, Quincy, MA, 2004.
U.S. Department of Transportation, 1996 North American Emergency Response
Guidebook, Research and Special Programs Administration, 1996.
41
(Página em branco)
42
2. Identificação e Reconhecimento
de Explosivos Comerciais e
Militares
2.1 Introdução
43
investigador no cenário de crime com bomba em estar instruído não apenas acerca do
tipo de explosivos que podem ser utilizados em AEI‘s, mas também os acessórios
explosivos, tais como o iniciador, que são utilizados nestes aparatos. Entretanto, saber
que tipos de explosivos podem ser utilizados não é o bastante para o investigador. O
investigador precisa ter conhecimento acerca das características de identificação destes
produtos explosivos. Como vimos no Capítulo 1, grande parte da carga principal pode
permanecer no cenário depois de uma explosão de baixa-ordem. Portanto, o
investigador dever ter conhecimento das propriedades físicas dos explosivos para
permitir uma identificação de qualquer explosive não consumido que permaneça no
local. Adicionalmente, ao fazer as buscas no possível local de construção da bomba
(fábrica da bomba) ou em um veículo que possa estar transportando vários tipos de
explosivos, é imperativo que o investigador conheça as características físicas de
identificação dos produtos pelos quais ele ou ela estiver procurando.
Este capítulo propiciará informação detalhada sobre baixo e alto
explosivos comerciais e militares e dos sistemas de iniciação utilizados para explodí-los
confiavelmente. Ainda, será provida a identificação das características destes produtos.
Estes dados proverão os conhecimentos essenciais necessários ao investigador para
fazer buscas adequadamente em um cenário de bomba ou no local construção da
bomba (com a assistência de um técnico em bombas) no esforço de identificar os
produtos explosivos consumidos ou não-consumidos. Ao conhecer a aparência dos
explosivos e suas características de identificação, será fornecida uma enorme medida
de segurança ao investigador e aos membros da equipe para seus esforços coletivos.
Recorra ao Anexo A para uma listagem dos vários tipos de explosivos e
suas características gerais. Também, recorra ao Anexo B para os nomes dos
explosivos nos EUA e no estrangeiro.
Baixo Explosivos
Pólvora negra
Pyrodex
Pólvora de flash fotográfico
Pólvora sem fumaça
Esportes
Explosões
Fogos de Artifício
Estopins
49
Pólvoras negras para esportes são usadas principalmente para armas de
fogo alimentadas pelo focinho e têm cinco tamanhos de granulação: canhão (a maior),
Fg, FFg, FFFg e FFFFg. Basicamente, a Fg é uma abreviação industrial iniciada pelos
Du Pont na década de 40 para fino grão. Assim, Fg é fino grão e o menor é fino-fino-
fino-fino grão (4Fg). Pólvoras para uso esportivo são normalmente vendidas em latas de
metal com 1-libra (0,453 Kg) com o tamanho da granulação claramente estampado em
sua frente. Embora algumas pólvoras negras sejam importadas para os EUA, existe um
produtor de pólvora negra no país: Goex (Figura 2.1).
Figura 2.1 A pólvora negra é o mais antigo explosivo conhecido e parece pequenos caroços de
carvão.
50
Tamanhos da granulação de pólvora negra:
C — Canhão
Fg — Mosquete
FFg — Carabina
FFFg — Pistola
FFFFg — Recargas
2.3.2 Pyrodex
Tipos de Pyrodex
RS — Carabinas e escopetas
P — Pistola
CTG — Cartucho e projéteis
C — Canhão
51
Figura 2.2 Pyrodex é um substituto da pólvora negra e se parece com pequenos pedaços de
lava.
52
Figura 2.3 A pólvora de flash fotográfico é extremamente sensível à descarga estática e se
parece com pó de alumínio.
53
comparada com a pólvora negra. Este produto deveria ser mais corretamente
denominado como pólvora de ―pouca fumaça‖.
A primeria pólvora sem fumaça que funcionou direito parece ter sido feita
pelo Capitão Schultze do exército prussiano em 1865. Entretanto, devido à sua rápida
velocidade de queima e a produção de gás, este produto nitroso só podia ser usado em
escopetas e não em carabinas. Os trabalhos continuaram na Áustria, Alemanha e
Inglaterra, onde foi feita outra descoberta. As companhias de explosivos na Inglaterra
desenvolveram uma pólvora conhecida como pólvora EC (de Explosives Company).
Esta pólvora era um pó desportivo a granel porque era carregado em em grandes
quantidades ou para o mesmo monte, e tinha o mesmo efeito da pólvora negra. O uso
foi confinado a escopetas, grenadas, festins e como iniciador de pólvoras propelentes
densas usadas na artilharia.
A primeira pólvora sem fumaça, que era aceitável a ser utilizada em
carabinas foi a densa, colóide "Poudre B" (que significa pó branco) inventada pelo físico
francês Paul Vieille em 1884. Ela foi feita da mistura de nitro-algodão solúvel e insolúvel
com éter–álcool, amassados para formar uma geléia firme, enrolada em folhas, cortada
em quadrados e deixadas para secar. Com mais prática, sua fabricação passou a ser
através de uma prensa até ficar na forma de uma tira, cortada no comprimento e
deixada para secar. Em 1888, Alfred Nobel inventou a balistita, uma pólvora sem
fumaça mais ponderosa, consistindo de uma mistura gelatinosa muito densa e firme de
nitroglicerina e nitrocelulose solúvel preparda com o uso de um solvente, éter-álcool,
que mais tarde era removido. Nos próximos 25 anos, aproximadamente, melhorias
consideráveis foram feitas no processo de fabricação de pólvora sem fumaça e também
na energia produzida em sua queima. Este desenvolvimento foi logo submetido ao teste
da 1ª Guerra Mundial, uma vez que a pólvora sem fumaça foi produzida aos milhões de
quilos para propiciar um propelente para carabinas e para lançar artilharia pesada e
cargas de morteiros sobre as trincheiras da França.
Hoje, a pólvora sem fumaça possui três usos gerais: munição esportiva e
policial (projétil, pistol e carabina), industrial (pequenos cartuchos de armas para
pregos), e militar (armas de fogo e propelentes). Das destinadas ao uso esportivo e
policial, são produzidas mais de 100 classes ou variedades. As de uso esportivo
também estão disponíveis em muitas lojas varejistas como pólvora para recarregar
munições. A disponibilidade de pólvora sem fumaça tanto para propósitos legais como
ilegais varia de estado para estado. Alguns estados têm leis que exigem que o
comprador apresente uma identificação positiva antes que a pólvora e munição sejam
vendidas, enquanto que outros não exigem qualquer identificação. Como os outros
baixos explosivos abordados, a pólvora sem fumaça também é usada na fabricação de
artefatos improvisados.
Para estes usos gerais, existem três tipos de pólvoras que são produzidos:
bae simples, base dupla e base tripla. Como veremos mais à frente, estas pólvoras
diferem na configuração geométrica e tamanhos dos grãos. Também, geralmente não é
54
difícil distinguir a pólvora sem fumaça de outros tipos de baixo explosivos: pólvora
negra, Pyrodex e pólvora de flash fotográfico. A produção destas pólvoras envolve oito
principais classes de ingredientes, que podem ou não ser utilzados em cada tipo de
pólvora. Estes ingredientes são os energéticos ou explosivos, estabilizadores,
plastificantes, supressores de flash, restringentes, corantes, opacificadores e outros.
55
Restringentes são importantes para controle ou redução da taxa de
queima da pólvora. Os restringentes revestem o exterior dos grânulos propelentes ou
são absorvidos pela pólvora para reduzir a taxa inicial de queima, a temperature da
chama e a igniciabilidade. Os exemplos mais comuns são dioctil ou dibutil ftalato,
dinitrotolueno, metil ou etil-centralite e resina vinsol.
Corantes ou agentes coloridos são usados para dar cor à pólvora para
propósitos de identificação e são usados principalmente para recarga de armas leves.
Exemplos são as marcas registradas Red Dot®, Blue Dot® e Green Dot®. Deve-se notar
que apenas parte da pólvora, e não toda ela, contida em um recipiente será tingida para
auxiliar em sua identificação. Uma técnica efetiva de investigação do cenário do crime
para coletar evidência de pólvora sem fumaça depois da explosão de um artefato
improvisado utilizando um baixo explosivo, é usar o aspirador de pó no cenário depois
que os pedaços maiores de escombros terem sido retirados. Uma checagem no saco
de pó do aspirador em muitas ocasiões revelou a presença de grãos de pólvora sem
fumaça tingidos identificáveis quando foram utilizados no atentado (Figura 2.4a).
O opacificador propicia uma cobertura da superfície, que evita que o calor
radiante penetre na superfície da pólvora, portanto reduzindo a chace de pré-ignição.
Carbono negro, o mais utilizado, é usado em pólvora sem fumaça destinada
principalmente para uso em armamento militar de grosso calibre.
Outros ingredientes incluem grafite, que é adicionado em um processo
chamado vitrificação de ordem a melhorar o fluxo da pólvora, melhorar o
empacotamento e reduzir a eletricidade estática produzida enquanto a pólvora é
despejada. As pólvoras também possuem coberturas que suportam erosão, que
reduzem a transferência de calor para o barril e ajudam a prevenir a corrosão do barril.
56
(a)
Figura 2.4 (a) Pólvora sem fumaça tingida de vermelho para identificação.
(b)
Figura 2.4 (b) Grãos de pólvora sem fumaça na forma de um cilindro com perfurações.
57
(c)
(d)
58
(e)
61
2.4.1 Explosivos primários
Os explosivos primários ou iniciadores são muito sensíveis e podem ser
acidentalmente iniciados por um fraco choque mecânico, tais como os resultantes da
queda de materiais ou pisar neles, ou de uma fraca descarga eletrostática. Faíscas ou a
chama de um estopim, elemento fósforo elétrico ou resitência de detonadores ou o
impacto de um percussor em munições militares são os meios normais da iniciação
confiável de explosivos primários. Portanto, explosivos primários são usados em
sistemas de iniciação, detonadores, e estopins militares em razão de sua característica
deflagração-para-detonação (Capítulo 1). Estes explosivos são altamente brisantes,
porém possuem menos pólvora do que os explosivos secundários que eles são
projetados para detonar. Explosivos primários incluem, mas não estão limitados a: azida
de chumbo, estifanato de chumbo, fulminato de mercúrio, diazodinitrofenol (DDNP) e
tetrazeno.
2.4.1.5 Tetrazeno
64
Desastre da Cidade do Texas: 16 e 17 de Abril de 1947
Os eventos que ocorreram no porto da Cidade do Texas, Texas, uma cidade portuária
localizada 10 milhas ao norte Galveston, não ficará marcado somente nas memórias dos
residentes, mas também nas de milhares de pessoas que auxiliaram na recuperação e
nos milhões que ouviram esta catástrofe. Durante a manhã de 16 de abril de 1947 o
cargueiro francês S.S. Grandcamp estava preparando para carregar a última de sua
carga. Aproximadamente 880 toneladas do fertilizante nitrato de amônio ainda estava
para ser carregada, com 2.300 toneladas já armazenadas no porão nº 4 do navio.
Enquanto preparavam a carga final, muitos estivadores haviam dito que estava saindo
fumaça de algum local dentro do navio. Foram efetuadas tentativas iniciais para apagar o
fogo, ativando-se o sistema de vapor e fechando toda a ventilação externa. Por ordem do
capitão do navio, as mangueiras de incêndio não foram usadas devido à possibilidade de
estragar o nitrato de amônio e a outra carga já a bordo. Às 8:30 da manhã, a escotilha do
porão nº 4 explodiu, liberando uma fumaça espessa de cor laranja no céu. Esta visão
atraiu centenas de cidadãos e os bombeiros locais, juntamente com as brigadas das
refinarias próximas. Às 9 horas a fumaça agora amarela e laranja havia se tornado mais
visível e às 9:12 uma grande explosão que demoliu as docas foi ouvida a mais de 240
quilômetros de distância. A explosão produziu uma nuvem em formato de cogumelo,
lançando escombros a mais de 600 m no ar e a mais de 3.900 m de distância da sede da
explosão. Esta explosão fez chover fragmentos na Cidade do Texas por vários minutos,
destruindo edifícios e casas e causando vazamentos nas refinarias próximas, iniciando
vários incêndios. A onda de choque da explosão foi de tal magnitude que duas aeronaves
voando baixo perderam o controle e caíram. Com a explosão matando a maioria dos
bombeiros voluntários que estavam no local, os incêndios queimaram fora de controle por
vários dias. A explosão sozinha era suficiente para matar centenas e ferir milhares;
Entretanto, o tumulto ainda não estava terminado. Por volta das 9 horas daquela mesma
noite outro navio nas proximidades, o S.S. High Flyer, que tinha sido muito danificado
pela explosão do Grandcamp, foi reportado como tendo fumaça saindo de um de seus
porões. A carga era uma combinação de 961 toneladas de nitrato de amônio e 2000
toneladas de enxofre, que se tornou em uma combinação mortal. Às 11 horas um
rebocador chegou ao lado do High Flyer para retirar o navio das docas. Entretanto, ele
não conseguiu, e como as chamas estavam sem controle na área da carga, a tentative foi
abandonada. Finalmente, às 1:10 da madrugada no dia 17 de abril, uma segunda pesada
explosão sacudiu a Cidade do Texas. Esta segunda explosão foi reportada como maior
do que a primeira devido à presença de enxofre no porão do cargueiro. Da mesma forma
que na explosão inicial, escombros do navio foram lançados ao céu e choveram não só
na Cidade do Texas, como também nos distritos adjacentes, começando incêndios
adicionais. A manhã seguinte revelou a grande devastação, e uma fumaça negra era
visível a mais de 50 km de distância, que permanceu sobre a cidade por vários dias até
que os bombeiros vizinhos conseguissem extinguir as labaredas. As explosões causaram
mais de 400 mortes, a maioria nas proximidades das docas; destas, 65 corpos jamais
foram identificados. Bem mais de 2.000 pessoas ficaram feridas. O dano à propriedade
65
foi estimado em $40 milhões de dólares e a perda total em mais de $ 100 milhões
(equivalendo atualmente a cerca de $700 milhões). Quando toda a devastação havia
terminado, mais de 1.500 casas estavam condenadas, 1.5 milhões de barris de petróleo
tinham sido queimados nas refinarias vizinhas e centenas de pessoas tinham perdido
parentes e amigos.
A responsabilidade pelas ffor the pesadas explosões recaiu em várias pessoas, desde o
expedidor do nitrato de amônio até os trabalhadores das docas e o capitão do
Grandcamp. A real fonte de ignição nunca foi identificada, mas que ela foi devido à
fumaça pelos estivadores era altamente suspeita. Adicionalmente, o uso de sacos de
papel impregnados com betume e cera cobrindo o nitrato de amônio foi um fator
contribuidor, propiciando uma fonte combustível e aumentando a sensibilidade do
oxidante, que não estava em forma de grãos.
66
por um período de tempo e não "queimem" as colheitas. A mistura é então pulverizada
em esguichos na parte de cima de uma alta torre de resfriamento e cai livremente até a
parte de baixo. O fluxo de ar fornecido por ventiladores localizados na parte de baixo ou
na parte superior da torre deve ser controlado para resfriar os grãos para
aproximadamente 104°C na parte inferior. Se não forem suficientemente resfriados,
eles ficarão muito macios e respigarão ao atingirem a parte de baixo, ao passo que
resfriar demais torna os grãos muito quebradiços.
É necessária uma torre de resfriamento mais alta para grãos industriais -
ou de grau-explosivo - porque o nitrato de amônio esguichado no alto da torre contém
até 4% de água. Esta altura adicional propicia mais tempo para que os grãos se
solidifiquem no subsequente fluxo de ar. Se a umidade for muito alta ou os grãos não
se resfriarem o suficiente, eles irão se quebrar ao atingirem o fundo da torre. Muito
pouca umidade propiciará uma densidade mais alta e endurecerá os grãos (como no
padrão para agricultura) os quais não absorverão nem reterão óleo suficiente
(combustível) para funcionarem adequadamente em explosões. Em grãos de grau-
explosivo, estes fornecem oxidante para combustão instantânea (detonação) do
produto. Para isto, os grãos devem ser suficientemente porosis para absorverem o
combustível para a combustão.
Como os grãos de nitrato de amônio são muito higroscópicos, ou
suscetíveis para absorção de água, o teor de umidade depois da fabricação deve ser
estritamente controlado para evitrar que os grãso percar sua efetividade como oxidante
e de ficarem grudentos. Um agente popular antiaglutinante de grãos é o Petroag, um
material orgânico, usado em quantidades muito pequenas.
2.4.2.6 Dinamite
Como vimos na introdução deste capítulo, a dinamite tem tido um
tremendo impacto no mundo. Entretanto, seu uso continua a diminuir e na opinião de
alguns, seu uso parece estar chegando ao fim. No presente, ela ainda é usada na
construção civil, construções de estradas, pedreiras, mineração e demolição de
estruturas desnecessáias. A dinamite é fácil de ser iniciada com um detonador, é
sensível à iniciação accidental por choque/impacto e manuseio inadequado, e é muito
cara quando comparada com outros tipos de explosivos para carga principal.
Dinamite é um termo geral dado a uma classe de explosivos na qual o
principal material energético é normalmente a nitroglicerina e/ou dinitrato de
69
etilenoglicol (EGDN). A faixde VOD para a dinamite é de aproximadamente 1.798,32 a
mais de 6096 m/s. Existem muitos tipos distintos de dinamite, e cada tipo tem um ou
mais graus, incluindo graus especiais, que são destinados para classes especiais de
trabalho. Não existe um padrão ou conjunto de ingredientes para dinamite como para
os propelentes. Por exemplo, mesmo que nitroglicerina e/ou EGDN sejam os
ingredientes mais comuns da dinamite, suas quantidades podem variar amplamente em
diferentes composições. O mesmo é verdade para outros materiais utilizados. Dentre os
ingredientes mais importantes das dynamites, temos:
1. Materiais energéticos, i.e., os explosivos em si, tais como nitroglicerina e/ou EGDN e
nitrocelulose.
2. Oxidantes, principalmente nitrato de sódio e nitrato de amônio, que são usados para
fornecer oxigênio no processo de combustão.
3. Combustíveis, que são os materiais queimados pelos oxidantes. Eles incluem polpa de
madeira, serragem, farinhas, casca de amendoim e enxofre. Além de serem combustíveis,
estes materiais têm a função principal de absorver ingredientes explosivos líquidos e
controlar a densidade.
4. Redutores do ponto de congelamento podem ser adicionados pois as dinamites que
contêm apenas nitroglicerina como sensibilizador explosivo pode congelar mesmo em
clima moderado, uma vez que o ponto de congelamento da nitroglicerina é de aprox.
10°C. Como pode se supor, a dinamite congelada não pode ser usada e descongelá-la é
excepcionalmente perigoso. Antes do desenvolvimento de um ingrediante anticongelante,
muitos trabalhadores morreram ao tentar descongelar a dinamite. Então, em 1927, o
etilenoglicol (anticongelante) foi adicionado à glicerina no processo de fabricação. Isto
reduziu o ponto de congelamento de forma que a dinamite pôde ser usada na maioria dos
locais durante o ano. Hoje o EGDN é o ingrediente mais comum usado na dinamite para
reduzir o ponto de congelamento. Usualmente é misturado com nitroglicerina.
5. Antiácidos são necessários porque mesmo pequenas quantidades de ácidos tendem a
decompor a nitroglicerina. Para combater isto, são acrescentadas pequenas quantidades
de carbonato de cálcio.
6. Sal ou cloreto de sódio é acrescentado em todas as cargas principais explosivas, incluindo
dinamite, antes que elas sejam certificadas para uso em explosões subterrâneas; isto é
para reduzir o potencial para ignição de metano ou pó de carvão. Estes tipos de
explosivos são chamados de explosivos permissíveis.
70
Tipos de Dinamite
Dinamite em linha reta
Dinamite gelatina em linha reta
Dinamite extra
Dinamite gelatina extra
Dinamite semigelatinosa
Dinamite amônia
Dinamites admissíveis - granuladas e gelatinas
71
reta, as dinamites amônia possuem uma VOD mais baixa, custam menos, têm menos
energia e inflamabilidade reduzida. Elas são brisantes, possuem pouca ou nenhuma
resistência à água, produzem menos fumaça e são mais econômicas do que a dinamite
em linha reta. Adicionalmente, do ponto de vista do usuário, dinamites amônia são
muito mais seguras de serem usadas porque são menos sensíveis ao choque/impacto
e atrito.
Dinamites amônia contêm porcentagens mais altas de nitrato de amônio
do que as diamites extras. Elas têm pouca resistência à água, têm uma consistência
granular seca e são mais baratas do que as dinamites extras. A marca Hercules
Hercomite era um exemplo deste grau. Elas eram fabricadas para operações que não
necessitavam de dinamites com grau mais alto.
Dinamites semigelatinosas são produtos intermediários entre dinamites
extras e gelatinas; elas contêm uma pequena quantidade de nitrocelulose como agente
formador de gel. Estes produtos têm melhor resistência à água e uma textura mais
aderente do que dinamites granuladas, por exemplo, dinamite em linha reta ou amônia.
Dinamite gelatina em linha reta contém nitroglicerina e nitrocelulose como
ingredientes explosivos com nitrato de sódio e combustíveis tais como polpa de Madeira
e casca de amendoim. Elas não contêm nitrato de amônio. Não são amplamente
utilizadas em razão de seunalto custo, problemas de velocidade reduzida durante longa
armazenagem e disponiblidade de outros explosivos. Entretanto, elas têm excelente
resistência à água ou, em outras palavras, podem ser carregadas em buracos contend
água e ainda funcionam como planejadas.
Dinamite gelatina extra ou gelatina amônia é gelatina em linha reta com a
adição de nitrato de amônio, que substitui parte da nitroglicerina e/ou EGDN. Estas
gelatinas são consideradas quase iguais às gelatinas em linha reta na maioria das
circunstâncias, e em razão do baixo custo, as têm substituído na maioria dos usos.
Dinamites admissíveis - granuladas e gelatinas e outros explosivos tais
como géis aquosos e emulsões são aquelas classes de explosivos que têm sido
testados e aprovados como seguros para utilização em minas de carvão subterrâneas
ou outras minas que contêm gás (usualmente o metano) pela Administração de
Segurança da Mineração – (Mine Safety and Health Administration - MSHA)-. Dito se
forma simples, como os explosivos produzem uma chama quando detonados, esta
chama poderia iniciar a poeira de carvão ou bolsões de gás metano para provocar uma
explosão muito maior. Foi exatamente este o problema nas minas de carvão no século
XIX e começo do século XX, e muitos mineiros perderam suas vidas com estas
explosões não intencionais. Um resultado foi o desenvolvimento de explosivos que
tinham um ingrediente adicional – cloreto de sódio ou sal comum -, que reduz a
intensidade da chama, sua duração e temperature, e por meio disso reduz, embora não
elimine, a possibilidade de uma explosão acentuada. Explosivos admissívies, por lei
federal, também requerem que cada invólucro ou recipiente do explosive seja
apropriadamente marcado para indicar que o produto foi, de fato, aprovado pela MSHA
72
Figura 2.7 Cartuchos de explosivos com faixas vermelhas de identificação, indicando que
possuem aprovação da MSHA para uso subterrâneo.
73
Figura 2.8 Dinamite suando nitroglicerina.
74
Figura 2.9 Embalagem típica de dinamite que inclui invólucros convolutos e 23-G. (Fotografia
cortesia da Austin Powder Company, Cleveland, OH.)
Dinamite:
Fabricante: Dyno Nobel, Inca
Nome fantasia: Helix PNG 80, Apcogel, Red Diamond**, Gelaprime, Unimax, Unigel,
Iredyne, Irecoal**, Petrogel, Powderditch, Power Primer, Giant Gel, Powerfrac, Geldyne,
Dynashear, Coalite**
Ingredientes: Nitroglicerina (NG), dinitrato de etilenoglicol (EGDN), nitrato de amônio,
nitrocelulose, nitrato de sódio, selante, cascas de amendoim, polpa de madeira,
serragem, farinhas, goma, enxofre, microesferas fenólicas, sal
Sensibilidade: Sensível somente ao detonador
Faixa de VOD: 1.798,32 m/s a mais de 6.096 m/s
Embalagem:
Tipos de cartuchos: rolo-espiral em papel-manilha (convoluto) revestido de cera;
Rolo-espiral, revestido de cera, tubos de papelão (23-G)
Tubos plásticos moldados com fios nas extremidades
Peso dos cartuchos: de 6 onças (170 gr) a 50 libras (22,6 kg)
Diâmetro dos cartuchos: 7/8 de polegada (2,2 cm) até 8‖ polegadas (20,3 cm)
Comprimento dos cartuchos: 4 polegadas (10,16 cm) a 8 pés (2,4 m)
Não carregadas a granel
* A Dyno Nobel fabrica dinamite para a Austin Powder e a Orica com a marca nominal
destas companhias
** Dinamite admissível
75
2.4.2.7 Nitrato de amônio e Óleo combustível (ANFO)
Desde sua intrudição na década de 50, os produtos ANFO se tornaram os
explosivos mais amplamente utilizados no mundo. Isto não causa muita surpresa, uma
vez que explosivos ANFO são relativamente baratos para se usar e excepcionalmente
seguros. A maioria dos produtos ANFO é chamada de agente explosivo (classificação
1.5 D das Nações Unidas) ou explosivo que não pode ser confiavelmente iniciado com
um detonador nº 8 de força. Desta forma, necessitam de uma pressão de detonação
mais alta para detonar. Esta pressão é normalmente fornecida por um material
chamado de booster, que será descrito em detalhes mais à frente neste capítulo. O
booster propicia o impacto suficiente ao produto ANFO para garantir que este alcance
seu potencial máximo de VOD. Entretanto, este tipo de produto possui uma principal
limitação: não tem resistência à água. Isto significa que produtos ANFO não podem ser
usados em condições de grande umidade, a menos que sejam empacotados em sacos
a prova d‘água, o que aumenta o custo do material. Com esta limitação, eles são
usados em toda a faixa de operações explosivas desde mineração de superfície,
pedreira, construção de estradas até a construção civil.
Produto ANFO mais comum consiste por peso — e não pelo volume — de
aproximadamente 94% nitrato de amônio poroso (o oxidante) e 6% de óleo diesel
combustível (o combustível) (Figura 2.10). Outros produdos de ANFO, menos comuns,
podem conter pó de alumínio ou grãos triturados de nitrato de amônio. A VOD do ANFO
comercial varia de aproximadamente 2.682,24 m/s a 4.750 m/s, e depende de dois
fatores, a fórmulação exata do material e o confinamento. Em operações de explosões
comerciais, o diâmetro da perfuração e o grau de confinamento dentro do buraco são
controlados. Em explosões clandestinas improvisadas, tais como um caminhão-bomba,
a velocidade depende da uniformidade da mistura, tipos de produtos específicos
usados para improvisar o produto, quantidade dos materiais, o método de confinamento
(se houver algum) e o sistema de iniciação.
Productos ANFO comerciais são normalmente encontrados em três
formas: a granel, embalados em sacos de papel multi-parede e em cartuchos
cilíndricos. O método menos dispendioso e mais eficiente de carregar ANFO é na
entrega a granel. Nesta forma, o ANFO é entregue em caminhões especialmente
projetados, depois vertido ou descarregado (via vácuo) através de uma mangueira do
caminhão diretamente para dentro do buraco perfurado. O material no caminhão são
grãos secos de nitrato de amônio, e o óleo combustível é adicionado quando ocorre a
entrega. Consideráveis economias de custo e segurança dos materiais são realizadas
neste processo devido à eliminação de condições especiais de armazenamento no local
e manejo simplificado. O ANFO tambm é vendido pré-misturado em sacos de papel
multi-parede com 50 libras (22,6 Kg); estes são abertos e os conteúdos despejados nas
perfurações ou em ejetores pressurizados parecidos com máquinas de jato de areia.
Usualmente rejeitados para condições de explosões em condições de
umidade, o ANFO também está disponível em cartuchos cilíndricos de tubos de
76
Figura 2.10 Nitrato de amônio e óleo combustível (ANFO). Os grãos de nitrato de amônio
normalmente brancos ficaram cor-de-rosa depois de absorverem o óleo combustível.
77
Figura 2.11 Uma típica embalagem de papel (50 libras) (22,6 Kg) para ANFO. Note o tubo de
choque amarelo no buraco para explosão.
Figura 2.12 Sacos de polipropileno trançado de vários tamanhos e cartuchos de filme plástico
(Valeron) típicos de ANFO, géis aquosos e emulsões explosivas. (Fotografia cortesia da Austin
Powder Company, Cleveland, OH.)
78
2.5 Produtos à Base de Água
No dia 29 demarço de 1960, foi concedida ao Dr. Melvin Cook uma
patente dos EUA por sua invenção de uma composição explosiva prática contendo
água como ingrediente essencial. Como resultado, foi criado um tipo completamente
novo de indústria de explosivos comerciais, que hoje ainda continua em evolução e tem
suas raízes no produto explosivo à base d‘água do Dr. Cook. Estes produtos dividem o
mercado materiais ANFO (que têm uma parvela muito maior) e dinamite (que é um
mercado em retração). Seus usos são típicos: construção civil, construção de estradas,
mineração subterrânea e de superfície, e pedreiras. Dependendo do uso, grau de
confinamento e formulação específica do produto, a VOD varia de aproximadamente
4.267 a 6.705 m/s.
Existem duas formas diferentes de explosivos à base d‘água: gel aquoso
ou pasta fluida e emulsões.
Explosivos géis aquosos e pastas fluidas são vendidos em uma grande variedade de
configurações de embalagens. Basicamente, pastas fluidas não possuem uma
embalagem, uma vez que são normalmente transportadas ao local de trabalho em um
caminhão tanque, similar aos produtos ANFO previamente descritos. Contudo, para
aquelas que são embaladas, elas variam de cartuchos cilíndricos com 1 / 3 a 50 libras
contidos dentro de tubos de plástico (Valeron) de 1/8 x 8 polegadas a 3 ½ x 16
polegadas até sacos de tecido de polipropileno de 3 x 24 polegads a 10 x 36 polegadas.
Os tubos de fato se parecem com salsichas por uma boa razão: as primerias máquinas
empacotadoras eram descarte de maqunários de fabricação de salsicha.
Os usos de gel aquoso e pasta fluida incluem construção de estradas, pedreiras e
mineração de superfície e subterrânea (Figura 2.12 e Figura 2.13).
82
Figura 2.14 A emulsão pode ser de várias cores. Note o recipiente feito de saco de
polipropileno trançado forrado com saco plástico transparente, a solidez da emulsão e os grãos
brancos de nitrato de amônio dentro do explosivo.
Emulsão:
Fabricantes: Austin Powder, Dyno Nobel, Explosivos Technology International (ETI),
Mining Services International (MSI), Orica
Nome fantasia: Hydromite, Emulex, Emutrench, Coalmex 14E*, Blastex, Iremite,
Powdermite, Dyno SL, Irecoal*, Tovan Ultimate, Apex, Magnafrac Series, Powermax,
Seisprime, Atlas 7D*, EMGEL Series, HEF Series
Ingredientes: Nitrato de amônio, nitrato de sódio, pó de alumínio, água, perclorato de
sódio, nitrato de cálcio, microesferas, óleo, cera, emulsificador, gases químicos, EGDN
Sensibilidade: detonadores sensíveis e não-detonadores sensíveis
Faixa de VOD: 3.657,2 a 5.791,2 m/s
Embalagem:
Tipo cartuchos: rolo-espiral em papel-manilha
Tubo-espiral de papelão (23-G)
Sacos de polipropileno trançado forrado com plástico resistente
Filme plástico de alta-densidade (Valeron)
Peso dos cartuchos/sacos: de 170 g a 22,6 kg
Diâmetro dos cartuchos: de 4,6 cm a 8,9 cm
83
Figura 2.15 Emulsão contida em incólucro plástico Valeron com ―laços‖ de metal segurando as
extremidades.
2.6 Boosters
Tipos de Boosters
Cast - (Fundido)
Slip-on - (Para revestir)
À base de nitroglicerina (dinamite)
Figura 2.16 Cast boosters de vários diâmetros e pesos. (Fotografia cortesia da Austin Powder
Company, Cleveland, OH.)
85
Figura 2.17 Slip-on boosters usados para aumentar a energia do detonador.
Folhas explosive são cargas flexíveis de alto explosivo com uma mistura
de PETN ou RDX e nitrocelulose com polímeros emborrachados e plastificantes, que
incluem acetil tributil citrato. As folhas lisas são produzidas de forma individual em rolos
contínuos com uma variedade de espessuras (de 0,1 cm a 1,02 cm) e pesos. Este tipo
de carga explosive não é moldável, como o C-4, mas é flexível em uma ampla faixa de
temperaturas e é a prova d‘água. A folha comercial é normalmente de cor cinza,
enquanto que a versão militar é verde oliva. A folha explosiva é sensível ao detonador
com uma VOD de aproximadamente 7010 m/s. É utiliizada para cortar, destruir, romper
e endurecer metais, tais como os de vias férreas (Figura 2.19).
(a)
Figura 2.20 (a) O Semtex H tem uma cor alaranjada, é produzido em blocos de 5 libras (2,27
Kg) e é embrulhado em papel claro.
(b)
Figura 2.20 (b) Semtex 1A tem cor vermelha, é produzido em blocos de 5 libras (2,27 Kg) e é
embrulhado em papel claro.
90
Outro explosivo que também tem chamado a atenção internacional para si
é o PE-4A (Plastic Explosive Nr 4A – Explosivo Plástico nº 4A). O único país conhecido
que fabrica um explosivo designado especificamente de PE-4A é Portugal. Entretanto,
isto não implica em afirmar que outros fabricantes não o estejam produzindo, mas
apenas que os investigadores não sabem de qualquer outro neste momento. Deve ser
dado muito cuidado também para não se identificar qualquer explosivo como PE-4A, a
menos que o explosivo em questão esteja diretamente associado com alguma
embalagem que o identifique como tal. Meramente porque os americanos tendem a
inicialmente identificar qualquer explosivo plástico branco como C-4, muitos europeus
fazem o mesmo julgamento precipitado, usando PE-4 ou PE-4A como escolha de
designação.
O PE-4A português é usado para operações de demolições em superfície
geral, subsuperfície e subaquática. Similar ao C-4, ele é facilmente moldado à mão em
qualquer forma ou tamanho desejado. É normalmente embrulhado em tubos de papel
marrom encerado (32 mm de diâmetro e 205 mm de comprimento), cada um contendo
230 g de explosivos. Estes tubos são empacotados a cada 10 unidades em uma caixa
de papelão, com dez caixas de papelão m cada caixote de madeira. O peso do caixote
de madeira é de 31 Kg. O PE-4A também está comercialmente disponível em blocos ou
a granel. O PE-4A a granel é usado para preencher arsenais como granadas. Há dois
tipos de PE-4A: E-411A (a base de RDX, em cartuchos ou blocos) ou E-421B (a base
de PETN, em cartuchos, blocos ou a granel).
As Características Técnicas do PE-4A incluem:
Velocidade de Detonação: 7000 m/s
Densidade: 1.4
Força (% TNT): 110%
Teste com bala de fuzil: Sem detonação
Faixa de Elasticidade: 20 a 60°C
Cor: Branca
92
Figura 2.21 TNT militar Americano, em recipientes de 453,6 g e 113,4 g. Não há foto pra o
recipiente de 228,6 g.
93
Figura 2.22 Bloco de C-4 militar americano com 567 g. Este explosivo padrão de demolição
para os militares é de cor branca, embrulhado em embalagem plástica na cor verde oliva.
94
Figura 2.23 A versão comercial do explosivo militar americano C-4 fabricada pela Omni
Distribution, Inc., Memphis, TN.
95
Estas misturas e compostos improvisados incluem: pólvora negra, pólvora
de flash fotográfico, misturas de nitrato de amônio, TATP (triperóxido de triacetona),
HMTD (hexametilenotriperóxidodiamina), e outras misturas cloradas. A seguinte breve
discussão destes produtos não é uma tentativa de prover informação sobre técnicas de
fabricação, mas sim, descrever os critérios de segurança e identificação para o
investigador pós-explosão e socorristas.
Com exceção das bombas ácidas encontradas em garrafas pet, a pólvora
negra, a pólvora de flash fotográfico e as várias outras misturas cloradas são os tipos
de baixo explosivos que são os mais amplamente encontrados em artefatos
improvisados nos EUA. Dependendo de quão bem for misturada, a pólvora negra pode
parecer com toner de fotocopiadoras ou pode ser um pó escuro com partes brancas.
Ele normalmente não terá a consistência granular da pólvora negra produzida
comercialmente. Por outro lado, a pólvora de flash fotográfico improvisada normalmente
encontrada em fogos de artifício improvisados pode se parecer com pólvora de flash
fotográfico comercial. Especificamente, estará na forma de um pó fino, de cor cinza
para prata e deixará um resíduo liso cinza prateado em quase tudo que entrar em
contato com ele. Esta coloração é devido ao pó de alumínio ser um dos ingredientes. A
pólvora de flash fotográfico improvisada pode apresentar pequenos grânulos de uma
substância branca, que é coberta com o pó de alumínio. Os grânulos esbranquiçados
são normalmente um dos ingredientes que não foi completamente misturado com
outros materiais. Outras misturas cloradas variam grandemente na aparência,
dependendo do tipo de combustível que for acrescentado à mistura. Estas variações na
aparência vão desde o branco cristalino até uma geléia esbranquiçada. A sensibilidade
destas misturas depende de vários fatores, que incluem a qualidade dos ingredientes, a
formulação usada, quão bem eles foram misturados e as condições de armazenagem
depois da preparação. Desta forma, as misturas podem não explodir de forma alguma,
ou podem ser excepicionalmente sensíveis ao calor, atrito ou descarga estática.
Normalmente, como os produtos explosivos comercialmente produzidos, a pólvora de
flash fotográfico é e pode ser o mais perigoso para o investigador que possa
inadvertidamente encontrar este material. Isto é devido à sua alta sensibilidade ao
atrito, (por exemplo, provocado pela ação de abrir um pote de metal), e a descarga
eletrostática (por exemplo, de uma jaqueta de nylon).
Explosivos à base de nitrato de amônio geralmente não são sensíveis ao
detonador, mas dependendo da técnica de fabricação, podem ser feitos para detonar
com um detonador. Além do atentado ao Edifício Federal Murrah, o nitrato de amônio
foi usado no ao Centro de Pesquisa Matemática do Exército dos EUA em 1970 no
campus da Universidade de Wisconsin em Madison. Estes tipos de cargas principais
têm sido fabricados com materiais mais facilmente obtidos e, como previamente
declarado, a sensibilidade de iniciação depende dos materiais e das técnicas de
fabricação. Normalmente, estas misturas não são excessivamente sensíveis ao calor,
choque/impacto e atrito. As características de identificação podem incluir o cheiro de
96
diesel ou óleo combustível ou outro combustível de hidrocarboneto junto com sua
aparência, i.e., um pó ou grânulos broncos. A quantidade, dezenas ou centenas de
libras em sacos ou grandes recipientes, deste material pode ser uma indicação da
presença de uma mistura improvisada, neste caso, comercial.
Os dois explosivos primários, HMTD e TATP, não foram encontrados
como material de iniciação para detonação da carga principal, mas o TATP também foi
identificado como a carga principal em artefatos improvisados. Estes incidentes traçam
um cenário muito preocupante, pois estes explosivos são excepcionalmente sensíveis
ao manuseio pelo confidante investigador ou técnico em bombas. O TATP em sua
forma pura é um pó branco cristalino com um forte odor de peróxido que tem sido usado
para encher bombas tubo e artefatos suicidas. É um composto totalmente improvisado
que mesmo em sua forma pura tem mais sensibilidade ao impacto, atrito e decarga
eletrostática do que o PETN. Além disso, quando fica velho ou com a presença de
impurezas, o aumento em sensibilidade é significante.
O HMTD é outro destes explosivos primários excepcionalmente sensíveis
que tem sido igualmente encontrado em AEI‘s usados por terroristas e criminosos.
Entretanto, devido à sua alta sensibilidade ao impact, atrito e descarga eletrostática e à
sua instabilidade, é considerado um explosivo extremamente perigoso, não apenas
para improvisação, mas mesmo em uso regular. Mesmo com estas significantes falhas,
ele tem sido fabricado como iniciador para a carga principal explosiva. Fabricado em
laboratório o HMTD tem uma VOD de 4.572 m/s e reage quimicamente com a maioria
dos metais, incluindo alumínio, estanho, latão, cobre, ferro e chumbo.
Além de ser precavido quanto a presença de artefatos explosivos
secundários em consequência de um atentado ou ou de armadilhas quando efetivar
buscas em uma "fábrica de bombas", os investiadores devem se abster de abrir
recipientes de materiais desconhecidos e devem procurar ajuda de químicos forenses
e/ou técnicos em bombas.
98
2.12.1 Iniciadores
Um iniciador é um termo que descreve qualquer artefato que possa ser
usado para iniciar uma detonação ou deflagração. Detonadores são artefatos usados
para iniciar alto explosivos. Aqueles artefatos que iniciam a queima ou deflagração são
chamados de rojões ou ignidores. Rojões e ignidores incluem fósforos elétricos, estopim
de segurança, estopins hobby ou de canhão. O artefato explosivo improvisado mais
comumente fabricado nos EUA é a bomba tubo ou um artefato similar com um baixo
explosivo como carga principal, o sistema de iniciação mais comum é o estopim, fósforo
elétrico, ou um tipo similar de iniciator improvisado que produz chama ou calor.
Detonadores são usados nos EUA, mas em quantidades muito menores do que outros
tipos de iniciadores. Detonadores também são utilizados em cargas principai com baixo
explosivo, porém, novamente, apenas em um limitado número de casos.
100
Existem dois tipos de acendedores: comercial (atrito) e militar (percussão).
O tipo atrito consiste de uma cápsula de papel com uma extremidade aberta para a
inserção da ponta cortada de um estopim de segurança. O lado oposto tem uma
pequena alça presa a um fio, que vai para dentro da cápsula de papel. A ponta deste fio
ou corda para disparo dentro do tubo é revestida com uma mistura prirotécnica de
forma que quando este é puxado o atrito causa a iniciação desta mistura pirotécnica
que, em troca, inicia a pólvora negra na extremidade do estopim colocado no
acendedor. A pólvora negra não explode, mas começa a queimar pela extensão do
estopim de segurança até sua destinação. Acendedores comerciais deste tipo não são
à prova d‘água (Figura 2.25).
101
2.12.1.3 Cordel Detonante
Um cordel detonante é um cordão flexível contendo um núcleo central de
alto explosivos, normalmente PETN, mas que também pode ser RDX ou HMX. O PETN
é na cor branca, mas quando são utilizados RDX ou HMX como carga deste núcleo,
estes explosivos podem ser tingidos de vermelho. A forma é normalmente circular, mas
também pode ser achatada ou oval. O núcleo é revestido de vários compostos
envoltórios têxteis e à prova d‘água (naturais e fabricados), para os propósitos de (1)
proteção contra desgaste; (2) prover razoável elasticidade; (3) resistir às penetrações
laterais de fluidos; (4) aumentar as características para aplicação de nós, mantendo sua
flexibilidade; e (5) prover resistência à água. O cordel detonante, também chamado de
―detcord‖, Primacord®, Primex®, Detacord®, estopim detonante e cordeau detonant,
detona em uma velocidade, dependendo do tipo de explosivo usado, de
aproximadamente 6.705 m/s. Os propósitos do cordel detonante são (1) iniciar alto
explosivos em qualquer ponto de sua extensão, (2) propagar a onda de detonação de
um cordel detonante para outro, e/ou (3) propagar a onda de detonação do cordel
detonante para um detonador de retardo. Em suma, para iniciar outros explosivos, os
detonadores podem encadear várias cargas principais para serem iniciadas ao mesmo
tempo. Entretanto, o cordel detonante pode ser usado como uma carga principal
explosiva sob certas condições em trabalhos de demolição ou em bombas
improvisadas. A carga núcleo é expressa em grãos de explosivos por pé (gr/ft) e é
normalmente iniciada com um detonador ou outros explosivos. As cargas núcleo podem
variar de 2.4 a 400 gr/ft, com diâmetros externos variando de 0.1‖ polegada a 0.43‖
polegadas . O cordel detonante detona em resultado de um alto explosivo contido
dentro de seu núcleo e, essencialmente, se detrói quando iniciado.
Vários padrões de cores e tecidos são usados para identificar diferentes
tipos e poder dos cordéis detonantes. Entretanto, como previamente discutido com
relação ao estopim de segurança, a aparência externa não é um guia de identificação
sem falhas quanto à segurança. A informação do carretel/bobina original ou provida
pela ponta cortada é o melhor indicador do produto. Entretanto, uma necessidade
recente quanto à identificação do cordel detonante nos EUA tem obrigado que seu
revestimento externo seja impresso com identificação relativa ao tipo de produto, o
nome do fabricante e a informação de que o mesmo contém explosivos. O cordel
detonante de uso militar nos EUA é incluso em um invólucro plástico verde oliva sem
qualquer nomenclatura impressa (Figura 2.26a e Figura 2.26b).
Figura 2.26 (a) Rolo de cordel detonante e sua típica embalagem. (Fotografia cortesia da Austin
Powder Company, Cleveland, OH.)
(b)
Figura 2.26 (b) Cordéis detonantes de várias cores, diâmetros e revestimentos externos.
103
Figura 2.27 Corte de um tubo de choque mostrando o pó reativo aluminizado dentro do tubo.
transmissão não elétrico, não destrutivo (o tubo não despedaça) que emprega a
explosão ―tipo poeira‖ do material reagente aderido às paredes do tubo. O inventor do
tubo de choque, Per Anders Persson da Nitro Nobel AB da Suécia, patenteou este
produto com o nome comercial de Nonel®. A Dyno Nobel é a proprietária desta marca
registrada. Para serem efetivos na explosão e como sistemas de iniciação, os
detonadores não elétricos ou tubos de choque são fabricados crimpados em uma das
pontas do tubo, com a outra ponta servindo para initiação. Estes sistemas de iniciação
empregando um tubo de choque com um detonador podem ficar a poucos metros ou a
centenas de metros em comprimento. Adicionalmente, o tubo de choque é utilizado em
uma variedade de acessórios explosivos, que incluem pedaços relativamente curtos de
tubo de choque em conjunção com detonadores de retardo e conectores plásticos que
provêm formas de se conectar sistemas de tubos de choque uns aos outros (Figura
2.28). O tubo de choque é bem insensível ao calor e ao impacto. Ele pode ser iniciado
com: um detonador, cordel detonante, agulha de percussão, fósforo elétrico ou faísca
elétrica de iniciadores portáteis de tubos de choque especialmente projetados. Após
seu uso, e dependendo das circunstâncias do uso, a maior parte dos tubos permancece
no cenário da explosão. Isto é especialmente verdade em locais de explosão comercial,
porém nem tanto em incidentes de ataques em razão das quantidades limitadas
normalmente usadas. Entretanto, deve-se enfatizar que ele permanece no cenário de
bomba e, dependendo da tenacidade da equipe de investigação do cenário do crime,
estes restos podem ser encontrados.
104
Figura 2.28 Vários pedaços de tubos de choque com detonadores não elétricos e
conectores, em substituição ao cordel detonante.
2.12.1.5 Detonador
106
detonador. Dentre estes se incluía Moses Shaw de Nova Iorque e Dr. Robert Hare da
Filadélfia, o inventor da primeira máquina explosiva para o propósito expresso de iniciar
suas recém desenvolvidas "espoletas". Ele chamou esta máquina, o "deflagrador".
Dr. Hare desenvolveu um detonador (menos o alto explosivos) que
trabalhava com o mesmo princípio do detonador modern, i.e., usando uma resistência
incandescente. Ele usou uma seção de fio feita de muitos fios torcidos em um único
filament e fabricou uma ponte ao cortar todos, menos um, dos fios no local da ponte. O
fio foi suspenso em uma cápsula de metal entre duas rolhas de madeira, com a
resistência dentro de uma das rolhas e em contato com a mistura para iniciar que era
muito sensível ao calor. Entre as duas rolhas havia pólvora negra ensacada. Quando a
energia elétrica foi aplicada ao fio, a resistência ficou ―vermelha incandescente‖ em
razaõ do fluxo da corrente. O fio quente iniciou a mistura, causando a explosão da
pólvora negra. Novamente, este é o element essencial do detonador moderno.
Alfred Nobel desenvolveu o primeiro detonador ―de verdade‖. Ele tentou
intensificar os iniciadores da pólvora negra ao adicionar várias quantidades de
nitroglicerina, mas estes esforços falharam. Em seu processo de desenvolvimento, ele
procurou um explosivo para substituir a pólvora negra. Ele descobriu que o fulminato de
mercúrio atendia bem a seus propósitos. O fulminato de mercúrio já era bem conhecido
como um explosivo primário em cápsulas de percussão usadas em canhões e
pequenas armas. Ele era facilamente iniciado pelo calor, impacto e atrito e produzia
uma explosão muito ponderosa. Ao projetar seu detonador, Nobel criou a primeira
espoleta ao colocar fulminato de mercúrio em um recipiente metálico blindado de
estanho com uma extremidade aberta; ele a selou com uma membrana de papel,
deixando espaço na extremidade aberta para um pedaço de estopim. Os testes
conduzidos foram completamente bem sucedidos e com a introdução de sua dinamite,
chamada de Pó de Segurança de Nobel, ele foi capaz de oferecer um meio de iniciação
testado e seguro. Nobel patenteou seu detonador em 1867; estes detonadores eram
cápsulas cilíndricas em cobre com aproximadamente 0,6 cm de diâmetro e com
comprimento longo o bastante para conter fulminato de mercúrio suficiente para detonar
dinamite. A atual indústria de explosivos está baseada na descoberta de Nobel do
detonador e dinamite.
Existem cinco tipos de detonadores que serão abordados em detalhes.
Estes são as espoletas, os tubos de choque e os detonadores explosivos elétricos,
eletrônicos e bridgewire.
2.12.1.6 Espoletas
As espoletas modernas ou detonadores não elétricos consistem de uma
cápsula de alumínio, cobre ou bronze, finos, com aproximadamente 0,74 cm de
diâmetro e 6 cm de comprimento, aberta em uma das extremidades para acomodar a
introdução do estopim em seu interior. A cápsula é carregada com dois ou três tipos de
pólvora. Nos detonadores contendo dois tipos de explosivos, a carga gase (PETN ou
107
RDX) é prensada no fundo da cápsula, com a pólvora de ignição (explosivo primário
consisitindo de azida de chumbo ou estifanato de chumbo, entre outros) prensada na
parte superior da carga base. Como detalhado anteriormente, depois da inserção e
fixação do estopim de segurança, o estopim é aceso e queima em toda sua extensão
para iniciar a pólvora de ignição. Esta pólvora, sendo um explosivo primário, segue pela
transição de uma deflagração para detonação (DDT) para passar uma onda de
detonação para a carga base. A carga base em troca detona, rompendo a cápsula de
metal e iniciando a carga principal explosiva. Com detonadores contendo três tipos de
pólvora, uma pólvora pirotécnica de ignição é utilizada para iniciar o explosivo primário,
que então inicia a carga base. Esta disposição é típica das espoletas militares
americanas. Depois da detonação, e dependendo da quantidade da carga principal
explosiva utilizada, alguns restos fragmentados do detonator podem ser encontrados no
cenário. Nos EUA, os detonadores comerciais, mas não os militares, precisam ter um
alerta impresso em dois idiomas na cápsula do detonador: "BLASTING CAP
EXPLOSIVE - EXPLOSIF DETONATEUR DANGER", que significa - ESPOLETA
EXPLOSIVA - PERIGO DE DETONAÇÃO - O estilo bilíngue é devido à distribuição de
produtos explosivos entre os EUA e Canada. Todas as espoletas são instantâneas em
suas ações, sem retard embutido entre a iniciação da pólvora de ignição e a carga
base. Tubo de choque e espoletas elétricas podem ter retardos; isto será detalhado
mais à frente (Figura 2.29).
Detonadores de Retardo
Em 1895, H. Julius Smith produziu uma grande inovação no projeto de espoletas
elétricas: um detonator com um breve intervalo de retardo entre a iniciação do
elemento de iniciação e a detonação da carga base. Pequenos pedaços de
espopim foram inseridos entre a carga de ignição de pólvora negra e a carga
base de alto explosivo primário, o que permitiu a produção de uma variedade de
detonadores com uma faixa de retardos mais previsíveis. Até a introdução do
detonador de retardo, todas as espoletas eram feitas com o uso de detonadores
instantâneos, os quais disparavam todos de uma vez e toda a carga de
sobrecarga era induzida de uma só vez com um grande disparo. Com espoletas
de retardo, podia ser feito mais trabalho em um período de tempo menor, usando
menos explosivos e com quantidades menores de explosivos sendo iniciadas de
uma vez. Ao incorporar técnicas de explolsão com retardo a vibração do solo é
reduzida, bem como as ocasiões em que pedras voando e danos colaterais são
causados pelo uso de muitos explosivos.
108
Figura 2.29 Detonator não elétrico e estopim. Note a crimpagem dupla no segundo detonador,
para fixação do estopim.
25 milisegundos (ms), com uma faixa de 25 ms até 8000 ms, ou 8 seconds. Estes
detonadores são inseridos em cápsulas de alumínio de vários tamanhos
(aproximadamente 0,74 cm em diâmetro e de 6 cm a 10 cm de comprimento) para
acomodarem vários retardos. Eles possuem vários componentes não encontrados nas
espoletas. Alguns destes componentes são tubo de choque, tampão de fechamento,
etiqueta de identificação, etiqueta com o tempo ou período de retardo, pinos e em
alguns detonadores, cápsulas de percussão interna. Todos os detonadores tubo de
choque têm uma carga base PETN ou RDX (sendo que o PETN é o mais comum) e a
carga primária, usualmente consistindo de azida de chumbo ou diazo. Em alguns
destes detonadores, a carga de ignição é a carga primária, uma vez que nenhum
material pirotécnico adicional é usado para iniciar o explosive primário. E detonadores
instantâneos, o choque é transmitido pelo tubo de choque para iniciar a carga primária,
que dispara a carga base. Em detonadores de retardo, o choque inicia a mistura
pirotécnica no tubo de retardo dentro do detonador que, em troca, queima com um
retardo predeterminado para iniciar a carga primária para disparar a carga base.
Entretanto, ao invés de contar apenas com o choque do tubo de choque para iniciar a
carga primária ou elemento de retardo, alguns detonadores tubo de choque empregam
um iniciador de percussão que é disparado por um pino tipo bigorna. Essencialmente,
109
o choque do tubo força a bigorna no iniciador de percussão, que dispara, para iniciar o
elemento de retardo ou o explosivo primário.
Figura 2.30 Um detonador tubo de choque crimpado ao tubo de choque azul. Note a
crimpagem e o tampão preto de fechamento.
110
Figura 2.31 Um corte de um detonador tubo de choque. (Diagrama cortesia da Austin Powder
Company, Cleveland, OH.)
111
Figura 2.32 Uma espoleta elétrica. Note os fios, a torção e as etiquetas azuis de retardo e
alerta.
remoto, passa pelos fios, a alta resistência bridgewire aquece muito rapidamente para
acender o material de ignição dentro da espoleta. A disposição interna (material de
ignição, carga primária, elemento de retardo – se usado, e a carga base) da espoleta
elétrica é essencialmente a mesma do detonador tubo de choque. Um aviso de alerta:
"BLASTING CAP EXPLOSIVE - EXPLOSIF DETONATEUR DANGER", que significa -
ESPOLETA EXPLOSIVA - PERIGO DE DETONAÇÃO está presente em cada cápsula
de espoleta, exceto nas espoletas milirates americanas, que as identifica como um
produto explosivo (Figura 2.32).
112
Figura 2.33 Vários tipos de torções, específicas de um fabricante, usadas em espoletas
elétricas.
113
Figura 2.34 Tampões de fechamento usados para selar a espoleta elétrica contra a umidade.
Na ponta dos fios, no centro da foto, há um iniciador bridgewire (resistência). Para a direita há
um iniciador fósforo elétrico para ignição da mistura ou explosivo primário.
114
Figura 2.36 Um corte de uma espoleta de retardo. (Diagrama – cortesia da Austin Powder
Company, Cleveland, OH.)
115
fio. Eles são encaixados em uma cápsula cilíndrica de metal (menor do que a de uma
espoleta) que mais parece ser um componente eletrônico. EBW‘s não contêm
explosivos primários, uma vez qua energia elétrica vaporiza a resistência e causa uma
explosão com suficiente energia para iniciar os explosivos secundários PETN e RDX.
Em razão da falta de um explosivo primário, tal como a azida de chumbo, e a
necessidade de alta energia para iniciação, os EBW‘s são inerentemente mais seguros
do que os detonadores "comuns".
2.12.1.11 Rojões
Rudolf Meyer em seu livro Explosives define rojões como "pequenos
artefatos explosivos, similar a um detonador em aparência, mas carregados com baixo
explosivo, de forma que produzem principalmente calor (flash). Normalmente iniciados
eletricamente para iniciar a ação de artefatos pirotécnicos e propelentes de foguete".
Rojões são frequentemente usados para iniciar fogos de artifício comerciais em
situações que requerem precisão de tempo na iniciação de propelentes ou baixo
explosivos ou onde as considerações com a segurança não permitem o uso do estopim.
Similar às espoletas, os rojões têm pontas de fios, usualmente de cobre, e são isolados
com um plástico isolante que provê flexibilidade e resistência contra abrasão, que entra
na cápsula de alumínio, cobre ou bronze, através de um tampão de fechamento e é
crimpado (fixado) no lugar; isto termina na bridgewire (resistência). Rojões
normalemente possuem pequenos furos fechados com discos rupturáveis perto da
ponta da cápsula de metal. Em essência, os rojões se parecem com miniaturas de
espoletas. Os rojões não podem ser usados para iniciar alto explosivos uma vez que
produzem uma rajada curta de chama ou calor e não uma onda de detonação. Embora
não usados frequentemente, os rojões foram utilizados para iniciar a carga principal
com baixo explosivo em artefatos improvisados.
Dependendo do tipo de uso improvisado e da quantidade de baixo
explosivos iniciados, depois da iniciação os rojões tendem a se fragmentar, como as
espoletas fazem. Portanto, um rojão relativamente intacto não pode ser recuperado do
cenário.
Atlas Powder Company, Austin Powder Company, Ensign Bickford Company, Hercules Powder
Company, and Dyno Nobel, product information data sheets and product handbooks.
Austin Powder Company, Austin Blasters Seminar Handbook, Cleveland, OH.
Beverage, Alexander, Ed., Forensic Investigation of Explosions, Taylor & Francis, Levittown, PA,
1998.
Brucker, Ernest, Blasting Cap Recognition and Identification Manual, International Association of
Chiefs of Police, Gaithersburg, MD, 1973.
Cooper, Paul, Explosivos Engineering, Wiley-VCH, New York, 1996.
Cooper, Paul and Kurpwski, Stanley, R., Introduction to the Technology of Explosives, Wiley-
VCH, New York, 1996
Davis, Tenney, The Chemistry of Powder and Explosives, Angriff Press
E.I. Du Pont de Nemours & Co. (Inc.), Explosives Department, Explosives Development and
Use, 7-8, Wilmington, DE, May 1969.
E.I. Du Pont de Nemours & Co. (Inc.), Blasters' Handbook, 16th ed., Wilmington, DE, 1980.
FBI Bomb Data Center, Introduction to Explosives, United States Department of Justice,
Washington, D.C.
Fant, Kenne, Alfred Nobel - A Biography, Arcade Publishing, New York, 1991.
Fire Prevention and Engineering Bureau of Texas, Dallas, and The National Board of Fire
Underwriters, Report on the Texas City, Texas, Disaster, New York.
119
Gibbs, Terry, R. and Popolato, Alphonso, Eds., LASL Explosive Property Data, Los Alamos
Series on Dynamic Material Properties, University of California Press, Berkeley, CA,
1980.
Hopler, Robert, B., Ammonium Nitrate/Fuel Oil Blasting Agents: Background of Development,
Manufacture, and Use
International Society of Explosives Engineers, Blasters' Handbook, 17th Edition, Cleveland, OH,
1998.
International Society of Explosives Engineers, Explosives Product Guide, Cleveland,OH.
Kennedy, Patrick, M. and John, A., Explosion Investigation and Analysis, Kennedy on
Explosions, Investigations Institute, 1990.
Köhler, Josef and Meyer, Rudolph, Explosivos, 4th (revised and extended) ed., VCH, Weinheim,
Germany, 1993.
Mowbray, George, M. and publisher, Tri-Nitro-Glycerin, as Applied in the Hoosac Tunnel, 3rd
ed., 1874.
Newhouser, C.R., Introduction to Explosives, The National Bomb Data Center, United States
Department of Justice, Washington, D.C.
Thurman, James, T., Development of Blasting Caps in the United States, research paper, 1981.
U.S. Department of the Army, Army Munição Data Sheets for Demolition Materials, TM 43-0001-
38, Washington, D.C., 1981.
U.S. Department of the Army, Military Explosives, TM 9-1300-214 to 11A-1-34, Washington,
D.C., 1967.
U.S. Department of the Army, Explosives and Demolitions, FM 5-250, Washington, D.C., 1992.
Van Gelder, Arthur Pine, and Hugo Schlatter, History of the Explosivos Industry in America,
Columbia University Press, New York, 1927.
120
3. Componentes de Artefatos
Explosivos Improvisados
- Identificação Pré e Pós-
Explosão
3.1 Introdução
122
3.2 Artefatos Explosivos Improvisados (AEI’s)
A ingenuidade do construtor
A habilidade do construtor
Acesso a componentes não-explosivos
Acesso a explosivos
123
funcione. Essencialmente, a habilidade, ou a falta dela, se refere ao uso da mão de
alguém para juntar os vários componentes para construir a bomba. Isto pode envolver o
uso de vários tipos de ferramentas e técnicas de construção, tanto simples como
avançadas, que algumas pessoas simplesmente não possuem. Com relação à
investigação acerca da construção de um AEI, os investigadores podem querer uma
opinião definitiva quanto ao nível de competência ou sofisticação observado na
construção do artefato. Essencialmente, poderia uma pessoa aparentemente com
hablilidades limitadas ter construído este artefato "avançado"? Esta é uma pergunta
extremamente difícil de se responder completamente e depende do nível de
sofisticação do artefato e as habilidades demonstradas, ou a falta delas, pelo indivíduo.
É muito mais fácil dizer que é possível que uma pessoa com expressive ingenuidade e
habilidades de construção disfarce estas habilidades ao construir um artefato muito
simples.
124
Como previamente declarado, AEI‘s possuem dois componentes muito
básicos, a carga principal explosiva e o sistema detonador. A carga principal, seja com
baixo ou alto explosivo, pode ser combinada com outros materiais para criar um artefato
mais letal. Dentre estes incluem um material incendiário para criar um artefato
explosivo–incendiário, ou materiais químicos, biológicos ou nucleares para produção de
uma arma de destruição em massa. Embora a maioria dos AEI‘s não seja considerada
como armas de destruição em massa, tem havido um tendência crescente de veículos
carregados com grandes quantidades de explosivos até seus alvos, portanto, criando
armas de destruição em massa. Estes artefatos explosivos improvisados em grandes
veículos (AEIGV‘s) têm sido usados em vários ataques com caminhões-bomba: na
Inglaterra durante as décadas de 80 e 90, na Irlanda do Norte, e nos ataques ao
acampamento dos fuzileiros navais e ao complexo militar francês em 1983 em Beirute,
no Líbano, além dos ataques à Embaixada dos EUA em 1983 e 1984, nos ataques à
Embaixada dos EUA no Quênia e na Tanzânia em 1998, no primeiro ataque ao World
Trade Center em 1993 e no ataque ao Edifício Federal Alfred Murrah na Cidade de
Oklahoma no dia 19 de abril de 1995. A lista poderia seguir e seguir.
Efeitos Primários
• Explosivo
Explosão
Explosão com fragmentação
Carga moldada
Carga Claymore
Carga prato
• Explosivo-Incendiário
• Incendiário
Figura 3.1 Um artefato explosivo cujo efeito primário é somente a explosão, um cartucho de
dinamite e um estopim.
126
Artefatos explosivos com fragmentos podem ser construídos com alto ou
baixo explosivos e podem usar um invólucro de capa dura, tais como um tubo de metal
ou outro invólucro apropriado, ou ter estilhaços de metais fragmentados adicionados ou
em volta da carga explosiva principal. Estes tipos de AEIs usam o explosivo para
arremessar fragmentos produzindo e estilhaços através do cenário. Uma palavra de
cautela ao se fazer uma afirmação absoluta de que o artefato era "destinado" a produzir
vítimas a partir da fragmentação: pode parecer ser uma conclusão muito lógica que o
construtor de uma bomba que coloque uma carga com alto explosivo dentro de uma
bomba tubo pretende produzir vítimas com a fragmentação da bomba. Sim, este é o
resultado, porém o construtor pode ter usado o tubo para conter os vários componentes
do sistema detonador ligados uns aos outros para garantir que eles não fossem
desconectados antes da bomba detonar. Por outro lado, a adição de estilhaços, por
exemplo, pregos, fixados no lado externo da bomba tubo ou a um cartucho de alto
explosivos, é altamente sugestivo da intenção e tipo de artefato (Figura 3.2).
Figura 3.2 Um artefato para produzir o efeito de explosão com fragmentação e uma bomba
tubo com pregos.
127
lugar, o buraco, seja redondo ou linear, está presente no/através do alvo? Isto não é
para sugerir que um grande buraco na parede lateral de um edifício bancário tenha sido
possivelmente causado por uma carga moldada. Não! Cargas moldadas improvisadas
tendem a ser bem pequenas, usualmente com menos de 15 cm de diâmetro, com a
maioria sendo de 5 cm ou 7,5 cm, ou menos que isso. Entretanto, um tipo de efeito
explosivo, similar ao da carga moldada tradicional, precisa ser esclarecido neste ponto.
Especificamente, a disposição de explosivos em um padrão, usualmente um
semicírculo, pode produzir um efeito explosivo intensificado no alvo. Esta disposião de
explosivos feita por Timothy McVeigh em sua construção do pesado veículo bomba que
destruiu o Edifício Federal Murrah foi detalhada no The American Terrorist.
Adicionalmente, os danos ao USS Cole feitos pelo atentado suicida em 12 de outubro
de 2000, em Aden, Iêmen, podem ter sido aumetnados pela disposição dos explosivos
em uma configuração de carga moldada. Nestes tipos de incidentes, não são
necessários muitos invólucros moldados.
Uma carga Claymore, como detalhada no primeiro capítulo, usa energia
explosiva para arremessar estilhaços em uma direção primária. Ela é similar ao efeito
da explosão com fragmentação, mas com a exceção do efeito direcional dos
fragmentos. Os materiais resultantes da construção deste tipo de artefato, junto com o
sistema detonador, logicamente incluiriam algum tipo de invólucro para conter os
explosivos e os estilhaços. A maioria dos artefatos deste tipo emprega alto explosivos
ao invés de baixo explosivos (Figura 1.17 do Capítulo 1).
Embora raramente utilizados, artefatos improvisados com carga prato têm
sido utilizados para atacar veículos, especialmente os blindados. A detonação de uma
carga de alto explosivo arremessa um disco ou prato de metal metal em diração ao
alvo, resultando em um buraco, similar ao tamanho do prato, no ou através do alvo. Se
o prato de metal for feito com material fraco, o prato pode fragmentar ao lado da
explosão e criar um efeito Claymore ou quando atingir o alvo propiciará pouca ou
nenhuma penetração. Dentre os componentes recuperáveis podem estar o sistema
detonador e o invólucro usado para conter o artefato e/ou uma plataforma de suporte na
qual o artefato foi apontado em direção ao alvo (Figura 1.18 do Capítulo 1).
O artefato explosivo-incendiário, além dos danos da explosão e da
fragmentação, utiliza uma carga explosivao para iniciar um material incendiário
incorporado dentro do artefato. O material incendiário normalmente produz uma grande
bola de fogo, e por esta razão um efeito incendiário potencializado no alvo. Este tipo de
artefato pode consistir de quase qualquer tipo de recipiente que acomode um produto
acelerador, usualmente, mas nem sempre, gasolina, junto com a carga principal
explosiva, de baixo ou alto explosivo (Figura 3.3).
Artefatos incendiários, os quais podem ou não explodir pela inciciação do
produto acelerador, não contêm explosivos, mas consistem de um recipiente com um
produto acelerador e um sistema detonador. O sistema detonador pode ser tão simples
como um pavio,
128
Figura 3.3 Um artefato com efeito explosivo-Incendiário, uma bomba tubo, e um botijãozinho de
gás de fogão de acampamento com combustível propano.
que é acendido antes de ser lançado, ou pode ser uma reação de ignição espontânea,
hipergólica, de dois materiais colocados em contato entre si.
129
Aparência de um AEI
Aberto
Fechado
Combinação
Figura 3.4 O recipiente exerno de um AEI pode incluir o uso de quase qualquer coisa: caixa de
ferramentas, mochila, pasta executiva, tubos de plástico e de metal, latas, bolsas térmicas e
caixa de papelão.
130
recuperáveis do cenário de um ataque. Especificamente, caso um cartucho de
explosivos com estopim e detonador for usado em um atentado, os componentes mais
reconhecíveis restantes no cenário depois da detonação serão normalmente pedaços
fragmentados do estopim. Entretanto, adicione uma mochila e materiais adicionais
estarão presentes no cenário - os fragmentos da mochila. Se o investigador falha ao
considerar ou reconhecer porque existem fragmentos de nylon no cenário, então um
importante item de evidência pode ser deixado para trás. Por que? Considere o valor da
pista de ter uma testemunha capaz de identificar que tipo e cor de mochila estava
sendo carregada para dentro do alvo por um possível suspeito pouco antes da
explosão. O entendimento de que um componente de um artefato pode ser seu
invólucro/recipiente externo, tal qual que tenha permitido que a bomba fosse colocada
dentro do alvo, é muito importante para o investigador. Também, considere a carta
bomba enviada pelo correio. Como que aquela bomba entrou em cena na residência?
Ou foi levada para dentro da residência pelo agressor ou inadvertidamente pela vítima.
Se os investigadores desconsiderarem a embalagem fragmentada e a caixa de papel
corrugado no cenário porque não entendem como que o artefato chegou ao seu
destino, eles também negarão evidências extremamente valiosas para a investigação,
especificamente: de onde a caixa foi enviada, possíveis impressões digitais no papel,
escritas manuscritas ou datilografadas do endereço, e por aí vai. Consequentemente, a
aparência de um AEI e o uso de um recipiente/invólucro levam à identificação e
descrição da primeira série de seus componentes.
Iniciadores
Invólucros/recipientes
Componentes elétricos
Mechanismos de cronometragem
Fragmentação - estilhaços
Adesivos
131
Fita
Madeira
Papel
Prendedores
Fiação não-elétrica
3.2.5.1 Iniciadores
Como previamente detalhado no Capítulo 2, um iniciador para a carga
principal explosiva pode incluier uma varieade de dispositivos que são usados comum
sistema detonador mecânico ou elétrico. Estes incluem o estopim de segurança, o
hobby, ou de canhão; fósforo elétrico, cordel detonante; detonadores elétricos, tudo de
choque ou eletrônicos; rojões e iniciadores improvisados.
No que tange a recuperação de restos de estopim queimado depois de
uma explosão, os pedaços fragmentados do estopim de segurança geralmente são
recuperados, mas não do estopim hobby ou de canhão. Como você deve lembrar, o
estopim de segurança queima internamente e não se consome, enquanto que o
estopim de canhão ou hobby queima externamente e normalmente se consome
deixando pouco, se houver algum, material de sua construção no cenário. Entretanto,
marcas da queima do estopim hobby ou do estopim de segurança, podem estar
facilmente evidentes no cenário. Estas marcas de queima são tipicamente em
marteriais nos quais o estopim estava apoiado quando estava queimando (Figura 3.5 e
Figura 3.6). Os restos da espoleta elétrica, do tubo de choque ou do eletrônico, bem
como os do fósforo elétrico e to rojão, podem ser, dependendo da quantidade de
explosivos usados, recuperados do cenário de bomba. De fato, os retos destes
iniciadores são encontrados mais frequentemente do que não. A Figura 3.8 mostra
restos fragmentados de detonadores recuperados de uma cena de bomba. Ainda, como
o tubo de choque não se destrói quando iniciado, o investigador deve esperar os restos
fragmentados do tubo de choque na e em volta do cenário de bomba.
Com exceção dos resíduos do explosivo, os materias de fabricação do
cordel detonante são raramente encontrados no cenário pós-bomba. Entretanto, há
uma notável exceção. Se o mesmo foi detonado em uma superfície dura, tal como
metal, piso cerâmico ou concreto, é possível observar a marca da fibra têxtil trançada
do cordel detonante na superfície dura. Isto ocorreu em uma investigação na qual o tipo
específico de cordel detonante foi determinado através de sua marca deixada no piso
cerâmico. Obviamente, isto não seria possível com cordéias detonantes que possuem
um revestimento plástico liso.
3.2.5.2 Invólucros/recipientes
Um invólucro pode ou não ser utilizado na construção de um AEI, embora
muitos os utilizem de uma forma ou de outra. Para tanto, dentre as razões para se ter
132
Figura 3.5 Um pedaço de estopim de segurança queimado com uma espoleta comercial
recuperado depois de uma explosão.
Figura 3.6 Os restos queimados do estopim hobby. Normalmente não se encontram fragmentos
de sua construção depois do uso. Entretanto, note as marcas da queima no concreto, que
podem ser indicatives de seu uso.
133
Figura 3.7 Restos fragmentados de espoletas recuperados depois de suas detonações.
Perceba que não sobram somente os fios, mas a crimpagem, os tampões de fechamento e
alguns componentes internos.
134
O atentado ao Olympic Park apresenta outro aspecto: o uso de
recipientes/invólucros. Os recipientes podem, e têm sido usados, em duas
circunstâncias, interna e externa. A mochila foi usada como um invólucro externo para
transportar a bomba para dentro do parque. Dentro da mochila havia várias bombas
tubo carregadas com baixo explosivo. Estes tubos eram recipientes e também foram
usados para outro propósito, a saber, retenção da carga principal de baixo explosivo.
Como vimos no Capítulo 1, algum tipo de retenção é essencial para o baixo explosivo
explodir ou deflagrar. Neste caso, o uso de um tubo de metal contribuiu
significativamente para liberar fragmentos quando o artefato explodiu. Os
investigadores devem entender que os fragmentos resultantes da explosão de um AEI
podem prover evidência, que tem sua origem não em um, mas em dois tipos de
recipientes, cada um para um propósito. Especificamente, neste caso, a cena pós-
explosão apresentava fragmentos da mochila e das bombas tubo. Ambos os tipos de
evidência foram coletados e analisados, e levaram à conclusão de que os retalhos de
tecidos da mochila e dos fragmentos de metal originaram de mais de uma bomba tubo.
Como mencionado, existem muitos tipos e configurações de recipientes
internos e externos para AEI‘s. Como eles são usados é totalmente a critério da
discrição do fabricante da bomba. Estes incluem, porém não estão limitados aos: canos,
tubos e conexões; cilindros de propano; cilindros de CO2; latas metálicas e plásticas;
garrafas e jarras de vidro e plásticas; artilharia militar; veículos; roupas; mochilas e
sacolas; papel; caixas de plástico e de metal; e pastas executivas e malas de viagem. A
maioria destes recipientes é auto-explicativa. Entretanto, é necessária uma maior
explicação para alguns poucos destes itens Adicionalmente, o investigador não deve
perder de vista o fato de que um veículo é usado não somente como mecanismo de
trasnporte de um AEI, mas também para sua ocultação. Isto inclui a possível adição de
grandes tambores/barris de metal ou plástico dentro do veículo, como usado no ataque
ao Edifício Federal Murrah. McVeigh e Nichols usaram grandes tambores pláticos azuis
para conter os explosivos improvisados dentro do furgão para entregas.
135
De todos os recipientes normais para AEI‘s contendo baixo explosivos,
canos e tubos são os mais frequentemente usados. As razões são simples. Canos e
tubos, usualmente de metal, propiciam um receptáculo apropriado para baixo
explosivos para permitir que eles explodam. Em seugndo lugar, eles são baratos,
difíceis, mas não impossíveis de rastrear, e podem ser obtidos de várias fontes. Canos
e tubos não podem ser usados como receptáculos sem um componente extremamente
necessário, algum tipo de complemento para fechá-los, tal como um tampão. Os
tampões, bem como os outros tipos de complementos serão discutidos mais à frente,
mas primeiro, canos e tubos.
As definições técnicas/engenharia de um cano e de um tubo são
levemente diferentes, mas para todos os propósitos práticos neste capítulo, eles serão
sinônimos um do outro, isto é, um cilindro oco normalmente usado para conduzir
líquidos de um ponto a outro. Os canos são feitos a partir de uma variedade de
materiais, mas para uso como recipiente de um AEI e/ou carga principal explosiva,
somente três tipos são de interesse. Estes materiais são metal, papel e várias formas
de plástico. O cano de metal pode, por sua vez, ser construído com quatro tipos de
metal. Estes são aço, ferro fundido, cobre e alumínio. Outras variações de metal têm
sido usadas, mas elas são muito raras, por exemplo, bronze. Destes canos de metal, o
de aço é o mais usado em recipientes para carga explosiva principal com baixo
explosivo. Dependendo do tipo e quantidade de explosivos usados, o cano de aço irá
se fragmentar tanto em grandes pedaços como em pequenos fragmentos mortais de
aço (Figura 1.4 a Figura 1.7 do Capítulo 1).
As pesquisas têm mostrado que existe um relacionamento muito distinto
entre o tipo e quantidade de explosivos carregados em um pedaço de cano de metal
(aço) selado e os tipso de sistemas detonadores usados com a quantidade, tamanho e
forma dos fragmentos resultants da explosão de uma bomba tubo. Essencialmente,
quanto maior for a velocidade do explosivo, menores serão os fragmentos. Isto significa
que uma bomba tubo contendo pólvora negra como carga principal, iniciada com uma
espoleta ou pelo calor da chama de um fósforo elétrico, produzirá fragmentos que são
maiores do que a mesma bomba carregada com uma base dupla de pólvora sem
fumaça iniciada como carga principal, similarmente iniciada. Se a pólvora negra for
improvisada ao invés de ter origem em uma fonte comercial, então a maneira pela qual
ela é fabricada também deve ser levada em consideração uma vez que a mistura
improvisada pode ser menos que o ideal. Uma mistura menos que o ideal poderia
produzir fragmentos de cano até maiores, ou possivelmente um único grande fragment
de cano. Adicionalmente, alguns testes têm revelado que uma existe uma identificável
diferença nas características dos fragmentos de tubo entre a iniciação das bombas tubo
contendo os mesmos tipos de base dupla de pólvora sem fumaça, mas com diferentes
tipos de iniciadores. Especificamente, a bomba tubo iniciada com um fósforo elétrico
terá fragmentos maiores do que a bomba iniciada com um detonador. Acredita-se que
este efeito tenha origem na diferença entre os dois tipos de iniciadores. A espoleta tem
136
capacidade de impactar a nitroglicerina (NG) da pólvora base dupla provendo um nível
de velocidade mais alto do que pode ser alcançado pela iniciação com o fósforo elétrico
(Figura 1.5 e Figura 1.6 do Capítulo 1). Outros tipos de iniciadores com chamas
geralmente produzem os mesmos resultados do fósforo elétrico. Bombas tubo
carregadas com alto explosivos, tais como C-4, produzem fragmentos que são, em
contraste com explosivos de velocidade mais baixa, realmente muito pequenos.
É importante que o investigador seja capaz de reconhecer este efeito poris
ele pode propiciar uma pista investigativa inicial acerca do tipo de explosivo usado no
atentado. Especificamente, no caso de uma bomba tubo, é uma indicação de que um
baixo explosivo foi usado ao invés de um alto explosivo ou vice-versa, tudo a partir da
coleta e investigação superficial dos fragmentos de metal. Note que apenas o
laboratório forense pode prover uma determinação absoluta acerca do tipo de explosivo
usado. Qualquer inspeção dos materias recuperados do cenário pelo investigador deve
apenas ser utilizada para propósitos provisórios de comando e não tratada como fato.
Estas pistas iniciais são abordadas nas seções finais do Capítulo 4.
Adicionalmente, como o uso de um explosivo com velocidade mais alta
resulta em menores fragmentos do recipiente, assim também a força do material do
recipiente. Consequentemente, quanto mais forte for o recipiente, com algumas
exceções, menores serão os fragmentos.
Tubos de papel são extensivamente usados na fabricação clandestina de
bombas ilegais, referidas por muitos como "fogos de artifício". Esta designação
incorreta é o resultado de sua aparência. Estes artefatos são construídos com papelão
grosso espiral, muitos na cor vermelha, selados em cada extremidade e com um
pedaço de estopim hobby ou canhão saindo de uma delas, lembrando uma bombinha.
Entretanto, com a quantidade de baixo explosivo contida dentro deles, usualmente
pólvora de flash fotográfico, eles contêm energia explosiva suficiente para pelo menos
rachar a mão de uma pessoa. Desta forma, a Agência de Álcool, Tabaco e Armas de
Fogo (ATF), dependendo da quantidade de pólvora contida, normalmente classifica
estes itens como "artefatos destrutivos", i.e., uma bomba. Quando estes artefatos
explodem, fragmentos de papelão grosso podem ser normalmente encontrados pela
cena, o que nos dá uma evidência da natureza do artefato: uma bomba que tem um
tubo de papel como seu invólucro (Figura 3.8).
Fragmentos de tubos plásticos muito similares aos tubos de metal
propiciam muitos fragmentos para o investigador recuperar do cenário. Entretanto, se
for usada uma carga principal explosiva com um baixo explosivo ao invés de um alto
explosivo, os fragmentos serão relativamente maiores do que com o uso de um
invólucro de tubo de metal. Como previamente mencionado, isto é normalmente em
resultado das diferenças de força/resistência entre alguns tipos de recipientes de metal
e plástico (Figura 3.9).
Para que um cano ou tubo seja efetivamente usado como invólucro de
uma carga princiap com baixo explosivo harge, ele deve ser efetivamente fechado não
137
Figura 3.8 Tubo de papel fragmentado, característico de artefatos tipo ―fogos de
artifício‖.
138
Figura 3.9 Restos fragmentados de um cano de plástico que continha 230 g de dinamite.
somente para impedir que os explosivos derramem do recipiente, mas também para
permitir a formação da pressão para a explosão. A maioria das bombas tubo usa um
tampão para este propósito. Em alguns AEI‘s foi descoberto que os recipientes eram
uma combinação de conexões sem qualquer pedaço de cano. Estas conexões incluem:
tampão, T, cotovelo, redutor, luva e bujão, que soam mais com partes da anatomia
humana do que com componentes para encanamento. Tecnicamente, alguém pode se
referir a um pequeno pedaço de cano como um "niple‖, um tipo de componente.
Entretanto, para nossos propósitos um niple é apenas um pequeno pedaço de cano e
não um componente (Figura 3.10).
139
Figura 3.10 Tipos de conexões de cano (de cima, da esquerda para a direita): tampão com um
furo, redutor, conector T, luva, cotovelo e bujão.
Investigações têm mostrado que não é tão difícil determinar que um componente tenha
ou não tenha sido utilizado com o cano, embora, dependendo do tipo de conexão
usada, pode ser mais difícil determinar exatamente que tipo, e quantas, foram usadas.
O nome e aparência propiciam uma indicação do uso do complemento. O tampão é
usado para rosquear nas extremidades externas de um pedaço de cano, o T une três
pedaços de canos, uma luva junta dois pedaços de cano, um cotovelo junta dois
pedaços de cano e muda a direção, um redutor junta dois pedaços de diâmetros
diferentes, e um bujão sela um pedaço de cano com roscas internas. A maioria dos
complementos tem indicação da marca do fabricante, do tamanho do cano para ser
usado com o complemento e do país onde foi fabricado.
140
Figura 3.11 Um cilindro fragmentado de propano que não foi usado como recipiente para uma
carga explosiva. Com base em que o mesmo está curvado para dentro, as forças explosivas se
originaram do lado de fora do cilindro.
141
Figura 3.12 Cilindros de CO2, comumente usados para conter baixo explosivos.
foram utilizados mais de 4000 libras (1.814 Kg) de alto explosivos como a carga
principal, quantidades suficientes de fragmentos dos tambores que continham os
explosivos foram recuperadas para permitir uma identificação daqueles recipientes:
barris de plástico azul.
142
Figura 3.13 Recipiente de plástico fragmentado qeu continha 4 onças (113,4 g) de emulsão
explosiva. Note as diferentes cores de plástico que foram recuperadas e que ajudaram a fazer
uma associação com o recipiente intacto.
externo foi identificado. Não deve ser superenfatizado que fragmentos identificáveis do
recipiente sobrevivem à explosão, mesmo que a carga principal explosiva possa ter
consistido de uma grande quantidade de alto explosivos ou possa ter sido colocada no
compartimento de carga de uma aeronave a 31.000 pés quando a bomba detonou.
Exemplo característico: fragmentos identificáveis não apenas de uma mala, mas
também do recipiente interno que continha a bomba foram recuperados depois do
atentado ao voo 103 da Pan American, sobre Lockerbie, na Escócia, no dia 21 de
dezembro de 1988. Os fragmentos estavam espalhados por 845 milhas quadradas de
zona rural escocesa e inglesa, de fato, por todo o caminho desde o nordesde de
Lockerbie, até o Canal Inglês. Depois de uma intensiva busca no solo por fragmentos
da explosão, foram recuperadas suficientes quantidades da mala que continha a bomba
para permitir a conclusão não somente de que era uma mala fabricada pela Samsonite,
mas que a partir do mecanismo de tranca recuperado, que a mesma não foi fabricada
para o mercado americano, mas para o mercado externo. Mas isto não é tudo. Um
fragmento do recipiente interno da bomba foi recuperado para permitir a inquestionável
conclusão de que o recipiente interno era um rádio Toshiba BomBeat, Modelo RT-SF
16. Então, sim, materiais podem ser encontrados. O investigador deve ter a
determinação para encontrá-los.
143
Roupas podem ser usadas para esconder um AEI, especialmente aqueles
sendo levados por um suicida até o alvo. Isto é mencionado aqui apenas para ressaltar
que uma ―vítima‖ ferida ou morta pode estar escondendo um artefato explosivo
secundário destinado a detonar na chegada dos socorristas e investigadores. Deve ser
exercida extrema cautela envolta das pessoas que podem ter se ferido ou morreram em
consequência de uma explosão. Em alguns casos, a situação ou eventos adjacentes à
explosão podem ser uma indicação da possibilidade de um ataque suicida secundário.
Adicionalmente, se a roupa originou do suicida ou das vítimas, ela deve ser coletada e
enviada ao laboratório para examinação forense. A roupa pode conter minúsculos
fragmentos do artefato ou resíduos da carga principal explosiva. Esta roupa pode estar
caída no cenário ou pode ter sido levada com a vítima para a sala de emergência.
Como detalhado no Capítulo 4, é responsabildiade do investigador encontrar esta roupa
antes que ela seja descartada.
De todos os recipientes utilizados na fabricação de um AEI, o veículo pode
apresentar os mais difíceis desafios concernentes não só quanto à impedir que o
artefato detone, mas também no resultado da explosão. As razões são simples.
Veículos, especialmente grandes caminhões, podem transportar toneladas de
explosivos, explosivos suficientes que quando detonados, seus impactos podem ser
detectados por sismógrafos a milhares de quilômetros de distância. O ataque ao quartel
dos fuzileiros navais no Aeroporto de Beirute em 1983, que matou mais de 240
fuzileiros e feriu centenas, foi o resultado de uma detonação de mais de 12.000 libras
(aprox, 4.500 Kg) de alto explosivos, para mencionar apenas um evento do significante
uso de grandes veículos em atentados durante os últimos 25 anos. Entretanto, a
investigação do cenário pode revelar resultados importantes. Especificamente, os
fragmentos de veículos podem apresentar o número de identificação do veículo (VIN)
ou chassi, que pode prover uma pista investigativa para identificar o proprietário ou
locatário do veículo. Na maioria dos atentados envolvendo um veículo, isto náo será
problema, porque o veículo não estará extensivamente fragmentado. Entretanto,
quando o veículo é usado pra carregar uma grande quantidade de explosivos, é difícil
de se estabelecer a propriedade. É aqui que partes e componentes do veículo oferecem
tremenda assistência ao investigador. Essencialmente, o nº do chassi é colocado em
várias partes dos veículos para auxiliar na investigação de roubos e furtos de veículos,
especialmente quando o veículo é cortado em partes, ou quando a plaqueta contendo o
nº do chassi (VIN) afixada no painel do veículo é removida e substituída por uma
plaqueta falsificada. Quando o veículo é extensivamente fragmentado em atentados de
larga escala, a plaqueta com o nº do chassi é difícil de ser localizada entre os entulhos.
Entretanto, as outras partes do veículo que contêm o número "confidencial" do chassi
(CVIN) normalmente sobrevivem à explosão e são muito mais fáceis de serem
encontradas no cenário pós-explosão. Este foi o caso do atentato ao World Trade
Center em 1993 e do atentado ao Edifício Federal Murrah. O CVIN foi localizado em
uma carcaça que fazia parte do veículo-bomba usado no ataque ao World Trade
144
Center, o que levou os investigadores ao local onde o veículo foi alugado. Quando o
locatário retornou no dia seguinte para resgatar seu depósito de dinheiro, ele foi preso.
Esta prisão levou a outros envolvidos no enredo, bem como à casa segura e à ―fábrida
da bomba‖ onde o artefato foi fabricado. O caminhão alugado da Ryder usado pra
conter os explosivos no ataque ao Edifício Federal Murrah em 1995 foi identificado
através do nº CVIN afixado no eixo traseiro, que foi arremessado a uma distância de
mais de dois quarteirões do cenário da explosão. A identificação do caminhão levou ao
locatário, Timothy McVeigh, e, por fim, à sua prisão e condenação pelo atentado.
Componentes Elétricos
Fio
Pilhas/baterias com seus suportes e conectores
Solda
Interruptores
145
Figura 3.14 Pedaços de diferentes tipos de condutores duplos ou fio "zip" com multifamentos
de fios de cobre.
Figura 3.15). O condutor é normalmente cobre, mas pode ser cobre estanhado (cobre
com um fino revetimento de estanho para proteger o fio da oxidação), ferro e ferro
estanhado, ou outros metais mais exóticos como o ouro. Os fios são revestidos com
material isolante claro ou colorido, o qual pode auxiliar para se estabelecer uma fonte
geral ou específica do tipo de fio que foi usado no ataque. Especificamente, um tipo de
fio referido como "fio de alto-falante" é marcado para ser usado em conexões dos alto-
falantes com o dispositivo de saída de som. Estes fios possuem um isolamento claro,
mas um condutor multifilamento é cobre e o outro é cobre estanhado (Figura 3.16).
Adicionalmente, os cabos da espoleta elétrica (condutor duplo/fio rígido) são
codificados por cores, que podem ser associados a um específico fabricante de
espoleta e series de espoletas. Fios usados na iluminação elétrica normalmente são
dois condutores de multifilamentos da mesma cor e podem ser referidos como "fio zip".
O tipo de fio para telefone pode consistir de muitos "pares" de fios rígidos dentro do
revestimento do cabo. Dependendo do uso, as cores do material isolante podem ser
sólidas ou multicoloridas (Figura 3.17).
146
Figura 3.15 Pedaços de fio condutor rígido com um único filamento de cobre (unifilar).
Figura 3.17 Cabo de telefone contendo muitos pares de isolamento multicolorido cobrindo um
fio rígido (unifilamentar) de cobre.
148
Figura 3.18 Baterias de célula seca de 1.5 V: uma na cor original, outra cujos componentes
fragmentados foram recuperados depois do uso de um AEI, e outra bateria desmontada
mostrando alguns componentes típicos da bateria de 1.5 V.
149
Figura 3.19 Baterias de 9-V: uma na condição original, outra cujos componentes fragmentados
foram recuperados depois de seu uso em um AEI, e mais outra desmontada mostrando alguns
dos componentes típicos da bateria de 9-V.
(caixa, células internas, polo central que se parece com um prego, molas e conectores)
destas baterias quando separados de suas cápsulas.
150
Figure 3.20 Baterias de 6-V de lanterna: uma na condição original, outra cujos componentes
fragmentados foram recuperados depois do uso em um AEI, e uma bateria desmontada
mostrando alguns componentes típicos da bateria de 6-V. Esta bateria contém 4 baterias D-cell
com funco chato não típico das baterias D-cell normais. Entretanto, algumas baterias de 6-V
contêm D-cells típicas de D-cells normais com depressão na extremidade positiva.
A solda é uma liga metálica que quando aquecida é usada para unir vários
componentes elétricos um ao outro. A solda é normalmente, entre outros usos, usada
para unir fios elétricos entre si ou a outros componentes elétricos.
151
Figura 3.21 O material preto na parede é característico do pó de carbono negro que se origina
da bateria fragmentada danificada na explosão de um AEI. A força da explosão fragmentou a
bateria, arremessando seu conteúdo por toda a área alvo, com parte do pó atingindo esta
parede. Isto pode ser equivocadamente confundido com resíduos de explosivos.
interruptor para permitir que a energia elétrica flua através do interruptor para os outros
componentes ou para o iniciador, por exemplo, um interruptor de parede usado para se
tornar um acessório. Um interruptor elétrico/eletrônico pode incorporar alguns tipos de
movimento real dentro de um ou mais de seus componentes, mas basicamente, a
conexão é feita através do circuito elétrico ou placa de circuito ou circuito integrado.
Interruptores mecânicos comerciais são feitos de metal, plástico e metal, ou plástico
com duas ou mais conexões com as quais se conecta ao fio elétrico. Estes
interruptores, especialmente os feitos somente de metal, e dependendo de sua
localização no artefato e da quantidade de explosivos, podem sobreviver à explosão de
um artefato (Figura 3.23 e Figura 3.24).
152
Figura 3.22 Suportes de bateria feitos em plástico preto, um em usa condição original e outro
cujos componentes fragmentados foram recuperados depois do uso em um AEI. Às vezes é
difícil de se determinar a origem do plástico preto uma vez que outros tipos de plástico preto
foram usados no artefato. Entretanto, os terminais de mola espiral geralmente propiciam uma
característica para identificação positiva.
153
Figura 3.23 Vários tipos de interruptores elétricos que podem ser usados na construção de uma
AEI tanto na condição original como desmontados. Na parte de cima, da esquerda para a
direita: microswitch, slide switch, relê, rocker switch, sensor de movimento, e relê.
154
Figura 3.24 Vários componentes elétricos. Na parte superior, da esquerda para a direita: clip
jacaré, pino e tomada de áudio, chips de circuito integrado, interruptor de pino e conectores de
pressão para bateria de 9-V.
155
Figura 3.25 Fragmento de uma placa de circuito recuperda dos destroços do voo 103 da Pan
American Airlines, depois da detonação de uma bomb dentro do compartimento de bagagem na
barriga da aeronave. Este fragmento de placa de circuito foi identificado com sendo parte do
cronômetro usado para detonar a bomba, foi rastreado até a fonte fabricante.
156
Figura 3.26 Um artefato explosivo por controle remoto. Note os componentes eletrônicos
acondicionados em um dos lados da caixa de madeira e a grande cavidade que acomodava os
explosivos.
157
Figura 3.27 Um telefone celular, e componentes relacionados, usado como controle remoto
para iniciação do sistema de uma bomba.
Se a caixa externa era de metal, estará mais intacta do que se fosse de plástico.
Adicionalmente, o plástico do estojo/caixa do relógio/cronômetro pode ser confundido
com outros tipos de plático originados do suporte da bateria e recipientes/invólucros
usados para conter o AEI (Figura 3.28 e Figura 3.29).
3.2.5.5 Fragmentação-Estilhaço
Fragmento é qualquer material que pode ser acrescentado ao AEI pelo
fabricante no esforço de aumentar seu potential em causar ferimentos danos à
propriedade. Desta forma, o fragmento pode incluir pregos de todos os tipos, porcas,
parafusos, arruelas, vidro, metal ou plástrico de qualquer tipo. A lista é infindável. Estes
materiais podem ser colocados do lado de fora da bomba, dentro do
recipiente/invólucro da bomba, ou acrescentados à carga principal explosiva. Os
fragmentos não devem ser confundidos com a fragmentação de materiais que eram
parte do AEI ou de materiais que eram parte do alvo e que foram fragmentados em
decorrência da explosão. Caso sejam incorporados fragmentos, isto é geralmente bem
aparente no início da investigação do cenário pós-explosão, uma vez que estes
materiais, dependendo da quantidade utilizada, podem estar presentes por toda a cena.
Isto é especialmente evidente na estrutura do local apresentando fragmentos que
ressaltam das paredes e outros materiais em volta da área alvo. Se a vítima era o alvo,
os estilhaços/fragmentos normalmente estão presentes no corpo.
158
Figura 3.28 Relógios mecânicos, um na condição original e outro cujos componentes
fragmentados foram recuperados depois de ser usado como cronômetro em um AEI. Além Da
caixa de metal do relógio, note os pequenos pedaços de plástico e as engrenagens de metal,
que foram recuperadas.
3.2.5.6 Adesivos
Muitos AEI‘s são construídos com vários tipos de adesivos. Estes são
tipicamente usados para fixar os diversos componentes uns aos outros de forma a
impedir o movimento e a desmontagem inadvertida da bomba. Adicionalmente, os
adesivos têm sido usados para insolar e fixar as conexões elétricas nos sistemas
detonadores elétricos. Dos vários usados, a cola quente, RTV (room temperature
vulcanizing – que se vulcaniza na temperatura ambiente), e o cimento de borracha são
os mais comuns.
3.2.5.7 Fita
159
Figura 3.29 Cronômetros e relógios típicos elétricos, alimentados tanto por corrente alternada
como corrente contínua, mecânicos e eletrônicos, que foram encontrados sendo usados como
mecanismos de cronometragem em AEI‘s.
3.2.5.8 Madeira
3.2.5.9 Papel
160
Figura 3.30 Fragmentos de metal de uma bomba tubo que mostram as marcas de estriamento
resultantes dos pregos que foram fixados no tubo antes da explosão.
3.2.5.10 Prendedores/grampos
161
danos decorrentes da explosão. Caso ocorra qualquer dúvida quanto a origem dos
prendedores, eles devem ser coletados, e aqueles notadamente reconhecidos por
serem originários do cenário também devem ser coletados e enviados ao laboratório
como "amostra conhecida" para propósitos de intercomparação. Refira-se ao Capítulo 4
para informação adicional relativa à coleta de amostras conhecidas.
168
Em conclusão, a avaliação dos eventos imediatamente antes e depois de
uma explosão, e em consideração ao local da explosão, ajudarão grandemente ao
investigador na determinação dos possíveis tipos de sistemas detonadores usados no
AEI. Esta estimativa não pode ser considerada absoluta, mas é usada para ajudar na
investigação do cenário e nos esforços para reconstruir os eventos adjacentes àquela
explosão. Como sempre, a melhor indicação no que tange ao tipo de sistema detonador
foi de fato utilizado está baseada na coleta dos componentes fragmentados e no exame
de laboratório.
As possibilidades de sistemas detonadores são bem diretas, como
previamente detalhadas: activo, passivo, e comandado. Esta determinação pode ser
feita de duas formas. Uma é a avaliação das circunstâncias do cenário como
previamente detalhadas e, a segunda, dos componentes fragmentados recuperados no
cenário. Deve ser notado que têm sido contruídos artefatos com mais de um tipo de
sistema. Por exemplo, um retardo de tempo pode ser usado para armar um artefato
passivo para que o fabricante da bomba e/ou agressor escape ou ajude materialmente
na construção do AEI. Artefatos também têm sido construídos com um interruptor ativo
para permitir a operação ou contínua operação do circuito de retardo de tempo.
Adicionalmente, outros artefatos têm sido fabricados com mais de um (de fato múltiplos)
mecanismo de armadilha não somente para garantir a eliminação do alvo, mas numa
tentativa de impedir uma bem sucedida desmontagem pelo pessoal de descarte de
bombas.
Se possível, a identificação de um possível sistema detonador estará
diretamente relacionada com os tipos de componentes ou possiblidades de
componentes, que podem ser recuperáveis quando usados na construção de um AEI. A
recuperação e identificação dos componentes fragmentados podem confirmar a
hipótese inicial do sistema detonador usado ou, alternativamente, a recuperação dos
componentes provê uma indicação, até então desconhecida, do sistema detonador. A
ampla seleção de possibilidades de componentes já foi previamente provida, mas pode
ser resumida da seguinte forma: 1) Um sistema detonador ativo terá algum tirpo de
mecanismo de cronometragem, seja um relógio, um cronômetro, estopim ou químicos.
2) O sistema passivo terá algum tipo de mecanismo ativado pela vítima. Estes incluem
interruptores elétricos ou mecânicos, fios esticados e/ou químicos. 3) O sistema por
comando AEICR empregará algum tipo de aparato para iniciação remota, que pode
incluir unidades de transmissor e receptor eletrônico, comando ou fio para puxar. O
sistema detonador por comando suicida normalmente é bem simples e consiste de um
interruptor elétrico e uma bateria/pilha.
Uma vez que os componentes usados no sistema detonador específico
foram de fato determinados através da recuperação, ou de serem determinadas
possibilidades de hipóteses do sistema detonador, a investigação pode ser focada na
coleta de itens específicos de evidência restantes no cenário. Isto não significa que a
investigação do cenário destina-se somente na busca destes itens específicos. Pelo
169
contrário, o que isto significa é que uma medida de certeza é obtida pelos
investigadores que procuram evidências quando eles sabem o que estão procurando e,
portanto, têm uma razoável expectative de encontrar tais itens. Quando os restos
fragmentados são recuperados e corroboram a um específico sistema detonador, então
a informação é aplicada aos dados gerais concernentes aos eventos tanto antes como
depois da explosão. Se a real coleta de evidência sustenta a hipótese original não
somente do que ocorreu, mas também de como ocorreu, então o resto da investigação
pode seguir o curso das linhas prévias de investigação. Entretanto, se a evidência não
dá suporte à hipótese original, então uma nova hipótese precisará ser formulada que
seja consistente com a evidência recuperada. Este processo investigative segue a
sequência detalhada na seção do Capítulo 1 intitulada, O Método Científico.
170
Questões de Revisão do Capítulo
Referências
Michael, Lou e Herbeck, Dan, American Terrorist: Timothy McVeigh e the Oklahoma City
Bombing, Regan Books, New York, 2001.
Oxley, Jimmie, Pipe Bomb Fragmentation Study.
Thurman, James, T., Pipe Bomb Fragmentation Study, 1983.
171
(Página em branco)
172
4. A Investigação do
Cenário da Explosão
e Coleta de Evidência
4.1 Introdução
173
avaliação inteligente do cenário, como construir um plano para processar a cena, e
depois como executar o plano e conduzir a investigação.
1. Resposta Inicial
2. Avaliação do cenário da explosão
3. Entrando no cenário (investigação do cenário)
4. Documentação do cenário da explosão
5. Onde encontrar evidência no cenário de bomba
6. Como encontrar evidência no cenário de bomba
7. Como coletar evidência no cenário de bomba
8. Inspeção final
9. Liberação do cenário
10. A investigação de campo (ou externa)
176
socorristas cheguem à uma decisão instruída não só a que tipo de cenário se trata, mas
também se o cenário realmente existe. Nem todas as chamadas relatando o som de
uma explosão resultam em uma real investigação de explosão.
O principal papel da maioria dos policiais que atendem a uma explosão é
somente aquele de um socorrista. Isto é, eles são responsáveis por avaliar se de fato
existe um cenário de bomba; talvez a explosão tenha sido somente o ―tiro‖ de um motor
de automóvel. Se houver um cenário, eles são responsáveis por fazer a chamada
solicitando recursos acidionais, retirar os feridos e prover esforços de salva-vidas (se
necessários). Eles não conduzem, via de regra, uma investigação além destas tarefas
iniciais. Entretanto, em pequenas comunidades rurais, um policial que atende este tipo
de chamado não é somente o socorrista, mas também o investigador do cenário do
crime. Esta não é necessariamente a melhor opção, mas é um daqueles exemplos de
que o policial terá que prosseguir sozinho. Na maioria dos casos, os serviços de
emergência médica (EMS) e do corpo de bombeiros estão disponíveis. Como tal, a
estimativa inicial ou passos avaliativos que seguem beneficiam várias pessoas: (1) o
atendente que chega primeiro ao cenário e realiza as tarefas de "socorrista", (2) o
atendente que responde ao chamado e não somente realiza as tarefas de socorrista,
mas também atua como investigador do cenário de crime, e (3) o investigador que
responde ao cenário depois que este foi liberado pelos socorristas, de forma que o
investigador saberá o que deve ter sido feito antes de sua chegada.
A título de argumentação, imaginemos que um socorrista chega a um
cenário onde há indicações de uma explosão. Ele não sabe com certeza se houve uma
explosão ou que tipo de explosão foi, mas parece ter sido uma explosão. Entretanto,
antes de ser feito eum esforço para determinar se, de fato, houve uma explosão e sua
causa, o socorrista tem outras responsabilidades a fazer. Na chegada, a principal
responsabilidade do socorrista é fazer uma avaliação inicial do local (normalmente feita
por um policial). Todas as outras atividades estão baseadas nesta avaliação inicial que
deve ser feita rapidamente, embora completamente, mas determinar o curso de ação,
se houver um, a ser adotado. Estas tarefas incluem: (1) a proteção e segurança do
cenário, (2) a execução de esforços para salvar vidas (antes da chegada dos serviços
EMS), (3) determinar as necessidades de outros serviços de emergência, (4) a
identificação de possíveis testemunhas e vítimas, e (5) a preservação de evidência
potencialmente transitória. Existem tarefas e considerações em andamento, e podem,
dependendo da severidade do cenário, serem tratadas simultaneamente.
Proteção e segurança normalmente são quase sinônimos e são duas das
mais importantes tarefas de um socorrista. Proteção e segurança incluem estabelecer
um perímetro inicial de segurança em volta do cenário por meio da fita de cena do crime
para impedir o acesso de pessoas não autorizadas e facilitar a retirada de vítimas e
curiosos do cenário. Um problema normalmente se apresnta ao restringir não somente
pessoas não essenciais da cena, mas também pessoal bem intencionado da segurança
pública. Compreensivelmente, eles têm uma função, mas nem todo socorrista da
177
segurança pública precisa ter acesso ao cenário ou à área onde o incidente de fato
ocorreu. Um caso em questão é quando ocorre uma explosão residencial. Quase todo
mundo quer ter acesso ao cenário e observar pessoalmente o estrago. Isto não atende
aos melhores interesses da investigação uma vez que as únicas pessoas que deveriam
ter acesso ao cenário são aquelas que têm uma atribuição real. Adicionalmente, no
evento de que existam riscos no ou em volta do cenário, manter as pessoas não
essenciais fora atende a duas funções, a primeira delas é proteger as pessoas destes
perigos e, em segundo lugar, proteger o cenário da contaminação e alteração.
Dependendo do tamanho e natureza do cenário, o socorrista inicial pode estabelecer
áreas de acesso para outros socorristas tais como o corpo de bombeiros, EMS,
salvamento e resgate, e investigadores.
O acesso ao cenário deve sempre necessitar de uma identificação
positiva. Não confie em uniformes como prova de que uma pessoa que os está
utilizando, de fato, é uma autoridade. Já ocorream exemplos onde pessoas roubaram
uniformes da polícia, militares e corpo de bombeiros para obterem acesso a áreas
restritas. As razões para isto podem variar desde um desejo genuíno de ajudar, de o
pessoal da mídia desejando dar uma olhada "interna" no cenário, até infrações criminais
sérias. A identificação positiva normalmente inclui identificação do departmento ou
agência que a pessoa está representando na forma de um conjunto de credenciais. Não
dependa necessariamente nos distintivos ou escudos dos departamentos como
autorização, pois estes têm sido usados para obtenção de acesso.
Quanto à identificação de perigos em volta do cenário de uma explosão,
os socorristas iniciais devem adotar passos para identificar, remover, ou mitigar perigos
que possam ameaçar as vítimas e o pessoal de assistência/investigação. Caso os
perigos identificados não possam ser atenuados, recursos adicionais devem ser
imediatamente solicitados. De fato, se uma bomba for a causa de uma explosão, o
pessoal para descarte de bombas deve ser convocada ao cenário para procurar
dispositivos secundários. Os recursos adicionais incluem a utilização de pessoal para
cortar as linhas de gás natural, energia elétrica e água ao local, inspetores prediais para
determinarem a integridade da estrutura e pessoal especializado em materiais
perigosos (HAZMAT) para avaliarem produtos químicos presentes no local. Quando
encontrados, os socorristas iniciais devem marcar claramente os perigos e as áreas
perigosas e garantirem que outros socorristas sejam informados sobre estes perigos.
Claramente, se forem identificados perigos e a entrada em tais áreas não for
imediatamente necessária, então o perigo pode ser evitada ao se ficar fora destas
áreas. Todos os socorristas devem vestir equipamentos de proteção pessoal (PPE)
apropriados para a situação. O PPE inclui roupas de proteção (macacão Tyvek®), luvas
de couro e borracha, e proteção respiratória e dos olhos. Os socorristas e
investigadores devem ficar focados em suas tarefas e jamais devem ir para o cenário e
ficarem "cegos" pela destruição, ao ponto de se esquecerem de suas próprias
seguranças ou de terceiros.
178
Os possíveis perigos do cenário de explosão incluem:
1. Patogenias transmitidas pelo sangue
2. Fragmentos de metal e vidro
3. Fogo
4. Integridade Estrutural
5. Serviços de utilidade pública (energia elétrica, gás, água, telefone, etc.)
6. Materiais perigosos (HAZMAT)
7. Artefatos explosivos secundários
edifício; o aquecimento causado pela fiação elétrica, natural, ou outros tipos de gases;
água da ruptura de grandes adutoras; e materiais perigosos. Os funcionários das
empresas de energia, água e gás, podem interromper o fluxo destes serviços. Os
engenheiros podem não somente informar acerca da segurança estrutural, mas
também prover recomendações, se necessário, em como reforçar a estrutura para
impedir que desmorone. Isto foi muito importante no atentado ao Word Trade Center em
26 de fevereiro de 1993. A viga central de parte do Vista Hotel e a Garagem Central foi
destruída no atentado e antes que uma profunda investigação do cenário pudesse
iniciar, vários andares precisaram ser reforçados com vigas I de aço (Figura 4.2).
Materiais perigosos, além dos previamente identificados, incluem químicos
industriais, gases e asbestos. Químicos industriais em grandes tambores e recipientes
especiais. Um exemplo é o cloro, o qual pode ser encontrado perto de piscinas para
purificação da água. Como um dos subprodutos de uma explosão ou incêndio, gases
invisíveis tais como monóxido de carbono também podem ser um risco aos socorristas.
Entretanto, um dos mais difíceis de identificar é o asbesto (amianto), um mineral fibroso
cinzento, não consbustível, que tem sido utilizado em ladrilhos dos pisos à prova de
fogo, e nas paredes laterais externas das casas. Quando fragmentados por uma
explosão ou incêndio de seu local original ou forma, os asbestos tendem a pairar no ar
como substância particulada. É facilmente respirado para dentro dos pulmões de
socorristas e investigadores desprotegidos. O asbesto é conhecido por prolongar os
efeitos danosos à saúde e é considerado um carcinógeno ou causa de alto-risco de
câncer.
180
Eventos recentes nos EUA e pelo mundo ilustram dramaticamente que os
AEI‘s não são empregados em atos terroristas simples ou isolados, mas em vários
ataques para o maior dano físico e emocional possível à população. O atentado à
clinica de aborto, seguido por um artefato secundário em Atlanta, Geórgia, no final de
1996, seguido pelos dois artefatos no Otherside Lounge, também em Atlanta, em
janeiro de 1997, servem como exemplo. Mais recentes, estão os artefatos múltiplos
detonados nos trens em Madri em 2004 e no metrô de Londres em julho de 2005, bem
como os inumeráreis artefatos usados contra as forças de coalizão no Iraque. O
socorrista inicial deve sempre supor que se a explosão foi o resultado de uma bomba,
podem existir artefatos adicionais esperando que mais pessoas cheguem antes de
serem detonados. Se as circunstâncias são desconhecidas, suponha o pior – uma
bomba ou uma explosão de gás natural com um possível vazamento de gás prontos
para reacender. No que tange a um AEI, os técnicos em bomba devem ser sempre
solicitados para auxiliarem na avaliação do cenário. A explosão de uma bomba também
pode ser uma distração para outra atividade criminosa, tal como o roubo a bancos. A
intenção poderia ser desviar a atenção da polícia para outra parte da cidade onde a
bomba explodiu e então roubar um banco em outra parte da cidade. Esta tática foi
tentada em diversas ocasiões, embora não tenha sido muito bem sucedida.
Existem outros possíveis riscos não somente nos cenários de explosão,
mas também em outros cenários que não necessariamente se apresentam de forma
alguma como cenários de incidentes. Estes riscos incluem bioterrorismo, químicos
tóxicos nucleares e não-comerciais tal como o gás sarin. Estes serão discutidos com
profundidade no Capítulo 5.
Juntamente com, ou antes, da chegada das EMS em um cenário de
incidente, os socorristas iniciais têm a tarefa de realizar esforços salva-vidas, dentro de
suas capacidades, para resgatar vítimas e prover os primeiros socorros aos feridos.
Entretanto, estas tarefas devem apenas serem consideradas depois de se estabelecer
a proteção e segurança do cenário, mantendo as pessoas não essenciais fora. Embora
a proteção do cenário precise ser estabelecida, é incumbência dos socorristas iniciais
considerarem suas próprias seguranças pessoais antes de iniciarem os esforços salva-
vidas. Se o cenário estiver a ponto de um colapso estrutural ou outro perigo iminente,
os socorristas iniciais não devem entrar no cenário até que o perigo tenha sido reduzido
ou eliminado para permitir a entrada. A última fatalidade no ataque ao Edifício Federal
Murrah foi uma enfermeira que atendeu ao cenário para oferecer assistência médica a
centenas de pessoas feridas. O monitor de um computador caiu de um dos andares
fragmentados, a atingiu e matou. Os socorristas iniciais não deviam se tornar vítimas,
também.
Quando possível, as taregas de salvamento e resgate inclui a retirada das
vítimas ambulatoriais, o início do resgate dos feridos severamente ou vítimas de
armadilhas, e tratameto dos ferimentos que ameaçam as vidas. Os socorristas iniciais
devem deixar fatalidades e suas adjacências inalteradas.
181
Os socorristas iniciais devem identificar testemunhas. Como tarefas e
atribuições dos socorristas, devem ser obtidos os dados básicos de possíveis
testemunhas do incidente. Esta informação básica inclui seus nomes, endereços e
números de telefone, bem como suas respostas a perguntas curtas tais como, "Você
viu ou ouvir alguma coisa?". Isto é extremamente importante para a investigação
subsequente uma vez que as testemunhas tendem a não se envolverem e na maioria
dos casos, são difíceis de encontrar com o passar do tempo. Como com qualquer outra
ocorrência, o policial socorrista inicial acredita que ocorreu um crime, e é
responsabilidade daquele policial deter "testemunhas" que podem estar envolvidas ou
aquelas que possuem informação importante sobre o incidente. No que tange aos
feridos, devem ser envidados esforços para determinar por onde eles foram evacuados.
Esta informação será vitalmente importante para a equipe investigativa para ajudar a
estabelecer quem estava ferido e para one foram levados para tratamento. Localizar
feridos em uma pequena comunidade pode não ser difícil, mas isto se torna
problemático em grandes cidades em razão da quantidade de instalações disponíveis.
Se as condições permitirem, a documentação do cenário deve ser
iniciada. Isto inclui os registros básicos de o que o cenário consiste, da hora da
chegada, quais recursos adicionais foram solicitados, declarações básicas de
testemunhas e de outros socorristas, fotografias do cenário e espectadores e local, e,
se necessário, a coleta de evidência. Os socorristas não devem depender de suas
memórias para uma descrição precisa do cenário. Com a passagem do tempo é difícil
para muitos se lembrarem dar real sequência de eventos sem o auxílio das anotações
feitas no cenário do incidente.
Até recentemente, os únicos meios para documentar um cenário de
explosão eram os métodos tradicionais já descritos: anotações, fotografias,
identificação de testemunhas e entrevista, e aí por diante. Entretanto, muitos bombeiros
foram apresentados a um novo equipamento projetado para prover uma medida
adicional de segurança em seus esforços de combate ao fogo, a tecnologia de imagem
térmica para investigadores de cenários de explosão/bombas. (Ver abaixo). Se
disponível os socorristas iniciais devem na primeira oportunidade, e em consideração
às diretrizes de segurança do departmento, usar suas câmeras de imagem térmica para
gravar o cenário em vídeo. Quando os investigadores chegarem ao cenário devem ser
informados de que há um vídeo com imagem térmica disponível para auxiliar na
avaliação inicial (Figura 4.3).
182
Figura 4.3 Câmeras de imagem térmica podem ser usadas para registrar a presença e
localização de fragmentos da bomba imediatamente depois de uma explosão.
Na maioria das cameras, o objeto mais quente no cenário será mostrado como branco,
o mais frio como preto e demais itens intermediários como sombras de cinza. Como
estas câmeras operam detectando quantidades muito pequenas de energia ou calor
infravermelho (IV), os quais estão sempre presentes no ambiente em nossa volta, elas
funcionarão em qualqer local indiferentemente da luz ou visibilidade.
Exsitem vários tipos de câmeras ou sistemas de imagem térmica. Os vários tipos são
divididos em duas principais classificações de sistemas resfriados e não-resfriados. Os
sistemas IV resfriados precisam que os detectores IV sejam congelados à temperatura
criogênica (-328° F ou -200º C), enquanto que os sistemas não-resfriados podem
operar com detectores IV em temperaturas ambiente. Dentro destas duas
classificações, ainda há subclassificações, baseadas nos comprimentos da energia IV
que os sistemas detectam e no tipo de tecnologia de detectores IV que utilizam. As
câmeras de imagem térmica são principalmente projetadas para detectar energia
infravermelha de onda curta, média ou longa. Atualmente, os sistemas de imagem
térmica usados pelos serviços de emergência são unidades não-resfriadas que
detectam infravermelho de ondas longas e são baseados na tecnologia
microbolométrica. Estas câmeras são usadas porque a tecnologia não-resfriada pode
operar em temperaturas ambientes sem os extensos sistemas de resfriamento
criogênico e são muito melhores para suportar amplas variações de mudança de
temperatura ambiental. Estas câmeras detectam infravermelho de ondas longas, que
passam pela fumaça e neblina e permitem que os usuários "vejam através" destes
materiais em áreas que do contrário teriam visibilidade zero.
Atualmente existem cerca de dez fabricantes fornecendo cerca de dezesseis modelos
diferentes aos serviços de emergência. A maioria destas câmeras são portáteis,
pesando algo entre 2.5 a 7 libras (1,13 a 3,17 Kg), e são aproximadamente do
tamanho e forma de uma câmera de vídeo de tamanho médio. Elas funcionam em
ambientes com variação de temperatura de 40°F (4.44ºC) a quase 1000°F (537.7ºC)
por períodos de tempo limitado. Elas são muito sensíveis e podem detectar uma
diferença em temperatura de menos de 1°F. Elas variam em preço de
183
aproximadamente $10.000 a $20.000 dólares. Estima-se que atualmente mais de
10.000 destas unidade estão em serviço nos EUA.
Estas unidades estão sendo usadas pelos socorristas em várias formas. Os bombeiros
as utilizam para melhorar a visão em estruturas cheias de fumaça, para identificar
vítimas e os pontos e focos de incêndio. A polícia e pessoal da segurança as utilizam
para fazer vigilância na escuridão total. O pessoal de emergência médica e resgate as
utilizam para navegar no ermo e identificar vítimas, novamente em total escuridão.
184
evidências tais como fragmentos de um AEI. Em vista da proximidade destes
componentes com a explosão, eles terão uma assinatura de calor muito alto, a qual irá
sobressair no ambiente adjacente. Em recentes cenários, o equipamento de imagem
térmica identificou muito rapidamente fragmentos do cano de metal que continha o
sistema detonador do AEI. Estes componentes foram identificados por todo o cenário
onde o artefato explodiu, incluindo pedaços incrustados nas paredes e mobília, e
fragmentos ainda foram encontrados fora do cenário imediato.
Equipamentos de imagem térmica ajudando indiretamente: Investigaores muito
raramente chegam ao cenário de uma explosão em um intervalo de 15 a 30 minutos.
Entretanto, os socorristas (especialmente o corpo de bombeiros), geralmente chegam
muito antes de 15 minutos do tempo da explosão. Como tal, estes socorristas estão
em uma posição ímpar para utilizar a tecnologia de imagem térmica para ajudar os
investigadores.
Muitas câmeras de imagem térmica usadas pelos socorristas são equipadas com
transmissor sem fio ou uma câmera interna com gravador de DVD. Este transmissor
de vídeo envia a imagem térmica para um sistema receptor onde ela pode ser vista e
gravada com um gravador de vídeo. Se os socorristas gravarem todas as suas ações
a partir da chegada, então os investigadores podem obter muita da informação
supramencionada ao receber estes dados. A gravação irá mostrar exatamente como a
cena se parecia quando os socorristas chegaram, o que pode ser muito útil porque ela
pode estar alterada depois como resultado dos esforços para apagar o incêndio. A
gravação também pode mostrar padrões de explosão e evidência, que pode estar
resfriada a ponto de não ser reconhecível pelo equipamento de imagem térmica
quando o investigador chegar ao cenário.
De fato, enquanto o equipamento de imagem térmica não é substituto para as
eficientes técnicas básicas de investigação, é uma nova tecnologia que pode ser
extensivamente usada para auxiliar os investigadores do cenário de bomba em seus
trabalhos.
185
Também incluída, entre outros, está a evidência que pode ser destruída pelo fogo.
Quando for estabelecido, seja pelos socorristas iniciais ou outros, que um
cenário de explosão, possivelmente de causa desconhecida, de fato existe, agora há
necessidade de se conduzir uma investigação. Como previamente declarado, esta
transição pode ser transparente porque o socorrista inicial pode conduzir a real
investigação. No cenário mais comum, um investigador ou um detetive é convocado ao
cenário para conduzir a investigação. A chegada do investigador indica a transição da
resposta inicial para a investigação de fato.
187
4.2.2.2 Estabelecimento de um Local para o Posto de Comando da Equipe de
Investigação do Cenário do Crime
De ordem a controlar o cenário, o posto de comando de coleta de
evidência está localizado na extremidade do perímetro interno (Figura 4.4). Toda
pessoa, item de suprimento e equipment que entra no cenário e todas as evidências
retiradas da área passé por este posto de comando para garantir a completa
documentação/registro dos eventos adjacentes ao processo de coleta. Em resumo,
este procedimento garante total responsabilidade. O líder da equipe é responsável por
chefiar o posto de comando.
4.2.2.6 Segurança (até onde for possível) para Entrada da Equipe de Investigação
Mantendo em mente a informação provida pelo comandante geral ou
socorristas iniciais do cenário, o investigador tem a responsabilidade de reavaliar a
segurança do cenário. O cenário está suficientemente seguro para pertimir o trabalho
do pessoal investigativo? Em estruturas onde existem riscos óbvios tais como queda de
fragmentos, a entrada deve ser limitada até que os engenheiros estruturais sejam
consultados. Na maioria dos cenários de pequeno a médio porte (por exemplo:
externos, em veículos ou explosões residenciais), os riscos óbvios são poucos e
podem ser facilmente atenuados ou evitados. Entretanto, não se esqueça que
componentes de metal fragmentado, em particular, podem ser bem pontudos e causar
ferimentos profundos em investigadores descuidados. Outro tema, que será descrito
em detalhes no Capítulo 5, é o perigo associado com o uso de explosivos em
conjunção com outros materiais perigosos. Estes incluem nuclear, bioterrorismo e
químicos tóxicos.
Como uma possível medida de proteção e segurança, quando chegar em
um cenário externo na escuridão ou penumbra, determine se o cenário de fato
necessita de uma imediata investigação ou se há possibilidade de esperar até que se
tenha a luz do dia. Se não for possível esperar, veja se existe luz suficiente disponível
para iluminar o cenário adequadamente. A tarefa de se realizar uma investigação do
cenário no escuro com iluminação limitada é difícil no melhor das hipóteses. Um indício
de evidência é desafiador de se localizer até mesmo nas melhores circunstâncias.
Entretanto, as condições do clima, o local do cenário (no meio da interseção de uma
rodovia movimentada, por exemplo), e a segurança do cenário, juntamente com a
proteção dos investigadores, são considerações válidas.
Um caso específico ilustra esta situação. Há alguns anos em um local
muito remoto, mandados de prisão e buscas foram emitidos contra indivíduos
conspirando para roubar veículos blindados com o uso de AEI‘s. O local das buscas,
189
que também era a suposta fábrica de bombas, era acessível somente com veículos
com tração nas quatro rodas, que demoraram muito para obterem o acesso. Na hora
em que as equipes de busca e apreensão chegaram, fizeram as prisões e realizaram a
avaliação do cenário, já estava escuro. Foi feita uma recomendação para o
investigador encarregado pela equipe de coleta de evidências, de que eles deviam
esperar até o dia seguinte para coleta das evidências óbvias, que incluía muitos quilos
e tipos de explosivos comerciais e improvisados e sistemas de iniciação. Esta
recomendação foi desconsiderada uma vez que nem todos os conspiradores haviam
sido presos, e havia uma preocupção com a segurança dos policiais que precisariam
permancecer no local durante a noite. O investigador encarregado tinha que considerer
a possibilidade de que os conspiradores que ainda estavam livres poderiam retornar
para vingar a prisão dos outros. Relutantemente, a equipe de coleta de evidências
conduziu uma busca bem sucedida à noite em tais circunstâncias.
Figura 4.5 Uma cratera ou epicentro é geralmente formado por uma explosão.
194
como um pedaço de cano selado ou uma bomba tubo). Depois de uma explosão no ou
perto do solo, a sujeira, pedras e outros fragmentos são arremessados para formar a
cratera. Estes materiais são então depositados em volta do cenário, perto do topo da
cratera e alguns até caem de volta dentro da cratera. Uma explosão emu ma superfície
dura tais como pavimento ou concreto produziria um efeito similar, mas a profundidade
da cratera não seria tão grande, se todas as condições forem equivalentes. Em casos
onde existe uma distância (afastameto) entre o local do explosivo e a superfície (por
exemplo, explosivos escondidos debaixo do banco de um carro estacionado sobre
concreto), pode não haver sequer qualquer sinal de uma cratera no pavimento.
Entretanto, na maioria das circunstâncias uma cratera bem identificável estaria
evidente no assoalho do veículo. Reciprocamente, se os explosivos forem fixados na
parte de baixo do veículo, pode-se esperar encontrar uma cratera mais profunda. Por
outro lado, se uma quantidade suficientemente grande de explosivos for colocada na
lateral de um veículo, por exemplo, todo o lado do veículo pode ser destruído e criar
uma cratera muito grande no veículo, mas não necessariamente no chão.
Em grandes explosões objetivando destruir estruturas (com cargas em
veículos ou não), encontrar a cratera pode não ser uma tarefa fácil. No caso do carro-
bomba utilizado no Edifício Federal Murrah na Cidade de Oklahoma em 1995, a cratera
estava cheia e ocultada por materiais que ruíram do prédio. Entretanto, em razão de
que os suportes estruturais dos pavimentos verticais terem sido destruídos na área
imediata adjacente à cratera, o colapso dos andares superiores indicaram a localização
geral da cratera. Isto foi confirmado depois da cuidadosa escavação de edifícios caídos
naquela área. Em alguns casos os materiais caídos de edifícios de fato protegem a
cratera de maiores danos (Figura 4.1).
O carro-bomba do atentado ao World Trade Center em 1993 apresentou
outra série de problemas aos investigadores durante a inspeção inicial. Estes
problemas incluíam sérias preocupações com a segurança, pois os andares restantes
do estacionamento estavam em perigo de desabar, o piso e o teto também estavam em
perigo de colapso, a energia e iluminação da área tinham sido estruídas, muitos dos
veículos no estacionamento foram destruídos no momento da explosão quando seus
tanques de combustível pegaram fogo, e três andares do estacionamento foram
parcialmente destruídos pela explosão. Essencialmente, o que os investigadores
encontraram foi um local tipo um sepulcro muito escuro com uma grande cratera que
não podia ser vista de lado a lado. Para tornar as coisas piores, diretamente abaixo da
área onde o então descohecido carro-bomba foi detonado havia uma grande cavidade
que abrigava os sistemas de ar-condicionado e calefação do prédio. Os investigadores
tinham que considerar se o desastre foi o resultado de uma explosão lá, ou um defeito
do transformador elétrico, ou se foi outra coisa. Como resultado de componentes
pesados fragmentados de veículo (não associados com otros tipos de explosões), e
danos específicos naquela área, chegou-se à conclusão tentativa de que a explosão foi
o resultado de uma bomba. Isto foi confirmado mais tarde na investigação adicional
195
depois que os componentes do veículo que provaram esta teoria foram recuperados.
Uma nota adicional ao se fazer uma avaliação em um possível cenário de
carro-bomba: o investigador deve tentar determinar o local da bomb no momento da
explosão. Na maioria das explosões, dependendo da quantidade de explosivos
utilizados, é relativamente fácil de determinar se os explosivos estavam dentro ou fora
de um veículo no momento da explosão. Para fazer isto, depois de localizar a cratera
observe a direção dos metais "alavancados‖. Se as extermidades do metal retorcido e
fragmentado apontam para dentro, em direção de dentro do veículo, então os
explosivos estavam fora do veículo. Se eles apontam para fora do veícuclo, os
explosivos estavam dentro do mesmo (Figura 1.26 e Figura 1.27).
As crateras podem nem sempre estar presentes em explosões
envolvendo o uso de explosivos. Em tais eventos, o investigador deve então porcurar
pela ára de maior estrago (epicentro). Estes casos ocorrem quando uma pequena
quantidade de explosivos é usadoa em superfície dura; os explosivos são colocados
em outro objeto (por exemplo, móveis) que é fragmentado quando os explosivos são
detonados e como resultado não tocam nenhum material duro. Em tais circunstâncias o
investigador deve procurar a área dentro da zona de impacto que tem o maior ou mais
concentrado estrago. Considere uma explosão no canto de um cômodo onde não há
cratera aparente. As paredes, o teto, o piso e os móveis apresentarão mais
fragmentação e danos do que qualquer outro local dentro daquele cômodo (Figura 4.6).
Figura 4.6 Às vezes a cratera é muito fácil de identificar como nesta mesa no centro de uma
sala. Note os restos fragmentados da madeira da mesa por toda a área alvo, bem como
possíveis componentes do artefato explosivo.
196
Figura 4.7 Um pedaço fragmentado de fio que foi arremessado pelas forças da explosão e
ficou cravado na parede drywall (sheetrock).
197
Entretanto, a simples falta de uma fonte combustível não deve ser o único fator
determinante para formulação de uma hipótese quanto à causa da explosão. A
ocorrência de uma explosão fora de uma estrutura ou veículo ou longe de um duto
subterrâneo é forte evidência que sugere o uso de explosivos como a possível causa
da explosão.
198
As características investigativas e explosões ar-combustível, tais como
gás natural, vapores de líquidos inflamáveis mantidos em reservatórios e poeiras
explosivas, são contrárias às das explosões envolvendo explosivos. Entretanto, antes
de discutirmos tais características idenfificáveis, é necessária uma breve discussão
destes tipos de explosões. Uma explosão de gás combustível ou vapor de um líquido
mantido em reservatório se refere a uma categoria geral de explosões tipo combustão
que ocorrem como resultado da ignição de combustíveis difusos de gases (por
exemplo: gás natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), gás de esgoro, gases industriais
e líquidos mantidos em reservatórios). Os líquidos mantidos em reservatórios incluem
vapores de gasolina, solventes e Metil Etil Centona (MEK). Explosões com poeiras
também são explosões difusas de combustível, mas ao invés de gás como
combustível, minúsculos materiais sólidos dispersos no ar pegam fogo para causar a
explosão. Estas explosões tipicamente ocorrem em espaços confinados tais como silos
para armazenamento de grãos e elevadores, instalações para produção de material e
minas subterrâneas de carvão. O combustível para estas explosões inclui uma grande
variedade de materiais tais como produtos agrícolas (grãos e farinha processada), pó
de carvão, produtos químicos pulverizados e metais (tais como alumínio, magnésio,
etc.). Normalmente, a localização física e o tipo de instalação são indicativos da causa
da explosão, melhor do que se foi usado um material explosivo ou não.
As características investigativas de explosões gás-combustível, e poeira,
incluem: (1) nenhum epicentro definido ou área de grandes danos, o que indica o ponto
de ignição do combustível; (2) não há sede ou cratera; (3) uma fonte de combustível
(gases, vapores ou poeira) no local; (4) todas as paredes desmoronam; (5)
testemunhas relatando o odor de gases; e (6) não há componentes de AEI encontrados
durante a investigação. Destas, a característica mais identificável geralmente
observada pelos socorristas iniciais e o investigador em explosões de estruturas é a
uniformidade da destruição. Isto é evidente, por exemplo, em paredes externas que na
maioria das vezes estão intactas, caídas no jardim de uma residência depois da
explosão de gás natural. Estas paredes externas podem ser de um lado da casa ou são
todas paredes externas da residência, com a maioria das parees internas de pé, mas
danificadas. Similarmente, elevadores de grãos podem ser totalmente destruídos ou
terem seus tetos arrancados pela explosão. Dependendo da fonte combustível, pode
começar incêndios como consequência da explosão. A quantidade de gás, vapor ou
poeira distribuído pela estrutura irá determinar a extensão e o local da explosão. Com
raríssimas exceções (por exemplo, explosões de nuvens de vapores externos), estas
explosões ocorrem em espaços confinados tais como estruturas e minas, que
propiciam retenção para o combustível. Explosões de nuvens de vapores externos são
geralmente causadas por vagões tanque de GLP descarrilados, que liberam gás,
vapor, ou neblina na atmosfera até que atingem o limite inflamável e pegam fogo. Na
subsequente investigação, as fontes de ignição em tais explosões são difíceis de
serem descobertas devido ao estrago resultante e ampla variedade de possibilidades.
199
Figura 4.8 O cenário de uma explosão ar-combustível dentro de uma residência. Note os
grandes pedaços de paredes externas que foram arremessados no quintal pelas forças da
explosão, enquanto que algumas as paredes internas ainda estão de pé. (Fotografia cortesia
de Ron Hopkins.)
Estas possibilidades incluem, mas não estão limitadas ao: defeito de relés em
eletrodomésticos (por exemplo, aquecedores), acender um isqueiro ou um fósforo, ou
arcos voltaicos de eletrodomésticos defeituosos (Figura 4.8 e Figura 4.9).
200
Figura 4.9 O cenário de uma explosão ar-combustível na estrutura de uma instalação de
tratamento de esgoto. Todas as paredes do prédio desmoronaram, mas o teto, agora no chão,
está relativamente intacto. (Fotografia cortesia de Ron Hopkins.)
para determinar o que ocorreu primeiro. De fato, as pessoas são atraídas para o
incêndio, e a atenção é direcionada para assistirem a fumaça e as chamas. Em tais
situações, pode ser estabelecida uma linha de tempo muito precisa se, enquanto se
assiste ao incêndio, foi observada alguma explosão. O oposto pode ser o caso de
incidentes nos quais a explosão ocorre primeiro uma vez que a atenção das possíveis
testemunhas não está direcionada para a fonte da explosão. Os investigadores de
cenários de explosão aos quais falta experiência em investigações de incêndio devem
procurar assistência de investigadores de incêndio para determinar qual evento ocorreu
primeiro.
Finalmente, na fase de avaliação da investigação, devem-se considerar
vários fatores em carros-bomba: o veículo estava ocupado no momento da explosão?
Em caso positivo, a pessoa que estava dentro do veículo era o alvo ou foi a
responsável por detonar a bomba? O artefato explodiu prematuramente (por acidente)
ou o veículo estava sendo utilizado como recipiente para a bomba em um possível
ataque suicida? Em investigações prévias, onde um pequeno artefato (com menos de
uma libra de explosivos) foi colocado debaixo do banco do motorist, aquela pessoa era
normalmente o alvo pretendido. Em outras, onde um passasgeiro foi gravemente ferido,
e tais ferimentos estavam principalmente contidos em seu rosto, mãos, antebraços,
pés, ou nas partes internas de ambas as pernas, a explosão foi geralmente
involuntária. Esta investigação particular revelou que aquela pessoa mais severamente
ferida tinha o artefato no assoalho do veículo entre seus pés, tentanto fazer as últimas
conexões antes de entregar a bomba. Adicionalmente, como ele estava inclinado sobre
o artefato quando este explodiu e o matou, seu peito não foi danificado pela explosão,
pois estava protegido.
Neste caso, um buraco (cratera) foi perfurado através do assoalho do
veículo. Em casos nos quais o veículo não estava ocupado, o investigador deve
201
determinar se: (1) a bomba era para servir como uma mensagem ao dono em casos de
extorsão, vingança ou assédio; ou (2) o veículo estava sendo usado para esconder e
entegar uma grande bomba. Um completo entendimento do relacionamento entre as
vítimas e o cenário pode não ser possível até que o cenário seja investigado, e os
relatórios médicos e a investigação de campo sejam concluídos.
Uma vez que este processo de avaliação estiver concluído, o próximo
passo é o investigador formular um plano de como investigar o cenário. Em situações
onde uma avaliação tenha revelado que não é necessária nenhuma investigação
porque não houve, de fato, nenhum evento, o investigador deve fazer as notificações
apropriadas para tal fim e pode então deixar o cenário. Uma investigação pode ser
demandada em explosões ar-combustível; em tais casos o investigador pode passar a
investigação para terceiros como em investigações civis. Antes que qualquer
investigação possa começar, entretanto, o investigador deve considerar dois aspectos
muito importantes: (1) ele possui autoridade legal ou jurisdição para conduzir uma
investigação? (2) Como previamente mencionado, há necessidade de uma permissão,
na forma de um mandado de busca ou consentimento por escrito para conduzir a
busca no cenário do crime ou para coletar evidência? Se não tiver certeza, um
investigador deve obter a opinião legal do advogado do departmento ou de um
promotor antes de começar a busca.
Com a informação obtida durante o processo de avaliação e uma
estimativa destes dados, o investigador tem a responsabilidade de formular um plano
operacional para investigar o cenário. Uma das considerações é como evitar a
contaminação do cenário, especialmente a contaminação por resíduos explosivos.
Também precisam ser considerados os recursos (pessoal, suprimentos e
equipamentos) necessários para localizar, coletar e salva-guardar evidências no
cenário. Estes recursos e suas quantidades são totalmente dependentes no escopo e
magnitude do cenário. Alguns cenários de bombas requerem apenas recursos básicos
enquanto outros precisam de uma extensiva resposta de vários departamentos.
No que tange à contaminação por resíduos explosivos, acima de tudo, o
pessoal da investigação do cenário deve estar vestido com macacões novos ou
recentemente lavados, ou descartáveis com sapatos adequados e proteção para a
cabeça. Macacões Tyvek são excelentes escolhas uma vez que impedem uma
possível contaminação do cenário pelo investigador e protegem o investigador de
contaminantes, especialmente sangue, presentes no cenário. Se o Tyvek não estiver
disponível, então macacões limpos com proteções para os sapatos ou sapatos limpos
que não foram expostos a explosivos ou outros tipos de resíduos podem ser usados.
Depois das buscas e antes de sair do cenário, as roupas e artigos não descartáveis
devem ser removidos, coletados e colocados em um saco lacrado para transporte até
uma lavanderia comercial para limpeza. Roupas descartáveis, incluindo luvas, devem
ser coletadas, ensacadas e descartadas de acordo com a política departmental. Da
mesma forma, as ferramentas e equipamentos devem ser novos ou terem sido
202
completamente limpos depois da última vez que foram usados. Um método útil para
limpar as ferramentas e equipamentos do cenário de um crime que podem ser
submetidas à água é utilizar pulverizador de alta-pressão, normalmente encontrado em
lava jatos de automóveis. Use bastante sabão e enxágue ou lave as ferramentas com a
alta-pressão disponível na maioria destes lavatórios (Anexo D).
204
devem ser identificados, coletados (antes de um incidente), e mantidos em recipientes
duráveis para uso em um cenário. Adicionalmente, os recipientes devem oferecer
proteção contra umidade e contaminação, e devem estar em um local que propicie
pronto acesso quando uma resposta for necessária. Alguns equipamentos geralmente
necessários em um cenário pós-explosão podem ser pesados. Entretanto, devido a não
ser possível comprar este tipo de equipamento para uso emergencial, as fontes para
provimento destes itens devem ser pré-identificadas.
Não será feita qualquer tentativa a esta altura para explicar o propósito de
cada item de equipamento. Entretanto, nos procedimentos da investigação do cenário,
coleta e documentação de evidência, seus usos tornar-se-ão evidentes.
Estes recursos estão subdivididos em várias categorias: suprimentos
gerais, coleta e empacotamento de evidência, equipametos de segurança, ferramentas,
materiais especializados e equipamentos pesados (Anexo F).
Um item de equipamento ou tecnologia que pode ser extremamente útil
na investigação de um cenário maior é o detector de explosivos. Ao investigar um
cenário maior, é útil ter químicos forenses no local para conduzirem uma análise
preliminar de explosivos ou resíduos de explosivos que podem estar presentes em
várias evidências coletadas. Esta presumível análise, sempre seguida por uma análise
laboratorial mais rigorosa, propicia informação instantânea quanto ao tipo de explosivo
que pode ser sido usado. Esta rápida análise pode ser usada como pista investigativa
ou para corroborar informação desenvolvida na investigação de campo. Instrumentos
mais recentes como o detector de explosivos são bem portáteis e podem ser
prontamente enviados abordo de aeronaves como bagagem. Durante a investigação da
queda do voo 800 da Trans World Airlines (TWA) no dia 17 de julho de 1996, foi
montado um laboratório de campo onde os componentes fragmentados do avião
estavam sendo inventariados e fnalmente reagrupados. A investigação visava
determinar o que causou a queda do avião Boeing 747 depois que o mesmo atingiu
4000 pés depois da decolagem do aeroporto John F. Kennedy em Long Island, Nova
Iorque. A hipótese inicial incluía determinar se a aeronave poderia ter sido atingida por
um míssel terra-ar, ou talvez se uma bomba detonou a bordo. O laboratório de campo
examinou centenas de componentes da aeronave em um esforço para encontrar
alguma evidência de explosivos ou resíduos de explosivos. Diferentemente da
investigação do atentato ao voo 103 da Pan American sobre Lockerbie, na Escócia, no
dia 21 de dezembro de 1988, não havia "evidência incontestável" alguma aparente. Isto
é, não havia evidência física identificável apontando para uma explosão ou bomba no
avião. Sem este laboratório de campo portátil, inúmeros components do Boeing 747
teriam sido transportados em caminhões até o laboratório do FBI para análise de
resíduos. Entretanto, esta análise presumível revelou resíduos de explosivos em vários
componentes. Uma subsequente investigação de campo identificou que a possível
fonte destes explosivos eram resíduos de um exercício para treinamento para cães
detectores de explosivos. A Agência Nacional da Segurança dos Transportes - National
205
Transportation Safety Board (NTSB) – concluiu que a causa da queda foi uma explosão
dentro do tanque de combustível central do avião. A fonte de ignição não foi
positivamente identificada, mas foi indicada como uma faísca elétrica dos cabos
elétricos dentro do tanque de combustível.
A maioria das agências investigativas municipais não possui recursos
portáteis para análise ou as responsabilidades (jurisdição) para investigar grandes
cenários de bomba. Como tal, este tipo de assistência investigativa pode ser solicitado
de outras agências investigativas tais como o FBI ou a ATF quando julgada necessária.
217
Figura 4.10 Um croqui fotográfico mostrando o ponto de vista de cada fotografia tirada no
cenário. O número dentro do círculo representa o número da fotografia e a seta é a direção
dentro do cenário para a qual as lentes da câmera estavam apontadas no momento em que a
foto foi tirada.
218
carro-bomba, fotografias de longa distância mostrando o veículo e o cenário devem ser
tiradas 360° em volta do cenário a partir do perímetro exerno em direção ao interno.
Em um cenário externo (ao ar livre), devem ser tiradas fotografias aéreas. Com as
lentes de zoom na câmera ou caminhando para dentro do cenário, são tiradas
fotografias de média distância que mostram o cenário de aproximadamente 10 a 20 pés
(3 a 6 metros) do veículo alvo. Estas fotos são seguidas com fotos em close do veículo
tiradas a partir de 5 pés (1,5 metros) ou menos. Entretanto, nesta perspectiva em
constante mudança, uma vez que o fotógrafo se aproxima do veículo, o epicentro ou
cratera se torna evidente. Por exemplo, em esforços para tentar demonstrar onde a
cratera está dentro do veículo e oferecer ao espectador da fotografia esta perspectiva,
a foto de longa distância seria de um lado do veículo mostrando o maior dano, com a
foto de média distância mostrando a região do banco dianteiro e um close mostrando a
cratera no assoalho do lado do passageiro. Igualmente, com uma explosão emu ma
estrutura, a fotografia externa (de longa distância) é crítica para mostrar a estrutura, o
endereço da estrutura, estruturas e/ou veículos adjacentes, danos colaterais em volta
da estrutura, etc. As fotos de média distância mostram a parte da estrutura onde
ocorreu a explosão, com o close sendo o atual recinto da explosão. Mais uma vez, na
perspectiva em mudança, uma vez dentro do cenário, a foto de longa distância se torna
a do recinto da explosão, visando mostrar não só o recinto, mas também a área do
recinto que foi o alvo da explosão. A foto de média distância concentrar-se-ía na área
específica, com o close mostrando a cratera/epicentro da explosão. Closes adicionais
podem ser necessários para mostrar os vários itens de evidência e para documentar a
extensão dos danos na área alvo (Figura 4.11a, Figura 4.11b e Figura 4.11c).
Figura 4.11 (a) Uma fotografia distante orienta o espectador ao local de importância dentro do
cenário.
220
(b)
(c)
221
Figura 4.12 Devem ser tiradas fotografias gerais de todo o cenário antes de se iniciar o
processo de coleta de evidência. Isto pode requerer fotos de diferentes ângulos e perspectivas.
222
Figura 4.13 Um dos métodos mais efetivos de se fazer uma busca dos componentes e
fragmentos da bomba é o padrão de buscas de grade. O número em cada grade corresponderá
ao número da amostra de evidência no registro de recuperação de evidência.
diagramas devem ser preparados, o que deve ser incluído nos diagramas, e as
responsabilidades do diagramador na representação do cenário de crime com
explosão/bomba.
223
Figura 4.14 Devem ser tiradas fotografias de evidência com e sem o uso de uma escala.
Caso as cópias das plantas baixas não estejam disponíveis, as consultas com o
engenheiro civil construtor de grandes estruturas pode auxiliar na preparação de
croquis.
Na preparação do diagrama, uma pessoa pode fazer o trabalho, mas isto
é muito difícil quando precisar fazer medições; portanto, duas ou mais pessoas são
geralmente recomendadas. Para assistência, o desenhista poderia usar os serviços de
um dos pesquisadores de evidência para fazer as medições, e depois o pesquisador
poderia retornar para suas tarefas, a menos que o cenário seja tão extenso quanto o do
ataque ao Edifício Federal Murrah ou de um atentado com uma aeronave em vôo. O
equipamento necessário é simples e barato. Lápis, pretos e coloridos, papel branco,
sem pauta e milimetrado, prancheta, réguas e fitas de vários comprimentos para
medição, bússola magnética e um apagador estão incluídos nos suprimentos básicos.
Materiais adicionais podem incluir vários gabaritos de desenhos (veículos, utensílios,
paisagismo e arquitetônico), roda de medição e equipamentos eletrônicos para
medição. Adicionalmente, depois da preparação do desenho rústico, o diagramador
deve preparar o desenho final, usando o desenho feito no cenário como referência.
Este desenho é geralmente mais "formal", usado para propósitos judiciais e pode ser
preparado usando equipamentos básicos ou programas de computador.
Existem diversos itens que podem ser incluídos em todo diagrama. Estes
incluem o título e a legenda. No mínimo, o título identificando a informação do desenho
deve conter:
225
• Data do incidente
• Nome do desenhista
• Orientação do norte da bússola como um "N" e com uma seta
apontando o norte
• Local do incidente
• ―Sem escala‖, para indicar que não é um desenho em escala
• Título do desenho
Para documentar o cenário, a maioria dos incidentes com bomba não terá
apenas um, mas vários diagramas diferentes para representarem vários tipos e
especificidades de informação. O uso de múltiplos diagramas propicia a oportunidade
de "separar" a informação obtida para evitar que muitos dados sejam colocados em um
desenho. Quando é preparado um único diagrama com muitos detalhes, o valor do
desenho se perde no detalhe porque todos os dados estão juntos, resultando em uma
representação muito confusa. Os diagramas do cenário de bomba podem começar com
um desenho da visão global, ou vista de cima, que direciona a atenção do espectador a
partir de uma grande área, como uma parte de uma cidade, para uma vizinhança
específica da explosão. Este desenho da vizinhança pode ser tão específico ou
abrangente quanto o necessário de ordem a retratar o cenário geral (Figura 4.16).
(Nota: Este diagrama representando a área imediatamente em volta do cenário da
explosão pode mostrar: localização de edifícios, local da explosão [seja em uma
estrutura ou ao ar livre], ruas, características importantes para o investigador e
possíveis passagens usadas pelo sujeito se o artefato foi entregue em maõs ou levada
para a area como um carro-bomba). Este desenho pode incluir os perímetros externos
e internos dos cenários como demarcados durante a avaliação do cenário.
Normalmente não é necessário representar medições neste diagrama. Entretanto, em
cenários de bomba onde é observado considerável dano colateral, a extensão dos
danos e distâncias do alvo deve ser registrada.
226
Figura 4.16 Um diagrama da vizinhança é útil para orientar o espectador para uma
parte específica da cidade e edifício ou residência no qual um crime foi cometido.
228
Figura 4.18 A explosão de um veículo em uma vaga de estacionamento oferece muitos pontos
de referência para colocação do alvo dentro do cenário do crime. Também, note a designação
dos padrões de grade em volta do alvo, o perímetro interno e o externo, a legenda e o título do
diagrama.
229
Figura 4.19 O cenário de crime em um campo ou área remota (representado aqui em um
carro-bomba) demanda que o alvo seja fixado no cenário através de várias medições a partir
de objetos fixos. Isto é chamado triangulação.
230
Figura 4.20 Uma planta baixa não só do alvo específico, mas também dos cômodos e áreas em
volta do alvo que podem ter sido afetadas pela. Note as rotas de voo de fragmentos de objetos
danificados e da bomba espalhados, janela e porta quebradas, e uma legenda detalhada
explicando os itens no diagrama.
231
Figura 4.21 Uma representação mais detalhada do cenário, incluindo não só danos ao alvo,
mas também medições do cômodo, local específico da cratera e local das vítimas.
232
Figura 4.22 A demarcação de um padrão de busca tipo grade em um diagrama propicia uma
representação visual de onde estavam localizados epecíficos itens de evidência antes de serem
transferidos para inventário. Com explosões em estruturas, esta grade pode se estender para a
área externa do alvo e englobar outros cômodos e até fora da própria estrutura.
233
Cratera da
explosão
Cratera da
explosão
234
Cratera da
explosão
238
Figura 4.26 Com explosões em veículos, os materias testemunhas podem incluir os bancos do
veículo, carpete, painel, teto e forração do teto, portas e quaisquer materiais trazidos pela vítima
para dentro do veículo.
239
com o pessoal do atendimento emergencial ou dos que fazem as autópsias. Devem ser
solicitados raios-X de todo o corpo num esforço para identificar materiais
comprobatórios. Além disso, as roupas da vítima, o veículo de transporte de
emergência e a maca também devem ser meticulosamente examinados em busca da
presença de fragmentos e resíduos. Um exemplo: depois da explosão em um avião da
Pan American em agosto de 1982, um jovem foi morto – a bomba tinha sido escondida
debaixo de seu assento. A autópsia revelou, entre outros itens de evidência, um
pequeno fio de ouro de origem desconhecida, Somente uma semana depois, uma
bomba intacta foi encontrada e desativada em outro avião da Pan American. Este
artefato foi subsequentemente examinado no laboratório do FBI, e seus componentes
foram comparados com a evidência recuperada do ataque prévio. Através desta
comparação chegou-se à conclusão de que o fio de ouro recuperado do jovem morto
era essencialmente idêntico a um dos componentes do artefato recuperado intacto. No
curso da investigação, foi identificado um sujeito, julgado e condenado por homicídio
por colocar um artefato que ao detonar matou o jopvem. Esta condenação foi possível a
partir da peça de evidência recuperada da vítima.
A área fora do cenário imediato está limitada por outros cômodos,
edifícios, veículos, árvores, vegetação rasteira, ou quaisquer outros materiais dentro do
limite interno não considerado por estar denro do cenário "imediato". Como é
especialmente evidente em explosões ao ar livre, as trajetórias de
evidências/fragmentos podem levar materiais muito longe do cenário imediato e
depositá-los em algumas áreas improváveis. Estas incluem telhados, calhas, árvores,
saliências, e arbustos densos. Se presentes, estas áreas devem ser meticulosamente
checadas.
A ordem pela qual os locais precedentes devem ser totalmente checados
depende das circunstâncias prevalecentes no cenário e na quantidade de pessoal
atribuída para tal tarefa. Na melhor das hipóteses, a equipe investigativa teria recursos
suficientes para efetivar as buscas em todas estas áreas ao mesmo tempo. Sbendo que
isto nem sempre é possível, começar as buscas a partir do perímetro interno
trabalhando com o alvo e a cratera é uma solução lógica. Isto é porque quanto menos
você ou a equipe andarem por áreas não checadas, menor será a possibilidade de
destruir ou alterar evidências não observadas. Uma busca organizada, metódica é uma
exigência absoluta para se localizar e garantir qualquer item comprobatório.
Adicionalmente, uma única busca pode não ser suficiente para se encontrar os
fragmentos.
sapatos e capuz, luvas, papel marrom para uma superfície de trabalho, vários frascos
para coleta, algodão, canetas para marcação, fita de evidência, pinças descartáveis e
sacos de evidência. Os macacões Tyvek são essenciais para garantir que a pessoa que
faz a coleta com o swab não traga contaminação para dentro do cenário, o que poderia
impedir seu subsequente uso em procedimentos legais. O esforço de coleta começa
com a abertura da caixa e termina dez etapas depois com os sacos de evidência
selados com os frascos de vidro contendo os swabs de algodão com possíveis
resíduos. O procedimento de dez etapas e uma lista completa dos componentes estão
incluídos no Anexo M.
Embora uma só pessoa possa fazer o processo de coletar resíduos com
os swabs, um assistente pode ser útil para selar e aplicar os rótulos de evidência nos
frascos. Também, esta etapa deve ser concluída antes dos esforços gerais para coleta
de evidência, e os swabs não substituem a coleta de materiais comprobatórios no
cenário. Pelo contrário, suplementam a coleta de outros itens de evidência que serão
examinados no laboratório em busca de resíduos de explosivo (Figura 4.27).
A busca organizada é um processo que essencialmente consiste de uma
verificação visual detalhada da área, num esforço para localizar e guardar materiais
comprobatórios. Ela pode exigir que os pesquisadores se apóiem em suas mãos e
joelhos de forma a identificar os componentes e fragmentos da bomba. A busca pode
ser realizada por uma só pessoa, mas dependendo do tamanho e complexidade do
cenário, uma equipe de busca adequadamente treinada deve ser usada. Para uma
busca sistemática e coordenada, têm sido usados três padrões, não só em cenários de
bombas, mas também em outros cenários de crime. O uso destes padrões e a rotulação
de áreas específicas, em ordem numérica ou alfabética, dentro dos padrões para
propósitos de coleta de evidência, propiciam meios de responsabilidade com resultado
242
na documentação do processo. Os padrões normalmente utilizados em investigações
pós-explosão incluem:
• Busca em grades
• Busca em linhas ou faixas
• Bucas espiral
243
Figura 4.28 As grades de buscas são estabelecidas com a assistência do diagramador, do
guardião da evidência e do fotógrafo. Depois de demarcar as grades, são colocados números e
letras em cada uma delas para especificamete identificar cada grade.
244
Figura 4.29 As linhas de buscas podem ser feitas/percorridas por um ou mais pesquisadores
dentro de linhas designadas. Estas buscas podem ser dentro de um padrão de busca em grade
ou em pequenas ou grandes zonas de busca.
uma rápida avaliação do cenário para estabelecimento dos limites (Figura 4.29). Uma
busca em linha ou faixa é feita pelso pesquisadores alinhados com um braço de
distãncia um do outro ou ajoelahdos e se movendo em uma linha reta em direção ao
final da linha de busca. Se a área for grande o suficiente para não poder ser
efetivamente vistoriada emu ma passage com os pesquisadores disponíveis, então é
feita outra varredura até que a área seja totalmente inspecionada. Quanto mais
escombros precisarem ser vistoriados em busca de evidência, mais tempo demorará
em fazer a varredura. Se a área tem grandes quantidades de escombros e evidência,
ela deve ser subdividida em grades ao invés de linhas. Além disso, a busca será
consideravelmente mais lenta ao ser feita na grama, especialmente grama alta. Estas
situações geralmente demandam que os pesquisadores estejam ajoelhados e usem
suas mãos para conduzirem uma busca efetiva. Imãs, especialmente os montados
sobre rodas, e grandes barras magnéticas são muito úteis na busca por metais ferrosos
tais como os resultantes da explosão de uma bomba tubo. Entretanto, para buscas em
gramados com mais de alguns centímetros de altura, o imã sobre rodas tem utilidade
limitada. Aqui, a grama pode raspar e retirar a evidência da barra magnética. Imãs
sobre rodas são mais úteis em superfíceis firmes.
A busca em linha ou faixa também é muito útil para bsuca não só em
linhas designadas, mas também em blocos dentro de um padrão de grandes grades.
245
Figura 4.30 Um padrão de busca em espiral é difícil de ser mantido, mas pode ser usado para
avaliar a necessidade de buscas mais específicas.
Essencialmente, é feita a busca ao se andar para frente e para trás na grade até que o
bloco de grade determinado tenha sido totalmente inspecionado em busca de
evidência. Sim, padrões de busca podem ser combinados!
246
Entretanto, antes de descartar quaisquer materiais, indiferente da fonte, deve ser
assegurado que estes materiais não são pertinentes à investigação. O investigador
deve examinar cuidadosamente cada item em busca da presença de componentes
incrustrados do dispositivo ou resíduos explosivos, os quais se parecem, em muitos
casos, com manchas enegrecidas no material. As partes do alvo, que apresentarem
importantes características de fragmentação, normalmente indicam que elas estavam
em contato ou muito próximas da carga principal explosiva no momento da explosão e,
portanto, podem conter evidência escondida ou incrustrada. Embora os materiais do
alvo possam não conter componentes observáveis do artefato, eles podem ser
essenciais para o estabelecimento do relativo tamanho da carga principal explosiva ou
o local exato onde foi colocado o artefato, o que pode afetar diretamente o resultado da
investigação geral ao prover pistas investigativas. Um exemplo: durante a investigação
da explosão do voo 103 da Pan American, a colocação do AEI em um específico
contâiner de bagagem no compartimento de cargas foi determinada por uma inspeção e
reconstrução de vários fragmentos da fuselagem externa da aeronave. Encontrar
pedaços da fuselagem cotendo características físicas observáveis em decorrência de
estarem próximos da carga principal explosiva, e reagrupá-los para revelarem um
buraco retangular causado pela explosão, o qual estava perto de um contâiner
específico e identificado de bagagem, chegou-se à conclusão de que a bomba estava
naquele específico contâiner (Figura 4.31). A dificuldade está em saber quais itens
Figura 4.31 O buraco causado pela explosão dentro da fuselagem do voo 103 da Pan American
estava obscurecido pelo buraco da descompressão que media aproximadamente 3 m x 3 m
(Fotografia propiciada pelo FBI).
247
manter e quais descartar. Com treinamento adequado e subsequente investigação de
cenários de bombas, o investigador será capaz de fazer estes julgamentos. Até então, o
investigador deve ter prudência e no caso de qualquer dúvida, manter o material para
ser submetido ao laboratório ou à avaliação de pessoal com maiores conhecimentos
(tal como um técnico em bombas ou um investigador mais amadurecido).
de peneiração, pois podem ser usados sobre a sujeira ou fragmentos para recuperarem
metais ferrosos usados em bombas tubo. Sempre que forem encontrados itens de
evidência durante os processos de peneiração, eles devem ser coletados
imediatamente e colocados em um recipiente adequado. Isto evitará que estes itens
sejam descartados ou perdidos na peneiração subsequente.
249
Figura 4.33 Devem ser utilizadas luvas durante o processo de peneiração em busca de
evidências, não somente para impedir a contamização cruzada, mas também para proteger o
peneirador.
pelo menos três vezes o tamanho da cratera original. Entretanto, ela poderá ser maior
ou menor, dependendo da quantidade de componentes da bomba encontrados na
medida em que a escavação progride. Note que os buracos de entrada dos
componentes da bomba não são necessariamente evidentes na sujeira, areia ou pedra
triturada. Portanto, porque o investigador não vê os buracos de entrada, não pode ser
presumido que não existam componentes no solo. Sempre que itens de evidência são
descobertos durante o processo de escavação da cratera, eles devem ser
imediatamente coletados e colocados em um recipiente adequado e sua recuperação
anotada no registro de recuperação de evidência. Isto evitará que estes itens sejam
descartados ou perdidos durante a escavação subsequente.
Com respeito à cratera na terra, deve ser colhida uma amostra de terra,
coletada e colocada em uma vasilha de metal para verificação de resíduos de
explosivos pelo laboratório antes de a cratera ser mexida em esforços para localizar os
componentes fragmentados resultantes da explosão. A sujeira é uma boa receptora de
resíduos e explosivos não consumidos resultantes da explosão de um AEI,
especialmente artefatos que são cosntruídos com uma carga principal de baixo
explosivo. Além disso, um "controle‖, ou amostra conhecida da terra, deve ser colhida
250
do solo fora do cenário imediato e colocada em um vasilhame separado. Esta amostra
controle serve para mostrar que os explosivos identificados no material da cratera não
estavam presentes no solo antes da explosão. Estas amostras serão então anotadas no
registro de controle da evidência, indicando que são amostras do solo, uma da cratera e
a segunda, a amostra controle. Pode se aconselhável colher mais de uma amostra
controle do solo em grandes cenários de bomba.
Técnicas relativas ao uso de aspiradores de pó para recupreação de
evidência são efetivamente usadas em superfícies e materiais considerados mutios
grandes para serem levados ao laboratório para verificação. Estes materiais incluem
carpetes (especialmente em veículos), assoalhos e bancadas. No que tange os
cenários pós-explosão, o uso do aspirador de pó deve ser feito depois de os itens de
evidência visíveis terem sido recuperados, uma vez que este processo é usado para
coletar itens de evidência geralmente não a olho nu. Entretanto, a coleta de resíduos
explosivos com um swab deve ser feita antes de se utilizar o aspirador de pó. Nas
buscas por evidência envolvendo um cenário sem explosão, mas que pode ter sido
usado para fabricar a bomba, o uso do aspirador de pó deve ser feito antes da busca
geral. Em cenários de investigações de bomba, a utilização do aspirador de pó é um
dos últimos tipos de procedimentos conduzidos para coleta de evidência ou busca.
Como me foi dito certa vez por um investigador pós-explosão da divisão de Boston do
FBI em relação ao uso do aspirador de pó, o cenário (especialmente os pisos) deve
estar mais limpo depois da explosão e dos processos de coleta, do que antes da
explosão. Ele disse, "você pode até comer no chão de qualquer cenário que eu
trabalho‖.
A utilização do aspirador de pó dever ser feita com um filtro não-
reutilizável aplicado na mangueira do equipamento (Figura 4.34). Isto impede que o
equipamento de coleta seja contaminado por materiais de outras buscas por evidência.
O filtro não deve ser aberto ou examinado depois de seu uso, mas sim receber um
número de item para ser inserido no registro de evidência e enviado ao laboratório para
exames. Em um caso específico, quando o filtro recebido no laboratório havia sido
aberto pelos analistas de explosivos, foram encontradas partículas não consumidas de
pólvora de flash fotográfico.
252
materiais naquela grade e do tipo de exame laboratorial solicitado daqueles itens.
Considere a listagem de recipientes precedente como guia para coleta de materiais de
evidência. Por exemplo, em uma grade a equipe de buscas encontra evidências que
não serão submetidas à análise de resíduos. Elas podem ser colocadas em um saco
de polietileno zip-top. A misturar de evidência de um cenário de bomba é uma prática
aceita. Em outra grade, fragmentos de tubo, que logicamente continha a carga principal
explosiva, estão presentes junto com fragmentos de vários outros materiais. Uma vez
que os fragmentos do tubo precisariam de análise de resíduos, eles seriam colocados
em uma lata de metal ou saco de náilon, e os outros materiais em um saco de
polietileno zip-top. É necessário o uso de um saco de náilon, lata, ou vasilhame de vidro
para materiais que precisam ser submetidos à análise de resíduos, de forma a reter os
resíduos voláteis e impedi-los de permear através do recipiente. Sacos comuns de
polietileno ou papel não são adequados para compostos voláteis. Um saco de náilon
adequadamente selado por aquecimento tais como os utilizados para evidências de
narcóticos, propicia uma barreira para reter resíduos explosivos dos mais voláteis. Latas
de metal e vasilhames de vidro podem ser usadas se os sacos de náilon não estiverem
disponíveis. De ser notado que ao usar náilon para conter objetos pontudos, as
extremidades pontudas devem ser protegidas com material almofadado não
contaminado para impedir que fure o saco (Figura 4.35). Instruções detalhadas para
empacotamento de diferentes tipos de evidência podem ser encontradas na publicação
da divisão de laboratório do FBI, Manual de Serviços Forenses, revisado em 2003.
(a)
Figura 4.35 Os recipientes para coleta de evidência incluem, entre outros, saco antiestático de
polietileno (a), sacos para materiais que apresentem riscos à vida (b), latas de metal(c), sacos
de papel (d) e sacos de polietileno ziptop (e).
253
(b)
(c)
254
(d)
Figura 4.35 (Continuação.)
(e)
Figura 4.35 (Continuação.)
255
Como regra geral, itens similares presentes em uma mesma não são
colocados em recipientes separados. O uso de recipientes separados aumenta a carga
do guardião das evidências por ter que guardar e prestar contas de muitos recipientes
desnecessários. Entretanto, pode ser utilizado mais de um recipiente se for recebida
grande quantidade de evidência, ou pelas razões previamente ditas com relação à
análise de resíduos.
Depois da colocação da evidência em um recipiente adequado por um
membro da equipe de buscas, o recipiente deve ser adequadamente marcado para sua
identificação e atribuição de responsabilidade. Isto é feito ao se colocar pelo menos os
seguintes dados em um recipiente de evidência (Figura 4.36):
Breve descrição do item
Local onde a evidência foi encontrada (número ou letra da grade)
Nome ou iniciaisd e quem a encontrou
Data em que foi encontrada
Outros dados tais como o endereço ou área específica, número do caso,
hora em que foi encontrada, etc., podem ser incluídos, dependendo da política
departamental. Estes dados devem ser marcados com marcador permanente e depois
cobertos com fita transparente para impedir sua remoção inadvertida. Se forem
utilizados sacos de náilon, a maioria dos quais não contém uma característica de
fechamento zip-top, eles devem ser selados por aquecimento para reter os vapores de
resíduos. Outros recipientes, sacos de polietileno e papel, latas e vidros devem ser
fechados e selados com fita de evidência à prova de adulteração (esta fita proporciona
uma indicação visível quando removida ou alterada). Evidência grande demais para um
recipiente normal, dependendo do tipo, pode ser embrulhada com plástico ou papel ou
colocada em uma caixa de madeira limpa que é construída para este propósito
específico. A marcação final pode ser realizada pelo uso de uma etiqueta ou rótulo de
evidência anexada ao item ou recipiente.
Dependendo da política departamental e da complexidade do cenário, os
procedimentos para coleta e inventário pelo guardião das evidências variam. Um
método utilizado é a colocação dos recipientes de evidência já marcados no chão ou no
piso dentro da grade na qual elas foram encontradas. O guardião das evidências então
caminha pelo cenário, coloca um número de item de evidência em cada recipiente com
suas iniciais, insere o número do item e dados descritivos no registro de evidência, e
depois coleta o recipiente e evidência. Este processo é duplicado até que todas as
evidências e recipientes de evidências tenham sido coletados. No segundo método, o
pesquisador de evidência que a encontrou e a colocou no recipiente, leva a evidência e
os recipientes ao guradião das evidências para inserção no registro de evidências, na
medida em que a evidência é coletada de cada grade ou de várias grades. Em ambos
os métodos, o guardião coloca o número do item no recipiente com suas iniciais e
insere este número e os dados descritivos no registro.
256
Figura 4.36 Recipientes de evidências, indiferente de seus tipos, devem incluir o nome da
pessoa que encontrou a evidência, data e local encontrado, uma breve descrição da evidência,
número do caso e seu número no registro de evidências. O recipiente deve ser selado com fita
à prova de adulteração.
257
Como previamente discutido, não é necessário a demarcação de cada
item de evidência no diagrama durante as investigações do cenário de bomba.
Entretanto, caso o líder da equipe deseje selecionar itens de evidência demarcados,
isto deve ser feito antes de a evidência ser removida do local onde a mesma foi
encontrada. Portanto, durante os estágios de identificação e coleta de evidência, deve
ser efetiva a coordenação entre o líder da equipe (que aponta quais itens ele deseja
demarcados e fotografados no diagrama) e o desenhista, o fotógrafo, e os
pesquisadores de evidência ou descobridores. Adicionalmente, neste momento o líder
da equipe pode querer apontar ao desenhista para que indique, sem identificar itens
específicos de evidência quanto a seus números, os tipos de evidência em algumas ou
todas as áreas de buscas ou zonas de grade. Mais uma vez, isto não é uma
identificação específica de algum item, mas uma designação genérica de evidência,
que quando revista no diagrama pode prover a direção relativa e extensão do tipo e
quantidade de evidência ou fragmentos espalhados em específicas áreas do cenário.
Isto às vezes é chamado de efeito "leque": as evidências emergindo do epicentro em
um arco estreito e se estendendo pelo cenário em um arco sempre crescente, ou leque.
O fotógrafo também pode documentar este efeito leque (Figura 4.20 e Figura 4.24).
262
comerciais, deve-se ter o cuidado de determinar quem tem acesso ao local do
armazenamento, e a evidência dos explosivos deve ser protegida de tal forma que
possa identificar quaisquer tentativas de pessoas não autorizadas para obter acesso
aos materiais. Isto seria necessário para qualquer uso em procedimentos legais.
Adicionalmente, o transporte de explosivos vivos (não resíduos) do cenário deve estar
de acordo com as leis estaduais e federais que regulamentam a movimentação de
explosivos em estradas e rodovias. Na incerteza de quais são estas exigências, o
investiador pode obter a assistência de reguladores estatais, distribuidores de
explosivos, ou dinamitadores comerciais.
Explosivos vivos não podem ser usados no tribunal por razões de
segurança. O resultado das análises de laboratório de explosivos é o método
apropriado de atestar a autenticidade dos explosivos.
A segunda razão porque o investigador não deve armazenar cargas
explosivas com outros tipos de evidência é a real possibilidade de contaminar a outra
evidência.
Antes de sair do cenário de crime com bomba, todas as evidências
coletadas devem estar guardadas em caixas ou grandes sacos plásticos para garantir
que nada seja extraviado e que nenhuma contaminação ocorra durante o transporte.
Esta declaração é feita porque todos os tipos de materiais são carregados em veículos
da segurança pública de tempos em tempos. Deve haver um contínuo esforço para
impedir que a evidência seja contaminada com outros materiais durante o processo de
transporte. Da mesma forma, sacos de evidência com vestígios de contaminação em
suas superfícies são indesejáveis.
Evidências de diferentes cenários, especialmente as coletadas de um
possível local de fabricação de bombas, ou roupas, ou materais coletados de um
suspeito da investigação, nunca devem ser colocados no mesmo saco, caixa ou
vasilhame usado para transportar as cargas explosivas. O uso de diferentes recipientes
impede a possibilidade de misturar evidências de diferentes cenários ou partes da
investigação. Como lembrete, é aceitável misturar evidências do mesmo cenário, mas
não de diferentes cenários. Para ajudar esta precaução, quando alguma evidência for
armazenada na sala de evidências do departamento aguardando transmissão para o
laboratório, as evidências de diferentes investigações devem ser guardadas em suas
próprias caixas ou recipientes adequados e especificamente identificados. Informações
detalhadas para empacotamento e remessa podem ser encontradas no previamente
referenciado Manual de Serviços Forenses do FBI.
264
latentes contido no ofício, normalmente ligará para o investigador e perguntará
especificamente acerca da necessidade para este e qualquer outro exame.
As evidências submetidas devem ser especificamente listadas. Sim, cada
saco, lata ou vasilhame de evidência precisa ser listado na carta de transmissão. Isto
propicia um inventário e responsabilidade tanto para o investigador como para o
laboratório, para garantir que cada evidência considerada como enviada, tenha sido, de
fato, enviada. Depois na investigação não é momento de entrar em discussão de onde
determinado item de evidência está localizado, se na sala de evidências ou no
laboratório? O momento para resolver qualquer discrepância no inventário é quando a
evidência é recebida e inventariada, antes dos exames no laboratório. A lista pode ser
longa, mas o problema tem importância no final.
A evidência, a menos que pessoalmente entregue, deve ser enviada com
um documento para atestar o recebimento através de assinatura. Isto continua a cadeia
de custódia estabelecida no cenário pelo guardião das evidências. Na conclusão dos
exames laboratoriais, a evidência será devolvida mediante outro documento para
atestar o recebimento através de assinatura.
266
construir a bomba. Se for um artefato improvisado, ele utiliza itens comuns em sua
construção. A investigação deve então focar dois aspectos dos componentes, a carga
principal explosiva e o sistema detonador. O sistema detonador não só pode ser
totalmente construído com materiais ―comuns‖, os quais podem ser muito difíceis de
rastrear, mas os explosivos também podem ser improvisados a partir de ingredientes
prontamente disponíveis. De fato, isto torna a investigação muito difícil, mas não
impossível.
Junto com os componentes, os fabricantes de bombas precisam ter algum
nível de conhecimento e habilidade não só para construir a bomba, mas também para
impedir que o artefato detone prematuramente, matando-os. O conhecimento pode ser
obtido de várias fonts incluindo diversos livros e panfletos sobre o assunto, bem como a
Internet. Muitos websites relativos ao uso de explosivos improvisados foram removidos
desde os ataques de 11 de setembro de 2001 ao World Trade Center e ao Pentágono,
mas alguns ainda existem. Entretanto, com o conhecimento ainda é preciso ter certo
nível de habilidade para fazer a transição do projeto para o real artefato. Tem sido dito
que um fabricante de bombas com muita habilidade pode disfarçar seu trabalho para
parecer o de um fabricante sem habilidades, mas um fabricante sem habilidades não
pode construir um artefato além de suas capacidades. Esta é uma declaração muito
difícil de defender ou de descordar, uma vez que é problemático determinar o nível
básico de habilidades de um potencial fabricante de bombas.
267
para identificar estas testemunhas, a áera em volta da explosão deve ser
minuciosamente examinada, indo de porta em porta e não apenas fazendo estes tipos
de perguntas, mas também procurando a identidade de outros que já não estão no
cenáro. Dependendo das circunstâncias, pode ser preciso procurar por testemunhas
transitórias que podem ter passado pelo cenário imediatamente antes, durante ou
depois da explosão. Estas incluem pessoal de entrega, motoristas de táxi e ônibus,
trabalhadores, coletores de lixo e polícia. Os esforços para identificar estes tipos de
pessoas podem envolver a colocação de um bloqueio nas ruas daquela área, no dia
seguinte e aproximadamente uma hora antes do horário da explosão, para tentar
identificar trabalhadores passando naquela área. Os registros policiais relativos às
violações com veículo em movimento e multas de estacionamento na área geral em
volta da explosão devem ser revistos para estabelecer identidades ou possíveis
testemunhas ou vítimas. Na investigação de uma grande explosão em Nevada e na
Califórnia no início dos anos 80, os suspeitos foram por fim identificados através de
uma multa por excesso de velocidade emitida a quilômetros de distância da explosão,
depois que eles deixaram a área depois da colocação/entrega do artefato.
Essencialmente, a história deles do porque que eles estavam na área não se sustentou
depois de uma intensa investigação.
Uma excelente fonte de informação em muitas áreas provém das câmeras
de vídeo de vigilânci. Estas incluem câmeras instaladas dentro de estruturas, em volta
de perímetros de edifícios, caixas eletrônicos, bancos, lojas de conveniência e pontos
de monitoramento de transportes (ônibus, aeroporto e metrô). Como você deve se
lembrar, o uso destes tipos de câmeras em Londres contribuiu significativamente para a
identificação do agresor suicida e do pretenso suicida durante os ataques ao sistema de
trânsito de Londres em 2005. O tempo é essencial para obtenção destas imagens, uma
vez que a maioria dos dispositivos de gravação opera em ciclos de lapso de tempo, que
depois de determinado período grava novas imagens por cima das antigas.
Como previamente discutido, a investigação nos locais de atendimento
médico envolve as entrevistas de todo pessoal que pode ter ajudado no tratamento das
vítimas e na preparação de relatórios médicos detalhando tal tratamento. O pessoal do
serviço de emergência deve ser entrevistado para determinar o local de alguma roupa
removida das vítimas, o local de quaisquer materiais/fragmentos removidos das
mesmas, e raios-X de todo o corpo demonstrando ferimentos e materiais incrustrados e
registros de tratamento. Por causa de preocupações com a privacidade, para a
obtenção de registros de tratamentos médicos pode ser necessário a permissão das
vítimas, a menos que falecidas, ou depois de ordem judicial. Caso a vítima morra,
cópias da certidão de óbito e do relatório do legista e um relatório da autópsia devem
ser obtidos. Ser for de tudo possível, o investigador deve estar presente em quaisquer
autópsias para obtenção de fragmentos removidos da vítima. Estes fragmentos devem
ser limpos no local da autósia para remoção de qualquer tecido corporal e sangue
aderido a estes itens uma vez que os mesmos são importantes na identificação dos
268
componentes da bomba, mas não para testes de resíduos de explosivos.
Se já não foi feito na primeira avaliação, os socorristas iniciais (polícia,
service de emergência médica e bombeiros) devem ser entrevistados no que tange ao
o que eles viram no momento da chegada, o que fizeram, a condição do cenário no
momento da chegada, e outras identificações de testemunhas como descrito na seção
da avaliação inicial neste capítulo. A identificação e entrevistas de todos os socorristas
iniciais são críticas para ajudar a estabelecer a cadeia de eventos no cenário e a
possível identificação de outros que possam ter informação vital acerca do incidente.
São estes socorristas iniciais que têm informação acerca de possíveis vítimas e para
onde as mesmas foram levadas para atendimento médico. Em outras palavras, na
chegada do investigador (ou equipe investigativa) no cenáio, se apenas o policial
estiver presente, aquele policial é a melhor fonte de informação relativa não só ao
cenário físico, mas também de pistas investigativas relativas a se houve vítimas, quem
foi que prestou o serviço de emergência médica, e se os bombeiros estavam no
cenário. Como tal, a investigação de campo começa com uma procura pelo pessoal de
emergência médica para determinar para qual hospital a vítima foi levada e qualquer
outro pessoal que possa ter saído do cenário.
Os investigadores devem documentar os tipos de sapatos, tipos de luvas
usadas e deixadas para trás, e possivelmente os tipos de pneus utilizados nos veículos
dos socorristas, caso surja alguma pergunta concernente a impressões latentes de
pegadas ou de pneus encontradas no cenário.
Deve ser considerada uma completa investigação de antecedentes das
vítimas, possíveis suspeitos, incluindo entrevistas de seus associados e parentes. Isto
pode ajudar no desenvolvimento de um motivo, ao focar na vítima, seja uma pessoa ou
instituição. As vias de investigação a este respeito incluem, mas não estão limitadas: a
vítima era o alvo planejado, existem inimigos conhecidos ou percebidos, incidentes
violentos precederam o ataque com bomba, poderia as convicções sociais ou políticas
da vítima levaram ao ataque com bomba? É crucial conduzir entrevistas dos associados
da vítima em esforços para desenvolver vias de investigação, especialmente no caso
de a vítima estar morta. Esta é uma tarega que demanda muito tempo. Como em
qualquer investigação, a entrevista de uma pessoa leva a outra, depois a outra, e outra.
Dependendo das características de construção e uso de componentes
específicos, as fontes lógicas dos componentes da bomba devem ser uma as linhas de
investigação de campo conduzidas depois da conclusão da investigação do cenário do
crime. Em algumas investigações, esta via de inquérito começa antes da conclusão da
investigação do cenário, e em outras, ela pode não começar até que o relatório
identificando os componentes do AEI seja recebido do laboratório. A identificação dos
componentes, seja pelos investigadores do cenário ou pelo laboratório, traz à superfície
um tema particular com respeito ao recebimento oportuno do relatório do laboratório.
Em alguns incidentes de explosão nos quais os componentes estão severamente
fragmentados, a investigação de campo relativa à possível identificação das fontes dos
269
componentes não pode iniciar até que o investigador receba o relatório do laboratório.
O tempo que demora entre a submissão da evidência ao laboratório e a emissão do
ralatório pode ser, no pior das hipóteses, na ordem de meses. De fato, isto não ajuda a
investigação, atrapalhas os esforços gerais. Em casos onde o investigador não sabe
com certeza quais componentes foram utilizados na bomba, ele pode comunicar o
problema ao laboratório e estabelecer uma linha pessoal de comunicação com o perito.
Na medida em que os exames vão sendo feitos no laboratório, o perito pode estar
provendo pistas investigativas não oficiais e identificação de componentes ao
investigador de campo. Como em qualquer investigação criminal na qual a evidência é
submetida ao laboratório para exames, devem ser estabelecidas linhas de comunicação
entre a equipe investigativa de campo e o perito do laboratório.
Esta é uma lista muito genérica das possíveis fontes de componentes de
AEI, muitos dos quais são de uso comum em utensílios domésticos:
270
posse dos componentes usados na bomba. Os investigadores devem fazer perguntas
sobre pessoas que compraram itens que são inconsistentes com seu uso, por exemplo,
caso uma pessoa tenha comprado algum tipo de pólvora para recarga de cartuchos ao
mesmo tempo em que são comprados iniciadores para regarga de pistola. Isto tem
ocorrido, e chamou a atenção do gerente da loja, que propiciou uma descrição básica
do comprador. Falando em pólvora de baixo explosivo para recarga, muitos estados
exigem dientificação positiva para compra destes itens. Outros não. Adicionalmente, em
conversas com varejistas de pólvora, eles informaram que na maioria dos casos, eles
de fato têm alguma idéia das habilidades dos compradores de pólvora para recarga
pela forma que eles pedem a pólvora ou outros suprimentos que podem comprar. Os
varejistas observam os compradores casuais, desinformados, nada mais do que por
uma questão de possível responsabilidade com relação ao uso da pólvora.
Depois dos ataques se 11 de setembro de 2001, a capacidade para
comprar alto explosivos, detonadores, e os vários ingredientes para a fabricação
clandestina de explosivos foi severamente restringida. Entretanto, não é impossível
para um pretenso agressor comprar estes materiais legalmente. Portanto, os
fornecedores destes materiais devem ser entrevistados e os registros de vendas, seja
voluntariamente ou mediante ordem judicial, revistos em busca de compradores
suspeitos ou os que adquirem os produtos pela primeira vez. Alguém pensaria que com
a intensificada preocupação de parar os ataques terroristas, os varejistas estariam
extremamente sensíveis a indivíduos fazendo compras suspeitas. A maioria é altamente
cuidadosa, mas alguns não e têm recebido os investigadores dizendo, com efeito, ―o
que fez com que você demorasse tanto para vir aqui e perguntar sobre isto e aquilo‖.
Os investigadores não devem esperar serem chamados por lojas específicas depois de
um atentado.
Alguns fabricantes de bombas, em tentativas para escapar da detecção
local, têm recorrido à compra de componentes através da venda por correspondência.
Uma vez que existem muitas destas empresas para contatar, as entrevistas com o
pessoal da entrega poderia ajudar a estabelecer o recebimento de várias caixas. Sim, o
investigador poderia pedir um endereço específico ou pessoa, mas as entrevistas
poderiam ser conduzidas junto ao pessoal de entrega do Serviço Postal dos EUA
(USPS), da empresa United Parcel Service (UPS), e da Federal Express (FEDEX) em
esforços para desenvolver esta informação.
Por fim, as bases de dados relativas a incidentes com explosivos mantidas
pelo FBI, ATF, e o Serviço de Inspeção Postal dos EUA (USPIS) podem ser úteis para a
determinação de se artefatos idênticos ou similares foram usados em incidentes
passados. Estas bases de dados podem indicar um grupo de componentes, o qual
poderia indicar que um único fabricante de bomba é responsável por uma série de
ataques com bombas. Um ‗serial bomber!‘ Adicionalmente, um fabricante de bomba que
foi pego, julgado e condenado, e enviado à prisão somente para obter liberdade e
começar a fabricar bombas novamente poderia ter construído um artefato similar. Ao
271
pesquisar os artefatos passados, poderia haver uma identificação efetiva entre a atula
bomba e o artefato feito previamente. Isto tem ocorrido e será detalhado em outro
capítulo.
No fim da investigação, avalie se você atingiu os três objetivos definidos
para a mesma, os quais são: Você confirmou que ocorreu uma explosão e que esta foi
de natureza criminal; Você conduziu uma investigação no cenário para coletar e
identificar os componentes do artefato; e Você estabeleceu um vínculo entre o cenário
do crime e um suspeito e esforços para prendê-lo e processá-lo?
O investigador tem a responsabildade de conduzir uma investigação
"imaginativa" e sair "fora da caixa" em seus esforços de para vincular o cenário com a
pessoa que construiu a bomba e/ou a entregou para uma vítima que nem desconfiava
ou a colocou no sistema postal. Em muitos casos, o agressor não quer ser pego: o
objetivo é colocar ou enviar a bomba e escapar da área sem levantar qualquer suspeita
antes da explosão. Manter a anonimidade e viver para atacar novamente (com algnas
notáveis exceções!) é o lema. Como em qualquer outra investigação de cenário de
crime ou determinação da causa, o investigador tem a terrível responsabilidade de ser
bem sucedido, e por meio disto impendir outro incidente, salvar vidas e propriedades.
Este desejo, dentro da ética e dos limites legais, deve ser a força motriz de qualquer
investigação.
274
5. O Investigador do
Cenário de Bomba e
Armas de Destruição
em Massa
5.1 Introdução
275
reduzidos como resultado da bola de fogo causada pela detonação de explosivos. A
detonação de explosivos pode ser usada para propagar materiais ionizantes sobre uma
área na forma de uma ―bomba suja‖. Mas esté é apenas um dos diversos mecanismos
que podem ser empregados.
Biológicos
Nucleares
Incendiários
Químicos
Explosivos
Agentes biológicos de guerra são organismos vivos que são usados para
intencionalmente causar morte ou ferir humanos, animais ou plantas. Materiais
nucleares são aqueles que produzem radiação ionizante ou radioatividade que é capaz
de causar danos celulares (deterioração) em tecidos vivos. Os tecidos vivos incluem os
de humanos, animais ou plantas. Agentes químicos são sólidos, líquidos ou gases
incapacitantes que, se absorvidos ou ingeridos em quantidades suficientes, podem
276
casuas sérios ferimentos ou morte. Agentes químicos e biológicos não têm utilidade ou
aplicação comercial, embora alguns materiais químicos menos refinados sejam
rotineiramente utilizados como pesticidas ou para purificação de água. Entretanto, os
materiais nucleares têm aplicações muito benéficas na geração de energia elétrica e na
medicina.
Elementos incendiários e explosivos são novas adições a estes materiais
de destruição em massa. Antigamente eles eram chamados de NBQ ou perigos
nucleares, biológicos e químicos. Entretanto, como resultado de grandes ataques
explosivos com veículos e aeronaves pelo mundo, e as terríveis ferramentas mortais
resultantes do acondicionamento de grandes quantidades de explosivos em bombas
móveis, o uso de explosivos foi logicamente incluída sob o título de ADM. O uso em
larga escala de veículos bomba começou com o ataque ao Centro de Pesquisas
Matemáticas do Exército dos EUA no campus da Universidade de Wisconsin em
Madison no dia 24 de agosto de 1970, e com a violência do Exército Republicano
Irlandês Provisóiro (PIRA) na Irlanda do Norte e Inglaterra. Os atentados com bombas à
embaixada dos EUA em Beirute, Líbano, em duas ocasiões, e a perda de mais de 240
fuzileiros navais americanos no atentado ao aeroporto de Beirute; o atentado ao World
Trade Center em 1993; o atentado ao Edifício Federal Murrah e inúmeros outros, porém
os atentados mais significantes com veículos bomba ocorreram durante os últimos 30
anos. Não são necessárias grandes quantidades de explosivos para um incidente ser
classificado como envolvendo ADM porque aeronaves têm sido explodidas no céu com
pequenas quantidades de explosivos, resultando na perda de centenas de vidas
inocentes. Certamente, a destruição das torres gêmeas do World Trade Center, o vasto
dano ao Pentágono, e a queda do quarto avião em área rural da Pensilvânia no dia 11
de setembro de 2001, com a perda de mais de 3000 vidas não envolveu explosivos
algum, mas aviões usados como bombas.
Grandes incêndios têm o potencial para destruir centenas de vidas em
muito pouco tempo. A história tem mostradao que incêndios acidentais tem sido o
flagelo do desenvolvimento e cidades. Considere o incêndio de Chicago no dia 9 de
outubro de 1871, e o de São Francisco em 1906 depois de um grande terremoto. O
terremoto derrubou prédios e rachou as ruas, mas o incêndio destruiu a cidade. Nós
temos observado impotentemente intensos incêndios que começaram acidentalmente
em estruturas com saídas limitadas que resultaram nas mortes de muitos dos
moradores. Por outro lado, imagine um incêndio culposo, concebido como um horrendo
plano para causar o maior número de vítimas dentro de uma estrutura densamente
lotada. Inquestionavelmente, o fogo tem sido usado como uma arama, ou como meio
para encobrir outro crime, e pode ser usado como uma ADM.
A partir das armas identificadas, o que os investigadores e os socorristas
iniciais sensatamente esperam encontrar, e que impacto isto terá em suas
comunidades? Uma pergunta simples, porém sem uma resposta simples. No que tange
aos materiais e armas nucleares, isto depende dos fatores conhecidos ou percebidos
277
concernentes à proliferação da tecnologia de projetos de armamento nuclear, do desejo
do terrorista, da disponibilidade de sistemas intactos dos armamentos e do acesso à
contrução de materiais e ingredientes em estado natural. Como exemplo, o uso de um
artefato nuclear construído pelo estado e que funcione da forma que foi planejado com
uma produção nuclear associada poderia ter consequências castastróficas. Estas
conseqüências incluem a perda imediata de milhões de vidas e zonas radiológicas de
longa duração que podem permanecer desabitadas por centenas de anos.
Agradecidamente, a probabilidade de alguém obter acesso a tal arma é muito baixa.
Entretanto, com nações como a Coréia do Norte admitindo que de fato possuem armas
nucleares, esta possibilidade pode muito bem mudar no futuro. Adicionalmente, alguns
afirmam que a antiga União Soviética não prestou contas de todas as suas armas
nucleares. Por outro lado, os analistas teorizam que quaisquer terroristas que detonem
uma arma nuclear estariam selando suas próprias mortes ao alienarem seus eleitorados
e eles, além do país que proveu a arma, pagariam o derradeiro preço por suas ações.
Da mesma forma, outros afirmam que alguns grupos terroristas poderiam não dar a
mínima importância acerca destas conseqüências, uma vez que seus "programas de
trabalho" estariam cumpridos.
A maior probabilidade, mas possivelmente menos perigosa, é a detonação
de artefato nuclear improvisado (ANI). O uso de um ANI admite que terroristas
poderiam não só ter obtido acesso a material suficientemente físsil (plutônio, urânio),
mas também congregaram o pessoal com conhecimento técnico e esquemas para
construção de tal artefato. O impacto seria menor, na teoria, uma vez que a
improvisação diminuiria seu rendimento ou poder destrutivo. Menos imapcto poderia,
entretanto, ser considerado como discutível, uma vez que o poder nuclear de um ANI
poderia matar centenas de milhares de pessoas e ter os mesmos efeitos de longa
duração quanto o artefato construído pelo estado. Isto é uma possibilidade, mas não
necessariamente uma realidade imediata, em razão das imensas dificuldades técnicas
para a construção de uma bomba nuclear que tenha um efetivo rendimento nuclear.
Entretanto, uma possibilidade muito maior é a detonação de uma bomba suja ou
dispositivo de dispersão radiológica (DDR). A bomba suja utiliza explosivos
convencionais para dispersar materiais radioativos sobre a área alvo. Nenhum
rendimento nuclear; portanto, o impacto seria localizado na área onde os explosivos
detonaram, dependendo da velocidade do vento e da distância horizontal percorrida
(downrange). O acesso a materiais nucleares usados em instalações hospitalares e
usina para geração de energia, uma possível fotne de materiais para uma bomba suja,
é estritamente controlado, mas nenhum sistema de controle é infalível. O acesso aos
explosivos também é controlado, mas centenas de quilos desaparecem anualmente.
Prosseguindo para um nível e possibilidade mais alto está o uso de
químicos industriais tóxicos, de agentes químicos improvisados, ou de agentes
químicos roubados fabricados pelo estado. Primeiro, considere os agentes químicos
fabricados pelo estado. Certamente, mais nações possuem agentes químicos para
278
guerra do que os países que têm a ―bomba‖. Embora exista tratados para a destruição
de estoques de agentes químicos nos EUA e ná Rússia, nem todos os inventários
destes países foram destruídos, ainda. Outros países tais como a Coréia do Norte, Irã e
Líbia ainda mantêm estoques de agentes químicos, e não foi provado para a satisfação
de muitos que os inventários químicos iraquianos foram realmente destruídos; ao invés,
eles podem ter sido transferidos para outros países. Alguns teorizam que o nível de
segurança para agentes químicos não tem uma alta prioridade, portanto fazendo mais
fácil aos terroristas para pegarem o que querem ou simplesmente comprar de
mercadores ilícitos patrocinados pelo estado. Por outro lado, não é muito difícil de
fabricar agentes químicos tóxicos clandestinamente ou, caso alguém não tenha a
habilidade ou os ingredientes para fabricação, pode utilizar alguns químicos que
geralmente possuem algumas das mesmas características letais dos agentes químicos
tóxicos fabricados para uso em guerra. Seu uso teria um pontencial impacto sobre a
área alvo geral por um período variável de tempo, dependendo do tipo de químico
utilizado. Depois de passar certo tempo ou da efetiva descontaminação do cenário, a
vida poderia voltar ao normal na área afetada pelos químicos, uma vez que eles são
relativamente fáceis de remover do cenário, em comparação com os materiais
nucleares ou biológicos, ou se decompõem com o tempo e com os efeitos do clima.
Entretanto, a devastação e perda de vidas ocasionadas por estes químicos podem ser
horríveis.
O uso de explosivos como ADM apresenta a maior probabilidade de
quaisquer das ―armas‖, dependendo da quantidade de explosivos usada e como foi
usada. Como os artefatos explosivos improvados (AEIs) são usados em todo o mundo a
cada dia, sua efetividade como arma não pode ser debatida. Entretanto, se seu uso
será de fato classificado como uma ADM depende totalmente dos dois fatores
precedentes de quantidade e uso. Também, qual é a real definição de ―destruição em
massa‖ – centenas ou milhares de mortos? Eu diria que a resposta é relativa à situação.
Os explosivos têm a capacidade de produzir milhares de vítimas, mas como já
testemunhado em explosões de grandes veículos, a taxa de vítimas é normalmente
menos de mil feridos, com algumas centenas de pessoas perdendo suas vidas. Não é
muito consolador para os que morreram ou seus familiares, mas certamente menos
aterrador do que outros horrores possíveis.
O fogo apresenta menor probabilidade de uso do que os explosivos,
porém mais alta no potencial da escala de impacto. Esta afirmação é baseada em
alguns dos incêndios mais desastrosos que o mundo testemunhou. Uma vez que o fogo
inicia, ele normalmente pára por uma das duas razões: os bomberios extinguem as
chamas ou o fogo fica sem combustível para queimar. Em muitos locais que teriam o
mais alto impacto decorrente de um incêndio (culposo), os bomberios estão à postos
para limitar sua progressão para uma ―arma‖. Isto não serve para afirmar que as
pessoas não perderiam suas vidas e propriedades, mas que a perda seria limitada pela
efetiva supressão do fogo através de uma rede de bombeiros. Por outro lado, em áreas
279
rurais ou regiões de florestas, que não possuem tantos bombeiros como as cidades, o
impacto às vidas humanas ainda seria um tanto desprezível. Consequentemente, não
se trata de uma ADM.
Como sabemos, os agentes biológicos possuem a capacidade de destruir
vidas humanas. O uso destes agentes só é limitado pela falta de acesso aos materiais e
fatores desconhecidos. A história relata que doenças infecciosas mataram milhões
através da grande peste da Europa e as pandemias de varíola e gripe. Estas eclosões
não foram em decorrência de uma liberação intencional dos microorganismos, mas
foram espalhadas por viajantes desinformados em cidades densamente populosas com
falta de saneamento. Sim, a doença foi usada seletivamente na European a Idade
Média e antes, mas os efeitos foram locais. Hoje, uma possibilidade mais sinistra
confronta o mundo. O advento da pesquisa de união de gens em essência abriu a caixa
de Pandora. É inimaginável o que pode estar espreitando nas sombras em termos
destas patogenias ―projetadas‖. As armas biológicas provavelmente foram
aperfeiçoadas e podem ser espalhadas rápida e eficientemente para infectar milhões de
pessoas sem qualquer aviso. Estas doenças não têm cura conhecida, e pior ainda, a
única forma de parar a progressão da doença é isolar os infectados e esperar que
morram. Esperançosamente, o acesso a estes tipos de agentes patológicos está sob a
mais rigorosa segurança, similar à usada para armas nucleares.
Entretanto, não são necessaries programas biológicos patrocinados pelo
estado para que uma doença seja usada como ADM. Outras doenças, tais como gripe,
peste e Ebola, são conhecidas por existirem no mundo, e elas poderiam ser coletadas,
cultivadas e usadas como armas. Da mesma forma, pesquisas médicas inescrupulosas
poderiam gerar vários microorganismos em laboratório, os quais poderiam ser liberados
na área alvo para causar efeitos catastróficos. Essencialmente, o conhecimento e
materiais em estado natural para a fabricação de armas biológicas não são um desafio
tão grande como as armas nucleares, mais seus impactos seriam globais.
Adicionalmente, e obrigado por isso, as armas biológicas têm sido usadas em uma
escala limitada para causar doença e morte. Como tal, a probalidade de uso e o
impacto destas armas são considerados como mais expressivos do que qualquer outra
das armas identificadas. Aparentemente, sua utilização como ADM é apenas uma
questão de tempo.
280
5.3.1 Materiais Nucleares
Alfa
Beta
Gama
Figura 5.1 "Gadget‖, a primeira bomba nuclear, no topo da torre de testes em Trinity antes da
detonação em 16 de julho de 1945.
282
Figura 5.2 Um modelo em escala completa da ―Little Boy‖, a bomba nuclear jogada sobre
Hiroshima no dia 6 de agosto de 1945.
283
Figura 5.3 Um modelo em escala completa da ―Fat Man‖, a bomba nuclear jogada sobre
Nagasaki no dia 9 de agosto de 1945.
284
Figura 5.4 Pintura chamada ―Bock's Car‖ feita no nariz do avião bombardeiro B-29 do Major
Charles Sweeney.
285
―Unabomber‖, Ted Kaczynski, ameaçou colocar uma bomba em uma aeronave partindo
do Aeroporto Internacional de Los Angeles. A inquietação e as estritas medidas de
segurança colocadas em prática quase fecharam o aeroporto.
Logicamente, a maior preocupação é o número de armas nucleares que
foram construídas desde a detonação da ―Gadget‖ em 1945. Quem tem acesso a estas
armas e o que será feito com as que forem retiradas do inventário utilizável? A maior
preocupação no que tange as armas da antiga União Soviética não diza respeito aos
mísseis e bombas, mas também às pequenas armas táticas, que são suficientemente
pequenas e leves para serem levada para a batalha pela infantaria. A próxima
intensificação do homem-bomba suicida? De fato, a antiga União Soviética não era o
único país a fabricar pequenas armas nuclear para uso tático em represas, hidrelétricas
e similares. Os EUA também construíram tais artefatos. Devido ao tamanho e peso das
armas nucleares, que foram projetadas para serem lançadas por míssil ou avião, sua
usabilidade por terroristas é um pouco reduzida, mas não eliminada. Adicionalmente,
materiais não controlados altamente enriquecidos (radioativos) são uma preocupação
ameaçadora para o mundo, não apenas do ponto de vista de proverem uma fonte
disponível de componentes para um ANI, mas também para uma bomba suja altamente
radioativa.
Em uma nota mais positiva, as armas nucleares têm muitos mecanismos
de segurança inseridos em seus projetos para evitar a detonação acidental com um
rendimento nuclear. Isto é especialmente verdade no que tange às ogivas de mísseis e
bombas aéreas. Alguns destes sistemas de segurança, tais como bombas
convencionais de alto explosivo, demandam uma aceleração sustentada por um
período de tempo bem específico em conjunto com parâmetros de altitude, que se não
forem atingidos, resultarão em que o dispositivo não arme e, portanto, não detone, ou
não detone com rendimento nuclear. Adicionalmente, estas armas, incluindo as
portáteis, contêm o que é conhecido como PAL (permissible action link, ou conexão de
ação permissiva), que é uma trava eletrônica ou mecânica que impede o uso
inadvertido ou não autorizado. Além disso, estas armas são projetadas para serem
―extremamente‖ seguras. Isto significa que caso o artefato seja detonado com outra
carga explosiva, como quando um terrorista coloca outra quantidade de explosivos na
parte de fora do artefato, a arma não terá um rendimento nuclear, mas na pior das
hipóteses, tornar-se-á um DDR ou bomba suja.
Como foi estipulado, os cenários de ADM envolvem a detonação nuclear
de um ANI ou DDR, a bomba suja. Embora menos provável, a detonação nuclear de
uma arma nuclear poderia causar milhões de vítimas diretas e incontáveis milhões de
vítimas indiretas ou mortes retardadas. O uso de um DDR tem uma maior probabilidade
uma vez que possui os mais baixos níveis de capacidade técnica do usuário, e poderia
gerar um menor grau de danos e com um número reduzido de vítimas diretas e
indiretas. O uso de um DDR, dependendo da quantidade de explosivos e materiais
radioativos, poderia efetivamente devastar uma grande cidade, não destruindo as
286
estruturas físicas, mas contaminando-as. A contaminação poderia ser por extensos
períodos de tempo (anos) até que a cidade pudesse ser limpa e descontaminada,
demandando enormes gastos de dinheiro e recursos. No pior caso, as partes de uma
cidade podem precisar ser lacradas e jamais reabertas, em essência atingindo os
objetivos dos terroristas.
• Antraz
• Cólera
• Peste
• Tularemia
5.3.2.1.3 Vírus. Um vírus existe mais como uma partícula do que como uma célula
completa e, portanto, é o tipo mais simples de microorganismo. Os tamanhos da
partícula variam de 20 a 400 nanômetros (a bilionésima parte de um metro). Os vírus
não possuem um sistema de metabolismo e dependem de células vivas para
sustentarem sua própria existência. Como tal, eles não são capazes de se reproduzir
ou viver fora de uma célula hospedeira (humanos ou animais). De todas as doenças
contagiosas enfrentadas por humanos, as causadas pelos vírus têm mostrado serem as
mais malignas e infecciosas, e portanto, são o objeto de estudo para a produção da
mais perfeita arma biológica. É a única arma biológica que não tem cura. Os vários
tipos de gripe que assolam o mundo todos os anos são causados por vírus; eles são
difíceis de controlar e facilmente passados de pessoa para pessoa. Nesta classe estão
incuídos:
• Varíola
• Encefalite equina venezuelana (VEE)
• Febres hemorrágicas virais
290
Figura 5.5 Uma ―típica‖ vítima da varíola mostrando as erupções ou pústulas. Note o número de
pústulas em volta dos olhos, que podem levar à cegueira.
291
Figura 5.6 A fase inicial de uma pústula.
inimigos, os índios americanos nativos, como um gesto de paz. Não foi muito tempo
depois disso que as tribos indígenas foram dizimadas com varíola. A história também
pinta um terrível quadro da indesejável propagação de doença, principalmente varíola.
5.3.2.1.4 Toxinas. As toxinas são substâncias que são produzidas por animais vivos,
plantas ou micróbios. Elas diferem das substâncias previamente consideradas, pois não
são organismos vivos, mas mateirias produzidos por coisas vivas. Incluídos nesta
classificação estão:
• Botulismo
• Enterotoxinas estafilocócicas B (SEB)
• Ricina
▪ Mocotoxinas (T2)
Nervosos
Bolhas
Sufocantes
Os que atuam no sangue
Incapacitantes
Tabun - GA
Sarin - GB
Soman - GD
Agente V - VX
298
aeronave podem jamais atingir o chão. Esta volatilização total significa que o GB é um
vapor amplamente perigoso, mas não totalmente. O GD também é principalmente um
vapor perigoso, enquanto que o GA pode contaminar a superfície por um tempo
suficientemente longo para propiciar um perigo relevante de contato. Engrossadores
adicionados ao GD, ou a quaisquer dos agentes da série G, aumentam sua persistência
uma vez que formam gotículas que propiciam uma maior concentração ao alcançar a
superfície. Os agentes G são líquidos incolores podendo chegar ao marrom claro,
essencialmente inodoros, mas que podem ter um fraco cheiro de frutas. Depois da
exposição ao vapor, as roupas exalam agentes G por aproximadamente 30 min,
dependendo das condições do clima. Os inseticidas comuns que têm efeito similar
incluem Malation, Sevin e Diazinon.
Os agentes V são líquidos oleosos com baixa volatilidade e, portanto, alta
persistência. Eles apresentam principalmente riscos de contato e são excepcionalmente
tóxicos, muito mais so que os agentes da série G. Mais ainda, a quantidade limitada de
vapor que eles produzem é suficiente para constituir um perigo de inalação.
A relativa solubilidade destes agentes na água e no solo é importante
porque diz respeito às suas disposições. A capacidade do GB e do GA de se
misturarem com a água significa que a água pode lavá-los das superfícies, mas os
agentes então contaminam a água e o solo, se não forem adequadamente contidos.
Mais ainda, o GB e o GA não penetrarão na pele tão facilmente quanto o VX e o GD. As
superfícies úmidas nos pulmões absorvem todos os agentes muito facilmente.
Os agentes nervosos podem ser dispersos nas formas de líquido, aerossol
ou gás e absorvidos por qualquer superfície do corpo, incluindo a pele. Quando
dispersos como borrifos ou aerossóis, as gotículas podem ser absorvidas pela pele,
olhos e o trato respiratório. Quando dispersos na forma de vapor ou gás, eles são
geralmente absorvidos através do trato respiratório. Se for absorvida uma quantidade
suficiente do agente, os efeitos locais são seguidos de efeitos sistêmicos gerais, os
quais dependem da quantidade absorvida e o período de tempo envolvido. Os agentes
nervosos líquidos podem ser absrovidos pela pele, olhos, boca e membranas do nariz.
Os efeitos iniciais depois da exposição incluem retração das pupilas dos olhos, irritação
dos olhos e dor, rigidez do peito, sudorese localizada ou contração muscular, pela
inibição da enzima colinesterase. Dependendo da concentração do agente nervoso e
da rota de entrada no corpo, os efeitos podem começar em pouco menos de 1 minuto
depois da exposição. Indicadores de exposição avançada incluem dificuldade de
respirar, perda do controle muscular e extrema fadiga, tonteira, convulsões, paralisia e
eventualmente, a morte. A exposição não necessariamente significa a morte.
Entretanto, se a exposição foi demasiada como em um compartimento fechado, a morte
pode ocorrer rapidamente em questão de minutos sem uma progressão metódica de
sintomas.
Os agentes nervosos venenosos podem ser prosperamente tratados com
vários antídotos prontamente disponíveis. Estes incluem a atropina, 2-Pam Cl,
299
Figura 5.7 Uma ―típica‖ vítima de envenenamento bolha.
diazepam e ventilação. A proteção dos efeitos dos agentes nervosos pode ser
propiciada por uma máscara de proteção e capuz, que proteja a face, o pescoço, os
olhos, a boca eo trato respiratório, e especialmente as roupas tratadas, O vapor do
agente nervoso é absorvido muito vagarosamente pela pele, se de tudo, na ―área‖
esperada de concentrações. Entretanto, estas concentrações podem ser aumentadas
com os agentes líquidos da série ―V‖ e podem ser absorvidas muito rapidamente pela
pele ou na forma de roupas contaminadas.
Os agentes bolhas ou vesicantes são agentes químicos persistentes que
produzem queimaduras severas e bolhas na pele ou qualquer outra parte do corpo que
têm contato. Estes incluem mostardas de enxofre (impuras – H e destiladas - HD),
mostarda de nitrogênio (HN), lewisite (L), e fosgênio oxima (CX). Eles podem agir nos
olhos, membranas mucosas, pulmões e pele. Eles danificam o trato respiratório quando
inalados e causam vômito e diarréia quando ingeridos. Alguns têm um fraco odor,
enquanto outros são completamente inodoros. Ambos, lewisite e fogênio oxima,
causam dor imediata ao contato, porém as mostardas são traiçoeira na ação, com
pouca ou nenhuma dor no momento da exposição. Em alguns casos, os sinais de
exposição podem não se manifestarem por horas. Além disso, em razão de sua
persistência, os agentes bolhas são facilmente propagados de pessoa para pessoa e
de objeto para objeto, afetando uma vasta área antes de quaisquer dos primeiros
sintomas aparecerem (Figura 5.7). A proteção dos agentes bolhas ou vesicantes pode
ser obtida com máscara protetiva e roupas protetivas permeáveis para vapores e
pequenas gotículas. Além da máscara, devem ser usadas roupas impermeáveis para
proteção contra grandes gotículas ou derramamentos.
300
Tipos de Agentes Bolhas
Mostarda de enxofre - H
Mostarda destilada - HD
Mostarda de nitrogênio - HN
Lewisite - L
Fosgênio oxima - CX
Figura 5.8 Um exemplo de um dos métodos utilizado para distribuir o agente bolha,
mostarda destilada (HD), uma lata com capacidade de 1 galão que seria aberta com
explosivos para espalhar o agente pela área alvo.
301
(mais comum) depois da exposição. O clima quente e úmido aumenta a ação da
mostarda. Os sinais prévios incluem irritação dos olhos, queima e coceira na pele e
boca, e irritação da garganta. Entretanto, estes sinais podem ser confundidos com
outros tipos de exposição a plantas ou do frio regular. Os efeitos de longo prazo
incluem a formação de grandes bolhas aquosas na pele, inchaço e fechamento dos
olhos e dificuldade de respiração causada pela formação de bolhas nas vias aéreas.
Pneumonia e infecção secundária da pele são sérias preocupações para aqueles
expostos aos agentes mostardas. Embora de fato poucos morram por exposição à
mostarda, ele danifica ou destrói células do tecido e tem um efeito cumulativo de
danificar o DNA e a medula óssea.
O tratamento das vítimas do agente mostarda inclui a descontaminação
das áreas afetadas, incluindo os olhos, e o uso de vários tipos de cremes esteróides
tópicos e sprays. A menos que a exposição tenha sido extensiva, o tratamento principal
inclui a prevenção de infecção secundária.
As mostardas de nitrogênio (HN) são líquidos oleosos incolores a amarelo
pálido que podem ter um fraco cheiro de peixe. A persistência e os efeitos das HN são
muito similares aos da H e HD. A exposição A exposição tem um efeito de ação
retardado, dependendo da temperatura e condições climáticas; ela afeta os olhos, pele
e o trato respiratório. Os principais tratamenteos são a descontaminação das áreas
afetadas e a prevenção da infecção secundária e pneumonia.
Os agentes Lewisite (L) são à base de arsênio, líquidos incolores ao
marrom, que possuem um odor de frutas puxando para o gerânio e são mais voláteis
que as mostardas. A exposição aos líquidos causa severas queimaduras aos olhos e
pele. Os vapores, que não são tão perigosos como os líquidos, podem causar espirros
e podem produzir uma irritação ao trato respiratório superior. Os sintomas de exposição
na pela são geralmente sentidos dentro de 10 a 20 segundos com uma dor extrema e
que se aprofunda. Depois de aproximadamente 5 minutos de contato, a área exposta
apresentará uma parte morte da pele parecendo uma queima corrosiva. A exposição
aos olhos causa dor severa e imediata, seguida por inflamação geral. Os vapores de
Lewisite são tão irritantes ao trato respiratório que as pessoas expostas irão deixar a
área imediatamente ou colocarão uma máscara para evitar o vapor. O tratamento é
similar ao da exposição à mostarda: descontaminação da área afetada, controle da dor
intensa e prevenção da infecção secundária e pneumonia.
O fosgênio oxima (CX) é uma gente químico que queima principalmente a
pele e as membrans mucosas, mas se difere das mostardas por produzir dor imediata.
Isto pode variar desde uma moderada irritação à sensação parecida com a picada de
uma abelha. O CX tem um cheiro desagradável, um odor penetrante e é incolor como
um líquido. A pele exposta fica branca dentro de um minuto e produz uma bolha
inchada dentro de aproximadamente 1 hora. Os olhos apresentarão uma vermelhidão
que pode ser excepicionalmente irritante, e o trato respitarório enfrentará irritação, tosse
e, dependendo da exposição, sérios problemas respiratórios. O tratamento é similar ao
302
dispensado para os agentes mostardas com a adição de compressas de bicarbonato de
sódio.
Agentes sufocantes
Cloro - CL
Fosgênio – CG
303
de assistência médica. Entretanto, a morte ocorre rapidamente, a menos que haja
pronta recuperação.
Agentes Incapacitantes
BZ
LSD
305
investigadores consigam reconhecer os sinais de alerta destas ameaças de ADM e
adotem ações apropriadas. Novamente, a chave para proteção é ser capaz de
reconhecer os vários sinais que podem indicar o uso ou o iminente uso de ADM.
Os indicadores do possível uso de ADM, como recebidos através dos
sensores do socorrista inicial ou investigador, estarão divididos em três tipos de
ameaças: químicas, biológicas e radiológicas.
Os indicadores químicos (tanto os acidentais como os motivados por
criminosos/terroristas) – note que pode estar presente mais de um destes indicadores
no mesmo evento - incluem:
306
frutosos, florais, extremamente irritantes, cheiro de caroço de pêssego
ou amêndoas amargas até feno recém cortado.
Condições de nuvens baixas ou neblinas que não sejam explicadas por
seus arredores, pelas condições climáticas e hora do dia.
Inexplicáveis fragmentos de metal em volta do incidente que
apresentem um resíduo oleoso não associado com chuvas recentes.
307
abertas ou secretas. Adicionalmente, embora nem sempre reconhecido como tal, uma
importante fonte de obtenção de inteligência e capacidades de dissemininação reside
na mídia. Em algumas instâncias, a mídia pode prover informação de inteligência
oportuna para o público geral e, portanto, aos socorristas iniciais e investigadores do
que os canais ―oficiais‖. O papel das agências de inteligência em combater ADM é
multifacetado. Entretanto, para os propósitos de auxiliar na determinação da presença
de uma ADM, o papel das agências de inteligência está geralmente relacionado com o
da informação, para alertar ao público e às agências respondentes quanto à
possibilidade de uso de ADM. Como tal, este mecanismo é efetivamente usado nos
seguintes cenários: (1) sensibilizar o público e as agências respondentes da
possibilidade de ordem a impedir uma exposição inadvertida, caso uma arma seja
usada dissimuladamente; (2) colocar o público geral e os oficiais de segurança pública
em alerta para atividade suspeita que possa ser relatada e as medidas adotadas para
interromper uma operação terrorista em andamento; e (3) depois do uso de uma ADM,
sensibilizar o público e socorristas das medidas usadas para conter a propagação de
materiais de ADM.
O sistema nacional de nível de alerta de ameaça iniciado nos EUA depois
dos ataques terroristas ao World Trade Center e ao Pentágono no dia 11 de setembro
de 2001, é um exemplo das medidas públicas usadas para alertar o público e os
socorristas da possibilidade de atividade terrorista/ADM. Como tal, este sistema
continua a ser usado para colocar os cidadãos dos EUA em um nível elevado de alerta
de segurança quando a informação ou eventos requeiram. Entretanto, têm sido
identificados problemas com tal sistema de alerta quando ele é usado muito
frequentemente sem que um real evento ocorra. O problema é que gritar ―olha o lobo‖
muitas vezes e não se ver lobo nenhum pode tornar o sistema inútil. Por outro lado,
depois da liberação de antraz em 2001, o público americano foi alertado da possível
presença de material de uma ADM, antraz, e foram adotadas medidas para impedir a
propagação dos esporos.
Dentre os métodos atualmente disponíveis para determinar a presença de
materiais de ADM, o equipamento de detecção e monitoramento é o mais confiável e
eficiente. O equipamento usado para identificar a presença destes materiais perigosos
está dividido em vários grupos, dependendo do tipo de material que se acredita estar
presente. Como tal, é necessário o uso de um tipo específico de instrumento para cada
tipo de risco resultante de produtos biológicos, nucleares, incendiários, químicos e
explosivos. Nenhum document foi, até então, desenvolvido para identificar a presença
de todos os materiais perigosos. Estes equipmentos variam desde kits para análise de
campo altamento portáteis para papel para detecção de agente químico, e para
aparatos um tanto maiores e não tão portáteis para detecção de explosivos e materiais
biológicos. Entretanto, como existe uma urgente demanda para detecção eficiente de
materiais menores e compactos, muitos dos equipamentos de detecção passaram por
uma importante redução de tamanho. Ao mesmo tempo, muitos se tornaram mais
308
Figura 5.9 O kit detector de agente químico M256A1. Efetivo para detecção de agentes
nervosos, bolhas e dos agentes que atuam no sangue.
309
Figura 5.10 O detector de agente químico modelo Smiths APD 2000. Projetado pra detector
agentes nervosos e bolhas bem como diversos químicos perigosos.
310
Figura 5.11 Um detector de radiação portátil que não detecta somente radiação, mas mede a
taxa de dosagem da radiação.
311
Figura 5.12 Um detector e alarme pessoal de radiação. Por causa de seu reduzido tamanho, é
usado na pessoa.
metros não esteja atualmente disponível, pesquisas intensivas estão sendo feitas para
se chegar a tal detector.
Atividades não usuais podem significar quase qualquer coisa para alguém,
mas dentro das comunidades policiais estas atividades geralmente incluem as que
312
Figura 5.13 Um kit para teste presuntivo de explosivos, o qual pode detectar uma ampla gama
de produtos explosivos.
313
5.6 Métodos de Proteção de ADM
Dependendo do tipo específico de ADM encontrado, existem três tipos de
métodos de proteção pessoal:
Tempo
Distância
Defesa
314
Figura 5.14 Proteção nível D. O uniforme de trabalho, com luvas, proteção da cabeça e calçado
protetivo.
315
Figura 5.15 Proteção nível C. Equipamento de limpeza ou macacões protetivos contra produtos
químicos, proteção respiratória, luvas de borracha, botas resistentes a produtos químicos e
proteção da cabeça.
317
Figura 5.17 Proteção nível A. Encapsulamento com roupa impermeável, cilindros (garrafas) de
ar (SCBA), dupla camada de luvas de borracha e botas resistentes a produtos químicos.
318
tempo mais tarde, depois que muitas vítimas colaterais, incluindo o corpo médico,
adoeceram nos hospitais.
323
FM 8-285, Treatment of Chemical Agent Casualties and Conventional Military Chemical Injuries,
Department of the Army, 1995.
Mayor, Adrienne, Greek Fire, Poison Arrows and Scorpion Bombs, Overlook Duckworth,
Woodstock, NY, 2003.
Messier, Douglas, Guide to Federal WMD Response Assets, Fire Chief Magazine, 2003.
Preston, Richard, The Hot Zone, Random House, New York, 1994.
Preston, Richard, The Demon in the Freezer, Random House, New York, 2002.
Sachs, Gordon, M., Terrorism Emergency Response, Prentice Hall, Upper Saddle River, NJ,
2003.
Sidell, Frederick, R., Patrick, William, C., and Dashill, Thomas, R., Jane's Chem-Bio Handbook,
Jane's Information Group, Alexandria, VA, 1998.
University of Chicago, Chicago, IL, www.lib.uchicago.edu/e/spcl/chain.html, 2005.
324
6. Uma Introdução
Para a Identificação de
Arsenal Militar
6.1 Introdução
Arsenais militares explosivos têm sido utilizados por todo o mundo por
séculos. Como tal, continua a ser encontrado em vários locais: em antigos campos de
batalha, ao longo das linhas costeiras em deocrrência de operações de descarte em
águas profundas, em campos militares e nos lares de caçadores de suvenires e
colecionadores de equipamentos militares. Embora alguns dos arsenais encontrados
possam não conter explosivos, muitos deles contêm, e podem ser detonados
indiscriminadamente e matar aqueles que estão à sua volta. Sim, as balas de canhões
da Guerra Civil dos EUA dos anos 1800 podem explodir com os mesmos efeitos letais
de mais de 100 anos atrás. A grande variedade de arsenais explosivos modernos pode
detonar com efeitos devastadores, seja em campos de batalhas ou nas mãos de
colecionadores. Grande número de pessoas desinformadas, tantos militares como civis,
são mutililadas e mortas a cada ano ao manusearem arsenais militares explosivos,
sendo que alguns destes já se tornaram mais sensíveis aos serem danificados ou terem
deteriorado em razão do clima ou manuseio descuidado. De fato, é nas mãos de
crianças e colecionadores que a maioria dos socorristas iniciais encontra arsenais
militares não explodidos. Em muitos casos a pessoa em posse do arsenal declarará
peremptoriamente que o item está totalmente inerte e não oferece risco. Infelizmente, a
maioria das pessoas não tem familiaridade com o arsenal e, seja lá por qual razão,
―pensam‖ que o mesmo está inerte quando na verdade não está. Entretanto, existe
outra possibilidade, mais sinistra, de que os socorristas iniciais e o investigador podem
encontrar arsenais militares cheios de explosivos nas mãos de criminosos e terroristas.
325
O uso de arsenais militares cheios de explosivos por elementos
criminosos ou terroristas apresenta uma importante série de riscos para o investigador
do cenário de bomba. Estes riscos são adicionais aos perigos ―normais‖ presentes no
cenário da explosão ou nos que envolvem a busca por uma possível fábrica de
bombas. Como tal, o arsenal militar pode ser usado pelos criminosos ou terroristas na
maneira pela qual foi projetado. Considere uma mina terrestre colocada no solo
―esperando‖ que uma vítima pise nela e ative seu sistema detonador, detonando a
carga principal explosiva, ou uma granada propelida a foguete (RPG) disparada contra
um veículo. O arsenal explosivo também pode ser usado como a carga principal em um
artefato explosivo improvisado (AEI). Muitos destes dispositivos foram, e continuam a
ser, usados no Iraque contra as forças de coalizão, geralmente com resultados
catastróficos.
326
O último cenário envolve alguém, geralmente, mas nem sempre um
jovem, que tenha encontrado arsenais não explodidos em campos de testes militares e
os levou pra casa para examinar. Um dos mais comuns e mortais é a granada de 40
mm. Estas granadas de metal e de forma oblongada são disparadas de um lançador, e
têm um índice moderado de falha, ou de não detonarem como projetadas. Elas podem
parecer inofensivas ao imprudente, mas são extremamente perigosas e embora
encontradas intactas, podem detonar com o mais leve dos movimentos. Entretanto, têm
ocorrido exemplos em que os jovens pegam várias destas granadas e as levam para
casa. Tipicamente, em algum momento, uma granada cai no chão e detona com o
impacto, matanto o jovem e qualquer outro na área geral. Os investigadores e
socorristas iniciais são subsequentemente chamados ao cenário da explosão, de fato
não esperando pelo que encontram. Um cenário relativamente pequeno, onde pode não
haver respostas prontas quanto à causa. Em outras palavras, não há evidência de
fabricação de uma bomba ou local ―experimental‖. Entretanto, o cenário apresenta
indicações de expressivos fragmentos de metal, alguns relativamente grandes, mas a
maioria, muito pequenos. Pode haver grande perigo aos socorristas se houver arsenal
adicional espalhado pelo local não reconhecido pelos socorristas e que podem detonar
com o mais leve movemento. Sim, o arsenal pode passar por vários estágios de tosco
manuseio e não detonar e então com um movimento aparentemente insignificante pode
detonar.
Portanto, o problema com arsenal militar é a dificuldade de um
investigador ou socorrista inicial em adequadamente identificar que um item é, de fato,
uma peça de arsenal explosivo.
Adicionalmente, o arsenal militar, indiferente do país de origem, tem uma
capacidade intensificada de produzir vítimas, distinta dos artefatos improvisados. Estas
capacidades incluem a carga explosiva principal, espessura e peso do corpo, e o
sistema detonador. A carga explosiva principal no arsenal militar quase sempre
consistirá de alto explosivos de alta-energia com uma velocidade de detonação (VOD)
superior a 6.096 m/s. Como vimos nos capítulos precedentes Estes explosivos têm uma
brisância muito alta. O desenho do corpo do arsenal serve para várias funções.
Primeiro, sua cápsula selada, geralmente de metal, protege os componentes internos
contra danos e exposição às intempéries climáticas. Em segundo lugar, a maioria é
projetada para fragmentar como uma bomba tubo, se dividindo em fragmentos mortais.
Entretanto, diferente da bomba tubo, é projetado para fragmentar, dependendo de seu
tamanho, em centenas ou milhares de fragmentos, sendo arremessados pelo explosivo
de alta brisância. Adicionalmente, o corpo pode conter uma capa adicional interna ou
externa para fragmentação que aumenta significativamente o efeito letal. O sistema
detonador, seja interno ou parcialmente exposto, é um componente altamente projetado
para iniciar a carga principal explosiva. Quando encontrado durante uma investigação,
nem todo arsenal militar será provido com um sistema detonador ou estopim, ou o
detonador pode estar integral e completamente escondido das vistas. No caso de uma
327
descarga completa de munição com um projétil perfurante de blindagem, por exemplo,
o corpo de aço sólido se convergirá a ponto de não apresentar qualquer evidência de
riscos. Na realidade, pode ser um cartucho de alto explosivo e perfurante de blindagem,
com uma base detonadora escondida pela cápsula do cartucho.
O propósito deste capítulo é duplo. O primeiro é para informar as
características de identificação dos vários tipos de arsenal militar explosivo aos
socorristas iniciais e investigadores de um cenário de explosão. A identificação do
arsenal, i.e., o risco, é o primeiro passo para evitar tal risco. Não pode ser tão
fortemente enfatizado que este capítulo está sendo provido como um método de
somente identificar o arsenal. Sob nenhuma circinstância qualquer arsenal military deve
ser tocado, movido ou perturbado de alguma maneira por um socorrista inicial ou
investigador. Isto inclui arsenal econtrado no cenário da explosão, como resultado de
uma busca ou solicitação de um cidadão acerca de um item de arsenal ―encontrado‖ em
sua casa. Isto é especialmente verdade se o arsenal esteve envolvido em um incêndio.
A exposição a altas temperaturas pode fazer com que os componentes e os explosivos
do arsenal se tornem mais sensíveis, resultando em um risco muito maior ao manuseio
e movimentação. Deixe-o sozinho e chame o pessoal local para descarte de bombas,
preferivelmente militares, que foram treinados para avaliar e mitigar os riscos
associados com arsenais militares.
Em segundo lugar, este capítulo visa familiarizar os socorristas iniciais e
investigadores do cenário de explosão com os riscos específicos normalmente
associados com arsenal militar não explodido. Ao entender estes riscos, o investigador
pode propiciar melhores medidas protetivas para sua equipe, outros socorristas iniciais
e o público geral, até a chegada dos técnicos em bombas.
6.2 Definições
Visando promover um entendimento básico de arsenal militar explosivo,
vários termos devem ser familiares ao investigador:
Falha, fogo falho (arsenal não explodido): Munição explosiva, a qual não
foi armada como planejado, ou que deixou de funcionar como pretendido depois que foi
armada.
330
Figura 6.1 Uma bomba com 15.000 libras, retardada por pára-quedas, que requer sua própria
aeronave para voar até o alvo. O sistema iniciador está afixado ao longo tubo parecido com
uma vara no nariz da bomba para propiciar uma detonação acima do solo. (Fotografia do
Departamento de Defesa dos EUA.)
331
inadvertidamente estes tipos de munições não pode ser excluída. Adicionalmente,
como descrito no Capítulo 5 relativo às armas de destruição em massa, a propabilidade
de encontrar uma munição com enchimento nuclear, seja patrocinada pelo estado ou
improvisada, também não pode ser excluída. Em razão da natureza de seu uso e amplo
manuseio, a carga principal explosiva usada na maioria, mas não em todos, os arsenais
militares são muito insensíveis à iniciação inadvertida ou acidental. Estes incluem não
somente os alto explosivos com uma VOD superior a 6.096 m/s, mas também baixo
explosivos. Dependendo do tipo de munição, os alto explosivos são usados para
causarem vítimas e danos às propriedades através de seus efeitos explosivos ou
fragmentação do corpo. Por outro lado, o uso de baixo explosivos em arsenais militares
é normalmente como um propelente para projetar a munição para seu alvo, como com
um projétil ou foguete de artilharia. Como notado em capítulos prévios, os baixo
explosivos são considerados extremamente perigosos e podem ser iniciados através de
movimento inadvertido. Adicionalmente, os explosivos primários usados nos vários tipso
de sistemas detonadores são muito sensíveis à iniciação. Esta sensibilidade é um tanto
desprezível visto que estão contidos dentro de estopins militares endurecidos, que
protegem os explosivos primários da exposição prematura. Entretanto, os estopins em
si representam um significativo risco explosivo não só dos explosivos primários, mas
também das cargas explosivas reforçadoras (boosters) normalmente conectadas na
parte de trás do estopim. Arsenais antipessoais contendo dardos, bolas de aço ou
chumbo, ou cubos, (usados em cargas para estilhaçamento) aparentam segurança para
manuseio. Entretanto, eles podem conter pólvora negra, ou algum outro propelente,
para espalharem a carga letal para fora do corpo onde está sendo carregada.
Os enchimentos com folhetos em bombas e projéteis têm pequenas
quantidades de baixo explosivos usadas enquanto em voo para arremessar folhetos
sobre uma ampla área. Estes tipos de munições são usados em várias operações
psicológicas em tentativas de conquistar a confiança de uma força opositora ou a
população civil local. O risco com estes tipos de munições não disparadas é a carga de
arremesso, a qual abre o recipiente para arremessar os folhetos.
A forma física do arsenal militar é geralmente dependente do uso
pretendido de tal munição. Como a maioria destina-se a ser jogado de uma aeronave,
projetado do cano de uma arma ou lançador, ou enterrado no chão ou lançado, o
arsenal explosivo tende a ser de forma cilíndrica e oblongada, alguns se parecendo
com uma lágrima alongada e outros na forma de uma boal de baseball, softball, ou um
grande ovo. Para aqueles que passarão por uma torrente de ar, esta forma é ideal para
propiciar controle aerodinâmico, garantindo precisão para alcançar o alvo pretendido.
Outras formas de arsenais, pricipalmente, mas não limitadas às submunições e minas,
incluem a retangular e chata, triangular, em cunha ou em format de caixa.
Os sistemas detonadores elétricos, mecâncios ou pirotécnicos, que
propiciam meios de iniciação segura para arsenal militar, estão divididos em quatro
grupos gerais relacionados à posição onde o detonador está localizado dentro da
332
munição. Estas são: no nariz, cauda ou base, transversal, e interna (normalmente
chamada integral). Como os nomes implicam, o detonador no nariz está na frente da
munição, cauda ou base estão na parte de trás, detonadores transversais estão no
centro, e detonadores internos estão embutidos dentro do arsenal. A maioria dos
sistemas detonadores de arseinais militares é extremamente complexa e dispendiosa, e
propicia uma margem de segurança para o operador. Esta margem de segurança
requer que os componentes pirotécnicos, mecânicos ou elétricos funcionem em uma
sequência predeterminada para permitir que o detonador se torne armado quando
estiver a uma distância segura do operador. Este operador inclui o piloto, alguém
disparando uma artilharia, a tripulação de um morteiro, ou um soldado de infantaria.
Adicionalmente, se o arsenal for lançado inadvertidamente, o detonador não deve se
armar ou funcionar. Como tal, não é incomum para arsenais militares falharem como
resultado destas complicadas séries de operações dentro do detonador der errado.
Esta é a principal causa de ferimentos em pessoal militar e civis, encontrando ou
pisando em arsenal com fogo falho só para detonar a munição quando perturbada.
As bombas podem ter três tipos de detonadores: o nariz, a cauda, e no
centro ou transversal. Dependende de como a bomba é encontrada, o detonador nariz
é normalmente o mais visível, com o detonador transversal normalmente coberto comu
um disco de trava, e o detonador cauda obscurecido pelos estabilizadores da bomba.
Entretanto, dependendo de seu tamanho, uma bomba pode ter apenas o detonador
nariz. Balas de artilharia quase sempre têm detonador nariz e às vezes um detonador
base. Foguetes geralmente têm um detonador base, mas este pode estar localizado
quase que em qualquer lugar dentro do corpo do foguete. Mines podem ter vários
detonadores, seja na parte e cima, do lado ou de baixo, e submunições têm
detonadores embutidos ou base, apenas para mencionar alguns.
Os códigos de marcações e cores presentes no arsenal podem ajudar na
identificação específica daquele item particular. A munição é pintada para evitar
ferrugem e para propiciar, pela cor, meios de identificação. Algumas munições têm
marcações muito detalhadas, enquanto outras, geralmente as menores, têm marcações
muito limitadas ou não têm qualquer marcação. Adicionalmente, o uso de marcação
depende do país fabricante. O anexo N propicia o padrão atual do sistema de
codificação de cores usado pelos EUA e a maioria dos países da OTAN na marcação
de suas munições. Note que pode existir três tipos de combinações de cores usadas
especificamente para identificar a munição. Estas são as cores do corpo do arsenal,
impresses (marcações) no corpo, e faixas ou bandas em volta da munição. Nem todos
os países empregam um padrão de código de cores e sistema de marcação.
Terminologia RPG
O que é um RPG, uma granada propelida a foguete, certo? Bem, não
necessariamente. Ao descrever a série 7 do arsenal
Soviético/Russo/Chinês, o termo RPG é usado para descrever o lançador,
não a esfera. A esfera é uma PG (granada propelida). Então o RPG-7
dispara o PG-7. O público geral, incluindo a mídia, faz uso indevido das
designações. Virtualemente nenhum outro sistema de disparo pelo ombro
(similar à família do RPG-7) está nas mãos de terroristas e criminosos.
Como tal, a séria RPG-7 é o tipo de arma mais prolífico evidenciado nas
várias fotografias tiradas de pessoas carregando o lançador carregado e o
estrago resultante de seu uso.
Categorias de Arsenal
Jogado
Projetado
Arremessado
Colocado
334
Arsenal jogado
Bombas
Dispensadores
Submunições
Figura 6.3 Uma série MK82, bomba de gravidade (baixa-altitude) que é aerodinamicamente
moldada para transporte em aeronave de alto desempenho. As aletas na cauda presentes
neste tipo de bomba servem a um duplo propósito. Elas podem ser mantidas na atual posição
para oferecer uma aerodinâmica acelerada em queda livre desde a aeronave aé o alvo, ou
abertas para propiciarem uma queda retardada até o alvo. Note os puxadores na parte superior
da bomba.
Figura 6.5 Um corte de uma bomba tipo dispensador revelando as submunições ali contidas.
(Fotografia – Departamento de Defesa dos EUA.)
337
Dispensadores
Descrição:
Consistem de detonador, corpo, carga útil e aletas (exceto para os retidos)
Queda estabilizada por aletas
Pode se separar e dispensar a carga útil, ou ejetar a carga útil através de
portas ou buracos no corpo
Dispensadores retidos ejetam as submunições pela parte de trás ou de baixo
Os mesmos tipos de dispensador podem conter diferentes submunições
Enchimentos:
Submunições (ver Subgrupo Submunições)
Detonador:
Somente no nariz
Funcionamento:
Retardo de tempo ou proximidade
Submunições
Descrição:
Variam em tamanho, material, forma e cor
Peso:
Desde alguma poucas onças até mais de uma libra
Revestimento:
Metal grosso e fino, plástico
Cores:
Preta, verde oliva, amarela, laranja, vermelha
Formas:
Formato de bola de baseball e softball, cunha, esfera com uma ou mais
extremidades achatadas, cilíndrica com nariz ―fino‖, chata-alongada, algumas
com fitas ou pára-quedas
338
Figura 6.6 Vários tipos de submunições, as quais são contidas dentro de dispensador de
bombas. O arsenal tipo esfera de baseball é antipessoal, enquanto que o arsenal em format de
lata é antiblindagem. O pequeno pára-quedas ou fita na parte superior auxilia a posicionar a
base da munição para baixo para permitir que a carga moldada seja disparada para o alvo.
Enchimentos:
Alto explosivo, químicos, biológicos, incendiário, fósforo branco (WP),
sinalizador ou fumaça
Funcionamento:
Impacto, retard de tempo (milisegundos a minutos), autodestruição, sísmico,
rajada de ar, magnético, proximidade, acústico, pressão, movimento, pressão
cumulativa, ou qualquer combinação
Detonador:
Geralmente um detonador interno pré-ajustado. Diferentes grupos podem ser
carregados no mesmo dispensador. Pode ser sensível ao mais leve
movimento ou ao movimento/pressão cumulativo. Se arma durante a queda
livre no ar, antes de atingir o alvo
339
(a)
Figura 6.7a Submunições de várias formas e perfurantes de blindagem. Note os diferentes
métodos de estabilização da munição para certificar que o nariz atinja o alvo primeiro.
(b)
Figura 6.7b Vários tipos de submunições anti-tanque ou antiblindagem e antipessoal.
mísseis guiados e granadas de fuzil. Os arsenais projetados incluem uma ogiva, a qual
contem o enchimento e um detonador, e algum tipo de sistema de projeção que
impulsiona a ogiva para o alvo. Em alguns casos a carga propelente é consumida antes
340
da ogiva ceixar o tubo ou lançador. Em outros, existe um sistema de dois estágios no
qual uma ejeção propelente lança a ogiva do tubo ou lançador, seguida pela ignição de
um motor propelente em voo que impulsiona a ogiva para o alvo. O alcance dos vários
tipos de arsenal projetado podem ser de jardas ou metros a bem mais de 20 milhas
(32,19 Km) para projéteis e de centenas a milhares de milhas para mísseis guiados.
Uma exceção é a granada de fuzil. As granadas de fuzil são disparadas da extremidade
de um fuzil e possuem um motor interno. Sua propulsão é derivada de um cartucho
lançador, que é consumido no lançamento.
341
alto explosivo e extremamente perigosas têm sido coletadas por indivíduos em campos
de testes militares por ignorância. O resultado é que eles morrem ou ficam seriamente
feridos, ou apresentam grave perigo aos socorristas iniciais quando trazidas para as
delegacias ou departamentos de incêndio. Adicionalmente, estas granadas podem ser
encontradas durante as buscas nos pertences ou nas casas dos suspeitos. Se
encontrada, sempre as considere como fogo falho, e não inerte; não toque nelas sob
quaisquer circunstâncias, guarde a área e peça ajuda imediatamente de uma unidade
para descarte de arsenal explosivo (EOD).
Adicionalmente, existem duas outras munições, que podem ser causa de
ferimento pessoal. A primeira é a munição de rifle sem recuo, a qual não é exatamente
um projétil disparado por um ―fuzil‖, mas disparado do cano de uma arma. Estas
munições têm um incólucro do cartucho que não é tão sólido como outros invólucros,
mas em razão da natureza sem recuo do sistema, o invólucro tem muitos furos e se
parece com um quejo suíço. Muitas pessoas acham que em razão dos furos, o
invólucro e a esfera são inofensivos, i.e, uma munição de manejo ou inerte. Não é o
caso, uma vez que são altamente explosivos, com uma grande quantidade de baixo
explosivo, pólvora sem fumaça no cartucho e alto explosivo na ogiva. O segundo tipo
de munição confundida como inofensiva é o cartucho combustível ou semicombustível,
tal como a munição russa anti-tanque de 125 mm. O invólucro parece de papelão, mas
na realidade, consiste de papel impregnado envolvendo a carga principal propelente,
um baixo explosivo. Mais uma vez, a maioria das pessoas acreditaria que o papelão é
seguro. (Figura 6.8, Figura 6.9a, Figura 6.9b, Figura 6.10a à Figura 6.10c, Figura 6.11 à
Figura 6.14).
Figura 6.8 Projéteis sem seus detonadores no nariz. O projétil de 155 mm com as faixas verde
e amarela é uma munição química com agente nervoso (VX).
342
(a)
Figura 6.9 (a) Um projétil que foi utilizado como carga principal em um artefato explosivo
improvisado (AEI). O artefato foi descoberto e desarmado antes de ser detonado. (Fotografia –
Departamento de Defesa dos EUA.)
(b)
Figura 6.9 (b) Projéteis usados como carga principal em um carro-bomba. Note que os quatro
projéteis foram unidos com um cordel detonante de cor vermelha. (Fotografia – Departamento
de Defesa dos EUA.)
343
(a)
Figura 6.10 (a) Projéteis com metais para fragmentação adicional usados como carga principal
em um AEI que estava escondido ao lado de uma estrada. (Fotografia – Departamento de
Defesa dos EUA.)
(b)
Figura 6.10 (b) Fragmentação de metal resultante da detonação de um projétil. Alguns destes
fragmentos são grandes, enquanto que outros, não menos mortais, são pequenos.
344
(c)
Figura 6.10 (c) Pequenos e grandes fragmentos resultantes da detonação de um projétil de
artilharia. Note que um fragmento apresenta roscas, o que indica que era parte da guarnição do
detonador no projétil.
345
Figura 6.12 Projéteis de 40 mm ao calibre .50 afixados nos invólucros de seus cartuchos. Este
tipo de arsenal projetado é chamado de fixado (i.e., o projétil é afixado ao invólucro).
Figura 6.13 Projéteis de 40 mm. A tampa cinza denota uma munição de fumaça; dourada, alto
explosivo; azul, para treinamento e não uma ogiva com explosivo, embora possa ter uma carga
propelente para lançar o projétil; branca/verde, um sinalizador aéreo; e cinza com uma faixa
vermelha, um projétil para controle de tumulto (gás lacrimogêneo).
346
Figura 6.14 A aparência de um projétil de 40 mm disparado, em corte e outro não disparado.
Projéteis
Descrição:
Consiste de projétil, detonador e carga propelente
Usualmente de metal grosso e de forma cônica/bala
Estabilizado em voo por rotação ou aletas (fixas ou dobráveis)
Os tamanhos variam de calibre .50 a 16 polegadas de diâmetro e 2
polegadas a 1,22 m de comprimento
Pode ser assistido por foguete para penetração, orientação ou aumentar o
alcance
Enchimentos:
Alto explosivo, nuclear, químico, biológico, sinalizador, fósforo branco,
submunições, mistura de fumaça, incendiário ou folhetos. Pode conter
poucas onças de enchimento até bem mais de 100 libras
Detonador:
Usualmetne no nariz, mas também pode ser interno ou na base. Pode ser
muito sensíel ao mais leve movimento, ação piezoelétrica e percussor
Funcionamento:
Impacto, retardo de tempo (milisegundos a segundos), proximidade, rajada
de ar ou atuodestruição
347
Figura 6.15 Morteiros de 60 a 80 mm.
Projéteis Morteiros
Descrição:
Consiste de detonador, corpo e carga propelente; a estabilização é
propiciada pela rotação ou aletas
Invólucro de metal fino a médio
Na forma de uma lágrima, ou com base longa e cônica
O tamanho varia de 60 a 280 mm.
Enchimento:
Alto explosivo, químico, biológico, mistura de fumaça, sinalizador, fósforo
branco, submunições ou folhetos
Detonador:
Somente no nariz
Funcionamento:
Impacto, retardo de tempo, proximidade ou rajada de ar
348
Os foguetes podem ser considerados como projéteis autopropelentes.
Entretanto, diferente dos mísseis guiados, os foguetes não podem ser controlados em
voo depois de disparados. Os foguetes variam em diâmetro de 57 mm a mais de 380
mm e em comprimento de 30,5 cm a mais de 2,74 m. Os foguetes podem ser lançados
de lançadores de ombros, aeronaves, veículos, lançadores móveis ou estacionários.
Este grupo contem um dos mais perigosos tipos de munições, dentro da família
projetada, para os socorristas iniciais e investigadores, tanto pelo aspecto do uso por
criminosos/terroristas como do risco à segurança individual decorrente de um projétil de
fogo falho. Estas munições são os menores e mais leves foguetes disparados pelo
ombro, as quais incluem a RPG, comumente chamada de PG, a arma leve anti-tanque
projetada pelos EUA (LAW), AT-4, e a arma de assalto multipropósito com lançamento
pelo ombro (SMAW), entre muitas outras.
349
Figura 6.16 Vários tubos americanos e estrangeiros lançadores de foguetes a ombro. Estes
tubos são usados uma vez e depois descartados.
Foguetes
Descrição:
Consiste de ogiva, motor, detonador e aletas
Estabilizado em voo pela rotação ou aletas (fixas ou dobráveis)
O tamanho varia de 57 mm a mais de 380 mm de diâmetro e de 30,4 cm
até mais de 2,74 m de comprimento
Foma aerodinâmica
Enchimentos:
Alto explosivo, químico, biológico, nuclear, fumaça, sinalizador,
submunições, fósforo branco, incendiário ou palha. Pode conter algumas
onças de enchimento até mais de 25 libras de explosivos
Detonador:
Nariz, integral ou iniciado pela ponta detonado pela base (PIBD)
Funcionamento:
Impacto, retard de tempo, proximidade ou rajada de ar
350
Figura 6.17 Foguetes PG tipo soviético/russo. O foguete na parte superior da fotografia
representa um PG-7 disparado com as aletas de estabilização expandidas. O próximo foguete
não foi disparado, uma vez que o tubo lançador está intact na parte de trás da munição. O
foguete na parte de baixo é um PG-2.
Figura 6.18 Um foguete e lançador LAW (arma leve anti-tanque) de 66 mm. (Fotografia –
Departamento de Defesa dos EUA.)
351
Figura 6.19 (a) Um lançador RPG imediatamente antes de disparar o foguete PG.
Mísseis Guiados
Descrição:
Consiste de ogiva, motor, seção de orientação e detonador. Os tamanhos
variam de 5 polegadas a muitos pés de diâmetro e de 1,82 m a mais de 30,4
m de comprimento para o míssil balístico intercontinental (ICBM)
Possui algum tipo de dirigibilidade e ajuste de curso
Grande variação de tamanhos e capacidades
Enchimentos:
Alto explosivo, químico, biológico, nuclear ou submunições. O peso do
enchimento varia de algumas onças a centenas de libras
Detonador:
Interno, próximo da ogiva (na frente ou atrás)
Funcionamento:
Impacto, retard de tempo (milisegundos a segundos), proximidade,
autodestruição ou destruição por comando
353
Figura 6.20 Lançadores de ombro para míssil terra-ar (SAM).
Figura 6.21 Um Stinger americano sendo disparado. Note o tubo propelente de ejeção
imediatamente entre a parte de trás do míssil e o lançador. (Fotografia – Departamento de
Defesa dos EUA.)
354
Figura 6.22 Um míssil de treinamento americano TOW (lançado por tubo, opticamente traçado
e guiado por cabo) sem lançador. A ogiva com carga moldada é projetada para ser anti-
blindagem. (Fotografia – Departamento de Defesa dos EUA.)
Figura 6.23 Uma granada de fuzil, que é lançada do cano de um fuzil. (Fotografia –
Departamento de Defesa dos EUA.)
encaixam firmemente na boca da arma padrão OTAN, de forma que não é necessário
um lançador ou adaptador. Muitos países usam granadas de fuzil como uma arma de
infantaria, mas elas não estão mais no inventário dos EUA. Como estas munições são
pequenas, contêm ogiva com alto explosivo, entre outros, e podem ser consideradas
uma ameaça aos socorristas iniciais e investigadores decorrente do uso por criminosos
e terroristas. As granadas de fuzil variam em tamanho desde menos de 12 polegadas
até quase 20 polegadas, diâmetros de aproximadamente 2 a 4 polegadas e peso menor
que 2 libras (Figura 6.23).
355
Granadas de fuzil
Descrição:
Consiste de uma haste oca na cauda (nem sempre estabilizada em voo por
rotação ou aletas). Os tamanhos variam de comprimentos de menos de 30,4
cm a aproximadamente 50,8 cm e diâmetros de aproximadamente 5 a 10 cm
A cauda pode ser de metal leve ou plástico e a ogiva de plástico, metal
pesado ou todos os metais leves
Enchimentos:
Alto explosivo, mistura de fumaça, incendiário, fósforo branco, químico, ou
sinalizador de menos de 1 libra
Detonador:
Usualmente integral; pode ser externo. No nariz ou entre a ogiva e a haste
oca da cauda
Funcionamento:
Impacto ou retardo de tempo (usualmente retardo pirotécnico de 3 a 7
segundos)
356
As granadas de fragmentação antipessoal e ofensivas são os tipos mais
comuns de granada. A granada de fragmentação causa vítimas não apenas dos efeitos
da detonação da carga principal com alto explosivo, mas também dos fragmentos com
alta velocidade do corpo de metal estilhaçado, dos fios de metal cortados, das bilhas de
aço, e /ou da fragmentação dos metais internos e externos. A granada ofensiva
geralmene tem um corpo de plástico ou de papel pesado, e suas vítimas decorrem da
alta pressão da detonação da carga principal explosiva e não necessariamente da
fragmentação (Figura 6.24 à Figura 6.27).
Granadas Antipessoais
Descrição:
Consiste de corpo, detonador e enchimento
O corpo pode ser de papelão, plástico, lona, fibra plástica, metal leve ou
pesado, de várias formas desde uma bola de baseball/softball até cilíndricas
com extremidades achatadas (parecendo uma lata de refrigerante) e abacaxi
com o pino de ativação do detonador na parte de cima
Os tamanhos das granadas variam de 2 até mais de 4 polegadas de
diâmetro e de 3 a mais de 6 polegadas de comprimento
Os detonadores são geralmente de metal pesado ouo plástico
Ofensiva – produz mais explosão do que fragmentação
Defensiva – produz mais fragmentação do que explosão
Enchimentos:
Alto explosivo variando de 141 a 227 gramas ou mais
Detonador:
Pré-ajustado interno ou externo
Funcionamento:
Impacto, retardo de tempo (pirotécnico ou químico); para granadas
produzidas nos EUA é de 4 a 5 segundos
357
Figura 6.24 Granadas de mão antipessoal tipo fragmentação. O corpo externo pode consisitir
de metal pesado, folhas de metal ou plástico de várias cores.
Figura 6.25 Granadas de mão com cabo de madeira são comumente chamadas de granadas
de bastão.
358
Figura 6.26 Um corte de uma granada de mão do tipo fragmentação contendo pequenos
fragmentos parecidos com bilhas.
Figura 6.27 As antigas e atuais granadas americanas de fragmentação. A Granada de cor azul
é usada para treinamento, mas pode ser encontrada para venda legal em lojas de
equipamentos militares. Estas foram convertidas para granadas operacionais.
359
Figura 6.28 Granada antiblindagem com uma carga explosiva moldada.
Granadas Antitanque
Descrição:
Cosniste de corpo, detonador, enchimento e sistema de estabilização
Os tamanhos variam de aproximadamente 2 a 4 polegadas de diâmetro até mais de 12
polegadas de comprimento
Efeito de carga moldada
Os detonadores são geralmente internos
O corpo pode ser de plástico, lonas ou metal leve
Enchimentos:
Alto explosivo de menos de uma libra
Detonador:
Interno ou externo pré-ajustado
Funcionamento:
Impacto ou possível sistema autodestrutivo
As granadas de fumaça são de dois tipos, explosivas e de queima, e podem ser feitas
de borracha, metal (folhas de metal ou metal pesado), ou plástico. A granada militar do
tipo explosivo tem enchimento de fósforo branco, e como tal, é excepcionalmente
perigosa. O fósforo branco queima espontaneamente no ar, e quando em contado com
a carne, continua queimando até se consumir ou
360
Figura 6.29 Granadas americanas de fumaça. A de corpo serrilhado é uma granada explosiva
antipessoal com fósforo branco.
ser completamente abafado, impedindo seu acesso ao ar. Além do fósforo branco, o
corpo da granada americana, e de algumas cópias, é construído com metal serrilhado,
e como tal, esta Granada também pode ser considerada uma produtora de vítimas seja
pela fragmentação do corpo ou pela queima do fósforo branco. A granada do tipo
queima produz fumaça branca ou colorida, e embora não necessariamente produza
vítimas, é um risco incendiário (Figura 6.29).
Granadas de Fumaça
Descrição:
Consistem de corpo, detonador e enchimento
O corpo é geralmente de metal leve e se parace com uma lata de refrigerante com a
alavanca de acionamento na parte de cima
Os detonadores são de metal pesado ou plástico
Enchimentos:
Fósforo branco, mistura de fumaças
Funcionamento:
Retardo de tempo (pirotécnico ou químico), pode ser de 1 a 7 segundos
Detonador:
Somente externo
361
As granadas mistas incluem iluminação, incendiária, controle de tumulo e
para treinamento. As granadas de iluminação são usadas para propiciar luz de alta
intesidade por um curto período de tempo (menos de 1 minuto) e sinalização. Na
versão dos EUA, o corpo é usualmente de folhas de metal e pode ser pintado de branco
ou não ser pintado. Esta granada não detona, mas a parte inferior de seu corpo se
separa do corpo principal para expor a carga principal pierotécnica. A forma da granada
é cilíndrico-alongada e é similar a algumas granadas de fragmentação, mas pode ser
cilíndrica.
As granadas incendiárias (Figura 6.29) são usadas para gerar intenso
calor superior a 2.204,4º C (4000°F) para destruir equipamentos e impedir que sejam
usados por terceiros. Na versão americana, o corpo (parecido com uma garrafa de
refrigerante) contendo a mistura pirotécnica termite é construído com folhas de metal
pintado de vermelho claro com marcações em preto. Estes tipos de granadas não
detonam ou rompem, mas queimam.
As granadas para controle de tumulto (Figura 6.29) são usadas para
controlar multidões e são produzidas em dois tipos, queima e explosão. Os
enchimentos destas granadas incluem gases irritantes CN e CS, que são contidos
dentro de recipientes cilíndricos (parecidos como uma garrafa de refrigerante) de metal,
borracha e plástico. Nas versões dos EUA, estas granadas são pintadas de cinza com
marcações vermelhas.
As granadas para treinamento (Figura 6.27), operantes ou simulacro, são
manufaturadas para uso em treinamento de pessoal para manuseio e arremesso de
granadas de mão do tipo fragmentação. Estas granadas são parecidas com as
granadas reais exceto pelo fato que existe um furo na parte de baixo da granade, que
pode ser selado com uma rolha. Adicionalmente, estas granadas podem ser pintadas
de azul claro para distingui-las como artigos de treinamento. Embora estas granadas to
tipo operante não contenham alto explosivos nem se fragmentem quando em
funcionamento, algumas contêm uma pequena carga de pólvora negra e um iniciador.
Se for mantida perto do corpo de uma pessoa, uma granada operante em
funcionamento pode causar ferimentos pela explosão da carga com pólvora negra. A
granada pode ter uma faixa marrom pintada nela indicando que é possui uma pequena
carga de pólvora negra.
As granadas de treinamento desativadas têm sido, e continuam a ser,
legalmente vendidas por revendedores de materiais militares. Como tal, algumas
pessoas têm levado estas granadas de treinamento e as convertido em granadas
fucionais.
Embora não seja uma granada de verdade, os simulacros com efeito
explosivo são usados para simular certos tipos de explosões, tais como projéteis de
artilharia, granades, e armadilhas. Destes simulacros, apenas dois tipos serão
discutidos em detalhes uma vez que têm sido utilizados em explosões criminosas e
representam um risco para os socorristas iniciais e investigadores.
362
Granadas de mão e simuladores de artilharia, que são um tipo de arsenal
para ser arremessado com as mãos, são itens explosivos usados para simular barulhos
e efeitos de batalhas durante o treinamento dos soldados. O corpo deste simulador
consiste de um tubo cilíndrico de papel de cor branca com impressões em preto e
vermelho, contendo uma carga selada de pólvora de flash fotográfico. Um detonador
ignidor é fixado com fita no lado externo do tubo, e é unido à carga de flash fotográfico
pelo estopim de segurança. Um pino de segurança através da tampa do detonador
impede o acionamento acidental. Estes tipos de simuladores têm sido usados com e
sem modificação para causar ferimentos em pessoas e danos em propriedades. As
modificações incluem a adição de fragmentos de metal na parte externa do invólucro
que, quando iniciado, pode causar sérios ferimentos e morte. O simulacro americano de
granada de mão M116A1 tem aproximadamente 4,5 polegadas de comprimento e 2
polegadas de diâmetro. O simulador de artilharia americano M115A2 é parecido com
um simulacro de granada de mão, exceto que é mais comprido, com aproximadamente
6 polegadas. O simulacro americano de flash M21 é acondicioando em um corpo de
plástico na cor verde oliva, com aproximadamente 6 polegadas de comprimento e um
pouco mais de 2 polegadas de diâmetro (Figura 6.30a e Figura 6.30b).
(a)
Figura 6.30 (a) Um simulador de artilharia M115A2 usado para simular tiros e explosões de
artilharia. Os simuladores deste tipo são usados como artefatos improvisados, por si só ou com
fragmentação adicionada.
363
(b)
Figura 6.30 (b/ Os restos fragmentados de um simulador M115A2 explodido.
Granadas Mistas
Descrição:
Consistemn de corpo, detonador e enchimento
Os corpos são de folha de metal, metal pesado, plático, papel ou borracha, dependendo
de sua aplicação
Os detonadores são geralmente de metal pesado, mas podem ser de plástico, ou no
caso dos simuladores, um detonador fricção/segurança para puxar
Enchimentos:
Agentes para controle de tumulto, pirotécnicos, termite, pólvora negra ou nenhum
enchimento
Funcionamento:
Retardo de tempo (pirotécnico ou químico), pode ser de 1 a 7 segundos
Detonador:
Externo ou interno
Arsenal Colocadao
Antipessoal
Antitanque ou antiveicular
Mines Antipessoais
Descrição:
Consistem de corpo e detonador
O invólucro pode ser de plástico, metal, Madeira ou nenhum. Pode haver detonadores
múltiplos em uma mina
A colocação de uma única mina é rara
Pode ser de qualquer forma, tamanho ou cor
Pode ser indetectável pelos detectores de mina ou de metal
Enchimentos:
Alto explosivos: De algumas onças até mais de 2 libras
Detonador:
Parte superior, parte de baixo, lateral e interno. A maioria das minas possui um local
para colocação de detonador auxiliar que possibilita fácil instalação e de dispositivos
antimanuseio (armadilhas).
Alguns com baterias
Funcionamento:
Pressão (necessária menos de 30 libras), liberação de pressão, liberação de tensão,
puxar, por comando, autodestruição, movimento, sísmico, acústico, pressão
acumulativa, ou magnético.
365
Figura 6.31 A maioria das minas antipessoais e antiveicular possum um corpo de plástico.
366
Figura 6.33 Uma mina claymore soviética/russa.
367
(a)
Figura 6.35 (a) Vários tipos de dispositivos disparadores que podem ser usados para iniciar
minas, armadilhas ou outors tipos de cargas explosivas, including improvisadas.
Minas Antitanque
Descrição:
O incólucro pode ser de plástico, metal, mandeira ou nenhum
Pode ser indetectável aos detectores de metal
Pode haver vários detonadores na mina
A colocação de uma única mina é rara para operações militares. Entretanto, outros usos
podem, de fato, envolver a colocação de apenas uma mina por vez
Pode ser de qualquer tamanho, forma ou cor
Enchimentos:
Alto explosivos: de 5 a mais de 20 libras
368
(b)
Figura 6.35 (b) Relógios mecânicos usados para iniciação por retardo de tempo de artefatos
militares ou AEI. Também está representado um temporizador eletrônico, embutido em plástico
cinza, o qual é usado para iniciar AEI.
Detonador:
Parte superior e interna. Algumas minas possuem locais para instalação de detonador
auxiliar, usualmente na parte de baixo, que permitem a fácil aplicação de dispositivos
antimanuseio (armadilhas).
Funcionamento:
Pressão, vareta de inclinação, ou armadilha
369
tipos de materiais, desde o aço pesado até folha de metal, plástico, madeira, alumínio e
paper. Adicionalmente, as marcações nas munições desempenham um importante
papel para determinar sua identidade.
Além do risco de alto explosivo e fragmentação, o arsenal explosivo pode
conter materias químicos tóxicos, biológicos, nucleares, pirotécnicos ou incendiários, e
folhetos como enchimentos. Os sistemas detonadores, do simples ao mais complexo
eletrônico e mecânico, são projetados para iniciar as munições precisamente no
momento pretendido e geram riscos de fogo falho devido às necessidades óbvias para
segurança do operador.
Considerando que o arsenal militar tem sido e continua a ser usado em
números cada vez mais crescentes de AEIs, é essencial que os socorristas iniciais e
investigadores sejam proficientes em identificar estas munições. Esta exigência engloba
o arsenal explosivo que pode ser usado por um terrorista ou criminoso e que não tenha
explodido ou possivelmente tenha baixa-ordem, deixando uma situação muito perigosa
para o investigador. Adicionalmente, é imperativo que seja feita uma identificação
precisa do arsenal militar quando se faz buscas nas posses de um sujeito.
Da mesma forma que os outros riscos enfrentados pelos investigadores no
desempenho de suas tarefas na investigação de um cenário de bomba, a evitação e a
atenuação do risco associado com arsenal explosivo militar começam pela identificação
do item.
Referências
FM 21-16, Unexploded Ordnance (UXO) Procedures, Department of the Army, Washington,
D.C., August 1994.
FM 23-30, Grenades and Pyrotechnic Signals, Department of the Army, Washington, D.C.,
December 1969.
370
TM 9-1300-200, General Ammunition, Department of the Army, Washington, D.C., October 1969
with changes.
TM 9-1370-203-12, Military Pyrotechnics, Department of the Army, Washington, D.C., March
1973 with changes.
TM 43-00W-29, Army Ammunition Data Sheets for Grenades, Department of the Army,
Washington, D.C., October 1977 with changes.
TM 43-0001-36, Army Ammunition Data Sheets for Land Mines, Department of the Army,
Washington, D.C., February 1977 with changes.
TM 43-0001-37, Army Ammunition Data Sheets: Military Pyrotechnics, Department of the Army,
Washington, D.C., February 1977 with changes.
Leiendecker, Robert, E., Ammunition and Explosivos Worldwide Dictionary of Terms, August
1997.
371
(Página em branco)
372
7. Capacidades dos
Laboratórios Forenses —
7.1 Introdução
373
Quanto mais bem informados forem o público ou os jurados, melhor a justiça
proporcionada. A única qualificação é que as pessoas deveriam ter uma expectativa
realística acerca do que o laboratório e os investigadores podem, e não podem, fazer.
Este capítulo tem dois propósitos. O primeiro, inteirar o investigador do
cenário de bomba quanto às capacidades do laboratório forense e os tipos de
investigações que devem ser conduzidas nos fragmentos coletados no cenário de uma
bomba ou da busca das posses de um potencial suspeito. Os tipos de investigações
disponíveis podem ser extensos e serão enfatizados no estudo de caso detalhado de
uma série de quatro artefatos explosivos usados no final de 1989. Em uma menor
extensão, outros casos de bombas também serão utilizados para enfatizar várias outras
capacidades e técnicas de investigações analíticas. Não será feita nenhuma tentativa
de detalhar todas as capacidades e tipos de investigações possíveis no moderno
laboratório forense, seja federal, estadual ou municipal. Como exemplo, o Laboratório
do FBI em Quantico, Virgínia publica um manual com quase 200 páginas detalhando os
tipos de investigações que podem ser conduzidas no Laboratório do FBI. O Manual de
Serviçõs Forenses (Handbook of Forensic Services) revisado em 2003 está disponível
através da Internet na www.fbi.gov.
Este capítulo também procurará uma explicação do termo ―assinatura da
pessoa que preparou a bomba‖ na medida em que se aplica à investigação de múltiplos
artefatos explosivos, no que tange ao uso de materiais e técnicas similares para a
fabricação da bomba e por que é importante para os investigadores entenderem sua
importância nas investigações envolvendo bombas. Mais uma vez, estudos de caso
reais serão usados para explicar sua importância.
Antes de começarmos, um ponto deve ser claramente entendido. Nestes
tempos de rápidos avanços em tecnologias disponíveis para o laboratório forense, o
laboratório de fato pode fazer maravilhas com a evidência submetida para
investigações. Apenas nos últimos 10 anos ou algo assim, temos testemunhado
tremendous avanços na capacidade do laboratório para analisar sangue e fluidos
corporais através da análise do DNA. De fato, os métodos analíticos de DNA
propiciaram uma nova impressão digital para estabelecer um vínculo direto entre um
suspeito e o cenário do crime. Entretanto, um entretanto muito grande, o laboratório
somente pode trabalhar com a evidência a ele submetida. Portanto, é responsabilidade
direta do investigador ou técnico do cenário do crime em investigar completamente o
cenário do crime para identificar todas as evidências, coletá-las, protégé-las, colocá-la
nos recipientes apropriados para impedir sua destruição, embalar adequadamente para
submetê-las ao laboratório e, finalmente, submetê-las de fato ao laboratório. Pode ser
considerado como um assunto trivial enfatizar a real entrega da evidência depois da
coleta, mas ainda existem exemplos de investigadores que não submetem a evidência
ao laboratório depois de sua coleta. Caso exista qualquer dúvida, submeta a evidência,
ou contate o laboratório e obtenha orientação.
374
Mais uma vez, as capacidades do laboratório forense são limitadas pela
quantidade e qualidade da evidência submetida para investigação. Os peritos
laboratoriais não podem examinar o que não lhes for submetido.
Figura 7.2 Uma fotografia do pacote contendo a bomba tubo enviada para o 11º Circuito do
Tribunal de Apelação na Rua Forsythe, Atlanta, Geórgia na segunda-feira, no dia 18 de
dezembro de 1989. Os selos, o rótulo do correio, o papel pardo, a fita plástica marrom e o
barbante branco eram característicos dos quatro pacotes bombas na série VANPAC.
(Fotografia pelo FBI).
376
Figura 7.3 Os fragmentos do tubo recuperados do escritório do promotor Robert Robinson
depois da explosão de uma bomba tubo no dia 18 de dezembro de 1989. As marcas no bocal
roscado do tubo foram causadas pelos preos usados como fragmentação adicional amarrados
na bomba tubo. (Fotografia pelo FBI).
A quarta bomba foi recebida, mais uma vez através do serviço postal dos
EUA, na segunda-feira, 18 de dezembro de 1989, no escritório regional da Associação
Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP), Jacksonville, Flórida. Foi
colocada sobre uma escrivaninha por um momento antes de que a Sra. Willye Dennis,
que normalmente abre a correspondência, pudesse chegar até ela. No entanto, ela teria
sorte, pois teve algumas coisas fora do gabinete para fazer e decidiu esperar até que
voltasse à tarde para abrir a correspondência. Entretanto, antes dela voltar ao
escritório, ela teve alguns problemas com o carro e antes destes serem reparados
grande parte da tarde já havia se passado e ela decidiu ir para casa. Uma decisão
profética! Enquanto ouvia ao noticiário da noite, ela soube da recupreação da bomba
em Atlanta e da morte de Robert Robinson e, mais importante, as descrições das
bombas, que parecia muito com a caixa em sua escrivaninha. Ao chegar ao escritório
da NAACP na manhã seguinte, terça-feira, 19 de dezembro de 1989, a Sra. Dennis
olhou cuidadosamente para a caixa sobre sua escrivaninha. A caixa com papel pardo,
rótulo vermelho e branco do correio, selos e amarrada com um barbante branco (Figura
7.4). Sim, definitivamente isto lhe pareceu suspeito. A unidade de descarte de bombas
do Escritório do Xerife de Jacksonville foi chamada ao cenário e confirmou que, de fato,
esta era uma bomba similar aos outros três artefatos. Ao consultar o laboratório do FBI,
377
Figura 7.4 O rótulo com endereço no pacote bomba entregue no escritório da NAACP, em
Jacksonville, na Flórida, no dia 18 de dezembro de 1989. (Fotografia pelo FBI.)
que a esta altura já tinha custódia de algumas das evidências das bombas prévias e
tendo um entendimento básico das características da construção e componentes do
sistema detonador, o artefato foi seguramente desmontado e os componentes,
incluindo toda a carga principal explosiva, foram recuperados intactos (Figura 7.5).
Figura 7.5 A bomba tubo removida do pacote bomba entregue no escritório da NAACP, em
Jacksonville, na Flórida, no dia 18 de dezembro de 1989. (Fotografia pelo FBI.)
378
Com a cooperação de investigadores e especialistas forenses do
Laboratório do Serviço de Inspeção Postal dos EUA, a Agência de Álcool, Tabaco e
Armas de Fogo, o FBI, os estados do Alabama, Geórgia e Florida, e muitas outras
agências policiais municipais, todos os quatro cenários foram completamente
investigados, e a evidência coletada e levada ao Laboratório do FBI, que na época
ficava no Edifício John Edgar Hoover, em Washington, D.C. Lá a evidência foi
inventariada e recebeu números de amostra, foram tiradas fotografias e tomaram-se
decisões sobre os exames que deveriam ser conduzidos no que se tornaria bem mais
de 1000 itens de evidência recuperados não somente dos quatro cenários, mas de
várias buscas por todo o sudeste dos EUA. Desde o início da investigação, alguns
pontos estavam bem certos. O assassinato de um juiz federal e de um promotor, junto
com a tentativa de bomba de uma corte federal e de um escritório da NAACP não foram
investigações de rotina, mas uma investida contra o sistema legal dos EUA. De fato, um
problema muito sério. Como tal, a responsabilidade pela investigação, sob jurisdição
federal para ataques contra funcionários federais e juízes de tribunais federais, era do
FBI. Adicionalmente, a investigação foi concebida como um caso prioritário do FBI e
recebeu a palavra código: VANPAC; Caso nº 29. VANPAC era uma abreviação da
primeira bomba, Vance Package, nesta investigação de série de bombas.
A partir de uma verificação inicial dos artefatos recuperados e dos
componentes fragmentados, todas quatro bombas apresentaram similaridades
específicas no uso de componentes de construção essencialmente idênticos e técnicas
de fabricação, indicando uma fonte comum. Isto significa que ou uma mesma pessoa
fez todos os quatro artefatos ou que mais de uma pessoa fez os artefatos que usavam
o mesmo tipo de componentes e técnicas de construção. Em outras palavras, se mais
de uma pessoa estiverem envolvidas na contrução das bombas, elas obviamente se
conheciam e trabalharam juntas para fazerem estes artefatos.
Esta é uma lista dos principais componentes das quatro bombas:
379
Até aquela altura, com a quantidade de evidência recuperada e a
variedade dos exames forenses sendo considerados, esta foi uma das maiores
investigações já conduzidas pelo FBI e o Laboratório do FBI. No final, cada seção e
unidade, e quase 100 peritos e assistentes do Laboratório do FBI estavam
extensivamente envolvidos na investigação das evidências. Adicionalmente, a real
identificação dos componentes precedentes não foi necessariamente evidente quando
da chegada da evidência no laboratório. Sim, alguns dos componentes fragmentados
eram identificáveis, por exemplo, baterias, fiação elétrica, uso de pintura, papel e tubo
como o recipiente para a carga principal explosiva. Entretanto, alguns dos componentes
ou seu uso exato nas bombas não foram estabelecidos até bem mais tarde e depois de
muitas horas de exames detalhados. Além dos restos altamente fragmentados dos dosi
artefatos explodidos, dois AEIs tinham sido desmontados pelos esquadrões de bombas,
os quais ajudaram imensuravelmente no processo de investigação para identificar
alguns dos componentes fragmentados presentes nos artefatos explodidos.
383
tentativas de coleta de impressões identificáveis em todos os tipos de papel, caixas de
embalagem, e fita, bombas intactas e fragmentadas, e detonadores improvisados.
Dentre todos esses exames, impressões latentes utilizáveis foram recuperadas apenas
a partir de um rolo de cartas contidas dentro de um das bombas. Em última instância,
uma identificação positiva foi feita com essas cartas, cujas impressões pertenciam a um
jovem rapaz que inocentemente havia carregado papel na máquina copiadora usada
para copiar as cartas que foram incluídas nos quatro artefatos. Apesar de não ser
incomum, não foram recuperadas impressões digitais do fabricante das bombas a partir
das evidências. Entretanto, impressões digitais do construtor da bomba ou das pessoas
que a tenham manuseado às vezes são recuperadas de outros dispositivos explodidos.
Portanto, é imperativo que os investigadores pós-explosão adotem as devidas
―precauções no que tange às digitais‖ ao manipularem evidências do cenário de bomba
para evitar que suas impressões digitais sejam transferidas para a evidência. A
protecção pode ser proporcionada pela utilização de luvas de algodão, não
necessariamente luvas finas de borracha. Foi demonstrado que o tipo de luva fina de
borracha, como as luvas usadas por médicos, não pode proteger o usuário contra a
transferência de suas impressões para as evidências. Como referido anteriormente,
caso sejam requeridos vários exames em um único item de evidência, isto deverá ser
comunicado ao laboratório. Essencialmente, qual o exame que tem o potencial para
fornecer evidência direta para identificar ou vincular uma pessoa com o atentado? Na
maioria dos casos a impressão digital e exames de DNA, através de uma análise de
resíduos explosivos, têm a capacidade de prover evidência mais direta. Entretanto,
existem métodos de realização de exames que não são destrutivos, permitindo assim
que outros tipos de exames também sejam realizados. O aspecto mais significativo do
processo de exame é o contato pessoal entre o contribuidor e o examinador. No que diz
respeito ao laboratório do FBI e da investigação de destroços resultantes de um
atentado, o principal ponto de contato, mas não necessariamente o único contato, é
com examinador dos explosivos e dos materiais perigosos na Unidade de Explosivos.
Figura 7.7 Um painel contendo componentes para fabricação de bombas similares aos usados
no atentado ao Otherside Lounge em Atlanta, Geórgia, no dia 21 de fevereiro de 1997. Esta
fotografia foi distribuída pela ATF&E para para publicação nos jornais em esforços para
identificar o fabricante da bomba por alguém que possa ter percebido a compra destes
materiais. Note as similaridades dos componentes com o atendado ao Olympic Park.
(Fotografia pela Agência de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos.)
389
o DNA do potencial suspeito já tenha sido coletado, analisado e esteja na base de
dados do computador para comparação, a análise do DNA não identificará um suspeito
desconhecido até aquele momento. Você deve ter uma amostra de material contendo
DNA de uma fonte conhecida (pessoa) com a qual comparar o material contendo o DNA
coletado no cenário/bomba. Os tipos de evidência tipicamente usados em investigações
pós-explosão para análise de DNA incluem as de saliva dos tocos de cigarros,
envelopes, selos e cabelo recuperados do artefato ou das roupas descartadas pelo
agressor.
É imperativo que os materiais que necessitem de análise de DNA sejam
coletados, empacotados e preservados de acordo com os protocolos estabelecidos pelo
laboratório que os receberá. Quando houver dúvida, consulte o laboratório forense em
busca de assistência.
7.3.1 Introdução
Provavelmente, um dos primeiros construtores seriais de bombas
identificado nos EUA foi George Metesky, o ―Mad Bomber‖ de Nova Iorque. Metesky
aterrorizou Nova York há 16 anos com mais de 30 bombas no período de 16 de
novembro de 1940, até sua prisão em dezembro de 1956. Ele não só construiu
dispositivos que foram semelhantes entre si, mas também muitas vezes incluía uma
carta ameaçadora para a companhia de energia local, a Consolidated Edison, dentro da
bomba. Ele também enviou cartas para diversas empresas, incluindo a Consolidated
Edison e a polícia, assinado com as iniciais ―FP‖, que mais tarde foi identificado depois
de sua prisão como um acrônimo para ―Fair Play‖ (jogo honesto). Surpreendentemente
similar ao mais recente construtor serial de bombas nos EUA, Unabomer Ted
Kaczynski, que usou a sigla ―FC‖, mais tarde identificada por Kaczynski como ―Freedom
Club‖ (clube da Liberdade), em suas bombas.
O construtor serial de bombas caminha lado a lado com o termo
―assinatura do cosntrutor‖, que é um padrão ou característica identificável de utilizar
essencialmente os mesmos componentes de construção, ou similares, e técnicas de
projeto e fabricação de várias bombas. Em outras palavras, as investigações forenses
podem estabelecer um padrão específico da utilização de materiais, e de acordo com a
seleção dos alvos, estabelecer um vínculo direto entre diferentes atentados. Similar à
possibilidade de associar um manuscrito a uma pessoa específica. Em alguns casos,
chega-se ao próximo passo, associando os componentes específicos encontrados na
posse de um suspeito com componentes usados um uma ou mais bomba. Em outros
casos em que um dispositivo tenha sido previamente vinculado a uma pessoa
específica, esse dispositivo pode ser associado a outros dispositivos semelhantes ou
idênticos. É muito mais fácil provar que vários artefatos foram construídos com
materiais e técnicas de construção similares, por pessoas ou grupos desconhecidos ao
390
invés de um indivíduo. Ao estabelecer uma única fonte ou pessoa, os resultados dos
exames de intercomparação geralmente revelam materiais específicos ou técnicas de
construção que excluem a participação de outros no processo de construção.
Entender e reconhecer a assinatura do construtor da bomba são
importantes para a investigação pós-explosão. Existem duas formas principais de
estabelecer ou reconhecer a assinatura do construtor da bomba, primeiro, pelo
investigador de campo que vê uma similaridade entre várias bombas e, em segundo
lugar, pela associação de bombas através das investigações forenses. Ao associar dois
ou mais incidentes, o ímpeto da investigação pode ser focado conforme a totalidade de
informação derivado de todos os incidentes, ao invés de apenas cada um
individualmente. Na essência, ao combinar os dados investigativos, pode surgir um
padrão que pode auxiliar a identificar um suspeito, o que não seria possível ao olhar as
pistas investigativas dos incidentes separadamente. Uma particularidade de um dado
da investigação de campo pode suplementar outra lista de uma investigação
relacionada para forma um quadro geral, ao invés de apenas pedaços de um quebra-
cabeças cujas peças não se encaixam.
Sempre que o investigador de campo acreditar que existe uma associação
entre múlitplos incidentes e que possivelmente existe uma assinatura do construtor da
bomba, isto deve ser comunicado ao laboratório. Isto é até mais importante se os
incidentes são propagados por um período de tempo. É completamente possível que o
mesmo perito do laboratório que recebeu o primeiro material submetido pertencente à
bomba nº 1, pode não ser o perito que recebe a evidência do incidente nº 2. Também,
as evidências de múltiplas bombas podem ter sido enviadas a laboratórios diferentes. É
possível, porém remotamente, que os laboratórios forenses possam não associar
artefatos similares se esta possibilidade não for comunicada pelo investigador de
campo. Entretanto, os laboratórios possuem bancos de dados pesquisáveis que podem
impedir que ocorra tal descuido.
A segunda forma pela qual os múltiplos incidentes podem ser associados
uns com os outros é através da investigação forense dos artefatos. A maioria das
explosões, a menos que sejam grandes ou a menos que os alvos sejam considerados
importantes pela mídia, geralmente não são reportadas com base nacional ou mundial.
Desta forma, pode não ser possível para os investigadores de diferentes partes do país
conheçam quais tipos de artefatos podem ter sido utilizados a centenas de milhas de
distância. Portanto, dentro dos laboratórios federais, quando múltiplos artefatos são
recebidos nos laboratórios de diferentes partes do país, possivelmente num período de
semanas, meses, ou até mais, pode ser efetuada uma associação dos componentes e
das técnicas de fabricação através das investigações forenses. Deve ser notado que
nestes tempos de comunicação instantânea e compartilhamento de informação por
investigadores e técnicos em bombas, a propabilidade de incidentes e tecnologia de
fabricação e bombas não ser conhecida de uma parte a outra dos EUA é também
remota. Adicionalmente, como resultado direto deste compartilhamento dos dados de
391
construção de bombas entre os laboratórios estaduais e municipais, podem ser feitas
associações entre múltiplos artefatos nestes próprios laboratórios do que nos
laboratórios federais de maior porte.
É possível concluir que uma pessoa (ou pessoas) fez múltiplos artefaos
com apenas um único ponto de comparação, mas isto é de fato muito raro, da mesma
forma que às vezes é possível fazer uma identificação de uma impressão digital latent
com apenas um, e excepcionalmente específico ponto de identificação. Na maioria dos
casos, as associações entre artefatos/bombas são realizadas com múltiplos pontos de
identificação. Quantos são necessários? É impossível prover uma resposta, uma vez
que toda série de bombas é diferente de outra. Entretanto, quanto mais componentes
forem usados e quanto mais específicas forem as técnicas de fabricação utilizadas,
melhor será a associação.
393
desenvolvimento de tecnologia com o passar dos anos, que viu mudanças nas técnicas
específicas de fabricação e uso de certos componentes, mas não no projeto geral.
Essencialmente, para o estabelecimento da assinatura do fabricante da bomba em
todos os 17 artefatos, foi necessário estabelecer um padrão ou similaridade entre os
artefatos 1 e 2, depois entre 2 e 3, e assim por diante, até que todos os artefatos
fossem associados.
Adicionalmente, alguns dos artefatos apresentaram técnicas de fabricação
muito específicas e uso de componentes improvisados jamais vistos antes.
Quando foram efetivadas buscas na cabana de 10 por 12 de Kaczynski na
remota Lincoln, Montana, um valiosíssimo tesouro de evidêncicas forenses foi
recuperado. Não somente uma bomba intacta e já embalada foi encontrada, lieralmente
debaixo de sua cama, mas também estava presente um extenso sortimento de
componentes e dispositivos eletrônicos da bomba, alguns dos quais eram
essencialmente idênticos aos componentes em muitos de seus outros artefatos. Itens
adicionais foram encontrados, incluindo a máquina de datilografia usada para escrever
seu manifesto, junto com um racunho manuscrito com a caligrafia de Kaczynski, com
um diário detalhado descrevendo a fabricação dos artefatos.
Ao final, a investigação dos 17 artefatos refletiram uma assiantura
específica dos componentes e das técnicas de fabricação da bomba, que foi então
comparada aos materiais e componentes da bomba encontrada na cabana de
Kaczynski. Esta intercomparação resultou na identificação positiva de alguns dos
componentes recuperados com os artefatos de um campanha de 17 nos de bombas em
série. Kaczynski escolheu não ter um julgamento público que resultaria em sua
condenação e provável pena de morte em decorrência de três fatalidades, mas em um
acordo declarando sua culpa que lhe custou uma prisão perpétua sem possibilidade de
condicional.
Se o incidente com bomba é parte de uma campanha de ataques
consecutivos ou de um incidente individual, o moderno laboratório forense, em conjunto
com os investigadores de campo e os técnicos do cenário de crime, pode ser um
recurso inestimável para o esforço investigativo global.
1. Considerando uma bomba-tubo na qual um pedaço de tubo de metal foi usado como
recipiente para a carga principal explosiva foi iniciada com um pedaço de estopim, que
tipo de investigações podem ser conduzidas pelo laboratório forense?
2. Qual é o tipo de análise de DNA que pode ser feito em evidência contendo sangue?
3. Qual é o tipo de análise de DNA que pode ser feito em cabelos naturalmente caídos?
4. Qual é a importância de se combinar as pontas das fitas?
5. Quais os tipos de informação que podem estar disponíveis em uma bateria
recuperada?
6. Qual é o significado do termo ―assinatura do fabrincante da bomba‖?
7. Qual pode ser a importânica de se chegar à conclusão de que existe uma assinatura
do fabricante da bomba entre múltiplos incidentes?
395
(Página em branco)
396
Anexo A
397
Tabela de Produtos Explosivos
Rate of
Detonation Reaction Stability
Type/ Other Formula or [ft/sec with in
Method of Hygro- Information
Category Name(s) Composition (m/sec)[ Metals Storage
Explosivo Color Use Loading scopic Remarks Source(s)
Low Black powder Schwarzpulver 75/15/10: Black Fuses, pyro- Granular >3000 (>914) None Very Good when Sensitive to Koehler, J. and
explosivos Potassium (shiny) technics, press sealed impact, Meyer, R.
nitrate, charcoal, priming atrito, and Explosivos. 4th
sulphur charges sparks ed. pp. 33–34.
1993. –AND -
http://members.
ozemail.com.au/
–gmillar/
pyrotechnics/
hp.html
Koehler, J. and
Gelatinized Propellant Meyer, R.
Smokeless Low smoke/ Light Grains, flakes >3000 (>914) None Yes Fair
nitrocellulose Explosivos. 4th
powder small arms brown to
black ed. p. 168, 283,
(single base) owder; oudre 315. 1993.
powder; –AND
B (French) http://www.
eugeneleeslover.
com/USNAVY/
CHAPTER-2-1.
html
Koehler, J. and
Meyer, R.
Explosivos. 4th
Nitrocellulose Gray green Propellant ed. p. 117,
Smokeless Geometrically Fair
>3000 (>914) Yes
powder Ballistite; cordite (guncotton), to black shaped as None 168–169, 421.
(U.K.) nitroglycerine 1993. –AND
(double base) desired
http://www.
eugeneleeslover.
com/USNAVY/
CHAPTER-2-1.
html
398
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Smokeless Nitrocellulose, White to Propellant Geometrically >3000 (>914) None Yes Good Lowers Koehler, J. and
powder nitroglycerine, yellow shaped as muzzle flash Meyer, R.
(triple base) nitroguanidine desired Explosivos. 4th
(picrate) ed. p. 139,
248–249. 1993.
–AND--
http://www.
eugeneleeslover.
com/USNAVY/
CHAPTER-2- I .
html
MSDS sheets
Pyrodex Potassium nitrate, Black Propellant Granular >3000 (>914) None Yes Good Black powder
and others substitute Manufactured
four types by Hodgdon
available Powder
Company
399
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Rate of
Detonation Reaction Stability
Type/ Other Formula or Method of [ft/sec with Hygro- in Information
Category Explosivo Name(s) Composition Color Use Loading (m/sec)] Metals scopic Storage Remarks Source(s)
Mercury Fulminate of C2N,O,Hg White to Initiator Pressed 16,400 (5000) Aluminum, No Good if kept Sensitive to Koehler, J. and
fulminate mercury brown- brass, cool shock, Meyer, R.
gray bronze, impact, and Explosivos. 4tl
copper, atrito ed. pp. 228-L
magnes- when dry 1993; http://
ium, zinc www.powerlal
org/chemlabsi
fulminate.htn
TATP C5H18O6; acetone, White Improvised 17,400 (5300) Poorly Data sheet
Poured loose Yes Sublimes Sensitive to
(triacetone hydrogen crystalline explosivo impact,
triperoxide) peroxide, atrito, and
mineral acid faíscas
Secondary Amatol Ammonium Yellow to Main charge Pressed 21,100 (6400) Yes No Widely Koehler, J. and
explosivos nitrate, dark varying com- Meyer, R.
trinitrotoluene brown positions; Explosivos.4tl
(TNT) shock ed. p. 7. 1993.
sensitive
Ammonal Ammonium Gray Projectiles Compressible 17,700 (5400) No Koehler, J. and
nitrate, or pourable Meyer, R.
aluminum Explosivos. 4t1
powder ed. p. 7. 1993.
Ammonium Andex Ammonium Pink Blasting Poured loose; 8000-15,000 Reacts Very Good if kept Nondetonator Koehler, J. and
nitrate and (German); nitrate, óleo bulk (2400-4600) poorly dry and sensitive Meyer, R.
óleo combustível,
anobel (U.K.); aluminum with zinc indoors Explosivos. 4t1
combustível
(ANFO) anolit powder and ed. pp. 15-16,
(Norway); copper 50, 210. 1993.
carbamite
(USA); lambrit
(Austria);
austinite;
iremix; pellite;
anfomet;
sulfamax;
pakamex
400
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação))
Composition B Hexolite; hexotol Cyclonite (RDX), Light Main charge Cast 25,600 (7800) None No Good Koehler, J. and
TNT, and wax yellow to in military Meyer, R.
brown ordnance Explosivos.4t1
ed. p. 63. 199:
Composition Plastic explosivo; RDX, plasticizer Yellow to Demolition Hand pack 25,000 (7600) None No Good No longer Koehler, J. and
C-3 plastite brown produced Meyer, R.
preceded Explosivos.4t1
C-4 ed. p. 64. 199:
Composition Plastic explosivo; RDX, motor oil, White Demolition; Pressed; hand 26,400 (8050) None No Good U.S. military Koehler, J. and
C-4 harrisite diethylhexyl- Main pack demolition Meyer, R.
sehacate, charge explosivo Explosivos. 40
polyisobutylene also ed. p. 64. 199
binder available
from
commercial
sources
Detasheet PETN, Red/ orange Demolition Shaped as 22,300 (6800) None No Good
nitrocellulose, (comm- desired
elastomeric ercial);
binder olive drab
(military)
Dinamite Apcogel; red Nitroglycerine Dark brown Sensitive to http://
Main charge; Pressed; stick 5900 — over Metal No Degrades
diamond; (NG), impact, encyclopedia
blasting, form (plastic 20,000 powders over time
unimax; diatomaceous booster, or wax- (1800-over atrito, and lockergnome
iredyne; irecoal; earth, ethylene demolition coated paper 6100) shock com/s/b/
petrogel; glycol dinitrate tubes) Dinamite
powderditch; (EGDN), -AND-
dynashear; ammonium http://users.
giant gel; helix nitrate, salt, skynet.be/
PNG 80 sulfur, sodium jeeper/
nitrate page58.html
401
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Rate of
Detonation Reaction Stability
Type/ )ft/sec with in
Other Formula or Method of Hygro- Information
Category (m/sec)) Metals Storage
Explosivo Name(s) Composition Color Use Loading scopic Remarks Source(s)
Emulsion Hydromite; Ammonium White to Main charge Stick form 12,000– None Yes One-year Less Data sheet
emulex; nitrate, sodium gray blasting (heavy duty 19,000 shelf life sensititive –AND
emutrench; nitrate, water, demolition plastic bag or (3650–5800) than http://www.
coalmex 14E; microspheres, paper tubes); dinamite to mme.state.va.
blastex; oil, wax, EGDN, bulk impact, us/Dmm/Forms
powdermite; emulsifier, atrito, and %201ndex!
apex; tovan aluminum shock Regular%2OFor
ultimate; powder ms/Surface%20
EMGEL series; Blaster's%20
HEF series; Certification%
seisprime; dyno 20Study%20
Guide.doc
Explosivo "D" Ammonium C5H5N,O, Red to Main charge Pressed 23,500 (7150) Corrodes Yes Poor Koehler, J. and
picrate (empirical) yellow in military metals; Meyer, R.
ordnance can form Explosivos. 4th
explosivo ed. p. 14. 1993.
salts –AND
http://www.
cugeneleeslover.
com/USNAVY/
CHAPTER-2-
2.html
HMX Homocyclonite; C,HSN808 Colorless Main charge Pressed 29,800 (9100) No Good Byproduct of Koehler, J. and
octogen (empirical) crystals detonating confined the Meyer, R.
cord manufacture Explosivos. 4th
ingredient of RDX ed. p.189,
in 257–258. 1993.
explosivos
402
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Nitrocellulose NC; guncotton; C1SH„NCO2. White fibers Ingredient Pressed 23,900 (7300) None Yes Very sensitive Koehler, J. and
nitrocotton; (empirical) in: expio- to impact, Meyer, R.
pryoxylin; sives, atrito, Explosivos. 4th
pyrocellulose propell- heat, and ed. pp. 240–242.
ants, faíscas when 1993.
smokeless dry;
powder relatively
unstable
Nitroglycerin NG; glycerol C,H,N,Os Clear to Ingredient Directly to the 26,000 (7600) Yes No Good Very sensitive Koehler, J. and
trinitrate; (empirical) amber oil in: product confined to impact Meyer, R.
blasting oil; explosivos, (explosivos, and atrito, Explosivos. 4th
"nitro" propell- double- deteriorates ed. p. 243–246.
ants, based to become 1993.
dinamite powders, more
etc.) sensitive and
unstable
Nitrostarch Starch nitrate; C5H,N,Og White to Ingredient in Pressed 16,00)) (4900) Yes Poor Basis for Koehler, J. and
grenite (empirical) pale explosivos "headache- Meyer, R.
yellow free" Explosivos. 4th
powder explosivos ed. p. 253. 1993.
PE-4 Plastic explosivo RDX, plasticizer White Main charge Pressed; hand 27,000 (8200) None No Good British Koehler, J. and
4 demolition pack military Meyer, R.
demolition Explosivos. 4th
explosivo ed. pp. 263,
276–277. 1993.
PE-4A Plastic explosivo RDX ou PETN White Main charge Pressed; hand 22,965 (7000) None No Good Made in
plasticizer demolition pack Portugal;
common in
Iraq
Pentolite 50/50: 't NT, PETN White to Main charge; Poured; cast 24,300 (7400) Corrodes No Poor Koehler, J. and
yellow booster; most Meyer, R.
demolition common Explosivos. 4th
metals ed. p. 265. 1993.
PETN (penta- Penthrite; C5H5N5O12 Colorless to Blasting Pressed 27,600 (8400) Slight No Good High brisance Koehler, J. and
erythrite nitropenta (empirical) white caps; confined corrosion Meyer, R.
tetranitrate) crystals detonating with brass Explosivos. 4th
cord; ed. pp. 271–273.
boosters; 1993.
ingredient
in
explosivos
403
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Rate of
Detonation Reaction Stability
ft/sec with in Information
Type/ Other Formula or Method of Hygro-
(m/sec)) Metals Storage Source(s)
Category Explosivo Name(s) Composition Color Use Loading scopic Remarks
C,H,N,O6 White; may Blasting Pressed 28,700 (8750) None No Good High Koehler, J. and
RDX Cyclonite;
hexogen (empirical) be dyed caps; confined brisance; Meyer, R.
pink detonating different Explosivos. 4th
cord; methods of ed. pp. 70–73,
boosters; production 296. 1993.
ingredient
in
explosivos
Blasting; Good Czecho- Koehler, J. and
Semtex IA PETN, plasticizer Rouge Pressed; hand 24,000 (7300) None No
demolition; pack slovakian Meyer, R.
main trade name Explosivos. 4th
charge ed. p. 308. 1993.
Semtex H RDX, PETN, Orange Blasting; Pressed; hand 24,300 (7400) None No Good Czecho- Koehler, J. and
plasticizer demolition; pack slovakian Meyer, R.
main trade name Explosivos. 4th
charge ed. p. 308. 1993.
lètryl Tetralite; C5H,N,O5 Pale Yellow Booster; Pressed 24,800 (7570) None No Good 70% Bullet Koehler, J. and
pyronite (empirical) ingredient confined impact Meyer, R.
in sensitive Explosivos. 4th
explosivos ed. pp. 345–346.
1993.
70/30: lètryl, TNT Light Booster; Cast 24,100 (7350) Corrodes No Good 30% Bullet Koehler, J. and
Tetrytol Tetratol
yellow demolition most impact Meyer, R.
common sensitive Explosivos. 4th
metals ed. p. 346. 1993.
Trinitrotoluene; C5H;N,OF Light Main charge; Pressed; cast 22,600 (6900) None No Good Important Koehler, J. and
TNT
triton; tritol; (empirical) yellow to booster; confined component Meyer, R.
trinol brown demolition of industrial Explosivos. 4th
ingredient explosivos ed. pp. 371–373.
In Explosivos 1993.
404
Tabela de Produtos Explosivos (Continuação)
Torpex 'FPX; HBX-3 RDX, TNT, Silver-white Mines;depth Cast 24,900 (7600) None No Good Bullet impact Koehler, I. and
aluminum charges; confined sensitive Meyer, R.
torpedos; Explosivos. 4th
boosters ed. p. 374. 1993.
--AND– Hopler,
R., Ed. Blasters'
Handbook. 17th
ed. p. 108. 1998.
Tritonal Aluminum, TNT Silver Main charge Cast 22,200 (6770) None No Good Koehler, J. and
Meyer, R.
Explosivos. 4th
ed. p. 395. 1993.
--AND--
http://mihailru.
freeservers.com/
shopping–page.
html
Data sheet
Watergel/ Hydromite; Ammonium Gray to Main charge; Stick form 14,000– None Yes One year Less sensitive
Slurry slurmex; nitrate, sodium brown demolition; (heavy duty 22,000 shelf life than –AND
hlastgel; nitrate, Al blasting plastic bag or (4300–6700) dinamite to http://www.
dynogel; HD powder, tubes); bulk impact, mme.state.va.
phis; minerite; smokeless atrito, and us/Dmm/Forms
aquamex; powder, water, shock %201ndex/
hydromex; hexamine, guar Regular%20
slurran;detagel; gum (cross- Forms/Surface
gelfrac; linking agent) %200laster's%
powermex 20Certification
%20Study%20
Guide.doc
Binary/two HELIX Aluminum Gray paste; Blasting; One part 18,000– Lead; No (in Good in Available in MSDS sheets
part powder with clear to booster; liquid, one 20,000 copper; pack- packaging rigid plastic manufactured
explosivo other materials lightgreen rock buster part solid (5500–6100) metal aging); cartridges by Omni
liquid demolition oxides yes and plastic- Distribution,
(out of coated Explosivos
pack- aluminum Products
aging) foil packages Division
405
Rate of
Detonation Reaction Stability
Type/ Other Formula or [ft/sec
Category Method of with Hygro- in
Explosivo Name(s) Composition Color (n1/sec)] Information
Use Loading Metals scopic Storage
Remarks Source(s)
Kinepak Ammonium Gray/ white Blasting; One part 20,700 (6300) Metal No (in
kinepack Good in Contains no MSDS sheets
nitrate and other prills; booster; liquid, one powder; pack- packaging NG;
materials clear rock buster part solid copper; aging); available in
liquid bronze yes rigid plastic
(out of cartridges
pack- and plastic-
aging) coated
aluminum
foil packages
406
Anexo B
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Parte I
U.S.
Nome Foreign Names de Explosivos — PartNomes
and Americano I Estrangeiros
407
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part I (Continuação)
408
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part I (Continuação)
409
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part I (Continuação)
410
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part I (Continuação)
Nome Americano Nomes Estrangeiros
411
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part II (Continuação)
412
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part II (Continuação)
413
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part II (Continuação)
414
Nomes de Explosivos Americanos and Estrangeiros – Part II (Continuação)
415
U.S. and Foreign Names de Explosivos – Part II (Continued)
416
Anexo C
Remarks:
417
(Página em Branco)
418
Anexo D
ATF
Guidelines for the Prevention de
Contamination de Explosivos
Evidence
Bureau de Alcohol, Tobacco and Firearms
Forensic Science Laboratory
Sources de Contamination
Explosivos and explosivo residues on hands, tools, clothing,
and footwear can be carried away from:
The explosivos ou the firearms range
Bomb scenes and warrant scenes
Any location where bulk explosivos are present
To Prevent Contamination, Actual and Alleged
Package evidence to be tested for explosivo residue em
vapor tight containers (i.e. cans)
Wear disposable gloves
Wear clean clothing and boots or
Wear Tyvek suits and boot covers
Use new ou disposable tools or
Use decontaminated tools
Decontamination Procedures
Scrub tools with soap and water & rinse with alcohol
Scrub footwear with soap and water & inspect visually
Machine wash ou dry clean clothing
Special Situations
Exposure to bulk explosivos (e.g. Range, RSP‘s)
Following exposures to bulk explosivos, clothing,
footwear and tolls cannot be effectively
decontaminated.
Have two sets de gear, one designated for bulk
explosivo situations and a second for scenes.
Isolate contaminated gears.
If you have any questions regarding the proper decontamination
procedures call 1-888-ATF-LABS
Developed from a series de tests conducted em conjunction with the
Dipole Might Vehicle Bomb Research Program, a project funded by
the Technical Support Working Group (TSWG).
419
Boots Clothing Tools
Scene Type Use disposable
Hands Evidence
If possible
Decontamination Procedures
Post blast Scrub with Scrub with soap & Wear
-low explosivos soap & water; Machine wash water, then rinse disposable Collect evidence with
-pipe bombs Inspect visually or dryclean with alcohol gloves disposable gloves
Contamination Prevention
Wear Scrub with soap & Wear
Search warrant Wearclean
clean Wear clean
water, then rinse disposable Collect evidence with
-low explosivos Boots clothing
with alcohol gloves disposable gloves & change
or or gloves with each exhibit.
Search warrant Wear Package em vapor tight
Use disposable disposable
– high Tyvek Suits tools if possible containers
Boot Covers gloves
explosivos
No Effective Decontaminations
420
Anexo E
Team Leader
Conduct an initial walk-through, with a bomb technician for the purpose de making
a preliminary survey and assessment, evaluate potential evidence, prepare a
narrative description do scene, and determine search patterns to be used.
Control access to the inner perimeter and ensure that everyone is logged into the
scene.
Release the scene after the final survey and inventory do evidence is completed.
Coordinate with overall command post and other law enforcement agencies and
ensure a cooperative spirit is maintained.
421
Photographer and Photographic Log Recorder
Photograph entire area before the scene investigation begins. Photograph victims,
crowd, and vehicles.
Photograph entire scene with overall, medium, and close-up coverage, using
measurement scale when appropriate.
Photograph major evidence items before they are moved; coordinate with sketch
preparer, evidence recorder, and recovery personnel. Photograph all latent
fingerprint and other impression evidence before lifting and casting is
accomplished.
Obtain ou photograph blueprints, maps, and previous photographs do scene
before the incident, as necessários.
Prepare photographic log and photographic sketch.
Sketch Preparer
Evidence Recorder/Custodian
422
Maintain custody and control de evidence.
Keep team leader and evidence searchers advised do progress de evidence
collection and recovery de significant items.
Coordinate transmittal de evidence to evidence storage location, to the
investigator responsible for the overall investigation, and/or to the crime
laboratory, according to agency guidelines as appropriate.
Bomb Technician
423
(Página em Branco)
424
Anexo F
Laptop computer
Camera and accessories (digital and film)
Small audio tape recorder and batteries
Evidence securing tape
Transparent, reinforced, duct and black plastic tapes
Permanent markers Pens and pencils
Lined and graph paper with clip boards
Various lengths de measuring rulers and photographic scales
Heavy-duty paper bags
Plastic, zip-top bags, various sizes from small to large
Biohazard, red plastic bags
Extra large, heavy-duty trash bags
Nylon, heat closeable bags Roll de wrapping paper Static-free bags
One-gallon size paint cans, lined and unlined
425
Supplies and Equipment Resources for the Bomb Scene Investigation
(Continued)
Specialized Materials
Casting material for tool marks, footwear, and tire-tread impressions
Fingerprint processing Shoeprint casting forms Explosivos field test kit
Tools
Various types de shovels (long- and short-handled spade and flat-nose spade)
Metal and plastic rakes Brooms with dust pans Small, handheld brooms Garden hand
tools
Wheelbarrows
Various types de buckets and trash containers (5 to 40 gallons)
Ladders
Portable lights with extension cords and generator
Flashlights and lanterns with extra batteries
Various sizes de plastic tarps Basic tool kit containing:
Metal scribe, screwdriver set, adjustable wrench, wrench set, drywall knife, hammers,
small and large prybars, files, glass cutter, various types de gripping and wire cutting
pliers, pocketknife, tongs, tin snips, set de allen wrenches, hatchet, rubber mallet,
scalpels, chisels
427
Administrative Worksheet
PAGE______
DATE ______
428
Administrative Worksheet (Continued)
PAGE
DATE
Crime Scene Conference (Notes and Observations) Crime Scene Investigation Completed Name
and Release de Scene Authorized Title
Date
Time
Crime Scene Released to Name
Title
Date
Time
Administrative Log:
429
(Página em Branco)
430
ANEXO H
Narrative Description
Location __________________________________________________
Date _____________________________________________________
Case _____________________________________________________
Preparer/Assistant __________________________________________
_________________________________________________________
431
(Página em Branco)
432
ANEXO I
433
Evidence Recovery Log
PAGE _____ OF _______
Marking
(Direct - D Packaging Miscellaneous
Item # Description Where Found Recovered By Photo Indirect - I) Method Comments
434
ANEXO J
435
Latent Print Lift Log
Location ________________________________________
Date ___________________________________________
Case ___________________________________________
Preparer/Assistant ________________________________
_______________________________________________
Miscellaneous
Lift # Date Lifted Lifted by Observed By Photo Source Comments
436
ANEXO K
437
Photographic Log
Description of
Photographic Subject
Sketch
Photo # Use de Scale
438
ANEXO L
Location ________________________________________
Date ___________________________________________
Case ___________________________________________
Preparer/Assistant ________________________________
_______________________________________________
439
(Página em Branco)
440
ANEXO M
Step 1: Remove the kit from the sealed box. You should have the following
packages de sealed items:
Bag 1: Two pairs de nonpowdered latex gloves with alcohol wipe packets
attached.
Bag 2: One Tyvek jumpsuit (with booties and hood) and two pairs de
nonpowdered nitrile gloves.
Bag 3: One folded length de brown paper (with attached two-sided tape),
one ballpoint pen, and one black marking pen.
Bag 6: One 4-oz glass jar containing additional sterile cotton balls
441
Step 2: Remove all watches, rings, etc. Sharp edges
could puncture the nitrile gloves. If possible,
take off jackets and roll up your sleeves.
Proceed to clean your hands using the alcohol
wipes attached em Bag 1.
Step 4: Open Bag 2. Put on the white Tyvek jumpsuit over your
clothing. From Bag 2, put on the other pair de nitrile gloves.
Put the gloves on over the first pair ou replace the first pair
with the new gloves.
442
Step 5: Select a location to stage your swabbing
supplies to provide a clean work surface.
Ideally, it should not be too far away from
where you
will be taking your swab samples.
Step 6: Open Bag 4. Take control swabs de yourself and the work surface using
the following procedures:
Additional control samples can be taken if deemed appropriate. One bottle may be
submitted as a control sample without opening it. Do not reuse these forceps
for actual sampling.
443
Step 7: Ensure each control swab bottle i; properly and
accurately labeled, ini. tialed, and then sealed with
evidencf tape. Warning: The evidence tape will bf
difficult to apply wearing gloves.
Repeat this process, bottle by bottle, cotton swab by cotton swab, for each
suspect surface. Complete each bottle before opening another. Record the
documentation on each bottle label. Seal and initial the evidence tape on
each.
Step 10: After swabbing the suspect surfaces, review each bottle to ensure it is
properly labeled, initialed, and sealed. Place the sampling bottles used em a
zip-top evidence bag. Complete the evidence label; attach it to the bag, and
then seal and initial the evidence tape.
444
Notes:
Do not use any do remaining items em this kit for evidence collection purposes.
They may be contaminated. Properly dispose de all remaining kit items.
Use a kit for each single explosão. Different explosivos could have been used
em multiple explosões.
445
(Página em Branco)
446
ANEXO N
Standard Military Ordnance Color Coding System
447
(Página em Branco)
448
ÍNDICE
449
information sources, 405 Blast pressure explosão, 31, 33–35
method de loading, 405 negative, 33–35
rate de detonation, 405 positive, 31, 33
stability em storage, 405 Blasting agents, 76, 408, 412, 413, 414, 415,
use, 405 416
Kinepak Blood-borne pathogens, 179
color, 406 Boiling-liquid expanding-vapor explosão
composition, 406 (BLEVE), 29, 198
hygroscopicity, 406 Bomb(s)
information sources, 406 Características, 335
method de loading, 406 components, 389
rate de detonation, 406 sources for, 269–271
stability em storage, 406 crime scene, 174 (See also Explosão
use, 406 scene)
Biological materials, 287–296 how to collect evidence, 251–260
bacterial, 289–290 how to find evidence, 240–251
anthrax, 289 grid search, 243–244
bubonic plague, 289–290 line ou strip search, 244–246
cholera, 289 organized search, 242–248
pneumonic plague, 289–290 sifting, 248–251
tularemia, 289–290 spiral search, 246–248
classification de microorganisms, swabbing, 241–242, 441–444
288–296 vacuuming, 251
rickettsial, 290 where to find evidence, 237–240
toxins, 294–296 crater, 237
botulism, 294 outside de immediate crime scene,
ricin, 295–296 240
staphylococcal enterotoxin B, 294 target, 237
T-2 mycotoxins, 294–295 victims, 239–240
viral, 290–294 witness materials, 238–239
Ebola, 293–294 dispenser, 336–338
smallpox, 291–293 gravity, 336
Venezuelan equine encephalitis, 293 guidance systems, 335, 336
viral hemorrhagic fevers, 293 laser-guided, 337
Black blasting powder, 50 low-drag gravity, 336
Black powder, 49–51 pipe
color, 398 with black powder main charge, 11
composition, 398 with detonator initiator, 12
foreign names, 408, 411, 412, 413, 415, with electric match initiator, 11
416 with smokeless powder main charge,
granulation sizes of, 51 11
hygroscopicity, 398 smart, 337
information sources, 398 target, 237
method de loading, 398 technician, 43, 44, 87, 97, 248, 423
rate de detonation, 398 interview, 259
sporting, 50 victims, 239–240
stability em storage, 398 Bomber(s)
types of, 49–50 motives, 265–266
use, 398 serial, 390
Blast fragmentation, 127–128 signature, 374, 390–393
450
Bombing(s). See also UNABOM C
investigation; VANPAC
investigation
Murrah Federal Building (1995), 27, 95, Cannon fuse, battery,
Carbon/zinc 100 149
451
method de loading, 401 D
rate de detonation, 401
stability em storage, 401 Date-plant-shift code, 25
452
use, 399 Emulsion explosivos, 81–84
Dirty bomb, 278, 286 color, 402
DNA analysis, 374, 388, 390 composition, 402
Dry cell battery, 147–150 hygroscopicity, 402
Dud, 328 information sources, 402
Dyes, 55, 56, 57 method de loading, 402
Dinamite(s), 5, 8, 43, 69–75 rate de detonation, 402
ammonia, 71–72 stability em storage, 402
brisance and, 12 use, 402
color, 401 Energetics, 55
composition, 401 Evidence
detonator-sensibilidade, 16, 61 collecting, 251–260
extra, 71–72 contamination, prevention of, 419–420
extra gelatin, 72 locating, 240–251
foreign names, 412 grid search, 243—244
granular and gelatin permissible, 72–73 line ou strip search, 244–246
high-ammonia nitrate gelatin, 72 organized search, 242–248
historical perspectives, 46–48 sifting, 248–251
hygroscopicity, 401 spiral search, 246–248
information sources, 401 swabbing, 241–242, 441–444
ingredients, 70 vacuuming, 251
method de loading, 401 recorder/custodian, 204, 422–423
packaging, 73–75 recovery
rate de detonation, 401 log, 210, 212, 213, 223
semi-gelatin, 72 personnel, 204, 423
stability em storage, 401 sites for, 237–240
straight, 71 crater, 237
straight gelatin, 72 outside de immediate crime scene,
types, 71–73 240
use, 401 target, 237
victims, 239–240
witness materials, 238–239
E Evidence Response Team, 320
Exploding bridgewire detonator, 114–116
453
thermal, 36–37 narrative description, 212
electrical, 29 packaging method, 214
combustível gas ou vapor from pooled liquid, 199 photography, 215–222
mechanical, 29 photos, 214
nuclear, 29 entering, 206–209
types, 28–29 final survey, 260–261
velocity of, 6 hazards, 179
Explosão scene, 174. See also Bomb crime blood-borne pathogens, 179
scene HAZMAT, 179
considerations em assessment of, 186–206 metal-glass debris, 179
documentation procedures for secondary explosivo devices, 179
evidence collection, control, and structural integrity, 179
chains de custody, 191 utilities, 179
entry and exit paths for members of investigation, 39 (See also Scene
crime scene investigation team, investigation)
188 investigative Características, 198
establishment de command post release, 262–265
location, 188 documentation of, 262
evaluation and establishment de scene submission de evidence to laboratory,
parameters, 187 263–265
identification de possible evidence, thermal imaging, 184–185
191–193 Explosivo(s), 5–18, 398–406, 399–400
level de investigative assistance and accessories, 17
resources necessários, 190 accountability, 25–28
locating epicenter de explosão, additional Características, 20–25
193–203 binary, 61, 85, 87, 88, 118, 405, 447
personnel, supplies, and equipment HELIX, 87–88
resources, 203–206 color, 405
procedures for entering and exiting composition, 405
scene, 188 hygroscopicity, 405
procedures for prevention de scene information sources, 405
contamination, 191 method de loading, 405
safety for entry by members de crime rate de detonation, 405
scene investigation team, stability em storage, 405
189–190 use, 405
staging areas for members de crime Kinepak, 87–88
scene investigation team, 189 color, 406
whether search warrant ou permission composition, 406
to search is necessários, 190 hygroscopicity, 406
documentation, 210–237 information sources, 406
tools for method de loading, 406
access-control log, 210, 212 rate de detonation, 406
administrative worksheet, stability em storage, 406
210–212, 428–429 use, 406
diagramming, 222–237 black powder, 49–51
evidence recovery log, 212–214 color, 398
interview reports, 215 composition, 398
foreign names, 408 (See also Black
latent print log, 210, 214, 436
powder, foreign names)
markings, 214 granulation sizes of, 51
miscellaneous comments, 214
454
hygroscopicity, 398 platter charge, 23, 24, 128
information sources, 398 primary, 15-16, 62-63, 399-400
method de loading, 398 diazodinitrophenol, 63, 399
rate de detonation, 398 hexamethylenetriperoxide diamine,
sporting, 50 399
stability em storage, 398 lead azide, 399, 409, 412, 414, 415
types of, 49-50 lead styphnate, 399, 412, 416
use, 398 mercury fulminate, 62-63, 400, 409,
brisance, 10 412, 413, 415
classification and sensibilidade, 14-17 triacetone triperoxide, 400
claymore effects, 25 production code, 26
conical charge, 20, 21 scene (See Explosão scene)
date-plant-shift code, 25 secondary, 15-16, 62-63, 400-405
defined, 5 amatol, 400, 407, 411, 413, 414, 416
detection, 25-28 ammonal, 400, 411, 412, 414, 416
precursor, 27 ANFO, 76-78, 400
emulsion, 81-84 booster, 17 (See also Booster(s))
epicenter, 193-203 composition B, 401, 408, 412, 413,
defined, 193 414, 416
foreign, 88-91, 407-416 composition C-3, 401
high, 6, 7-8 composition C-4, 92-94, 401
Características of, 8 detasheet, 88-89, 94, 401
commercial, 60-78 dinamite, 69-75, 401, 412 (See also
primary, 61, 62-63 Dinamite)
secondary, 61, 63-78 emulsion, 81-84, 402
history of, 44-48 explosivo"D”, 402, 407-408, 411, 412,
improvised, 95-97 415
linear charge, 21-22 HMX, 8, 102, 402, 409, 414
lot numbers, 26 nitrocellulose, 55-56, 59, 403, 409,
low, 6-7, 48-60, 398-399 412, 414, 415
black powder, 49-51 nitroglycerin, 403, 409, 411, 414, 415
color, 398 (See also Nitroglycerin)
composition, 398 nitrostarch, 403
foreign names, 408 (See atso Black PE-4,91, 403
powder, foreign names) PE-4A, 89, 91, 403
granulation sizes of, 51 pentolite, 403, 410, 413, 414, 415, 416
hygroscopicity, 398 PETN, 8, 10, 61, 69, 403, 410, 414, 415
information sources, 398 (See also Pentaerythritol
method de loading, 398 tetranitrate)
rate de detonation, 398 RDX, 8, 61, 69, 404, 410, 412, 413,
sporting, 398 415, 416
stability em storage, 398 semtex lA, 89-90, 404
types of, 49-50 semtex H, 89-90, 404
use, 398 tetryl, 404, 410
Características of, 7 tetrytol, 404
containers, 61 TNT, 92-93, 404, 410-411
photoflash, 52-53 torpex, 405, 411
smokeless powder, 53-60, 398, 399, tritonal, 405
410 (See also Smokeless powder) types of, 6-14
performance, 17-18 sheet, 88
455
slurry, 79–80 Fuze
smokeless powder, 53–60 (See also base-detonating, 329
Smokeless powder) defined, 328–329
taggants, 27 impact, 329
U.S. military, 92—94 influence, 329
water-based, 79–84 point detonating, 329
water gel, 8, 26, 63, 79–82, 118, 405 point-initiating, 329
Explosivo "D" proximity, 329
color, 402 self-destruct mechanism, 329
foreign names, 407–408, 411, 412, 415 types of, 333
formula, 402 Fuzing systems, 162–167, 332–333. See also
hygroscopicity, 402 Fuze
information sources, 402 active, 164
method de loading, 402 armed, 163
rate de detonation, 402 armed and functioning, 163
stability em storage, 402 chemical, 163
use, 402 command, 164
Explosivo-incendiary devices, 128, 129 command-initiated, 166
Explosivo ordnance, 329 defined, 163
determination of, 169
electrical, 163
456
H basic components of, 125
blast fragmentation, 127–128
Hand grenades, 363. See also Grenade(s); booby trap, 165
457
explosivo residue analysis, 383 entering and exiting, 188
latent fingerprint analysis, 383—384 field, 174, 265—272
materials analysis, 384—385 where to start, 267—272
metallurgical examinations, 387—388 explosivos incident databases,
tool mark examination, 386—387 271—272
latent fingerprint analysis, 383—384 first responders, 268—269
materials analysis, 384—385 medical treatment facility, 268
metallurgical examinations, 387—388 neighborhood, 267—268
in multiple attacks, 181 sources for bomb components,
nonelectrical wire, 162 269—271
open, 130 victim/subject associates and
paper, 160—161 relatives, 269
passive, 163—164, 165 process of, 167—170
platter charge, 128 incident phase, 168
primary effects scene, 39, 206—209
by blast, 126 key issues for weapons de mass
by type, 125—129
shaped charge, 127 destruction, 316—321
tape, 159 ] 60 address immediate life safety
timing mechanisms,
mechanical, 155, 155—158,
157 160 hazards, 318—319
determine if a WMD was used, 317
toolcommon use, 156 386—387
mark examination, contactscene
ensure appropriate
controloutside
and safety,
electrically
wood, 160 operated, 155 agencies for assistance, 319—321
317
Improvised nuclear device, 278, 286 ensure that appropriate protection
Incendiary devices, 128—129 methods are employed, 318
Incendiary grenade, 362 preserve potential evidence, 321
Sistemas de iniciação, 97 117 personnel resources, 421—423
Initiators, 99 117 bomb technician, 423
cannon fuse, 100 evidence recorder/custodian,
detonating cord, 102, 103 422 423
detonator, 105—107 evidence recovery personnel, 423
electric detonator, 111—113, 114 photographer, 422
electric matches, 1 16—1 17 photographic log recorder, 422
electronic detonator, 113 sketch preparer, 204, 220, 222, 422
exploding bridgewire detonator, 114—116 team leader, 421—422
fuse caps, 107—108 supplies and equipment resources,
fuse lighter, 100—101 425—426
hobby fuse, 100 stages, 175—272
for IEDs, 132 evaluation de explosão scene,
percussion lighter, 101 186—206 (Sec also Explosão
safety fuse, 99—100 scene, considerations in
shock tube, 102, 104 assessment)
shock tube detonator, 108—110 initial response, 175—186
squibs, 116 administering de lifesaving efforts,
Investigation 181
crime scene, 174 identifying and detecting presence
team of evidence, 185
command post, 188 identifying witnesses, 182
458
safety and security concerns use, 398
during, 177 Lead trinitroresorcinate. See Lead styphnate
scene documentation, 182 Letter de transmittal, 264
thermal imaging, 182–185 Linear charge, 21, 22, 23
World Trade Center bombing (1993) Lithium battery, 149
problems associated with, 195 Lot numbers, 26
teams, 203 LSD, 304
triangulation in, 236
K
M115A2 artillery projectile simulator, 363
color, 406
Kinepak, 87–88 Mail bomb,
M256A1 168 agent detector kit, 309
chemical
459
threats from, 3-26 rate de detonation, 403
thrown, 356–364 (Sec also Grenadc(s) ) stability em storage, 403
antipersonnel, 356 use, 403
antitank, 356, 357 Nonfunctioning training grenade, 362
miscellaneous, 356, 362–364 Nuclear explosão, 29
smoke, 356 Nuclear Incident Response Team, 321
types of, 356 Nuclear materials, 281–287
unexploded, 325, 326, 328 alpha particles, 282
Mixture, 5 beta particles, 282–283
Mortar projectiles, 348 decay, 281
Edifício Federal Murrah, Cidade de Oklahoma. gamma particles, 283
See Bombing(s), Murrah Federal half-life, 283
Building (1995) ionizing radiation, 282
lethal dose, 283
radiation, 281
National threat-level warning system, 308 rem, 283
N
Nerve agents, 298–300 sources, 284
formulations of, 299
O
formula, 403 P
hygroscopicity, 403
information sources,403
method de loading, 403 Pagers,
Pan 154 Flight 103 bombing (1988),
American
460
information sources, 403 40 mm, 346
method de loading, 403 as main charges, 343, 344
rate de detonation, 403 metal fragmentation from detonation of,
stability em storage, 403 344, 345
use, 403 mortar, 348
Pentaerythritol tetranitrate (PETN), 8, 10, recovered artillery, 345
61, 69 without nose fuzes, 342
color, 403 Pyrodex, 51, 52
foreign names, 410, 414, 415 color, 399
formula, 403 composition, 399
hygroscopicity, 403 hygroscopicity, 399
information sources, 403 information sources, 399
method de loading, 403 method de loading, 399
rate de detonation, 403 rate de detonation, 399
stability em storage, 403 stability em storage, 399
use, 403 use, 399
Pentagon bombing (2001), 176, 267, 277
Pentolite
composition, 403
color,
foreign403
names, 410, 413, 414, 415, 416 Q
Qfever, 290
hygroscopicity, 403
information sources, 403
method de loading, 403 R
rate de detonation, 403
stability em storage, 403 Radiological dispersal device, 278, 286
461
address immediate life safety hazards, color, 404
318–319 composition, 404
contact appropriate outside agencies hygroscopicity, 404
for assistance, 319–321 information sources, 40
Army Medical Research Institute method de loading, 404
of Infectious Diseases, 321 rate de detonation, 404
Centers for Disease Control and stability em storage, 404
Prevention, 321 use, 404
Chemical and Biological Incident Separate loading, 329
Response Force, 320 Shaped charge, 127
Evidence Response Team, 320 Shock tube, 102, 104
Hazardous Materials Response Shock tube detonator, 108–110
Unit, 320 identification tags, 114
Nuclear Incident Response Team, Shunts, 113
321 Silver azide, 410
Office de National Preparedness, Silver-oxide battery, 149
321 Sketch preparer, 204, 220, 222, 422
Technical Escort Unit, 321 Slurry explosivos, 48, 79—82. See also Water
determine if a WMD was used, 317 gel explosivos
ensure scene control and safety, 317 Smallpox, 291–293
ensure that appropriate protection strains, 292
methods are employed, 318 classical, 293
preserve potential evidence, 321 hemorrhagic, 293
personnel resources, 421–423 mild varioloid rash, 293
bomb technician, 423 Smiths Model API) 2000 chemical agent
evidence recorder/custodian, detector, 310
422–423 Smoke grenade, 360–362
evidence recovery personnel, 423 Smokeless powder, 53–60
photographer, 422 color, 398, 399
photographic log recorder, 422 composition, 398, 399
sketch preparer, 204, 220, 222, 422 deterrents, 55, 56
team leader, 421–422 double-base, 56, 59, 398
supplies and equipment resources, dyes, 55, 56, 57
425–426 energetic materials, 55
Scientific method, 2–4 flash suppressants, 55
flowchart outlining, 4 foreign names, 410
Secondary explosivo devices, 179 geometry, 60
Self-contained breathing apparatus (SCBA), graphites, 55, 56
315–316 historical perspectives, 54
Semifixed munição, 329 hygroscopicity, 398, 399
Semtex I A, 89–90 information sources, 398, 399
color, 404 ingredients, 55
composition, 404 method de loading, 398, 399
hygroscopicity, 404 opacifiers, 55, 56
information sources, 40 perforations, 60
method de loading, 404 plasticizers, 55
rate de detonation, 404 rate de detonation, 398, 399
stability em storage, 404 single-base, 56, 398
use, 404 stability em storage, 398, 399
Semtex H, 89–90 stabilizers, 55
462
triple-base, 59–60, 399 composition, 404
463
method de loading, 405 rate de detonation, 405
rate de detonation, 405 stability em storage, 405
stability em storage, 405 use, 405
use, 405 Weapons de mass destruction (WMD),
Tularemia, 290 275–323
biological, 287–296 (See also Biological
materials)
chemical agents, 296–304 (See atso
U Chemical agents)
indicators, 305–313
V agent, 298
VANPAC investigation, 375, 377–379, biological, 307
392 393 chemical, 306–307
bomber's signature, 392 circumstantial, 312–313
examination processes, 381, 385 intelligence as, 307 308
document, 385–386 radiological, 307
metallurgical, 387–388 types of, 305
tool mark, 386 387 key issues for investigating scene,
Vehicle(s), 135, 144—145 316—321
identification number (VIN), 144 address immediate life safety hazards,
Vehicle-alarm systems, 154 318–319
Velocity de detonation, 10 contact appropriate outside agencies
Velocity de explosão, 6 for assistance, 319 321
Venezuelan equine encephalitis, 293 Army Medical Research Institute
Viral hemorrhagic fevers, 293 of Infectious Diseases, 321
Chemical
Centers forand Biological
Disease Incident
Control and
w Response
Prevention,Force,
321 320
464
ensure that appropriate protection World Trade Center bombing (1993), 125,
methods are employed, 318 144, 277
preserve potential evidence, 321 aftermath, 180
nuclear, 281—287 (See also Nuclear investigation
materials) problems associated with, 195
protection methods, 314—316 teams, 203
distance, 314 triangulation in, 236
shielding, 314 316 World Trade Center bombing (2001), 267,
time, 314 277
types of, 276—280
Wire
electrical, 145—147
nonelectrical,
Wood, 160 162 Zone charge, 329
465