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O MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS APLICADO À TEORIA DAS VIGAS

Selênio Feio da Silva*


Alexandre Andrade Brandão Soares**

RESUMO

No presente trabalho, aplica-se o Método das Diferenças Finitas e os seus operadores


advindos da expansão em série de Taylor, para posteriormente aplicá-los em alguns
exemplos de viga, supondo que a mesma se enquadra na Teoria de Euler para o compor-
tamento estático. Tem-se como objetivo calcular as flechas adimensionais em uma viga
biapoiada, em uma viga engastada-livre e em uma viga biengastada.

Palavras-chave: Método das Diferenças Finitas. Viga de Euler. Método da Integração


Dupla.

THE METHOD OF FINITE DIFFERENCES APPLIED TO THE THEORY OF BEAMS

ABSTRACT
In thepresentwork, shows the Methodof Fini te Difference sandtheiroperators
comingfromthe Taylor expansion series, and later applythemto some examples
ofthebeams, assumingthat it fitswiththetheoryof Euler for thestaticbehavior. It
hastheobjectivetocalculatethedimensionlessarrows in a beambi-supported, in a
beamclamped-freeandin a bi-clampedbeam.

Keyword: Finite Difference Method. Euler beam. Double Integration Method.

1 INTRODUÇÃO

1.1 GENERALIDADES

A falta de um estudo no campo numérico na graduação em Engenharia Civil torna-se, a


cada dia, uma necessidade, uma vez que o graduando não tem familiaridade com a ferra-
menta matemática. Além de que, o Engenheiro Civil precisa entender como os softwares
realizam seus processos de cálculo, em especial na área da Engenharia Estrutural, onde
simplificações matemáticas e a solução de problemas, que muitas das vezes não tem
soluções analíticas (exatas), são comuns de ocorrerem. Vale ressaltar que estudos numé-
ricos já vêm acontecendo em centros avançados de pesquisas, no Brasil e no Mundo.

*
Graduado em Engenharia Civil – UFPA; Mestrado em Estruturas – UnB; Doutorado em Estruturas e Constru ção
Civil – UnB. Professor Titular da Universidade da Amazônia– UNAMA.
**
Acadêmico do Curso de Graduação em Engenharia Civil – UNAMA; Pesquisador de Iniciação Científica (UNAMA).

Traços, Belém, v. 13, n. 27, p. 9-23, jun. 2011


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Apesar de os métodos numéricos seremaproximados, dependendo do nível de


aproximação dado pelo operador, podem ser tão precisos quanto se queira. Existem
estruturas que são complexas para serem analisadas pelas técnicas das teorias clássicas
(soluções analíticas), portanto esse tipo de solução analítica se torna em alguns casos
impossível de calcular sem que haja grandes e excessivas simplificações, resultando em
valores pouco apurados.
Os métodos analíticos clássicos permitem o cálculo da resposta exata, como por
exemplo, das flechas, deformações e tensões em todos os pontos de uma estrutura que
apresente uma problematização “simples”. Neste contexto se insere a questão central
que motiva o estudo do Método das Diferenças Finitas (MDF),pois ele não se restringe
a problemas específicos e/ou particularizados.
O MDF e, de modo geral, os métodos numéricos, permitem observações impor-
tantes em termos computacionais para matrizes de coeficientes que serão produzidas
quando o MDF for empregado. Para a programação de um software os métodos numé-
ricos são importantes, pois como já dito, não se restringem a nenhum caso particular,
podendo assim ser empregados de forma segura e precisa, dependendo do grau de
refinamento do cálculo.
As equações diferenciais que regem esses fenômenos são muitas vezes compli-
cadas e, em geral, não lineares. Segundo SOUSA (2006), torna-se necessário utilizar
procedimentos numéricos para montar soluções na forma de equações algébricas.
As soluções numéricas estão relacionadas diretamente com os métodos
computacionais, estas soluções ganharam grande “espaço” na prática e no próprio meio
acadêmico após o advento dos computadores. Sem dúvida tais soluções apresentam
inúmeras vantagens sobre as demais. Em relação à solução analítica, já não exige pro-
blemas relativamente simples com tantas particularidades; e em relação à solução ex-
perimental o tempo e o custo são consideravelmente reduzidos.

1.2 O MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS

A solução de uma equação diferencial em um domínio implica no conhecimento


dos valores das variáveis estudadas, em todo o meio contínuo. Para isso, o MDF consiste
em resolver a equação diferencial em pontos discretos. Estes pontos são igualmente
espaçados, ou seja, a malha é regular(SOUSA, 2006).
Para transformação das equações diferenciais em formas discretizadas e, poste-
riormente, em um sistema de equações algébricas, em função dos valores da variável
em cada nó, é preciso aproximar as derivadas.Em resumo, o uso da técnica de Diferen-
ças Finitas procura escrever os operadores diferenciais em sua forma discreta, ou seja,
em função de valores pontuais da solução. O conhecimento da solução, mesmo que de
forma aproximada, em alguns pontos dá uma boa ideia da solução contínua, à medida
que essa nuvem de pontos é adensada o valor da resposta numérica se aproxima do
valor real(SILVA, 2008).

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1.3 OBJETIVOS

Os objetivos deste estudo são:

• apresentar a equação que rege o comportamento estático das vigas, pela teoria das
vigas de Euler, em função dos operadores de Diferenças Finitas;
• obter as condições de contorno nos vínculos dos apoios da viga, de modo a levar os
problemas relacionados a um sistema possível determinado;
• aplicar o método das diferenças finitas na equação da viga de Euler, para estudos de
caso no comportamento estático;
• calcular os valores das flechas em vigas através da aplicação do Método das Diferen-
ças Finitas na teoria da viga de Euler, utilizando diferentes malhas a fim de que se
perceba a convergência para a solução.

2 FORMULAÇÃO BÁSICA DO MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS (MDF)

Este método utiliza como técnica de solução de equações diferenciais a substitui-


ção das derivadas por formas de diferenças finitas, que são obtidas pela expansão em
série de Taylor e truncamento ao nível da ordem do erro desejada (SILVA; PEDROSO, 2005).

2.1 SÉRIE DE TAYLOR PARA FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL

f a  x  a 2 f n 1 a  x  a n 1
f  x   f a   f a  x  a     Rn
(1)
2! n  1!
O resto após n termos, Rn, é dado por qualquer das formas seguintes:
a) Forma de Lagrange:

f n    x  a 
n
Rn 
n !
(2)
b) Forma de Cauchy:

f n    x     x  a 
n 1
Rn 
(3)
n  1!

O valor x, que pode ser diferente nas duas formas, fica entre a e x. O resultado
determina se f(x) tem derivadas contínuas de ordem n pelo menos.A série é infinita, se
lim R n  0 , e é chamada de série de Taylor para f(x) em x = a. Se x = 0, a série é
n 
freqüentemente chamada de série de Maclaurin. Essas séries, chamadas de séries de
potências, convergem para todos os valores de x em algum intervalo de convergência e
divergem para todos os valores dex fora desse intervalo (SILVA, 2008).

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2.2 APROXIMAÇÃO DAS DERIVADAS POR SÉRIE DE TAYLOR

A partir da equação (1), pode-se escrever:


2 3
df d 2 f x  d 3 f x 
f  x  x   f  x   x   
dx dx2 2! 2 dx 3 3! 3
(4) df d f x 
2
d f x 
3
f  x  x   f  x   x  2
 3 
dx dx 2! dx 3!
(5)

Trabalhando com dois termos das séries e operando as equações (4) menos (5):
df f x  x   f  x  x 

dx 2. x
(6)

Fazendo Y = f(x) e usando a notação indicial tem-se o operador em diferenças


finitas para a primeira derivada:

 dY  Y  Yi 1
  i  i 1
 dx  2. x
(7)
A equação (6) pode ser interpretada geometricamente como segue a Figura 1,
uma vez que:

 dY   Y   Y 
f  x  i    i  lim    
 dx   x  0
 x i  x i
(8)

A equação (7) é conhecida como diferencial central e há, também, a diferencial


para frente e a diferencial para trás, definidas a seguir. Vale ressaltar que a diferencial
central tem melhor acurácia para a solução exata.
Figura 1 – Interpretação geométrica para a derivada.

Y tg

Y=f(x)

Yi+1
Yi

Yi-1

x x i
i-1 i i+1

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a)Diferencial para frente:


 dY  Yi 1  Yi
 i 
 dx  x
(9)

b)Diferencial para trás:


 dY  Y  Yi
  i  i 1
 dx  x
(10)

O operador em diferenças finitas para a segunda derivada pode ser obtido so-
mando as equações (4) e (5) com os três primeiros termos da série:

d2 f f  x  x   2 f  x   f  x  x   d 2Y  Y  2Yi  Yi 1
2
 2
  2  i  i 1
dx x  dx  x2
(11)

O operador em diferenças finitas para a terceira derivada pode ser obtido a


d2 f
partir da equação (6), chamando f(x) de :
dx 2

d3f 1
3
 3
 f x  2x   2 f x  x   2 f x  x   f x  2x 
dx 2x 
 d 3Y  1
  3   3
Yi  2  2Yi 1  2Yi1  Yi  2 
 dx i 2  x 
(12)

O operador em diferenças finitas para a quarta derivada pode ser obtido a partir
da equação (11), chamando f(x) de :

(13)

3 REPRESENTAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE CONTORNO PARA O MDF

As condições de contorno no método das diferenças finitas têm a função de


diminuir o número de variáveis no sistema de equações,através de valores conhecidos
naquele ponto da viga, e/ou relacionar pontos fora da viga (nós artificiais da malha de
diferenças finitas) a pontos no seu interior, levando sempre a um sistema possível
determinado para problemas estáticos.

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3.1 CONDIÇÕES NO APOIO DE 3º GÊNERO (ENGASTE)

a) Flecha no engaste é zero: Yi  0


 dY  Y  Yi 1
b) Rotação no engaste é zero:   i  i 1  0  Yi 1  Yi 1
 dx  2 . x
3.2 CONDIÇÕES NOS APOIOS DE1º GÊNERO E DE 2º GÊNERO

a) Flecha no apoio é zero: Yi  0


 d 2Y  Y  2Yi  Yi 1
b) Momento no apoio é zero:  2  i  i 1  0  Yi1   Yi 1
 dx  x 2

3.3 CONDIÇÕES NA EXTREMIDADE LIVRE


 d 2Y  Y  2Yi  Yi 1
a) Cortante na extremidade livre é zero:    i 1
2 i
 0  Yi1  2Yi  Yi1
 dx  x 2
b) Momento na extremidade livre é zero:
 d 3Y  1
 3   Yi2  2Yi 1  2Yi 1  Yi2   0  Yi 2  2Yi1  2Yi1  Yi 2  0
 dx  i 2x 
3

3.4 CONDIÇÕESNO APOIO DESLIZANTE

a) Rotação no apoio é zero:  dY   Yi 1  Yi 1  0  Y  Y


i i1 i 1
 dx  2 . x
 3 
b) Cortante no apoio é zero:  d Y3   1
3
Yi 2  2Yi1  2Yi 1  Yi  2   0  Yi 2  Yi  2
 dx  i 2x 

4 ESQUEMA DE SOLUÇÕES

As equações (7), (11), (12) e (13) são representadas esquematicamente na Tabe-


la 1, incluindo seu respectivo 1º termo de erro (Î1), medido em Dx.As condições de
contorno definidas e deduzidas no item anterior, também são esquematizadas e mos-
tradas na Tabela 2.

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Tabela 1 - Representação esquemática para a diferença central.


Operador Célula 1º termo do
Aproximado (coeficientes) erro:  1

d dx  i
1
[
2 x 
-1 0 +1 ] 
1
6
x2 Yi ' '

1
d 2

dx

2
i
1
[
x2 +1 -2 +1 ] 
12
x2 Yi IV

d dx 
3
3
[
1
3 -1 +2 0 -2 ]
+1 
1
4
x 2 YiV
i
2 x

d 
 [ ]
4 1 1
dx 4 4 +1 -4 6 -4 +1  x2 Yi VI
i
x 6

Tabela 2 - Representação das condições de contorno para a diferença central.


Tipo de apoio Condições de contorno

Yi  0

Yi1  Yi 1
i-1 i i+1

Yi  0

Yi 1   Yi 1
i-1 i i+1

Yi1  Yi 1

Yi 2  Yi 2
i-2 i-1 i i+1 i+2

Yi 1  2Yi  Yi1



Yi 2  4Yi  4Yi 1  Yi2
i-2 i-1 i i+1 i+2

5 APLICAÇÃO DO MÉTODO DAS DIFERENÇAS FINITAS NA VIGA DE EULER

Para uma relação muito pequena, entre a altura da seção transversal de uma
viga (h) e seu comprimento (L), defini-se a viga de Euler. Esta se caracteriza por conside-
rar apenas os efeitos de flexão devido à tensão normal, ou seja: os efeitos da tensão de
cisalhamento não serão considerados na equação diferencial governante que repre-
sentará o problema.

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A equação diferencial governante para o comportamento estático da viga de


Euler submetida a um carregamento q(x) é a seguinte:
d 4v
EI  q x 
dx 4

(14)

Dividi-se a equação (14) por (EI):


d 4 v q x 

dx 4 EI
(15)

Aplica-se o método das diferenças finitas na equação (15), ver Tabela 1:


1
4
Yi  2  4 Yi1  6 Yi  4 Yi1  Yi  2   q x
x EI
(16)

Multiplica-se a equação (16) por :


qx 
Yi  2  4 Yi 1  6 Yi  4 Yi 1  Yi  2   ; com   . x 4
EI
(17)

Destaque-se que a equação (17) representa a equação governante para o com-


portamento estático da viga de Euler por diferenças finitas.

5.1 ESTUDOS DE CASOS

Aplica-se a técnica de resolução por diferenças finitas para a equação de equilí-


brio estático da viga de Euler, equação (17). Utilizam-se malhas com diferentes núme-
ros de nósa fim de se perceber a convergência, com a utilização do MDF, para as solu-
ções analíticas exatas das flechas. Considere uma viga, com módulo de elasticidade E,
momento de inércia I e comprimento L, submetida a um carregamento uniformemente
distribuído q(x). Objetiva-se calcular as flechas que surgem no vão da viga.

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5.1.1 Viga Biapoiada

Figura 2 - Viga biapoiada e discretizada com 5nós em diferenças finitas


(comportamento estático).

• º% Deseja-se calcular a flecha no meio do vão (i=2).

Substituindo, respectivamente, i=1, i=2 e i=3, na equação (17), resulta em:

Y1  4Y0  6Y1  4Y2  Y3  



Y0  4Y1  6Y2  4Y3  Y4  
Y  4Y  6Y  4Y  Y  
 1 2 3 4 5

(18)

Condições de contorno, ver Tabela 2:


Yi  0 Y0  0
No apoio de 2º gênero (i = 0):  
Yi 1   Yi 1 Y1   Y1
Yi  0 Y4  0
No apoio de 1º gênero (i =4):   
Yi1   Yi 1 Y5   Y3

Substituindo as condições de contorno na equação (18), obtém-se:

 5  4 1  Y1   
  4 6  4 Y    
  2  
 1  4 5  Y3   
  
A X B

(19)

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Tem-se, portanto, um sistema de equações do tipo: A X  B , a ser resolvido.


7 q x  L
A solução deste sistemafornece: Y2   . Como   . x 4 e uma vez que x 
2 EI 4
(ver Figura 2), encontra-se o seguinte valor para a flecha no meio do vão da viga:

7 q L4 q L4
Y2   0. 0137
512 EI EI

(20)

A solução encontrada, equação (20), representa a flecha no meio do vão desta


viga, aproximada na flexão de vigas de Euler pelo método as diferenças finitas. Esta
aproximação será melhor à medida que se aumenta o número de nós na malha de
diferenças finitas. A Tabela 3, a seguir, mostra a convergência deste método para a
solução exata analítica, com malhas em ordem crescente de refinamento (3, 5,7, 9, 11 e
19nós na malha de diferenças finitas).

Tabela 3 - Convergência do método das diferenças finitas no cálculo


das flechas para viga biapoiada.
Flechas adimensionais:

Solução Numérica: MDF


Solução Malha com Malha com Malha com Malha com
Malha com Malha com
Analítica 3 5 7 9
11 nós 19 nós
nós nós nós nós

0.0156 0.0137 0.0133 0.0132 0.0131 0.0130

= 0.0130

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Figura 3 - Convergência do Método das Diferenças Finitas no cálculo


das flechas para viga biapoiada.

5.1.2 Viga Engastada-Livre

Figura 4 - Viga engastada-livre e discretizada com 5nós em diferenças finitas


(comportamento estático).

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• º% Deseja-se calcular a flecha no meio do vão (i=2) e na extremidade livre


(i=4). Analogamente ao caso anterior:

Tabela 4 - Convergência do método das diferenças finitas no cálculo das


flechas para viga engastada-livre.

Flechas adimensionais:

Solução Numérica: MDF


Solução Malha com Malha Malha Malha Malha
Malha Malha
Analítica 5 com 7 com 11 com 13 com 15
com 3nós com 9nós
nós nós nós nós nós

0.0625 0.0488 0.0463 0.0454 0.0450 0.0448 0.0446

= 0.0443

0.1563 0.1328 0.1285 0.1270 0.1263 0.1259 0.1256

= 0.1250

Para melhor visualizar a convergência do método numérico (MDF) para o valor


analítico, ilustram-se os resultados na Figura 5.
Figura 5 -Convergência do Método das Diferenças Finitas no cálculo das
flechas para viga engastada-livre.

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5.1.3 Viga Biengastada

Figura 6 - Viga biengastada e discretizada com 5nós em diferenças finitas


(comportamento estático).

• º% Deseja-se calcular a flecha no meio do vão (i=2). Analogamente aos casos anterio-
res:

Tabela 5 - Convergência do método das diferenças finitas no cálculo das


flechas para viga biengastada.
Flechas adimensionais:

Solução Numérica: MDF


Solução Malha Malha com Malha
Malha Malha Malha Malha
Analítica com 11 13, 15 e 17 com 19
com 3nós com 5nós com 7nós com 9nós
nós nós nós

0.0078 0.0039 0.0032 0.0029 0.0028 0.0027 0.0026

= 0.0026

Para melhor visualizar a convergência do método numérico (MDF) para o valor


analítico, ilustram-se os resultados na Figura 7.

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Figura 7 - Convergência do Método das Diferenças Finitas no cálculo das


flechas para viga biengastada.

6 CONCLUSÕES

A partir dos resultados obtidos neste estudo, alguns comentários e conclusões


podem ser evidenciados:
1) O método das diferenças finitas aplicado à equação diferencial governante de vigas,
no estudo do comportamento estático, leva a sistemas de equações que permitem a
determinação das flechas em qualquer ponto desta viga (Silva & Pedroso, 2005);
2) A equação diferencial governante para vigas de Euler, quando tratada pela técnica
de diferenças finitas, no estudo do comportamento estático, é do tipo: , onde A
representa a matriz de coeficientes à flexão;
3) A Tabela 3 e a Figura 3 mostram que, com o aumento do número de nós na viga
biapoiada, se tem uma melhor aproximação do valor da flecha numérica em compa-
ração ao valor analítico. Entretanto, notou-se que somente a partir da malha com 19
nós os valores convergiram, com a precisão de 4 casas decimais, para que o erro
percentual seja nulo;
4) No estudo de caso de uma viga engastada-livre a Tabela 4 e a Figura 5 mostram que
para a malha com 3 nós, o valor da flecha no meio do vão converge mais rápido para
o valor analítico em relação ao valor que converge a flecha da extremidade livre,
entretanto para a malha com 15 nós esta diferença é quase que irrelevante;
5) No estudo de caso de uma viga hiprestáticaa Tabela 5 e a Figura 7 mostram que o
valor da flecha no meio do vão, para a malha com 3 nóspossui um erro relativamente
alto, contudo a medida que a malha é mais discretizada (refinada) este erro diminui
quase que pela metade a cada refinamento de malha. Percebe-se também, que as
malhas com 13, 15 e 17 nós apresentam o mesmo valor(com 4 casas decimais) para a
flecha adimensional no meio do vão.

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REFERÊNCIAS

SILVA, S. F.; PEDROSO, L. J.Método das diferenças finitas em dinâmica de vigas profun-
das. Relatório Técnico de Pesquisa, RTP-SFS03, UnB-FT/ENC, Brasília, 2005.

SILVA, S. F.O método das diferenças finitas aplicado à viga de Euler: comportamento
estático e dinâmico. Revista Traços, Belém, v.10, n.21, p. 9-22, jun. 2008.

SOUSA Jr., L. C.Uma aplicação dos métodos dos elementos finitos e diferenças finitas à
interação fluido-estrutura.217f. Dissertação (Mestrado em Estrutura e Construção Civil) –
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.

NASH, W. A.Resistência dos Materiais. Ed. MacGraw-Hill do Brasil, Ltda. São Paulo, 1982.

SZILARD, R.Theory and analysis of plates: classical and numerical methods.Prentice-


Hall, Englewood Cliffs, New Jersey, 1974.

Traços, Belém, v. 13, n. 27, p. 9-23, jun. 2011

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