A Conquista Romana e A Resistência Dos Povos Ibéricos
A Conquista Romana e A Resistência Dos Povos Ibéricos
A Conquista Romana e A Resistência Dos Povos Ibéricos
Grande parte dos produtos era transportada por via terrestre ou fluvial até ao mar
Mediterrâneo, seguindo depois, por via marítima, para a capital do Império.
Algumas das tribos que viviam na Península Ibérica, no tempo da conquista romana.
Acabaste de conhecer mais alguns aspectos da vida dos Lusitanos, uma das vários tribos
guerreiras que se distinguiram na luta contra os Romanos. Um dos seus chefes foi
Viriato. Pouco se conhece sobre este guerreiro lusitano mas, segundo a tradição, aliou-
se a outras tribos peninsulares e, utilizando a táctica da guerrilha (armadilhas e
emboscadas) conseguiu resistir durante alguns anos ao poderoso exército romano. Após
várias derrotas, os Romanos convenceram alguns companheiros de Viriato a matarem-
no enquanto dormia.
As lutas entre Romanos e Lusitanos continuaram por vários anos, até que o exército de
Augusto os venceu definitivamente. Estava finalmente conquistada a Península Ibérica.
Confronto entre Romanos e Lusitanos (reconstituição). No alto do monte podes
observar parte de um castro.
A OCUPAÇÃO MUÇULMANA
Os Árabes
No princípio do séc. VIII (711) a Península Ibérica foi de novo invadida. Desta vez os
invasores - Árabes e Berberes - vieram pelo norte de África.
O povo árabe é originário da Península da Arábia, que se situa na Ásia, a oriente do mar
Vermelho.
Até ao século VII, os Árabes estavam divididos em tribos e adoravam vários deuses.
Viviam pobremente, dedicando-se à pastorícia e ao transporte de mercadorias através do
deserto.
A sua principal cidade era Meca, centro religioso e comercial. Foi nesta cidade que
Maomé começou a pregar uma nova religião, o Islamismo, baseada num único deus -
Alá. Os seus seguidores são conhecidos por Muçulmanos, palavra que em árabe
significa crentes. Os Berberes eram povos do Norte de África que acabaram por adoptar
a religião e o modo de vida dos Árabes.
A expansão muçulmana
Nos finais do século VII, a luta pelo poder provocou a divisão dos Visigodos, que
dominavam toda a Península Ibérica. Os Muçulmanos, aproveitando a oportunidade,
atravessaram o estreito de Gibraltar, entraram na Península e derrotaram o exército do
rei visigodo, na batalha de Guadalete, em 711.
Dois anos após esta batalha, os Muçulmanos tinham conquistado a Península Ibérica,
com excepção das Astúrias e parte dos Pirenéus, por serem regiões montanhosas, onde o
acesso e as condições de vida eram difíceis.
A Reconquista Cristã
Por vezes, as cidades entregavam-se sem luta, grande parte dos seus habitantes
convertia-se à religião do vencedor e passava a fazer parte da nova comunidade. Os que
resistiam eram, no entanto, mortos ou escravizados.
A convivência entre os dois povos baseou-se, assim, no respeito pelas leis e costumes
dos vencidos e na tolerância religiosa.
A herança muçulmana
Astrolábio árabe.
Este instrumento de orientação no alto mar foi descoberto pelos Gregos
e introduzido na Península Ibérica pelos Árabes.
Estes cavaleiros foram recompensados por D. Afonso VI, rei de Leão, pelos valorosos
serviços prestados na luta contra os Muçulmanos. D. Raimundo casou com D. Urraca,
filha legítima do rei e recebeu o condado da Galiza. D. Henrique casou com D. Teresa,
filha ilegítima de Afonso VI, recebeu o Condado Portucalense.
Mapa dos Reinos Cristãos da Península Ibérica no século XI. Observa as fronteiras do
Condado Portucalense. «Portucale» era uma povoação situada na margem direita do rio
Douro, junto à foz. Deu origem às palavras Porto e Portugal.
Como concluíste pela leitura do documento, D. Henrique passou a ter a seu cargo o
governo do Condado, a defesa e o alargamento do território, embora continuasse
dependente do rei, a quem devia obediência e apoio militar.
D. Henrique lutou para se tornar independente do reino de Leão, no que teve o apoio
dos nobres portucalenses, mas morreu sem alcançar esse objectivo. Conquistou
entretanto terras aos Mouros, alargando o seu território.
D. Afonso Henriques deu continuidade à política de seu pai, orientando a sua acção em
dois sentidos: - alargamento do território, conquistando terras aos Mouros; -
independência do Condado Portucalense, lutando contra o primo, Afonso VII (novo rei
de Leão e Castela).
Portugal passou a ser uma monarquia hereditária, ou seja, o responsável pelo governo
do país era o rei e, quando este morria, sucedia-lhe o filho mais velho.
Após a tomada de Santarém já era possível partir à conquista de Lisboa, a cidade mais
poderosa que os Mouros detinham na zona ocidental da Península Ibérica.
Torre de assalto.
Esta torre era construída em madeira e revestida de peles para a
proteger dos projécteis inimigos. Estas peles eram encharcadas para
defender a torre de setas incendiárias. No interior tinha escadas que
permitiam aos assaltantes entrar no castelo. Nesta torre, podes
observar também o aríete (tronco saliente).
A vitória de um povo
O reconhecimento do Reino
Nesta época, o Papa, autoridade máxima da Igreja, tinha muito poder sobre os reis
cristãos. Ninguém se podia considerar rei de pleno direito, sem o seu reconhecimento.
Logo que D. Afonso Henriques conseguiu a independência do Condado Portucalense,
em 1143, procurou colocar Portugal sob a protecção do Papa, comprometendo-se, tal
como aos seus sucessores, a entregar anualmente quatro onças de ouro (uma onça
equivale aproximadamente a 28 gramas). O Papa, porém, não lhe deu o título de rei mas
apenas o de dux(duque).
D. Afonso Henriques terá desistido da sua pretensão? D. Afonso Henriques não desistiu
de conseguir o reconhecimento papal:
Estes serviços prestados à Igreja contribuíram para que o papa Alexandre III, em 1179,
reconhecesse D. Afonso Henriques como rei de Portugal.
- montanhas;
- planaltos;
- planícies.
As montanhas são formas de relevo com grandes desníveis, ou seja, com vales
profundos e picos muito altos. Nas áreas de montanha, as altitudes são superiores a 1000
metros.
Os planaltos têm formas aplanadas e a sua altitude, geralmente, varia entre 200 e 1000
metros. São antigas montanhas que, ao longo dos tempos, foram sendo desgastadas por
elementos naturais como o vento, a chuva, o gelo, os rios e o mar.
As planícies apresentam uma forma plana e altitude inferior a 200 metros. Na Península
Ibérica as maiores planícies resultaram da acumulação de materiais rochosos e
orgânicos transportados pelos rios.
Por último, verificas que os Pirenéus são um importante conjunto montanhoso que
limita a Península a nordeste, ligando-a ao resto da Europa.
As Comunidades agro-pastoris
Com o passar dos tempos, o clima da Península tornou-se mais quente e seco, o que
provocou modificações na vegetação. Também alguns animais, como a rena, habituados
a climas frios, deslocaram-se para outras regiões. Outros, como o mamute, não
conseguindo adaptar-se às novas condições, extinguiram-se.
Como lançou as sementes à terra, teve de esperar pelas colheitas. Tornou- se então
sedentário, ou seja, passou a viver permanentemente no mesmo lugar. Construiu
habitações mais resistentes para suportar os difíceis meses do Inverno. Surgiram, assim,
os primeiros aldeamentos que, como podes observar na segunda figura da página 23,
eram cercados para as comunidades melhor se defenderem dos animais selvagens e dos
grupos inimigos.
Fabricou novos utensílios como a enxada, o arado e a foice e inventou novas actividades
como a cestaria, a olaria (fig. 1) e a tecelagem. Com a invenção da tecelagem,
aproveitando a lã dos animais, protegeu-se do frio.
Iberos e Celtas
Como tens vindo a estudar, a Península Ibérica foi habitada desde tempos muito
recuados. Vários povos, originários de outras regiões, aí chegaram e provocaram
alterações no modo de viver dos seus habitantes. Entre eles podemos destacar dois
grandes grupos: os Iberos e os Celtas.
A pouco e pouco, os Celtas foram-se misturando com os Iberos, dando origem aos
Celtiberos. Organizaram-se em tribos (grandes grupos de famílias) que se guerreavam
frequentemente.
Uma dessas tribos, a dos Lusitanos, habitava a região entre o rio Douro e o rio Tejo (a
Lusitânia). Vivia também no alto dos montes, em castros, dedicando-se à agricultura, à
pastorícia e à pilhagem das tribos inimigas. Não se sabe se já conheciam a escrita. Da
sua língua não restam vestígios no português actual, a não ser alguns nomes de terras.
Para conheceres um pouco mais da vida quotidiana deste povo, lê o documento
seguinte:
Deu Afonso VI de Leão a D. Henrique com sua filha em casamento (…) todo o
Condado Portucalense com a condição de que o Conde o servisse sempre e fosse a suas
cortes e seus chamados. E lhe assinalou certa terra de mouros que conquistasse e que,
tomando-a, a acrescentasse em seu Condado.
Indica:
– o que foi doado a D. Henrique;
– as obrigações de D. Henrique para com o rei de Leão.
Como concluíste pela leitura do documento, D. Henrique passou a ter a seu cargo o
governo do Condado, a defesa e o alargamento do territó-rio, embora continuasse
dependente do rei, a quem devia obediência e apoio militar.
D. Henrique lutou para se tornar independente do reino de Leão, no que teve o apoio
dos nobres portucalenses, mas morreu sem alcançar esse objectivo. Conquistou
entretanto terras aos Mouros, alargando o seu território.
CRONOLOGIA
1093 • D. Afonso VI conquista Santarém, com a ajuda dos condes D. Henrique e D.
Raimundo.
CRONOLOGIA
1121 • O nobre galego Fernão Peres de Trava passa a apoiar D. Teresa no governo do
Condado Portucalense.
A conquista de Lisboa
• Identifica:
– os «nossos»;
– os que defendiam a cidade;
– quem se apoderou da cidade.
CRONOLOGIA
1169 • D. Afonso Henriques é ferido no cerco a Badajoz. Seu filho, D. Sancho, passa a
coman-dar os exércitos portugueses.