Souzajunior JP DR Jabo
Souzajunior JP DR Jabo
Souzajunior JP DR Jabo
2021
ii
2021
iii
iv
v
Aos meus pais Jonas Pereira de Souza (in memorian) e Ilda Raimunda; e a
minha irmã Yara Luana Pereira de Souza, pelo apoio incondicional, pelos
ensinamentos e por nunca desistirem de mim.
Dedico
viii
AGRADECIMENTOS
Agradeço inicialmente a Deus, ao universo, a energias positivas, ao acaso ou a
qualquer definição de um agente que atua para manter as coisas fluindo em constante
harmonia sendo frequentemente incompreendido, mas que me possibilitou atingir este
objetivo.
Ao meu pai, Jonas Pereira de Souza (in memorian), por sempre ter incentivado meus
sonhos, por maiores que pudessem parecer, e me incentivar a não desistir, mesmo
quando as coisas não fluem da maneira esperada.
A minha mãe, Ilda Raimunda, por toda dedicação, por compartilhar os momentos de
preocupação e dividi-las deixando-as mais leve e por sempre ser meu porto seguro,
para onde sempre posso retornar para recuperar as energias e então seguir adiante.
A minha irmã, Yara Luana Pereira de Souza, por todo companheirismo e apoio, pelos
conselhos e por me incentivar e compartilhar todas as alegrias e conquistas deixando
a jornada da vida mais feliz.
Ao meu namorado Leonardo Henrique da Silva por toda cumplicidade e por estar
comigo disponível para todas as minhas ideias e aventuras. Por me ensinar com amor
o verdadeiro significado de companheirismo e por compartilhar todos os momentos
comigo neste final de ciclo.
Ao meu orientador Prof. Dr. Renato de Mello Prado que me aceitou para estágio em
março do meu primeiro ano de graduação (2010) e que me ofereceu muitas
oportunidades para crescimento e desenvolvimento da minha carreira na área
acadêmica.
Ao meu coorientador Prof. Dr. Cid Naudi Silva Campos por todo apoio para a execução
deste estudo e por todas as oportunidades de parcerias em projetos que temos
desenvolvido.
A minha psicóloga Claubia Regina Ramos Nogueira por todo apoio e por me auxiliar,
em todos esses anos, a manter minha saúde mental com muita paciência, dedicação
e carinho e sempre me ajudar a perceber quais são os melhores caminhos.
ix
Aos meus melhores amigos Bianca Godoi de Sá Carvalho, Gabriela de Oliveira Brack,
Gabriele Lima Costa, Edlara Santos Gomes, Luan Veloso de Chagas Prais e Victor
de Lima Triveloni pelos anos de convivência e companheirismo, pelos momentos
felizes e por, mesmo à distância, permanecerem comigo sendo parte de quem eu sou.
A minha amiga e técnica do laboratório Claudia Campos Dela Marta, por todos os
“puxões de orelha” e conselhos no início da minha formação e por todos os bons
momentos e risadas durante o meu doutorado.
Aos meus amigos Thiago Henrique Fachini e Jéssica Maria Pereira Matos por terem
me acolhido e me refugiado em momento importante para a execução desse trabalho,
me ajudando a limpar a mente e relaxar para seguir adiante com os desafios desta
pesquisa.
Aos meus amigos Kevein Ruas de Oliveira e Gilmar da Silveira Sousa Junior e a Profa.
Priscila Lupino Gratão pela oportunidade de desenvolver os estudos apresentados
neste trabalho e em outros projetos, pelo aprendizado e por todo apoio nesta
pesquisa.
Ao Prof. Eduardo Custódio Gasparino por possibilitar o estudo dos grãos de pólen
apresentado neste trabalho e pelo ensinamento e disponibilidade de seu laboratório.
Por fim, gostaria de agradecer a todos que de forma direta ou indireta contribuíram
para a realização deste trabalho e para meu desenvolvimento pessoal e profissional.
SUMÁRIO
Página
RESUMO.................................................................................................................... iv
ABSTRACT................................................................................................................. v
CAPÍTULO 1 – Considerações gerais ...................................................................... 1
1. Introdução ........................................................................................................... 1
2. Revisão de literatura ............................................................................................ 5
2.1 A função do boro no desenvolvimento reprodutivo vegetal .......................... 5
2.2 A relação boro e silício no desenvolvimento reprodutivo das plantas .......... 8
2.3 A função do boro e do silício no sistema antioxidante em plantas de
algodão .................................................................................................................................... 9
2.4 A função do boro e do silício na produtividade e na qualidade de fibras do
algodoeiro.............................................................................................................................. 11
3. Referências ........................................................................................................ 13
CAPÍTULO 2 – A adição de silício na aplicação foliar boratada no algodoeiro
modula o sistema antioxidante atenuando a deficiência e a toxicidade de boro
.................................................................................................................................. 22
Resumo .................................................................................................................. 22
1. Introdução. ......................................................................................................... 24
2. Material e Métodos ............................................................................................. 26
2.1 Condições de crescimento ......................................................................... 26
2.2 Delineamento experimental e tratamentos ................................................. 28
2.3 Índice de turbidez da calda B associada a Si ............................................. 28
2.4 Coleta da parte aérea ................................................................................. 30
2.5 Avaliação do estresse oxidativo, prolina e glicina-betaína ......................... 30
2.6 Análise nutricional de B, acúmulo de Si e produção de massa seca da parte
aérea ....................................................................................................................................... 32
2.7 Análise estatística....................................................................................... 33
3. Resultado e Discussão ....................................................................................... 33
3.1 Controle x Fatorial ...................................................................................... 33
3.2 Teste de turbidez da calda e acúmulo foliar de B e Si....................................... 34
3.3 Estresse oxidativo, prolina e glicina-betaína nas folhas de algodoeiro ........ 39
3.4 Produção de massa seca .......................................................................................... 42
4. Conclusão ......................................................................................................... 43
5. Referências ....................................................................................................... 44
xiii
ABSTRACT - It is known worldwide that boron (B) is an important nutrient during the
reproductive stage of cotton plants (flowering and boll development). This implies in
the exogenous supply of this element to the crop, mainly through foliar spraying.
Although studies are relatively scarce in the literature, some reports indicate that silicon
(Si) could increase the productivity of cotton, other studies indicate that a high Si
content is usually found in cotton flower and fiber. This has led to some enquiries,
whether Si could be similar to B, playing a similar role, and whether the association of
these elements could increase their beneficial effects during the reproductive stage of
cotton plants. To verify the interaction between B and Si, this study was carried out
aiming to evaluate the positive effects of B and Si foliar applications, associated or not,
in cotton plants grown under B deficiency. This study has confirmed the importance of
foliar B applied to cotton plants, improving physiological aspects and increasing the
production and viability of pollen grains, leading to high productivity and high-quality
fiber. Our results indicate that cotton plants, during the reproductive stage, are
sensitive to B deficiency, and that it is possible to improve the efficiency of B foliar
applications with Si addition, favoring plant efficiency in the use of B in the flowers,
increasing the production and the viability of pollen. The foliar supply of B is also
efficient in attenuating the deleterious effects of this micronutrient deficiency, and the
addition of Si to the borate solution increased the production of proline and glycine-
betaine, and reduced the production of H2O2 and MDA in leaves. Therefore, foliar
applications of B and Si, isolated, in the reproductive stage of cotton plants, both had
a similar effect on gas exchange, as well as fiber productivity and quality. However,
the application of B associated with Si (B+Si) had a summatory effect on fiber
production and quality by increasing the resistance to rupture and decreasing the
cotton short fiber index.
Key words: Borated fertilization, beneficial element, oxidative stress, leaf spray, fiber
quality, pollen grains productivity
1
1. Introdução
al., 2000; Iwai et al., 2006); além de diminuir o transporte de fotoassimilados das
folhas para flores e frutos, e promover danos à formação da flor, das sementes e
dos frutos (Oosterhuis e Zhao, 2001).
Na fase reprodutiva, o Si pode contribuir com a formação de pectinas
presentes na estrutura da parede celular dos grãos de pólen, como observado em
em Lychnis alba (Crang e May, 1974) e em algodão (Boylston et al., 1990),
favorecendo a resistência física da parede celular (Kido et al., 2015), a formação
da flor e a produção e viabilidade dos grãos de pólen (Polster et al., 1978).
Além disso, a desordem nutricional causada pela carência ou excesso de B
pode ocasionar aumento na produção das espécies reativas de oxigênio (ERO),
causando danos oxidativos nas células, como observado em Beta vulgaris (Song
et al., 2019) e Pisum sativum (Oliveira et al., 2020). O fornecimento adequado de B
atenua os danos causados pelo estresse oxidativo, estimulando os primeiros
mecanismos enzimáticos de defesa da planta (Aydin et al., 2019). Apesar de estes
mecanismos serem conhecidos em plantas de algodão cultivadas sob estresse
abiótico (Bharwana et al., 2013; Farooq et al., 2013; Moldes et al., 2013), os estudos
relacionados ao sistema de defesa antioxidante não enzimático são escassos em
plantas de algodão. No entanto, estes mecanismos de defesa das plantas devem
ser considerados devido à sua importância, principalmente aqueles relacionados à
ação da prolina (Hua et al., 2020) e da glicina-betaína (GB) (Ahmed et al., 2020;
Sun et al., 2020). A prolina é um dos mais comuns osmólitos presentes nas plantas
relacionado à tolerância a vários estresses abióticos (Gill e Tuteja, 2010) e também
a neutralização de 1O2 e •OH, atenuando os danos da peroxidação lipídica (Das e
Roychoudhury, 2014). Semelhante à prolina, a GB possui função osmótica e
antioxidante, relacionada à sua contribuição na manutenção da integridade
estrutural e funcional celular, possível, devido à interação entre a GB e domínios
hidrofílicos e hidrofóbicos de complexos proteicos e membranosos nas células (Sun
et al., 2020).
A desordem nutricional de B pode prejudicar também a produtividade e a
qualidade de fibra de plantas de algodão (Atique-Ur-Rehman et al., 2020; Khan et
al., 2020; Wahid et al., 2020). A aplicação de Si pode mitigar estes efeitos
deletérios, pois, durante o processo de formação de fibra, este elemento é
3
2. Revisão de Literatura
3. Referências
Aouali N, Laporte P, Clément C (2001) Pectin secretion and distribution in the anther
during pollen development in Lilium. Planta 213:71–79.
Barros TC, Prado RM, Roque CG, Arf MV, Vilela RG (2019) Silicon and salicylic
acid in the physiology and yield of cotton. Journal of Plant Nutrition 42:458–465.
Bharwana AS, Ali S, Farooq MA, Abbas F (2013) Alleviation of lead toxicity by silicon
is related to elevated photosynthesis, antioxidant enzymes suppressed lead uptake
and oxidative stress in cotton. Journal of Bioremediation and Biodegradation
4:e1000187.
Boylston EK, Hebert JJ, Hensarling TP, Bradow JM, Thibodeaux DP (1990) Role of
silicon in developing cotton fibers. Journal of Plant Nutrition 13:131–148.
Brown PH, Bellaloui N, Wimmer MA, Bassil ES, Ruiz J, Hu H, Pfeffer H, Dannel F,
Römheld V (2002) Boron in Plant Biology. Plant Biology 4:205–223.
Cai G, Faleri C, Casino CDC, Emons AMC, Cresti M (2011) Distribution of callose
synthase, cellulose synthase, and sucrose synthase in tobacco pollen tube is
controlled in dissimilar ways by actin filaments and microtubules. Plant Physiology
155:1169–1190.
Chen D, Xue R, Long J, Lin X, Lin Y, Jia L, Zeng R, Song Y (2019) Effects of boron,
silicon and their interactions on cadmium accumulation and toxicity in rice plants.
Journal of Hazardous Materials 367:447–455.
Chen Y, Smagula Jm, Litten W, Dunham S (1998) Effect of boron and calcium foliar
sprays on pollen germination and development, fruit set, seed development, and
berry yield and quality in lowbush blueberry (Vaccinium angustifolium Ait.). Journal
of the American Society for Horticultural Science 123:524–531.
Cheung AY, Wu H (2008) Structural and signaling networks for the polar cell growth
machinery in pollen tubes. Annual Review of Plant Biology 59:547–572.
Clément C, Laporte P, Audran JC (1998) The loculus content and tapetum during
pollen development in Lilium. Sexual Plant Reproduction 11:94–106.
Crang RE, May G (1974) Evidence for silicon as a prevalent elemental component
in pollen wall structure. Canadian Journal of Botany 52:2171–2174.
Dell B, Huang L (1997) Physiological response of plants to low boron. Plant and
Soil 193:103–120.
Fang KF, Du BS, Zhang Q, Xing Y, Cao QQ, Qin L (2019) Boron deficiency alters
cytosolic Ca2+ concentration and affects the cell wall components of pollen tubes in
Malus domestica. Plant Biology 21:343–351.
Flores RA, Arruda EM, Souza Junior JP, Prado RM, Santos ACA, Aragão AS,
Pedreira NG, Costa CF (2019) Nutrition and production of Helianthus annuus in a
function of application of leaf silicon. Journal of Plant Nutrition 42:137–144.
Foyer CH, Noctor G (2000) Oxygen processing in photosynthesis: Regulation and
signalling. New Phytologist 146:359-388.
Frazão JJ, Prado RM, Souza Júnior JP, Rossatto DR (2020) Silicon changes C:N:P
stoichiometry of sugarcane and its consequences for photosynthesis, biomass
partitioning and plant growth. Scientific Reports 10:e12492.
Gao QF, Gu LL, Wang HQ, Fei CF, Fang X, Hussain J, Sun SJ, Dong JY, Liu H,
Wang YF (2016) Cyclic nucleotide-gated channel 18 is an essential Ca2+ channel in
pollen tube tips for pollen tube guidance to ovules in Arabidopsis. Proceedings of
the National Academy of Sciences of the United States of America 113:3096–
3101.
Gill SS, Tuteja N (2010) Reactive oxygen species and antioxidant machinery in
abiotic stress tolerance in crop plants. Plant Physiology and Biochemistry
48:909-930.
Gratão PL, Polle A, Lea PJ (2005) Azevedo, R. A. Making the life of heavy metal-
stressed plants a little easier. Functional Plant Biology 32:481-494.
Han S, Chen LS, Jiang HX, Smith BR, Yang LT, Xie CY (2008) Boron deficiency
decreases growth and photosynthesis, and increases starch and hexoses in leaves
of citrus seedlings. Journal of Plant Physiology 165:1331–1341.
Haynes RJ (2019) What effect does liming have on silicon availability in agricultural
soils? Geoderma 337:375–383.
Hepler PK, Kunkel JG, Rounds CM, Winship LJ (2012) Calcium entry into pollen
tubes. Trends in Plant Science 17:32-38.
Iwai H, Hokura A, Oishi M, Chida H, Ishii T, Sakai S, Satoh S. (2006) The gene
responsible for borate cross-linking of pectin Rhamnogalacturonan-II is required for
plant reproductive tissue development and fertilization. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America 103:16592–
16597.
Javaid T, Farooq MA, Akhtar J, Saqib ZA, Anwar-Ul-Haq M (2019) Silicon nutrition
improves growth of salt-stressed wheat by modulating flows and partitioning of Na+,
Cl− and mineral ions. Plant Physiology and Biochemistry 141:291–299.
Jia MX, Shi Y, Di W, Jiang XR, Xu J, Liu Y (2017) ROS-induced oxidative stress is
closely related to pollen deterioration following cryopreservation. In Vitro Cellular
and Developmental Biology - Plant 53:433–439.
Kim S, Dong J, Lord EM (2004) Pollen tube guidance: The role of adhesion and
chemotropic molecules. In: Schatten GP (Ed.) Current topics in developmental
biology. San Diego: Elsevier Academic Press, p.61-76.
Kim SG, Kim KW, Park EW, Choi D (2002) Silicon-induced cell wall fortification of
rice leaves: A possible cellular mechanism of enhanced host resistance to blast.
Phytopathology 92:1095–1103.
Law C, Exley C (2011) New insight into silica deposition in horsetail (Equisetum
arvense). BMC Plant Biology 11:1-9.
Li YQ, Zhang HQ, Pierson ES, Huang FY, Linskens HF, Hepler PK, Cresti M (1996)
Enforced growth-rate fluctuation causes pectin ring formation in the cell wall of
Lilium longiflorum pollen tubes. Planta 200:41–49.
Mantovani C, Prado RM, Pivetta KFL (2018) Silicon foliar application on nutrition
and growth of Phalaenopsis and Dendrobium orchids. Scientia Horticulturae
241:83–92.
Miyake Y, Takahashi E (1978) Silicon deficiency of tomato plant. Soil Science and
Planta Nutrition 24:175-189.
Moldes CA, Lima Filho OF, Camiña JM, Kiriachek SG, Molas ML, Tsai SM (2013)
Assessment of the effect of silicon on antioxidant enzymes in cotton plants by
multivariate analysis. Journal of Agricultural and Food Chemistry 61:11243–
11249.
Moore B, Zhou L, Rolland F, Hall Q, Cheng WH, Liu YX, Hwang I, Jones T, Sheen
J (2003) Role of the Arabidopsis glucose sensor HXK1 in nutrient, light, and
hormonal signaling. Science 300:332–336.
Moraes DHM, Mesquita M, Bueno AM, Flores RA, Oliveira HFE, Lima FSR, Prado
RM, Battisti R (2020) Combined effects of induced water deficit and foliar application
of silicon on the gas exchange of tomatoes for processing. Agronomy 10:e1715.
Nyomora MAS, Brown PH, Pinney K, Polito VS (2000) Foliar application of boron to
almond trees affects pollen quality. Journal of the American Society for
Horticultural Science 125:265–270.
19
Oliveira KR, Souza Junior JP, Bennett SJ, Checchio MV, Alves RC, Felisberto G,
Prado RM, Gratão PL (2020) Exogenous silicon and salicylic acid applications
improve tolerance to boron toxicity in field pea cultivars by intensifying antioxidant
defence systems. Ecotoxicology and Environmental Safety 201:e110778.
Oosterhuis DM, Zhao D (2001) Effect of boron deficiency on the growth and
carbohydrate metabolism of cotton. In: Horts WJ, Schenk MK, Bürkert A, Claassen
N, Flessa H, Frommer B, Goldbach H, Olfs HW, Römheld V, Sattelmacher B,
Schmidhalter U, Schuvert S, Wirém NV, Wittenmayer L (EDs) Plant Nutrition.
Dordrecht: Springer, p.166–167.
Peixoto MM, Flores RA, Couto CA, Pacheco HDN, Prado RM, Souza Junior JP,
Castro Netto JA, Ribeiro DG (2020) Silicon application increases biomass yield in
sunflower by improving the photosynthesizing leaf area. Silicon 10:1–6.
Pierson ES, Miller DD, Callaham DA, Van Aken J, Hackett G, Hepler PK (1996) Tip-
localized calcium entry fluctuates during pollen tube growth. Developmental
Biology 174:160–173.
Polster J, Schwenk M, Bengsch E (1978) The role of boron, silicon and nucleic
bases on pollen tube growth of lilium longiflorum (L.). Zeitschrift fur
Naturforschung - Section C Journal of Biosciences 47:102–108.
Prado RM (2021): Mineral nutrition of tropical plants. Berna: Springer Nature, 392p.
Rahman MT, Haque MM, Mortuza MGG, Hossain MS, Chowdhury MSN (2019)
Altering growth characters and seed cotton yield under foliar application of boron.
International Journal of Plant & Soil Science 27:1–5.
Raven JA (1983) The transport and funcion of silicon in plants. Biological Reviews
58:179–207.
Song B, Hao X, Wang X, Yang S, Dong Y, Ding Y, Wang Q, Wang X, Zhou J (2019)
Boron stress inhibits beet (Beta vulgaris L.) growth through influencing endogenous
hormones and oxidative stress response. Soil Science and Plant Nutrition
65:346–352.
Souza Junior JP, Prado RM, Sarah MMS, Felisberto G (2019) Silicon mitigates
boron deficiency and toxicity in cotton cultivated in nutrient solution. Journal of
Plant Nutrition and Soil Science 182:805–814.
Souza Junior JP, Prado RM, Soares MB, Silva JLF, Guedes VHF, Sarah MMS,
Cazetta JO (2020) Effect of different foliar silicon sources on cotton plants. Journal
of Soil Science and Plant Nutrition 21:95-103.
Vandegeer RK, Zhao C, Stewart XC, Wuhrer R, Hall CR, Hartley SE, Tissue DT,
Johnson SN (2020) Silicon deposition on guard cells increases stomatal sensitivity
as mediated by K+ efflux and consequently reduces stomatal conductance.
Physiologia Plantarum 171:358-370.
Wahid MA, Saleem M, Irshad S, Khan S, Cheema MA, Saleem MF, Tung AS (2020)
Foliar feeding of boron improves the productivity of cotton cultivars with enhanced
boll retention percentage. Journal of Plant Nutrition 43:2411–2424.
Willats WGT, Mccartney L, Mackie W, Knox JP (2001) Pectin: Cell biology and
prospects for functional analysis. Plant Molecular Biology 47:9-27.
Zargar SM, Mahajan R, Bhat JÁ, Nazir M, Deshmukh R (2019) Role of silicon in
plant stress tolerance: opportunities to achieve a sustainable cropping system. 3
Biotech 9:1–16.
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
A aplicação foliar de boro (B) é uma prática comum realizada pelos produtores
de algodão em diversas regiões do mundo devido a natural deficiência de B nos
solos (Atique-Ur-Rehman et al., 2020; Khan et al., 2020; Wahid et al., 2020),
especialmente em regiões tropicais. No entanto, a diferença entre a concentração
adequada e a toxica de B é pequena (Rahman et al., 2019; Atique-Ur-Rehman et
al., 2020; Brdar-Jokanovic, 2020), sendo possível verificar efeito tóxico deste
elemento na cultura do algodão, quando aplicado via foliar em altas concentrações
(Wahid et al., 2020).
A desordem nutricional de B, seja deficiência ou toxicidade, pode ocasionar
aumento na produção das espécies reativas de oxigênio (ERO), causando danos
oxidativos nas células, como observado em Beta vulgaris (Song et al., 2019), e
Pisum sativum (Oliveira et al., 2020). O estresse oxidativo ocorre quando há um
desbalanço entre a produção de ERO e o sistema antioxidante de defesa
(enzimático e não enzimático), ocasionando os danos oxidativos (Kim et al., 2017;
Fryzova et al., 2018). Entretanto este efeito da desordem nutricional de B no
estresse oxidativo, em plantas de algodão, ainda permanece desconhecido.
Apesar dos mecanismos antioxidantes enzimáticos serem bastante
conhecidos em plantas de algodão cultivadas sob estresse (Bharwana et al., 2013;
Farooq et al., 2013; Moldes et al., 2013), os estudos voltados para o sistema de
defesa antioxidante não enzimático são escassos, principalmente aqueles
relacionados à ação da prolina (Hua et al., 2020) e da glicina-betaína (GB) (Ahmad
et al., 2020; Hamani et al., 2020; Sun et al., 2020) em plantas de algodão.
Os danos oxidativos nas folhas das plantas também podem ser atenuados
pelo fornecimento do elemento benéfico silício (Si), amplamente relatado em
plantas de algodão cultivadas sob estresses abióticos (Bharwana et al., 2013;
Farooq et al., 2013; Moldes et al., 2013). É possível que o benefício do Si em
atenuar a deficiência de B se deve ao aumento do teor de clorofila e da eficiência
fotossintética (Souza Júnior et al., 2019) ocasionado pela melhoria no sistema de
defesa antioxidante da planta, visto em outras espécies (Liang et al., 2007; Moldes
et al., 2013; Rady et al., 2019; Singh et al., 2019; Carneiro-Carvalho et al., 2020).
25
2. MATERIAL E MÉTODOS
40
35
30 65
25
55
20
15 45
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
Para o preparo da calda, o ácido bórico (B: 175 g kg-1; densidade: 1,43 g cm-
3; solubilidade em água a 20°C: 47,2 g L -1) foi utilizado como fonte de boro, sendo
o valor pH da calda boratada ajustado para 9,0 com uso da solução NaOH (1M).
Como fonte de Si foi utilizado o silicato de potássio estabilizado com sorbitol (SiKE;
Si: 115 g L-1; K2O: 113,85 g L-1; sorbitol: 100 mL L-1; pH:12,0). Foi também
preparado calda potássica com 47 mg L-1 de K, na forma de KCl, para equilibrar o
macronutriente entre os tratamentos.
29
Três semanas após a quarta aplicação foliar da mistura B+Si, todas as folhas
foram coletadas e imediatamente congeladas em nitrogênio líquido, sendo
posteriormente armazenadas em freezer a -80°C para avaliação do estresse
oxidativo.
O restante da parte aérea (galhos e caule) foi coletado, lavado com água,
solução detergente (0,1%), solução HCl (0,1 %) e água deionizada e então
armazenado em estufa de circulação forçada de ar a 65 ± 5°C até obtenção de
massa constante. Posteriormente os galhos e caules foram pesados, moídos em
moinho tipo Wiley e então armazenados para em seguida realizar as avaliações.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1. Análise de variância entre controle e tratamentos para acúmulo foliar de B e Si,
peróxido de hidrogênio (H2O2), malondialdeído (MDA), prolina, glicino-betaína, massa seca
e eficiência de uso do B na parte aérea de plantas de algodão cultivadas sob deficiência
de B.
Acúmulo
Boro Silício
------------------- mg por planta -------------------
Test F 257,1** 48,3**
Controle 754,1 6,9
Fatorial 376,2 14,1
CV (%) 9,47 10,6
H2O2 MDA Prolina Glicino-betaína
µmol g-1 g g-1 µmol g-1 µg g-1
Test F 173,20** 198,87** 120,02** 12,59**
Controle 328,36 2,03 23,33 4,54
Fatorial 484,96 3,44 61,66 5,89
CV (%) 4,17 4,98 9,93 10,91
Massa seca Eficiência de uso de boro
g mg g-1
Test F 78,82** 38,68**
Controle 6,50 0,04
Fatorial 4,78 0,10
CV (%) 6,46 10,4
** - significativo a 1% de probabilidade pelo teste F.
Figura 3. Índice de turbidez da mistura boro (2,5 g L-1) e diferentes concentrações (C) de
silício (1,00 e 1,25 g L-1) (a); e boro (2,5 g L-1) e diferentes concentrações (C) de Si (1,00;
1,05; 1,10; 1,15; 1,20 e 1,25 g L-1) em função do tempo (T) após preparo da calda.
Figura 4. Avaliação da modificação colorimétrica visual na mistura boro (2,50 g L-1) + silício
(1,00; 1,25 e 1,50 g L-1) imediatamente (a) e após 360 min (b) do preparo da calda; e boro
(2,50 g L-1) + silício (1,00; 1,05; 1,10; 1,15; 1,20 e 1,25 g L-1) aos 0 (c); 60 (d); 120 (e); 180
(f); 300 (g) e 360 (h) min do preparo da calda.
Si** Si** a
a a a
Acúmulo B ( g por flor)
BxSi* BxSi*
1000
a b b
a 200
800
a
600 a 100 b
a a
400 a
a 0
200 a b
a
a b
0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
c) Com Si y=-8,0x²+32,7x+5,7; F=23,4** R²=0,92 d)
Com Si y=19,6+11,3x; F=10,17* R²=0,88
Sem Si y=2,1ns Sem Si y=6,00ns
Bns 60 B**
Acúmulo de Si (mg por planta)
50
Si**
Acúmulo de Si ( g por flor)
Si**
BxSins BxSins
40
45
30
30
20
15
10
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
Concentração de B (g L-1)
Figura 5. Acúmulo de boro na parte aérea (a) e na flor (b) e de silício na parte aérea (b) e
na flor (c) de plantas de algodão cultivadas sob deficiência de B, em função de diferentes
concentrações de boro (B) e silício (Si) aplicados via foliar.
39
5 a
H2O2 ( mol g-1)
MDA (g g-1)
600 b
a 4 a
b a
b b
3 a b
a a a
400 b a a
a a 2
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
c) Com Si y= 34,5x²-79,0x+87,8; F=10,33** R²=0,95 d) Com Si y=0,7x²-1,4x+5,9; F=9,6* R²=0,95
Sem Si y=20,6x²-42,6x+61,7; F=5,35* R²=0,91 Sem Si y=0,5x²-1,3x+6,4; F=15,4** R²=0,97
B** B**
120 Si** 7 Si** a
BxSi** BxSi**
a
Glicina-betaína ( g g-1)
100 a
Prolina ( mol g-1)
b b
80 a 6
a b a
a a
60 a
b b
b b
a
a
40 a 5
a
20
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
Concentração de B (g L-1)
BxSins BxSi**
6
0,15 a
a
Massa seca (g)
a a
a
5 a
0,10
4 a
3 0,05
a
0 0,00
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
Figura 7. Massa seca da parte aérea (a) e eficiência de uso do boro (b), em plantas de
algodão cultivadas sob deficiência de B, em função de diferentes concentrações de boro
(B) e silício (Si) aplicados via foliar.
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
Badran EG, Abogadallah GM, Nada RM, Nemat Alla MM (2015) Role of glycine in
improving the ionic and ROS homeostasis during NaCl stress in wheat.
Protoplasma 252:835–844.
Barros TC, Prado RM, Roque CG, Arf MV, Vilela RG (2019) Silicon and salicylic
acid in the physiology and yield of cotton. Journal of Plant Nutrition 42:458–465.
Bataglia OC, Teixeira JP, Furlani PR, Furlani AM, Gallo JR (1978) Métodos de
análise química de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 31p.
Bates LS, Waldren RP, Teare ID (1973) Rapid determination of free proline for
water-stress studies. Plant Soil 39:205–207.
Bharwana AS, Ali S, Farooq MA, Abbas F (2013) Alleviation of lead toxicity by silicon
is related to elevated photosynthesis, antioxidant enzymes suppressed lead uptake
and oxidative stress in cotton. Journal of Bioremediation and Biodegradation
4:e1000187.
Detmann KC, Araújo WL, Martins SCV, Sanglard LMVP, Reis J V., Detmann E,
Rodrigues FÁ, Nunes-Nesi A, Fernie AR, Damatta FM (2012) Silicon nutrition
increases grain yield, which, in turn, exerts a feed-forward stimulation of
photosynthetic rates via enhanced mesophyll conductance and alters primary
metabolism in rice. New Phytologist 196:752–762.
Görmüs Ö (2005) Interactive effect of nitrogen and boron on cotton yield and fiber
quality. Turkish Journal of Agriculture and Forestry 29:51–59.
Gratão PL, Polle A, Lea PJ (2005) Azevedo, R. A. Making the life of heavy metal-
stressed plants a little easier. Functional Plant Biology 32:481-494.
Grieve CM, Grattan SR (1983) Rapid assay for determination of water soluble
quaternary ammonium compounds. Plant Soil 70:303–307.
Hamani AKM, Wang G, Soothar MK, Shen X, Gao Y, Qiu R, Mehmood F (2020)
Responses of leaf gas exchange attributes, photosynthetic pigments and
antioxidant enzymes in NaCl-stressed cotton (Gossypium hirsutum L.) seedlings to
exogenous glycine betaine and salicylic acid. BMC Plant Biology 20:e434.
Hassine AB, Ghanem ME, Bouzid S, Lutts S (2008) An inland and a coastal
population of the Mediterranean xero-halophyte species Atriplex halimus L. differ in
their ability to accumulate proline and glycinebetaine in response to salinity and
water stress. Journal of Experimentla Botany 59:1315–1326.
Hoagland DR, Arnon DI (1950) The water-culture method for growing plants without
soil. Los Angeles: California agricultural experiment station 347p.
46
Hossain MA,, Hoque MA, Burritt DJ, Fujita M (2014) Proline protects plants against
abiotic oxidative stress: Biochemical and molecular mechanisms. In.: Ahmad P (Ed)
Oxidative Damage to Plants: Antioxidant Networks and Signaling. Nova York:
Elsevier, p. 477–522.
Kim Y-H, Khan AL, Waqas M, Lee I-J (2017) Silicon regulates antioxidant activities
of crop plants under abiotic-induced oxidative stress: A review. Frontiers Plant
Science 8:e510.
Kondörfer GH, Pereira HS, Nola A (2004) Análise de silício: solo, planta e
fertilizante. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 18p.
Kraska JE, Breitenbeck GA (2010) Simple, robust method for quantifying silicon in
plant tissue. Communication in Soil Science and. Plant Analise 41:2075–2085.
Moldes CA, Lima Filho OF, Camiña JM, Kiriachek SG, Molas ML, Tsai SM (2013)
Assessment of the effect of silicon on antioxidant enzymes in cotton plants by
multivariate analysis. Journal of Agricultural and Food Chemistry 61:11243–
11249.
Moraes DHM, Mesquita M, Bueno AM, Flores RA, Oliveira HFE, Lima FSR, Prado
RM, Battisti R (2020) Combined effects of induced water deficit and foliar application
of silicon on the gas exchange of tomatoes for processing. Agronomy 10:e1715.
47
Oliveira KR, Souza Junior JP, Bennett SJ, Checchio MV, Alves RC, Felisberto G,
Prado RM, Gratão PL (2020) Exogenous silicon and salicylic acid applications
improve tolerance to boron toxicity in field pea cultivars by intensifying antioxidant
defence systems. Ecotoxicology and Environmental Safety 201:e110778.
Pei ZF, Ming DF, Liu D, Wan GL, Geng XX, Gong HJ, Zhou WJ (2010) Silicon
improves the tolerance to water-deficit stress induced by polyethylene glycol in
wheat (Triticum aestivum L.) seedlings. Journal of Plant Growth Regulation
29:106–115.
Peixoto MM, Flores RA, Couto CA, Pacheco HDN, Prado RM, Souza Junior JP,
Castro Netto JA, Ribeiro DG (2020) Silicon application increases biomass yield in
sunflower by improving the photosynthesizing leaf area. Silicon 10:1–6.
Prado RM (2021) Mineral nutrition of tropical plants. Berna: Springer Nature, 392p.
Rady MM, Elrys AS, Abo El-Maati MF, Desoky ESM (2019) Interplaying roles of
silicon and proline effectively improve salt and cadmium stress tolerance in
Phaseolus vulgaris plant. Plant Physiology and Biochemistry 139:558–568.
Rahman MT, Haque MM, Mortuza MGG, Hossain MS, Chowdhury MSN (2019)
Altering growth characters and seed cotton yield under foliar application of boron.
International Journal of Plant & Soil Science 27:1–5.
Siddiqi MY, Glass ADM (1981) Utilization index: A modified appoach to the
estimation and comparison of nutrient utilization efficiency in plants. Journal of
Plant Nutrition 4:289–302.
Singh S, Singh VP, Prasad SM, Sharma S, Ramawat N, Dubey NK, Tripathi DK,
Chauhan DK (2019) Interactive effect of silicon (Si) and salicylic acid (SA) in maize
seedlings and their mechanisms of cadmium (Cd) Toxicity Alleviation. Journal of
Plant Growth Regulation 38:1587–1597.
Song B, Hao X, Wang X, Yang S, Dong Y, Ding Y, Wang Q, Wang X, Zhou J (2019)
Boron stress inhibits beet (Beta vulgaris L.) growth through influencing endogenous
hormones and oxidative stress response. Soil Science and Plant Nutrition
65:346–352.
Souza Junior JP, Prado RM, Sarah MMS, Felisberto G (2019) Silicon mitigates
boron deficiency and toxicity in cotton cultivated in nutrient solution. Journal of
Plant Nutrition and Soil Science 182:805–814.
48
Souza Junior JP, Prado RM, Soares MB, Silva JLF, Guedes VHF, Sarah MMS,
Cazetta JO (2020) Effect of different foliar silicon sources on cotton plants. Journal
of Soil Science and Plant Nutrition 21:95-103.
Teixeira GCM, Mello Prado R, Rocha AMS, Santos LCN, Santos Sarah MM, Gratão
PL, Fernandes C (2020) Silicon in pre-sprouted sugarcane seedlings mitigates the
effects of water deficit after transplanting. Journal of Soil Science and Plant
Nutrition 20:849-859.
Wahid MA, Saleem M, Irshad S, Khan S, Cheema MA, Saleem MF, Tung AS (2020)
Foliar feeding of boron improves the productivity of cotton cultivars with enhanced
boll retention percentage. Journal of Plant Nutrition 43:2411–2424.
RESUMO
Nas plantas de algodão o boro (B), tem destaque na fase reprodutiva. Nesta
fase, o silício (Si) pode contribuir para melhorar o uso do B pela planta e incrementar
a produção de grãos de pólen, mas faltam pesquisas em plantas de algodão. Foi
desenvolvido essa pesquisa objetivando avaliar se o Si na aplicação foliar de B
propicia maior eficiência de uso do micronutriente e produção de grãos de pólen de
plantas de algodão ‘954 GLT’ cultivadas sob deficiência de B. O experimento foi
realizado em casa de vegetação em cultivo sem solo. Foram avaliadas cinco
concentrações de B via foliar (0,0; 0,5; 1,0; 1,5 e 2,5 g L -1), na ausência e na
presença de Si (1,00 g L-1), dispostos em blocos inteiramente casualizados, em
esquema fatorial 5x2+1, com quatro repetições. O tratamento adicional
corresponde a suficiência de B no meio de cultivo. A calda foi pulverizada na parte
aérea das plantas em estádio B1, e repetida por quatro vezes a cada quatro dias.
Três semanas após as aplicações foram coletadas flores em antese para
avaliações biológicas. O algodoeiro é uma cultura responsiva a aplicação foliar de
B na fase reprodutiva por aumentar o acúmulo do micronutriente na flor, a massa
seca da flor e a produção de grãos de pólen. A presença de Si na calda contribui
para incrementar todas as características avaliadas, com destaque para a eficiência
de uso de boro pela flor e para a produção de grãos de pólen, nas concentrações
de 1,5 g L-1 de B e 1,0 g L-1 Si.
Palavras-chave: Estádio reprodutivo. Nutrição boratada. Desenvolvimento
reprodutivo.
50
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODOS
Três semanas após a quarta aplicação foliar, foram coletadas quatro flores
em antese para avaliação da produção de grãos de pólen.
Após as coletas das flores foi realizado coleta dos grãos de pólen pelo
método de varredura, sendo montada três lâminas para cada flor.
Após coleta de grãos de pólen, as flores foram lavadas com água, solução
detergente (0,1%), solução HCl (0,1%) e água deionizada e então acondicionadas
em sacos de papel e secas em estufa de circulação forçada de ar a 65 ± 5°C até
obtenção de massa constante e determinou-se a massa seca.
Após pesagem as flores foram maceradas em cadinho de forma manual para
realizar análise química. O teor de B foi determinado a partir da digestão das
amostras via seca, por queima em mufla a 400°C seguida por reação colorimétrica
com azometina-H e determinação por leitura em espectrofotômetro colorimétrico
(Bataglia et al., 1983). O teor de Si foi determinado a partir da digestão alcalina do
material vegetal com H2O2 e NaOH em estufa a 90°C durante 3 h (Kraska e
Breitenbeck, 2010) seguida por reação colorimétrica com molibdato de amônia em
meio ácido (ácido oxálico e ácido clorídrico), sendo a determinação realizada por
leitura em espectrofotômetro colorimétrico (Kondörfer et al., 2004).
54
3. RESULTADO E DISCUSSÃO
a) b)
Com Si y=-60,2x²+230,8x+45,5; F=64,3** R²=0,96 Com Si y=19,6+11,3x; F=10,17** R²=0,88
Sem Si y=-69,5x²+256,8x+8,2; F=85,6** R²=0,94 Sem Si y=6,00ns
300 B** 60 B**
Si**
30
a
100
b
15
a
a
0 0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
Com Si y=-0,027x²+0,084x+0,30; F=12,6** R²=0,92 Com Si y=-0,31x²+0,97x+0,93; F=3,52* R²=0,88
c) Sem Si y=-0,028x²+0,079x+0,23; F=4,0* R²=0,80 d) Sem Si y= -0,45x²+1,35x+0,47; F=5,7* R²=0,92
B** B**
0,4 Si** 2,4 Si**
BxSins BxSi*
0,3
1,6 a
a a
a
a
0,2
a b
0,8 a b
0,1 b
0,0 0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
-1
Concentração de B (g L-1) Concentração de B (g L )
e)
Com Si y=0,085-0,0030x; F=54,2** R²=0,94
Sem Si Si y-0,0073-0,0027x; F=47,4** R²=0,96
Eficiência de uso do boro (mg g )
-1
0,010 B**
Si**
BxSi*
0,008 a
b
a
b a
0,006
b
0,004
a
0,002 b
a
a
0,000
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
-1
Concentração de B (g L )
Figura 2. Acúmulo de boro (a) e de silício (Si); teor de carboidratos (c), massa seca
(d) e eficiência de uso do boro (e) nas flores de plantas de algodão cultivada sob
deficiência de B em função de aplicações foliares de boro (B) na ausência e
presença de silício (Si).
A baixa polimerização do Si presente na calda boratada (2,50 g L -1 de B)
pode ser confirmada neste trabalho pela eficiência da aplicação foliar, pois ficou
57
a
a
(unidade 30 mm-2)
800
a
a
a
600
b a
a
b
400
b
200
0,0 0,5 1,0 1,5 2,5
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
Aouali N, Laporte P, Clément C (2001) Pectin secretion and distribution in the anther
during pollen development in Lilium. Planta 213:71–79.
60
Barros TC, Prado RM, Roque CG, Arf MV, Vilela RG (2019) Silicon and salicylic
acid in the physiology and yield of cotton. Journal of Plant Nutrition 42:458–465.
Bataglia OC, Teixeira JP, Furlani PR, Furlani AM, Gallo JR (1978) Métodos de
análise química de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 31p.
Boylston EK, Hebert JJ, Hensarling TP, Bradow JM, Thibodeaux DP (1990) Role of
silicon in developing cotton fibers. Journal of Plant Nutrition 13:131–148.
Crang RE, May G (1974) Evidence for silicon as a prevalent elemental component
in pollen wall structure. Canadian Journal of Botany 52:2171–2174.
Dubois M, Gilles KA, Hamilton JK, Rebers PT, Smith F (1956) Colorimetric method
for determination of sugars and related substances. Analytical Chemistry 28:350–
356.
Fang KF, Du BS, Zhang Q, Xing Y, Cao QQ, Qin L (2019) Boron deficiency alters
cytosolic Ca2+ concentration and affects the cell wall components of pollen tubes in
Malus domestica. Plant Biology 21:343–351.
Frazão JJ, Prado RM, Souza Júnior JP, Rossatto DR (2020) Silicon changes C:N:P
stoichiometry of sugarcane and its consequences for photosynthesis, biomass
partitioning and plant growth. Scientific Reports 10:e12492.
Iwai H, Hokura A, Oishi M, Chida H, Ishii T, Sakai S, Satoh S. (2006) The gene
responsible for borate cross-linking of pectin Rhamnogalacturonan-II is required for
plant reproductive tissue development and fertilization. Proceedings of the
National Academy of Sciences of the United States of America 103:16592–
16597.
Kondörfer GH, Pereira HS, Nola A (2004) Análise de silício: solo, planta e
fertilizante. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 18p.
Kraska JE, Breitenbeck GA (2010) Simple, robust method for quantifying silicon in
plant tissue. Communication in Soil Science and. Plant Analise 41:2075–2085.
Mantovani C, Prado RM, Pivetta KFL (2018) Silicon foliar application on nutrition
and growth of Phalaenopsis and Dendrobium orchids. Scientia Horticulturae
241:83–92.
Nyomora MAS, Brown PH, Pinney K, Polito VS (2000) Foliar application of boron to
almond trees affects pollen quality. Journal of the American Society for
Horticultural Science 125:265–270.
62
Oosterhuis DM, Zhao D (2001) Effect of boron deficiency on the growth and
carbohydrate metabolism of cotton. In: Horts WJ, Schenk MK, Bürkert A, Claassen
N, Flessa H, Frommer B, Goldbach H, Olfs HW, Römheld V, Sattelmacher B,
Schmidhalter U, Schuvert S, Wirém NV, Wittenmayer L (EDs) Plant Nutrition.
Dordrecht: Springer, p.166–167.
Pereira GL, Siqueira JA, Silva WB, Cardoso FB, Nesi AN, Araújo WL (2021) Boron:
More Than an Essential Element for Land Plants?. Frontiers in Plant Science
11:e2234.
Polster J, Schwenk M, Bengsch E (1978) The role of boron, silicon and nucleic
bases on pollen tube growth of lilium longiflorum (L.). Zeitschrift fur
Naturforschung - Section C Journal of Biosciences 47:102–108.
Prado RM (2021): Mineral nutrition of tropical plants. Berna: Springer Nature, 392p.
Siddiqi MY, Glass ADM (1981) Utilization index: A modified approach to the
estimation and comparison of nutrient utilization efficiency in plants. Journal of
Plant Nutrition 4:289–302.
Souza Junior JP, Prado RM, Sarah MMS, Felisberto G (2019) Silicon mitigates
boron deficiency and toxicity in cotton cultivated in nutrient solution. Journal of
Plant Nutrition and Soil Science 182:805–814.
Souza Junior JP, Prado RM, Soares MB, Silva JLF, Guedes VHF, Sarah MMS,
Cazetta JO (2020) Effect of different foliar silicon sources on cotton plants. Journal
of Soil Science and Plant Nutrition 21:95-103.
63
RESUMO
1. INTRODUÇÃO
2. MATERIAL E MÉTODOS
300
Precipitação (mm)
Temperatura (°C)
25
200
100
20
0 0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
b) 2020
30 800
600
Precipitação (mm)
Temperatura (°C)
25
400
200
20
0 0
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
69
para detectar essa mudança da tonalidade da solução silicatada que possa estar
ocorrendo antes da fase do visível.
A concentração de B da solução teve valor fixo igual a 1,5 g L -1, sendo a
maior concentração indicada para aplicação foliar do micronutriente com
incremento na produtividade (Görmüs, 2005; Howard et al., 1980; 2000). A
avaliação I consistiu em adicionar à solução boratada (1,50 g L-1), o silício em
concentrações iguais a 1,00; 1,25 ou 1,50 g L -1. Entretanto, foi necessário repetir
o teste, tendo a avaliação II utilizado a mistura B (1,50 g L-1), com intervalos
menores entre as concentrações de Si iguais a 1,00; 1,05; 1,10; 1,15; ou 1,20 g L-
1. Nas duas avaliações, foram utilizados o SiKE como fonte de Si e H3BO3, como
fonte de B, para compor a solução com volume final de 50 mL, pH ajustado em 9,05
± 0,02 com solução de HCl (1M) ou NaOH (1M) à temperatura de 20°C em três
repetições. Após preparo da calda, o índice de turbidez foi mensurado com uso do
aparelho turbdímetro microprocessado Tecnopon® (modelo TB1000) aos 30, 60,
90, 120, 180, 240, 300 e 360 minutos, e foram realizados registros fotográficos,
após 180 minutos.
Para os registros fotográficos, foi utilizado câmera com 64 MP resolução
9238 x 6928 pixels. Os béqueres com as soluções foram acondicionados em
bancada forrada com pano na cor preta, sendo então fotografados, após 180
minutos do preparo. As imagens foram trabalhadas com o Adobe Photoshop ® para
melhorar o contraste com o fundo preto, sem alteração na coloração da solução,
indicador visual do processo de polimerização.
(800 g kg-1); 150 mL ha-1 de flubendiamida (480 g L-1); 600 mL ha-1 de indoxacarbe
(150g L-1); 1,8 L ha-1 de malationa (100 g L-1), 400 mL ha-1 de novalurom (100g L-
1); 200 mL ha-1 de teflubenzurom (150g L-1); 500 g ha-1 de tiodicarbe (800 g kg-1);
400 mL ha-1 da mistura clorantraniliprole (100 g L-1) + lambda-Cialotrina (50g L-1);
300 mL ha-1 da mistura metoxifenozida (240 g L-1) + espinetoram (120g L-1); e 300
mL ha-1 da mistura tiametoxam (141 g L-1) + lambda-cialotrina (106 g L-1).
O tratamento com fungicidas foi realizado com 1,5 L ha -1 de clorotalonil 720
g L-1; 500 mL ha-1 de difenoconazol (250 g L-1); 500 ml ha-1 de hidroxido de fentina
400 g L-1); e 350 ml ha-1 da mistura fluxapiroxade (167 g L-1) + piraclostrobina (333
g L-1).
Foi aplicado reguladores de crescimento, com início no dia 6 de março de
2019 com aplicações semanais de 200 ml ha -1 cloreto de Mepiquate (250 g L -1) e
finalizado no dia 15 de abril de 2019 com 3 L ha-1 de cloreto de clormequate (100 g
L-1).
O manejo fitossanitário da cultura, no experimento II, foi realizado o controle
de plantas daninhas com 3 L ha-1 de glifosato (588 g L-1); e 500 mL ha-1 de tidiazuron
(120 g L-1).
Os inseticidas utilizados foram 1,8 L ha-1 de abamectina (18 g L-1); 200 g ha-
1 de acetamiprido (200 g kg-1); 1,8 L ha-1 de carbosulfano (700 g L-1); 1,5 L ha-1 de
espiromesifeno (240 g L-1); 2,25 L ha-1 de etiprole (200 g L-1); 1 L ha-1 de fipronil
(250 g L-1); 100 g ha-1 de imidacloprido (700 g L-1); 4,5 L ha-1 de malationa (1000 g
L-1); 1,6 L ha-1 de metomil (215 g L-1); 150 mL ha-1 de novaluron (100 g L-1); 300 mL
ha-1 de piriproxifem (100 g L-1); 500 g ha-1 de tiodicarbe (800 g kg-1); e 3 L ha-1 da
mistura beta-ciflurtrina (12,5 g L-1) + imidacloprido (100 g L-1).
Com a abertura dos capulhos, aos 179 e 176 dias após a semeadura nos
experimentos I e II, respectivamente, foi realizada a colheita da área útil, sendo
estimada a produtividade e mensurada a qualidade de fibra das plumas do algodão.
Para a produtividade, foram colhidas todas as maças de algodão dentro da área útil
(8,1 m²), sendo, então, pesadas e extrapolado para produção em 1 ha (10.000 m²).
Foram coletadas amostras aleatórias das plumas após colheita, sendo
determinado o teor de Si e de B conforme descrito anteriormente.
As avaliações da qualidade de fibra foram realizadas a partir do equipamento
HVI (High Volume Instrument), sendo mensurados na fibra o micronaire, o
comprimento, a resistência a ruptura e o índice de fibras curtas, segundo método
descrito por Fonseca e Santana (2002).
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
a a CxT**
0,0 0,0
30 60 90 120 180 240 300 360 30 60 90 120 180 240 300 360
Tempo
Figura 3. Índice de turbidez da mistura boro (1,5 g L-1) + silício (1,00; 1,25 e 1,50 g L-1) (a);
e boro (1,5 g L-1) + silício (1,00; 1,0,5; 1,10; 1,15 e 1,20 1,50 g L-1) em função do tempo
após preparo da calda.
Em adição, no decorrer da avaliação, não foi observado modificação na
coloração da calda, indicando, possivelmente, a não ocorrência de polimerização
(Figura 4a). O aumento na concentração de Si para 1,25 e 1,50 g L -1 resultou em
aumento exponencial do índice de turbidez, atingindo 1,02 e 1,91 NDU aos 360
min, após preparo, respectivamente (Figura 3a). Por consequência, a coloração da
solução teve aspecto opaco, evidenciando possível processo de polimerização
(Figura 4a). Portanto, notou-se que, a concentração de Si adequada na calda possa
estar na faixa de 1,00 a 1,25 g L-1.
A segunda avaliação teve maior número de concentrações de Si estudadas
e indicou que, a concentração limite para adição deste elemento, na forma de SiKE,
à solução boratada com 1,50 g L-1 de B é de 1,15 g L-1 de Si (Figura 3b). Tal
indicação ocorreu, porque, o aumento na concentração de 1,00 g L -1 Si até 1,15 g
L-1, não incrementou o índice de turbidez, apresentando valores médios de 0,38;
0,49; 0,55; e 0,59 NDU para adição de 1,00; 1,05; 1,10 e 1,15 g L -1 Si,
respectivamente (Figura 3b).
76
Figura 4. Avaliação da modificação colorimétrica visual na mistura boro (1,5 g L-1) + silício
(1,00; 1,25 e 1,50 g L-1) (a); e boro (1,5 g L-1) + silício (1,00; 1,0,5; 1,10; 1,15 e 1,20 1,50 g
L-1) em função do tempo após preparo da calda.
O aumento da concentração de Si para 1,20 g L-1 de Si apresentou aumento
exponencial no índice de turbidez, com valor máximo de 0,93 NDU, após 360 min
do preparo da calda. O aumento exponencial no índice de turbidez, possivelmente,
indica o início do processo de polimerização, mesmo sem alterar, visivelmente, a
coloração da calda (Figura 4b).
O Si, em solução aquosa mantém estável a sua forma monomérica (H4SiO4)
nas concentrações até 3 mM (Birchall, 1995). Portanto, em maiores concentrações
do elemento, inicia-se o processo de polimerização, formando dímeros, trimeros e
espécies polisilícicas e pequenas partículas se agregam, criando redes cíclicas,
tornando a solução opaca ou turva e, em seguida, forma partículas coloidais em
suspensão na solução, evoluindo para a formação da sílica-gel (Zhuravlev, 2000).
77
2019 2020
a) b)
60 60
a
Teor foliar de boro (mg kg )
-1
40 40
a a
b b
20 20 b
b
0 0
c) d)
3,2 3,2
a
a
Teor foliar de Silício (mg kg )
-1
a a
1,6 1,6
b b b b
0,0 0,0
e) f)
40 60
Teor de boro na pluma (mg kg )
-1
a
a a 40 a
20 b
b
b
b 20
0 0
g) h)
3 2
Teor de silício na pluma (mg kg )
-1
a a
a a
2
1 b b
b b
0 0
Controle Boro Silício Boro + Silício Controle Boro Silício Boro + Silício
79
Figura 5. Teor de boro (a, b) e de silício (c, d) nas folhas, e teor de boro (e, f) e de silício
(g, h) nas plumas de plantas de algodão cultivadas em solo deficiente em boro em
Chapadão do Sul -MS, Brasil em 2019 e em 2020 em função de diferentes aplicações
foliares.
É possível que, esse resultado, tenha recebido contribuição da adição do
sorbitol, um eficiente estabilizante do Si em solução, mesmo com a presença do B
(Fig. 2,3). O uso do sorbitol como estabilizante é eficiente em diminuir a
polimerização da calda silicatada e incrementar o teor foliar de Si em plantas de
algodão, também verificado por Souza Junior et al. (2019; 2020), e da calda
boratada com adição de Si, como observado neste estudo (Figura 5). Agrega-se a
isso, o fato de que, o sorbitol diminui o ponto de deliquescência da gota depositada
na superfície foliar, diminuindo a velocidade de evaporação da água (Kubicki e
Heaney, 2003; Will et al., 2011) e favorecendo absorção foliar dos elementos
(Prado, 2021).
Desta forma, fica evidenciado, a viabilidade da mistura B+Si para
pulverização foliar no algodoeiro, uma vez que, propiciou adequada absorção foliar
de B e de Si.
a) b)
300 60
Concentração interna de CO2
a a a
Taxa fotossintética
( mol CO2 m s )
-2 -1
200 a a a
b 40
(mol CO2 mol )
-1
100 20
0 0
Controle Boro Silício Boro + Silício Controle Boro Silício Boro + Silício
c) 10
a a
Eficiência do uso da água
a
( mol CO2 mmol H2O )
8
-1
0
Controle Boro Silício Boro + Silício
Figura 5. Concentração interna de CO2 (a), taxa fotossintética (b), eficiência do uso
da água (c) de plantas de algodão cultivadas em solo deficiente em boro em
Chapadão do Sul -MS, Brasil na safra 2018/2019 em função de diferentes
aplicações foliares.
mantendo as folhas mais eretas, com melhor interceptação da luz solar (Raven,
1983), além de favorecer a biossíntese e manutenção de pigmentos
fotossintetizantes (Souza Junior et al., 2020) e a eficiência fotossintética de plantas
de algodão (Souza Junior et al., 2019). Em vista disso, o benefício da aplicação
foliar de Si e B isolados ou associados, visto no status nutricional da planta
favoreceu as trocas gasosas do algodoeiro, reforçando, o efeito semelhante destes
elementos nos aspectos fisiológicos da cultura.
a
Produtividade (kg ha-1)
8000 a a 8000
b
6000 6000 a a a
b
4000 4000
2000 2000
0 0
Controle Boro Silício Boro + Silício Controle Boro Silício Boro + Silício
2019 2020
a) b)
12 12
a a
Índice de fibras curtas b
b
c c c
c
8 8
4 4
0 0
c) d)
40 40
Resistência à ruptura (g tex )
-1
a a
b b b b
30 c 30 c
20 20
10 10
0 0
e) f)
4,5 4,5
a a
a
a a a
b b
Micronaire ( g in )
-1
3,0 3,0
1,5 1,5
0,0 0,0
g) h)
1,6 1,6
Comprimento da fibra (inch)
a
a a a
1,2 b 1,2 a a
b
0,8 0,8
0,4 0,4
0,0 0,0
Controle Boro Silício Boro + Silício Controle Boro Silício Boro + Silício
Figura 8. Índice de fibras curtas (a, b), resistência à ruptura (c, d), micronaire (e, f)
e comprimento da fibra (g, h) de plantas de algodão cultivadas em solo deficiente
em boro em Chapadão do Sul -MS, Brasil em 2019 e em 2020 em função de
diferentes aplicações foliares.
84
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS
Barros TC, Prado RM, Roque CG, Arf MV, Vilela RG (2019) Silicon and salicylic
acid in the physiology and yield of cotton. Journal of Plant Nutrition 42:458–465.
Bataglia OC, Teixeira JP, Furlani PR, Furlani AM, Gallo JR (1978) Métodos de
análise química de plantas. Campinas: Instituto Agronômico de Campinas, 31p.
86
Boylston EK, Hebert JJ, Hensarling TP, Bradow JM, Thibodeaux DP (1990) Role of
silicon in developing cotton fibers. Journal of Plant Nutrition 13:131–148.
Crang RE, May G (1974) Evidence for silicon as a prevalent elemental component
in pollen wall structure. Canadian Journal of Botany 52:2171–2174.
Dell B, Huang L (1997) Physiological response of plants to low boron. Plant and
Soil 193:103–120.
Flores RA, Arruda EM, Souza Junior JP, Prado RM, Santos ACA, Aragão AS,
Pedreira NG, Costa CF (2019) Nutrition and production of Helianthus annuus in a
function of application of leaf silicon. Journal of Plant Nutrition 42:137–144.
Görmüs Ö (2005) Interactive effect of nitrogen and boron on cotton yield and fiber
quality. Turkish Journal of Agriculture and Forestry 29:51–59.
Haynes RJ (2019) What effect does liming have on silicon availability in agricultural
soils? Geoderma 337:375–383.
Howard DD, Essington ME< Gwathmey CO, Percell WM (2000) Buffering of foliar
potassium and boron solutions for no-tillage cotton production . Journal of Cotton
Science, 4:237–244.
Howard DD, Gwathmey CO, Sams CE (1980) Foliar feeding of cotton: evaluating
potassium sources, potassium solution buffering, and boron. Agronomy Journal
90: 740–746.
Javaid T, Farooq MA, Akhtar J, Saqib ZA, Anwar-Ul-Haq M (2019) Silicon nutrition
improves growth of salt-stressed wheat by modulating flows and partitioning of Na+,
Cl− and mineral ions. Plant Physiology and Biochemistry 141:291–299.
87
Kim SG, Kim KW, Park EW, Choi D (2002) Silicon-induced cell wall fortification of
rice leaves: A possible cellular mechanism of enhanced host resistance to blast.
Phytopathology 92:1095–1103.
Kondörfer GH, Pereira HS, Nola A (2004) Análise de silício: solo, planta e
fertilizante. Uberlândia: Universidade Federal de Uberlândia, 18p.
Luyckx M, Hausman JF, Lutts S, Guerriero G (2017) Silicon and plants: Current
knowledge and technological perspectives. Frontiers in Plant Science 8:e411.
Moraes DHM, Mesquita M, Bueno AM, Flores RA, Oliveira HFE, Lima FSR, Prado
RM, Battisti R (2020) Combined effects of induced water deficit and foliar application
of silicon on the gas exchange of tomatoes for processing. Agronomy 10:e1715.
Oliveira KR, Souza Junior JP, Bennett SJ, Checchio MV, Alves RC, Felisberto G,
Prado RM, Gratão PL (2020) Exogenous silicon and salicylic acid applications
improve tolerance to boron toxicity in field pea cultivars by intensifying antioxidant
defence systems. Ecotoxicology and Environmental Safety 201:e110778.
Oliveira RH, Milanez CRD, Dallaqua MAM, Rosolem CA (2006) Boron deficiency
inhibits petiole and peduncle cell development and reduces growth of cotton.
Journal of Plant Nutrition 29:2035–2048.
Oosterhuis DM, Zhao D (2001) Effect of boron deficiency on the growth and
carbohydrate metabolism of cotton. In: Horts WJ, Schenk MK, Bürkert A, Claassen
N, Flessa H, Frommer B, Goldbach H, Olfs HW, Römheld V, Sattelmacher B,
Schmidhalter U, Schuvert S, Wirém NV, Wittenmayer L (EDs) Plant Nutrition.
Dordrecht: Springer, p.166–167.
Polster J, Schwenk M, Bengsch E (1978) The role of boron, silicon and nucleic
bases on pollen tube growth of lilium longiflorum (L.). Zeitschrift fur
Naturforschung - Section C Journal of Biosciences 47:102–108.
Prado RM (2021): Mineral nutrition of tropical plants. Berna: Springer Nature, 392p.
Raven JA (1983) The transport and funcion of silicon in plants. Biological Reviews
58:179–207.
Santos HG, Jacomine PK, Anjos LH, Oliveira VA, Lumbreras JF, Coelho MR,
Almeida JA, Araújo Filho JC, Oliveria JB, Cunha TJ (2018) Sistema brasileiro de
classificação de solos. Brasília: Embrapa Solos, 355p.
Siengchin S, Dangtungee R (2014) Polyethylene and polypropylene hybrid
composites based on nano silicon dioxide and different flax structures. Journal of
Thermoplastic Composite Materials 27:1428–1447.
89
Souza Junior JP, Prado RM, Sarah MMS, Felisberto G (2019) Silicon mitigates
boron deficiency and toxicity in cotton cultivated in nutrient solution. Journal of
Plant Nutrition and Soil Science 182:805–814.
Souza Junior JP, Prado RM, Soares MB, Silva JLF, Guedes VHF, Sarah MMS,
Cazetta JO (2020) Effect of different foliar silicon sources on cotton plants. Journal
of Soil Science and Plant Nutrition 21:95-103.
Vandegeer RK, Zhao C, Stewart XC, Wuhrer R, Hall CR, Hartley SE, Tissue DT,
Johnson SN (2020) Silicon deposition on guard cells increases stomatal sensitivity
as mediated by K+ efflux and consequently reduces stomatal conductance.
Physiologia Plantarum 171:358-370.
Wahid MA, Saleem M, Irshad S, Khan S, Cheema MA, Saleem MF, Tung AS (2020)
Foliar feeding of boron improves the productivity of cotton cultivars with enhanced
boll retention percentage. Journal of Plant Nutrition 43:2411–2424.