Met - de EMC
Met - de EMC
Met - de EMC
INTRODUÇÃO
Por Didáctica devemos entender uma disciplina que tende a conduzir o aluno a
adquirir algumas noções, operações ou técnicas de trabalho. Em quase todos os
programas escolares, as tarefas da didáctica são definidas em termos de noções
a adquirir. Pertence ao terreno fáctico do processo educativo.
A EMC, por ser uma disciplina que visa formar o aluno como pessoa humana em
relação e para a relação, não pode consistir numa simples transmissão de
conhecimentos mas deve tocar a pessoa na sua complexidade, nos aspectos
cognitivos, afectivos, volitivos, psicomotores e espirituais.
o O céptico não pode afirmar que uma acção seja melhor do que outra,
actua sempre supondo que não existem acções preferíveis e que tudo está em
função da cultura e as circunstâncias em que se encontra o sujeito actuante. Esta
posição torna relativo de tal maneira o valioso que no seu excesso, torna
impossível a afirmação de valores básicos, como, por exemplo, o da vida ou os
definidos pelos direitos humanos.
§ Não são os únicos modelos, mas cada dia são mais claros os passos para
definir uma educação moral baseada na construção racional e autónoma de
valores. Tal modelo não defende determinados valores absolutos, mas também
não os torna relativos. Afirma que não tudo é igualmente bom e que há
possibilidades baseadas na razão, o diálogo e o afã de determinar alguns
princípios valiosos de carácter abstracto e universal que podem servir de guias do
comportamento dos homens em situações concretas. Defende-se a possibilidade
de usar livre e autonomamente a razão para elaborar critérios que posteriormente
servirão para justificar normas concretas de comportamento.
Podemos concluir que uma personalidade moral madura, além de ter atingido os
níveis óptimos de juízo moral formal, deve também adquirir todas aquelas
capacidades e conhecimentos que lhe permitem comprometer-se num diálogo
com a realidade concreta, com o fim de que cada sujeito possa criticar aqueles
aspectos da sua sociedade que considere negativos, e ser capaz de construir
normas e projectos pessoais e sociais mais justos. A formação das habilidades
necessárias para tornar coerentes o juízo e a acção moral, e para impulsionar a
formação duma maneira de ser realmente desejada.
Consideramos a “acção moral” como um conceito que inclui duas faces, em parte
relacionadas mas não equivalentes. Referimo-nos à acção moral propriamente
dita ou à decisão da vontade que logra, duma maneira precisa e para cada
situação singular, que o juízo e a acção sejam coerentes. Referimo-nos também à
aquisição de hábitos de comportamentos pessoais e queridos. Hábitos no sentido
de disposições de comportamento desejado e conforme com o juízo moral,
disposições que vão mais além da concreta conformidade entre juízo e a acção.
Queremos referir-nos à maneira de ser própria de cada pessoa, àquelas
características pessoais que, de acordo com o modo de ajuizar-se a si próprio e de
ajuizar a realidade, predispõem ao sujeito a certo tipo de estandardização no
âmbito dos seus pensamentos, das suas decisões e das suas acções morais.
TEMA 2
A PROGRAMAÇÃO
1.Necessidade de programar.2. Novo conceito de programação. 3. Variáveis da
programação 4. Etapas da Programação. 4 Fim, objectivos e metas. 5 Etapas da
Programação. 6. Taxonomia de objectivos. 7. Meios. 8. Avaliação
1.Necessidade de programar
Em educação é uma questão vital. Contar com o tempo e com o que desejamos
conseguir; organizar os conteúdos temáticos e as actividades que deveremos
realizar; preparar o material em ordem às actividades a realizar... Tudo isto forma
parte da programação educativa.
2. Novo conceito de programação
Ao formular o programa é claro que se devem ter em conta, as pessoas que vão a
realizá-lo, os objectivos que pretendem atingir e os meios de que se dispõe. Nos
meios incluem-se tanto os meios materiais, - o chamado material pedagógico-,
como as técnicas ou maneiras de utilizar os meios de que se dispõe, assim como
as técnicas de trabalho que empregarão professores e alunos.
3.Variáveis da programação
Os elementos dum programa podem ser considerados como variáveis entanto que
sujeitos a modificação. Os elementos que acabamos de nomear, as pessoas, os
objectivos e os meios incluem todos os elementos de um programa escolar. As
pessoas e os objectivos devem ser seleccionados previamente. Os diversos meios
que as pessoas podem utilizar para atingir os objectivos constituem outras tantas
variáveis do programa e se devem dispor em função das pessoas e dos
objectivos.
Meios.
Métodos:
Trabalho docente:
Motivação
Informação
Ajuda pessoal
Material
Meios audiovisuais
Avaliação
Pro-acção e retro-acção.
As palavras fim e meta fazem referência a uma realidade ou situação que se quer
atingir exterior à mesma actividade. Fim, tem um sentido mais abstracto, enquanto
meta tem um sentido mais concreto. A palavra propósito é referida mais
directamente ao facto psicológico em virtude do qual o homem dispõe-se a
realizar uma actividade. O termo ideal pode ter um duplo sentido subjectivo e
objectivo, já que o ideal é alguma coisa que se possui e ao mesmo tempo faz
referência a uma realidade não atingida ainda.
Tal vez as palavras mais precisas sejam fim e objectivo. Fim deve-se entender
como aquilo que se tenciona atingir ao termo de um processo complexo de
actividade. Este processo pode ser considerado como um caminho com diferentes
etapas cujo termo tem o duplo sentido de fim duma etapa e começo de outra
nova. Por isto o termo duma etapa pode ser considerado como fim intermédio.
Estes fins intermédios podem ser considerados como objectivos. Os objectivos
nos vão a permitir o fim total. O objectivo pode-se definir como o fim concreto ou
imediato duma actividade específica. Do ponto de vista operativo é um fim
susceptível de avaliação. Por isso é preciso uma definição clara dos objectivos
como base para planificar e programar o trabalho.
5. Etapas da programação
§ Conteúdos
§ Actividades
§ Material didáctico
§ Tempo
§ Local
Trabalho docente:
Motivação
Informação
Ajuda pessoal
Aplicação das provas de controlo: prever o tempo que será necessário para aplicar
as provas e o momento do processo.
6.Taxonomia de objectivos
1. CONHECIMENTO
DEFINIÇÃO O aluno irá recordar o reconhecer informação específica (factos,
acontecimentos, datas, nomes, símbolos, teorias, definições e outros), ideias, e
princípios na forma (aproximada) em que foram aprendidos.
Objectivos da instrução
Conhece princípios
AMOSTRA DE VERBOS
2. COMPREENSÃO
Objectivos da instrução
Compreende factos e princípios.
3. APLICAÇÃO
Objectivos da instrução
4. ANÁLISE
Objectivos da instrução
DEFINIÇÃO O aluno cria, integra e combina ideias, num produto, plano ou proposta,
novos para ele. O aluno faz alguma coisa original
Objectivos da instrução
Escreve uma narração breve, criativa (ou um poema ou uma composição musical)
AMOSTRA DE DESEMPENHOS
6. AVALIAÇÃO
Objectivos da instrução
Síntese
Avaliação
Análise
Aplicação
Compreensão
Conhecimento
Em cada caso fica claro o que os alunos podem “saber” sobre o tópico ou matéria
em diferentes níveis. Embora muitos testes elaborados por professores ainda
verifiquem aspectos relativos aos níveis mais baixos da taxonomia, a pesquisa
mostra que os alunos lembram-se mais quando aprenderam a abordar um tópico
desde o nível mais elevado da taxonomia. Isso acontece porque, nos níveis
superiores, exige-se mais elaboração, um princípio de aprendizagem baseado em
descobertas desde a teoria de aprendizagem ancorada na abordagem do processo
de informação.
7. Os meios
Todo o bom professor prepara as lições para que estas dêem o fruto apetecido, e
isto é o que também se faz em relação aos meios.
O universal meio de educação que destaca com particular relevo sobre o resto é o
exercício, a actividade, o trabalho dos mesmos alunos. Dentro dum conceito de
educação personalizada o trabalho que os alunos podem realizar sem a ajuda ou
com a ajuda mínima do professor deve ter preferência. Assim a primeira pergunta
que nos devemos fazer é seta: Quais são os objectivos que o aluno pode
conseguir por si só, ou com uma mínima ajuda? A segunda questão seria: que
objectivos exigem a relação aluno-professor? E, por último, que objectivos
requerem especial motivação, preparação, explanação ou outra actividade por
parte de um professor ou pessoa competente? A resposta a estas três perguntas
nos levará a procurar diferentes meios. Uns em relação à motivação, outros em
relação ao material, e outros sobre o tempo e o espaço.
8. A avaliação
Objectivo geral:
Dias
Conteúdo
Métodos-Actividades
Material
Avaliação
AVALIAÇÃO
Trabalho pessoal: Elaborar uma lista de objectivos (2 por nível) para uma unidade
temática a escolher (Tema, classe, etc)
É preciso ter em conta que a finalidade não pode ser confundida com o objectivo.
A finalidade exprime os valores de um grupo social. A finalidade é última,
longínqua, pensada muitas vezes como ideal a tingir. Não desemboca numa acção
concreta e imediata. O objectivo geral diz respeito ao resultado final de uma
formação. É preciso definir objectivos específicos e intermédios que apontem para
a consecução do objectivo geral. E definir bem os objectivos importa
decisivamente sobre os resultados do processo ensino-aprendizagem.
Construir indica a realização de um conceito pela reunião das partes num todo
independente. Pretendem traduzir essa acção os seguintes verbos: edificar,
desenhar, formular, preparar, fazer e sintetizar.
I Nível
II Nível
Objectivos Gerais
Favorecer uma atmosfera em que reine a justiça como princípio fundamental para
a vida social.
3. Objectivos específicos
5ª Classe
6ª Classe
Tomar consciência dos seus direitos e deveres perante alei máxima do País a
Constituição.
Interiorizar que o progresso e o engrandecimento da Pátria dependem das
actividade cívicas e do esforço de cada cidadão.
Tomar consciência que o ser humano através do seu comportamento e zelo cívico,
será detentor da paz, alegria, amor, fraternidade para o bem da Nação.
7ª Classe
8ª Classe
Além destes objectivos específicos, cada Unidade Temática vem determinada por
outros objectivos de tipo operativo como veremos a seguir para a 5ª Classe:
5ª
Classe
A sociedade,
Os direitos e deveres do
cidadão
A minha Pátria,
O trabalho como fonte de progresso
Demonstrar atitudes de respeito para com a Pátria sejam elas de carácter moral
ou cívico.
Considerando que estes Programas não são definitivos, pois a Educação Moral
e Cívica em Angola forma parte do currículo escolar desde há bem pouco tempo,
convém reflectirmos um pouco mais sobre os mesmos objectivos de Educação
Moral e Cívica.
Quadro 1
Hábitos bons
Conhecimento próprio
Conhecimento da realidade
Atitude crítica
Pessoa LIVRE
FELIZ E SOLIDÁRIA
Quadro 2
SITUAÇÃO
Cognitivo
Conhecer
Compreender
Confrontar
Julgar
JUÍZO MORAL
CAPACIDADE CRÍTICA
PERSONALIDADE MORALMENTE FORMADA
Afectivo
Sensibilizar-se
Apreciar
Desejar
Escolher
Optar
Comprometer-se
VALORES
Volitivo
Agir
Habituar-se
ACTO MORAL
HÁBITO MORAL
ATITUDE MORAL
4. Desenho curricular de Educação moral. Objectivos gerais
Conhecer e estar familiarizado com toda aquela informação que tenha uma
relevância moral.
Reconhecer e assimilar aqueles valores universalmente desejáveis.
Com o facto de conhecer e estar familiarizado com toda aquela informação que
tenha relevância moral se pretende facilitar a aquisição dum conjunto de
conhecimentos que uma pessoa moralmente madura deveria possuir.
Referimo-nos, por uma parte, a documentos que têm um evidente conteúdo moral
e são amplamente aceites a Declaração Universal dos Direitos Humanos é um
exemplo básico -; ou, por outra parte, a certos conteúdos de valor presentes nas
leis mais importantes e amplamente aceites pela própria colectividade. Entende-
se também como incluído neste objectivo a obtenção dum conhecimento
suficiente em torno a certos conceitos de valor, termos morais, ou teorias
filosóficas destacadas.
Conhecimento das teorias, dos temas e dos métodos reflexivos da ética: Este
apartado de conteúdos conceptuais apresenta uma selecção das reflexões éticas
elaboradas pela Filosofia. Trata-se, em primeiro lugar, de analisar alguns aspectos
básicos do pensamento ético. Paralelamente, pretende-se transmitir também o
reconhecimento e a valorização do espírito crítico e reflexivo que sempre animou e
impulsionou a Filosofia. Para conseguí-lo, junto com a apresentação de conteúdos
filosóficos e da valorização do método reflexivo e crítico com que foram
elaborados, fomentar-se-á também a reflexão pessoal, adaptada à idade dos
alunos a propósito de temas básicos do pensamento ético.
Os Métodos de Ensino
1ª Parte
1.Definição
A palavra método vem do grego methodos que significa caminho ou
processo racional para atingir um dado fim. Agir com um dado método supõe uma
prévia análise dos objectivos que se pretendem atingir, as situações a enfrentar,
assim como dos recursos e o tempo disponíveis, e por último das várias
alternativas possíveis. Trata-se pois, de uma acção planeada, baseada num quadro
de procedimentos sistematizados e previamente conhecidos.
O método não diz respeito aos vários saberes que são transmitidos,
mas sim, ao modo como se realiza a transmissão.
Verbais (Dizer)
Intuitivos (Mostrar)
Activos (Fazer)
Exposição
Explicação
Diálogo
Debates
Conferência
Painel
Interrogação
Demonstração
Audiovisuais
Textos escritos
Estudo de Casos
Psicodramas
Role-Play
Simulação de jogos
Métodos Verbais
A transmissão oral dos saberes, continua a ser a mais clássica. A sua enorme
diversidade decorre obviamente da própria multiplicidade de formas a que
podemos recorrer para expor ou interrogar os alunos sobre um dado tema. Tem a
vantagem de poder ser utilizado para um grande número de pessoas, domínio da
programação e a possibilidade de seguir um programa previamente estabelecido.
Mas a participação dos educandos é reduzida.
Métodos Intuitivos
Métodos Activos
Deve desenvolver, não apenas a sua formação intelectual, mas também as suas
aptidões manuais, assim como a sua energia criadora (educação integral);
A matéria de ensino deve ser organizada de uma forma que produza um efeito
global na formação do aluno (ensino global);
As características do saber;
4.Técnicas
Pode fazer-se ainda uma distinção entre método e modelo operativo técnico
(técnica).
Técnicas adequadas
Philps 6x6
Díade
Grupos de cochicho
Times de observação
Grupos pequenos
Grupos de observação
Tempestade cerebral
Expressar opiniões
Pergunta cerebral
Painel
Apresentar diversos aspectos do mesmo problema, fornecendo informação
Simpósio
Debate
Painel de oposição
Estudo de casos
Dramatização
Seminário
Diálogos sucessivos
Aprender fazendo
Oficina ou laboratório
(Workshop)
DÍADE. Consiste num trabalho dois a dois. Chama-se também binas. É diferente do
cochicho, porque neste os dois não se levantam da cadeira onde estão num grupo
maior. Falam com o do alado, sob indicação do orientador.
Cada grupo recebe uma tarefa diferente para discutir. Segue-se a estratégia da
alínea 1)
A
A
D
TEMPESTADE CEREBRAL. Fundamenta-se no plano de captar ideias em estado
nascente, antes de serem submetidas a esquemas rígidos e fechados. Os
participantes devem gerar ideias com toda a liberdade de espírito. Há uma técnica
que é fazer a mesma pergunta circularmente. É a pergunta circular. Outros nomes:
turbilhão de ideias, chuva de ideias ou “brainstorm”
SEMINÁRIO. O nome desta técnica vem de semente que deve ser uma ocasião
para semear ideias ou favorecer a sua germinação. Basicamente um seminário é
um grupo de pessoas que se reúnem com o propósito de estudar um tema sob a
direcção de um professor.
Para o trabalho pessoal sobre a unidade temática que deves trabalhar este ano:
Para conseguir os objectivos da Unidade temática que deves preparar, quais serão
os métodos que utilizarás? Explica o porquê.
Os Métodos de Ensino na
(2ª Parte)
Estratégias e técnicas de Educação Moral
Discussão do dilema: pode-se optar por realizar um comentário geral toda a turma,
expondo cada aluno as suas respostas e argumentos, ou realizar um processo de
discussão em pequenos grupos, passando, posteriormente, à discussão
generalizada com todo o grupo. Neste caso, o professor orientará os grupos para
que centrem a discussão, durante dez ou quinze minutos. No com flito proposto
pelo dilema. Antes de iniciar a discussão com toda a turma, um representante de
cada grupo resumirá o que foi discutido, os argumentos expostos no seu grupo.
Fim da actividade: pode propor-se aos alunos que reconsiderem a sua posição
inicial valorizando se experimentaram alguma modificação - , que encontrem
argumentos para defender a posição contrária à escolhida, que resumam as suas
posições, soluções e argumentos planeados, que exponham situações
semelhantes à do dilema, etc.
b) Diagnóstico de situações
Da mesma maneira que nos dilemas, apresenta-se uma situação real na qual o
protagonista tem um conflito de valores, mas neste caso já tomou uma decisão
sobre a situação problemática.
Com esta técnica tenta-se ajudar a pensar, analisar, criticar e julgar a realidade que
nos rodeia, tendo em conta diferentes elementos de análise. AO mesmo tempo,
pretende-se que os alunos formem critérios pessoais e emitam juízos de valor
estudando os diferentes níveis em que se move a pessoa e as diferentes
perspectivas desde as que é possível focalizar um mesmo acontecimento.
Alguns aspectos que o professor deverá ter em conta para desenvolver, de forma
acertada, estas actividades de diagnóstico de situações:
ö Organização dos alunos para realizar esta actividade: Embora este tipo de
actividades possa ser realizado individualmente, é de maior interesse e
enriquecimento a sua realização em pequenos grupos ou com toda a turma (esta
última forma é a mais utilizada nas primeiras idades, porque as crianças não têm
ainda a capacidade para trabalhar em grupo com suficiente autonomia e
coordenação). Os grupos têm que ser de quatro a seis pessoas. É importante
estabelecer algumas normas de trabalho, como, por exemplo, respeitar o princípio
de colaboração, a necessidade da participação de todos, o diálogo como elemento
necessário para chegar a um acordo, etc. Estabelecer-se-ão também funções entre
os diferentes membros do grupo (vogal, secretário, etc.)
a) Clarificação de valores:
O contributo dado por Raths, em 1966, surge num contexto histórico caracterizado
pela grande diversidade de valores, facto que origina nas jovens gerações,
conflitos e certa confusão sobre o que é correcto, justo ou adequado. Perante esta
desorientação, a clarificação de valores apresenta-se como um meio que permite
à pessoa integrar o pensamento, a afectividade e a acção.
O processo de valorização
Desde um ponto de vista evolutivo, a aplicação desta técnica está justificada pela
superação progressiva do egocentrismo que facilita entrar em contacto com
opiniões, sentimentos e interesses divergentes e diferentes dos próprios. Desta
maneira inicia-se o processo de construção do conhecimento social.
3ª Fase: Dramatização.
Ouvidas as duas impressões, inicia-se um processo de diálogo que deve ter como
objectivo fundamental aprofundar na clarificação do conflito, os sentimentos que
suscita, nos argumentos das perspectivas implicadas, nas consequências das
prováveis acções e na criação duma alternativa que supere as posições opostas.
Construção conceptual
Actualmente está-se a dar uma volta à cultura oral e à dos pequenos relatos,
difundida pela televisão, o rádio e os meios audiovisuais. Eles é que se
encarregam agora de repetir e transmitir os relatos míticos que ainda mantêm as
três fases originárias; expressão dalguma coisa maravilhosa que aconteceu,
recreação e colocação em vigor periódica daquilo que aconteceu e, finalmente, um
olhar ao mundo invisível que nos rodeia.. O relato simbólico, o conto ou a fábula, o
mito ou a lenda, têm um papel fundamental na educação religiosa, moral e cívica.
Representam um caminho de acesso “ao que está por trás das coisas”, o que se
designa como a dimensão profunda da realidade. Segundo Otto Betz, a fábula
constitui “o vestíbulo” da experiência religiosa. Nela se entretecem elementos de
religiosidade natural como a experiência da gratuidade e da salvação, o presságio
dum sentido fundamental da existência e, sobretudo, a descoberta de que a
realidade pode ser vista em transparência, não co mo uma sucessão de
fenómenos, mas como um tecido de nexos e de significados que permanece
oculto a quem não sabe ver no profundo e com o coração. _ “O essencial é
invisível aos olhos” dizia Saint Éxupéry na sua obra “O Pequeno Príncipe” Por
isso a fábula ou conto e o relato constituem uma via para a interiorização. A lenda
como já diz o seu nome, é um relato que requer “saber ler”; palavras e imagens
evocam a “outra dimensão”. Nesta óptica, uma lenda pode ser mais “verdadeira”
do que uma relação científica porque manifesta o que na experiência é mais
significativo na vida do homem. E uma fábula ou conto tem um lugar preferente na
educação para suscitar a sensibilidade religiosa e ajudar a afinar as antenas que
permitam rastejar os rasgos de altruísmo e de transcendência da vida quotidiana.
Por tudo isto é importante utilizar as narrações do tipo que forem na educação
religiosa, moral e cívica.
Funções do relato
Os relatos cumprem uma série de funções que têm muito que ver com os
objectivos propostos na educação:
10. O relato leva implícita uma mensagem que fica aberta a diversas
interpretações ou sublinhados possíveis: cada um tem que colaborar com a sua
experiência. Isto é fácil porque desperta nos ouvintes a identificação com as
personagens. No fim costumem ficar claras as diferentes atitudes, vivências e
reacções das personagens. Assim, os valores vão tomando corpo na criança
A Arte de narrar
É importante que o educador desenvolva a arte de narrar. Estas são algumas das
suas características:
o O bom narrador tem na cabeça o essencial que quer comunicar e está seguro
do seu desenvolvimento, da textura, das personagens e dos diálogos de modo que
não tenha dúvidas durante a narração.
A arte de trabalhar:
O relato não é a aula, é só o ponto de partida. Pela sua natureza coloca a aula
numa estrutura dialógica. O ponto de partida não é uma lição ou um sermão, mas
uma história que faz nascer nos ouvintes gestos verdadeiros e palavras
autênticas.
8. Os gestos e as palavras
A equivalência entre “o que agrada é que é bom; o que não agrada é mau”, é
insustentável. Ainda mais, numa situação como a nossa na qual todos tendemos
para o mais cómodo, o mais fácil, o que menos trabalho custa, os grandes valores
passam a um segundo plano porque incomodam, exigem compromisso, esforço,
denúncia. A presença dos gestos nas nossas aulas não são a única maneira, mas
é uma delas... com os seus riscos e com as suas vantagens. Por trás de cada
gesto há muitos momentos de reflexão pessoal e uma interrogação sobre a
vivência dos valores e direitos humanos.
A Educação moral e cívica deve procurar métodos através dos quais a pessoa
humana possa enfrentar as perguntas fundamenta os da sua vida e lê-las com
uma nova luz. As grandes perguntas da pessoa podem ter muitas leituras e muitas
respostas. Não todas as pessoas respondem da mesma maneira.
Toda a transmissão legal leva consigo uns gestos ou acções. Há que admitir que a
própria organização externa, a forma de fazer que se utiliza, é uma palavra que se
pronuncia. O visível do nosso funcionamento não é indiferente. Também anuncia
ou denuncia- a palavra estruturada nas formas externas. Há ocasiões em que
estas falam mais do que imaginamos. É importante que o educador realize ou
provoque gestos que vão intimamente unidos com a palavra que pronuncia como
palavra de novidade.
Gesto e dinâmica não são a mesma coisa. Dinâmica entende-se mais como uma
acção que prepara o terreno para outra realidade, de maneira que, entre a dinâmica
e o que se quer transmitir, há uma distância. Quando aqui falamos de gesto,
entendemos que, naquilo que se faz o gesto- e sem sair dele, há uma carga de
evocação da profundidade do ser humano e de abertura aos valores maiores que
formam uma unidade.
1. Jogos Educativos
O que são?
O jogo é uma actividade lúdica que tem em si mesma uma finalidade, com
independência das ocasiões em que se realize por um motivo extrínseco.
(Diccionario de las Ciencias de la Educación, 1998)
Características:
Como elaborá-los?
1. Jogo de regras
d) Regras para terminar o jogo (como ou quando se termina ex.: alguém ganha, o
material acaba, o final é marcado pelo tempo, etc.)
Modalidades
d) Mecánicas
Modalidades
c) Mecânicas
BIBLIOGRAFIA
Leif, J., Brunelle, L. (1978). La verdadera Naturaleza del Juego. Buenos Aires,
Argentina: Editorial Kapeluz.
TEMA 6
MEIOS DE ENSINO
1. Definição
Os conceitos de meios de ensino variam muito, sendo por vezes muito restritivos
e, em casos excessivamente abrangentes. Há os que consideram os meios de
ensino como meros instrumentos auxiliares do professor no processo de
ensino-aprendizagem. Tal concepção é restritiva porque a condição de
“instrumentos auxiliares” pressupões uma participação passiva da categoria meia
de ensino no conjunto do processo de ensino-aprendizagem. O desenvolvimento
dos meios pode promover mudanças substanciais no processo pedagógico como
um todo, e eles são, em muitos casos, absolutamente necessários para a
satisfação de determinados objectivos.
Por outro lado, designa “Meios de Ensino” aos “objetos materiales del trabajo
pedagógico docente, los portadores de información docente, destinados a ser
utilizados en el proceso docente-educativo” (POLAT 1989, p.189.
A pesar da omissão quanto aos aspectos formativos, e não apenas cognitivos, que
podem ser propiciados através do uso dos meios, alguns elementos novos são
aportados neste conceito. Ele resgata a importância dos sistemas simbólicos que,
muitas vezes, são parte essencial de determinados meios de ensino (porém, há
que se ressaltar que alguns meios não se manifestam através de um sistema
simbólico, como é o caso dos objectos naturais apresentados aos alunos na
classe) Mas a principal vantagem deste conceito é que ele introduz objectividade a
questão das funções que desempenham os meios de ensino no processo de
ensino aprendizagem. Almenara entende os meios como facilitadores da
“intervenção mediada sobre a realidade e a captação e compreensão da
informação” Ou seja, os meios, além de informar, podem possuir a qualidade de
suscitar no aluno a necessidade de uma intervenção na realidade pesquisada,
possibilitando, inclusive, uma revisão dos valores, conceitos ou normas que até
então presidiam a sua compreensão acerca de um determinado objecto ou
fenómeno.
1. Material visual
2. Material impresso
3. Audiovisual
4. Multimédia
5. Técnicas de dramatização
6. Dinâmicas e Técnicas participativas
7. Jogos educativos
Material Visual
a. Quadro preto
b. Rotafolhas
c. Acetatos
d. Franelógrafos
e. Modelos
f. Mapas
a. O Quadro preto
b. O Rotafolha
A letra deve ser grande, legível para que seja vista por todos os alunos. O tamanho
se calcula de acordo à distância da última pessoa para que esta possa ver o
rotafolha. Na primeira folha deve encontrar-se os pontos a tratar. As cores não
devem ser muitas nem muito claras. De acordo ao título e aos subtemas pode-se
utilizar a mesma cor. A informação escrita deve ser a importante e redigida de
maneira clara e concisa. Nunca de forma narrativa.
É eficaz pela sua facilidade para elaborá-lo, porque atrai a atenção dos alunos
pelas cores, porque não é caro e porque é prático. Como desvantagens temos que
não se pode saturar de informação, é frágil, e, por vezes requer muitas folhas o
qual não é bem apreciado pelos alunos.
c. Acetatos
Se utilizam para promover a utilização de outro meio visual dentro da aula, para
conseguir outras metas do ensino e que os alunos ponham mais atenção, para
incluir vários pontos dentro de um mesmo artigo e marcá-los, ou para que o
professor tenha o controlo da informação que se quer passar nesse momento, isto
é a pouco e pouco, para realizar algumas actividades de aprendizagem, ou
simplesmente como meio didáctico.
Como vantagens temos que se vê com facilidade o que se projecta no ecrã, ainda
que salões iluminados. O tamanho das imagens pode ser grande, se podem ter
preparadas com anterioridade, mostrá-las ao grupo no momento adequado e
retirá-las com rapidez uma vez que realizaram o seu papel. Podem levar cores. É
necessário um retro-projector, pontas de feltro especiais ou outros objectos para
escrever neles. A aula será mais visual do que verbal.
d. Flanelógrafo
O nome procede do material que se utiliza na sua elaboração e, pela sua extensão,
em placas de tecido de feltro ou velcro. A flanela é barata e fácil de conseguir, tem
a propriedade de que os troços dela se aderem entre si quando se pressiona
suavemente.
Pode servir para manipular uma exibição, para chamar mais atenção dos alunos e
pode ser utilizado com mais material. Além disto promove a interacção dos alunos
e materiais exibidos. Reforça a aprendizagem ao combinar as respostas visuais
com as verbais.
Para preparar um Flanelógrafo se pode utilizar tanto o feltro, a pana, a lixa... já que
se aderem ao Flanelógrafo sem necessidade de modificá-los.
Podem utilizar-se para suster coisas diversas que estarão a ser manipuladas,
agrupadas ou classificadas. Por exemplo: planos de organização, pautas de
tráfico, teorias económicas e matemáticas, estruturas gramaticais e factos
históricos. Como em toda aplicação de efeitos visuais, a imaginação criadora do
professor determinará a utilidade e a efectividade da técnica que se escolheu para
o ensino.
É barato o material que se requer para elaborá-lo. É um meio visual diferente aos
outros, desta maneira os alunos não se cansam do mesmo, da monotonia. Pode
ser de grande utilidade na sala de aulas.
e. Os Modelos
De acordo ao tema que se quer expor dá-se a liberdade de escolher o material para
a sua elaboração, mas não esquecendo que o modelo deve se aproximar o mais
possível à realidade.
Utilizam-se quando o tema a dar na aula se encontra fora do alcance pela sua
ubiquação, as suas dimensões, etc. e se quer que os alunos tenham
conhecimentos sobre ele.
Como vantagens, o aluno pode ter conhecimento sobre as coisas que estão fora
do seu alcance, pode se utilizar o material que queiramos, o tamanho não é
específico, atrai a atenção dos alunos, e se pode transportar facilmente.
É necessária a criatividade para que o tema seja claro para os alunos, o material
algumas vezes pode ser custoso. Precisa de tempo e dedicação para a sua
elaboração, mas também se podem adquirir já feitos.
f. Os Mapas
Quando se requer localizar algum lugar especial, ou para que os alunos tenham
alguma orientação, já que no nosso mundo de mobilidade cada vez maior, a gente
vê a necessidade de orientar-se, muitas vezes em lugares desconhecidos.
Para algumas pessoas é difícil ler um mapa, sobretudo quando este leva símbolos
pouco comuns. As projecções planas sempre são distorcidas já que o mundo não
é plano. Os símbolos não sempre significam o mesmo para as pessoas
Material Impresso
Podem ser elaboradas por uma só pessoa que tenha conhecimentos elementares
de desenho e podem-se multiplicar com fotocópias.
O uso de uma história aos quadradinhos como meio educativo é diversa, dado que
esta `pode ser num sentido informal, sem esquecer o seu objectivo claramente
definido; até o seu uso dentro da sala de aula para a discussão, a análise ou a
reflexão de certo conteúdo.
b. Contos ou fábulas
c. Áudio visual
Técnica auxiliar: O professor actua umas vezes como na técnica anterior e outras
confere aos meios a função de canalizar determinadas comunicações com valor
expressivo próprio.
d. Vídeo
É uma placa circular ou disco que recolhe informação sonora e visual ao mesmo
tempo, numa pista magnética e pode reproduzir-se mediante um magnetoscópio
ou equipo de vídeo num ecrã de televisão. Permite também a selecção e fixação
do conteúdo que se deseja, dentro do conjunto de informação gravada.
TEMA 7
§ Da Coerência;
§ Da Integração na Aprendizagem;
§ Do Carácter Positivo;
§ Da Diversidade;
§ Da Transparência.
b) Modalidades de Avaliação
A avaliação diagnóstica feita no início das aulas para verificar a situação real em
que o aluno se encontra com relação aos conteúdos básicos da disciplina em
causa. Serve de orientação para o professor, nunca é qualificativa nem
quantitativa.
§ Há, então, que proceder à elaboração e aperfeiçoamento dos itens que farão
parte de cada prova formativa, seleccionando os tipos de pergunta adequados aos
objectivos em vista e respeitando regras básicas de construção.
A avaliação formativa não é uma técnica, mas sobretudo uma atitude perante o
ensino/aprendizagem, que rejeita a ideia de uma avaliação apenas ao serviço da
identificação e contabilização dos erros para uma produção de hierarquias de
excelência. Esta atitude toma a avaliação como um momento privilegiado de
diálogo e trocas de saber sobre variados aspectos, tornando mais transparente a
relação pedagógica nas suas múltiplas dimensões, assim como clarifica as
“regras do jogo” garantindo assim o rigor e a objectividade da avaliação.
Alerta para matérias mais difíceis de assimilar, para estratégias que não foram
inteiramente eficazes ou para um tempo de aprendizagem que se revelou i n
suficiente, contribuindo deste modo para o aperfeiçoamento do ensino e o
sucesso na aprendizagem;
˜ Provas abertas
˜ Observação
Avaliação Formativa/
˜ Regulação pedagógica
˜ Explicitação/Apropriação de critérios
˜ Entrevista
˜ Provas
˜ (exame)
˜ Construção de atitudes,
O que acabamos de citar significa dizer, segundo o mesmo autor, que seriar os
resultados numa escala de valores não só desvirtuaria os progressos assinalados,
como fomentaria um sentido de competição incompatível com as finalidades e
objectivos propostos para a disciplina de Educação Moral e Cívica.
A par do que acabamos de referir, o(a) professor(a) deverá ter, sempre, presente
que cada aluno é uma individualidade na sala de aula e, ao longo do processo de
ensino-aprendizagem. Esta individualidade está subjacente às características
psicológicas e ao desenvolvimento moral de cada aluno, bem como a própria
socialização baseada nos princípios de educação familiar tornando-os diferentes e
com particularidades específicas. Por outro lado, há alunos que são mais
dinâmicos que outros; uns melhor comportados, etc. Mas isto não significa que
uns sejam mais inteligentes que outros e que sobretudo, os bem comportados
desenvolvam raciocínio orientados para a justiça social
Em Plenária
Debate alargado