Projeto de Lei - Código Tributário Municipal
Projeto de Lei - Código Tributário Municipal
Projeto de Lei - Código Tributário Municipal
LIVRO I
DAS NORMAS GERAIS
TÍTULO I
DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
CAPÍTULO I
DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Seção I
Das disposições gerais
Art. 2º Esta Lei destina-se às pessoas físicas e jurídicas, suas relações com o
Município em matéria fiscal e tributária, a competência e os poderes das autoridades
administrativas quanto à aplicação da Legislação Tributária, os direitos e obrigações
dos contribuintes, as imunidades e isenções.
Seção II
Competência Tributária
Art. 3º A atribuição constitucional de competência tributária compreende a
competência legislativa plena, ressalvadas as limitações contidas na Constituição
Federal, na Constituição Estadual e na Lei Orgânica do Município, observado o
disposto nesta Lei Complementar.
Parágrafo único. Os tributos cuja receita seja distribuída, no todo ou em parte, a outras
pessoas jurídicas de direito público pertencerá à competência legislativa daquela a
que tenham sido atribuídos.
Seção III
Do Lançamento Tributário
Art. 6º A revisão de lançamento somente poderá ser iniciada, enquanto não extinto o
direito da Fazenda Pública Municipal.
Seção IV
Da Atualização Monetária e Encargos Moratórios
Art. 7º Os débitos para com a Fazenda Pública Municipal, de qualquer natureza,
inclusive fiscais, atuais e futuros, incluídas as multas de qualquer espécie,
provenientes da impontualidade, total ou parcial, nos respectivos pagamentos, assim
como todos os valores apresentados nesta Lei Complementar, serão atualizados
monetariamente de acordo com a variação medida entre dezembro de um exercício
até novembro do exercício seguinte, do Índice Nacional de Preços ao Consumidor -
INPC do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, ou outro que venha
sucedê-lo.
§ 1º Para os fins do disposto no caput deste artigo a Secretaria Municipal de Finanças
ficará autorizada a divulgar o procedimento para a atualização monetária, baseando-
se, para o seu cálculo, nas respectivas normas regulamentares.
§ 2º A multa de mora incidirá sobre o valor integral do crédito atualizado
monetariamente.
§ 3º Os juros de mora serão calculados à razão de 1% (um por cento) ao mês ou
fração, sobre o montante do débito atualizado, a partir do dia seguinte ao vencimento
do tributo.
Art. 9º O valor do depósito, se devolvido por terem sido julgados procedentes, será
atualizado monetariamente em consonância com a disposição do art. 6º, quando o
depósito for realizado na esfera administrativa.
Art. 10 A falta de pagamento de qualquer tributo previsto nesta Lei Complementar, nos
vencimentos fixados nos avisos de lançamento ou através de regulamento, exceto
quando expressamente determinado de forma diversa, sujeitará o sujeito passivo ou o
responsável:
I - Se o pagamento ocorrer em até 120 (cento e vinte dias) de seu vencimento, multa
moratória de 0,0834 % (zero vírgula zero oito três quatro por cento) ao dia, sobre o
valor do tributo devido, incidindo inclusive sobre a atualização monetária que for
aplicada;
II - Se o pagamento ocorrer após 120 (cento e vinte dias) de seu vencimento, multa
moratória de 10% (dez por cento) sobre o valor do tributo devido, incidindo, inclusive
sobre a atualização monetária que for aplicada;
III - A cobrança de juros moratórios à razão 1% (um por cento) ao mês, incidentes
sobre o valor do débito atualizado monetariamente, a partir do dia seguinte ao do
vencimento.
§ 1º A multa prevista nos incisos I e II deste artigo será aplicada, sem prejuízo de
pagamento do imposto devido.
§ 2º Inscrita ou ajuizada a dívida, serão devidas ainda, custas, honorários e demais
despesas, na forma da legislação
§ 3º Entende-se por valor originário o que corresponda ao débito decorrente de tributo,
excluindo a atualização monetária, juros e multa de mora.
Art. 12 As multas, incidentes sobre os créditos tributários vencidos e não pagos, serão
calculadas em função dos tributos atualizados.
Parágrafo único. As multas devidas, não proporcionais ao valor do tributo, serão
também atualizadas.
Art. 13 A cobrança dos débitos inscritos na Dívida Ativa far-se-á com os acréscimos
previstos no art. 10 da seguinte forma:
I - Quando amigável, os acréscimos serão apurados até a data do pagamento à
Fazenda Pública;
II - Quando judicial, os acréscimos serão "contados" até a data do efetivo pagamento
ou depósito em Juízo, à disposição da Fazenda Pública Municipal.
Seção V
Das Modalidades de Extinção do Crédito Tributário
Seção VI
Das Modalidades de Suspensão do Crédito Tributário
Seção VII
Do Parcelamento
Art. 20 Nos casos em que qualquer tributo municipal for pago parceladamente seu
valor será corrigido monetariamente.
Seção VIII
Das Modalidades de Exclusão do Crédito Tributário
Art. 25 A anistia, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada caso,
por despacho da autoridade administrativa, em requerimento com a qual o interessado
faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos
em Lei para sua concessão.
§ 1º O despacho referido neste artigo não gera direito adquirido, aplicando-se, quando
cabível, o disposto no art. 155 do Código Tributário Nacional - CTN.
§ 2º A forma de exclusão do crédito tributário é subordinada às normas gerais de
direito tributário disciplinadas no Código Tributário Nacional - CTN.
CAPÍTULO II
DAS OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
Seção I
Da Inscrição e do Cadastro Fiscal
Art. 26 Toda pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, deverá promover
sua inscrição no Cadastro de Contribuintes de quaisquer dos tributos municipais, para
cada um de seus estabelecimentos, seja matriz, filial, sucursal, agência, depósito,
escritório inclusive de contato, show room, posto de atendimento de qualquer
natureza, endereço de correspondência, endereço de terceiro onde atua
economicamente, ainda que temporariamente, inclusive condomínio edilício, obra de
construção civil ou qualquer outra, independente da denominação que vier a ser
adotada, mesmo que isenta ou imune de tributos, de acordo com as formalidades
fixadas em regulamento.
Parágrafo único. Aplica-se ao disposto no caput, quando cabível, o disposto no art.
127 do Código Tributário Nacional - CTN.
§ 1º O contribuinte, de que trata o caput, que estiver operando de forma irregular ao
disposto nesta Lei Complementar, terá o prazo compreendido de 48 hs (quarenta e
oito horas) à 05 (cinco) dias, contados da data da notificação, para regularizar sua
situação junto ao Cadastro Municipal.
§ 2º Aplica-se ao disposto neste artigo, quando cabível, as disposições do art. 127 do
Código Tributário Nacional - CTN.
TÍTULO II
DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
CAPÍTULO I
DA DÍVIDA ATIVA
CAPÍTULO II
DA CERTIDÃO NEGATIVA
Art. 33 A prova da quitação de determinado tributo será feita por certidão negativa,
expedida à vista de requerimento do interessado, que contenha todas as informações
necessárias à identificação de sua pessoa, domicílio fiscal e ramo de negócio ou
atividade, e indique o período a que se refere o pedido.
Art. 34 A certidão negativa será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida, tendo prazo de validade de 30 (trinta) dias e será disponibilizada
gratuitamente online.
Art. 36 Terá os mesmos efeitos de certidão negativa, a certidão positiva, com efeito,
de negativa, aquela que consigne a existência de créditos tributários não vencidos, em
curso de cobrança executiva, em que tenha sido efetivada a penhora ou cuja
exigibilidade esteja suspensa, nos termos da legislação vigente.
TÍTULO III
DO PROCEDIMENTO TRIBUTÁRIO
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Seção I
Da Ciência dos Atos e Decisões
Seção II
Da Notificação de Lançamento
Art. 42 A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo
e conterá, obrigatoriamente:
I - A qualificação do notificado e as características do imóvel, quando for o caso;
II - O valor do crédito tributário, sua natureza e o prazo para recolhimento e
impugnação;
III - A disposição legal infringida, sendo o caso, e o valor da penalidade;
IV – A assinatura ou chancela do servidor autorizado, com a indicação do seu cargo
ou função.
Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por
processo mecanográfico ou eletrônico.
CAPÍTULO II
DA FISCALIZAÇÃO
CAPÍTULO III
DO PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Seção I
Da Competência
Art. 52 Com o fim de obter elementos que lhe permitam verificar a exatidão das
declarações apresentadas pelos contribuintes e responsáveis e determinar com
precisão a natureza e o montante dos respectivos créditos tributários, o Fiscal
Tributário poderá:
I - Exigir a qualquer tempo à exibição de livros fiscais e comprovantes dos atos e
operações que possam constituir fatos geradores de obrigações tributárias;
II - Apreender documentos, livros, mídias, arquivos eletrônicos, equipamentos de
informática, notas e quaisquer outros papéis, fiscais ou não-fiscais, desde que
constituem prova material de infração à legislação tributária.
III - Requisitar o auxílio da força pública, ou solicitar ordem de autoridade judicial para
interditar o local onde será exercida atividade em caráter provisório, na hipótese de o
contribuinte não ter efetuado o pagamento antecipado do imposto estimado ou de
taxas obrigatórias, sendo que a liberação para o exercício da atividade condicionada
somente ocorrerá depois de sanada, na sua plenitude, a irregularidade apurada;
IV - Requisitar o auxílio da força pública, ou solicitar ordem de autoridade judicial para
efetuar inspeções ou o registro dos locais e estabelecimentos, assim como de objetos
ou livros dos contribuintes ou responsáveis, quando estes se opuserem ou criarem
obstáculos à realização da diligência ou nas hipóteses de indício de omissão de
receita, sonegação fiscal, cometimento de crime contra a ordem tributária;
V - Realizar diligência, com o intuito de apurar fatos geradores, verificar hipóteses de
incidências, identificar contribuintes ou responsáveis, determinar bases de cálculo,
alíquotas, efetuar lançamentos de tributos, fiscalizar o cumprimento de obrigações
tributárias principais e acessórias e aplicar sanções por infração de dispositivos legais;
VI - Efetuar auditoria em papéis, livros, arquivos eletrônicos ou quaisquer documentos
que estejam relacionados com o fato gerador do tributo, visando elaborar o
arbitramento ou a estimativa, ou apurar o crédito tributário;
VII - Manter plantão no local da prestação do serviço para apuração ou verificação
diária das atividades, durante determinado tempo, quando houver dúvida sobre a
exatidão do que será levantado ou declarado para os efeitos dos tributos municipais, o
contribuinte estiver sujeito a regime especial de fiscalização ou para apurar fato
gerador do tributo, em caso de omissão do sujeito passivo;
VIII - Arbitrar e estimar bases tributárias;
IX - Tomar depoimentos de terceiros vinculados ao fato gerador do tributo, para apurar
irregularidades ou verificar a veracidade das informações prestadas em relação ao
crédito tributário;
X - Notificar para comparecer às repartições da Fazenda Municipal o contribuinte ou
responsável;
XI - Autuar e impor penalidades;
XII - Incluir contribuinte no regime especial de fiscalização.
Seção II
Da Retenção de Bens e Documentos
Art. 54 Poderão ser retidas as coisas móveis, inclusive mercadorias, produtos, livros e
documentos, mídias, arquivos eletrônicos, equipamentos de informática, notas e
quaisquer outros papéis, fiscais ou não-fiscais, desde que, a critério do Fiscal
Tributário, possam constituir prova material de infração à Legislação Tributária.
Seção III
Do Arbitramento
Art. 61 O Fiscal Tributário arbitrará, sem prejuízo das penalidades cabíveis, a base de
cálculo do imposto:
§ 1º A base de cálculo do Imposto Sobre Serviços será arbitrada quando:
I - Ocorrer perda, extravio ou inutilização de documentos fiscais, inclusive recibos
provisórios;
II - Forem verificados registros fiscais inverossímeis, contraditórios ou que não
merecerem fé;
III - O contribuinte, depois de solicitado por escrito, recusar-se a exibir à fiscalização os
elementos necessários à comprovação do valor dos serviços prestados;
IV - Existirem atos qualificados em lei como crimes ou contravenções, ou, mesmo sem
essa qualificação, forem praticados com dolo, fraude ou simulação, atos esses
evidenciados pelo exame de declarações ou documentos fiscais ou contábeis exibidos
pelo contribuinte, ou por qualquer outro meio direto ou indireto de verificação;
V - Ocorrer prática de subfaturamento ou contratação de serviços por valores abaixo
dos preços de mercado;
VI - Houver flagrante insuficiência de imposto pago em comparação com o volume dos
serviços prestados;
VII - Forem constatados serviços prestados sem a determinação do preço ou,
reiteradamente, a título de cortesia;
VII - For apurado o exercício de qualquer atividade que constitua fato gerador do
imposto, sem se encontrar o sujeito passivo devidamente inscrito no Cadastro Fiscal.
§ 2º A base de cálculo do Imposto Predial e Territorial Urbano será arbitrada quando:
I - A coleta de dados necessários à fixação do valor venal do imóvel for impedida ou
dificultada pelo contribuinte;
II - Os imóveis se encontrarem fechados e os proprietários não forem encontrados.
§ 3º A base de cálculo do Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis - ITBI será
arbitrada quando a Fazenda Municipal não concordar com o valor declarado pelo
sujeito passivo, observado o disposto no artigo XXX deste Código.
Art. 63 Não concordando com os valores arbitrados, poderá o sujeito passivo requerer
a revisão mediante Processo Administrativo Tributário, em conformidade com os
prazos recursais e as formalidades estabelecidas neste Código.
Seção IV
Da Estimativa
Seção V
Do Regime Especial de Fiscalização
Subseção I
Do Auto de Infração
Subseção II
Do Auto de Interdição
Subseção III
Do Auto de Retenção
Subseção IV
Do Termo de Início e de Encerramento de Ação Fiscal
Art. 78 O Termo de Início de Ação Fiscal é o instrumento hábil para que o Fiscal
Tributário formalize os seguintes atos:
I - Inspecionar documentos, livros, arquivos eletrônicos ou não, pertinentes aos
tributos do município, no próprio estabelecimento do sujeito passivo;
II - Solicitar documentos ao sujeito passivo, relacionados ao fato gerador;
III - proceder à apuração do fato gerador do tributo no estabelecimento do sujeito
passivo, durante o tempo necessário.
§ 1º Para os efeitos deste artigo, equiparam-se a documentos os arquivos eletrônicos,
independentemente desses se encontrarem em mídias internas ou externas, ou
mesmo que devam ser produzidos mediante processamento de dados.
§ 2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, o prazo para apresentação de
quaisquer documentos solicitados pelo Fisco será de 15 (quinze) dias corridos,
contados no primeiro dia útil subsequente ao recebimento do Termo.
§ 3º O contribuinte, antes de decorrido o prazo para apresentação de documentos
solicitados, poderá solicitar sua prorrogação, que não poderá ser superior a 15
(quinze) dias contados a partir do término do prazo original.
§ 4º Caberá ao Fiscal Tributário conceder ou não prorrogação de prazo, levando em
consideração:
I - A complexidade da documentação solicitada;
II - A capacidade organizacional do contribuinte;
III - o eventual caráter meramente protelatório da solicitação.
§ 5º Ao final da fiscalização, será lavrado Termo de Encerramento de Ação Fiscal,
com o consequente relatório de atividades, em livro fiscal do contribuinte ou em termo
próprio.
§ 6º Em se tratando de denúncia espontânea, o contribuinte não será multado, desde
que regularize sua situação em um prazo máximo de 30 (trinta) dias, contados da
respectiva manifestação.
Subseção V
Da Notificação
Subseção VI
Do Acesso
CAPÍTULO IV
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO
Seção I
Dos Atos Iniciais
Art. 81 O Processo Administrativo Tributário é o meio pelo qual serão resolvidos as
questões controversas e os conflitos de natureza tributária entre o contribuinte e o
Município.
Seção II
Dos Prazos
Seção IV
Do Processo de Primeira Instância
Seção V
Do Julgamento em Primeira Instância
Art. 89 A decisão:
I - Será redigida com simplicidade e clareza;
II - Conterá o relato dos elementos e atos informadores, introdutórios e probatórios do
processo de forma resumida;
III - Arrolará os fundamentos de fato e de direito da decisão;
IV - Indicará os dispositivos legais aplicados;
V - Concluirá pela procedência ou improcedência do Auto de Infração ou da
reclamação contra lançamento ou de Ato Administrativo dele decorrente, ou da
cobrança de contribuição de melhoria, definindo expressamente os seus efeitos;
VI - Será comunicada ao contribuinte devidamente assinada pela Autoridade
Julgadora de Primeira Instância;
VII - Não está sujeita a pedido de reconsideração;
VIII - Não sendo proferida no prazo estabelecido, permitirá que a parte interessada
interponha recurso voluntário em Segunda Instância, respeitando os prazos recursais,
como se fora julgado procedente o Auto de Infração ou improcedente a reclamação
contra lançamento ou Ato Administrativo dele decorrente, cessando, com a
interposição do recurso, a jurisdição da autoridade julgadora de Primeira Instância.
Parágrafo único. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto ou os erros de
cálculo existentes na decisão poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do
interessado.
Seção VI
Do Recurso Voluntário para a Segunda Instância
Seção VIII
Do Julgamento em Segunda Instância
Art. 94 Caso o Recorrente não seja encontrado, o acórdão será afixado em local
público, na sede da Prefeitura de Campos de Júlio e publicado em Diário Oficial do
Município.
Art. 95 Não caberá recurso das decisões proferidas pelo Processo Administrativo de
Segunda Instância, cujas decisões são irrevogáveis.
Seção IX
Do Litígio
Seção X
Da Execução da Decisão Fiscal
Seção XI
Da Consulta
Art. 101 A consulta não suspende o prazo para recolhimento de tributo, retido na fonte
ou auto lançado, antes ou depois de sua apresentação, nem para entrega de
declaração de rendimentos ou cumprimento de outras obrigações acessórias.
Seção I
Dos Direitos
Art. 104 O contribuinte tem direito de gerir seu próprio negócio, sob o regime da livre
iniciativa, sendo vedada a divulgação, para qualquer fim, por parte da Fazenda Pública
ou de seus funcionários, de qualquer informação, obtida em razão do ofício, sobre a
situação econômica ou financeira dos sujeitos passivos ou de terceiros e sobre a
natureza e o estado dos seus negócios e atividades.
Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os casos previstos no Código
Tributário Nacional e os de requisição regular da autoridade judiciária no interesse da
justiça.
Art. 105 A Administração Municipal assegurará aos sujeitos passivos o pleno acesso
às informações acerca das normas tributárias e da interpretação que oficialmente lhes
atribua.
Parágrafo único. Em função do disposto neste artigo, o Poder Executivo deverá
divulgar através da internet, ou em publicações periódicas, a legislação tributária do
Município.
Art. 106 A Administração Pública não poderá impor ao contribuinte obrigações que
decorram de fatos alcançados pela prescrição, podendo realizar a baixa de ofício da
cobrança do crédito prescrito, sem prejuízo das responsabilidades funcionais.
Art. 107 O contribuinte, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados cadastrais à
qual não deu causa, poderá exigir sua imediata correção, sem quaisquer ônus,
devendo o órgão competente providenciá-la no prazo de 10 (dez) dias e comunicar a
alteração ao requerente no prazo de 30 (trinta) dias.
Art. 108 Os direitos previstos nesta Lei Complementar não excluem outros
decorrentes de tratados ou convenções, da legislação ordinária, de regulamentos
expedidos pelas autoridades competentes, bem como os que derivem da analogia,
dos costumes e dos princípios gerais do direito.
CAPÍTULO VI
DA RESPONSABILIDADE DOS AGENTES FISCAIS TRIBUTÁRIOS
Art. 109 O agente fiscal tributário que, em função do cargo exercido, tendo
conhecimento de infração à legislação tributária, deixar de lavrar e encaminhar o auto
de infração e imposição de multa competente será responsável, pecuniariamente, pelo
prejuízo causado à Fazenda Pública Municipal, desde que a omissão, por dolo, e a
responsabilidade, sejam apuradas enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública.
§ 1º Igualmente será responsável a autoridade ou servidor público que, dolosamente,
deixar de dar andamento aos processos administrativos tributários, ou quando o fizer
fora dos prazos estabelecidos, ou mandar arquivá-los antes de findos e sem causa
justificada e não fundamentado o despacho na legislação vigente à época da
determinação do arquivamento.
§ 2º A responsabilidade, no caso deste Capítulo, é pessoal e independente do cargo
ou função exercido, sem prejuízo de outras sanções administrativas e penais cabíveis
à espécie.
CAPITULO XI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 111 A expressão Fazenda Pública quando empregada nesta Lei Complementar,
sem qualificação, abrange a Fazenda Pública do Município.
Art. 112 Os prazos fixados nesta Lei Complementar ou na legislação tributária serão
contínuos, excluindo-se, na sua contagem, o dia de início e incluindo-se o do
vencimento.
Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na
repartição em que tramite o processo ou deva ser praticado o ato.
LIVRO II
DO SISTEMA TRIBUTÁRIO MUNICIPAL
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 113 Esta Lei Complementar dispõe sobre fatos geradores, contribuintes,
responsáveis, base de cálculo, alíquotas, lançamento e arrecadação de cada tributo,
disciplinando a aplicação de penalidades e a concessão de isenções.
Art. 115 Para serviços cuja natureza não comporte a cobrança de taxas serão
estabelecidos, pelo Executivo, preços e tarifas públicas não submetidas à disciplina
jurídica dos tributos.
TÍTULO II
DOS IMPOSTOS
CAPÍTULO I
DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA –
IPTU
Seção I
Do Fato Gerador e do Contribuinte
Art. 116 O imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana tem como fato
gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel localizado na zona
urbana do Município, observando-se o disposto no art. 116.
Parágrafo único. Considera-se ocorrido o fato gerador, para todos os efeitos legais, em
1º de janeiro de cada ano.
Art. 118 As zonas urbanas, para os efeitos deste imposto, são aquelas fixadas por lei,
nas quais existam pelo menos dois dos seguintes melhoramentos, construídos ou
mantidos pelo Poder Público:
I - Meio fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - Abastecimento de água;
III - Sistema de esgotos sanitários;
IV - Rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - Escolas de ensino fundamental ou unidades de saúde, a uma distância máxima de
03 (três) quilômetros do imóvel considerado.
Parágrafo único. São consideradas zonas urbanas as áreas urbanizáveis ou de
expansão urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes,
destinados à habitação, ao comércio, à indústria e aos serviços, mesmo que
localizados fora das zonas definidas no caput deste artigo.
Art. 120 O imposto não é devido pelos proprietários, titulares de domínio útil ou
possuidores, a qualquer título, de bem imóvel localizado na zona rural do Município,
ainda que possua edificações comerciais, industriais ou residenciais, cuja destinação
econômica seja exclusivamente agropecuária.
Art. 121 Os imóveis localizados na área rural, destinados à indústria e ao comércio,
terão a incidência deste imposto, desde que o seu solo não seja utilizado à exploração
agrícola, pecuária, extrativa vegetal, animal, mineral ou agro-industrial, mediante
comprovação fisco-contábil.
Parágrafo único. Em caso de solicitação de desmembramento de área rural, para
atividade comercial ou industrial, a incidência deste imposto somente poderá ser
afastada em caso de comprovação efetiva pelo contribuinte do não cumprimento do
caput e valerá somente para o exercício seguinte à comprovação.
Art. 122 O imposto não é devido pelos proprietários, titulares de domínio útil ou
possuidores, a qualquer título de imóvel que, tenha as dimensões de módulo rural,
mesmo localizado na zona urbana, e seja utilizado, comprovadamente, em exploração
extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial.
§ 1º A não incidência se limitará à área efetivamente utilizada nos fins indicados neste
artigo e à parcela eventualmente não utilizada estará sujeita ao imposto municipal.
§ 2º Para usufruir o benefício previsto neste artigo o contribuinte deverá:
I - Requerê-lo na forma do art. XXX;
II - Juntar ao requerimento:
a) cadastro de produtor rural do Município, cadastro de produtores rurais do Estado do
Mato Grosso, regulamentado pela Secretaria da Fazenda do Estado do Mato Grosso;
b) notas fiscais do produtor rural, referente à comercialização da produção do imóvel,
no exercício anterior ao requerimento, com volume compatível com a área;
c) pagamento do Imposto Territorial Rural.
Seção II
Da Base de Cálculo e da Alíquota
Art. 123 A base de cálculo do imposto é o valor venal do bem imóvel, que será
apurada aplicando-se as tabelas de valores constantes do Anexo I desta Lei
Complementar.
Parágrafo único. O valor venal do imóvel será determinado pela seguinte fórmula: VVI
= VT + VE, onde:
VVI = Valor Venal do Imóvel;
VT = Valor do Terreno;
VE = Valor da Edificação.
Art. 124 O valor do Terreno (VT) será obtido, aplicando-se a seguinte fórmula: VT =
AT x Vm²T, onde:
VT = Valor do Terreno;
AT = Área do Terreno;
Vm²T = Valor do metro Quadrado do Terreno.
§ 1º O valor do metro quadrado do terreno (Vm²T) será obtido através do Valor Base
do metro quadrado do terreno, no Município de Campos de Júlio, sendo que para cada
terreno o valor será corrigido com os dados constantes do Boletim do Cadastro
Imobiliário - BCI emitido pelo Setor de Cadastro da Prefeitura Municipal e será feito na
fórmula do parágrafo seguinte.
§ 2º O valor do metro quadrado do terreno (Vm²T), será obtido aplicando-se a fórmula:
Vm²T = Vm² base x LOC x S x P x T
100
onde:
Vm²T = Valor do metro quadrado do terreno;
x = Sinal de Multiplicação;
LOC = Fator de Localização
100
S = Fator Corretivo Situação;
P = Fator corretivo de Pedologia;
T = Fator Corretivo de Topografia.
§ 3º O valor base é um determinado valor em reais utilizado no cálculo de valores
unitários de terrenos obtidos a partir dos valores máximos e mínimos de metro
quadrado de terreno, encontrado na pesquisa de valores imobiliários do Município,
elaborados pela Coordenadoria de Tributação do Município.
§ 4º O valor base m² fica fixado em XXX (XXX) UR`s (Unidade de Referência) do
Município.
§ 5º O fator de localização consiste em um grau, variando de 01 a 64 (um a sessenta e
quatro) atribuído ao imóvel, expressando uma relação percentual entre o valor base do
Município e o valor do metro quadrado do terreno, obtido através da fórmula: FL =
Vm²Terreno x 100.
§ 6º O Fator Corretivo de Situação é estabelecido conforme segue:
I - Esquina 02 (duas) frentes: 1.10;
II - 01 (uma) Frente: 1.00;
II - Encravado/Vila: 1.00.
§ 7º O Fator Corretivo de Pedologia é estabelecido conforme abaixo especificado: VT
= AT x Vm²T, onde:
I - normal: 1.00;
II - alagado: 0.60;
III - inundável: 0.70;
IV - rochoso: 0.80;
V - arenoso: 0.90;
VI - combinação dos demais 0.80.
§ 8º Para estabelecer o Fator Corretivo de Topografia segue-se o estabelecido:
I - plano: 1.00;
II - aclive: 0.90;
III - declive: 0.90
IV - topografia Irregular: 0.80.
§ 9º O Valor do Terreno será dado pela obedecendo a fórmula
VT = Valor do Terreno;
AT = Área do Terreno;
Vm²T = Valor do Metro Quadrado de Terreno.
Art. 125 O valor da edificação (VE) será obtido aplicando-se a fórmula VE = AE x Vm²
E, onde:
VE = Valor da Edificação;
AE = Área da Edificação;
Vm²E = Valor do Metro Quadrado da Edificação.
§ 1º O valor do metro quadrado da edificação para casa, apartamento, telheiro,
galpão, indústria, loja ou especial serão obtidos através dos órgãos técnicos ligados a
construção civil, tomando-se o valor máximo do metro quadrado de cada tipo de
edificação em vigor para o Município e/ou região.
§ 2º Entende-se por especial, a que se refere o parágrafo anterior, os prédios
destinados às atividades escolares, cinemas, teatros, hospitais e supermercados.
§ 3º O valor máximo, a que se referem os parágrafos anteriores, será corrigido de
acordo com as características de cada edificação, levando-se em conta a categoria, o
estado de conservação e o subtipo.
§ 4º O valor do metro quadrado de edificação, referido nos parágrafos anteriores deste
artigo, será obtido aplicando-se a fórmula:
Vm² E = Vm² x CAT x C x ST |
100
onde:
Vm² E = Valor do metro quadrado de edificação;
CAT = Coeficiente corretivo da categoria;
100
C - Coeficiente corretivo da conservação;
ST - Coeficiente corretivo do subtipo de edificação.
§ 5º O valor do metro quadrado do tipo de edificação (VM²E) será obtido através da
Tabela II do Anexo I desta Lei Complementar.
§ 6º Não sendo editada nova planta de valores, a base de cálculo de que trata este
artigo será atualizada, anualmente, de acordo com disposto no art. 6º desta Lei
Complementar.
§ 7º Os critérios a serem utilizados para a apuração dos valores que servirão de base
de cálculo para o lançamento do imposto serão definidos em regulamento e as tabelas
estipuladas anualmente pelo Poder Executivo até o dia 31 de dezembro do exercício
anterior ao lançamento.
Art. 126 Ao valor venal obtido pelas fórmulas acima, se aplicam as alíquotas de:
I - 3% (três por cento) para os imóveis não edificados;
II - 2% (dois por cento) para imóveis não edificados, mas murado e/ou com passeio;
III - 0,5% (zero vírgula cinco por cento) para os imóveis edificados.
§ 1º Considera-se imóvel não edificado aquele cujo valor de construção não alcançar a
20ª (vigésima) parte do valor venal do respectivo terreno, à exceção daquele de uso
próprio, exclusivamente residencial, cujo terreno, nos termos da legislação específica,
não seja divisível.
§ 2º Considera-se imóvel não edificado, os com edificações em demolição ou cuja
obra esteja paralisada, condenada ou em ruínas, e os imóveis em que houver
edificação considerada, a critério da administração, como inadequada, seja pela
dimensão, destino ou utilidade da mesma.
Art. 127 A categoria da edificação será determinada pela soma de pontos das
informações de edificação e equiparados a um percentual do valor máximo de metros
quadrados de edificação especificados na Tabela IV – Coeficiente de Conservação, do
Anexo I da presente Lei Complementar.
§ 1º O coeficiente corretivo de conservação, referido na sigla C, consiste em um grau
variando de 0,50 (zero vírgula cinquenta) a 1,00 (um), atribuído ao imóvel construído,
conforme seu estado de conservação.
§ 2º O Coeficiente Corretivo de Subtipo de Edificação, referido na sigla ST, consiste
em um grau variando de 0,70 (zero vírgula setenta) a 1,00 (um), atribuído ao imóvel de
acordo com o tipo de construção e sua posição situada
de construção e fachada.
I - posição é coeficiente corretivo, que consiste em um grau variando de 0,60 (zero
vírgula sessenta) a 1,00 (um), atribuído ao imóvel, conforme sua vizinhança;
II - situação da construção é um coeficiente corretivo que consiste em um grau,
variando de 0,60 (zero vírgula sessenta) a 1,00 (um), atribuído ao imóvel construído
conforme sua situação de frente e/ou fundos;
III - fachada é o coeficiente corretivo que consiste em um grau de 0,60 (zero vírgula
sessenta) a 1,00 (um), atribuído ao imóvel construído conforme seu alinhamento em
relação ao limite do lote com o logradouro.
§ 3º O Coeficiente de Subtipo será obtido conforme disposto na Tabela V - Tabela de
Subtipo, do Anexo I da presente Lei Complementar.
Seção III
Da Inscrição
Art. 128
Atenciosamente,