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RESUMO
Com a crescente demanda por transmissão de dados em banda larga baseados em vídeos de
alta resolução, voz sobre IP, dados de telefonia móvel e redes metro ethernet as operadoras de
telecomunicações são impulsionadas a ofertarem cada vez mais larguras de banda para seus
clientes, atendendo a necessidade desse mercado. Desde então, tecnologias que otimizam a
transmissão de dados vêm sendo desenvolvidas e empregadas ao longo dos anos, resultando
em constante evolução em termos de eficiência espectral. Por esse motivo, este trabalho tem
por objetivo discutir e simular o funcionamento de uma dessas tecnologias, chamada de
DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing). Essa tecnologia tem como princípio a
multiplexação de comprimentos de onda, espaçadas em grades fixas ou flexíveis de acordo
com a recomendação do ITU G.694.1 (International Telecommunication Union), que
possibilita através de um mesmo meio físico, no caso a fibra óptica, multiplicar essa largura
de banda pelos vários comprimentos de onda multiplexados, aumentando a capacidade do
sistema.
1
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Academia - UniAcademia, como
requisito parcial para a conclusão do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica.
2
Graduando em Engenharia Elétrica pelo Centro Universitário Academia - UniAcademia.
3
Professor do curso de Engenharia Elétrica do Centro Universitário Academia - UniAcademia.
2
1 INTRODUÇÃO
Fonte: (PIRES,2013)
A Tabela 1 mostra uma parte da grade de frequência espaçada em 12.5 GHz, 25 GHz,
50 GHz e 100 GHz respectivamente e o comprimento de onda central nominal aproximado
em nm. O mínimo espaçamento entre canais é limitado por interferência intersimbólica entre
os canais.
𝛽
𝒏𝑺 = ∆𝑣𝑐ℎ , (1)
em que 𝜷 é a taxa de bits por canal e ∆𝒗𝒄𝒉 é o espaçamento entre canais em unidades de
frequência (AGRAWAL, 2014).
Neste capítulo serão abordados com mais detalhes os componentes ativos e passivos
fundamentais que integram um sistema DWDM.
2.2 TRANSCEPTORES
No DWDM o sinal transmitido deve possuir uma estreita largura espectral e por isso o
sistema opera com diodos lasers, pois são mais próximos de uma fonte óptica ideal. O diodo
laser DFB (Distributed Feedback Laser) cumpre esse requisito e por essa razão é amplamente
utilizado em sistemas ópticos multicanais. Como podemos ver na Figura 5, o DFB possui
adjacente a sua região ativa uma grade de difração periódica, chamada de refletor de Bragg,
que possui período igual ao comprimento de onda que deseja ser refletido, transmitindo
somente um único modo longitudinal e suprimindo os outros modos que se encontram fora de
fase, por interferência destrutiva (AZADEH, 2009).
O espectro de saída do laser DFB é mostrado na Figura 6, onde existe uma relação de
potência entre o pico do modo principal e o pico de maior ordem do modo suprimido (SMSR
- Side Mode Suppression Ratio) (AZADEH, 2009).
2.2.2 Fotodetector
O receptor óptico tem a função de converter o sinal óptico de volta à forma elétrica.
Para isso é necessário que o receptor possua alta sensibilidade, resposta rápida, baixo ruído,
baixo custo e principalmente alta confiabilidade, como no caso dos fotodetectores PIN e
Avalanche (AGRAWAL, 2014).
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Psaida( dBm )
OSNR( dB ) = (2).
Ruído( dB )
Onde, Psaída (dBm) é a potência óptica em dBm na saída do amplificador EDFA que é calculada
pela Equação 3, sendo G o ganho do amplificador EDFA.
O amplificador Raman, não possui tanto ganho quanto ao EDFA, porém sua principal
vantagem se resume a figura de ruído que é muito baixa. Em casos onde ainda é necessário
obter ganho do sinal sem exceder a OSNR já existente (normalmente na recepção do sinal),
esse amplificador é adicionado junto ao EDFA, podendo chegar a ganhos adicionais na ordem
de 20 dB (CHOMYCZ, 2009).
3.1.1 Atenuação
𝑑𝐵 10 𝑃𝑠𝑎í𝑑𝑎 𝑁𝑝
𝛼( ) = − 𝑙𝑜𝑔10 ( ) = 4.343𝛼 ( ). (5)
𝐾𝑚 𝐿 𝑃𝑒𝑛𝑡𝑟𝑎𝑑𝑎 𝑘𝑚
O pulso óptico não é estreito o suficiente ao ponto de se ter apenas uma componente
espectral, ou seja, existem diferentes frequências em um mesmo pulso. A dispersão cromática,
também chamada de dispersão de velocidade de grupo ocorre devido ao alargamento do pulso
óptico quando este percorre grandes distâncias dentro da fibra. Isso se deve ao fato de que
cada componente espectral viaja em velocidades diferentes, e por isso não chegam
simultaneamente ao final da fibra, resultando no alargamento temporal do pulso (GIOZZA,
1991). Esse efeito pode ser visto na Figura 13, que mostra o sinal na entrada de largura dada
como Tb, que após ser transmitido na fibra óptica, sofre o efeito da dispersão cromática,
caracterizando o sinal de saída Tb+Δτ.
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Quanto maior a largura espectral da fonte óptica, como no caso dos lasers a LED,
maior será esse espalhamento. Por essa razão se justifica o uso de diodo laser DFB, cuja
largura espectral é menor que 1 nm, em enlaces ópticos (KEISER, 2014). Conhecendo o
coeficiente de dispersão da fibra, podemos estimar o tempo de propagação de um determinado
pulso conforme Equação (6),
τ = DBL (6 ).
Laser 1 Fotodetector 1
Laser 3 Fotodetector 3
Fonte: Autor.
Os cálculos das perdas nas fibras ópticas, ganho dos amplificadores e sensibilidade de
detecção de potência óptica nos fotodetectores devem ser estimados antes da implantação de
um enlace óptico ou uma rede DWDM. Estes cálculos são conhecidos como balanço de
potência que verificam se o projeto atenderá os requisitos mínimos de performance do enlace
tais como, OSNR, taxa de erro e perdas de pacotes de dados. Para alcançar os valores
mínimos de performance do projeto devemos estabelecer um limite mínimo de aceitação do
enlace que seguirá os cálculos de balanço de potência. Neste trabalho vamos focar nos dois
principais fatores que são dispersão cromática e atenuação que degradam a performance.
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Tabela 3: Valores máximos e mínimos de Dispersão Cromática para cada comprimento de onda.
Fonte: Autor.
O valor de dispersão cromática calculado é elevado para redes de dados com taxa de
10 Gbps com valor máximo de dispersão cromática de 738 ps/nm ou redes SDH STM 256
com taxas de 40 Gbps que suportam uma máxima dispersão cromática de 73.5 ps/nm (FOA,
2021). Para solucionarmos este problema pode-se utilizar um compensador de dispersão
cromática DCM (Dispersion Cromatic Dispersion) ou criar uma estação de regeneração de
sinais no meio do enlace dividindo o valor da dispersão cromática pela metade.
Como a distância total do enlace será dividido em dois lances de fibra óptica de 75 Km
separados por um amplificador, para a fibra óptica G.655 (NZDSF) operando na janela de
1550 nm, podemos considerar uma atenuação média de 0,27 dB/km, portanto a atenuação na
fibra óptica será,
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No projeto do enlace óptico também deve-se ficar atento ao valor da figura de ruído de
cada amplificador óptico do enlace, pois quanto maior o valor da figura de ruído menor será a
OSNR entregue na recepção do fotodetector. Para este trabalho será considerado um valor de
5 dB por amplificador e o valor da OSNR é calculado pela Equação (7).
onde PTX é a potência entregue pelo amplificador óptico em dBm, Lfo é a atenuação da fibra
óptica por Km no enlace em dB, FN é a figura de ruído em dB, Gripple é o valor do ripple
gerado pelo amplificador com valor típico de 1 dB e OSNRpenalidades é devido a penalidades
como dispersão cromática e polaridade com valor típico de 2 dB. Para o enlace proposto na
Figura 14 foi adotado como premissa que cada EDFA vai injetar uma potência de +1 dBm na
fibra óptica. Assim o ganho de cada EDFA será configurado de acordo com a potência
entregue pelo Ideal Mux e pela atenuação de cada enlace Óptico. Após os cálculos de
atenuação, podemos calcular a OSNR para cada enlace de fibra óptica divididos em 75 Km
cada enlace utilizando a Equação (7).
Na simulação realizada na próxima seção espera-se uma OSNR de pelo menos 30.75
dB em todos os oito canais da rede óptica DWDM.
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Esta seção analisa os dados obtidos na simulação da rede DWDM pelo software
Optisystem.
Na Figura 16 a medida em Signal Power mostra que na saída do Ideal Mux temos uma
perda de inserção variando de -2.71 a -2.79 dB nos oito canais, um ruído (Noise Power)
variando de -32.29 a -34.72 dB o que equivale a uma OSNR variando de 29.55 dB a 31.93
dB. O valor da OSNR é calculado pela diferença Signal Power (dBm) - (- Noise Power
(dBm)).
A Figura 18 mostra a potência óptica recebida medida pelo WDM Analyser 2 após o
sinal óptico percorrer 75 Km onde observamos uma potência óptica recebida variando entre -
18.9 e -19.9 dBm comprovando que o cálculo de atenuação desenvolvido na seção 4.2.2 está
bem próximo do valor simulado. Observamos também que a OSNR se manteve no patamar de
50 dB nos oito canais.
Por fim, o último analisador WDM Analyser 5 mostra a potência óptica entregue ao
WDM Demux. O ganho do amplificador EDFA (Optical Amplifier_2), configurado com 20.5
dB, também foi ajustado de forma a entregar uma potência óptica de +1 dBm ao WDM
Demux. A Figura 21 mostra os valores finais de potência medido (Signal Power), Noise
Power e OSNR que também ficou dentro do valor mínimo calculado. Na Figura 21, a OSNR
final medida e entregue ao WDM Demux é a OSNR cumulativa de todo o enlace onde cada
amplificador óptico EDFA foi configurado com uma figura de ruído de 5 dB além do ruído da
fibra óptica nos dois enlaces. O valor da OSNR ficou no limiar do valor mínimo calculado de
30.75 dB, sendo o pior caso a OSNR do comprimento de onda 193.4 com um valor de 0.3 dB
pior que o calculado.
5 CONCLUSÃO
ABSTRACT
With the growing demand for broadband data transmission based on high resolution videos,
voice over IP, mobile phone data and metro Ethernet networks as telecommunications
operators are driven to offer more and more bandwidth to their customers, serving the need of
that market. Since then, technologies that optimize data transmission have been developed
and used over the years, constantly evolving in terms of spectral efficiency. For this reason,
this work aims to discuss and simulate the operation of one of these technologies, called
DWDM (Dense Wavelength Division Multiplexing). This technology has as its principle the
multiplexing of wavelengths, spaced in fixed or flexible notes, according to the
recommendation of ITU G.694.1 (International Telecommunications Union), which makes it
possible through the same physical medium, in this case optical fiber, multiplying this
bandwidth by the multiple multiplexed wavelengths increases system capacity.
REFERÊNCIAS
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Elsevier Editora Ltda, 2014.
CHOMYCZ, Bob. Planning Fiber Optic Networks. 1. ed. United States: The McGraw-Hill
Companies, 2009.
FOA. Fiber Characterization Testing For Long Haul, High Speed Fiber Optic Networks.
Disponível em: <https://www.thefoa.org/tech/ref/testing/test/CD_PMD.html>. Acesso em: 29
nov. 2021.
GUSMASTE, Ashwin and ANTONY, Tony. DWDM Network Designs and Engineering
Solutions. 1. Ed. Cisco Press, 2002.
KAISER, W. et al. Static and dynamic properties of laterally coupled DFB lasers based on
InAs=InP QDash structures. ELECTRONICS LETTERS, Germany, v. 41, n. 14, p. 808-
810, jul./2005. Disponível em: <https://digital-
library.theiet.org/content/journals/10.1049/el_20051160>. Acesso em: 1 jul. 2021.
KEISER, Gerd. Comunicações por fibra ópticas. 4. ed. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda,
2014.
RIBEIRO, José Antônio Justino. COMUNICAÇÕES ÓPTICAS. 4. Ed. São Paulo, SP:
Editora Érica, 2015.