Produção de Concreto de Cimento Geopolimérico Com Substituição Parcial Do Metacaulim Por Escória de Alto Forno
Produção de Concreto de Cimento Geopolimérico Com Substituição Parcial Do Metacaulim Por Escória de Alto Forno
Produção de Concreto de Cimento Geopolimérico Com Substituição Parcial Do Metacaulim Por Escória de Alto Forno
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
3
Engenheiro Civil, Mestre em Engenharia Civil, Professor, Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Estado do Pará, IFPA/Belém, Brasil.
4
Engenheiro de Materiais, PhD em Engenharia e Ciência dos Materiais, Professor, Programa de Pós-
graduação em Engenharia de Materiais/Departamento de Engenharia mecânica e Materiais, Instituto Militar
de Engenharia (IME), Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil.
5
Químico industrial, Doutor em Ciência dos Materiais, Professor Adjunto I, Faculdade de Engenharia de
Materiais, Universidade Federal do Pará (UFPA), Ananindeua-PA, Brasil.
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
1 INTRODUÇÃO
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
potássio (KOH), silicato de sódio (Na2SiO3) e silicato de potássio (K2SiO3), são
usados para ativar materiais de aluminossilicatos [9]. As Escórias de Alto Forno
(EAF) é um resíduo que se formam pela fusão das impurezas do minério de ferro,
juntamente com a adição de fundentes (calcário e dolomita) e as cinzas do coque. A
escória fundida é uma massa que, por sua insolubilidade e menor densidade,
sobrenada no ferro gusa e é conduzida por canais, até o lugar de resfriamento de
acordo com a empresa Arcellor Mittal [10]. Em que é granulada durante o processo
de resfriamento brusco e posteriormente moída. As propriedades físico-químicas da
escória granulada de alto-forno a tornam um material de grande utilização tanto para
o cimento Portland quanto para o geopolímero.
Neste trabalho, foram realizados ensaios de Resistencia à compressão tanto
para o Concreto de Cimento Geopolimérico (CCG) quanto para o Concreto de
Cimento Portland (CCP). O procedimento para caracterização dos materiais, mistura
e moldagem, bem como as rupturas dos corpos-de-prova, foram realizados de
acordo com as prescrições normativas e procedimentos usuais utilizados para o
Concreto à base de cimento Portland. A microscopia eletrônica de varredura foi
realizada nas superfícies de fratura dos concretos. Este trabalho teve como objetivo
principal promover o estudo de Concreto de Cimento Geopolimérico, usando as
matérias-primas, o Metacaulim como principal fonte de aluminossilicato, com
substituição de resíduos de Escória de Alto forno como fonte principal de Cálcio,
bem como sua comparação com o Concreto de Cimento Portland.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
(d) (e)
Figura 2. Materiais para o CCG: (a) MKL, (b) EAF(c) solução de KOH e SS, (d) areia, (e) brita 0.
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
2.1 Metodologia
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
Tabela 2. Características do CCP
Características do concreto Consumo
Cimento (kg/m3) 459
Areia (kg/m3) 897
Brita (kg/m3) 831
Relação a/c 0,42
Abatimento (mm) 80
2.5 Confecção dos corpos de prova cilíndricos
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
a origem e o estado de limpeza da areia influenciam nas principais características da
argamassa [14].
No Gráfico da Figura 4 apresenta a resistência à compressão por percentual
aplicado de areia.
40
Compressão (MPa)
35
Resistência à
30
25
20
15
10
5
0
29% 59% 69% 81%
7 dias 26,084 26,49 35,662 21,246
Percentual de Areia (%)
MKL
Areia
Areia
Matriz Microfissuras
RII Poros
Vazios
Areia
(a) (b)
Figura 5. Análise de micrografia da Argamassa 69% de areia (MEV): (a) micrografia da superfície
externa CP (1000x); (b) micrografia da superfície interna do CP (1000X).
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
(compacta e amorfa), sem formação de fases distintas, comparando com o Portland
que apresenta mais de uma fase [11]. Na figura 5a apresenta a superfície externa do
corpo de prova, por possuir um processo de cura mais intenso, evidenciando assim
uma matriz homogênea e compacta, sem formação de outras fases, apresentando
uma Região Interfacial (RI) da matriz e agregado com boa adesão sem nenhuma
fissura nesta região. A Figura 5b, apresenta a superfície interna da argamassa,
contendo pequenos vazios e poros, apresentando também partículas de metacaulim
(MKL) não reagido podendo ser explicado pelo processo de mistura, não sendo
suficiente para solubilizar todas partículas sólidas, também apresenta microfissuras
que já eram esperadas devido ao ensaio de compressão. As argamassas
geopoliméricas à base de escória granulada de alto-forno apresentam menor
porosidade que a argamassa de cimento Portland [16].
Diante dos estudos preliminares, onde a avaliação foi realizada com ensaios
de compressão e microscopia, foi possível observar que o percentual de escória de
Alto forno com 45% [11] e o percentual encontrado nesse estudo foi de 69% de
areia, como mostrada na Figura 4 para resistência, foram os percentuais ideais
usados para a matéria-prima, para a dosagem do Concreto de Cimento
Geopolimérico prescritos na Tabela 1.
40
35
30
25
(MPa)
20
15
10
5
0
CCP CCG
7 dias 44,33 (± 0,99) 42,23 (± 0,35)
Idade (dia)
Figura 6. Relação entre a resistência compressão com idade de 7 dias
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
Verifica-se que o resultado médio obtido na Tabela 3 e no Gráfico da Figura 6
para a referida mistura de CCG foi de 42,23 MPa, indicando que este atendeu às
especificações normativas, para concreto de alta resistência inicial. Os resultados de
resistência a compressão, mostram que na idade de 7 dias o Concreto de Cimento
Geopolimérico apresenta desempenho mecânico similar ao desempenho do
Concreto de Cimento Portland.
Fazendo relação com a água de amassamento (abatimento de tronco de
cone) (Tabela 1), no concreto a água é um ingrediente necessário para as reações
de hidratação do cimento, agindo como o agente que dá a plasticidade aos
componentes da mistura do concreto [17]. Pode-se dizer, que está diretamente
ligada com o resultado de resistência à compressão do CCG com 110 ±10 mm, por
se apresentar consistente e não tão fluida, havendo boa coesão entre os elementos,
permitindo o controle da trabalhabilidade do concreto geopolimérico, sendo está
superior ao do CCP que se apresentou com menor fluidez, com 80 ±10mm.
Quando há grande dissolução do metacaulim com a escória de alto forno,
favorece a geopolimerização. A grande quantidade de sílica e óxido de cálcio, se
apresentou superior ou igual à de óxido de alumínio presente na formulação. Os
cátions Ca+2 estabilizam a cadeia, e neutralizam as cargas negativas de dois
alumínios de uma só vez, densificando as estruturas geopoliméricas. Fazendo o
cálcio desempenhar um notável aumento da resistência mecânica [5].
Vazios
Agregado
Microfissura
Agregados
Pasta RI
(a) (b)
Vazios
MKL
Pasta
Microfissura
(c) (d)
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
Figura 7. Micrografias das superfícies do concreto CCG com 7 dias. (a) Aumento de 100X (b)
Aumento de 1000X (c) Aumento de 5000x (d) EDS.
Areia
Porosidade
Vazios
Pasta
(a) (b)
Vazios
C-S-H
Etringita
(c) (d)
Figura 8. Micrografias das superfícies do concreto CCP com 7 dias. (a) Aumento de 100X (b)
Aumento de 1000X (c) Aumento de 10.000x e (d) EDS
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
de volume, dando origem a poros, cujo volume é da ordem de 28% do volume total
do gel. A estrutura interna do concreto se apresenta bastante heterogênea,
adquirindo formas de retículos espaciais de gel endurecido (cristais), de grãos de
agregados graúdos e miúdos de várias dimensões, envoltos por grandes
quantidades de poros e capilares, que são portadores de água e por ar aprisionado
no concreto [18].
Verifica-se na Figura 8c a formação de outras duas fases, possivelmente
Etringitas que são produtos da hidratação de aluminatos que se formam nas
primeiras horas de hidratação, estes são cristais que fragilizam o concreto, os quais
são porosos e com baixas resistências. Há formação também de cristais de C-S-H
que são estruturas fibrilares, indicada na micrografia, que tem a composição C=CaO,
S=SiO2 e H=H2O, estes apresentam excelentes resistências mecânicas e químicas
dentro do CCP, a morfologia dos seus cristais dependem das condições de cura
[19,20].
A Figura 8d (EDS), expõe os picos principais dos elementos presentes na
superfície do CCP, sendo evidenciados o Silício com 49,18%, Calcio com 20,23%. A
presença maior do cálcio, comparado ao CCG, pode justificar a sua instabilidade e
fragilidade, por ter mais fases contendo cálcio.
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.
Instituto de Geociências e Engenharias, Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará,
Marabá, 2014.
6 Pereira, D. S. T., Silva, F. J., Porto, A.B., Monteiro, S. N., Candido, V. S., Silva, A. C. R., Análise
Microestrutural entre o concreto geopolimérico e concreto Portland. 72º congress annual da
ABM. ISSN 2594-5327. Vol 72 – 2017
7 Bigno, I. C. Geopolímeros à base de resíduos agrícolas e agroindustriais. Tese (Doutorado)-
Curso de Doutorado em Ciência dos Materiais, Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro,
2008:p.280.
8 Santos, P.S. Tecnologia de argilas aplicada às argilas brasileiras. Fundamentos. São Paulo:
Editora Edgard Blücher LTDA, 1975. V. 1. 340 p.
9 AZIMI, E. A., ABDULLAH, M. M., MING, L. Y., YONG, H. C., HUSSIN, K., & AZIZ, I.H.
Processing and Properties of Geopolymers of Geopolymers as Thermal Insulanting Materails: A
Review. Reviws on Advanced Materials Science, Vol. 44 - Nº 3, 273-285, 06 de AGOSTO de
2016.
10 AcelorMittal Tubarão. Escória Granulada de Alto-Forno [acesso em 25 mar. 2019]. Disponível
em: http://tubarao.arcelormittal.com/produtos/coprodutos/escoria-granulada-alto-forno/index.asp
11 PORTO, A. B. R., Candido, V. S., Monteiro, S. N., Silva, A. C. R. Estudo das propriedades
termomecânicas de geopolimeros produzidos a partir de metacaulim. p. 864-872. In: 73º
Congresso Anual da ABM, São Paulo, 2018. ISSN: 2594-5327, DOI 10.5151/1516-392X-31513.
12 SILVA, A. C. R., Compósitos geopolimérico com fibra de carbono para reforço de estruturas de
concreto. Tese de Doutorado em Ciência dos Materiais - Instituto Militar de Engenharia, Rio de
Janeiro, 2011.
13 HELENE, P.R.L.; TERZIAN, P. Manual de Dosagem e Controle do Concreto. 1993. 349p. 1 ed.
São Paulo: Pini, 1993.
14 CUNHA, M. J. M. Durabilidade de Geopolímeros Monofásicos. 2013. Tese de Mestrado, Escola
de Engenharia. Universidade do Minho. Braga. 2013.
15 ARAUJO L., MEET L. B. R., LABRICHA A. J., SENFF L. Desenvolvimento de Geopolimeros a
partir de residuos de construção como agregado. 8º Forum Internacional de Residuos Solidos.
Curitiba – PR. 2017.
16 Souza, L. G. Geopolímeros à base de resíduos Industriais. Tese de Doutorado em Ciência dos
Materiais - Instituto Militar de Engenharia, Rio de Janeiro, 2005.
17 MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto Estrutura, Propriedades e Materiais. Ed.:PINI.
ISBN.: 85-7266-040-2. Português, p. 573. 1994.
18 SILVA, A. C. R., Comportamento do concreto geopolimérico para pavimentação sob
carregamento cíclico. Dissertação de Mestrado em Ciência dos Materiais - Instituto Militar de
Engenharia, Rio de Janeiro, 2006.
19 MEDEIROS, M. Materiais de Construção I Material de aula: Grupo de docentes – Materiais de
Construção - Departamento de Construção Civil – UFPR - Acesso em 04/05/2019
http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/e/e2/EstruturaInternaMarcelo.pdf.
20 SILVA, A. C. R., “Concreto geopolimérico para pavimento: uma alternativa ecológica para a
indústria do cimento”, Seminário sobre a indústria e o meio ambiente, Instituto Militar de
Engenharia, http://transportes.ime.eb.br Rio de Janeiro, 2006b.
* Contribuição técnica ao 74º Congresso Anual da ABM – Internacional, parte integrante da ABM
Week 2019, realizada de 01 a 03 de outubro de 2019, São Paulo, SP, Brasil.