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Artigo submetido ao Curso de Engenharia Civil da UNESC – como

requisito parcial para obtenção do Título de Engenheiro Civil

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ESTUDO DO EFEITO DA ALTA TEMPERATURA NAS PROPRIEDADES DO
CONCRETO GEOPOLIMÉRICO COM ADIÇAO DE ALUMINA

Gabriel Benincá (1), Daiane dos Santos da Silva Godinho (2);

UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense


(1) gabriel_beninka@hotmail.com, (2) dss@unesc.net

RESUMO

A minimização dos impactos ambientais tem mobilizado a sociedade, em grande


escala, na busca de conceitos sustentáveis. Diante deste contexto diversos
pesquisadores buscam novos elementos para diminuir este impacto. Uma alternativa,
amplamente estudada nas últimas décadas, consiste no cimento geopolimérico, que
é um cimento polimérico inorgânico, também conhecido como polissialato. A presente
pesquisa visou analisar o comportamento térmico de concretos geopoliméricos com
adição de óxido de alumínio. As amostras foram submetidas à temperatura de 800ºC
e geraram comparação com amostras que estiveram dispostas à temperatura
ambiente, e então foram submetidas ao ensaio de Compressão Axial, Modulo de
Elasticidade, Tração por Compressão Diametral para avaliar o comportamento
mecânico dos corpos de prova. Para avaliar as alterações que a temperatura gerou
na microestrutura do concreto, os mesmos foram sujeitos ao ensaio de
Termogravimetria e difração de Raio X. Para a Resistência à Compressão Axial as
amostras de concreto geopolimérico com adição de alumina mostraram uma redução
de 51% quando submetidas a temperatura de 800ºC. Quanto a Resistência à Tração
por Compressão Diametral, as amostras expostas à alta temperatura sofreram uma
redução de 68,21%. Para o Módulo de Elasticidade também se percebeu uma redução
de 81,62% para as amostras expostas a alta temperatura. Quanto ao ensaio de
Termogravimetria os resultados obtidos indicam que ainda existem reações para
ocorrer entre os ativadores alcalinos e o metacaulim, e pode estar associada há essas
reações a baixa resistência obtida do concreto geopolimérico. Os resultados obtidos
indicam que ainda existem reações para ocorrer entre os ativadores alcalinos e o
metacaulim, e pode estar associada há essas reações a baixa resistência obtida do
concreto geopolimérico

Palavras-chave: geopolimérico, altas temperaturas, óxido de alumínio.


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1 INTRODUÇÃO

Com o objetivo de minimizar os danos ambientais causados pelo crescimento da


construção civil, pesquisadores vem buscando alternativas de soluções voltadas para
a preservação ambiental. Segundo o WBCSD (World Business Council for Sustainable
Development, 2009), o cimento Portland é o segundo material mais utilizado do
mundo, ficando atrás apenas da água, e é de extrema importância para a economia
mundial. Porém, é um elemento que necessita de uma alta quantidade de energia
para produção, e durante este processo ocorre uma grande emissão de gases CO2.
Estima-se que a indústria cimenteira contribui com 5 a 7% de emissão de CO2 na
atmosfera.
Uma alternativa ao cimento Portland, amplamente estudada nas últimas décadas,
consiste no cimento geopolimérico, que é um cimento polimérico inorgânico, também
conhecido como polissialato. Esse composto apresenta características particulares
que revelam o seu grande potencial de aplicação como aglomerante em substituição
total ou parcial ao cimento Portland convencional. O termo geopolímero foi criado por
Davidovits em 1979, para designar uma classe de materiais obtidos por ativação
alcalina de precursores à base de silicatos e aluminatos. A fim de se aliar o baixo custo
com a questão da preservação ambiental, muitos estudos vêm sendo desenvolvidos
para incorporar diversos produtos em pastas de cimento, como por exemplo: resíduos
industriais e argilominerais (vermiculita, bentonita e diatomita), reduzindo assim o
custo final do produto, além da melhoria das propriedades da pasta.
De acordo com vários pesquisadores, os materiais obtidos por ativação alcalina são,
em geral, mais resistentes do ponto de vista mecânico e apresentam maior
durabilidade. Quanto ao aspecto de poluição ambiental relacionada à sua fabricação,
é considerada ecologicamente mais correta, pois emite à atmosfera uma quantidade
significativamente menor, quando comparada ao cimento Portland.. Considerado de
alto desempenho, tem encontrado aplicações estruturais e refratárias.
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Devido a essas características físico-químicas, os geopolímeros garantem
propriedades de destaque no estado fresco como: boa trabalhabilidade, boa
coesão e acabamento superficial, o que resulta em um ganho rápido de
resistência mecânica e dureza superficial (PINTO, 2006).

Porém, estudos demonstram que as propriedades dos geopolímeros podem ser


afetadas por uma pequena alteração na quantidade de Si e Al disponíveis na reação.
Com a adição de Al2O3 pode-se esperar um ajuste médio na relação Si/Al no processo
final. Além disso, menores razões Si/Al resultam em geopolímeros com maior área
superficial (HUANG; MINFANG, 2011). As diferentes formas de síntese dos
geopolímeros são baseadas nas composições molares entre os compostos reagentes,
que influenciam diretamente nas propriedades do produto final obtido, tais como o teor
de umidade, tempo e temperatura. Portanto, uma compreensão completa da
reatividade das matérias primas ativadas alcalinamente é importante, principalmente
para determinação das composições iniciais de síntese do geopolímero para alcançar
as propriedades desejadas (SILVA et al., 2007).
A partir das observações na literatura de dados sobre a influência da adição de
alumina em corpos geopoliméricos este trabalho teve como objetivo avaliar o
comportamento térmico de concretos geopoliméricos com adição de alumina,
analisando as propriedades mecânicas e microestruturais de um concreto
geopoliméricos com adição de óxido de alumínio (Al2O3). Contribuindo assim para o
desenvolvimento de novos materiais de construção, mais eficientes e com menor
impacto ambiental.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

Neste capítulo, são descritos os materiais e métodos para produzir o concreto


geopolimérico com a adição de alumina na composição, para avaliar o efeito da
temperatura nas propriedades mecânicas e microestruturais, e realizar os ensaios
para caracterização das amostras. Assim foi elaborado um planejamento
experimental, no qual foi dividido nas seguintes etapas mostradas na Figura 01:
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Figura 01 – Etapas da pesquisa.

• Determinação dos materiais.


Etapa 1

• Síntese do concreto geopolímerico, moldagem e exposição dos


moldes à alta temperatura
Etapa 3

• Realização dos ensaios e caracterização mecânica e


microestrutural
Etapa 4

• Análise dos resultados


Etapa 5

Fonte: Do autor, 2018.

2.1 Materiais

2.1.1 Metacaulim

Para obtenção do metacaulim, foi necessário realizar a calcinação do caulim. Para


isso o material precisou ser colocado no interior de uma mufla até atingir a temperatura
de 900ºC e mantido na mesma temperatura por 1 hora, para que depois fosse
resfriado. O caulim e o metacaulim posteriormente obtido para o desenvolvimento da
pesquisa foi submetido ao ensaio de DRX para analisar a sua estrutura previamente
ao início da mistura. Os dados obtidos no ensaio são apresentados nas Figuras 02 e
03:
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Figura 02: Análise DRX caulim

Fonte: Autor, 2018.

Figura 03: Análise DRX metacaulim

Fonte: Autor, 2018.


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O pico ilustrado próximo ao deg de 27 da figura 03 mostra que há uma grande
quantidade de quartzo na amostra, mas os materiais se mantem amorfo em relação
aos outros picos. Também é demonstrado a presença da caulinita de formula Al2 H4
O9 Si2, em um total de 254 picos.

2.1.2 Ativadores Alcalinos

Optou-se pelo uso de ativadores compostos com hidróxido de sódio (NaOH) e silicato
de sódio (Na2SiO3), por esses serem de menor custo e mais comumente utilizados. O
Hidróxido de sódio utilizado e disposto em formas de escamas e com 99% de pureza.
A composição química do Silicato de sódio é apresentada na Tabela 01:

Tabela 01 – Propriedades químicas do silicato de sódio


Elemento Descrição
SiO2 27 – 30%
Na2O 8,0 – 8,7%
H2O 65,1 – 62,3%
Aspecto Liquido viscoso, incolor
Fórmula Na2O. 3,3 SiO2.nH20
Módulo de Sílica 3,1
Densidade 1,370 – 1,400 g/cm3
Viscosidade a 25º 70 – 200 cps
Fonte: Oregon Química, 2018

2.1.3 Óxido de Alumínio

A alumina Hydrogard GP utilizada na pesquisa foi obtida da Alcoa Corporation, é um


tipo de hidróxido de alumínio, desenvolvido especificamente para ser incorporado em
sistemas poliméricos como retardante de chama e supressor de fumaça, servindo
simultaneamente como material de enchimento, em substituição às cargas minerais
convencionais. Na Tabela 02 estão dispostas as características químicas e físicas do
óxido de alumínio utilizado neste trabalho.
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Tabela 02 – Características Alumina
Características Típico
Análise Química
Al2O3 64,8
SiO2 0,02
Fe2O3 0,02
Na2O – Total 0,30
Umidade (100ºC) 0,2
Perda ao Fogo (300-1000ºC) 34,5
Insolúveis em Ácido 0,10
Análise Física
Densidade Solta (g/cm3) (1) 0,7
Densidade Compactada (g/cm3) (1) 1,3
Peso Específico (g/cm3) 2,42
Índice de Refração 1,57
Fonte: Alcoa Corporation.

2.1.4 Agregados

Quanto a utilização de agregados foi utilizada areia média como agregado miúdo, com
dimensão máxima de 2,4 mm e brita 0 como agregado graúdo com dimensão máxima
de 9,5 mm.

2.2 Métodos

A tabela 03 demonstra o traço utilizado neste trabalho. Foi pego como referência o
traço utilizado por Keller (2015), sendo adicionado a este 10% de alumina:

Tabela 03: Traço (10% Alumina)


Materiais Traço
Metacaulim 1
Silicato 1,2
Agregado Miúdo 3,8
Agregado Graúdo 1,2
Hidróxido 0,0899
Alumina 0,1
Fonte: Autor, 2018.
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2.2.1 Produção dos corpos de prova

As formas dos corpos de prova foram projetadas e executadas em pvc, de forma


manual, sendo utilizados canos de 50 mm e cortados em uma serra de bancada com
altura de 10 cm. Também foi feito um corte em cada cano do topo à base para facilitar
a desmoldagem do concreto, juntamente com a aplicação de desmoldante e então
encaixados em CAP (tampa) de esgoto de 50 mm.
Para fazer a mistura foi utilizado uma argamassadeira. Primeiramente, foi depositado
o silicato de sódio em uma bacia, e aos poucos foi sendo despejado o hidróxido de
sódio já fazendo uma pré-mistura dos mesmos. Passado um tempo da mistura, foi se
formando um gel e percebia-se que a mistura atingia uma temperatura na qual era
visível a evaporação do gel. Rapidamente foi despejado na argamassadeira o gel e
logo depois todo o metacaulim para não ocorrer perdas pela evaporação. Em seguida
foi colocado o óxido de alumínio gradativamente. Depois de a mistura ficar
homogênea foi sendo adicionado o agregado miúdo aos poucos, e logo depois o
agregado graúdo em pouca quantidade para não travar a argamassadeira. Após
perceber a homogeneidade da mistura, o concreto estava pronto. Foi feito a mistura,
que correspondeu a 36 corpos de prova.
Após o termino da mistura, foi utilizado uma concha metálica para fazer o enchimento
dos corpos de prova de forma manual. Os corpos de prova foram então colocados em
uma estufa a 60ºC por um período de 48 horas para receber uma pré-cura, retirados
da estufa após esse período e foram deixados à temperatura ambiente até atingirem
a idade para realização dos ensaios. Ao 25º dia, observou-se que os corpos de prova
ainda não apresentavam características que possibilitassem a realização dos ensaios,
pois a água permanecia em grande quantidade nos corpos de prova. Dessa forma,
optou-se por coloca-los novamente em estufa, por mais 7 dias, e após esse período
foi possível observar que as mesmas características se mantiveram. Então se fez
necessário fazer a desforma dos corpos de prova e coloca-los novamente em estufa
para que ao 42º dia, fosse possível realizar os ensaios.
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2.2.2 Aquecimento

Foram colocados 18 corpos de prova em uma mufla da marca Fortelab de modelo


ML1300 para aquecimento à 800ºC com uma taxa de aquecimento de 3ºC/min
conforme recomendação de Rilem TC129 MHT (2000 apud SILVA, 2009).

2.2.3 Compressão Axial

A Resistência de Compressão Axial foi obtida conforme especifica a norma ABNT


NBR 5739 (2018), ou seja, foi aplicado uma força axial sobre os corpos de prova até
o rompimento do mesmo. Para este ensaio foi utilizado uma prensa da marca EMIC,
modelo PC200CS com capacidade máxima para 2000KN que utiliza o software TESC.
Foram ensaiados 3 corpos de prova para cada temperatura de exposição (ambiente
e 800ºC).

2.2.4 Tração por Compressão Diametral

O ensaio de Tração por Compressão Diametral foi efetuado conforme a norma ABNT
NBR 7222 (2011). Para isso foram utilizadas hastes de madeira com dimensões de
10x0,7x0,3cm para serem presas sobre o corpo de prova, ao longo de seu
comprimento, para fazer a distribuição da carga em toda a superfície no ato do ensaio.
Foram ensaiados 3 corpos de prova para cada temperatura de exposição (ambiente
e 800ºC).

2.2.5 Módulo de Elasticidade

O ensaio de Módulo de Elasticidade foi efetuado de acordo com a norma ABNT NBR
8522 (2017). Foi utilizada uma prensa da marca EMIC, modelo PC200CS com auxílio
de um extensômetro eletrônico para analisar a deformação lenta que sofreram os
corpos de prova.
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2.2.6 Termogravimetria (TGA)

O ensaio TGA é uma técnica de analise destrutiva, na qual se monitora e analisa a


perda ou agregação de massa à amostra em função da temperatura ou do tempo em
um ambiente de temperatura e atmosfera controladas. Para realização do TGA, os
corpos de prova precisaram ser moídos e passados por uma peneira 200 mesh, que
tem aberturas de 0,075mm para serem dispostos ao ensaio. Os parâmetros para a
realização do ensaio foram em ambiente de ar sintético, taxa de aquecimento de
10ºC/min. e a temperatura variando de 25 a 1000ºC.

2.2.7 Difração de Raios-x (DRX)

O DRX é uma metodologia de caracterização estrutural de materiais, podendo ser


empregado para amostras sólidas na forma de pó. A técnica consiste na incidência da
radiação em uma amostra e na detecção dos fótons difratados, que constituem o feixe
difratado. O fenômeno da difração de raios-X ocorre nas direções de espalhamento
que satisfazem a Lei de Bragg (Equação 1). O objetivo do ensaio de DRX é verificar
as fases cristalinas presentes na amostra.

Equação 1:

nλ = 2dsenθ

Onde n é um número natural, λ é o comprimento de onda da radiação incidente, d é a


distância entre planos atômicos e θ é o ângulo de incidência em relação ao plano
considerado.
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3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1.1 Compressão Axial

Os resultados obtidos no ensaio de Compressão Axial estão dispostos na Figura 04:

Figura 04: Resultados – Compressão Axial.

18

16
Compressão Axial (MPa)

14 13,03

12

10

8
6,38
6

0
AMBIENTE 800ºC
Temperatura (ºC)

Fonte: Do autor, 2018.

É possível analisar uma perda média de 51% de resistência para a temperatura de


800ºC em relação a temperatura ambiente. A redução de resistência para a
temperatura de 800ºC pode ser associada ao fato da evaporação da água do CP, que
pode gerar tensões internas e criar fissuras no corpo de prova. Provis; Van Deventer
(2009) afirma que a evaporação de moléculas de água da estrutura reflete na
formação de defeitos estruturais, como porosidade e rachaduras. Conforme o estudo
feito por (Pan et al; (2010), apenas para temperaturas até 520ºC é que se pode
observar ganhos na resistência, o que se deve à característica refratária da alumina.
De acordo com a norma ABNT NBR 15200:2012, a Resistência a Compressão Axial
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para estruturas de concreto em situações de incêndio sofre uma redução de 72,50%
para a temperatura de 800ºC. Desta forma é possível observar que o concreto
geopolimérico com adição de alumina apresenta uma menor redução da resistência
em função da temperatura se comparado ao concreto de cimento Portland. Foi gerado
uma análise estatística de variância (ANOVA), das amostras com uma confiabilidade
de 97,50%, que indica que existem variações significativas na comparação das
amostras, e atesta que ao menos uma amostra é diferente estatisticamente.

3.1.2 Modulo de Elasticidade

Na Figura 05 fica expresso os resultados obtidos no ensaio de Módulo de Elasticidade:

Figura 05: Resultados – Módulo de Elasticidade.


18

16
Módulo de Elasticidade (GPa)

14

12 10,97

10

4
2,02
2

0
AMBIENTE 800ºC
Temperatura (ºC)

Fonte: Do autor, 2018.

Observa-se uma perda média de 81,58% de resistência para o concreto geopolimérico


submetido à temperatura de 800ºC em relação à temperatura ambiente. De acordo
com a norma ABNT NBR 15200:2012, o Módulo de Elasticidade para estruturas de
concreto de cimento Portland em situações de incêndio sofre uma redução de 93,00%
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para a temperatura de 800ºC. Foi gerado uma análise estatística de variância
(ANOVA), das amostras com uma confiabilidade de 98,40%, que indica que existem
variações significativas na comparação das amostras, e atesta que ao menos uma
amostra é diferente estatisticamente.

3.1.3 Tração por Compressão Diametral

A Figura 06 ilustra os resultados obtidos no ensaio de Tração por Compressão


Diametral:

Figura 06: Resultados: Tração por Compressão Diametral


6
Compressão DIametral (MPa)

3,85
4

2
1,21
1

0
AMBIENTE 800ºC
Temperatura (ºC)

Fonte: Do autor, 2018.

A média das resistências à Tração por Compressão Diametral do corpo de prova em


temperatura de 800ºC mostrou uma redução de 68,57% comparado ao concreto
geopolimérico submetido à temperatura ambiente. Este fato pode ter ocorrido pelo fato
de os corpos de prova submetidos à alta temperatura estarem porosos, com
microfissuras ou deformados. Foi gerado uma análise estatística de variância
(ANOVA), das amostras com uma confiabilidade de 99,88%, que indica que existem
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variações significativas na comparação das amostras, e atesta que ao menos uma
amostra é diferente estatisticamente.

3.1.4 Termogravimetria (TGA / DTA)

Os resultados obtidos dos ensaios de DTA / TGA feitos sobre a amostra em


temperatura ambiente do concreto geopolimérico com 10% de alumina estão
dispostos na Figura 07:

Figura 07: Resultados: Termogravimetria

Fonte: Do autor, 2018.

É possível observar uma perda gradual de massa inicial de 5%, para o intervalo de
temperatura de 20 à 250ºC, correspondente à água de hidratação do geopolímero.
Em 275ºC há brusca perda de massa de 3,05%, acompanhada de um pico
endotérmico no DSC a 300ºC. de 300 à 450ºC há nova perda gradual de massa de
1,8%. De 450 a 700ºC há novamente outra perda gradual de massa de 4,5%, que
manifesta uma nova desidratação no geopolímero, onde finalmente o material
estabiliza e não demonstra nova perda de massa até o final do ensaio. No DSC há
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reação endotérmica a 300ºC, que está associada a desidratação, e a 575ºC há um
pico endotérmico associado a inversão do quartzo de baixa para alta simetria,
relacionado ao agregado utilizado. Os resultados obtidos indicam que ainda existem
reações para ocorrer entre os ativadores alcalinos e o metacaulim, e pode estar
associada há essas reações a baixa resistência obtida do concreto geopolimérico, já
que o material precisou passar pela estufa para que a cura ocorresse, e mesmo
passando por esse processo, pode ser observado que a cura não estava completa.

3.1.5 Difração de Raios-x (DRX)

Fica ilustrado nas Figuras 08 e 09, os ensaios de DRX para as amostras em


temperatura ambiente e a 800ºC.

Figura 08: Ensaio DRX amostra em temperatura ambiente

Fonte: Do autor, 2018.


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Figura 09: Ensaio DRX amostra em temperatura de 800ºC

Fonte: Do autor, 2018.

Ambas as amostras demonstram a presença de Quartzo na formula O2Si. Apenas na


Figura 08, que corresponde a amostra em temperatura ambiente é que o ensaio
encontra a Gibbsita na formula AlH3O3, que é uma das formas minerais do hidróxido
de alumínio que foi utilizado no experimento, em um total de 430 picos. Já na segunda
amostra, o ensaio não encontrou a presença do mesmo elemento.

4 CONCLUSÕES

Diante do estudo realizado é possível concluir que resistência à Compressão


Axial reduziu 51% para as amostras que foram submetidas à temperatura de 800ºC
em relação as amostras de temperatura ambiente. Quanto ao ensaio de Tração por
Compressão Diametral, analisou-se que a alta temperatura a qual foi exposto o
material, foi responsável por criar poros, também microfissuras e deformar os corpos
de prova reduzindo assim a resistência em 68,57% em comparação com os de
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temperatura ambiente. No ensaio de módulo de elasticidade também se percebeu
uma redução de 81,58%. Quanto a analise microestrutural, o ensaio TGA / DTA
demonstrou que ainda existem reações químicas para ocorrer nos corpos de prova,
pois a cura do mesmo não foi totalmente concluída, o que poderia gerar um aumento
na resistência caso chegasse a uma cura ideal para o material. O ensaio DRX
demonstrou a presença de quartzo em ambas as amostras analisadas, porém pode
ser verificado que na amostra que foi disposta à alta temperatura, não foi encontrado
a Gibbsita, que foi encontrada na amostra de temperatura ambiente.

4.1 Sugestões para trabalhos futuros

 Utilização de outro tipo de forma para a produção dos corpos de prova


 Utilização de metacaulim comercial para refazer o experimento, analisando o
comportamento mecânico e microestrutural.
 Substituir a alumina refrataria pela alumina reativa.

REFERÊNCIAS

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Procedimento para moldagem e cura de corpos de prova. Rio de Janeiro, 2015.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5739: Concreto –


Ensaios de compressão de corpos de prova cilíndricos. Rio de Janeiro, 2018.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8522: Concreto -


Determinação dos módulos estáticos de elasticidade e de deformação e da
curva tensão deformação - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2017.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 7222: Argamassa e


concreto - Determinação da resistência à tração por compressão diametral de
corpos-de-prova cilíndricos - Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2011.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15200: Projeto de


estruturas de concreto em situação de incêndio – Procedimento. Rio de Janeiro,
2004.
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