PE, MCU e Custos e Custeio Por Absorção
PE, MCU e Custos e Custeio Por Absorção
PE, MCU e Custos e Custeio Por Absorção
da soja
Resumo:
A produção da soja é atividade de grande expressão no conjunto do agronegócio brasileiro, o qual propicia
ao Brasil ocupar o segundo lugar de produção no contexto mundial. Esta pesquisa, baseada em estudo
documental, busca verificar a importância do processo de apuração de custos na agricultura, com o intuito de
demonstrar a viabilidade e a rentabilidade da cultura da soja, através de um estudo realizado na Fazenda
São Paulo, localizada no Distrito de Deciolândia, Diamantino – MT. A análise envolve aspectos em relação
aos custos do ciclo produtivo da soja, destacando-se a relevância da gestão de custos e a importância de suas
informações para a tomada de decisão, pois a contabilidade com seus conceitos e definições é fator
indispensável na estruturação dos custos de produção, para mensuração, análise e controle. O estudo
também demonstra a real necessidade de operações no mercado futuro para o gerenciamento e redução de
riscos na comercialização da soja. Demonstram-se os resultados positivos através de métodos de análise de
custos, evidenciando a viabilidade e a rentabilidade obtida na cultura da soja, concluindo-se que o
conhecimento do comportamento dos custos é fator primordial para a administração e controle da
propriedade rural.
Resumo
A produção da soja é atividade de grande expressão no conjunto do agronegócio
brasileiro, o qual propicia ao Brasil ocupar o segundo lugar de produção no contexto
mundial. Esta pesquisa, baseada em estudo documental, busca verificar a importância
do processo de apuração de custos na agricultura, com o intuito de demonstrar a
viabilidade e a rentabilidade da cultura da soja, através de um estudo realizado na
Fazenda São Paulo, localizada no Distrito de Deciolândia, Diamantino – MT. A análise
envolve aspectos em relação aos custos do ciclo produtivo da soja, destacando-se a
relevância da gestão de custos e a importância de suas informações para a tomada de
decisão, pois a contabilidade com seus conceitos e definições é fator indispensável na
estruturação dos custos de produção, para mensuração, análise e controle. O estudo
também demonstra a real necessidade de operações no mercado futuro para o
gerenciamento e redução de riscos na comercialização da soja. Demonstram-se os
resultados positivos através de métodos de análise de custos, evidenciando a viabilidade
e a rentabilidade obtida na cultura da soja, concluindo-se que o conhecimento do
comportamento dos custos é fator primordial para a administração e controle da
propriedade rural.
Palavras chaves: Produção, Soja, Custos
Área Temática: Gestão Estratégica de Custos
Abstract
The soybean production activity is widespread in the whole of Brazilian agribusiness,
which provides in Brazil occupy the second place of production in the global context.
This research, based on desk study, aiming to check the importance of the process of
calculating costs in agriculture, in order to demonstrate the viability and profitability of
soybeans, through case study at Fazenda São Paulo, located in Deciolândia district,
Diamond – MT. The analysis involves aspects in relation to the cost of soybean
production cycle, commenting on the relevance of cost management and the importance
of information for decision making. Whit concepts and definitions is an essential factor
in the structuring of production costs for measurement, analysis and control. The study
also demonstrates the real need for operations in the future for the management and
reduction risks in the marketing of soybeans. Demonstrate the results through positive
methods of cost analysis, demonstrating the viability and profitability achieved in
soybeans and conclude that the knowledge of the behavior of cost is a key factor for the
administration and control of the estate.
1. Introdução
A especialização que ocorreu nos últimos tempos e, ainda vem ocorrendo, na
agricultura, através do desenvolvimento de novas tecnologias de mecanização,
adubação e defensivos, proporcionaram melhorias na qualidade da produção agrícola.
XVIII Congresso Brasileiro de Custos – Rio de Janeiro - RJ, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2011
Por outro lado, essas melhorias tornam o custo de produção bastante elevado. E com a
dependência do agricultor em relação ao mercado, adicionada às incertezas e as
mudanças significativas no cenário econômico, os produtores rurais devem ter
conhecimento profundo de seu negócio, aprimorando-se na gestão e controle de suas
atividades. Segundo Crepaldi (1998, p. 21), “a agricultura representa toda a atividade de
exploração da terra, seja ela o cultivo de lavouras e florestas ou a criação de animais,
com vistas à obtenção de produtos que venham a satisfazer às necessidades humanas”.
A contabilidade rural é a contabilidade utilizada nas empresas rurais com a
finalidade de melhorar seus controles, mensurar seu patrimônio e fornecer informações
úteis de seu resultado para a análise de seus administradores. A contabilidade aplicada
na atividade rural pode demonstrar toda a vida evolutiva da empresa, sendo
indispensável que também nas empresas rurais, a contabilização dos fatos e sua
estruturação sejam realizadas com o perfeito conhecimento, não apenas técnico, mas
também de sua atividade operacional, respeitando as peculiaridades da atividade,
conforme afirma Crepaldi (1998, p. 76):
Contabilidade rural é um instrumento da função administrativa
que tem como finalidade: controlar o patrimônio das entidades
rurais, apurar o resultado das entidades rurais e prestar
informações sobre o patrimônio e sobre o resultado das
entidades rurais aos diversos usuários das informações
contábeis.
A administração eficiente é imprescindível para o sucesso de qualquer
empreendimento. E na empresa rural esta afirmação não é diferente. O êxito não
consiste apenas em alcançar elevados níveis de produtividade, mas também em como
gerenciar a produtividade obtida para alcançar o resultado pretendido.
A produção de soja é setor da economia agrícola muito importante para o Mato
Grosso e para o Brasil, sendo o carro chefe do agronegócio brasileiro, que gera muitas
divisas através de exportações, gerando também milhares de empregos para a população
mato-grossense e brasileira. O aumento da demanda pelo produto e abertura de novos
mercados consumidores, como o do continente asiático, principalmente a China e seus
mais de um bilhão de habitantes, impulsiona cada vez mais a produção, com o
desenvolvimento de novas áreas e a busca constante pelo aumento da produtividade. No
entanto, os produtores encontram dificuldades num conjunto de relações comerciais e
financeiras, enfrentando condições de oligopólio, quando compram insumos, máquinas
e equipamentos e de oligopsônio quando vendem seus produtos.
Diante da sazonalidade do setor agrícola, que alterna períodos de crise e de
bonança e, por esta região ser totalmente agrícola, a área contábil de custos vai exigir
bons profissionais, pois os produtores rurais deixaram de ser simples produtores rurais,
e passaram a ser empresários rurais do agronegócio, tendo que gerenciar suas
propriedades como empresas. Atualmente os produtores que não tiverem planejamento
e controles de seus negócios enfrentarão dificuldades para se manter no mercado, pois
cada vez mais o mundo globalizado exigirá gestores capacitados, para que se possa ser
competitivo e gerar lucro. E só conseguirão isto com controles, custos e planejamentos
eficientes, buscando o avanço tecnológico, analisando os aspectos peculiares da
agricultura.
Segundo o Instituto Brasileiro de Economia e Estatística – IBGE (2007), a
produção brasileira de soja somou, em 2007, 58 milhões de toneladas, superando em
10,6% a do ano anterior, um novo recorde. A área colhida, 6,5% menor que a de 2006,
totalizou 20 milhões Em Mato Grosso, principal produtor, foram colhidos, em 2007, 15
milhões de toneladas, em área de 5 milhões de hectares, o que representa 26,3% do total
XVIII Congresso Brasileiro de Custos – Rio de Janeiro - RJ, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2011
2. Referencial Teórico
2.1. Contabilidade de Custos
A Contabilidade de Custos e o sistema de controle de custos constituem
ferramentas importantes para a administração e tomada de decisão em qualquer ramo de
negócio, principalmente na agricultura, em razão de suas particularidades frente a
qualquer outro empreendimento, seja em termos de seus custos e receitas, do fator
tempo entre produção e venda e dependência do mercado. Conforme Martins (2001, p.
23) “a Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade Financeira, quando da
necessidade de avaliar estoques na indústria, tarefa essa que era fácil na empresa típica
da era do mercantilismo”. Sua finalidade é atender completamente duas importantes
tarefas: controle e decisão.
Na agricultura, os custos são todos aqueles gastos relacionados direta ou
indiretamente com a cultura (ou produto), tais como sementes, adubos, defensivos,
combustíveis, mão-de-obra, etc. Santos (2005, p. 3) afirma que “o conhecimento do
custo operacional e o seu reflexo em todo produto ou serviço são condições
preponderantes de sobrevivência em qualquer negócio com ou sem fins lucrativos”. A
contabilidade de custos leva em consideração os tipos de custos e requer a existência de
métodos de custeio para que, ao final do processo, seja possível obter-se o valor a ser
atribuído ao objeto produzido.
2.1.1. Tipos de Custos
Os custos são subdivididos em dois grandes grupos: custos fixos e custos
variáveis. De acordo com Martins (2001, p. 56), “custos fixos são os que num período
têm seu montante fixado não em função de oscilações na atividade”. Custos variáveis
são custos que variam de acordo com a produção. Se a fábrica está trabalhando mais,
produz mais, consome mais matéria-prima. Se esta com a produção ociosa,
XVIII Congresso Brasileiro de Custos – Rio de Janeiro - RJ, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2011
conseqüentemente a matéria-prima gasta vai ser menor. São custos que têm seu total
definido dependendo da quantidade de produtos fabricados.
Tanto os custos fixos como variáveis podem ser diretos e indiretos. Custos
diretos são utilizados no todo, não havendo necessidade de rateio, como insumos, mão-
de-obra direta. São custos que podem ser diretamente apropriados aos produtos,
bastando para que isso aconteça que exista medida de consumo de materiais,
embalagens utilizadas, horas de mão-de-obra utilizadas. Enfim, são diretamente
alocados aos produtos. Segundo Crepaldi (1998, p. 91), “custos diretos são aqueles que
podem ser diretamente (sem rateio) apropriado aos produtos agrícolas, bastando exigir
uma medida de consumo (quilos, horas de mão de obra ou de máquina, quantidade de
força consumida etc.)”.
Custos indiretos são decorrentes da estrutura da obra e da empresa e que não
podem ser diretamente atribuídos a execução de dado serviço ou produto. Deve ser
utilizado critério de rateio. São geralmente custos administrativos. São custos que não
oferecem condição de medida objetiva e para alocá-los aos produtos ou serviços são
necessários a utilização de estimativas. São custos que não podem ser diretamente
alocados aos produtos.
Segundo Crepaldi (1998, p. 91), “custos indiretos são aqueles que para serem
incorporados aos produtos agrícolas, necessitam da utilização de alguns critérios de
rateio”.
Já Martins (2001, p. 56) define custos indiretos como sendo aqueles que
“precisam de esquemas especiais para a alocação, tais como bases de rateio,estimativas,
etc.”.
2.1.2. Métodos de Custeio
Dentre os métodos de custeio podem ser destacados: custeio por absorção,
custeio variável, custo-padrão e custo-meta.
De acordo com Martins (2001, p. 41), o “custeio por absorção consiste na
apropriação de todos os custos de produção aos bens elaborados, e só os de produção;
todos os gastos relativos ao esforço de fabricação são distribuídos para todos os
produtos feitos”.
Este método de custeio apropria todos os custos de produção, sejam fixos ou
variáveis, diretos ou indiretos, aos produtos elaborados em determinado período. É uma
expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos, que se baseia em
dividir ou ratear todos os elementos do custo de modo que cada um absorva ou receba
aquilo que lhe cabe por atribuição. Um custo é atribuído a unidade de produção ou ao
produto. Tal custo visa estabelecer os campos de incidência dos custos, fazendo com
que cada produto ou sistema produtivo receba sua parcela até que o global aplicado seja
totalmente absorvido.
Custeio Variável é uma forma alternativa para o processo de apuração de custo,
que exclui os custos fixos. Também conhecido por Custeio Direto, segundo Martins
(2001) esse método significa apropriação de todos os custos variáveis, quer direto quer
indireto. Somente as partes "variáveis" dos custos são consideradas. Imputam- se na
apuração do custeio direto, os materiais diretos, a mão-de-obra direta e os custos gerais
variáveis.
Padoveze (2003, p. 224) afirma que o custo-padrão é uma das técnicas para
avaliar e substituir a utilização do custo real. Independentemente de a empresa utilizar o
método do custeio direto ou do custeio por absorção, ela pode fazer uso do conceito de
custo-padrão. O custo-padrão se diferencia do custo real no sentido que ele é um custo
normativo, um custo objetivo, um custo proposto ou um custo que se deseja alcançar.
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O custo-padrão é entendido como sendo o custo ideal, aquele que a empresa fixa
como objetivo a ser perseguido durante determinado período, para a produção ou
aquisição de produtos ou serviços. Sua finalidade é o controle dos custos, devendo ser
orçado e baseado em previsão futura, e numa base de comparação com o que ocorreu e
o que deveria ter ocorrido.
Num cenário econômico onde quem dita o preço de venda dos produtos é o
mercado, por meio da oferta e demanda, se faz necessário atribuir o preço do mercado
para a formação dos custos e despesas.
De acordo com Martins (2001, p. 249), “num mercado concorrencial é muito
comum o contrário: a partir do preço de mercado chega-se ao target cost, ou seja, ao
“custo-meta”, que representa o máximo de custo e despesa a se incorrer para que o
produto seja rentável.” O custo meta representa o custo máximo suportável de forma a
atingir o retorno desejável. É uma ferramenta, na visão de Martins (2001), na qual as
empresas que não podem alterar sua política de preço por modificação na sua estrutura
de custos, ou seja, o preço passa a ser praticamente em função da oferta e da procura.
2.2. Margem de Contribuição e Ponto de Equilíbrio
De acordo com Martins (2001, p. 195), Margem de Contribuição por Unidade é
a diferença entre a Receita e o Custo Variável de cada produto; é o valor que cada
unidade efetivamente traz à empresa de sobra entre sua receita e o custo que de fato
provocou e lhe pode ser imputado sem erro.
A margem de contribuição é importante para se saber o lucro unitário que cada
produto proporciona, fornecendo assim, informações importantes ao administrador para
a tomada de decisões, em aumentar ou diminuir sua produção, reduzir ou cortar custos,
para que se possa ter o retorno desejado.
Padoveze (2000, p. 269), afirma que o Ponto de equilíbrio evidencia, em termos
quantitativos, qual é o volume que a empresa precisa produzir ou vender, para que
consiga pagar todos os custos e despesas fixas, além dos custos e despesas variáveis que
ela tem necessariamente que incorrer para fabricar/vender o produto. No ponto de
equilíbrio não há lucro ou prejuízo. A partir de volumes adicionais de produção ou
venda, a empresa passa a ter lucros. O ponto de equilíbrio determina a quantidade
mínima a ser produzida ou vendida para cobrir todos os custos das atividades da
organização.
2.3. Mercados Futuros
Os Mercados Futuros no mundo têm sua história diretamente vinculada à
necessidade de administração do risco de alterações nos preços dos ativos,
originalmente commodities e, mais recentemente, também ativos financeiros.
Segundo Paula (2004), os contratos e mercados futuros possuem sua origem
baseada na necessidade de transferência dos riscos atrelados a produção e
comercialização de produtos agrícolas, momento em que se criaram as bolsas de
commodities.
Na visão de Fortuna (2003, p. 499),
os mercados futuros têm como objetivo básico a proteção dos
agentes econômicos – produtores primários, industriais,
comerciantes, instituições financeiras e investidores, contra as
oscilações dos preços de seus produtos e, de seus investimentos
em ativos financeiros.
De acordo com Fortuna (2003, p. 499), “um conceito importante para o
entendimento da formação de preços nos mercados futuros de commodities agrícolas é o
conceito de base, que é a diferença entre o preço futuro de uma mercadoria para
determinado vencimento e o preço a vista dessa mercadoria”.
XVIII Congresso Brasileiro de Custos – Rio de Janeiro - RJ, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2011
De acordo com Silva Neto (2000, p. 117), “o hedge pode ser definido como uma
operação que tem por objetivo diminuir o risco de determinada posição de caixa,
estoque ou até mesmo outra operação”. Isso significa que o hedge é uma operação que
reduz o risco de uma posição, diminuindo, ou até eliminando, a possibilidade de perda
de dinheiro nas negociações de mercado futuro.
Como existe a volatilidade dos preços na agropecuária devido a dependência de
diversos fatores, as operações nos mercados futuros surgem com o intuito de oferecer
instrumentos para melhorar a comercialização. Com operações de hedge, o produtor
passa a obter garantia sobre os efeitos negativos de queda nos preços.
Assim, “um produtor de soja faz hedge de sua produção de forma a garantir um
preço de venda das commodities no período da safra” (BM&F, 2007, p. 36), ou seja, o
hedge representa proteção, espécie de seguro, na qual o produtor pode fixar preço de
venda suficiente para cobrir seus custos de produção e garantir sua margem de lucro.
Pois, se o preço futuro cair, sua mercadoria perderá valor no mercado físico, mas em
compensação ganhará no mercado futuro a diferença entre o preço vendido (fixado) no
início da operação e o preço que caiu, cobrindo assim o que perdeu no mercado físico.
3. Metodologia da Pesquisa
A metodologia da pesquisa está dentro do paradigma positivista e deve ser
entendida como o conjunto detalhado e seqüencial de métodos e técnicas científicas
executadas ao longo da pesquisa, para conseguir atingir os objetivos propostos, com
eficácia e confiabilidade das informações.
De acordo com Silva e Menezes (2001), pode se considerar que a natureza da
pesquisa é aplicada, na medida em que se destina a responder uma questão específica
relacionada com a rentabilidade na cultura da soja. Quanto ao objetivo a pesquisa é
explicativa; quanto à abordagem a pesquisa se enquadra como quantitativa e qualitativa,
tendo-se utilizado dados primários coletados dos livros, relatórios e controles internos,
referentes à safra 2008/2009, para análise dos fatos ocorridos, com o intuito de
demonstrar a importância dos métodos de apuração de custos e controles de produção.
Também foram coletados dados secundários, abundantes e de fácil acesso,
disponibilizados em sites e informativos de instituições como o Instituto Mato-
grossense de Economia Agrícola (IMEA), Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA), a Associação dos Produtores de Soja do Estado do Mato Grosso
(APROSOJA), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Companhia
Nacional de Abastecimento (CONAB), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Quanto ao procedimento técnico, trata-se de uma pesquisa documental, tendo
por base a Fazenda São Paulo, no Distrito de Deciolândia, município de Diamantino,
Estado de Mato Grosso.
Através dos dados coletados, foi elaborada planilha de custos de produção de
soja, utilizando o método de custeio por absorção, no qual foram evidenciados todos os
custos da safra 2008/2009 da Fazenda São Paulo.
2 - OUTROS CUSTOS
Impostos sobre comercialização R$ 59,68 R$ 60,04 R$ 63,13 R$ 64,52
Custos administrativos R$ 132,72 R$ 55,41 R$ 79,16 R$ 92,17
Total dos Outros Custos em R$ (B) R$ 192,40 R$ 115,45 R$ 142,28 R$ 156,69
Total dos Outros Custos em US$ $106,89 $64,14 $79,05 $87,05
CUSTO SUB-TOTAL
R$ R$
Sub-total em R$ (A + B) R$ 1.604,87 R$ 1.697,48 1.671,28 1.701,45
Sub-total (A + B) em US$ $891,60 $943,05 $928,49 $945,25
3 - CUSTOS FIXOS
Depreciação de máq. e equipam. R$ 61,85 R$ 66,20 R$ 56,50 R$ 50,30
R$
Custo da terra R$ 227,50 R$ 229,60 227,50 R$ 235,20
R$
Total dos Custos Fixos em R$ R$ 289,35 R$ 295,80 284,00 R$ 285,50
Total dos Custos Fixos em US$ $160,75 $164,33 $157,78 $158,61
CUSTO TOTAL
R$ R$
CUSTO TOTAL EM R$ R$ 1.893,59 R$ 1.993,28 1.955,28 1.986,93
CUSTO TOTAL EM US$ $1.052,00 $1.107,38 $1.086,27 $1.103,85
Fonte: IMEA (2008). Referência: Setembro/2008; taxa de câmbio R$ 1,80.
Quadro 01 – Custo de Produção de Soja Safra 08/09 – Base Setembro 2008.
XVIII Congresso Brasileiro de Custos – Rio de Janeiro - RJ, Brasil, 07 a 09 de novembro de 2011
A
Z
Os custos estão divididos em variáveis, fixos, custo total e o custo por hectare,
com uma área plantada foi de 940 ha, tendo sido obtida uma produtividade de 65 sacas
por hectare e custo de R$ 23,74 por saca de 60 quilos produzida.
Os percentuais de custos da fazenda São Paulo 2008/2009, evidenciando
particularmente cada custo em seu departamento ou setor e, o quanto representa em
relação aos custos totais de produção constam no Gráfico 01.
Outras despesas
Custos Totais - Fazenda São Paulo Fixas
Safra Soja 2008/2009
Despesas
Administrativas
Cantina
0,17%
3,06% Serviços
2,46% Profissionais
0,44%
Depreciações
18,03%
7,50%
Mão de Obra - Fixa
3,31%
1,58%
10,11% Mão de Obra
Variável
11,10%
10,91% Fretes
1,25%
25,68% Manutenção de
4,40% Máquinas e
Figura 01 Custos da Fazenda São Paulo - Safra Soja 2008/2009.
Implementos
Combustíveis
0,00%
Demonstra todos10,00% 20,00%
os custos, em percentuais, 30,00% São Paulo, safra
da Fazenda
Gráfico 01: Demonstrativo dos Custos Totais da Fazenda São Paulo - Safra Soja 2008/2009.
de soja, quando se multiplica pela produção total da fazenda de 61.100 sacas, obtêm-se
um valor de R$ 155.194,00, ou seja, uma considerável diferença (Quadro 04).
Taxa de Câmbio
INDICADORES DE RESULTADOS REAL DÓLAR
Receita Total/Ano R$ 2.321.800,00
Margem Bruta Total (RB-COE)/Ano R$ 1.352.895,27
Margem Bruta Total (RB-COE)/Hectare
agrícola
Margem Líquida Total (RB-COT)/Ano R$ 1.013.556,60
Análise Soja
Receita Bruta Soja (R$/sc) R$ 38,00
COE Soja (R$/sc) R$ 15,85
Margem Bruta Total R$/Sc Soja R$ 22,15
COT Soja (R$/sc) R$ 21,41
Margem Líquida Total R$/Sc Soja R$ 16,58
CT Soja (R$/sc) R$ 25,10
Lucro Total R$/Sc Soja R$ 12,89
Quadro 07 - Demonstrativo de Apuração do Custo Soja Safra 2008/2009 – Fazenda São Paulo
Bibliografia:
ABIOVE, Associação Brasileira das Industrias de Óleos Vegetais. Disponível em
<http://www.abiove.com.br/balanco_br.html> Acesso em 30/05/2009.
MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. Inclui o ABC. 8ª. ed. São Paulo: Editora
Atlas, 2001.
PADOVEZE, Clóvis Luís. Curso Básico Gerencial de Custos. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2003.
SILVA NETO, Lauro de Araújo. Derivativos: Definições, Emprego e Risco. 3ª. ed. São
Paulo: Editora Atlas, 2000.