Resumo Teorico
Resumo Teorico
Resumo Teorico
1 Integral Duplo
1.1 Resumo Teórico
Definição 1.1. Chama-se integral dupla de uma função contı́nua f (x, y), sobre um domı́nio fechado
e restrito D do plano X0Y, o limite da soma integral dupla corresponde
ZZ XX
f (x, y)dxdy = lim f (xi , yk )∆xi ∆yk (1)
D max ∆xi →0
max ∆yk →0 i k
onde ∆xi = xi+1 − xi , ∆yk = yk+1 − yk e a soma se estende aos valores de i e k para os quais os
pontos (xi , yk ) pertencem ao campo D .
Z 1 Z 1
Exemplo 1.1. Calcular a integral I = dx (x + y)dy
0 x
Resolução: Temos que f (x, y) = x + y e Dxy = {(x, y) : 0 ≤ x ≤ 1, x ≤ y ≤ 1}. Assim,
Z 1 Z 1 Z 1 Z y
Iy = (x + y)dy dx ou Ix = (x + y)dx dy
0 x 0 0
1 y=1
y2
Z
Ix = xy + dx
0 2 y=x
Z 1
x2
1 2
= x+ − x + dx
0 2 2
Z 1
3 2 1
= − x +x+ dx
0 2 2
x=1
1 3 1 2 1
= − x + x + x
2 2 2 x=0
1
=
2
Exemplo
Z 2 Z x+91.2. Escreva as equações das linhas que limitam os campos a que se estendem a integral
dx f (x, y)dy, e inverta a ordem de integração.
1 x2
Resolução:
Integral dupla em coordenadas polares Quando na integral dupla se passa das coordenadas rec-
tangulares x, y para as coordenadas polares r, θ, relacionadas com as primeiras pelas expressões
x = r cos θ, y = r sin θ, verifica-se a fórmula
ZZ ZZ
f (x, y)dxdy = f (r cos θ, r sin θ)rdrdθ. (2)
S S
se quer passar das variáveis x, y às variáveis u, v, relacionadas com aquelas através das expressões
contı́nuas e diferenciáveis x = φ(u, v), y = ψ(u, v), que estabelecem uma correspondência biunı́voca
e contı́nua, em ambos os sentidos entre os pontos de campo S do plano X0Y e os pontos de um
campo determinado S ′ do plano U 0′ V, ao mesmo tempo em que o determinante de Jacob
∂x ∂y
D(x, y) ∂u ∂u
I= = ∂x ∂y
D(u, v) ∂v ∂v
Exemplo 1.4. Calcule, por integral dupla, a área da região D do plano Oxy delimitada pelas curvas
y = x3 , x + y = 0, y = 0
Resolução: Vemos que D está compreendida entre as rectas horizontais y = 0 (eixo) e y = 1.
√
Considerando uma recta horizontal qualquer no interior de D vemos que ela entra em D em x = 3 y
0≤ y ≤1
e sai de D em x = 2 − y. Entãp temos: Dxy : √3 y ≤
.
x ≤2−y
ZZ
Como a área de D é dada por A(D) = dxdy então:
D
Z 1 Z 2−y
Ay (D) = √
dxdy
0 3 y
1
√
Z
= 3
(2 − y −
y) dy
0
1
1 2 3p 3 4
= 2y − y − y
2 4 0
3
= u.a.
4
1.4.2 Volume
O volume V de um cilindróide, limitado por cima pela superfı́cie contı́nua z = f (x, y), por baixo
pelo plano z = 0 e lateralmente pela superfı́cie cilı́ndrica recta que corta o plano X0Y o campo S
limitado, fechado e quadrado, é igual a
ZZ
V = f (x, y)dxdy.
S
Exemplo 1.5. A base de um sólido é a região do plano Oxy delimitada pelo disco x2 + y 2 ≤ a2 , com
a > 0 e a parte superior é a superfı́cie do parabolóide az = x2 + y 2 . Calcule o volume do sólido.
x2 + y 2
Resolução: Seja D o disco x2 + y 2 ≤ a2 e seja z = f (x, y) = ≥ 0, que é contı́nua em D .
a
x2 + y 2
Então o volume do sólido W de base D é z = f (x, y) = , que é dado por
a
ZZ 2
x + y2
ZZ
V (W ) = f (x, y)dxdy = dxdy
D D a
Passando para coordenadas polares, (x2 + y 2 )dxdy = r2 rdrdθ = r3 drdθ e o disco D transforma-se
0≤ r ≤a
em Drθ : . Logo
0 ≤ θ ≤ 2π
ZZ
1
V (W ) = r3 drdθ
a Drθ
1 2π
Z a
2π a 3
Z Z
3
= dθ r dr = r dr
a 0 0 a 0
a
2π r4
=
a 4 0
a3 π
= u.v.
4
Fazendo ρ = 1, nos momentos de inércia, obtemos os momentos geométricos de inércia das figuras
planas.
= x1
y
y = x2
Dxy : ⇒
y = x
y = 2x
xy = 1 ⇒u=1
xy = 2 ⇒u=2 1 ≤ u ≤ 2
Se y , deste modo Suv :
y=x ⇔ x =1 ⇒v=1 1 ≤ v ≤ 2
y
y = 2x ⇔ x = 2 ⇒ v = 2
∂x ∂y √
1 √v
∂(x, y) ∂u ∂u 2v u 2 uv 1
= ∂y = v
=
∂(u, v) ∂x
∂v ∂v
− √
u
u
√u
2 uv 2v
2v 2 v
ZZ ZZ
2 2 ∂(x, y)
f (x + 2y ) dxdy = f (u, v) dudv
Dxy Suv ∂(u, v)
Z 2 Z 2 1
u
= du f + 2uv dv
1 1 v 2v
1 2
Z Z 2
1 u
= du f + 2uv dv
2 1 1 v v
Z a Z √a2 −y2
x2 + y 2 dxdy.
2. Passando as coordenadas polares, calcule o integral
0 0
Resolução:
x = r sin θ
A transformação em coordenadas polares é dada por , onde 0 ≤ θ ≤ 2π. Temos
y = r cos θ
que Jacobiano é
∂x ∂y
∂(x, y) ∂r ∂r
sin θ cos θ
= ∂x ∂y = =r
∂(r, θ) ∂θ ∂θ
r cos θ −r sin θ
0 ≤ y ≤ ap
A integral está definida sobre a região D descrita pelas desigualdades D : .
0 ≤ x ≤ a2 − y 2
p
A fronteira superior de D é a curva x = a2 − y 2 com 0 ≤ y ≤ a e x ≥ 0 que corresponde
à parte da circunferência x2 + y 2 = a2 com 0 ≤ y ≤ a e x ≥ 0. A fronteira inferior de D é
o segmento de recta x = 0 com 0 ≤ y ≤ a. Assim, conforme o Graf. 1. Para variação de y
π
teremos 0 ≤ a cos θ ≤ a, implicando 0 ≤ θ ≤ .
2
Z a Z √a2 −y2 Z π Z a
2
2 2
r2 · r dr
x +y dxdy = dθ
0 0 0 0
π r4 a
= ·
2 4 0
a4 π
=
8
3. Calcule a área da região D do plano xy delimitada pelas curvas x = y 2 + 1 e x + y = 3.
Resolução: De x = y 2 + 1 e x + y = 3 temos y 2 + y − 2 = 0 donde y = −2 ou y = 1. Logo, as
interseções são (5, −2) e (2, 1). Assim, o esboço da região D estárepresentado na figura abaixo
ZZ
Temos V (W ) = f (x, y)dxdy, onde f (x, y) = 4 − x2 e D é a seguinte região triangular.
D
0≤x≤2
Descrevendo D como Então:
0≤y ≤2−x
ZZ
4 − x2 dxdy
V (W ) =
D
Z 2 Z 2−x
4 − x2 dxdy
=
Z0 2 0
4 − x2 (2 − x)dx
=
Z0 2
x3 − 2x2 − 4x − 8 dx
=
0
20
= u.v.
3
6. A base de um sólido é a região do plano xy delimitada pelo disco x2 + y 2 ≤ a2 , com a > 0 e a
parte superior é a superfı́cie do parabolóide az = x2 + y 2 . Calcule o volume do sólido.
x2 + y 2
Resolução: Seja D o disco x2 + y 2 ≤ a2 e seja z = f (x, y) = ≥ 0, que é contı́nua em
a
x2 + y 2
D. Então o volume do sólido W de base D e o “tecto” z = f (x, y) = é dado por:
a
ZZ 2
x + y2
ZZ
V (W ) = f (x, y)dxdy = dxdy
D D a
ZZ
1
x2 + y 2 dxdy
=
a D
0 ≤ θ ≤ 2π
transforma-se em Drθ : . Logo
0≤r≤a
ZZ
1
V (W ) = r3 drdθ
a Drθ
1 2π
Z Z a
= dθ r3 dr
a 0 0
2π a 3
Z
= r dr
a 0
a3 π
= u.v.
2
2 Integral tripla
Chama-se integral tripla de uma função f (x, y, z), sobre um campo V limitado e fechado, ao limite
da soma tripla
ZZZ XXX
f (x, y, z)dxdydz = lim f (xi , yj , zk )∆xi ∆yj ∆zk (7)
V max ∆xi →0
max ∆yj →0 i j k
max ∆zk →0
O cálculo da integral tripla se reduz a calcular sucessivamente três integrais ordinárias (simples) ou
calcular uma dupla e uma simples.
ZZZ
Exemplo 2.1. Calcule a integral tripla 6xy dV, onde V esta abaixo do plano z = 1 + x + y e
√ V
acima da região do plano xy limitada pelas curvas y = x, y = 0 e x = 1.
Resolução: Temos que, acima da região do plano xy é o plano z = 0, deste modo√0 ≤ z ≤ 1 + x + y,
a parte lateral dos limites de integração, serão dados pelas intersecções de y = x, y = 0 e x = 1,
como é ilustra a Figura.
√
ZZZ Z 1 Z x Z 1+x+y
6xy dV = 6xy dzdydx
V 0 0 0
√
Z 1 Z x
=6 xy(1 + x + y)dydx
0 0
√
Z 1 Z x
=6 (xy + x2 y + xy 2 )dydx
0 0
1 √ x
xy 2 x2 y 2 xy 3
Z
=6 + + dx
0 2 2 3 0
Z 1 2
x3 x5/2
x
=6 + + dx
0 2 2 3
3 1 Figura 3: Área lateral pintada entre as curvas
x x4 2x7/2
=6 + +
6 8 21 0
65
= u.v.
28
Z a Z b Z c
Exemplo 2.2. Calcule a integral tripla dx dy (x + y + z) dz
0 0 0
Resolução: Temos que
a b c a Z b z=c
z2
Z Z Z Z
dx dy (x + y + z) dz = dx (x + y)z + dy
0 0 0 0 0 2 z=0
Z a Z b
c2
= dx cx + cy + dy
0 0 2
Z a y=b
cy 2 c2 y
= cxy + + dx
0 2 2 y=0
Z a
b2 c bc2
= bcx + + dx
0 2 2
2 x=a
x b2 c bc2
= bc + x+ x
2 2 2 x=0
abc
= (a + b + c)
2
é preciso passar das variáveis x, y, z às variáveis u, v, w, relacionadas com as primeiras pelas igualdades
x = φ(u, v, w), y = ψ(u, v, w), z = χ(u, v, w), onde as funções φ, ψ, χ :
Exemplo 2.3. Usando as coordenadas cilı́ndricas, determine o volume do sólido delimitado inferi-
ormente pelo plano z = 0 superiormente pelo parabolóide x2 + y 2 + 1 − z = 0 e lateralmente pelo
cilindro x2 + y 2 − 2y = 0.
Resolução: Notemos que o cilindro passa pela origem das coordenadas, com centro em (0, 1) e
raio 1 ocupando completamente o primeiro e segundo quadrantes. Em coordenadas cilı́ndricas é:
y r p
ρ 2 = x2 + y 2 + z 2 , tg θ = , tg φ = , r= x2 + y 2 (ou r = ρ sin φ).
x z
Z 1 Z 1 Z 1
dz
1. Calcule o valor da seguinte integral dx dy √
0 0 0 x+y+z+1
Resolução: Temos que
1
Dxyz = {(x, y, z) ∈ R3 : 0 ≤ x ≤ 1, 0 ≤ y ≤ 1, 0 ≤ z ≤ 1} e f (x, y, z) = √
x+y+z+1
Z 1 Z 1 Z 1
dz
Z 1 Z 1 p 1
dx dy √ =2 dx x + y + z + 1 dy
0 0 0 x+y+z+1 0 0
0
Z 1 Z 1 p p
=2 dx x + y + 2 − x + y + 1 dy
0 0
4
Z 1 hp p i 1
= (x + y + 2)3 − (x + y + 1)3 dx
3 0
0
Z 1
4 hp p p i
= (x + 3)3 − 2 (x + 2)3 + (x + 1)3 dx
3 0
8 hp p p i 1
= 5 5
(x + 3) − 2 (x + 2) + (x + 1) 5
15
0
8 h√ 5 √ √ √ √ i
= 4 − 2 35 + 25 − [ 35 − 2 25 + 1
15
8 √ √
= 31 + 12 2 − 27 3
15
Z 1 Z 0 Z y2
2. Seja a integral I = dzdydx.
0 −1 0
Projectando W sobre o plano yz, encontramos Dyz e esboçamos na figura que se segue
Temos
Dyz = {(y, z) ∈ R2 : − 1 ≤ y ≤ 0, 0 ≤ z ≤ y 2 }
ou
√
Dyz = {(y, z) ∈ R2 : 0 ≤ z ≤ 1, −1 ≤ y ≤ z}.
Logo
ZZ Z 1
I= dxdydz.
Dyz 0
donde √
Z 0 Z y2 Z 1 Z 1 Z z Z 1
I= dxdydz ou I= dxdydz.
−1 0 0 0 −1 0
−1 ≤ x ≤ 1
Projetando W sobre o plano xy, encontramos a região Drθ : . Por um ponto
x2 − 1 ≤ y ≤ 0
(x, y, z) no interior de W, traçamos uma reta paralela ao eixo z. Essa recta intercepta a fronteira
inferior de W no plano xy onde z = 0 e intercepta a fronteira superior no plano z = −y. Logo,
0 ≤ z ≤ −y. Assim:
Então:
ZZZ ZZ Z −y
V (W ) = dV = dxdydz
W Dxy 0
ZZ
= (−y)dxdy
Dxy
Z 1Z 0
=− ydydx
−1 x2 −1
Z 1
1 2
= x2 − 1 dx
2 −1
8
= u.v.
15
4. Use uma integral tripla para encontrar o volume do sólido no primeiro octante, limitado pelos
gráficos das equações y 2 + z 2 = 4, x + y = 2, z = 0, y = 0 e x = 0.
Resolução:
Esboço do sólido W
Observemos que o ponto A = (2, 0, 2) e B = (0, 2, 0) são
comuns às duas superfı́cies. Ligando-os por uma curva
temos a intersecção. Considerando que o sólido é também
limitado pelos planos x = 0, y = 0 e z = 0, temos o esboço
de W na figura ao lado
Imaginemos uma recta paralela ao eixo x através de W, orientada como o eixo x. Vemos que
ela entra em W em x = 0 e sai de W em x = 2 − y. Então temos:
Assim: ZZ Z 2−y ZZ
V (W ) = dxdydz = (2 − y)dydz.
Dyz 0 Dyz