Caio Gon Calves Raggi
Caio Gon Calves Raggi
Caio Gon Calves Raggi
VIÇOSA
2017
CAIO GONÇALVES RAGGI
VIÇOSA
2017
Aos meus pais e amigos.
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais Désirée e José Augusto, por todo o apoio, carinho, paciência
e amor incondicional que ele me dão, sem eles nada em minha vida teria sentido. À minha
irmã Thaı́s por ser um exemplo de dedicação.
Ao amigo, professor e orientador, José Tarcı́sio, que com sua humildade, paciência e
atenção, me deu todo o apoio que pedi e que não pedi também, sem sua orientação este
trabalho não teria sido concluı́do.
Ao pessoal da excursão, Ruan, Raiton e Joel Antônio, com vocês que eu tive a primeira
experiência de ter meu próprio dinheiro, dessa sensação eu jamais esquecerei.
Por fim agradeço a todos os amigos que fiz em Viçosa. Meus irmãos republicanos de
Lá em Casa, Guilherme, Artulesk, Bruno, Betinho, Vitor Calouro, Professor Carlos, Caio
Eleto, Lazão e Nóia. À Famı́lia Civil 2008. Aos amigos da minha segunda república,
a Barraka Armada, Filipe, Jão, Calipso, Babidi e Bob, aos amigos nativos de Viçosa,
Bruno, Pedrim, Rubinger, Chaves, Marcus, Licu, Hugo, Mula, Diguim, Tayro, Pacheco,
Paula, Fernandinha e Silvinha e todos os outros, aos amigos da elétrica de 2007, 2008,
2009, 2010, 2011, muito obrigado pelos tempos passados juntos, as festas, as resenhas, as
viagens e por tudo aquilo que tornaram esses anos inesquecı́veis.
“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.”
Friedrich Nietzsche
Resumo
This work presents the study of a dynamic modeling of a shunt DC motor, it means
the field winding is connected in parallel with the armature winding, and a composite
DC motor, which in addition to a field winding connected in parallel with the armour
winding, has another field winding connected in series with the armour winding.
The modeling is developed in the form of equation of state spaces, software where
used for those computational solution.
After the model is developed and the simulation was done for both the DC motors and
in order to verify its behavior in the transient regime, and also in the permanent regime.
The analyzes are performed for the motor input current and for the speed of rotation.
Sumário
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
1 Introdução 12
3 Materiais e Métodos 30
3.1 Materiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.2 Métodos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
4 Resultados e Discussões 35
Referências 44
Lista de Figuras
1 Funcionamento de um motor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2 Funcionamento de um gerador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
16 Motor CC shunt. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
17 Motor CC composto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
21 Osciloscópio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
24 Corrente experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
27 Corrente experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
31 Corrente experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
34 Corrente experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
1 Introdução
A eletricidade, para quem conhece é muito fácil de trabalhar, pois tem amplas pos-
sibilidades como, por exemplo, ajustes finos e robustos em um mesmo aparelho. Ela é
proveniente de formas de energias fı́sicas diferentes, como a energia gravitacional e rotacio-
nal, e transformada em eletricidade, na maioria das vezes, através das máquinas elétricas.
Devido à facilidade de controle, utilização e conversão das diferentes formas de energia em
energia elétrica, as máquinas elétricas rotativas provavelmente serão as principais formas
de obtenção de energia elétrica utilizadas por muito tempo. (1)
contı́nua funcionando com qualquer uma das possı́veis ligações do enrolamento de campo.
Os resultados de simulação são comparados com os experimentais para confrontações
teórico-experimentais.
A motivação desse trabalho é pautada no fato de que a maioria dos modelos não
abordam adequadamente a dinâmica da máquina, e sim o seu circuito equivalente em
regime permanente. Portanto um modelo que contempla todas as fases de operação da
máquina é extremamente importante.
Praticamente todas as máquinas elétricas podem funcionar como motor e como gera-
dor. A máquina CC não é diferente, pois funcionando como gerador, a energia mecânica
de rotação oriunda de uma fonte de força motriz externa qualquer é convertida em ener-
gia elétrica, ao contrário do motor, ou seja, a máquina recebe energia elétrica da rede e
converte em energia mecânica no próprio eixo. (1)
Na Figura 2, a espira retangular movimentada por uma fonte de força motriz externa,
nesse caso uma máquina primária fazendo o papel de uma turbina, estando dentro de um
campo magnético, polo norte e sul, é submetida a uma força eletromotriz induzida, que
de acordo com a indução eletromagnética de Faraday, gera uma tensão.
dentro de um estator.
O enrolamento de armadura fica no rotor, sendo este a parte móvel da máquina CC,
onde é induzido o campo magnético produzido pelo enrolamento de campo. O núcleo do
enrolamento de armadura é constituı́do por placas de aço laminado, para reduzir as perdas
por correntes parasitas e por histerese. A Figura 6 mostra o enrolamento de armadura de
uma máquina CC. (1)
No funcionamento como gerador, o rotor é movimentado por uma força externa, tal
como uma coluna d’agua, um motor a diesel, uma turbina de vento, etc em uma de-
terminada velocidade e o estator é excitado em tensão contı́nua para gerar um campo
magnético, que interage com o rotor, gerando uma tensão nos terminais de armadura. Fa-
zendo a ligação de uma carga qualquer nos terminais de armadura, ela recebe a potência
elétrica produzida. (2)
Os motores são diferenciados pela forma de ligação dos seus enrolamentos de campo
em relação ao enrolamento de armadura, exemplos esses mostrados nas Figuras 13, 14 e
15.
caso do motor shunt, apenas uma fonte de tensão contı́nua é usada para alimentar o
circuito de campo e o de armadura. Um reostato é usado (Rf c ) para controle de velocidade
do motor. Assim as equações de estado permanente do circuito são: (3)
Vt = Ia Ra + Ea (1.1)
It = Ia + If (1.2)
Ea = Ka Φωm = Vt − Ia Ra (1.3)
Φ = Lf If (1.4)
Em que,
T = kΦIa (1.5)
Onde,
Ea = KΦωm (1.6)
1.2 Máquinas de Corrente Contı́nua 22
Onde,
Ea = Vt − Ia Ra (1.7)
Onde,
Vt − Ra Ia
ωm = (1.8)
kLf If
Pela equação 1.8 pode-se concluir que a velocidade do motor CC é diretamente pro-
porcional tanto à corrente de armadura, quanto à tensão no terminal e inversamente
proporcional à corrente de campo. Portanto, pode-se controlar a velocidade no motor
shunt variando a corrente nos enrolamentos e variando a tensão injetada nos terminais de
entrada do motor.
60 P P P
T = ⇒ T = 9, 55 = (1.9)
2π N N ω
onde,
ẏ = Ay + B
Em que,
Definidos esses valores e com as devidas constantes substituı́das na sua forma final,
é possı́vel analisar o comportamento das saı́das modificando as entradas, pelo processo
de integrações numéricas, feitas por softwares especializados, nesse trabalho utilizou-se o
MATLAB para tal tarefa. (7)
dIf
Vt − (Rf + Raj )If − Lf =0 (2.1)
dt
dIf
Isolando na Equação 2.1, tem-se:
dt
Novamente utilizando a Lei de Kircchoff, mas agora na malha interna, tem-se a se-
guinte equação:
2.1 Modelagem Dinâmica do Motor CC Shunt 25
dIa
Vt − Ra Ia − La − Ea = 0 (2.3)
dt
dIa
Vt − Ra Ia − La − kΦf ωr = 0 (2.4)
dt
dIa
Isolando , na Equação 2.4, tem-se:
dt
dIa Vt Ra Ia kΦf ωr
= − − (2.5)
dt La La La
dωr
Teltrico − Tcarga = J + Bωr (2.6)
dt
Em que,
dωr
kΦf Ia − Tcarga = J + Bωr (2.7)
dt
dωr
Isolando na Equação 2.7, tem-se:
dt
dIf (Rf + Ra j) Vt
= − If +
dt Lf Lf
dIa Ra kΦf Vt
= − Ia − ωr + (2.9)
dt La La La
dω kΦ B T
r f carga
= Ia − ωr −
dt J J J
Na forma matricial tem-se:
dIf (Rf + Ra j)
If
dt − Lf
0 0
dIa Ra kΦf
= − − . Ia
0
dt La La
dωr kΦf B
0 − ωr
dt J J
V
t
Lf
+
Vt
(2.10)
La
Tcarga
−
J
dIf (Rf + Ra j)
− 0 0 If
dt Lf
dIa Ra ky(1)
= − − . Ia
0
dt La La
dωr
ky(1) B
0 − ωr
dt J J
V t
Lf
+
Vt
(2.11)
La
Tcarga
−
J
Com 2.11, pode-se fazer integrações numérias que dão as respostas das saı́das em
qualquer instante desejado, possibilitando analisar o comportamento do motor de corrente
2.2 Modelagem Dinâmica do Motor CC Composto 27
contı́nua shunt.
Da mesma forma feita para o motor shunt, aplicando a primeira Lei de Kirchhoff para
as tensões no enrolamento de campo da Figura 17, tem-se:
dIf
Vt − (Rf + Ra j)If − Lf =0 (2.12)
dt
dIf
Isolando na Equação 2.12, tem-se:
dt
dIa dIa
Vt − Ra Ia − La − Ls − Ea = 0 (2.14)
dt dt
dIa dIa
Vt − Ra Ia − La − Ls − kΦf ωr = 0 (2.15)
dt dt
dIa
Isolando na Equação 2.15, tem-se:
dt
dIa Vt Ra Ia kΦf ωr
= − − (2.16)
dt La + Ls La + Ls La + Ls
dωr
Teltrico − Tcarga = J + Bωr (2.17)
dt
Fazendo a mesma substituição expressa na Equação 1.5, porém para os dois campos,
série e shunt, tem-se:
dωr
k(Φf + Φs )Ia − Tcarga = J + Bωr (2.18)
dt
dωr
Isolando na Equação 2.18, tem-se:
dt
dIf (Rf + Ra j) Vt
= − If +
dt Lf Lf
dIa (Ra + Rs ) kΦf Vt
= − Ia − ωr + (2.20)
dt (La + Ls ) (La + Ls ) (La + Ls )
dω k(Φ + Φ ) B Tcarga
r f s
= Ia − ωr −
dt J J J
Colocando o sistema mostrado em 2.20 na forma matricial, tem-se:
2.2 Modelagem Dinâmica do Motor CC Composto 29
dIf (Rf + Ra j)
− 0 0 If
dt Lf
dIa Ra + Rs k(Φf + Φs )
= − − .
Ia
0
dt La + Ls La + Ls
dωr
k(Φf + Φs ) B
0 − ωr
dt J J
V
t
Lf
+
Vt
(2.21)
La + Ls
Tcarga
−
J
Pelo mesmo motivo que Φf é substituı́do por If , o fluxo de campo que está em série
com a armadura Φs pode ser substituido por Ia , também presente na matriz de entradas
y, ficando:
dIf (Rf + Ra j)
− 0 0 If
dt Lf
dIa Ra + Rs k(y(1) + y(2))
= − − .
Ia
0
dt La + Ls La + Ls
dωr
k(y(1) + y(2)) B
0 − ωr
dt J J
V
t
Lf
+
Vt
(2.22)
La + Ls
Tcarga
−
J
Assim como em 2.11, com 2.22 pode-se fazer a integração numérica que fornecem as
variáveis de saı́da em qualquer instante desejado, podendo analisar o comportamento do
motor de corrente contı́nua composto.
30
3 Materiais e Métodos
3.1 Materiais
Nesse conjunto estão presentes os três principais tipos de máquinas estudadas durante
o curso. Sendo elas, uma máquina de corrente contı́nua, mostrada na Figura 18a, uma
máquina sı́ncrona mostrada na Figura 18b e uma máquina assı́ncrona na Figura 18c. Para
este trabalho foram utilizados os dados da máquina CC apresentados na Figura 19.
3.1 Materiais 31
Como alguns dados de fábrica não estavam disponı́veis, foi necessário fazer medições
em laboratório, a fim de encontrar as devidas resistências e indutâncias da máquina. Essas
constantes são importantes para a modelagem e estão listadas na Tabela 2:
Além dos parâmetros acima listados são necessários para a simulação os seguintes
parâmetros relacionados à parte mecânica:
3.1 Materiais 32
Para a obtenção desses parâmetros foi consultado (5). A Tabela 3 mostra todos os
parâmetros utilizados para a simulação em computador da modelagem.
Como o motor é alimentado por uma fonte de tensão contı́nua, foi utilizado um vari-
volt(Figura 20) que gera essa tensão através de retificadores internos do mesmo.
3.2 Métodos
4 Resultados e Discussões
86, 72A. Isto se deve ao fato do motor ter partido em vazio, caso estivesse com carga no
eixo, esse tempo tende a aumentar.
Observa-se que a rotação sobe rapidamente até atingir um valor de pico de aproxi-
madamente 1438 rpm e estabilizando em 1380 rpm. No experimento não foi possı́vel
obter este gráfico porque não tı́nhamos um incoder ou resolver, mas observou-se que ela
subiu rapidamente até uma velocidade alta e depois se estabiliza ligeiramente mais lenta.
Mediu-se por um tacômetro seu valor no regime permanente, que foi de 1379 rpm.
Em seguida, Raj foi ajustada para 100 Ω, tanto na simulação quanto no experimento
e repetiu-se os procedimentos. A forma de onda da corrente de partida está mostrada nas
figuras 26 e 27
4.1 Motor CC shunt 37
A rotação neste caso teve uma oscilação bem menor, próximo ao valor de estabilização,
que é 1500 rpm. Isto se deve a uma redução do fluxo no circuito de campo pelo aumento
de Raj . O valor medido pelo tacômetro no laboratório foi de 1503 rpm.
4.2 Motor CC composto 38
Para atingir a velocidade nominal do motor que é de 1800 rpm, foi preciso regular a
resistência de ajuste até Raj = 291 Ω.
De forma idêntica ao MCC shunt, foi feita a simulação do MCC composto para a
resistência de ajuste do circuito de enrolamento de campo em Raj = 0 Ω e Raj = 100
Ω mostrada na Figura 29. E para fins de comparação com a prática foi montado o
experimento no laboratório.
A rotação do motor composto sobe mais suavemente que no motor shunt, não apre-
sentando oscilação e se estabiliza em 1378 rpm. No experimento o valor medido pelo
tacômetro foi de 1370 rpm.
No caso do MCC composto, para atingir a velocidade nominal do motor foi preciso
ajustar até Raj = 293 Ω.
No caso do motor composto, houve um erro relativo maior do que no motor shunt
para o valor do pico da corrente, erro esse provavelmente por erro na hora da medição do
valor da indutância do campo em série, o qual já foi comentado anteriormente. Porém e
erro relativo da rotação do motor foi abaixo de 1 % no dois casos, reafirmando a validação
do modelo.
5 Conclusão
Referências
2 SIEMENS. Motores de corrente contı́nua, Guia rápido para uma especificação precisa.
[S.l.: s.n.], 2006.
3 SEN, P. C. Principles of electric machines and power electronics. [S.l.]: Jhon Wiley
and sons, 1996.