Desenho Tecnico 2023
Desenho Tecnico 2023
Desenho Tecnico 2023
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A arte de representar um objeto ou fazer sua leitura por meio do desenho técnico é
tão importante quanto à execução de uma tarefa, pois é o desenho que fornece todas as
informações precisas e necessárias para a construção de uma peça.
Visando abordar a maioria dos assuntos relativos ao desenho técnico de forma
sucinta, porém completa em um curso de 80 horas, esta apostila foi elaborada. A experiência
de mais de 30 anos nesta área, capacitou o professor a construir um material que propiciasse
tal dinâmica de aprendizagem.
Para isto, esta primeira apostila foi dividida no conteúdo de introdução ao Desenho
Técnico e Desenho à mão livre, onde abordará os conceitos básicos para o seu
entendimento.
Na primeira parte, dentro do escopo do curso e respeitando as limitações de tempo
disponível para o ensino de desenho técnico dento de um curso determinado curso,
praticamente todos os conhecimentos básicos necessários para a realização de um desenho
serão abordados.
Na segunda parte/apostila, os conhecimentos adquiridos na primeira são aplicados
para a realização de desenhos bidimensionais e com instrumentos. Essa parte consiste
basicamente no aprendizado do uso de instrumentos para aplicação dos conhecimentos de
desenho técnico da primeira parte do curso.
A terceira parte, será utilizado um Software apropriado.
Se você trabalhar com dedicação, conseguirá atingir todos os objetivos propostos em
ambas as partes.
1. INTRODUÇÃO
1.1. ETIMOLOGIA
1.2. CONCEITO
1.3. FINALIDADE
1.4. IMPORTÂNCIA
O Desenho Técnico constitui-se no único meio conciso, exato e inequívoco para comunicar
a forma dos objetos; daí a sua importância na tecnologia, face à notória dificuldade da
linguagem escrita ao tentar a descrição da forma, apesar a riqueza de outras informações
que essa linguagem possa veicular.
Diante da complexidade dos problemas relativos aos projetos de Engenharia e Arquitetura,
poderia parecer excessiva a importância atribuída à forma e à sua representação. Ocorre
que a forma não é um acessório nos problemas de tecnologia, mas faz parte intrínseca dos
mesmos.
O Desenho Técnico, ao permitir o tratamento e a elaboração da forma de modo fácil
econômico, participa decisivamente das três fases da solução daqueles problemas.
Essas três fases são:
2º - O exame e análise crítica desses conceitos, quando alguns são escolhidos e outros
rejeitados.
3º - O desenvolvimento dos conceitos escolhidos, seu aperfeiçoamento final e
comunicação.
1.7. EXERCÍCIOS
2.3.2. QUADROS
Nas dimensões das folhas deve haver um excesso de papel de 10 mm nos quatro
lados e as margens ficam limitadas pelo contorno externo da folha e pelo quadro. O quadro
tem a finalidade de limitar o espaço para o desenho conforme figura abaixo.
As margens são limitadas pelo contorno externo da folha e o quadro. O quadro limita
o espaço para o desenho (Figura abaixo).
2.3.3.3. Legendas:
A legenda deve ficar no canto inferior direito nos formatos A0, A1, A2, A3, ou ao
longo da largura da folha de desenho no formato A4. As legendas nos desenhos industriais
as informações na legenda podem ser diferentes de uma empresa para outra, em função
das necessidades de cada uma. Este é o espaço destinado à informações complementares
ao desenho como: identificação, número de registro, título, origem, escala, datas,
assinaturas de execução, verificação e aprovação, número de peças, quantidades,
denominação, material e dimensão em bruto, etc...
Toda folha de desenho deve possuir no canto inferior direito um quadro destinado à
legenda. Este quadro deve conter o título do projeto/desenho, nome da empresa, escalas,
unidades em que são expressas as informações, número da folha (caso o projeto tenha mais
de uma folha), e outras informações necessárias para sua interpretação.
Data: Disciplina/Turma: Escala: Unidade:
Título:
2NA
UP
Aluno(a): Disciplina/Turma:
2NA 1/1
Figura – Exemplo de legenda
Na execução das letras e algarismos podem ser usadas pautas traçadas levemente,
com lápis H bem apontado ou lapiseira 0,3mm com grafite H. Estas pautas são constituídas
de quatro linhas conforme Figura 12. As distâncias entre estas linhas e entre as letras são
apresentadas na Figura 13 e tabela 04 a seguir.
A escrita pode ser vertical ou inclinada, em um ângulo de 15º para a direita em relação
à vertical.
A NBR 8403 (ABNT, 1984) fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para
uso em desenhos técnicos e documentos semelhantes (Tabela 05 e Figura 16).
A relação entre as larguras de linhas largas e estreita não deve ser inferior a 2. As
larguras devem ser escolhidas, conforme o tipo, dimensão, escala e densidade de linhas do
desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70;
1,00; 1,40 e 2,00mm. As larguras de traço 0,13 e 0,18 mm são utilizadas para originais em
que a sua reprodução se faz em escala natural.
A1 Contornos Visíveis
Contínua larga A2 Arestas Visíveis
GGG
G1 Linhas de centro
Traço e ponto estreita G2 Linhas de simetrias
(1) G3 Trajetória
K
K1 Contornos de peças adjacentes
K2 Posição limite de peças móveis
K3 Linhas de centro de gravidade
K4 Cantos antes de formação
Traço e dois pontos K5 Detalhes situados antes do plano do
estreita corte
1. Se existem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção.
Em muitas situações, ocorrem cruzamentos de linhas visíveis com invisíveis ou com
linhas de eixo. Nestas situações, a representação pode ser tornada clara utilizando-se
algumas convenções que, embora não normalizadas, podem ser bastante úteis, em
particular para a realização e compreensão de esboços. Algumas destas convenções estão
normalizadas pela ISO 128-20:1996, mas os programas de CAD normalmente não as
utilizam. As convenções para a interseção de linhas são apresentadas na Tabela abaixo
(SILVA et al, 2006).
2.6. ESCALAS
Deve-se sempre que possível, procurar fazer o desenho nas medidas reais da peça, para
transmitir uma idéia melhor de sua grandeza. Para componentes que são demasiadamente
pequenos, precisamos fazer ampliações que permitam a representação de todos os detalhes
conforme norma. No caso inverso, isto é, para peças de grande tamanho, o desenho deve
ter proporções menores, sendo possível assim a sua execução dentro dos formatos
padronizados.
A Norma NBR 8196 OUT / 1983, define que a designação completa de uma escala deve
consistir da palavra "ESCALA", seguida da indicação da relação como segue:
3 – INSTRUMENTOS DE DESENHO
Pranchetas (mesas para desenho) – construídas com tampo de madeira macia e revestidas
com plástico apropriado, comumente verde, por produzir excelente efeito para o descanso
dos olhos.
Régua “T” – utilizada sobre a prancheta para traçado de linhas horizontais ou em ângulo,
servindo ainda como base para manuseio dos esquadros.
Lápis ou lapiseira – atualmente as mais utilizadas são as lapiseiras com grafite de 0,5mm
e 0,7mm de diâmetro.
Materiais Complementares:
Flanela, escova para limpeza, fita adesiva, borrachas e grafites para a reposição.
macios a
extremamente
duros médios macios extremamente
duros
macios
4 – VISTAS ORTOGRÁFICAS
Utilizando o sistema de projeções cilíndricas ortogonais, o matemático francês
Gaspard Monge criou a Geometria Descritiva que serviu de base para o Desenho Técnico.
Utilizando dois planos perpendiculares, um horizontal ( ’) e outro vertical ( ”), ele dividiu o
espaço em quatro partes denominados diedros.
Um objeto colocado em qualquer diedro terá as suas projeções horizontal e vertical
(Figura 4.1). Como o objetivo é visualizar o objeto num só plano, o desenho é denominado
“épura”, ou planificação do diedro, que consiste na rotação do plano horizontal, de modo
que a parte anterior do ’ coincida com a parte inferior de ”, enquanto o plano vertical
permanece imóvel (figura 4.2). A linha determinada pelo encontro dos dois planos é
chamada de Linha de Terra (LT).
Define a Norma Técnica Brasileira NBR ISO 10209-2 (2005) que o termo
“Representação ortográfica” significa “projeções ortogonais de um objeto posicionado
normalmente com suas faces principais paralelas aos planos coordenados, sobre um ou mais
planos de projeção, coincidentes ou paralelos aos planos coordenados. Estes planos de
projeção são convenientemente rebatidos sobre a folha de desenho, de modo que as
posições das vistas do objeto sejam relacionadas entre si“.
As vistas de um objeto habitualmente são obtidas sobre três planos perpendiculares
entre si, um vertical, um horizontal e outro de perfil, que definem um triedro tri-retângulo
como sistema de referência.
4.1 Diedros
Atualmente, a maioria dos países que utilizam o método de representação por diedros adotam a
projeção ortogonal no 1º diedro. No Brasil, a ABNT recomenda a representação no 1º diedro.
Entretanto, alguns países, como por exemplo os Estados Unidos e o Canadá, representam seus
desenhos técnicos no 3º diedro.
No 1º Diedro o objeto se situa entre o observador e o plano de projeção.
No 3º Diedro o plano de projeção se situa entre o objeto e o observador.
Esses símbolos aparecem no canto inferior direito da folha de papel dos desenhos técnicos,
dentro da Legenda.
1º Diedro 3º Diedro
Figura 4.5 – Exemplo das seis vistas ortográficas possíveis de uma peça, no 1º diedro.
Figura 4.8 – Exemplo das vistas ortográficas no sistema europeu e no sistema americano
4.4 Obtenção das vistas ortográficas
O objeto é colocado no interior do triedro tri-retângulo para obter suas vistas. A vista
de frente deve ser a principal. Esta vista comanda a posição das demais. É conveniente que
se faça uma análise do objeto, com o objetivo de escolher a melhor posição para a vista de
frente.
A escolha da vista de frente deve ser:
a) Aquela que mostre a forma mais característica do objeto;
b) A que indique a posição de trabalho do objeto, ou seja, como ele é encontrado,
isoladamente ou num conjunto;
c) Se os critérios anteriores forem insuficientes, escolhe-se a posição que mostre a
maior dimensão do objeto e possibilite o menor número de linhas invisíveis nas outras
vistas.
Em Desenho Técnico não se representam nem a linha de terra nem o traço do plano de
perfil. Porém, devem ser obedecidas as regras de posicionamento relativo das vistas,
decorrentes da teoria de dupla projeção ortogonal e do rebatimento dos planos de
referência.
Para obter as vistas de um objeto, inicialmente, são comparadas as dimensões de largura,
altura e profundidade, para a escolha da posição vertical ou horizontal do papel. Efetua-se
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então a representação das vistas necessárias do objeto, de acordo com suas dimensões
(Figura 4.9).
O objeto representado na Figura 4.9 possui uma face que não é paralela a nenhum dos
planos de referência, e, portanto, nas suas vistas não aparece a verdadeira grandeza da
mesma.
Os objetos, agora, estarão sendo representados apenas no 1º diedro.
Em Geometria Descritiva constroem-se as figuras, ponto por ponto, em função das
respectivas coordenadas (abscissa, afastamento e cota) referidas aos planos de projeção.
Em Desenho Técnico, devido à regularidade dos objetos habitualmente representados,
utilizam-se para construir as vistas suas próprias dimensões, tomadas paralelamente aos
planos de projeção e tendo como referência as faces ou eixos de simetria do próprio objeto
(Figura 4.10).
Na obtenção das vistas, os contornos e arestas visíveis são desenhados com linha
contínua larga. As arestas e contornos que não podem ser vistos da posição ocupada pelo
observador, por estarem ocultos pelas partes que ficam à frente, são representados por
linhas tracejadas largas ou estreitas. Com a utilização de linhas tracejadas para aresta
invisíveis evita-se, normalmente, com essa convenção, a necessidade de representação de
duas vistas opostas de um mesmo contorno, quando o objeto não for simétrico (Figura
4.11). As linhas de centro são eixos de simetria que posicionam o centro de furos ou detalhes
com simetria radial, elas são representadas pelo tipo de linha de traço e ponto estreita.
Figura 4.11 – Vistas de um objeto onde na lateral esquerda há uma aresta invisível no 1º
diedro
A representação da vista oposta a uma vista habitual é necessária quando a
quantidade e a complexidade dos detalhes invisíveis e sua coincidência parcial com linhas
visíveis impedem uma fácil identificação dos mesmos.
4.5 Análise da forma dos objetos
Todos os objetos podem ser considerados como compostos de sólidos geométricos
elementares, tais como: prismas, cilindros, cones, etc, utilizados de maneira positiva
(adicionados) ou negativa (subtraídos) (Figuras 4.12 e 4.13).
Antes de representar um objeto por meio de suas vistas ortográficas deve-se analisar quais
os sólidos geométricos elementares que adicionados ou subtraídos levam à sua obtenção.
As vistas ortográficas desse objeto serão desenhadas obedecendo aquela sequência de
operações de montagem ou corte.
Figura 4.12 – Objeto composto de maneira Figura 4.13 – Objeto composto de maneira
positiva negativa
Figura 4.15 – Regra das figuras contíguas das vistas ortográficas de um objeto
2) Identifique a Vista de Frente, a Vista Superior, a Vista Lateral Esquerda e a Vista Lateral
Direita nas projeções dadas.
4) Identifique a Vista de Frente, a Vista Superior, a Vista Lateral Esquerda e a Vista Lateral
Direita nas projeções dadas.
b)
c)
b)
b)
c)
d)
b)
c)
d)
e)
b)
c)
d)
b)
c)
d)
e)
f)
2
b)
2
1
A NBR 10126 (ABNT, 1987 - Versão Corrigida: 1998) tem como objetivo fixar os
princípios gerais de cotagem, através de linhas, símbolos, notas e valor numérico numa
unidade de medida.
• Sempre que possível evitar o cruzamento de linhas auxiliares com linhas de cotas e
com linhas do desenho;
• A cotagem deve se dar na vista ou corte que represente mais claramente o elemento.
As linhas auxiliares e de cotas devem ser desenhadas como linhas estreitas contínuas. A
linha auxiliar deve ser prolongada ligeiramente além da respectiva linha de cota. Um
pequeno espaço deve ser deixado entre a linha de contorno e a linha auxiliar. Quando
houver espaço disponível, as setas de limitação da linha de cota devem ser apresentadas
entre os limites da linha de cota. Quando o espaço for limitado as setas podem ser
apresentadas externamente no prolongamento da linha de cota (Figura a seguir).
Exemplos de cotagem
A linha auxiliar deve ser perpendicular ao elemento dimensionado, mas se necessário poderá
ser desenhada obliquamente a este (aprox. 60º), porém paralelas entre si.
A linha de cota não deve ser interrompida, mesmo que o elemento o seja.
A indicação dos limites da linha de cota é feita por meio de setas ou traços oblíquos. Somente
uma indicação deve ser usada num mesmo desenho, entretanto, se o espaço for pequeno,
outra forma pode ser utilizada. As indicações são as seguintes:
• a seta é desenha com linhas curtas formando ângulos de 15°. A seta pode ser
aberta, ou fechada preenchida;
Eixos, linhas de centro, arestas e contornos de objetos não devem ser usados como linha
de cota (exceção aos desenhos esquemáticos).
As cotas de cordas, arcos e ângulos devem ser como mostra a Figura abaixo.
Em grandes raios, onde o centro esteja fora dos limites disponíveis para cotagem, a linha
de cota deve ser quebrada.
A linha de centro e a linha de contorno, não devem ser usadas como linha de cota, porém,
podem ser usadas como linha auxiliar. A linha de centro, quando usada como linha auxiliar,
deve continuar como linha de centro até a linha de contorno do objeto.
diâmetro ( ), raio (R), quadrado (□). Os símbolos de diâmetro e quadrado podem ser
omitidos quando a forma for claramente identificada.
As cotas devem ser localizadas de tal modo que não sejam cortadas ou separadas
por qualquer outra linha.
Existem dois métodos de cotagem, mas somente um deles deve ser utilizado num
mesmo desenho:
a) método 1: as cotas devem ser localizadas acima e paralelamente às suas linhas de cotas
e preferivelmente no centro, exceção pode ser feita onde a cotagem sobreposta é utilizada,
conforme mostra a Figura a seuir. As cotas devem ser escritas de modo que possam ser
lidas da base e/ou lado direito do desenho.
Cotas em linhas de cotas inclinadas devem ser seguidas como mostra a Figura abaixo.
Na cotagem angular podem ser seguidas uma das formas apresentadas na Figura 28.
b) método 2: as cotas devem ser lidas da base da folha de papel. As linhas de cotas devem
ser interrompidas, preferivelmente no meio, para inscrição da cota.
Na cotagem angular podem ser seguidas uma das formas apresentadas na Figura.
Obs: É importante salientar que sempre se deve evitar a cotagem de linhas tracejadas, ou
seja, de arestas não visíveis. Nesse caso, deve ser representado em alguma projeção
da vista. Conforme visto acima.
b)
c)
d)
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e)
f)
g)
5. SÓLIDOS GEOMÉTRICOS
Os sólidos geométricos têm três dimensões: comprimento, largura e altura. Embora
existam infinitos sólidos geométricos, apenas alguns, que aprestam determinadas
propriedades, são estudados pela geometria.
Os sólidos geométricos são separados do resto do espaço por superfícies que os limitam.
E essas superfícies podem ser planas ou curvas.
Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies planas, temos os prismas, o cubo
e as pirâmides. Dentre os sólidos geométricos limitados por superfícies curvas, temos o
cilindro, o cone e a esfera, que são também chamados de sólidos de revolução.
É muito importante que você conheça bem os principais sólidos geométricos porque, por
mais complicada que seja, a forma de uma peça sempre vai ser analisada como o resultado
da combinação de sólidos geométricos ou de suas partes.
5.1. PRISMA
O prisma é um sólido geométrico limitado por polígonos. Ele é constituído de vários
elementos. Para quem lida com desenho técnico é muito importante conhecê-los bem. Vejam quais
são eles nesta ilustração:
5.2. PIRÂMIDES
A pirâmide é outro sólido geométrico limitado por polígonos. Outra maneira de imaginar a
formação de uma pirâmide consiste em ligar todos os pontos de um polígono qualquer a um ponto
P do esboço.
5.3.1. CILINDRO
É o sólido geométrico formado pela revolução de um retângulo em torno de um de seus
lados.
5.3.2. CONE
Cone é o sólido gerado pela revolução de um triângulo retângulo em torno de um de seus
catetos que se confunde com o eixo.
5.3.3. ESFERA
É o sólido limitado por superfície curva, cujos pontos são eqüidistantes de um ponto inferior
chamado centro. O raio da esfera é o segmento de reta que une o centro da esfera a qualquer um
de seus pontos. Diâmetro da esfera é o segmento de reta que passa pelo centro da esfera unindo
dois de seus pontos.
Os sólidos geométricos que apresentam partes ocas são chamados sólidos geométricos vazados.
6. PERSPECTIVAS
Como o nome indica, esses sistemas que serão tratados à seguir, fundamentam-se nas
projeções paralelas (cilíndricas), em que todas as linhas do feixe projetante são paralelas.
Eixos Isométricos
O desenho da perspectiva isométrica é baseado num sistema de três semi-retas que
têm o mesmo ponto de origem e formam entre si três ângulos de 120°. Essas semiretas,
assim dispostas, recebem o nome de eixos isométricos. Cada uma das semi-retas é um eixo
isométrico. Os eixos isométricos podem ser representados em posições variadas, mas
sempre formando, entre si, ângulos de 120°. Neste curso, os eixos isométricos serão
representados sempre na posição indicada na figura anterior. O traçado de qualquer
perspectiva isométrica parte sempre dos eixos isométricos.
Linha Isométrica
Qualquer reta paralela a um eixo isométrico é chamada linha isométrica. Observe a
figura a seguir:
A forma do prisma com elementos paralelos deriva do prisma retangular. Por isso, o
traçado da perspectiva do prisma com elementos paralelos parte da perspectiva do prisma
retangular ou prisma auxiliar.
O traçado das cinco fases será baseado no modelo prismático indicado a seguir.
trace as
determinam.
Esses elementos são oblíquos porque têm linhas que não são paralelas aos eixos
isométricos. Nas figuras anteriores, os segmentos de reta: AB, CD, EF, GH, IJ, LM, NO, PQ
e RS são linhas não isométricas que formam os elementos oblíquos. O traçado da perspectiva
isométrica de modelos prismáticos com elementos oblíquos também será demonstrado em
cinco fases.
O modelo a seguir servir· de base para a demonstração do traçado. O elemento
oblíquo deste modelo chama-se chanfro.
1a fase - Esboce a
perspectiva isométrica
do prisma auxiliar,
utilizando as medidas
aproximadas do
comprimento, largura e
altura do prisma
chanfrado.
2a fase - Marque as
medidas do chanfro na
face da frente e trace a
linha não isométrica que
determina o elemento.
4a fase - Complete o
traçado do elemento.
Um círculo, visto de frente, tem sempre a forma redonda. Entretanto, quando giramos
o círculo. Imprimimos um movimento de rotação ao círculo, ele aparentemente muda, pois
assume a forma de uma elipse.
3) Com centros nos vértices C e A, traçam-se os arcos HE e GF. Com centro nos
pontos I e J, traçam-se os arcos EF e HG, completando a elipse isométrica.
Não uma regra que determina quais eixos deve estar correlacionada para formar vista
perspectiva isométrica. Por conveniência, usa-se a vista (posicionamento) que demonstra o
maior número de detalhes da peça.
Abaixo mostra como se deve iniciar qualquer desenho em Perspectiva Isométrica.
1b)
2a)
2b)
5)
6)
7)
8)
9)
10)
11)
12)
14)
15)
18)
19)
20)
A Figura 73 mostra um exemplo de uma peça que possui uma superfície inclinada e
onde foi acrescentado um plano de projeção paralelo a essa face de modo a representá-la
em verdadeira grandeza.
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Como o desenho técnico tem como objetivo representar com clareza as formas
espaciais dos objetos, não tem sentido prático desenhar as partes das vistas que aparecem
com dimensões fora das suas verdadeiras grandezas. Desta forma, a ABNT recomenda a
utilização de vistas parciais, limitadas por linhas de rupturas, que representam somente as
partes que aparecem as formas verdadeiras dos objetos, conforme mostram as Figuras 73
e 74.
2) Representar o objeto por meio da vista frontal (VF), e de vistas auxiliares 1 e 2 (VA1 e
VA2) dos detalhes inclinados.
3) Representar o objeto por meio da vista frontal (VF), vista superior (VS), e de uma vista
auxiliar dos detalhes inclinados.
3.1)
3.2)
4) Representar o objeto por meio da vista frontal (VF), vista superior (VS), e de vistas
auxiliares 1 e 2 (VA1 e VA2) dos detalhes inclinados.
4.A)
4.B) 4.
4. CORTE
Significa divisão, separação. Em desenho técnico, o corte de uma peça é sempre imaginário. Ele
permite ver as partes internas da peça.
4.1. HACHURA
Na posição em corte, a superfície imaginada cortada é preenchida com hachuras. Elas são
linhas estreitas que, além de representarem a superfície imaginada cortada, mostram também os
tipos de materiais.
Exemplos de Cortes
Na Figura 85 se observa duas das vistas principais que foram substituídas pelos cortes.
Tipos de Cortes
Corte pleno ou total: O objeto é cortado em toda a sua extensão. Normalmente o plano
passa pelo eixo principal (Figura 86a).
Meio-corte: É utilizado no desenho de peças simétricas, onde metade aparece em corte e a
outra metade aparece em vista externa (Figura 86b).
Corte em desvio: Quando o plano muda de direção para mostrar detalhes fora do eixo
principal (Figura 87a).
Corte parcial: Representado sobre parte de uma vista, para mostrar algum detalhe interno
da peça (Figura 87b).
Corte rebatido: Quando o objeto possui detalhes simétricos que não passam pelo plano de
corte.
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EXERCÍCIOS
Exercícios de Cortes
1) Representar os cortes indicado nos objetos dados. a)
b)
e)
f)
Exemplo
a)
b)
c)
Representar as vistas das peças abaixo e substituir a vista frontal por um Corte
Longitudinal. Aplicar a Hachura de acordo com as Normas da ABNT. Utilizar folha A4
ou A3 com margem e legenda.
Exercício 09
Representar as vistas da peça abaixo e substituir as vistas frontal pelo Corte AA,
sabendo esse corte é aplicado na vista superior e deve passar pelos centros dos furos
de ø20mm. Aplicar a Hachura de acordo com as Normas da ABNT. Utilizar folha A4 ou
A3 com margem e legenda.
Exercício 10
Exercício 11
Exercício 12
5. ESTADO DE SUPERFÍCIE
O desenho técnico, além de mostrar as formas e as dimensões das peças, precisa conter outras
informações para representá-las fielmente. Uma dessas informações é a indicação dos estados das
superfícies das peças.
• Acabamento: é o grau de rugosidade observado na superfície da peça. As superfícies
apresentam-se sob diversos aspectos, a saber: em bruto, desbastadas, alisadas e polidas.
• Superfície em bruto é aquela que não é usinada, mas limpa com a eliminação de rebarbas
e saliências.
• Superfície desbastada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são bastante
visíveis, ou seja, a rugosidade é facilmente percebida.
• Superfície alisada é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são pouco visíveis,
sendo a rugosidade pouco percebida.
• Superfície polida é aquela em que os sulcos deixados pela ferramenta são imperceptíveis,
sendo a rugosidade detectada somente por meio de aparelhos.
Os graus de acabamento das superfícies são representados pelos símbolos indicativos de
rugosidade da superfície, normalizados pela norma NBR 8404 da ABNT, baseada na norma ISO
1302. Os graus de acabamento são obtidos por diversos processos de trabalho e dependem das
modalidades de operações e das características dos materiais adotados.
Rugosidade são erros microgeométricos existentes nas superfícies das peças, provenientes
do processo de fabricação, tais como ranhuras, sulcos, estrias, escamas e crateras. As ranhuras e
sulcos são provenientes de marcas da ferramenta durante o avanço ou posicionamento da peça no
processo de usinagem. As estrias e escamas formam-se na usinagem durante a retirada do cavaco.
O controle da rugosidade torna-se importante quando aumenta a qualidade de fabricação
(tolerância dimensional pequena) ao ponto de ocorrerem irregularidades na superfície da peça
maiores do que a tolerância dimensional especificada (Figura 37).
A ponta de diamante, fixada na ponta do braço do rugosímetro, percorre uma trajetória linear
de comprimento LA pré-definido, captando as irregularidades existentes na superfície da peça. O
rugosímetro processa as informações enviadas pelo sensor de diamante, realiza cálculos da
rugosidade, apresentando um valor numérico no mostrador e/ou imprime um gráfico do perfil de
rugosidade da superfície avaliada (Figura 39).
A2 + A4 = A1 + A3
Rugosidade Média (Ra) é a média aritmética dos valores absolutos das ordenadas do perfil
efetivo da peça em relação à linha média para um comprimento de amostragem LA definido, e pode
ser calculado pela expressão:
N
Prof. Odelson de S Pereira.
APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO
Ai
Ra i 1
[ m],
LA
Ra 5,4 m.
A rugosidade média Ra é o parâmetro mais usado no mundo, sendo aplicável na maioria dos
processos de fabricação, e podendo ser medido por qualquer tipo de rugosímetro. Entretanto, este
parâmetro fornece apenas o valor de uma irregularidade média no perfil da peça, não indicando a
forma do perfil, nem fazendo distinção entre picos e vales, dificultando a identificação de
irregularidades atípicas que podem afetar o desempenho da peça.
De acordo com a NBR - 6402, a especificação de acabamento nos desenhos por meio de sinais
antigos é feita conforme a relação a seguir.
O quadro abaixo apresenta valores típicos de rugosidade recomendados para algumas aplicações:
Ra ( m) APLICAÇÕES
NOTA: o sinal de usinagem atualizado deve ser desenhado com linhas estreitas, a um ângulo de
60º e altura de 5 mm.
Os símbolos e inscrições devem estar orientados de maneira que possam ser lidos tanto
com o desenho na posição normal, como pelo lado direito. Se necessário, o símbolo pode ser
interligado por meio de uma linha de indicação.
O símbolo deve ser indicado uma vez para cada superfície e, se possível, na vista que leva
a cota ou representa a superfície. Considere o seguinte exemplo:
Exemplos de Aplicação:
Prof. Odelson de S Pereira.
APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO
Interpretação do exemplo a:
1 – é o número da peça
Interpretação do exemplo b
2 é o número da peça.
o acabamento geral não deve ser indicado nas superfícies. O símbolo significa que a peça
deve manter-se sem a retirada de material.
EXERCÍCIOS
1- Desenhe a vista
superior do objeto BRAÇO de
Ferro Fundido. Aplique o
corte total longitudinal sobre a
nervura passando pelos
centros dos furos.
Inserir as novas simbologias
antigas de acabamento:
Acab. Furos de 20 e 16 deve
ser retificado, furo de 30 x 10
alisado, demais faces bruto
de fundição. escala 1:1.
2- Desenhe a vista
superior do objeto BLOCO
POSICIONADOR, faça
o corte em desvio A B.
Material Aço VC150, acab.
base inferior fresado com
acabamento de 6,8µm, as
quatro faces laterais
desbastadas com fresamento
e rugosidade de 12,5µm, a
face superior da peça e o furo
de 20 mm retificada com
3,2µm, demais faces deve
ser o próprio
bruto de fundição com no máximo 50
µm. Escala 1:1
6. TOLERÂNCIA DIMENSIONAL
É muito difícil executar peças com as medidas rigorosamente exatas porque todo processo
de fabricação está sujeito a imprecisões. Sempre acontecem variações ou desvios das cotas
indicadas no desenho. Entretanto, é necessário que peças semelhantes, tomadas ao acaso, sejam
intercambiáveis, isto é, possam ser substituídas entre si, sem que haja necessidade de reparos e
ajustes. A prática tem demonstrado que as medidas das peças podem variar, dentro de certos
limites, para mais ou para menos, sem que isto prejudique a qualidade. Esses desvios aceitáveis
nas medidas das peças caracterizam o que chamamos de tolerância dimensional.
Depois de executado, o diâmetro da peça pode ter qualquer valor dentro desses dois limites.
A dimensão encontrada, depois de executada a peça, é a dimensão efetiva ou real; ela deve estar
dentro dos limites da dimensão máxima e da dimensão mínima.
O sistema ISO consiste num conjunto de princípios, regras e tabelas que possibilita a escolha
racional de tolerâncias e ajustes de modo a tornar mais econômica a produção de peças mecânicas
intercambiáveis. Este sistema foi estudado, inicialmente, para a produção de peças mecânicas com
até 500 mm de diâmetro; depois, foi ampliado para peças com até 3150 mm de diâmetro. Ele
estabelece uma série de tolerâncias fundamentais que determinam a precisão da peça, ou seja, a
qualidade de trabalho, uma exigência que varia de peça para peça, de uma máquina para outra.
A norma brasileira prevê 18 qualidades de trabalho. Essas qualidades são identificadas pelas
letras: IT seguidas de numerais. A cada uma delas corresponde um valor de tolerância. Observe, no
quadro abaixo, as qualidades de trabalho para eixos e furos:
A letra I vem de ISO e a letra T vem de tolerância; os numerais: 01, 0, 1, 2,...16, referem-se
às 18 qualidades de trabalho; a qualidade IT 01 corresponde ao menor valor de tolerância. As
qualidades 01 a 3, no caso dos eixos, e 01 a 4, no caso dos furos, estão associadas à mecânica
extra precisa. É o caso dos calibradores, que são instrumentos de alta precisão. Eles servem para
verificar se as medidas das peças produzidas estão dentro do campo de tolerância especificado.
Veja:
Peças que funcionam acopladas a outras têm, em geral, sua qualidade estabelecida entre IT
4 e IT 11, se forem eixos; já os furos têm sua qualidade entre IT 5 e IT 11. Essa faixa corresponde à
mecânica corrente, ou mecânica de precisão. Verifique se ficou bem entendido, resolvendo o
próximo exercício.
Verificando o entendimento:
Veja agora as respostas corretas: a) mostra um calibrador para furos, que é um instrumento
de alta precisão. Logo, a qualidade de trabalho do eixo do calibrador deve estar na faixa de IT 01 a
IT3; b) temos uma mola cônica de compressão. Seu funcionamento não depende de ajustes
precisos. A qualidade de trabalho pode variar entre IT 12 e IT 16; c) é um eixo, que funciona acoplado
a furos. Neste caso, a qualidade de trabalho pode variar entre IT 4 e IT 11; d) um calibrador de eixos.
A parte do calibrador que serve para verificar as medidas dos eixos tem a forma de furo. Portanto,
a qualidade de trabalho deve estar entre IT 01 e IT 4.
Nos desenhos técnicos com indicação de tolerância, a qualidade de trabalho vem indicada
apenas pelo numeral, sem o IT. Antes do numeral vem uma ou duas letras, que representam o
campo de tolerância no sistema ISO. Veja um exemplo.
A dimensão nominal da cota é 20 mm. A tolerância é indicada por H7. O número 7, você já
sabe, indica a qualidade de trabalho; ele está associado a uma qualidade de trabalho da mecânica
corrente. A seguir, você vai aprender a interpretar o significado da letra que vem antes do numeral.
Quando a tolerância vem indicada no sistema ABNT/ISO, os valores dos afastamentos não
são expressos diretamente. Por isso, é necessário consultar tabelas apropriadas para identificálos.
A tabela que corresponde a este ajuste tem o título de: Ajustes recomendados - sistema furo-
base H7. Veja, a seguir, a reprodução do cabeçalho da tabela.
500 mm. No exemplo, o diâmetro do furo é 40 mm. Esta medida situa-se no grupo de dimensão
Prof. Odelson de S Pereira.
APOSTILA DE DESENHO TÉCNICO
nominal entre 30 e 40. Logo, os valores de afastamentos que nos interessam encontram-se na 9ª
linha da tabela, reproduzida abaixo:
Na segunda coluna - Furo - vem indicada a tolerância, variável para cada grupo de
dimensões, do furo base: H7. Volte a examinar a 9ª linha da tabela, onde se encontra a dimensão
de 40 mm; na direção da coluna do furo aparecem os afastamentos do furo: 0 (afastamento inferior)
e + 25 (afastamento superior). Note que nas tabelas que trazem afastamentos de furos o
afastamento inferior, em geral, vem indicado acima do afastamento superior. Isso se explica porque,
na usinagem de um furo, parte-se sempre da dimensão mínima para chegar a uma dimensão
efetiva, dentro dos limites de tolerância especificados.
Lembre-se de que, nesta tabela, as medidas estão expressas em mícrons. Uma vez que
1mm = 0,001 mm, então 25 mm = 0,025 mm. Portanto, a dimensão máxima do furo é: 40 mm +
0,025 mm = 40,025 mm, e a dimensão mínima é 40mm, porque o afastamento inferior é sempre 0
no sistema furo-base.
Agora, só falta identificar os valores dos afastamentos para o eixo g6. Observe novamente a
9ª linha da tabela anterior, na direção do eixo g6. Nesse ponto são indicados os afastamentos do
eixo: -9/-25 O superior - 9mm, que é o mesmo que - 0,009 mm. O afastamento inferior é - 25 mm,
que é igual a – 0,025 mm. Acompanhe o cálculo da dimensão máxima do eixo:
A dimensão nominal do eixo é igual à dimensão nominal do furo: 70 mm. A tolerância do furo
é J7 e a tolerância do eixo é h6. O h indica que se trata de um ajuste no sistema eixo-base. Então,
para identificar os afastamentos do eixo e do furo, você deverá consultar a tabela de Ajustes
recomendados – sistema eixo-base h6. A tabela de ajustes recomendados no sistema eixo-base é
semelhante à tabela do sistema furo-base. O que a diferencia são as variações das tolerâncias dos
furos.
Ajuste é a condição ideal para a fixação ou funcionamento entre peças executadas dentro
de um limite e são determinados de acordo com o seu campo de tolerância. O sistema de ajustes
prevê três classes de ajuste: ajustes móveis ou deslizantes (com folga); ajustes incertos ou
indeterminados; e ajustes fixos ou prensados (com interferência), conforme mostrado na figura
7.1.
Figura 7.1: Classes de ajuste para acoplamento de eixos e furos (sistema furo-base) Fonte:
Francesco Provenza, 1995
Estas três classes de acoplamento podem ser visualizadas na figura 7.2, para o sistema furo-
base.
7. TOLERÂNCIA GEOMÉTRICA
A figura da esquerda mostra o desenho técnico de um pino, com indicação das tolerâncias
dimensionais. A figura da direita mostra como ficou a peça depois de executada, com a indicação
das dimensões efetivas.
Note que, embora as dimensões efetivas do pino estejam de acordo com a tolerância
dimensional especificada no desenho técnico, a peça real não é exatamente igual à peça projetada.
Pela ilustração você percebe que o pino está deformado.
Não é suficiente que as dimensões da peça estejam dentro das tolerâncias dimensionais
previstas. E necessário que as peças estejam dentro das formas previstas para poderem ser
montadas adequadamente e para que funcionem sem problemas. Do mesmo modo que é
praticamente impossível obter uma peça real com as dimensões nominais exatas, também é muito
difícil obter urna peça real com formas rigorosamente idênticas às da peça projetada. Assim, desvios
de formas dentro de certos limites não chegam a prejudicar o bom funcionamento das peças.
Quando dois ou mais elementos de uma peça estão associados, outro fator deve ser
considerado: a posição relativa desses elementos entre si.
As variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na execução da peça
constituem as tolerâncias geométricas.
As tolerâncias de forma limitam os afastamentos de um dado elemento em relação à sua forma geométrica teórica.
A tolerância de Retilineidade com formato cilíndrico pode ser aplicada para o controle de desvios geométricos
em sólidos de revolução, tais como cilindros e eixos.
A tolerância de Retilineidade com formato de paralelepípedo pode ser aplicada para o controle de desvios
geométricos em sólidos com seção transversal retangular, tais como guias e barramentos de máquinas operatrizes A
figura 3 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de Retilineidade em desenhos técnicos.
O exemplo indica que o eixo da parte cilíndrica da peça deve estar dentro de um cilindro com diâmetro de 0,08
mm. A Figura 4 apresenta um esquema de medição da Retilineidade, com relógio comparador encostado em duas réguas
apoiadas, juntamente com a peça, sob uma mesa de desempeno.
A Figura 5 representa a tolerância de planicidade de acordo com a definição, e A Figura 6 apresenta um exemplo
de indicação desta tolerância em desenhos técnicos.
O exemplo da Figura 6 indica que a superfície da peça deve ficar entre dois planos paralelos distantes entre si
de 0,08mm. A Figura 7 apresenta um esquema de medição do desvio de planicidade da superfície de uma peça usando
relógio comparador sob uma mesa de desempeno.
Os desvios de planeza são de grande interesse, especialmente na construção de máquinas operatrizes, em que
o assento dos carros e das caixas de engrenagens sobre guias prismáticas ou paralelas têm grande influência na precisão
exigida da máquina.
A concavidade e a convexidade, representadas na Figura 8, são os tipos mais comuns de desvios de planeza.
Concavidade convexidade
Desvios de circularidade (ou ovalização) podem ocorrer na seção circular de uma peça em forma de disco,
cilindro ou cone. A tolerância de circularidade é representada por dois círculos concêntricos, que indicam os limites inferior
e superior tolerados para o desvio de circularidade. A Figura 9 representa a tolerância de circularidade.
Espera-se que estes desvios de circularidade fiquem dentro da tolerância dimensional especificada para o
diâmetro da peça cilíndrica. A tolerância de circularidade é, no máximo, igual à tolerância dimensional para eixos e furos
com qualidade de trabalho até IT8, ou metade da tolerância dimensional para qualidades iguais ou maiores que IT9.
Os desvios de circularidade costumam ser pequenos, e pouco importantes, mas as tolerâncias de circularidade
devem ser especificadas quando a precisão desejada não puder ser garantida pelos processos normais de usinagem. A
Figura 10 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de circularidade em desenhos técnicos, equivalente a 0,04
mm.
A medição do desvio de circularidade pode ser realizada com a utilização de relógio comparador e um
equipamento onde a peça é posicionada entre centros (Figura 11a), ou com a peça posicionada em um prisma em V
(Figura 11b).
Pode-se, também, utilizar equipamentos automatizados, especialmente projetados para medir o desvio de
circularidade, como o apresentado na Figura 12.
Neste equipamento, a peça é posicionada sobre um prato giratório, e um apalpador faz o contato com a superfície
da peça. Os valores são indicados num mostrador digital ou então impressos. É conveniente indicar na especificação de
tolerância de circularidade o método recomendado para a medição do desvio.
A medição do desvio de cilindricidade deve ser realizada em vários planos de medida ao longo de todo o
comprimento da peça, e é igual à diferença entre o maior valor e o menor valor medido. O desvio máximo medido não
deve ser maior do que a tolerância especificada.
O desvio de cilindricidade pode ser considerado como o desvio de circularidade medido em toda a extensão da peça.
A medição do desvio de cilindricidade (Figura 15) pode ser realizada por um instrumento de medição especialmente
desenvolvido para este propósito ou, na ausência deste, a medição pode ser realizada em duas etapas: ➢ Medição do
desvio máximo ao longo da seção longitudinal da peça;
➢ Medição do desvio máximo na seção transversal da peça (circularidade).
Figura 17– Indicação de tolerância de forma de uma linha qualquer em desenho técnico
A Figura 19 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de forma de uma superfície qualquer em desenhos
técnicos, informando que a superfície da peça deve ficar entre duas superfícies envolventes cuja distância é limitada por
uma esfera com diâmetro igual a 0,06 mm.
Os desvios de forma de uma superfície qualquer podem ser medidos em máquinas de medir por coordenadas
ou tridimensionais.
A tolerância geométrica de posição é o desvio de posição máximo admissível para uma peça fabricada em
relação à posição teórica definida no projeto.
As tolerâncias de posição limitam os afastamentos da posição mútua de dois ou mais elementos por razões
funcionais ou para assegurar uma interpretação inequívoca. Geralmente um deles é usado como referência para a
indicação das tolerâncias. Se for necessário, pode ser tomada mais de uma referência.
A tolerância de paralelismo entre duas linhas retas (Figura 20a) é delimitada pelo espaço contido em um cilindro
paralelo ao eixo de referência, que envolve a linha efetiva (medida), tendo como eixo de simetria uma das retas teóricas.
A tolerância de paralelismo entre dois planos (Figura 20b) é o desvio máximo admissível para uma superfície
plana de uma peça, representada pela distância entre dois planos teóricos, paralelos entre si, sendo um o plano de
referência, entre os quais deve estar a superfície plana efetiva (medida) da peça.
A Figura 21 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de paralelismo em desenhos técnicos, informando
que a linha reta ou superfície plana da peça deve ficar entre duas retas paralelas (cilindro) ou dois planos paralelos, com
distância de 0,06 mm entre si, e paralelos à reta ou plano de referência A.
O campo de tolerância do desvio de perpendicularidade entre uma reta e um plano (Figura 24a) é delimitado por
um cilindro, dentro do qual deve estar a reta efetiva (medida), cujo eixo teórico faz um ângulo de 90 em relação a um
plano de referência especificado.
O campo de tolerância do desvio de perpendicularidade entre dois planos (Figura 24b) é delimitado por dois
planos teóricos, paralelos entre si, com inclinação de 90 em relação ao plano de referência especificado, entre os quais
deve estar o plano efetivo (medido).
O desvio de simetria pode ser considerado como um caso particular do desvio de localização do ponto, em que
os elementos considerados são arestas simétricas.
Algumas vezes não é possível separar os desvios de forma dos desvios de posição para fabricação das peças e
medição posterior, formando os desvios compostos de forma e posição. Dentre os vários tipos de desvios compostos
destacam-se os desvios de batida em superfícies de revolução.
Tolerância de batida radial (Figura 30) é o desvio máximo admissível da posição de um elemento ao completar
uma rotação, medida no sentido radial ao eixo de rotação. O campo de tolerância é definido em um plano perpendicular ao
eixo de rotação, composto de dois círculos concêntricos, dentro dos quais deve encontrar-se o perfil da peça durante uma
volta completa em torno de seu eixo de simetria.
A medição do desvio de batida radial é semelhante ao método de medição do desvio de circularidade, a qual
pode ser realizada com a utilização de relógio comparador e um equipamento onde a peça é posicionada entre centros
(Figura 31a), ou com a peça posicionada em um prisma em V (Figura 31b).
A Figura 32 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de batida radial em desenhos técnicos, informando
que numa revolução completa da peça em torno do eixo de referência A, o balanço radial da superfície indicada não deve
ser maior que a tolerância de 0,02 mm.
Para superfícies cônicas, a tolerância de batida é a distância entre superfícies cônicas concêntricas, dentro das
quais deverá encontrar-se a superfície efetiva (medida), quando a peça efetuar um giro completo sobre seu eixo de
simetria.
O campo de tolerância é definido como um cilindro concêntrico ao eixo de rotação, cuja altura (distância entre as
bases) corresponde à tolerância de batida axial. A trajetória de um ponto qualquer durante uma rotação completa deve
ficar dentro do cilindro.
A Figura 35 apresenta um exemplo de indicação da tolerância de batida axial em desenhos técnicos, informando
que numa revolução completa da peça em torno do eixo de referência A, o balanço axial da superfície frontal não deve
ser maior que a tolerância de 0,04 mm.
( ) Se eu tivesse que representar a peça acima em um desenho técnico, eu poderia deixar a representação da
peça com apenas esta única vista.
( x ) Cada dimensão real local da peça acima deve estar dentro das dimensões de _______ mínimo material e de
______ para o máxima material;
( x ) Na condição de mínimo material, o desvio de retilinidade deverá ser de no máximo de _______;
( x ) Na condição de máximo material, o desvio de retilinidade deverá ser de no máximo de _______;
( ) Ao medir com um paquímetro, o diâmetro da peça acima, eu encontro a dimensão de ø22,05. Eu posso
considera-la como dentro do especificado em desenho.
( ) Ao dimensionar uma peça em que este eixo será montado, o diâmetro do furo seria de no mínimo ø22,20.
Pois caso menor, poderia haver interferência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• SOCIESC, DES – Desenho Técnico, Apostila da Escola Técnica Tupy, Rev 00, Joinville – SC.
2018