Aula 08
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PROFESSOR TERROR
Aula 8
Emprego/correlação de tempos e modos verbais. Colocação dos
pronomes átonos. Domínio da ortografia oficial. Emprego das letras.
Olá, pessoal!
Os assuntos agora têm base na morfologia, isto é, o estudo de duas
classes gramaticais (verbo e pronome), além da ortografia.
Vamos ao primeiro?!!!!!!
VERBO
É a palavra que se flexiona em número (singular/plural), pessoa
(primeira, segunda e terceira), modo (indicativo, subjuntivo e imperativo),
tempo (presente, pretérito e futuro), e voz (ativa, passiva e reflexiva). Pode
indicar ação (fazer, copiar), estado (ser, permanecer, ficar), fenômeno natural
(chover, anoitecer), ocorrência (acontecer, suceder), desejo (aspirar, almejar)
e outros processos.
Em relação a verbo, estão previstos, no conteúdo programático do edital,
apenas o emprego e a correlação de tempos e modos verbais. Para
entendermos esses dois tópicos, abordaremos o assunto da seguinte forma:
I- conceitos gerais;
II - estrutura do verbo;
III - reconhecimento dos tempos e modos verbais;
IV - emprego desses tempos e modos verbais;
V- correlação de tempos e modos verbais.
1. O que são formas nominais?
Muita gente se pergunta por que o infinitivo, o gerúndio e o particípio são
chamados de formas nominais, se eles são verbos. Bom, o motivo disso é
porque muitas vezes se comportam como nomes (substantivo, advérbio e
adjetivo). Veja:
Infinitivo: termina em “r” (cantar, saber, partir). Algumas vezes se comporta
como substantivo em construções do tipo “Amar é viver” (Amor é vida);
“Estudar é bom” (Estudo é bom).
É por isso que, quando as orações subordinadas substantivas não são
desenvolvidas, normalmente são reduzidas de infinitivo.
Gerúndio: geralmente termina em “ndo” (cantando, sabendo, partindo).
Algumas vezes se comporta como advérbio em construções do tipo
“Amanhecendo, vou a sua casa” (valor adverbial de tempo: quando
amanhecer); “Estudando, passarei no concurso” (valor adverbial de condição:
se estudar).
É por isso que, quando as orações subordinadas adverbiais não são
desenvolvidas, normalmente são reduzidas de gerúndio.
Nesses dois casos, veja que os agentes da passiva “por Deus” e “por um
bandido” nos indica que há locução verbal da voz passiva “é abençoado” e “foi
morta”. Por isso, as palavras em negrito não podem ser adjetivos.
Veja a aplicação disso na prova.
Questão 1: TCE PE 2004 Procurador
Fragmento do texto:
1 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a
sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser
encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo
por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,
5 como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é
possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a
maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está
relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de
pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais,
os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como
substantivos.
Comentário: Sabemos que o verbo no infinitivo pode ser empregado como
substantivo, principalmente quando vier antecedido do artigo, procedimento
que chamamos de substantivação ou derivação imprópria, como nos seguintes
exemplos: “Como filósofos, devemos pensar o viver das pessoas.”
Note que o infinitivo “viver” foi antecipado do artigo simplesmente para
enfatizar seu uso substantivo. Assim, houve simplesmente o nome da ação: “o
viver”. Poderíamos simplesmente ter substituído por substantivo. Veja:
“Como filósofos, devemos pensar a vida das pessoas.”
Agora, veja que a questão pede ao candidato para observar se a
estrutura textual admite ler estes verbos como simples substantivos, isto é,
nomes das ações. Isso não, pois ele nos induz a perceber a ênfase nas ações.
Radical
É a base de sentido do verbo.
Vogal temática Desinência modo-temporal
Indica a conjugação (1ª, 2ª, 3ª) Indica o modo (indicativo e subjuntivo) e o tempo
verbal (presente, passado, futuro)
estuda s
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.
Questão 6: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no
texto:
O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende
marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
Comentário: O presente do indicativo pode marcar fatos que ocorrerão em
um futuro próximo, no intuito de destacá-lo, como: Amanhã vou a sua casa.
Porém, no contexto, o emprego não é este.
Gabarito: E
O modo IMPERATIVO
4.j.1. Reconhecimento do modo verbal
Correlação
4
O Sol já despontava quando a escola entrou na passarela.
A torcida ainda acreditava no empate quando o time levou o segundo gol.
Valor de posse (algo de alguém): “me, te, lhe, nos, vos, lhes”.
Algumas gramáticas determinam a esses pronomes a função de adjunto
adnominal, outras, objeto indireto. Para nossa prova, basta entender o valor
de posse.
Doem-me as pernas. (As minhas pernas doem.)
Doem-te as pernas. (As tuas pernas doem.)
Doem-lhe as pernas. [As suas pernas doem. As pernas dele(dela) doem.]
Doem-nos as pernas. (As nossas pernas doem.)
Doem-vos as pernas. (As vossas pernas doem.)
Doem-lhes as pernas. [As suas pernas doem. As pernas deles(delas) doem.]
S V O
oblíquo
átono
ênclise
Ênclise: o pronome surge após o verbo. Pode ser considerada a colocação
básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua
culta, essa sequência é observada no início das frases ou quando não houver
palavra que atraia esse pronome:
Apresento-lhe meus cumprimentos. Contaram-te tudo?
Joana cansou-se de tanto andar.
Observação: deve-se ter em mente que não se inicia oração com pronome
oblíquo átono: estão erradas as construções “Me disseram assim.”, o ideal é
“Disseram-me assim.”
S O V
oblíquo
átono
próclise
Não nos mostraram nada. Nada me disseram.
a) São palavras atrativas: advérbios¹, pronomes relativos², interrogativos³,
conjunções subordinativas4 e, normalmente, as negações5:
Sempre¹ se encontram.
É a pessoa que² nos orientou.
Quem³ te disse isso?
Nada foi feito, embora4 se conhecessem as consequências da omissão.
Não5 me falaram nada a respeito disso.
b) Se, após a palavra atrativa houver pausa (vírgula, ponto-e-vírgula, dois-
pontos etc), a atração perde força e o pronome deve posicionar-se após o
verbo:
Não nos falaram a verdade. Não, falaram-nos a verdade.
Agora nos fale a verdade. Agora, fale-nos a verdade.
c) O pronome átono, não inicial, pode vir antes da palavra negativa:
“...descia eu para Nápoles em busca de sol que o não havia nas terras do norte.”
d) A colocação pronominal enclítica ocorre por força gramatical, porém os
autores modernos têm optado pela próclise, mesmo não havendo palavra
atrativa, haja vista o processo eufônico (soar melhor). Veja:
O marceneiro feriu-se com a lâmina.
O marceneiro se feriu com a lâmina.
Observação: a tradição fixou a próclise ainda nos seguintes casos:
1) com o gerúndio precedido da preposição em:
Em lhe chegando o turno, volte ao trabalho com eficiência.
2) nas orações exclamativas e optativas, com o verbo no subjuntivo e sujeito
anteposto ao verbo:
Bons ventos o levem! Deus te ajude!
Note a diferença com: “Benza-o Deus!”. Nesta frase, o sujeito ficou
posposto ao verbo, porque o pronome teve de ser deslocado para não iniciar a
frase.
3) Com a preposição “para” seguida de infinitivo, a colocação pronominal é
facultativa (próclise ou ênclise), inclusive com palavra negativa:
Para se equilibrar, ele segurou um graveto.
Para equilibrar-se, ele segurou um graveto.
Para não se esquecer, escreveu o recado na mão.
Para não esquecer-se, escreveu o recado na mão.
O FONEMA /s/ (LETRAS “s”, “c”, “ç” e “x” ou DÍGRAFOS “sc”, “sc”,
“ss”, “xc” e “xs”)
Observe os seguintes procedimentos em relação à representação gráfica desse
fonema:
a) a correlação gráfica entre nd e ns na formação de substantivos a partir de
verbos:
A LETRA “h”
É uma letra que não representa fonema. Seu uso se limita aos dígrafos ch, lh e
nh, a algumas interjeições (ah, hã, hem, hip, hui, hum, oh) e a palavras em
que surge por razões etimológicas. Observe algumas palavras em que surge o
h inicial: hagiografia, haicai, hálito, halo, hangar, harmonia, harpa, haste,
hediondo, hélice, Hélio, Heloísa, hemisfério, hemorragia, Henrique, herbívoro
(mas erva), hérnia, herói, hesitar, hífen, hilaridade, hipismo, hipocondria,
1
É muito importante você perceber que os prefixos “pre” e “pro” são átonos (portanto, sem acento).
Vamos às questões!!!
2
É muito importante você perceber que os prefixos “pré” e “pró” são tônicos (portanto, acentuados).
Lista de questões
Questão 1: TCE PE 2004 Procurador
Fragmento do texto:
1 A informação está cada vez mais ao nosso alcance. Mas a
sabedoria, que é o tipo mais precioso de conhecimento, essa só pode ser
encontrada nos grandes autores da literatura. Esse é o primeiro motivo
por que devemos ler. O segundo motivo é que todo bom pensamento,
5 como já diziam os filósofos e os psicólogos, depende da memória. Não é
possível pensar sem lembrar — e são os livros que ainda preservam a
maior parte da nossa herança cultural. Finalmente, e este motivo está
relacionado ao anterior, eu diria que uma democracia depende de
pessoas capazes de pensar por si próprias. E ninguém faz isso sem ler.
Pela construção textual, depreende-se que, apesar de serem formas verbais,
os vocábulos “pensar” e “lembrar”, ambos na linha 6, estão empregados como
substantivos.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
A raça humana é a ferida acesa
Uma beleza, uma podridão
O fogo eterno e a morte
A morte e a ressurreição.
A raça humana é o cristal de lágrima
Da lavra da solidão
Da mina, cujo mapa
Traz na palma da mão.
A raça humana risca, rabisca, pinta
A tinta, a lápis, carvão ou giz
O rosto da saudade
Que traz do Gênesis
Dessa semana santa
Entre parênteses
Desse divino oásis
Da grande apoteose
Da perfeição divina
Na grande síntese.
A raça humana é
Uma semana
Do trabalho de Deus.
Gilberto Gil.
Questão 6: Julgue as afirmativas a seguir sobre o uso do tempo verbal no
texto:
O verbo ser encontra-se no presente do indicativo porque o autor pretende
marcar fatos que ocorrerão em um futuro próximo.
Questão 59: Posso saber o saldo de minha conta corrente, se quizer, dizendo
que a máquina projete à parede, do lado esquerdo, o extrato bancário.
GABARITO
1. E 2. E 3. E 4. E 5. C 6. E 7. E 8. E 9. C 10. E
11. C 12. C 13. E 14. E 15. E 16. C 17. E 18. C 19. E 20. C
21. E 22. E 23. E 24. B 25. C 26. C 27. C 28. E 29. C 30. C
31. E 32. E 33. E 34. C 35. C 36. C 37. E 38. C 39. C 40. E
41. E 42. E 43. E 44. E 45. E 46. C 47. E 48. C 49. C 50. E
51. C 52. C 53. E 54. E 55. C 56. C 57. C 58. E 59. E 60. E
61. E 62. E 63. C 64. E 65. E 66. E 67. E 68. E 69. D 70. E
71. E 72. E 73. C 74. C 75. C 76. E 77. E 78. E 79. E 80. E
Controle de desempenho:
Só passe para a aula seguinte, se você tiver índice maior que 80%.