Processos Sociais Emergentes-Ensaio - Otília Pedrosa
Processos Sociais Emergentes-Ensaio - Otília Pedrosa
Processos Sociais Emergentes-Ensaio - Otília Pedrosa
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Mestrado em Sociologia
Índice
Índice................................................................................................................2
Introdução.........................................................................................................3
Questões de Partida.........................................................................................4
Paralelismos e Paradoxos..............................................................................15
Reflexões Finais.............................................................................................17
Bibliografia......................................................................................................18
Introdução
Este trabalho insere-se na disciplina de Processos Sociais Emergentes, do
Mestrado em Sociologia, da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Os docentes da disciplina são Sara Araújo e Daniel Neves Costa e os principais
objectivos são a aquisição de conhecimento sociológico em áreas centrais
contemporâneas o desenvolvimento de competências para pensar criticamente
sobre os fenómenos sociais emergentes.
Questões de Partida
Pretendo acima de tudo, levantar questões, sem expectativa que as
respostas sejam encontradas ou sejam definitivas, estando sujeitas a novas
perspectivas e novos desenvolvimentos, essencialmente porque, ainda estamos a
descobrir agora, quais as possíveis repercussões e consequências, tanto da crise
da austeridade, como da crise pandémica.
Poderá a análise crítica dos discursos nos protestos sociais ocorridos durante
o período pandémico, evidenciar ou mostrar os grupos considerados “não
essenciais”?
Martim Moniz até à Alameda Dom Afonso Henriques, onde o agravamento das
condições de vida com a subida da inflação foi recordado (Euronews, 2022).
Num estudo feito nos Estados Unidos dos movimentos sociais que surgiram
durante e após a pandemia, por Jeremy Pressman e Austin Choi-Fitzpatrick nos
Estados Unidos da América (2020), observaram que as questões que preocupavam
os manifestantes passaram a ser a saúde pública e as políticas económicas; alguns
manifestantes, mas não todos, fizeram ajustes tácticos, adoptando o distanciamento
social ou mudando para formatos que não exigiam distanciamento social, como as
caravanas de automóveis; e as instalações médicas serviram frequentemente de
local para as manifestações.
qualquer outro período desde a Segunda Guerra Mundial (Chenoweth, E., et al,
2020).
Paralelismos e Paradoxos
Sara Araújo aponta-nos as ausências à luz dos protestos sociais da altura da
austeridade que decorreu entre 2011 e 2013. (Sara Araújo, 2021) e ao analisar os
protestos sociais, que sucederam no período de 2020-2022, mais do que perceber
quem, o quê e porque protestava a sociedade, procuro encontrar, caso existam,
indivíduos pertencentes ao grupo “não essencial”, fazendo uma conjectura, no
sentido em que estes se encontravam visíveis nesses protestos, poderá significar
que este é um possível, novo grupo da sociedade "incivil” (Sara Araújo, 2021)
emergente da crise pandémica.
Para Bauman (2013) “do berço ao túmulo” somos instigados a tratar as lojas
de consumo como farmácias repletas de remédios que podem nos oferecer a
fórmula da alegria em contraposição às nossas moléstias e aflições do dia a dia.
Esta indagação parece-se ter confirmado como útil, quando apresentada a solução
para a saída da nova crise social, pelo Estado que prontamente e de forma célere
providencia o remédio, sendo que, em troca a população apenas teria de assistir
impávida e serena à destruição de décadas de lutas sociais, na conquista de direitos
sociais e laborais.
Reflexões Finais
Longe de tentar concluir, verificamos através da análise dos protestos
sociais, que nem sempre a parte da sociedade mais lesionada, é aquela que
encontramos nas ruas a manifestar-se, o que poderá encontrar justificação pela falta
de união ou de representação constituída, como é o caso dos trabalhadores
informais.
Bibliografia
Accornero, G., & Pinto, P. R. (2015). “Brandos costumes?” Protesto e
mobilização em Portugal sob a austeridade, 2010-2013. Estudos Ibero-Americanos,
41(2), 393-421.
Beck, U. (1996). Risk society and the provident state. Risk, environment and
modernity: Towards a new ecology, 31, 29-43.
Chenoweth, E., Choi-Fitzpatrick, A., Pressman, J., Santos, F. G., & Ulfelder,
J. (2020). The global pandemic has spawned new forms of activism–and they’re
flourishing. The Guardian, 20.
Costa, Hermes Augusto; Dias, Hugo; Soeiro, José (2014), “As greves e a
austeridade em Portugal: olhares, expressões e recomposições”, Revista Crítica de
Ciências Sociais, 103, 173-202. DOI: https://doi.org/10.4000/rccs.5584
Marta Grosso, 2022. “Há 270 pré-avisos de greve. Saiba para quando estão
agendados os protestos”. SAPO, 20
maio.https://rr.sapo.pt/noticia/pais/2022/05/31/ha-270-pre-avisos-de-greve-saiba-
para-quando-estao-agendados-os-protestos/285063/
Parry, L. J., Asenbaum, H., & Ercan, S. A. (2021). Recipes for democratic
participation during the pandemic: From anti-lockdown protest to a participatory
system.
Schwab, K., & Malleret, T. (2020). COVID-19: The great reset. USA.: Forum
publishing.