Desenho Técnico e Procedimentos Básicos de Desenho
Desenho Técnico e Procedimentos Básicos de Desenho
Desenho Técnico e Procedimentos Básicos de Desenho
PROPÓSITO
Compreender o conceito e a importância dos elementos do desenho técnico para o engenheiro,
independentemente da sua área de atuação.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o conteúdo deste tema, tenha em mãos o material para elaboração de desenho
técnico: folha de papel liso (tamanho A4), lápis com grafite preto, borracha branca macia e
instrumentos básicos (régua, par de esquadros, transferidor e compasso).
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
MÓDULO 3
MÓDULO 4
APRESENTAÇÃO
As pessoas precisam se comunicar para viver em sociedade. Para tanto, diferentes linguagens
e formas de expressão se desenvolveram ao longo da história. Essa necessidade também
existe para que os profissionais de determinada área desenvolvam suas atividades.
MÓDULO 1
Na Figura 2, por exemplo, é possível identificar do que se tratam as imagens, mas não é
possível saber detalhes, como as dimensões das janelas e portas, e os materiais utilizados na
construção das casas.
Fonte: Por RomanYa / Shutterstock
Figura 2 – Exemplo típico de um desenho artístico (ilustração de uma cidade).
O desenho artístico, portanto, não tem como finalidade projetar ou construir algo, e sim ser
uma ferramenta de linguagem visual que apresente as características de um objeto da forma
que o artista deseja. Cada observador pode tirar suas conclusões a respeito dos detalhes não
informados. É isso que torna o desenho artístico inviável de ser utilizado para projetar e
construir.
Devemos lembrar que a engenharia exige exatidão de dados, de modo que não basta ilustrar: é
preciso representar o que se pretende, de forma precisa, sem a possibilidade de interpretação
distinta de pessoa para pessoa. Deve-se usar uma linguagem que represente, de forma
rigorosa, a forma e as dimensões do objeto representado.
O desenho técnico é uma ferramenta de expressão gráfica. É tão importante quanto a escrita
como meio de comunicação, e é uma ferramenta essencial para todas as pessoas,
especialmente as responsáveis por projetar e construir, como engenheiros e arquitetos.
ATENÇÃO
Como todo processo padronizado, o desenho técnico tem normas técnicas que indicam a forma
correta de representar graficamente textos e linhas, bem como de indicar as dimensões do
objeto.
Portanto, o desenho técnico será uma ferramenta de linguagem para diversas profissões:
engenheiros, arquitetos, designers. É essencial que esses profissionais compreendam as
informações contidas nesse tipo de desenho, visto que a representação gráfica técnica é
elaborada seguindo normas e padrões pré-estabelecidos.
NA ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
Engenheiros de produção precisam compreender projetos que apresentem a disposição de
equipamentos que fazem parte da linha de produção de uma empresa.
NA ENGENHARIA ELÉTRICA
Engenheiros elétricos podem trabalhar no projeto e na instalação de cabeamentos elétricos em
uma edificação.
NA ENGENHARIA CIVIL
Engenheiros civis podem projetar as estruturas de concreto ou de aço de uma construção.
NA ENGENHARIA MECÂNICA
Engenheiros mecânicos podem trabalhar no projeto e na fabricação de peças de um motor.
MÉTODOS PARA ELABORAÇÃO DE
DESENHO TÉCNICO
Observe, na Figura 3 a seguir, que as linhas contínuas representam as arestas visíveis do
objeto, os detalhes e as reentrâncias. As cotas (medidas) permitem conhecer suas dimensões.
Com a prática e o desenvolvimento de raciocínio espacial, as vistas são suficientes para a
compreensão da volumetria do objeto.
Nos dias de hoje, é possível elaborar esboços em dispositivos móveis, como celulares e
tablets, utilizando aplicativos para elaboração de desenhos à mão livre. A tecnologia não deve
ser uma desculpa para negligenciar esse conhecimento, já que não precisamos de papel e
lápis para fazer um esboço.
Até meados dos anos 1980, a realidade do desenho técnico no Brasil era a do desenho feito à
mão, utilizando instrumentos de desenho, em prancheta. Os desenhos eram elaborados por
desenhistas, em papel vegetal ou papel manteiga, usando tinta nanquim ou grafite, utilizando
instrumentos de desenho, como lápis, lapiseiras, canetas, réguas, esquadros e compassos.
Apesar da evolução dos computadores e dos sistemas de computação gráfica, a operação dos
sistemas e a entrada de dados necessários para representar graficamente um objeto é de um
profissional responsável por esse trabalho. Esse profissional não utiliza esquadros e lapiseiras,
mas precisa compreender de que maneira um objeto deve ser representado para que suas
características dimensionais e sua volumetria sejam adequadamente compreendidas para sua
fabricação ou construção. Portanto, ele deve ter suas habilidades de raciocínio espacial
desenvolvidas, ou seja, deve ser capaz de pensar e raciocinar com a forma de um objeto e sua
disposição no espaço.
Se você comprar uma estante de madeira para sua casa, receberá com as peças e os
componentes de sua estante, um manual de instruções para montagem do móvel. Esse
manual, quase sempre, apresenta esquemas que ilustram como fazer a montagem do móvel.
MÃO NA MASSA
A) É uma ferramenta de expressão gráfica tão importante quanto a escrita como meio de
comunicação.
B) Possui normas técnicas que indicam a forma correta de representar graficamente textos e
linhas, bem como de indicar as dimensões do objeto.
GABARITO
1. Sobre o desenho técnico, são verdadeiras as sentenças a seguir, com exceção de:
Instrumentos de desenho não são utilizados para desenhos à mão livre (letra A). Não são
necessários instrumentos de desenho associados ao computador (letra C). SAD está fora do
contexto de desenho técnico.
Desenho artístico não é considerado desenho técnico (letras B e C). A computação gráfica e o
desenho utilizando o computador são a mesma coisa (letra D).
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) I, II e IV
B) II e III
C) III
D) II, III e IV
2. ANALISE AS SENTENÇAS, A SEGUIR, REFERENTES AOS CONCEITOS
DO DESENHO COM INSTRUMENTOS:
A) I, II e IV
B) II e III
C) II, III e IV
D) III e IV
GABARITO
I. As pranchetas foram substituídas pelos sistemas CAD (Computer Aided Design, que
significa Desenho Assistido por Computador), fazendo surgir a chamada computação
gráfica;
II. Em um primeiro momento, a computação gráfica permitiu que a representação
bidimensional (2D) dos objetos fosse feita substituindo somente o desenho em papel
pelo desenho feito no sistema CAD, usando o computador;
III. O profissional que opera os sistemas de computação gráfica não necessita de
habilidades de raciocínio espacial desenvolvidas, ou seja, não deve ser capaz de pensar
e raciocinar com forma de um objeto e sua disposição no espaço;
IV. Na segunda etapa da computação gráfica, houve a evolução dos sistemas, permitindo
a modelagem tridimensional (3D). A partir do modelo 3D, as representações
bidimensionais são automaticamente obtidas, representando economia de horas de
trabalho.
MÓDULO 2
INTRODUÇÃO
Pegue uma folha de papel em branco, um lápis e uma régua. Primeiramente, tente traçar um
par de linhas retas em uma mesma direção, de modo que não se cruzem (mesmo quando
prolongadas indefinidamente em ambos os sentidos), ou seja, que não possuam um ponto em
comum. Em seguida, trace pares de linhas retas em direções diferentes, de forma que se
cruzem, ou seja, que tenham um ponto em comum. Essas linhas que se cruzam em um ponto
comum formam ângulos com medidas diferentes. Por fim, crie uma forma geométrica fechada
(polígono), composta por linhas retas.
Observe o seu desenho final e note quantos elementos geométricos fazem parte dele. Se
traços simples, que acabamos de descrever, apresentam diferentes elementos geométricos,
imagine desenhos mais complexos que integram, por exemplo, um projeto de engenharia.
PONTO
LINHA
PLANO
O ponto é um elemento geométrico adimensional, representado por meio da interseção entre
duas linhas. Deve ser identificado utilizando uma letra maiúscula do nosso alfabeto.
A linha é um elemento obtido por um conjunto infinito de pontos continuamente unidos. Deve
ser identificada com uma letra minúscula do nosso alfabeto.
O plano é a superfície gerada por pelo menos três pontos não colineares (ou seja, não
alinhados). Deve ser identificado usando uma letra do nosso alfabeto grego.
RETAS CONCORRENTES
Retas concorrentes são retas que se cruzam em algum ponto.
RETAS PERPENDICULARES
Retas perpendiculares são retas concorrentes que, ao se cruzarem, formam ângulo reto (90°).
RETAS OBLÍQUAS
Retas oblíquas são concorrentes, mas formam ângulo diferente de 90°.
Vejamos, a seguir, imagens que demonstram as diferentes posições relativas entre retas:
SEMIRRETA
ATENÇÃO
A semirreta é identificada pela letra minúscula que dá nome à reta original, com uma pequena
seta orientada, apontando para o sentido infinito da reta.
As semirretas podem ser verticais, horizontais ou inclinadas, assim como as retas que as
originaram.
SEGMENTO DE RETA
A colocação de dois pontos em locais distintos em uma única reta define, entre os pontos, um
segmento de reta. O segmento é identificado pelas letras dos seus pontos extremos, utilizando
um traço acima das letras. Os segmentos de retas podem ser verticais, horizontais ou
inclinados, assim como as retas que as originaram.
Os segmentos de reta possuem, como visto na Figura 7, um ponto inicial e um ponto final, ou
seja, seus pontos extremos. Eles podem ser classificados como:
Vejamos, a seguir, dois exemplos com a análise da relação entre os segmentos de reta
descritas anteriormente.
EXEMPLO 1
¯ ¯
Os segmentos AB e CD são congruentes;
¯ ¯ ¯
Os segmentos AB , BC e CD são colineares;
¯ ¯ ¯ ¯
Os segmentos AB e BC são consecutivos, assim como os segmentos BC e CD;
¯ ¯ ¯ ¯ ¯
Como os segmentos AB , BC e CD são colineares, AB , e BC são adjacentes,
¯ ¯
assim como os segmentos BC , e CD.
EXEMPLO 2
Fonte: Produção interna.
Figura 9.
¯ ¯ ¯ ¯
Os segmentos FG e HJ são congruentes, assim como os segmentos EF e GH;
¯ ¯ ¯ ¯
Os segmentos FG e GH são colineares, assim como os segmentos HJ e JL;
¯ ¯ ¯ ¯
São consecutivos entre si os seguintes pares de segmentos: EF e FG, FG e GH,
¯ ¯ ¯ ¯
GH e HJ, e por fim, HJ e JL;
¯ ¯ ¯ ¯
Os segmentos FG e GH são adjacentes, assim como os segmentos HJ e JL pois
são colineares e consecutivos.
Se, em vez de percorrer a menor distância, outro caminho for tomado, a representação
geométrica desse caminho é uma linha curva.
Fonte: Produção interna.
Figura 10. Diferença entre linha reta e curva.
LINHA POLIGONAL
ÂNGULO
A medida do ângulo mede a inclinação entre as retas (ou entre os planos). A Figura 12, a
seguir, apresenta a formação do ângulo por retas concorrentes (à esquerda) e por planos
concorrentes (à direita).
COMPONENTES DE UM ÂNGULO
Podemos observar, nos exemplos a seguir, os componentes dos ângulos e a notação para
representar os ângulos.
EXEMPLO 3
Fonte: Produção interna.
Figura 13.
α é a abertura do ângulo
O é o vértice do ângulo
ˆ ˆ
Notação: rOs ou α
EXEMPLO 4
¯ ¯
Os segmentos de reta AP e PB são os lados do ângulo
β é a abertura do ângulo
P é o vértice do ângulo
ˆ ˆ
Notação: APB ou β
O Sistema Internacional de medidas utiliza a unidade Radianos (RAD) para medir os ângulos. A
forma comum de medir os ângulos é utilizar a unidade Grau (º). π radianos é a medida de um
ângulo de 180º. Os ângulos podem ser classificados como:
π
Ângulo com medida igual a 90º, ou seja, 2
Reto:
radianos.
Se a soma de dois ângulos é igual a 90º, 180º ou 360º, classificamos os ângulos como:
São formados pelo encontro de duas retas concorrentes e são congruentes. Observando-os
dois a dois, é possível concluir que: esses ângulos estão lado a lado (adjacentes) e, portanto,
são suplementares, ou se opõem um ao outro (opostos pelo vértice) e, portanto, são
congruentes.
Quando duas retas paralelas são cortadas por uma reta transversal, são formados oito ângulos
que possuem propriedades e características comuns em relação às posições que ocupam.
Os ângulos alternos externos, possuem posições alternadas em relação à reta transversal,
estando na região externa às retas paralelas.
Observe, na Figura 18, a seguir, que os ângulos α e β estão na região interna das retas r e s.
Ao mesmo tempo, esses ângulos se encontram em posições alternadas: α está à direita e β à
esquerda da reta transversal. Assim, podemos dizer que α e β são alternos internos.
Na figura, a seguir, veja que os ângulos α e β estão na região externa das retas r e s, e esses
ângulos se encontram, ao mesmo tempo, em lados opostos da reta transversal. Assim,
podemos dizer que α e β são alternos externos.
ATENÇÃO
Cabe ressaltar que tanto os ângulos alternos internos como os alternos externos são
congruentes.
Além disso, se observarmos cada uma das retas paralelas r e s, separadamente, em conjunto
com a reta transversal t, aplicamos as mesmas propriedades dos ângulos opostos pelo vértice,
conforme podemos observar a seguir:
Fonte: Produção interna.
Figura 20 – Ângulos alternos combinados com opostos pelo vértice.
SAIBA MAIS
Vale lembrar que os triângulos possuem uma propriedade interessante. A soma de seus
ângulos internos sempre medirá 180º. Essa propriedade, associada ao que vimos sobre
ângulos, irá nos ajudar bastante na resolução de diversas situações.
BISSETRIZ DE UM ÂNGULO
A bissetriz é uma semirreta interna a um ângulo, traçada a partir do seu vértice, que o divide
em dois ângulos com a mesma medida, chamados de congruentes.
¯ ˆ
Na figura, a seguir, a semirreta que contém o segmento OC divide o ângulo AOB em dois
ˆ ˆ ˆ ˆ
ângulos congruentes: AOC ( β ) e o BOC ( α ) .
EXEMPLO 1
Ao construirmos uma casa, devemos verificar se as paredes estão subindo no prumo (fazendo
90° com o piso) e também se o ângulo no encontro das paredes é de 90° (nesse caso, dizemos
que as paredes estão em esquadro). Além disso, os vãos e as aberturas de portas e janelas
devem ter cantos retos, para que as esquadrias se encaixem.
EXEMPLO 2
MÃO NA MASSA
C) Retas paralelas são retas coplanares (pertencem ao mesmo plano) que nunca se cruzam,
mesmo que se prolonguem.
E) Retas perpendiculares são retas concorrentes que, ao se cruzarem, formam ângulo reto
(90°).
A) 270º – 2x
B) 180º – 2x
C) 270º – x
D) 180º – x
E) 90º – 2x
A) 60°
B) 30°
C) 65°
D) 85°
E) 35°
GABARITO
1. Sobre as posições relativas entre duas retas, são verdadeiras as sentenças a seguir,
com exceção de:
2. (IF-MA – 2016 – Nível Médio) Sabendo-se que x representa um ângulo agudo, podemos
afirmar que a soma do complemento de x com o seu suplemento é igual a:
Observe o triângulo ABC, cujos ângulos são 35° (oposto pelo vértice), gama e ß(beta)/2 (o
segmento AC é bissetriz do ângulo). O ângulo ß(beta) vale 60°, suplementar ao ângulo de
120°. Sabemos que a soma dos ângulos internos do triângulo é de 180°. Portanto, 35° + 30° +
Ɣ (gama) = 180°. Logo, Ɣ (gama) vale 115°. Como Ɣ (gama) e α (alfa) são complementares, α
(alfa) vale 65°.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. (IDECAN – 2017 – PREFEITURA DE SÃO GONÇALO DO RIO ABAIXO –
MG – AGENTE COMUNITÁRIO DE SAÚDE) AS DUAS RETAS
APRESENTADAS A SEGUIR SÃO PARALELAS:
A) y é o dobro de x.
A) 90º
B) 85º
C) 80º
D) 75º
GABARITO
Como as retas apresentadas são paralelas, podemos afirmar que os ângulos x e y são
suplementares (somam 180°), observando-se as propriedades dos ângulos alternos internos e
externos, e dos opostos pelo vértice.
Como as retas r e s são paralelas, podemos afirmar que os ângulos α e β são suplementares
(somam 180°), observando-se as propriedades dos ângulos alternos internos e externos, e dos
opostos pelo vértice. Logo:
MÓDULO 3
INTRODUÇÃO
Linhas retas e ângulos nos auxiliam na elaboração de projetos de engenharia. No entanto,
quase sempre, temos de utilizar linhas curvas para compor traços, contornos e estruturas.
A CIRCUNFERÊNCIA É UMA LINHA CURVA FECHADA,
É O LUGAR GEOMÉTRICO DOS PONTOS EM UM
MESMO PLANO QUE POSSUEM A MESMA DISTÂNCIA
(RAIO) DE UM PONTO FIXO (CENTRO).
Podemos compor nossos projetos com circunferências inteiras, portanto, arcos de 360°, ou
partes dessa circunferência, arcos com medidas menores do que 360°. Vários desses
elementos podem ser utilizados de maneira integrada.
CIRCUNFERÊNCIA
¯ ¯ ¯
OA = OB = OC é o raio da circunferência.
¯
BC é o diâmetro da circunferência.
¯
EF é a corda da circunferência.
¯
GHé a flecha da circunferência.
→ →
A reta t toca a circunferência no ponto D. Logo, t é uma reta tangente à circunferência, o
que significa que a reta toca a circunferência em um único ponto.
Quando falamos de ângulo central, estamos nos referindo ao ângulo cujo vértice está no centro
de um círculo e os lados são seus raios. Um ângulo central está ligado a um arco na
circunferência ou ao setor circular correspondente no círculo.
A área do setor circular é proporcional ao seu ângulo central. Dessa forma, se dividirmos a área
do círculo por 360 e multiplicarmos pela medida do ângulo central, iremos obter a área do setor
– RMENOR2).
ATENÇÃO
Note que o ponto de tangência T deve estar sempre posicionado em uma reta que liga os
centros das circunferências. Essa condição é necessária para fazer a adequada concordância
entre circunferências e entre reta e circunferências, como veremos a seguir.
TANGÊNCIA E CONCORDÂNCIA
Vimos que a reta tangente toca a circunferência em um único ponto, denominado ponto de
tangência. Da mesma forma, circunferências tangentes tocam uma a outra em um único ponto.
Em ambos os casos — seja a concordância entre reta e arco de circunferência, ou entre dois
arcos de circunferência —, o objetivo do posicionamento relativo tangente é que a transição
entre os traços dos diferentes elementos do desenho seja suave, sem inflexões (mudanças de
direção) abruptas, conferindo continuidade.
COMENTÁRIO
APLICAÇÃO DE CONCORDÂNCIA NA
CONSTRUÇÃO CIVIL
Para evitar que o tráfego de veículos afete vias de menor capacidade de escoamento,
geralmente internas das cidades, executa-se a construção de um rodoanel. Também conhecido
como anel rodoviário, o rodoanel é uma autoestrada construída no perímetro de grandes
cidades, conectando importantes vias de circulação de veículos.
Com conhecimentos de desenho técnico, você pode integrar a equipe responsável pela
elaboração do traçado das pistas. Observe, neste cruzamento, como os arcos dos retornos são
desenhados em concordância com as pistas das estradas.
MÃO NA MASSA
A) A condição de que os centros e o ponto de concordância entre esses arcos são colineares
não se aplica a algum dos sentidos dos arcos concordantes.
B) Os centros e o ponto de concordância entre esses arcos são colineares apenas para arcos
de mesmo sentido.
C) Os centros e o ponto de concordância entre esses arcos são colineares apenas para arcos
de sentidos contrários.
D) Os centros e o ponto de concordância entre esses arcos são colineares, tanto para arcos de
mesmo sentido quanto para arcos de sentidos contrários.
A) 3,858 km
B) 3,768 km
C) 3,958 km
D) 3,898 km
A) V – F – V – V
B) V – V – V – F
C) V – V – F – V
D) F – V – F – F
GABARITO
I- Entre o arco de circunferência de centro O1 e a retas, observa-se que eles não estão
em concordância;
A única sentença incorreta é a III, uma vez que, apesar de os centros O1 e O4 estarem
alinhados, os arcos dessas circunferências não são tangentes entre si.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 25 m2
B) 15 m2
C) 179,6 m2
D) 176,6 m2
A) 0,48 km
B) 0,58 km
C) 0,68 km
D) 0,78 km
GABARITO
O lado menor é o raio do setor circular. O ângulo dessa figura também é um dos ângulos
internos do retângulo: 90°. Assim, a área do setor circular de 90° é dada por:
Fonte: Produção interna.
INTRODUÇÃO
O objetivo principal de um projeto de engenharia é a fabricação ou construção de um objeto,
um produto ou uma edificação. Para construir um objeto, é necessário determinar suas
características geométricas, o material com o qual será construído, os procedimentos técnicos
associados à sua construção, entre outras particularidades.
Esse processo de concepção está intrinsicamente associado ao desenho técnico, pois é por
meio de esboços e desses desenhos, elaborados em softwares computacionais de precisão,
que desenhistas, projetistas e engenheiros definirão todas as características volumétricas
necessárias à fabricação de um produto.
Imagine que você seja responsável por elaborar o desenho técnico para dois projetos: um
deles de um parafuso chumbador e outro de uma planta baixa de uma edificação. Como esses
produtos que serão projetados e, posteriormente, fabricados possuem características
dimensionais completamente distintas, demandam desenhos técnicos com características
próprias.
Se desenharmos o parafuso chumbador com o seu tamanho real, será muito difícil
compreender suas características geométricas e indicar no desenho seus detalhes e cotas
(dimensões). Por outro lado, se desenharmos também em tamanho real somente um único
cômodo da edificação, as suas dimensões são tão grandes que não caberão em uma folha de
papel, mesmo que seja uma folha A0, com 1 m² de área para desenho.
ATENÇÃO
O mesmo vale para os esboços e os desenhos com instrumentos: eles devem ser elaborados
de forma a caberem no papel que está sendo utilizado e de maneira a permitir a perfeita
compreensão do objeto representado.
Imagine, por exemplo, que você precisa representar, em uma folha de papel, as características
de uma estrutura metálica de uma edificação, como a representada a seguir. Note que é
impossível representar os elementos estruturais da imagem em verdadeira grandeza
(dimensão real, tamanho natural).
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 33 – Estrutura metálica de uma edificação.
Por isso, é preciso reduzir as medidas reais dos elementos da estrutura, dividindo-as por um
fator de escala apropriado, que reduz as medidas reais para medidas no papel, de forma que o
desenho do projeto possa ser representado em tamanho adequado.
Fonte: Autor/Shutterstock
Figura 34 – Resistores em uma placa eletrônica.
SAIBA MAIS
Cabe ressaltar que o maior tamanho de papel padronizado pela ABNT, por meio da NBR
10068/1987 (Folha de desenho – Leiaute e dimensões), para desenhos técnicos, é o formato
A0, que tem dimensões 1189 x 841 mm, que corresponde a 1 m² de área. Nenhuma edificação
residencial, por menor que seja, poderia ser representada em tamanho natural em uma folha
de papel A0. A NBR 8196/1999 (Desenho técnico – emprego de escalas) fixa as condições
exigíveis para o emprego de escalas e suas designações em desenhos técnicos. Cabe
ressaltar que, apesar de essa norma ter sido cancelada em agosto de 2016, o conceito de
escala continua sendo utilizado.
TIPOS DE ESCALA
Vimos que o entendimento de escala é relativamente simples, bastando multiplicar as medidas
do objeto a ser representado por um fator de escala, que pode ser menor, maior ou igual a um.
Portanto, o fator de escala, ou simplesmente escala, indica a relação entre as medidas reais do
objeto e a sua medida no papel.
ATENÇÃO
É importante que a escala do desenho esteja apresentada em sua legenda ou, no caso de uma
única prancha com vários desenhos de escalas diferentes, devemos colocar a escala junto de
cada desenho.
DE REDUÇÃO
Diminui-se o tamanho do objeto real para que possa ser representado em uma folha de papel.
O fator de escala possui o numerador menor do que o denominador, ou seja, fator de escala <
1.
Exemplo: Uma escala de 1:50 (lê-se um para cinquenta), sendo o numerador igual a 1 a
medida do desenho e o denominador 50 a medida real do objeto, podemos concluir que cada 1
unidade no desenho equivale a 50 unidades do objeto real, ou seja, o tamanho do desenho foi
diminuído 50 vezes em relação ao objeto real, para que esse objeto seja representado na folha
de papel escolhida.
NATURAL
Mantém-se o tamanho do objeto real na sua representação na folha de papel. O fator de escala
é a unidade, ou seja, o objeto é desenhado exatamente do seu tamanho natural, ou seja, as
dimensões do desenho são iguais às do objeto.
DE AMPLIAÇÃO
Aumenta-se o tamanho do objeto real para que possa ser representado em uma folha de papel
e sua cotagem possa ser representada, lida. O fator de escala possui o numerador maior do
que o denominador, ou seja, fator de escala > 1.
Exemplo: Uma escala de 5:1 (lê-se cinco para um), sendo o numerador igual a 5 a medida do
desenho e o denominador 1 a medida real do objeto, podemos concluir que 5 unidades no
desenho equivalem a 1 unidade do objeto real, ou seja, o tamanho do desenho foi ampliado
cinco vezes do tamanho real do objeto reproduzido, para que esse objeto seja representado na
folha de papel escolhida e as medidas (cotas) possam ser representadas em um tamanho
inteligível.
Cabe ressaltar que, nos desenhos com escala de ampliação ou redução, as medidas lineares
são afetadas pelo fator de escala, e os ângulos permanecem os mesmos. Já em um desenho
com escala diferente da natural, as dimensões cotadas serão sempre as dimensões reais do
objeto, e nunca as medidas correspondentes ao desenho.
ATENÇÃO
Apesar de a interpretação das escalas ser de fácil entendimento, o que nos permitiria utilizar
uma régua comum na medição de desenhos, é mais prático utilizar instrumentos de medida
que possuem escalas de medição distintas.
Esses instrumentos são denominados de escalímetros e, pelo corpo técnico, também são
chamados somente pelo nome escala. Os escalímetros possuem diferentes escalas de medida
e facilitam bastante a medição dos desenhos em escalas diferentes das réguas tradicionais.
ESCALAS RECOMENDADAS
A recomendação prática é adotar escalas múltiplas de 2, 5 e 10, mas é notável que as
diferentes demandas do projeto vão nortear a escolha da escala mais adequada.
Escalas de redução
Escalas de Ampliação
No caso de projetos de equipamentos eletrônicos e de pequenos mecanismos complexos e de
dimensões reduzidas, as escalas mais adequadas são as de ampliação.
Categoria Esaclas
Escalas de apliação
20:1 - 25:1 - 50:1
SAIBA MAIS
A vantagem da utilização de tais escalas é que, se o desenho for ampliado ou reduzido por
processos de cópia fotográfica ou digital, será sempre possível obter as medidas verdadeiras
do desenho.
O talão da escala são os segmentos que sinalizam a proporção entre as medidas reais e as
desenhadas. Na escala gráfica, o talão à esquerda da origem da escala é subdividido de
acordo com a necessidade de precisão do desenho.
Na figura, a seguir, a escala gráfica referente à escala 1:100 é apresentada. Cada unidade de
desenho equivale a 100 unidades reais, o que significa que cada trecho da escala gráfica
desenhado com 1 cm representa 1 m do objeto real representado.
A seguir, vamos analisar algumas escalas gráficas e a forma com a qual devemos desenhá-la.
Apresentamos, primeiramente, a escala gráfica para a escala 1:250. Cada unidade de medida
desenhada corresponde a 250 unidades reais. Isso significa que cada 1 cm desenhado
equivale a 250 cm reais, ou seja, 2,5 m. Para representar o talão à esquerda da escala, vamos
subdividi-lo em 10 partes. No exemplo, o talão à esquerda foi dividido em 10 partes de 1 m
cada. Se 1 cm tem 2,5 m, cada 1 m real equivale a 0,4 cm desenhados na escala gráfica.
Sendo assim, 10 m equivalem a 4 cm.
Fonte: Produção interna.
Figura 39 – Escala gráfica 1:250.
Agora, vamos estudar a escala gráfica para a escala 1:100000. Cada unidade de medida
desenhada corresponde a 100000 unidades reais. Isso significa que cada 1 cm desenhado
equivale a 100000 cm reais, ou seja, 1000 m (1 km). Para representar o talão à esquerda da
escala, vamos subdividi-lo em partes. No exemplo, o talão à esquerda foi dividido em 4 partes
de 500 m cada. Se 1 cm tem 1000 m, cada 500 m reais equivalem a 0,5 cm desenhados na
escala gráfica. Sendo assim, 2000 m equivalem a 2 cm.
Imagine que você faça esse corte horizontal à altura de 1,5 m do piso e retire a cobertura do
imóvel, visualizando a estrutura de cima, em uma vista aérea. Dessa forma, você observará,
em detalhes, a disposição dos cômodos, as dimensões das paredes (comprimento e
espessura), os vãos das portas e janelas, entre outras coisas.
Fonte: Produção interna.
Figura 41 – Planta baixa de uma construção.
MÃO NA MASSA
A) É importante que a escala do desenho esteja apresentada em sua legenda ou, no caso de
uma única prancha com vários desenhos de escalas diferentes, devemos colocar a escala junto
de cada desenho.
D) Fator de escala ou, simplesmente escala, indica a relação entre as medidas reais do objeto
e a sua medida no papel.
2. O DESENHO TÉCNICO PROJETIVO TERÁ SEMPRE UMA RELAÇÃO
ENTRE AS MEDIDAS DO DESENHO NO PAPEL E AS MEDIDAS DO
OBJETO REAL, CONHECIDA COMO ESCALA DO DESENHO. SOBRE A
ESCALA DO DESENHO TÉCNICO, É CORRETO AFIRMAR:
A) 1:75 e 1:25
B) 1:100 e 1:25
C) 1:75 e 1:50
D) 1:125 e 1:50
GABARITO
2. O desenho técnico projetivo terá sempre uma relação entre as medidas do desenho no
papel e as medidas do objeto real, conhecida como escala do desenho. Sobre a escala
do desenho técnico, é correto afirmar:
1:1 é chamada escala natural (letra A); quando a medida do desenho é 4 vezes maior do que o
objeto real, a escala é de ampliação, ou seja, 4:1 (letra B); 10:1 e 2:1 são escalas de
ampliação, pois o fator de escala é maior do que 1; uma rua de 12 m de largura em escala de
1:2000 será desenhada no tamanho 1200cm * 1/2000 = 0,6 cm, ou seja, 6 mm.
Analisando as medidas dos desenhos no papel (em cm) em cada escala da tabela, concluímos
que o desenho em escala 1:75 cabe no papel A3 e o em escala 1:50 no papel A0.
GABARITO
VERIFICANDO O APRENDIZADO
A) 0,200 e 0,296
B) 5,00 e 7,40
C) 20,00 e 29,60
D) 50,00 e 74,00
A) Deve-se usar uma única escala por folha de desenho. Quando for necessário usar mais de
uma escala nos desenhos, as diferentes escalas devem ser distribuídas em folhas distintas.
B) A escala a ser escolhida pode variar de acordo com o tamanho da folha de apresentação e
independe da complexidade do objeto e da finalidade de representação.
C) A palavra ESCALA deve ser indicada sem abreviação e deve ser acompanhada dos termos
NATURAL, AMPLIAÇÃO e(ou) REDUÇÃO, todos em letras maiúsculas.
D) A escala e o tamanho do objeto são parâmetros para a escolha do formato da folha em que
será executado o desenho.
GABARITO
Podem ser feitos desenhos em diferentes escalas em uma mesma folha (letra A), basta indicar
em cada desenho com a palavra ESCALA ou abreviatura ESC., seguida da relação do desenho
para o objeto (por exemplo, 1:50) (letras C). A escala depende da complexidade do objeto e da
finalidade da representação (letra B).
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vimos que o desenho técnico é de fundamental importância na formação de alguns
profissionais. Engenheiros, arquitetos e designers são bons exemplos dos que necessitam
conhecer e explorar os conceitos e procedimentos básicos apresentados. Retas, ângulos,
arcos e desenhos em escala estão presentes não somente, mas principalmente, nos projetos
desses profissionais, como também no cotidiano de todos nós.
AVALIAÇÃO DO TEMA:
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 10068: Folhas de
desenho – Leiaute e dimensões – Padronização. Rio de Janeiro, 1987.
ESTEPHANIO, Carlos Alberto do Amaral. Desenho técnico – uma linguagem básica. 4. ed.
Rio de Janeiro: Carlos Estephanio, 1996.
FRENCH, Thomas E., VIERCK, Charles J. Desenho técnico e tecnologia gráfica. 7. ed. Rio
de Janeiro: Globo, 2006.
MICELI, Maria Teresa; FERREIRA, Patrícia. Desenho técnico básico. 4. ed. Rio de Janeiro:
Imperial Novo Milênio, 2010.
SILVA, Arlindo; RIBEIRO, Carlos Tavares; DIAS, João; SOUSA, Luis. Desenho técnico
moderno. 4. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2006.
ZATTAR; Isabel C. Introdução ao desenho técnico. 1. ed. Curitiba: InterSaberes, 2016. (livro
consta da biblioteca virtual da Estácio)
EXPLORE+
Para saber mais sobre os assuntos tratados neste tema, leia:
Capítulo 6 do livro Curso de desenho técnico e AutoCAD dos autores Antônio Clelio
Ribeiro, Mauro Pedro Peres e Nacir Izidoro, entre outros.
CONTEUDISTA
Luiz di Marcello Senra Santiago
CURRÍCULO LATTES