Equilibrio Químico PDF
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2024
AULA 16
Equilíbrio Químico
Sumário
Apresentação da Aula 4
2. Constante de Equilíbrio 11
3. Princípio de Le Chatelier 28
3.4. Catalisadores 39
3.5. Resumo 41
4.1. Eletrólitos 48
4.1.1. Teste TDS 48
5. Dissolução em Água 52
5. pH de Soluções Salinas 67
6. Solução Tampão 75
Apresentação da Aula
Até o momento, tínhamos sempre em mente as reações que aconteciam em um único
sentido: reagentes formando produtos.
Porém, na Química, é muito mais comum que as reações atinjam um estado de equilíbrio,
em que a reação acontece nos dois sentidos.
Um dos efeitos do Equilíbrio Químico é que são raras as reações que acontecem com
rendimento igual a 100%. Não é todo o reagente que se transforma no produto.
Dividiremos o tópico Equilíbrio Químico em duas aulas:
• Nessa, trataremos o Equilíbrio em suas linhas gerais, suas interpretações do ponto de vista
cinético e termodinâmico e o Princípio de Le Chatelier;
• Na próxima aula, trataremos o Equilíbrio em Meio Aquoso, também conhecido como
Equilíbrio Iônico, em que estudaremos o importante conceito de pH e o caráter ácido e
básico das substâncias.
Estamos bastante acostumados com a ideia de uma reação de consumo total dos
reagentes. Por exemplo, quando queimamos um pedaço de papel, observamos
predominantemente a transformação da celulose (polímero da glicose C6H12O6) em dióxido de
carbono (CO2) e água (H2O).
𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑠) + 6𝑂2 (𝑔) → 6𝐶𝑂2 (𝑔) + 6 𝐻2 𝑂 (𝑙)
Não faz sentido na nossa cabeça imaginar a reação inversa, ou seja, o dióxido de carbono
(CO2) reagindo com a água para reconstituir a celulose do papel.
6𝐶𝑂2 (𝑔) + 6 𝐻2 𝑂 (𝑙) → 𝐶6 𝐻12 𝑂6 (𝑠) + 6𝑂2 (𝑔)
Porém, na realidade, isso pode acontecer. Podemos nos basear tanto na Cinética Química
como na Termodinâmica para entender as reações inversas.
Por estar em sistema fechado, a reação é reversível, isto é, pode acontecer tanto no
sentido dos produtos como no sentido dos reagentes. As velocidades das reações direta e inversa
são dadas pelas suas respectivas constantes de velocidade (kd e ki) e pelas concentrações das
espécies reagentes.
𝑣𝑑 = 𝑘𝑑 [𝐴][𝐵]
𝑣𝑖 = 𝑘𝑖 [𝐶]2
Considere que, inicialmente, misturemos uma amostra de hidrogênio (H2) e iodo (I2) no
estado gasoso, cujas concentrações molares sejam: [𝐻2 ] = [𝐼2 ] = 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿.
Suponha que as constantes de velocidade das reações direta e inversa sejam: 𝑘𝑑 = 1 𝑒 𝑘𝑖 =
0,3.
A simulação em computador correspondente a essa reação química é mostrada na Figura
1. Inicialmente, como a concentração do produto é nula, a velocidade da reação inversa também
é nula. No início, somente os reagentes reagem e, por isso, a sua concentração diminui, enquanto
a concentração do produto aumenta.
Porém, à medida que a reação prossegue, há a formação do produto HI. Portanto, a
velocidade da reação inversa aumenta. Da mesma forma, como as concentrações dos reagentes
diminuem, a velocidade da reação direta também diminui.
Figura 1: Gráficos de Concentração das Espécies Químicas no Equilíbrio H2 + I2 → 2HI e das velocidades de Reação no sentido
direto e inverso
[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝑄=
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]
Q
3,5
2,5
1,5
0,5
0
13
25
37
49
61
73
85
97
1
109
121
133
145
157
169
181
193
205
217
229
241
253
265
277
289
Figura 2: Comportamento do Coeficiente de Ação de Massas
No equilíbrio, sabemos que as velocidades da reação direta e inversa são iguais. Portanto,
podemos escrever:
𝑣𝑑 = 𝑣𝑖
Utilizando as leis de velocidade de reação, podemos escrever – essa relação somente é
válida no equilíbrio químico:
𝑘𝑑 [𝐻2 ][𝐼2 ] = 𝑘𝑖 [𝐻𝐼]2
[𝐻𝐼]2 𝑘𝑑
∴ =
[𝐻2 ][𝐼2 ] 𝑘𝑖
Com base nessa expressão, é definida a Constante de Equilíbrio como a razão entre as
constantes de velocidade da reação direta e da reação inversa.
𝑘𝑑
𝐾𝐶 =
𝑘𝑖
Sendo assim, observe que o equilíbrio químico é sempre caracterizado por 𝑄 = 𝐾𝐶 . Por
exemplo, façamos outra simulação em que as concentrações iniciais dos participantes sejam
𝑚𝑜𝑙
iguais a: [𝐻2 ] = 1 , [𝐼2 ] = 0,5 𝑚𝑜𝑙/𝐿, [𝐻𝐼] = 0,5 𝑚𝑜𝑙/𝐿.
𝐿
Observe que as concentrações finais atingidas de cada uma das espécies no equilíbrio
foram:
Tabela 1: Comparação entre as Concentrações Finais Obtidas no Equilíbrio considerando dois valores
distintos da Constante de Equilíbrio para a mesma reação
Por outro lado, fora das condições padrão, a Variação de Energia Livre de Gibbs da reação
se modifica, de acordo com a seguinte equação.
Δ𝐺 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑄
Vimos também que um processo é classificado em:
Tabela 2: Espontaneidade de um Processo Químico
Espontaneidade 𝚫𝑮
Espontâneo Δ𝐺 < 0
Equilíbrio Δ𝐺 = 0
Não-espontâneo Δ𝐺 > 0
Sendo assim, o Coeficiente de Ação de Massas leva o valor da Variação de Energia Livre
de Gibbs associada à reação a zero, fazendo que a reação atinja o equilíbrio.
Do ponto de vista Termoquímico, caracterizam o equilíbrio químico as seguintes
condições:
Com base nisso, podemos obter uma interessante relação entre a Variação de Energia
Livre de Gibbs padrão da reação e a sua Constante de Equilíbrio.
Δ𝐺 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln 𝑄
No equilíbrio, podemos escrever:
0 = Δ𝐺 0 + 𝑅𝑇 ln(𝐾𝐶 )
∴ Δ𝐺 0 = −𝑅𝑇 ln(𝐾𝐶 )
Note que essa expressão faz bastante sentido, porque, quanto maior for a constante de
equilíbrio da reação, mais negativo será o valor de Δ𝐺.
2. Constante de Equilíbrio
É preciso ter em mente que a Constante de Equilíbrio é o que realmente caracteriza um
equilíbrio químico.
É muito importante ter isso em mente, pois é bastante comum que algumas questões
tendem persuadir o aluno de que outras grandezas, como o rendimento da reação e a fração
molar dos produtos, sejam constantes de alguma forma no equilíbrio químico.
Mas não. O que caracteriza um equilíbrio é que o coeficiente de ação de massas da reação
é igual à sua constante de equilíbrio. Matematicamente, tem-se 𝑄 = 𝐾𝐶 .
Vejamos alguns exemplos para ilustrar esse fato.
I 1 1 0
Vamos fazer agora a simulação dos três sistemas em equilíbrio do experimento 1 e ver o
que podemos concluir.
Faça as contas com uma calculadora para conferir que, de fato, o coeficiente de ação de
massas da reação, que é dado pela seguinte expressão, realmente atinge o valor da Constante
de Equilíbrio Kc = 3,33.
[𝐻𝐼]2
𝑄=
[𝐻2 ][𝐼2 ]
Outra comparação que podemos fazer é calcular o rendimento da reação nos três casos.
O rendimento da reação deve ser calculado como a razão entre a quantidade de produto que
realmente foi formada pela máxima quantidade teórica do produto que poderia ser formada e a
Δ[𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙
𝜌=
Δ[𝐻𝐼]𝑚𝑎𝑥
Podemos calcular a quantidade de produto realmente formada na reação pela diferença
entre a concentração final e a inicial. Δ[𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 = [𝐻𝐼]𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − [𝐻𝐼]𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 .
Já a máxima quantidade teórica deve ser obtida a partir da estequiometria da reação. Por
exemplo, no experimento III, tem-se 0,1 mol de H2 e 0,2 mol de I2. Como eles reagem na
proporção 1:1, formando 2 mols de HI, então, no máximo 0,1 mol de H2 poderia reagir com 0,1 mol
de I2 formando 0,2 mol de HI.
Tabela 5: Rendimento da Reação
I 1 1 0 2 0,953 47,65%
Sendo assim, o rendimento da reação é bastante diferente nos três casos. Inclusive,
quando se tem uma quantidade razoável do produto na condição inicial da reação, ela acontece
no sentido inverso, de modo que o rendimento é negativo.
Outro fato interessante que podemos apontar sobre a Constante de Equilíbrio é que a
comparação entre ela e o Coeficiente de Ação de Massas
𝑨 + 𝑩 ⇆ 𝑪 + 𝑫 𝑲𝑪 = 𝟏, 𝟒
Uma mistura equimolar dos quatro gases está em equilíbrio? Se não, ela deve continuar
a reação em que sentido? E, se a mistura tiver o dobro de mols de C em relação aos
outros gases?
2
𝑯𝟐(𝒈) + 𝑪𝒍𝟐(𝒈) → 𝟐𝑯𝑪𝒍(𝒈) 𝑃𝐻𝐶𝑙
𝐾𝑝 =
𝑃𝐻2 . 𝑃𝐶𝑙2
𝐾𝑝 = 𝐾𝑐 (𝑅𝑇)Δ𝑛
É essa a expressão que se deve utilizar para obter o valor da constante 𝐾𝑝 de diversas
reações.
𝑲𝑪 T
𝑃𝐶𝑐 . 𝑃𝐷𝑑
𝑎𝐴 (𝑔) + 𝑏𝐵(𝑔) ⇆ 𝑐 𝐶(𝑔) + 𝑑 𝐷(𝑔) 𝐾𝑃 =
𝑃𝐴𝑎 . 𝑃𝐵𝑏
As pressões parciais de todos os gases podem ser obtidas multiplicando-se a sua fração
molar pela pressão total do sistema.
𝑐 𝑑
[𝑥𝑐𝑐 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]. [𝑥𝐷𝑑 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ] 𝑥𝐶𝑐 . 𝑥𝐷𝑑 𝑐+𝑑−(𝑎+𝑏) Δ𝑛
𝐾𝐶 = = ( 𝑎 𝑏 ) . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐾𝑋 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
[𝑥𝑎 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]𝑎 . [𝑥𝐵 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 ]𝑏 𝑥𝐴 . 𝑥𝐵
Chegamos a uma interessante relação entre as frações molares. No numerador, tem-se as
frações molares dos produtos elevadas aos seus respectivos coeficientes estequiométricos. No
denominado, tem-se as frações molares dos reagentes também elevadas aos seus respectivos
coeficientes estequiométricos.
𝐾𝑃 = 𝐾𝑋 . 𝑃𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝟏 [𝑵𝑶𝟐 ]
𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝑶𝟐 (𝒈) 𝑲 =
𝟐 [𝑵𝟐 ]𝟏/𝟐 [𝑶𝟐 ]
𝟏 [𝑵𝑶𝟐 ]
𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝑶𝟐 (𝒈) 𝑲 =
𝟐 [𝑵𝟐 ]𝟏/𝟐 [𝑶𝟐 ]
𝟏 [𝑁 ]1/2 [𝑂2 ]
𝑵𝑶𝟐 (𝒈) → 𝑵𝟐 (𝒈) + 𝑶𝟐 (𝒈) 𝐾 = 2
𝟐 [𝑁𝑂2 ]
Conclusão: Se uma reação é a soma de outras duas, então sua constante de equilíbrio
é o produto das duas constantes.
Como a terceira reação é igual à soma das duas primeiras, temos que a sua constante de
equilíbrio é igual ao produto das duas constantes.
35
𝐾3 = 𝐾1 . 𝐾2 = 18. = 315
2
Solução:
Montemos a tabela estequiométrica
1 1 1
∴ 𝑥2 = . 10−6 ∴ 𝑥 = √ . 10−6 = . 10−3 = 0,5.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
4 4 2
Realmente, o valor de x é muito pequeno e 0,5-x é muito próximo de 0,5, portanto, a nossa
hipótese é realmente válida.
Sendo assim, a concentração do produto [IC] é dada por:
[𝐼𝐶𝑙] = 2𝑥 = 2.0,5.10−3 = 1.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
Comentários
De qualquer forma, devemos nos lembrar que os sólidos e líquidos não devem ser
incluídos na expressão.
[𝐶𝑂][𝐶𝑙2 ]
𝐶𝑂𝐶𝑙2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂 (𝑔) + 𝐶𝑙2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝐶𝑂𝐶𝑙2 ]
[𝐶𝑂2 ]
𝐶(𝑔𝑟𝑎𝑓) + 𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝑂2 ]
[𝐶𝑂2 (𝑎𝑞)]
𝐶𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝐶𝑂2 (𝑎𝑞) ∴ 𝐾𝐶 =
[𝐶𝑂2 (𝑔)]
1 [𝐶𝑂2 ]
𝑁𝑎(𝑠) + 𝑁𝐻3 (𝑙) ⇆ 𝑁𝑎+ (𝑎𝑞) + 𝑁𝐻2− (𝑎𝑞) + 𝐻2 (𝑔) ∴ 𝐾𝐶 =
2 [𝑂2 ]
Gabarito: discursiva
(Russell – 2006)
Sugestão: Utilize calculadora, pois os números não foram tratados para facilitar contas.
Comentários
𝐾𝑃 = 𝐾𝐶 . (𝑅𝑇)Δ𝑛
Na primeira reação,
Na segunda reação:
Na terceira reação:
𝐾𝐶 = 1,8.10−4
Gabarito: discursiva
(Russell – 2006)
Sabendo que KC para o equilíbrio I2 (g) + C2 (g) ⇌ 2 IC (g) é 2,0.105 a 300K e que, para
esta reação, ∆H0 = -26,9 kJ, calcule o logaritmo natural do valor de KC a 700 K.
Comentários
Δ𝐺 0 = −𝑅𝑇. ln 𝐾𝐶
Δ𝐺 0 = −8,31.300. ln(2.105 )
Na terceira reação:
Δ𝐺 0 = Δ𝐻 0 − 𝑇Δ𝑆
30,4 − 26,9 𝑘𝐽 𝐽
∴ Δ𝑆 = = 0,01166 = 11,67
300 𝑚𝑜𝑙. 𝐾 𝑚𝑜𝑙. 𝐾
Agora, podemos calcular a Variação de Energia Livre de Gibbs na temperatura de 700
K.
Δ𝐺 −35000
ln 𝐾𝐶 = − = − = 6,03
𝑅𝑇 8,31.700
Gabarito: discursiva
• Quebra das Interações Originais: nessa primeira etapa, as interações originais presentes
no soluto e no solvente são quebradas. Toda etapa que envolve quebra de ligações é
endotérmica. No caso de compostos iônicos, a energia envolvida é conhecida como
energia reticular.
Como a dissolução de gases libera energia, a solubilidade dos gases diminui com a
temperatura.
A explicação para isso é que, com o aumento da temperatura, existe também o aumento
na quantidade de calor disponível. Portanto, a temperatura mais alta favorecerá os processos que
absorvem calor, em detrimento dos que liberam.
Algumas moléculas do gás que se chocam com a superfície do líquido podem formar
interações intermoleculares com o líquido e serem por ele absorvidas.
Por força da Segunda Lei da Termodinâmica, as moléculas de gás que foram dissolvidas
tentarão escapar do líquido. Porém, dois fatores as impedirão:
• As forças intermoleculares formadas entre as moléculas do gás com o líquido são mais
fortes do que as próprias interações intermoleculares gás-gás, portanto, elas tendem a
mantê-lo dissolvido.
• A pressão parcial do gás sobre a superfície do líquido impede que moléculas deixem a
solução e passem ao estado gasoso.
Sendo assim, a solubilidade de um gás tem uma íntima relação com a sua pressão parcial
sobre a superfície do líquido. Essa relação é expressa pela Lei de Henry.
É importante ter cuidado com o fato de que a molécula dissolvida e a molécula no estado
gasoso se referem à mesma substância, mas são diferentes. Sendo assim, o gás dissolvido e o
gás no estado gasoso possuem números de mols diferentes e ocupam volumes diferentes.
A solubilidade, normalmente expressa em g/L ou mol/L, é
𝑛𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜
[𝑔á𝑠 (𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜)] =
𝑉𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜
A pressão parcial, por sua vez, pode ser calculada pela Equação de Clapeyron, mas
depende do número de mols na fase gasosa e do volume da fase gasosa.
𝑛𝑔á𝑠 𝑅𝑇
𝑃𝑔á𝑠 =
𝑉𝑔𝑎𝑠𝑜𝑠𝑜
Diante desse alerta, vamos resolver uma questão.
Em um recipiente fechado de 1020 mL, foram colocadas duas amostras: uma de 200 mL
de água destilada e 28 g de nitrogênio gasoso. Determine a solubilidade do nitrogênio na
água.
Comentários
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑛𝑖𝑡𝑟𝑜𝑔ê𝑛𝑖𝑜 28
𝑛= = = 1 𝑚𝑜𝑙
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑚𝑜𝑙𝑎𝑟 𝑑𝑒 𝑁2 2.14
Parte desse número de mols será dissolvido na solução aquosa (n1) e parte se manterá
na fase gasosa (n2). A soma desses números de mols deve ser igual ao total de nitrogênio
que foi originalmente misturado.
𝑛1 + 𝑛2 = 𝑛
∴ 𝑛1 + 𝑛2 = 1
𝑛2 𝑅𝑇 𝑛2 . 0,082.300
𝑃𝑁2 = = = 30𝑛2
𝑉𝑔á𝑠 0,82
Agora, podemos utilizar a Lei de Henry, que diz que a concentração de nitrogênio
dissolvida é proporcional à pressão parcial do gás.
1 𝑛1 𝑛2
5𝑛1 = . 30𝑛2 = 2𝑛2 ∴ =
15 2 5
Por fim, sabemos que a soma dos números de mols dissolvido e em fase gasosa é igual
a:
𝑛1 + 𝑛2 = 𝑛 = 1
𝑛1 𝑛2 1
= =
2 5 7
Podemos, agora calcular o número de mols dissolvidos.
𝑛1 1 2
= ∴ 𝑛1 = = 0,28 𝑚𝑜𝑙
2 7 7
Sendo assim, a solubilidade do nitrogênio é:
𝑛1 0,28
[𝑁2 (𝑎𝑞)] = = = 1,4 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑉𝑙𝑖𝑞 0,2
Podemos também calcular em grama por litro multiplicando pela massa molar.
Assim como vimos na Lei de Henry, É uma situação bem comum na Química que alguns
reagentes estejam em fases diferentes dos demais.
A situação que traz mais confusão entre os alunos é quando o mesmo reagente está
presente em duas fases diferentes. Por exemplo, considere a equação da dissolução do gás
carbônico em água.
Nesse caso, o dióxido de carbono (CO2) participa do equilíbrio em duas fases: na fase
gasosa e na fase aquosa. Portanto, é preciso diferenciar o número de mols que participa em cada
uma das duas fases.
3. Princípio de Le Chatelier
O Princípio de Le Chatelier estabelece que, todas as vezes que um sistema em equilíbrio
é perturbado, ou seja, sofre uma alteração em relação à sua composição química, de temperatura
ou de pressão, ele tende a reagir de modo a contraria a alteração a que foi sujeito, atingindo um
novo estado de equilíbrio.
𝛥𝐺 0
𝐾𝐶 = 𝑒𝑥𝑝 (− )
𝑅𝑇
[H2] 0,523
[I2] 0,523
[HI] 0,953
Suponha, então, que se adiciona mais reagente H2, de modo que sua nova concentração
passa a ser 1,0 mol/L. Então, pelo Princípio de Le Chatelier, a reação tende a consumi-lo e se
deslocar no sentido dos produtos.
Podemos fazer uma simulação computacional dessa alteração a fim de verificarmos.
Pode-se dizer que o equilíbrio foi deslocado para a direita ou deslocado no sentido dos
produtos. Os reagentes foram consumidos, de modo a formar os produtos da reação. É
importante observar que, embora somente se tenha manipulado a concentração de hidrogênio
(H2), não é possível consumi-lo sem consumir também o iodo (I2).
Portanto, a reação atingiu um novo equilíbrio, caracterizado pelas seguintes
concentrações dos participantes.
[H2] 0,907
[I2] 0,429
[HI] 1,140
Q 3,33
Da mesma forma, se desse novo sistema em equilíbrio, for retirado o reagente B. O sistema
tende a reagir de modo a produzir B, isto é, o sistema se desloca no sentido dos reagentes.
A análise computacional mostra que, se retirado o reagente B, de modo que sua
concentração passe a 0,2 mol/L, o sistema entra novamente em equilíbrio.
Um ponto importante a citar que podemos ver na Figura 12 e Figura 13 é que o estado final
de equilíbrio é caracterizado pela igualdade.
[𝐻𝐼]2
𝐾𝐶 = = 3,33
[𝐻2 ][𝐼2 ]
Sendo assim, o simples fato de alterar ou adicionar um determinado reagente não altera o
valor da constante de equilíbrio da reação.
[𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠]
𝑄𝑃 =
[𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠]
As concentrações molares dos gases estão diretamente relacionadas à sua pressão parcial,
e não à pressão total do sistema.
Sendo assim, considere um sistema de equilíbrio, ao qual foi adicionado um gás inerte para
aumentar a pressão total do sistema. Normalmente, são utilizados para esse fim os gases nobres.
A adição do gás inerte, no entanto, não altera nem as concentrações nem as pressões
parciais das espécies envolvidas no equilíbrio. Por isso, o coeficiente de ação de massas
permanece inalterado, e o sistema continuou no equilíbrio.
Portanto, a adição de gás inerte não provoca nenhum deslocamento do equilíbrio.
Sendo assim, nas reações envolvendo gases, as únicas mudanças de pressão no sistema
são aquelas que afetam as pressões parciais dos gases, o que normalmente acontece com a
variação de volume do sistema.
Quando o volume do sistema é alterado, todas as pressões parciais e concentrações
molares são alteradas, porque elas são inversamente proporcionais ao volume total do sistema.
𝑛𝑋
[𝑋] =
𝑉
A mudança de pressão só exerce efeito sobre o equilíbrio quando existe diferença de
número de mols de gás entre os produtos e os reagentes. Para isso, deve-se calcular o Δ𝑛𝑔á𝑠 , que
corresponde à diferença entre número de mols de gás nos produtos e nos reagentes. Vejamos
exemplos:
Isso acontece, porque, quando se aumenta a pressão sobre o sistema, o sistema tende a
diminuir a pressão recebida. E, quando se reduz o número de mols de gás, diminui-se a pressão.
Observe que, quando o número mols de gás nos reagentes for igual ao número de mols
nos produtos, ou seja, Δ𝑛𝑔á𝑠 = 0, a pressão externa também não exercerá nenhum efeito sobre o
equilíbrio.
Por outro lado, considere o sistema em equilíbrio 𝑁2(𝑔) + 3𝐻2(𝑔) ⇆ 2𝑁𝐻3(𝑔) . Nesse caso,
espera-se que:
• O aumento de pressão desloca o equilíbrio no sentido do menor número de mols de gás
(produtos);
• A redução de pressão desloca o equilíbrio no sentido do maior número de mols de gás
(reagentes).
A análise computacional também pode mostrar esse raciocínio. Imagine que a 1000K seja
estabelecido o equilíbrio:
A teoria preconiza que o aumento de pressão deslocará o equilíbrio para o sentido com o
menor número de mols de gás, no caso, o sentido dos produtos.
No equilíbrio, temos as seguintes concentrações:
Q 0,04
[𝑵𝟐 ] 0,960
[𝐻2 ] 0,880
[𝑁𝐻3 ] 0,080
(0,08)2
𝑄= ≅ 0,01 < 𝐾𝑐
(0,96)(0,88)3
Isso comprova que a reação deve andar no sentido dos produtos. A simulação
computacional da reação mostra que, de fato, o equilíbrio se desloca para a direita, produzindo
amônia.
Perturbação Efeito
Como podemos ver na Figura 16, a compressão do sistema também não exerce nenhum
impacto no valor numérico da Constante de Equilíbrio. Podemos ver que o equilíbrio continua
sendo atingindo para Kc = 0,04. Exatamente o mesmo valor inicial.
A compressão de um sistema sempre favorece o sentido que tem menor entropia. Como
vimos no Capítulo sobre Estados Físicos da Matéria, a pressão favorece a organização da matéria.
Em geral, a entropia de um sistema pode ser avaliada diretamente pela quantidade de mols
de gás. Normalmente, quando:
• 𝚫𝒏𝒈á𝒔 > 𝟎: a reação direta acontece com aumento de entropia. Portanto, o aumento da
pressão favorecerá o sentido da reação inversa.
• 𝚫𝒏𝒈á𝒔 < 𝟎: a reação acontece com redução de entropia. Portanto, o aumento da pressão
favorecerá o sentido da reação direta.
Porém, sempre que for possível avaliar a variação de entropia de uma reação química,
podemos concluir que a compressão favorecerá o sentido de menor entropia. É o caso da
sublimação.
Demonstração Experimental
Como vimos no Capítulo sobre Cinética Química, a Equação de Arrhenius estuda o
comportamento de uma reação qualquer com a temperatura. Arrhenius propôs que a constante
de velocidade crescia com a temperatura de acordo com a seguinte equação.
𝐸𝑎
𝑘 = 𝐴. exp (− )
𝑅𝑇
Optamos pela notação exp () para a exponencial a fim de facilitar.
Podemos utilizar essa expressão para relacionar a constante de equilíbrio com a
temperatura.
𝑬𝒂𝒅 𝑬𝒂𝒊
𝒌𝒅 = 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− ) 𝒌𝒊 = 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− )
𝑹𝑻 𝑹𝑻
Portanto, a constante de equilíbrio da reação (KC) é dada por:
𝑬𝒂𝒅
𝑘𝑑 𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− 𝑹𝑻 ) 𝐸𝑎𝑑 𝐸𝑎𝑖
𝐾𝐶 = = = exp (− + )
𝑘𝑖 𝑬𝒂𝒊 𝑅𝑇 𝑅𝑇
𝑨. 𝐞𝐱𝐩 (− 𝑹𝑻 )
𝐸𝑎𝑖 − 𝐸𝑎𝑑
∴ 𝑙𝑛 𝐾 =
𝑅𝑇
Agora, vamos estudar a diferença entre as energias de ativação. Graficamente, podemos
verificar que Δ𝐻 = 𝐸𝑎𝑑 − 𝐸𝑎𝑖 .
Figura 17: Relação entre a Variação de Entalpia e as Energias de Ativação da Reação Direta e da Reação Inversa
É importante prestar atenção ao sinal mostrado na Figura 17. Note que a reação ilustrada
é endotérmica, portanto, Δ𝐻 > 0. Por ser endotérmica, de fato, tem-se 𝐸𝑎𝑑 > 𝐸𝑎𝑖 , logo, os sinais
da expressão Δ𝐻 = 𝐸𝑎𝑑 − 𝐸𝑎𝑖 estão coerentes. É importante fazer essa verificação quando
tentamos deduzir algo a partir de gráficos, porque frequentemente erramos sinais nesse tipo de
dedução.
Essa relação também pode ser obtida matematicamente pela definição das energias de
ativação e da variação de entalpia da reação.
𝐸𝑎𝑖 = 𝐻𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑜 − 𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠
𝐸𝑎𝑑 = 𝐻𝑐𝑜𝑚𝑝𝑙𝑒𝑥𝑜 − 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠
Portanto, tomando a diferença entre as energias de ativação da reação direta e inversa.
𝐸𝑎𝑖 − 𝐸𝑎𝑑 = 𝐻𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠 − 𝐻𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠 = −Δ𝐻
Sendo assim, quando a reação for endotérmica (Δ𝐻 > 0), isso significa que a reação direta
tem maior energia de ativação – reveja a Figura 17. Portanto, sua constante de velocidade cresce
mais com o aumento de temperatura. Portanto, nas reações endotérmicas, o aumento da
temperatura provoca aumento na constante de equilíbrio. Lembre-se que:
𝑘𝑑
𝐾𝐶 =
𝑘𝑖
Por outro lado, se a reação for exotérmica (Δ𝐻 < 0), isso significa que a reação inversa é
que possui maior energia de ativação, como mostrado na Figura 18. Isso significa que a constante
de velocidade da reação inversa
Portanto, se o processo for endotérmico (ΔH > 0), a constante de equilíbrio cresce com a
temperatura. Se for exotérmico (Δ𝐻 < 0), a constante de equilíbrio cresce com a temperatura.
Sendo assim, podemos simular um aquecimento do Sistema Reacional contendo Amônia
de 1000 K para 2000 K.
Temperatura 𝑘𝑑 𝑘𝑖 𝐾𝐶 = 𝑘𝑑 /𝑘𝑖
400 K 1 40 0,025
Inicial Final
Q 0,04 0,025
Observe que a temperatura é o único fator que modifica o valor da Constante de Equilíbrio.
Nesse caso, vimos que o aquecimento provocou uma redução de KC = 0,04 para KC = 0,025, já
que a reação é exotérmica.
3.4. Catalisadores
O catalisador não tem qualquer efeito sobre um sistema em equilíbrio, porque ele acelera
a velocidade tanto da reação direta como da inversa.
O único efeito do catalisador é diminuir o tempo necessário para atingir o equilíbrio.
Demonstração Experimental
O catalisador acelera tanto a reação direta como a inversa.
𝑘𝑑 = 0,4 𝑘𝑑 = 4
𝑘𝑖 = 10 𝑘𝑖 = 100
𝐾 = 0,04 𝐾 = 0,04
Por outro lado, o sistema com catalisador, mostrado na Figura 21, entra em equilíbrio muito
mais rápido, em menos de 10 unidades de tempo.
3.5. Resumo
O Princípio de Le Chatelier pode ser dito simplificadamente como:
Perturbação Efeito
(UFPB-2009)
A respeito dos fatores que alteram o equilíbrio da reação, o procedimento correto, para
aumentar o rendimento da produção de metanol é:
c) Aquecer o sistema.
Comentários
a) A adição de um catalisador não exerce nenhum efeito sobre o equilíbrio, já que ele
acelera tanto a reação direta como a inversa, na mesma taxa. Afirmação errada.
Gabarito: B
São fatores que alteram o equilíbrio de uma reação envolvendo gases em que o número
de mols de gás no produto é diferente do número de mols de gás no reagente:
II – A variação de temperatura;
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
Comentários
I – A adição de gás inerte não exerce nenhum efeito sobre o equilíbrio, haja vista que
não altera as pressões parciais das substâncias componentes do equilíbrio. Afirmação
errada.
III – O catalisador não exerce nenhum impacto sobre o equilíbrio. Afirmação errada.
Gabarito: C
I – A temperatura
II – O volume do recipiente
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
Comentários
O único fator que altera a constante de equilíbrio de uma reação é a temperatura. Não
podemos nos esquecer desse fato.
Gabarito: A
I – Utiliza-se maior pressão porque o aumento de pressão favorece o sentido com o menor
número de mols de gás;
III – Utiliza-se o catalisador para que o equilíbrio seja atingido mais rapidamente, sem que
isso altere a fração molar de amônia no equilíbrio.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
e) Todas as afirmações.
Comentários
III – De fato, o catalisador aumenta a velocidade de reação, mas não afeta o estado
de equilíbrio. Afirmação correta.
Gabarito: B
Comentários
𝐾𝐶 = [𝐶𝑂2 ]
Sendo assim, retirar tanto o óxido de ferro, FeO (s), como o carbono grafite, C (graf),
do sistema em equilíbrio não o afetará.
Gabarito: A
Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos
dele derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos
derivados, como o fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).
a) O aumento de pressão.
b) O aumento de temperatura.
c) A adição de um catalisador.
e) A adição de hélio.
Comentários
e) A adição de um gás nobre não provoca qualquer efeito sobre o equilíbrio. Afirmação
incorreta.
Gabarito: A
Portanto, a água destilada contém 10-7 mol/L de íons H+ e 10-7 mol/L de íons OH–.
Como essa concentração de íons é muito pequena, a água destilada apresenta
condutividade elétrica muito baixa à temperatura ambiente.
Outro ponto importante é que, como a água é o principal meio reacional presente nos
seres vivos, praticamente todos os processos biológicos são sensíveis à concentração dos íons
𝐻 + e 𝑂𝐻 − . As principais formas de medir a concentração desses íons são o pH e o pOH.
𝑝𝐻 = − log[𝐻 + ]
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ]
𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14
4.1. Eletrólitos
Os eletrólitos são espécies químicas que, quando dissolvidas em água, liberam íons.
Portanto, uma solução eletrolítica é, na verdade, uma solução condutora.
5. Dissolução em Água
Precisamos dividir essencialmente a dissolução dos compostos iônicos na água em duas
categorias:
• Dissolução de Compostos Iônicos: incluem os sais e os hidróxidos de metais;
• Dissolução de Compostos Moleculares: principalmente os ácidos, a amônia e as bases
derivadas da amônia.
Assim como já vimos no Capítulo de Equilíbrio Químico, o QPS, calculado pelo produto das
concentrações dos íons, é o coeficiente de ação de massas associado ao sistema. Já a constante
de equilíbrio (KPS) é o valor limite para o QPS. A igualdade entre os dois acontece na solução
saturada.
Produto de
QPS = KPS Saturada
Solubilidade
Início − 0 0
reage 𝑥 𝑥 3𝑥
equilíbrio − 𝑥 3𝑥
Por fim, no caso do fosfato de cálcio, cuja fórmula mínima é Ca3(PO4)2, exi
Início − 0 0
reage 𝑥 3𝑥 2𝑥
equilíbrio − 3𝑥 2𝑥
É importante registrar que, se o sal A tem um valor de KPS mais alto que o sal B, isso não
significa, necessariamente, que o sal A é mais solúvel. A solubilidade não depende somente do
valor do KPS, mas também da estequiometria do sal.
Comentários
Como só existe sulfato de bário em solução, pode-se afirmar que cada 𝑥 mol/L de sal
gera 𝑥 mol/L de 𝐵𝑎2+ e 𝑥 mol/L de 𝑆𝑂42− . Considere a equação da dissolução desse sal.
Início − 0 0
reage 𝑥 𝑥 𝑥
equilíbrio − 𝑥 𝑥
𝐾𝑃𝑠 = 𝑥. 𝑥 = 𝑥 2 = 1.10−10
𝑥 = 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
A solubilidade em gramas pode ser obtida multiplicando pela massa de fórmula do sal
que é:
Uma das principais aplicações práticas do sulfato de bário é como agente de contraste
em radiografias.
Comentários
Devido à estequiometria do sal, para cada 𝑥 mol de sal dissolvidos, tem-se 3𝑥 mol de
𝐶𝑎2+ e 2𝑥 mol de 𝑃𝑂43− .
Início − 0 0
reage 𝑥 3𝑥 2𝑥
equilíbrio − 𝑥 𝑥
2 20
𝑥5 = . 10−29 = . 10−30
108 108
5 20 5 20
𝑥=√ . 10−30 = √ . 10−6 ≅ 0,71.10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
108 108
𝑀𝐶𝑎3 (𝑃𝑂4)2 = 3.40 + 2. [1.31 + 4.6] = 120 + 2. (32 + 24) = 120 + 112 = 232 𝑔/𝑚𝑜𝑙
O béquer A contém 500 mL de uma solução saturada de sulfato de bário (𝑲𝑷𝑺 = 𝟏. 𝟏𝟎−𝟏𝟎 ).
Já o béquer B contém 500 mL de uma solução 0,2 mol/L de sulfato de zinco. Ao misturar
os dois recipientes, calcule a quantidade em massa do precipitado e a concentração final
de íons 𝑩𝒂𝟐+ na mistura.
Dado: massa molar do sulfato de bário 𝑴𝑩𝒂𝑺𝑶𝟒 = 𝟐𝟑𝟑, 𝟒 𝒈/𝒎𝒐𝒍.
Comentários
A solubilidade do sulfato de bário já foi calculada e vale 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿, portanto o béquer
A contém 5.10−6 𝑚𝑜𝑙 do sal. É importante notar que, ao misturar os dois béqueres, ocorre
uma diluição das duas amostras, portanto, na amostra final:
A solução original continha 5.10−6 mol de 𝐵𝑎2+ que foram reduzidos a 10−9 𝑚𝑜𝑙.
Portanto, o precipitado é:
Gabarito: 1,17 g
Comentários
0,864
[𝑆𝑂42− ] = = 0,009 𝑚𝑜𝑙/𝐿
96
Na situação de saturação, o produto de solubilidade se igual ao coeficiente de ação
de massas.
1,08.10−10
∴ [𝐵𝑎2+ ] = −3
= 0,12.10−10+3 = 1,2.10−8 𝑚𝑜𝑙/𝐿
9.10
Podemos calcular a massa de bário máxima que pode ser dissolvida na água.
Sendo assim, o máximo de bário que pode se dissolver ainda é bem inferior ao limiar
de toxicidade, que é de 13,7.10-6 g/L. Logo, não se encontra bário acima do patamar
tóxico na água.
Gabarito: não
[𝑁𝐻4+ ][𝑂𝐻 − ]
𝑁̈𝐻3 (𝑎𝑞) + 𝐻𝑂𝐻(𝑙) ⇆ 𝑁𝐻4+ (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞) 𝐾𝑏 = = 1,8.10−5
[𝑁𝐻3 ]
Quanto maior a constante de acidez, maior será o grau de ionização do ácido em solução
aquosa.
Tanto a amônia como o ácido acético são eletrólitos fracos. Isso significa que eles estão
em solução tanto na forma de moléculas como na forma de íons. Ou seja, o grau de ionização em
ambos os casos não é igual a 100%.
É interessante observar que tanto a amônia como o ácido acético são infinitamente
solúveis em água, o que significa que eles podem se misturar à água em qualquer proporção,
sempre formando uma solução. Portanto, o paralelo entre a amônia, que é fraca e infinitamente
solúvel, e o hidróxido de prata, que é forte e pouco solúvel, é bastante interessante para ilustrar
a diferença entre força e solubilidade.
Perceba, portanto, que a Constante de Acidez (ou de Basicidade, no caso de bases fracas)
não se relaciona com a solubilidade, mas sim com a força ácida.
Por exemplo, a amônia possui uma constante muito baixa (𝐾𝑏 = 1,8.10−5 ) , porém, é
infinitamente solúvel em água. Por outro lado, o ácido benzoico (𝐾𝑎 = 6,2. 10−5 ) é um ácido mais
forte, porém, é pouco solúvel em água à temperatura ambiente – apenas 3,4 g/L.
Sendo assim, vamos resumir os significados do produto de solubilidade – para compostos
iônicos, como sais e hidróxidos de metais – e da constante de acidez ou basicidade para
compostos moleculares.
Tabela 10: Comparativo sobre Produto de Solubilidade e Constante de Acidez
+ [𝐻𝑃𝑂42− ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐻2 𝑃𝑂4− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝐻𝑃𝑂42− 𝐾𝑎2 = = 6,2.10−8
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
+ [𝑃𝑂43− ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐻𝑃𝑂42− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇌ 𝐻3 𝑂(𝑎𝑞) + 𝑃𝑂43− 𝐾𝑎3 = = 3,6.10−13
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
Vale ressaltar que a segunda ionização de um ácido é sempre mais fraca que a primeira.
Isso acontece, porque a segunda ionização sempre implica em afastar carga positiva (o íon 𝐻 + )
de carga negativa – o ânion produzido pela primeira ionização. Isso é sempre mais difícil do que
afastar a carga positiva de uma molécula neutra.
Tenha em mente esse princípio e analise novamente as constantes de ionização do ácido
fosfórico.
Como as constantes de ionização podem ser números muito pequenos, é também comum
fornecê-las na forma logarítima (pKa). De forma semelhante ao pH, o pKa é definido como o
menos logaritmo da constante de ionização.
𝑝𝐾𝑎 = − log 𝐾𝑎
Quanto maior a constante de ionização, menor o valor de pKa. Portanto, quanto menor o
pKa, mais forte será o ácido. Em geral, chamamos de fortes os ácidos que possuem pKa < 0.
Tabela 11: Exemplos de Constantes de Ionização
𝑪𝟔 𝑯𝟓 𝑶𝑯 Fenol 10,0
Concentração pH
𝟏 𝒎𝒐𝒍/𝑳 0
𝟏𝟎−𝟏 𝒎𝒐𝒍/𝑳 1
𝟏𝟎−𝟐 𝒎𝒐𝒍/𝑳 2
𝟏𝟎−𝟑 𝒎𝒐𝒍/𝑳 3
𝟏𝟎−𝟒 𝒎𝒐𝒍/𝑳 4
𝟏𝟎−𝟓 𝒎𝒐𝒍/𝑳 5
O ácido clorídrico (HC), também conhecido como muriático, é um dos ácidos mais fortes
da natureza. Embora habitualmente o consideremos um ácido forte, ao pé da letra, ele não pode
ser considerado um ácido 100% forte, pois ainda existe uma concentração, mesmo que mínima
de moléculas de HC dissolvidas na forma não-ionizada.
Determine a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução 0,01 mol/L do ácido,
considerando que o ácido esteja quase 100% ionizado.
Comentários
Início 0,01 − 0 0
[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝑙 − ]
𝐾𝑎 =
[𝐻𝐶𝑙]
𝑝𝐾𝑎 = − log 𝐾𝑎 = −7
log 𝐾𝑎 = 7
∴ 𝐾𝑎 = 107
[𝐻3 𝑂+ ][𝐶𝑙 − ]
𝐾𝑎 = = 107
[𝐻𝐶𝑙]
10−2 . 10−2
= 107
𝑥
10−2 . 10−2
∴𝑥= 7
= 10−11 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10
Sendo assim, a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução do ácido é
realmente muito pequena, de modo que podemos considerá-la desprezível.
Início 𝑀 − 0 0
Reage 𝛼𝑀 − 𝛼𝑀 𝛼𝑀
Equilíbrio (1 − 𝛼)𝑀 𝛼𝑀 𝛼𝑀
𝛼2
𝐾𝑎 = 𝑀 ≅ 𝛼2𝑀
1−𝛼
Um fato interessante que podemos notar a partir dessa expressão é que o grau de
ionização não é constante para um ácido fraco. Em vez disso, ele é, de forma aproximada,
inversamente proporcional à raiz quadrada da sua concentração molar.
Sendo assim, quanto mais concentrada for a solução de uma ácido fraco, menor será o seu
grau de ionização. Ou seja, mais ácido estará presente na forma de moléculas.
Com base nessa expressão, podemos fazer alguns exercícios.
Comentários
Início 𝑀 − 0 0
Reage 𝛼𝑀 − 𝛼𝑀 𝛼𝑀
Equilíbrio (1 − 𝛼)𝑀 𝛼𝑀 𝛼𝑀
𝐾𝑎 ≅ 𝛼 2 . 0,18 = 1,8.10−5
1,8.10−5
∴ 𝛼2 = = 10−4
0,18
∴ 𝛼 = 10−2 = 0,01
Gabarito: 2,75
Determine a concentração de uma solução de ácido acético, cujo grau de ionização seja
igual a 50%.
Dados: Ka = 1,8.10-5
Comentários
De posse da expressão:
(0,50)2 . 𝑀
𝐾𝑎 ≅ = 1,8.10−5
1 − 0,50
0,25
. 𝑀 = 1,8.10−5
0,50
0,50. 𝑀 = 1,8.10−5
1,8.10−5
∴𝑀= = 3,6.10−5
0,50
Comentários
Início 0,1 − 0 0
𝑯𝑺𝑶− + 𝟐−
𝟒 (𝒂𝒒) + 𝑯𝑶𝑯 (𝒂𝒒) ⇆ 𝑯𝟑 𝑶 (𝒂𝒒) + 𝑺𝑶𝟒 (𝒂𝒒)
Reage 𝑥 − 0,1 𝑥
𝑥 2 + 0,101. 𝑥 − 10−4 = 0
Note que a segunda ionização do ácido influencia muito pouco no valor do pH.
Gabarito: 0,994
5. pH de Soluções Salinas
O termo neutralização de um ácido por uma base dá a entender que as soluções salinas
são sempre neutras. No entanto, muitas soluções salinas não apresentam necessariamente pH
neutro.
Para entender o cálculo do pH de soluções salinas, devemos observar que os íons
derivados de ácidos e bases podem sofrer hidrólise em água liberando íons H+ ou OH–.
Portanto, sempre que o ânion do ácido hidrolisar, ele produzirá uma solução mais alcalina.
De modo contrário, quando o cátion da base hidrolisar, produzirá uma solução mais ácida.
Vamos analisar os diversos casos de soluções salinas para que possamos calcular o pH.
Mas, para isso, precisamos nos lembrar de uma importante regra a respeito da força de ácidos e
bases de Brönsted-Lowry.
Quanto mais forte for o ácido, mais fraca será a sua base conjugada. Vale lembrar que
a base conjugada de um ácido é o ânion que a ele corresponde.
Analogamente, quanto mais forte for a base, mais fraco será o seu ácido conjugado.
Vale lembrar que o ácido conjugado de uma base é o cátion que a ela corresponde.
Só para relembrar: um sal normal é aquele que não possui íons 𝐻 + nem 𝑂𝐻 − na sua
composição. É o caso do cloreto de sódio (NaC) e do nitrato de cálcio – Ca(NO3)2.
Por outro lado, o bissulfato de sódio (NaHSO4) não é um sal normal, pois contém um
íon 𝐻 + na sua estrutura.
A razão para isso é que nem o cátion nem o ânion hidrolisam. Tomemos como exemplo o
cloreto de sódio (NaC). Nesse caso, o cátion (𝑁𝑎+ ) é derivado de uma base forte (𝑁𝑎𝑂𝐻),
enquanto o ânion (𝐶𝑙 − ) é derivado de um ácido forte (𝐻𝐶𝑙). Portanto, nenhum dos dois hidrolisa.
O íon sódio (𝑁𝑎+ ) não hidrolisa, porque, se o fizesse, produziria o hidróxido de sódio
(𝑁𝑎𝑂𝐻), que é uma base forte. Por ser uma base forte, o hidróxido de sódio está sempre 100%
dissociado, portanto, ficaria na solução somente na forma iônica, ou seja, 𝑁𝑎 + .
Analogamente, se o íon cloreto (𝐶𝑙 − ) hidrolisasse, ele produziria o ácido clorídrico (𝐻𝐶𝑙).
Porém, o ácido clorídrico é um ácido forte, ele se encontra em solução 100% dissociado na forma
de íons, ou seja, na forma de íon cloreto (𝐶𝑙 − ).
Sendo assim, como nenhum dos íons sofre reações, não há liberação nem de (𝐻 + ) nem de
(𝑂𝐻 − ).Portanto, a dissolução do sal não promove alteração no pH da água.
Mais adiante, estudaremos um caso em que o sal é formado por ácido forte e base forte,
mas não é normal.
Como o ácido cianídrico (HCN) é um ácido fraco, é realmente de se esperar que ele exista
em solução como um equilíbrio da forma molecular (HCN) com a forma iônica (CN–). A constante
de equilíbrio para essa reação é denominada constante de hidrólise do íon cianeto.
Como subproduto da hidrólise do cianeto, são produzidos íons hidroxila (OH–), que é o
que justifica o pH alcalino.
A constante de hidrólise pode ser obtida diretamente a partir da constante de acidez do
ácido cianídrico. Vejamos a demonstração.
[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ]
𝐾ℎ =
[𝐶𝑁 − ]
Podemos multiplicar tanto o numerador como o denominador pela concentração [𝐻3 𝑂+ ]
[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ][𝐻3 𝑂+ ]
𝐾ℎ =
[𝐶𝑁 − ][𝐻3 𝑂+ ]
Podemos organizar os termos da equação.
𝐾𝑤
∴ 𝐾ℎ =
𝐾𝑎
Comentários
O cianeto de sódio é um sal de um ácido fraco e uma base forte. Portanto, somente o
íon corresponde ao ácido hidrolisa.
Início 1,0 − 0 0
Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥
Equilíbrio 1 − 𝑥 − 𝑥 𝑥
[𝐻𝐶𝑁][𝑂𝐻 − ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 25.10−6
[𝐶𝑁 − ] 1−𝑥
𝑥 = [𝑂𝐻 − ] = 5.10−3
+]
𝐾𝑤 10−14
[𝐻3 𝑂 = = = 2.10−12
[𝑂𝐻 − ] 5.10−3
Gabarito: 11,7
Em Funções Inorgânicas, nós estudamos que existem os sais ácidos e os sais básicos.
Porém, é interessante observar que, embora um sal ácido contenha íons 𝐻 + em sua rede de
cristalização, isso não significa que as suas soluções aquosas sejam ácidas.
Por exemplo, o bicarbonato de sódio (𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 ), que poderia também ser chamado de
carbonato ácido de sódio, é um sal ácido. Porém, um de seus usos mais conhecidos é como
antiácido estomacal.
Como pode isso?
O que acontece é que, na verdade, esse sal é de hidrólise alcalina, porque é formado por
um sal de ácido fraco e base forte. O íon bicarbonato.
𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂(𝑙) ⇆ 𝐻2 𝑂 (𝑙) + 𝐶𝑂2 (𝑎𝑞) + 𝑂𝐻 − (𝑎𝑞)
Devido à hidrólise do íon bicarbonato, a solução é alcalina.
Por outro lado, o íon amônio (𝑁𝐻4+ ) sofre hidrólise liberando íons 𝐻3 𝑂+ em água, deixando
a solução ácida. O procedimento para calcular o pH da solução é análogo, bastando conhecer o
𝐾𝑏 da base.
+ [𝑵𝑯𝟑 ][𝑯𝟑 𝑶+ ]
𝑵𝑯+
𝟒 (𝒂𝒒) + 𝑯𝟐 𝑶 ⇄ 𝑵𝑯𝟑(𝒂𝒒) + 𝑯𝟑 𝑶(𝒂𝒒)
𝑲𝒉 =
[𝑵𝑯+ 𝟒]
Sendo assim, de modo análogo ao que havíamos deduzido anteriormente para os sais de
ácidos fracos.
𝐾𝑤
𝐾ℎ =
𝐾𝑏
Dessa maneira, o cálculo do pH de uma solução de ácido forte e base fraca é muito
semelhante ao que fazíamos no caso de sal de ácido fraco e base forte. A diferença principal é
apenas que calculamos diretamente a concentração de íons [𝐻3 𝑂+ ]. Vejamos um exemplo.
Comentários
O cloreto de amônio é um sal de um ácido forte e uma base fraca. Portanto, somente
o íon corresponde ao ácido hidrolisa.
𝑵𝑯+
𝟒 + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑵𝑯𝟑 + 𝑯𝟑 𝑶+
Início 0,1 − 0 0
Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥
Equilíbrio 0,1 − x − 𝑥 𝑥
[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 5.10−8
[𝑁𝐻4+ ] 0,1 − 𝑥
Como o valor da constante de hidrólise é muito pequeno, podemos assumir que o grau
de ionização é muito pequeno. Logo, 0,1 − 𝑥 ≅ 1, portanto:
𝑥 2 = 5.10−8
[𝐻3 𝑂+ ]2 = 5.10−8
Como precisamos calcular o pH, observe que não foi dado o logaritmo de 5. Portanto,
é mais conveniente escrever a concentração da seguinte forma:
+ ]2 −8
10−9 1
[𝐻3 𝑂 = 5.10 = =
2 2.109
Em vez de tirar a raiz quadrada, podemos utilizar as propriedades do logaritmo. O
logaritmo da raiz quadrada é igual à metade do logaritmo. Sendo assim.
1 1 9,30
𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂+ ] = [2.109 ] = [0,30 + 9] = = 4,15
2 2 2
Portanto, a solução é ácida.
Gabarito: 4,15
6. Solução Tampão
O tampão é um dos tipos de soluções mais importantes no estudo de pH. E, por
isso, mesmo, as questões sobre o assunto são extremamente comuns. Sendo assim, eu
recomendo que você preste bastante atenção ao que será transmitido nas próximas linhas.
Como as enzimas precisam manter-se em uma faixa bem estreita de pH para funcionarem
adequadamente, praticamente todos os sistemas biológicos funcionam à base de um tampão.
Grave isso: o tampão é uma solução que mantém o pH praticamente constante; ou uma
solução que resiste a variações de pH.
Um dos sistemas orgânicos mais importantes é o que está presente no sangue, o qual
permite a manutenção das trocas gasosas, mantendo seu pH em torno de 7,4. O responsável por
esse tamponamento é o equilíbrio entre o ácido carbônico e sua base conjugada, o íon
bicarbonato.
Um tampão é formado por um ácido fraco e um sal desse ácido com base forte.
Também pode ser formado por uma base fraca e um sal dessa base com ácido forte.
Por exemplo, considere uma solução de ácido fraco e íons desse ácido. Nesse caso, tem-
se o seguinte equilíbrio:
𝐻𝑋 (𝑎𝑞) + 𝐻2 𝑂 ⇄ 𝑋 − (𝑎𝑞) + 𝐻3 𝑂+ (𝑎𝑞)
[𝐻3 𝑂+ ][𝑋 − ]
𝐾𝑎 =
[𝐻𝑋]
Podemos isolar a concentração de íons [𝐻3 𝑂 + ] na equação acima.
𝐾𝑎 [𝐻𝑋]
∴ [𝐻3 𝑂+ ] =
[𝑋 − ]
Sendo assim, podemos tomar o logaritmo natural de ambos os lados da equação.
[𝐻𝑋]
log[𝐻3 𝑂+ ] = log 𝐾𝑎 + log ( )
[𝑋 − ]
Podemos colocar o sinal negativo de ambos os lados da equação. Devemos nos lembrar
também das propriedades do logaritmo da potência. Quando invertemos uma fração, o logaritmo
fica com o sinal trocado.
[𝑋 − ]
− log[𝐻3 𝑂+ ] = − log 𝐾𝑎 + log ( )
[𝐻𝑋]
Usando as definições de pH e pKa, temos a seguinte equação, que também é conhecida
como Equação de Henderson-Hasselbalch.
[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]
Perceba que as moléculas do ácido fraco são essenciais para que o sistema possa resistir
à variação de pH provocada pela adição de bases. Por outro lado, os íons do ácido são essenciais
para que o sistema possa resistir à variação de pH provocada pela adição de ácidos.
Podemos observar esse sistema quando adicionamos uma solução 0,1 mol/L de hidróxido
de sódio (NaOH) a 1 litro de uma solução de 0,1 mol/L de ácido acético. O pH em função do
volume é registrado na Figura 26.
Figura 26: Curva de pH em função do volume de NaOH adicionado a uma solução 0,1 mol/L de ácido
acético
Note que existe um excesso de ácido acético no meio de reacional. Com a reação,
chegaremos a uma situação em que o número de mols do ácido é exatamente igual ao número
de mols do sal.
Nessa situação, temos:
[𝑋 − ] = [𝐻𝑋]
Retornando à Equação de Henderson-Hasselbalch.
[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]
Se as concentrações [𝑋 − ] = [𝐻𝑋] forem iguais, teremos que o pH do tampão é:
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎
Esse é o caso em que o efeito tamponante é máximo, cujo efeito foi ilustrado na Figura 26.
É importante destacar que o pH característico do tampão máximo depende
exclusivamente do ácido fraco que é utilizado na composição.
Por exemplo, no caso do ácido acético (𝑝𝐾𝑎 = 4,75), o tampão máximo é obtido
exatamente em 𝑝𝐻 = 4,75. Podemos verificar também, de forma matemática, o funcionamento
desse sistema como mantenedor de pH.
Considere, por exemplo, um litro de solução 0,1 molar de ácido acético/acetato
(𝑝𝐻 = 4,74). A essa solução é adicionada o mesmo volume (ou seja, incríveis 1 litro) de uma
solução 0,01 molar de ácido clorídrico (𝑝𝐻 = 2).
Veja bem. Estamos falando de um volume realmente grande de uma solução concentrada
de ácido clorídrico.
Como vimos, a adição de ácido provoca um deslocamento no equilíbrio do ácido com a
sua base conjugada.
Constante de Faraday (F) = 9,65 x 104 °C mol-1 = 9,65 x 104 A s mol-1 = 9,65 x 104 J V-1 mol-1
Constante dos gases (R) = 8,21 x 10-2 atm L K-1 mol-1 = 8,31 J K-1 mol-1 = 1,98 cal K-1 mol-1
DEFINIÇÕES
Presão: 1 atm = 760 mmHg = 1,01325 x 105 N m-2 = 760 Torr = 1,01325 bar
Energia: 1 J = 1 N m = 1 kg m2 s-2
Condições normais de temperatura e pressão (CNTP): 0°C e 760 mmHg
Condições ambientes: 25 °C e 1 atm
Condições padrão: 1 bar; concentração das soluções = 1 mol L-1 (rigorosamente: atividade unitária
das espécies); sólido com estrutura cristalina mais estável nas condições de pressão e
temperatura em questão
(s) = sólido. (l) = líquido. (g) = gás. (aq) = aquoso. (CM) = circuito metálico. (conc) = concentrado.
(ua) = unidades arbitrárias. [X] = concentração da espécie química em mol L -1
MASSAS MOLARES
H 1 1,01 Mn 25 54,94
Li 3 6,94 Fe 26 55,85
C 6 12,01 Co 27 58,93
N 7 14,01 Cu 29 63,55
O 8 16,00 Zn 30 65,39
F 9 19,00 As 33 74,92
Ne 10 20,18 Br 35 79,90
Na 11 22,99 Mo 42 95,94
Mg 12 24,30 Sb 51 121,76
Al 13 26,98 I 53 126,90
Si 14 28,08 Ba 56 137,33
S 16 32,07 Pt 78 195,08
Cl 17 35,45 Au 79 196,97
Ca 20 40,08 Hg 80 200,59
(Russell – 2006)
(Russell – 2006)
Sabendo que KC para o equilíbrio I2 (g) + C2 (g) ⇌ 2 IC (g) é 2,0.105 a 300K e que, para esta reação,
∆H0 = -26,9 kJ, calcule o logaritmo natural do valor de KC a 700 K.
Em um recipiente fechado de 1020 mL, foram colocadas duas amostras: uma de 200 mL de água
destilada e 28 g de nitrogênio gasoso. Determine a solubilidade do nitrogênio na água.
(UFPB-2009)
A respeito dos fatores que alteram o equilíbrio da reação, o procedimento correto, para aumentar o
rendimento da produção de metanol é:
c) Aquecer o sistema.
e) Não é possível alterar o rendimento de metanol, pois a reação sempre tenderá ao equilíbrio.
São fatores que alteram o equilíbrio de uma reação envolvendo gases em que o número de mols de
gás no produto é diferente do número de mols de gás no reagente:
II – A variação de temperatura;
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
I – A temperatura
II – O volume do recipiente
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
e) Apenas III.
No processo de Haber Bosch para a síntese da amônia, costuma-se utilizar elevadas pressões,
elevadas temperaturas e platina como catalisador. A respeito desse processo, são feitas as
afirmativas:
I – Utiliza-se maior pressão porque o aumento de pressão favorece o sentido com o menor número
de mols de gás;
III – Utiliza-se o catalisador para que o equilíbrio seja atingido mais rapidamente, sem que isso
altere a fração molar de amônia no equilíbrio.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
e) Todas as afirmações.
Um béquer contém um sistema em equilíbrio. Desse béquer, retira-se certa quantidade de um dos
reagentes. No entanto, verificou-se que as concentrações de todas as espécies no equilíbrio não se
modificou. Assinale a alternativa que contém uma reação que pode ter ocorrido no béquer:
Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos dele
derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos derivados, como o
fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).
O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o cloro gasoso,
que envolve o seguinte equilíbrio:
a) O aumento de pressão.
b) O aumento de temperatura.
c) A adição de um catalisador.
e) A adição de hélio.
O béquer A contém 500 mL de uma solução saturada de sulfato de bário 𝑲𝑷𝑺 = 𝟏. 𝟏𝟎 − 𝟏𝟎. Já o
béquer B contém 500 mL de uma solução 0,2 mol/L de sulfato de zinco. Ao misturar os dois
recipientes, calcule a quantidade em massa do precipitado e a concentração final de íons 𝑩𝒂𝟐 + na
mistura.
Determine a concentração de moléculas HC (aq) em uma solução 0,01 mol/L do ácido,
considerando que o ácido esteja quase 100% ionizado.
Determine a concentração de uma solução de ácido acético, cujo grau de ionização seja igual a
50%.
Dados: Ka = 1,8.10-5
a) 2,85.
b) 4,15.
c) 5,15.
c) 6,30.
e) 7,00.
O pH ideal do sangue deve ser mantido no patamar de 7,3 a 7,5. Qualquer desvio dessa faixa pode
ser considerado preocupante, pois dificulta o metabolismo das células.
Um paciente chegou em quadro de acidose sanguínea, cujo pH registrado foi igual a 7,0. Assinale a
alternativa que indica um composto que poderia ser utilizado para o tratamento do paciente:
a) NaOH
b) NaHSO4
c) NaHCO3
d) NH4C
e) C6H12O6
Os recifes de corais são colônias de animais pertencentes ao filo dos cnidários. Os corais fornecem
abrigos e alimento para milhares de espécies de peixes e invertebrados, sendo muito importantes
para a manutenção da biodiversidade marinha.
Para entender esse fenômeno do branqueamento, é importante observar que os corais sintetizam
seu esqueleto calcário por meio da seguinte reação exotérmica:
No mar, a concentração de íons cálcio se encontra constante e aproximadamente igual a 400 mg/L,
enquanto a concentração do carbonato é aproximadamente igual a 1,2 mg/L.
Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos dele
derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos derivados, como o
fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).
O fosgênio é produzido industrialmente pela reação entre o monóxido de carbono e o cloro gasoso,
que envolve o seguinte equilíbrio:
a) O aumento de pressão.
b) O aumento de temperatura.
c) A adição de um catalisador.
e) A adição de hélio.
Um tira de ferro foi mergulhada em uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1 mol.L–1, registrando
uma intensa liberação de gás. A respeito dessa situação, são feitas as seguintes afirmações:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
No béquer A, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L em NaOH. No béquer B, tem-se 1 litro de uma
solução 1 mol/L em CH3COOH. E, no béquer C, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L de HCl. A
respeito dessa situação, pode-se afirmar que:
Assinale a alternativa que indica o pH de uma solução aquosa 1 mol/L de cloreto de amônia. Dado:
Kb = 2.10-5; log 2 = 0,30.
a) 1,50
b) 2,85
c) 4,65
d) 6,30
e) 7,00
Embora não exerça funções bioquímicas, o sulfato é um dos ânions mais importantes na água do
mar, pois ele evita o acúmulo de íons tóxicos, como o bário (Ba2+).
O bário deve ser mantido em concentrações abaixo de 0,1 mg/L, pois, em excesso, ele pode
fragilizar os esqueletos dos animais marinhos, pois substitui o cálcio e o estrôncio, já que os três
pertencem à mesma família.
O bário é um dos íons que se acumula na água do mar pelo excesso de sujeira que pode ser lançado
por residências e indústrias.
Por esse motivo, o nível ideal de sulfato na água do mar é de pelo menos 960 mg/L. Considerando
que seja essa a concentração do íon sulfato, determine a máxima concentração de bário que pode
ser detectada na água do mar.
a) 0,14 μg/L
b) 0,7 μg/L
c) 1,4 μg/L
d) 7 μg/L
e) 14 μg/L
O intestino humano é uma das regiões mais alcalinas do corpo humano, mantendo-se em pH em
torno de 8,7. Para manter esse pH, o intestino conta com uma solução de diversos sais do ácido
fosfórico.
A seguir, são dados os valores de pKa, ou seja, o negativo do logaritmo da constante de equilíbrio
para as três seguintes reações de ionização do ácido fosfórico.
Assinale a alternativa que apresenta os dois íons mais comuns no intestino e a razão entre suas
concentrações:
b) HPO42– e PO43–; 32
d) H2PO4– e HPO42–; 8
e) H2PO4– e HPO42–; 32
A água de um aquário marinho tem pH igual a 8,30. Supondo que a concentração de íons
bicarbonato seja constante e igual a 122 mg/L, determine a concentração de íons carbonato.
a) 0,6 mg/L
b) 1,2 mg/L
c) 1,8 mg/L
d) 2,4 mg/L
e) 3,0 mg/L
A compressa quente e a compressa fria são dispositivos que permitem, respectivamente, aquecer
ou resfriar objetos rapidamente e nas mais diversas situações. Esses dispositivos geralmente
contêm substâncias que sofrem algum processo quando eles são acionados. Dois processos
bastante utilizados nesses dispositivos e suas respectivas energias estão esquematizados nas
equações I e II apresentadas a seguir.
De acordo com a notação química, pode-se afirmar que as equações 1 e 2 representam processos
de:
a) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma compressa
fria.
b) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa
quente.
c) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa quente.
d) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma compressa fria.
e) é preciso misturar os dois componentes para obter uma compressa quente ou fria.
É um fato conhecido que muitos países com litorais frios, como o Japão, o Chile e a Noruega, se
sobressaem como os maiores produtores mundiais de pescados.
Uma das razões para isso se encontra na dissolução do oxigênio na água, que é essencial para a
manutenção da vida marinha. Os peixes e outros indivíduos aquáticos precisam de oxigênio para a
reação de respiração celular, que é essencial igual à combustão da glicose, cuja reação não
balanceada é fornecida a seguir.
O aumento no teor de oxigênio na água facilita a respiração dos peixes e, por consequência,
favorece a atividade pesqueira.
II – O oxigênio interage com a água por interações do tipo dipolo permanente – dipolo permanente.
III – O aumento do teor de oxigênio da água aumenta também o poder de corrosão sobre os cascos
de navios.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e IV.
d) Apenas II e III.
e) Apenas IV.
As máscaras interferem nas trocas gasosas realizadas entre o corpo humano e o meio externo, pois
criam um meio parcialmente fechado.
Como o ar expelido pelos pulmões tem um teor maior de vapor de água e gás carbônico e menor de
oxigênio que o ar atmosférico, com o tempo, as máscaras criam um ambiente em torno da boca
com maior pressão parcial de CO2 e H2O, porém menor pressão parcial de O2.
O2(g) ⇌ O2(aq)
O dióxido de carbono interfere diretamente pH sanguíneo, pois esse pH é mantido por um tampão
caracterizado pela seguinte equação:
IV – O gás oxigênio se dissolve na água, porque é capaz de formar interações dipolo permanente –
dipolo induzido com a água.
a) Apenas I e II.
d) Apenas II e IV.
Em um tubo de ensaio, é colocada uma amostra de 100 mL de água com fenolftaleína e uma amostra
de 100 mL de gasolina. Sobre esse tubo, é colocado um pequeno cubo de 0,23 g de sódio metálico.
Sabendo que o sódio metálico afunda na gasolina, mas flutua na água, julgue as seguintes
afirmações:
II – O sódio metálico não reage com a gasolina, mas reage com a água.
IV – Se o gás recolhido na reação for recolhido em um recipiente de 41 mL, ele exercerá a pressão
de 6 atm na temperatura de 27 °C.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
Para fins de conservação da vida de um rio, as normas ambientais de uma determinada cidade
proíbem que a água lançada pelas indústrias nesse rio tenham pH inferior a 5 ou superior a 8.
Uma das grandes limitações para as indústrias é que elas produzem quantidades muito
significativas de óxidos ácidos, que ocasionam aumento do pH da água.
Diante dessa informação, foram analisados os dejetos lançados por diversas indústrias.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) I, III e III.
O sangue é um sistema tamponado, cujo pH é mantido normalmente entre 7,3 e 7,5 devido
principalmente à dissolução do dióxido de carbono, de acordo com a seguinte equação química:
Quando o pH foge à faixa ideal, o paciente pode sofrer os quadros: alcalose (pH acima do ideal) ou
acidose (pH abaixo ideal).
A respeito desse sistema e notando que a dissolução do CO2 é exotérmica, são feitas as seguintes
afirmações:
I – Quando uma pessoa tem uma respiração muito ofegante, com intensa liberação de CO2 no
sangue, ele apresentará um quadro de acidose.
III – Quando o paciente está com febre, o seu sangue tenderá a apresentar um ligeiro quadro de
alcalose.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas II e III.
A sílica gel (SiO2) é um interessante produto utilizado para absorver a umidade do ar, de modo a
proteger equipamentos eletrônicos e objetos de madeira muito sensíveis, como instrumentos
musicais.
A fim de determinar se a sílica está seca ou se ainda tem capacidade de absorver água, é comum
misturá-la ao cloreto de cobalto, que estabelece o seguinte equilíbrio em meio aquoso:
Devido ao equilíbrio citado, com o aumento da umidade do ar, a sílica se torna rosa. Por outro lado,
quando o ar está seco, o galinho se torna azul.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I, II e IV.
Assinale a alternativa que apresenta o pH de uma solução 0,02 mol/L de hidróxido de cálcio.
a) 12,3
b) 12,6
c) 13,0
d) 13,3
e) 13,6
O pH da água de um aquário marinho é igual a 8,3. Assinale a alternativa que apresenta os valores
corretos da concentração de íons OH– e do pOH dessa água.
a) 2,0.10–6 e 5,7.
b) 2,0.10–6 e 6,3.
c) 5,0.10–7 e 6,3.
d) 5,0.10–7 e 5,7.
e) 5,0.10–5 e 5,7.
O vinagre é essencialmente uma solução 6% (massa em volume) de ácido acético (C 2H4O2) em água,
muito utilizada na culinária.
Sabendo que a constante de ionização do ácido acético é igual a 2.10–5, assinale a alternativa que
indica corretamente o valor do pH dessa solução.
a) 2
b) 2,35
c) 2,7
d) 3,5
e) 4,7
A amônia é uma das substâncias mais produzidas em larga escala na indústria, sendo muito utilizada
para a fabricação de fertilizantes e outros produtos industriais nitrogenados, como o ácido nítrico e
a anilina.
Uma das técnicas mais importantes de produção de amônia é a Síntese de Haber-Bosch, que
consiste na própria reação de formação da amônia:
a) Apenas I, II e IV.
b) Apenas I, III e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) Apenas I, II e III.
O bicarbonato de sódio é muito utilizado como antiácido estomacal. Assinale a alternativa que
indica o pOH de uma solução 8,4 g/L desse sal.
Dado: Ka = 2.10–7
a) 3,15
b) 3,85
c) 4,15
d) 4,85
e) 5,7
Ao se mergulhar uma tira de ferro em uma solução aquosa de 0,01 mol/L de ácido clorídrico, nota-
se o borbulhamento de um gás. A respeito dessa reação, são feitas as seguintes afirmativas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e IV.
A água sanitária é um poderoso desinfectante, que pode ser utilizado para a limpeza de pisos,
superfícies, vegetais e utensílios domésticos.
Um determinado fabricante vende potes de 1 litro que consistem em uma solução 29,8 g/L de
hipoclorito de sódio em água. Para uso em legumes, o procedimento mais adequado é diluir uma
alíquota de 10 mL dessa solução em quantidade de água suficiente para atingir uma concentração
final de 0,05 mol/L.
Dado: Ka = 5.10–8
a) 7,0
b) 8,5
c) 9,5
d) 10,0
e) 11,0
7.1. Gabarito
1. discursiva 23. C
2. discursiva 24. A
3. discursiva 25. C
4. 39,2 g/L 26. C
5. B 27. C
6. C 28. B
7. A 29. E
8. B 30. D
9. A 31. B
10. A 32. C
11. 233 μg/L 33. B
12. 1,65 mg/L 34. D
13. 1,17 g 35. D
14. não 36. C
15. 10-11 mol/L 37. E
16. 2,75 38. B
17. 3,6.10-5 mol/L 39. A
18. 0,994 40. C
19. 11,7 41. D
20. 4,15 42. D
21. C 43. C
22. C 44. E
a) 2,85.
b) 4,15.
c) 5,15.
c) 6,30.
e) 7,00.
Comentários
reage 𝑥 − 𝑥 𝑥
equilíbrio 0,1 − 𝑥 − 𝑥 𝑥
𝐾𝑤 [𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂𝐻][𝑂𝐻 − ]
𝐾ℎ = =
𝐾𝑎 [𝐶𝐻3 𝐶𝑂𝑂− ]
𝑥. 𝑥 10−14 10.10−15
= −5
= −5
= 5.10−10
0,1 − 𝑥 2.10 2.10
𝑥2
= 5.10−10
0,1
∴ 𝑥 2 = 0,1.5.10−10
1
∴ 𝑥 2 = 0,5.10−10 = ⋅ 10−10
2
Como o valor de x é igual à concentração dos íons OH– , temos:
1
[𝑂𝐻 − ]2 = ⋅ 10−10
2
1 1 1
𝑝𝑂𝐻 = − ⋅ log ( ⋅ 10−10 ) = − ⋅ (−0,30 − 10)
2 2 2
1
𝑝𝑂𝐻 = − ⋅ (−10,30) = 5,15
2
Gabarito: C
O pH ideal do sangue deve ser mantido no patamar de 7,3 a 7,5. Qualquer desvio dessa
faixa pode ser considerado preocupante, pois dificulta o metabolismo das células.
Um paciente chegou em quadro de acidose sanguínea, cujo pH registrado foi igual a 7,0.
Assinale a alternativa que indica um composto que poderia ser utilizado para o
tratamento do paciente:
a) NaOH
b) NaHSO4
c) NaHCO3
d) NH4C
e) C6H12O6
Comentários
Pode-se, alternativamente, recorrer a um sal de ácido fraco e base forte. O único sal que
atende a esses critérios é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), que é um sal de hidróxido
de sódio e ácido carbônico.
NaHSO4 é um sal de ácido forte, portanto, não serviria. NH4Cl é o contrário: um sal de
ácido forte e base fraca, que poderia ser utilizado justamente para diminuir o pH do
sangue.
Por fim, a glicose (C6H12O6) não tem caráter ácido nem básico, portanto, não teria nenhum
efeito no pH sanguíneo.
Gabarito: C
Os recifes de corais são colônias de animais pertencentes ao filo dos cnidários. Os corais
fornecem abrigos e alimento para milhares de espécies de peixes e invertebrados, sendo
muito importantes para a manutenção da biodiversidade marinha.
Comentários
a) Falso. Perceba que na reação 𝐶𝑂2 (𝑔) + 𝐻2 𝑂 (𝑙) ⇄ 𝐻 + (𝑎𝑞) + 𝐻𝐶𝑂3− (𝑎𝑞) teremos
um aumento da concentração de H+ em caso de aumento da concentração de
CO2, pelo Princípio de Le Chatelier.
Desse modo, o pH irá diminuir (quanto menor o pH, mais ácido é o meio) e não
aumentar como preconiza o enunciado.
b) Falso. Não caia nessa pegadinha! Note que o carbonato de cálcio (CaCO3) é um
sal de hidrólise básica (pois deriva de um ácido forte e uma base fraca) e não um
sal alcalino, pois, para isso deveria apresentar íons OH- em sua composição
química.
1,2 ⋅ 10−3
[𝐶𝑎𝐶𝑂3 ] = = 1,2 ⋅ 10−5 𝑚𝑜𝑙/𝐿
100 ⋅ 1
400 ⋅ 10−3
[𝐶𝑎+2 ] = = 10−2 = 0,01 𝑚𝑜𝑙/𝐿
40 ⋅ 1
Analisemos o Kps do CaCO3.
Como já temos os íons Ca+2 presente em solução em quantidade significativa (0,01 mol/L)
e o sal é pouco solúvel (Kps baixo), temos (S é a solubilidade do carbonato) :
Daí, vem:
3 ⋅ 10−9
𝑆= = 3 ⋅ 10−7 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10−2
Como [CaCO3] > S, temos que a solução é supersaturada em carbonato de cálcio, visto
que há mais carbonato de cálcio solubilizado do que o previsto nessas condições.
Gabarito: C
Embora o ácido carbônico, não possa ser isolado em solução aquosa, muitos produtos
dele derivado, como ésteres e sais, podem ser produzidos a partir de compostos
derivados, como o fosgênio (COCl2) e o dióxido de carbono (CO2).
a) O aumento de pressão.
b) O aumento de temperatura.
c) A adição de um catalisador.
e) A adição de hélio.
Comentários
e) A adição de um gás nobre não provoca qualquer efeito sobre o equilíbrio. Afirmação
incorreta.
Gabarito: A
Um tira de ferro foi mergulhada em uma solução aquosa de ácido clorídrico 0,1 mol.L–1,
registrando uma intensa liberação de gás. A respeito dessa situação, são feitas as
seguintes afirmações:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
Comentários
[𝐻 + ] = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑝𝐻 = − log(0,1) = −(−1) = 1
III – Como vimos, é exatamente isso. O ferro é mais reativo que o hidrogênio, portanto,
é capaz de deslocá-lo. Afirmação correta.
Gabarito: C
No béquer A, tem-se 1 litro de uma solução 1 mol/L em NaOH. No béquer B, tem-se 1 litro
de uma solução 1 mol/L em CH3COOH. E, no béquer C, tem-se 1 litro de uma solução 1
mol/L de HCl. A respeito dessa situação, pode-se afirmar que:
Comentários
O cloreto de sódio (NaC) é um sal de ácido forte e base forte. Portanto, a sua solução
aquosa apresenta pH neutro.
Por outro lado, o acetato de sódio é um sal de ácido fraco e base forte. Portanto, a sua
solução aquosa apresenta pH alcalino.
Gabarito: C
a) 1,50
b) 2,85
c) 4,65
d) 6,30
e) 7,00
Comentários
O cloreto de amônio é um sal de um ácido forte e uma base fraca. Portanto, somente o
íon corresponde ao ácido hidrolisa.
𝐾𝑤 10−14 10−14 1
[𝐻3 𝑂+ ]2 = 𝐾ℎ . 𝑀 = ⋅𝑀 = −5
⋅ 1 = −5
= ⋅ 10−9
𝐾𝑏 2.10 2.10 2
Para calcular o pH, não precisamos extrair a raiz quadrada, basta apenas dividir o
logaritmo por 2.
1 1 1 1 9,30
𝑝𝐻 = − ⋅ log ( ) = ⋅ log(2.109 ) = ⋅ (9 + 0,30) = = 4,65
2 1 −9 2 2 2
⋅ 10
2
Podemos fazer também pela constante de hidrólise o passo a passo.
𝑵𝑯+
𝟒 + 𝑯𝟐 𝑶 → 𝑵𝑯𝟑 + 𝑯𝟑 𝑶+
Início 0,1 − 0 0
Reage 𝑥 − 𝑥 𝑥
Equilíbrio 0,1 − x − 𝑥 𝑥
[𝑁𝐻3 ][𝐻3 𝑂+ ] 𝑥2
𝐾ℎ = = = 5.10−10
[𝑁𝐻4+ ] 1−𝑥
Como o valor da constante de hidrólise é muito pequeno, podemos assumir que o grau
de ionização é muito pequeno. Logo, 1 − 𝑥 ≅ 1, portanto:
𝑥 2 = 5.10−10
[𝐻3 𝑂+ ]2 = 5.10−10
Como precisamos calcular o pH, observe que não foi dado o logaritmo de 5. Portanto,
é mais conveniente escrever a concentração da seguinte forma:
10−9 1
[𝐻3 𝑂 + ]2 = 5.10−10 = =
2 2.109
Em vez de tirar a raiz quadrada, podemos utilizar as propriedades do logaritmo. O
logaritmo da raiz quadrada é igual à metade do logaritmo. Sendo assim.
1 1 9,30
𝑝𝐻 = − log[𝐻3 𝑂+ ] = [2.109 ] = [0,30 + 9] = = 4,65
2 2 2
Portanto, a solução é ácida.
Gabarito: C
Embora não exerça funções bioquímicas, o sulfato é um dos ânions mais importantes na
água do mar, pois ele evita o acúmulo de íons tóxicos, como o bário (Ba2+).
O bário deve ser mantido em concentrações abaixo de 0,1 mg/L, pois, em excesso, ele
pode fragilizar os esqueletos dos animais marinhos, pois substitui o cálcio e o estrôncio,
já que os três pertencem à mesma família.
O bário é um dos íons que se acumula na água do mar pelo excesso de sujeira que pode
ser lançado por residências e indústrias.
Por esse motivo, o nível ideal de sulfato na água do mar é de pelo menos 960 mg/L.
Considerando que seja essa a concentração do íon sulfato, determine a máxima
concentração de bário que pode ser detectada na água do mar.
a) 0,14 μg/L
b) 0,7 μg/L
c) 1,4 μg/L
d) 7 μg/L
e) 14 μg/L
Comentários
𝑀𝑆𝑂2−
4
= 1.32 + 4.16 = 96 𝑔/𝑚𝑜𝑙
960.10−3
[𝑆𝑂2−
4 ] = = 10−2
96
Agora, vamos ao produto de solubilidade do sal, que foi fornecido no enunciado.
[𝐵𝑎2+ ][𝑆𝑂2−
4 ] = 1,0.10
−10
1,0.10−10
∴ [𝐵𝑎2+ ] = = 10−8 𝑚𝑜𝑙/𝐿
10−2
Para converter a concentração molar do íon bário em massa, basta multiplicar pela
massa molar que foi fornecida no enunciado.
Gabarito: B
O intestino humano é uma das regiões mais alcalinas do corpo humano, mantendo-se em
pH em torno de 8,7. Para manter esse pH, o intestino conta com uma solução de diversos
sais do ácido fosfórico.
Assinale a alternativa que apresenta os dois íons mais comuns no intestino e a razão entre
suas concentrações:
b) HPO42– e PO43–; 32
d) H2PO4– e HPO42–; 8
e) H2PO4– e HPO42–; 32
Comentários
[𝐻𝑃𝑂42− ]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
[𝐻𝑃𝑂42− ]
8,7 = 7,2 + log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
[𝐻𝑃𝑂42− ]
8,7 − 7,2 = log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
[𝐻𝑃𝑂42− ]
1,5 = log ( )
[𝐻2 𝑃𝑂4− ]
[𝐻𝑃𝑂2−
4 ]
log ( ) = 1,5 = 5.0,3
[𝐻2 𝑃𝑂−4 ]
[𝐻𝑃𝑂2−
4 ]
= 100,3.5 = 25 = 32
[𝐻2 𝑃𝑂−4 ]
Gabarito: E
A água de um aquário marinho tem pH igual a 8,30. Supondo que a concentração de íons
bicarbonato seja constante e igual a 122 mg/L, determine a concentração de íons
carbonato.
a) 0,6 mg/L
b) 1,2 mg/L
c) 1,8 mg/L
d) 2,4 mg/L
e) 3,0 mg/L
Comentários
A concentração molar pode ser obtida como a razão entre a concentração em g/L
pela massa molar.
122.10−3
[𝐻𝐶𝑂−3 ] = = 2.10−3 𝑚𝑜𝑙/𝐿
61
Aplicando a Equação do Tampão, temos:
[𝑏𝑎𝑠𝑒 𝑐𝑜𝑛𝑗𝑢𝑔𝑎𝑑𝑎]
𝑝𝐻 = 𝑝𝐾𝑎 + log ( )
[á𝑐𝑖𝑑𝑜]
[𝐶𝑂32− ]
8,3 = 10 + log ( )
[𝐻𝐶𝑂3− ]
[𝐶𝑂32− ]
8,3 = 10 + log ( )
2.10−3
[𝐶𝑂2−
3 ]
log ( ) = 8,3 − 10
2.10−3
[𝐶𝑂2−
3 ]
log ( ) = −1,7
2.10−3
[𝐶𝑂2−
3 ]
−3 = 10−1,7 = 100,3−2 = 2.10−2
2.10
Calculando a concentração do carbonato, temos:
Podemos obter a concentração em mg/L dos íons carbonato usando a massa molar.
𝑀𝐶𝑂2−
3
= 1.12 + 3.16 = 60 𝑔/𝑚𝑜𝑙
Agora, basta multiplicar a concentração em mol/L pela massa molar para chegar à
concentração comum.
Gabarito: D
a) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma
compressa fria.
b) dissolução, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma
compressa quente.
c) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa fria e a equação 2 para uma compressa
quente.
d) diluição, sendo a equação 1 para uma compressa quente e a equação 2 para uma
compressa fria.
e) é preciso misturar os dois componentes para obter uma compressa quente ou fria.
Comentários
A equação 1 mostra uma reação endotérmica, pois absorve calor. Portanto, trata-se
de um cold pack. Por outro lado, a equação 2 mostra uma reação exotérmica, que libera
calor. Trata-se, portanto, de um hot pack.
Gabarito: B
É um fato conhecido que muitos países com litorais frios, como o Japão, o Chile e a
Noruega, se sobressaem como os maiores produtores mundiais de pescados.
Uma das razões para isso se encontra na dissolução do oxigênio na água, que é essencial
para a manutenção da vida marinha. Os peixes e outros indivíduos aquáticos precisam de
oxigênio para a reação de respiração celular, que é essencial igual à combustão da
glicose, cuja reação não balanceada é fornecida a seguir.
III – O aumento do teor de oxigênio da água aumenta também o poder de corrosão sobre
os cascos de navios.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I, II e IV.
d) Apenas II e III.
e) Apenas IV.
Comentários:
III – A corrosão é causa pela presença simultânea de H2O e O2. Portanto, quanto mais
oxigênio, maior o poder de corrosão da água. É por isso que a água do mar tem um
altíssimo poder de oxidação. Afirmação correta.
Gabarito: C
As máscaras interferem nas trocas gasosas realizadas entre o corpo humano e o meio
externo, pois criam um meio parcialmente fechado.
Como o ar expelido pelos pulmões tem um teor maior de vapor de água e gás carbônico
e menor de oxigênio que o ar atmosférico, com o tempo, as máscaras criam um ambiente
em torno da boca com maior pressão parcial de CO2 e H2O, porém menor pressão parcial
de O2.
a) Apenas I e II.
d) Apenas II e IV.
Comentários
𝑂2 (𝑔) ⇆ 𝑂2 (𝑎𝑞)
..
O
.. O C O
H H
III. Verdadeiro. Segundo o princípio de Le Chatelier, o aumento da pressão parcial de
um dos reagentes desloca o equilíbrio para os produtos. Como o H+ é um dos
produtos, o deslocamento da reação para a direita causa o aumento da
concentração desse íon.
Devemos nos lembrar que, quanto maior a concentração dos íons H+, menor será o pH
do sangue. Por isso, a afirmação está correta.
Gabarito: B
II – O sódio metálico não reage com a gasolina, mas reage com a água.
a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas II.
d) Apenas II e III.
Comentários
I – Observe que a prata tem um maior potencial de redução do que o ferro. Portanto,
a prata se reduz, enquanto o ferro se oxida. Como o ferro se oxida, devemos inverter a
reação e, com isso, inverter o sinal do potencial do eletrodo.
Como o número de elétrons ganhos pela prata deve ser igual ao número de elétrons
perdidos pelo ferro, devemos multiplicar a segunda reação por 2. Ao fazer isso,
mantemos inalterado o potencial do eletrodo.
Afirmação correta.
III – Como o cobre apresenta maior potencial de redução, o cobre se reduz, e não se
oxida como mostrado no esquema. O correto seria:
Afirmação incorreta.
Gabarito: D
Uma das grandes limitações para as indústrias é que elas produzem quantidades muito
significativas de óxidos ácidos, que ocasionam aumento do pH da água.
Diante dessa informação, foram analisados os dejetos lançados por diversas indústrias.
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) Apenas III.
e) I, III e III.
Comentários
10−5
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ] = − log(5.10−6 ) = − log ( ) = −[−5 − 0,3] = 5,3
2
Por sua vez, o pH pode ser obtido como a diferença para 14.
𝑝𝐻 = 14 − 5,3 = 8,7
𝑝𝐻 = 14 − 7,7 = 6,3
Gabarito: D
O sangue é um sistema tamponado, cujo pH é mantido normalmente entre 7,3 e 7,5 devido
principalmente à dissolução do dióxido de carbono, de acordo com a seguinte equação
química:
CO2 (aq) + H2O () ⇌ H+(aq) + HCO3 – (aq)
Quando o pH foge à faixa ideal, o paciente pode sofrer os quadros: alcalose (pH acima do
ideal) ou acidose (pH abaixo ideal).
A respeito desse sistema e notando que a dissolução do CO2 é exotérmica, são feitas as
seguintes afirmações:
I – Quando uma pessoa tem uma respiração muito ofegante, com intensa liberação de
CO2 no sangue, ele apresentará um quadro de acidose.
III – Quando o paciente está com febre, o seu sangue tenderá a apresentar um ligeiro
quadro de alcalose.
IV – O consumo de bicarbonato de sódio provocará um quadro de acidose.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I, II e IV.
d) Apenas II e III.
Comentários
Gabarito: C
A sílica gel (SiO2) é um interessante produto utilizado para absorver a umidade do ar, de
modo a proteger equipamentos eletrônicos e objetos de madeira muito sensíveis, como
instrumentos musicais.
A fim de determinar se a sílica está seca ou se ainda tem capacidade de absorver água, é
comum misturá-la ao cloreto de cobalto, que estabelece o seguinte equilíbrio em meio
aquoso:
CoC42– (aq) + 6 H2O (g) ⇌ [Co(H2O)6]2+ (aq) + 4 C– (aq) ΔH < 0
Devido ao equilíbrio citado, com o aumento da umidade do ar, a sílica se torna rosa. Por
outro lado, quando o ar está seco, o galinho se torna azul.
a) Apenas I, II e III.
b) Apenas II e IV.
c) Apenas I, II e IV.
Comentários
Gabarito: E
a) 12,3
b) 12,6
c) 13,0
d) 13,3
e) 13,6
Comentários
Devemos observar que o hidróxido de cálcio é uma dibase. Ou seja, ela libera 2 íons
OH– por fórmula de Ca(OH)2.
Dessa forma, uma solução 0,02 mol/L de hidróxido de cálcio terá 0,04 mol/L de íons
OH–.
Gabarito: B
a) 2,0.10–6 e 5,7.
b) 2,0.10–6 e 6,3.
c) 5,0.10–7 e 6,3.
d) 5,0.10–7 e 5,7.
e) 5,0.10–5 e 5,7.
Comentários
𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14
Podemos calcular a concentração de íons OH– a partir de pOH. Basta tomar o pOH como
10 elevado a –pOH.
Gabarito: A
a) 2
b) 2,35
c) 2,7
d) 3,5
e) 4,7
Comentários
6𝑔
𝐶= = 60 𝑔/𝐿
100 𝑚𝐿
Para converter em concentração molar, precisamos ca
𝐶 60
[𝐶 2 𝐻4 𝑂 2 ] = = = 1 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑀 60
Dessa forma, o volume a ser completado na solução é equivalente à diferença entre o
volume final e o volume inicial:
1 1
∴ 𝑝𝐻 = − ⋅ log(2.10−5 ) = − ⋅ [log 2 + log 10−5 ]
2 2
1 1 4,7
∴ 𝑝𝐻 = − ⋅ [0,30 − 5] = ⋅ [5 − 0,3] = = 2,35
2 2 2
Gabarito: C
A amônia é uma das substâncias mais produzidas em larga escala na indústria, sendo
muito utilizada para a fabricação de fertilizantes e outros produtos industriais
nitrogenados, como o ácido nítrico e a anilina.
a) Apenas I, II e IV.
b) Apenas I, III e V.
d) Apenas II, IV e V.
e) Apenas I, II e III.
Comentários
Observe que o valor calculado foi obtido igual a 22 kcal por mol de reação. Porém, o
problema pediu por mol de amônia. Dessa forma, devemos ponderar a variação de
entalpia da reação pelo coeficiente estequiométrico desse participante da reação.
Δ𝐻 22
Δ𝐻𝑁𝐻3 = =− = −11 𝑘𝑐𝑎𝑙/𝑚𝑜𝑙
2 2
Afirmação incorreta.
Gabarito: D
Dado: Ka = 2.10–7
a) 3,15
b) 3,85
c) 4,15
d) 4,85
e) 5,7
Comentários
𝐶 8,4
[𝑁𝑎𝐻𝐶𝑂3 ] = = = 0,1 𝑚𝑜𝑙/𝐿
𝑀 84
O íon bicarbonato sofre hidrólise, liberando íons hidroxila (OH–):
Dessa forma, podemos utilizar a Lei de Ostwald para calcular a concentração de íons
[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ . 𝑀
A constante de hidrólise do sal pode ser obtida como a razão entre o produto iônico
da água e a constante de acidez, fornecida no enunciado.
𝐾𝑤 10−14 10.10−13
𝐾ℎ = = −7 = −7 = 5.10−13+7 = 5.10−6
𝐾𝑎 2.10 2.10
Agora, podemos voltar à Lei de Ostwald.
− 2 −6 −7
10−6
[𝑂𝐻 ] = 𝐾ℎ . 𝑀 = (5.10 ). 0,1 = 5.10 =
2
Para calcular o pOH da solução, podemos
1 10−6 1 6,3
𝑝𝑂𝐻 = − log[𝑂𝐻 − ] = − ⋅ log ( ) = − ⋅ [−6 − 0,3] = = 3,15
2 2 2 2
Gabarito: D
Ao se mergulhar uma tira de ferro em uma solução aquosa de 0,01 mol/L de ácido
clorídrico, nota-se o borbulhamento de um gás. A respeito dessa reação, são feitas as
seguintes afirmativas:
a) Apenas I e II.
b) Apenas II e III.
c) Apenas I e IV.
Comentários
A reação do ferro com o ácido clorídrico é uma característica reação de simples troca.
III – Como a solução é 0,01 mol/L de HCl, que é um ácido forte, temos que:
𝑝𝐻 = − log(10−2 ) = −(−2) = 2
𝑝𝑂𝐻 = 14 − 𝑝𝐻 = 14 − 2 = 12
Afirmação correta.
Gabarito: C
A água sanitária é um poderoso desinfectante, que pode ser utilizado para a limpeza de
pisos, superfícies, vegetais e utensílios domésticos.
Um determinado fabricante vende potes de 1 litro que consistem em uma solução 29,8
g/L de hipoclorito de sódio em água. Para uso em legumes, o procedimento mais
adequado é diluir uma alíquota de 10 mL dessa solução em quantidade de água suficiente
para atingir uma concentração final de 0,05 mol/L.
Dado: Ka = 5.10–8
a) 7,0
b) 8,5
c) 9,5
d) 10,0
e) 11,0
Comentários
Note que o hipoclorito de sódio é um sal de ácido forte e base fraca. Portanto, ele
sofre hidrólise, com liberação de íons hidroxila (OH–).
[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ 𝑀
𝐾𝑤 10−14 10.10−13
𝐾ℎ = = = = 2.10−13+8 = 2.10−5
𝐾𝑎 5.10−8 5.10−8
[𝑂𝐻− ]2 = 𝐾ℎ 𝑀
𝑝𝐻 + 𝑝𝑂𝐻 = 14
∴ 𝑝𝐻 = 14 − 3 = 11
Gabarito: E