Alterações Reacionais Dos Leucócitos
Alterações Reacionais Dos Leucócitos
Alterações Reacionais Dos Leucócitos
TUBERCULOSE
A tuberculose pulmonar provoca anemia normocítica normocrômica. Quando a
doença é severa, leucocitose e neutrofilia são comuns. Há linfocitose em cerca de ¼, e
linfopenia em 1/5 dos pacientes. Embora se tenha considerado a monocitose como
característica da tuberculose, ela é observada em apenas ¼ dos pacientes, enquanto que
metade deles apresenta monocitopenia. É freqüente a trombocitose. Há queda da Hb, VCM
normal ou reduzido e aumento de RDW.
NEUTROCITOSE OU NEUTROFILIA
É a elevação da contagem absoluta de neutrófilos em um indivíduo sadio do mesmo
sexo, idade, raça e estado fisiológico. Os recém-nascidos sadios têm neutrofilia, e também
tem desvio à esquerda, as mulheres em idade de reprodução têm contagens de neutrófilos
um pouco mais altas que as dos homens, a contagem varia com o ciclo menstrual. Durante
a gravidez há um aumento na contagem de neutrófilos, a qual se acentua no trabalho de
parto e no período pós-parto, além disso, há um desvio à esquerda (mielócitos e raros
promielócitos).
A neutrofilia deve-se, visualmente, à redistribuição dos leucócitos ou ao aumento
da liberação pela medula óssea. O exercício pode alterar a distribuição dos leucócitos na
circulação, quando vigoroso pode duplicar a contagem de neutrófilos, quando intenso e
prolongado, pode ocorrer desvio à esquerda, indicando que, além da redistribuição, há um
aumento da liberação medular. A administração de adrenalina e as convulsões
epileptiformes podem mobilizar os neutrófilos, e até mesmo a dor intensa pode ter efeito
sobre a contagem de neutrófilos. Os corticosteróides também alteram a cinética dos
neutrófilos. A elevação deve-se predominantemente a neutrofilia, porém ocorre também
um aumento do número absoluto de monócitos e queda do número absoluto de eosinófilos
e linfócitos. Em condições patológicas, a neutrofilia costuma resultar do aumento da
liberação medular.
Algumas causas de neutrofilia: neutrofilia hereditária, infecções bacterianas agudas
e crônicas, algumas infecções virais, infecções fúngicas, algumas parasitoses, dano
tecidual, infarto do miocárdio, entre outros.
NEUTROPENIA OU NEUTROCITOPENIA
É a redução da contagem absoluta de neutrófilos em um indivíduo de mesmo sexo,
idade, estado fisiológico e origem étnica. No que diz respeito à raça negra os africanos e,
em menor grau, os negros americanos e afro-caribenhos têm contagem de neutrófilos bem
mais baixas que as dos brancos. A neutropenia pode ser um fenômeno isolado ou fazer
parte de uma pancitopenia. Os mecanismos de neutropenia incluem: a) produção
inadequada pela medula óssea, decorrente de substituição medular, ou granulopoese
ineficaz; b) destruição pelos macrófagos da medula óssea e por outras células
reticuloendoteliais nas síndromes hemofagocíticas; c) liberação medular defeituosa; d)
redistribuição da vasculatura, como ocorre no começo da hemodiálise; e) retenção no baço;
f) sobrevida intravascular encurtada, como nas neutropenias imunes; g) rápido egresso para
os tecidos, quando a liberação medular não aumenta adequadamente, como nos recém-
nascidos com sepse.
Algumas desordens hereditárias que causam neutropenia: Aleucocitose congênita,
Agranulocitose genética infantil (síndrome de Kostmann), entre outros.
EOSINOFILIA
É a elevação da contagem de eosinófilos nos indivíduos sadios, de mesma idade,
que não tem história de alergia. As contagens de eosinófilos são mais altas nos recém-
nascidos que nos adultos. Nos idosos há lento declínio da contagem de eosinófilos. As
contagens de eosinófilos são as mesmas em homens e mulheres. O exercício vigoroso
provoca um aumento da contagem de eosinófilos, que é proporcional ao aumento dos
demais leucócitos.
As causas mais comuns de eosinofilia são as doenças alérgicas (particularmente a
asma, a febre do feno e o eczema) e, em algumas partes do mundo, as parasitoses. Outras
causas de eosinofilia podem ser alergia medicamentosa, síndrome de Churgstrauss
(eosinofilia de 1500/ml), doenças linfóides malignas, particularmente na doença de
Hodgkin, no linfoma não-Hodgkin da linhagem T e na leucemia linfoblástica aguda de
células T.
A eosinofilia também está presente em 80% dos casos de LGC e em uma
percentagem menor de outras leucemias mielóides e desordens mieloproliferativas. Ela
ocorre, ocasionalmente, na LMA, e raramente nas síndromes mielodisplásicas.
Resta citar um grupo de pacientes com eosinofilia persistente, moderada ou
pronunciada, cuja causa não é encontrada. Esta condição é denominada síndrome
hipereosinófila ioliopática (SHE).
EOSINOPENIA OU EOSINOCITOPENIA
É a redução da contagem de eosinófilos abaixo do normal em um indivíduo da
mesma idade. A eosinopenia raramente é notada na distenção sangüínea, e não pode ser
detectada à contagem diferencial de rotina de 100 leucócitos, uma vez que o eosinófilo é
uma célula de baixa percentagem, e os limites de referência incluem o zero. Desde a
introdução das contagens diferenciadas automatizadas, a eosinopenia é observada com uma
freqüência bem maior.
Durante a gravidez ocorre uma baixa fisiológica na contagem de eosinófilos, e uma
nova queda ocorre no trabalho de parto. Outras causas habituais de eosinopenia são:
estresse agudo, incluindo trauma, cirurgia, queimaduras, infecções agudas, inflamação
aguda, infarto do miocárdio, anóxia e exposição ao frio entre outros. As causas raras são
timoma, aplasia eosinofílica pura e aparente destruição auto-imune de eosinófilos e
basófilos.
BASOFILIA
É o aumento da contagem normal de basófilos. A detecção de leucocitose basofílica
é útil na diferenciação entre desordem mieloproliferativa e condição reacional, já que
somente nas desordens mieloproliferativas, e em algumas leucemias, é comum observar-se
aumento acentuado da contagem de basófilos.
BASOPENIA OU BASOCITOPENIA
É a redução da contagem de basófilos abaixo do normal em um indivíduo sadio. Os
basófilos são tão escassos no sangue normal que sua redução não é notada ao exame da
distenção ou a contagem diferencial de rotina de 100 leucócitos e de 500 leucócitos. A
basopenia pode ser detectada quando a contagem diferencial é feita por contadores
automatizados.
Algumas causas responsáveis por basopenia são estresse agudo, incluindo infecção
e hemorragia, síndrome de Cushing e a administração de ACTH, anafilaxia, urticária aguda
e outras reações alérgicas agudas, hipertireoidismo e administração de progesterona.
MONOCITOSE
É o aumento da contagem de monócitos acima do normal em um indivíduo sadio da
mesma idade. O número absoluto de monócitos é mais elevado nos recém-nascidos e na
gravidez, outros casos comuns de monocitose ocorrem em infecções crônicas, condições
inflamatórias crônicas, carcinoma entre outros.
MONOCITOPENIA
É a redução da contagem de monócitos. Ocorre na fase aguda, processos
infecciosos e na desnutrição. Na Anemia Aplástica, Agranulocitose e Tricoleucemia. No
controle da quimioterapia a "contagem de fagócitos" (neutrófilos + monócitos) está sendo
utilizada como indicador para redução ou adiantamento das doses.
LINFOCITOSE
É o aumento do número absoluto de linfócitos acima do normal em um indivíduo
sadio da mesma idade. A contagem de linfócitos em lactentes e crianças é mais alta que
nos adultos. A contagem de linfócitos não difere entre os sexos, nem entre diferenças
étnicas. No adulto, uma contagem superior a 3500/ml pode ser considerada anormal.
Algumas causas de linfocitose: infecções virais como sarampo, rubéola, certas
infecções bacterianas incluindo coqueluche, sífilis, esplenomegalia, malária hiper-reativa,
linfocitose transitória relacionada com estresse, infarto do miocárdio, parada cardíaca,
exercício físico rigoroso, tabagismo, leucemias linfóides, entre outros.
LINFOCITOPENIA
É a redução da contagem de linfócitos abaixo do normal em um indivíduo sadio da
mesma idade. A linfocitopenia é extremamente comum como parte da resposta aguda ao
estresse. Sua detecção é mais provável quando se faz uma contagem diferencial
automatizada e quando as contagens são expressas em números absolutos.
Algumas causas de linfocitopenia: estresse agudo, incluindo cirurgias,
queimaduras, insuficiência renal aguda e crônica, Aids, carcinoma e outros.
VALORES DE REFERÊNCIA