Eqd20001 o
Eqd20001 o
Eqd20001 o
Lorena
2020
ALEXANDRE DE MORAES RICARDI
Versão Original
Lorena
2020
AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE TRABALHO, POR QUALQUER MEIO
CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE
Aos meus pais, Ofélia e Hélcio, que sempre me deram força e suporte para seguir meus
ideais.
Ao meu filho Theodoro, que está vindo aí e foi fundamental nessa fase final de
conclusão, me dando todo estímulo necessário pra não deixar a peteca cair.
Ao professor Dr. Messias, que foi mais que um orientador, sendo uma inspiração pra
mim e pra muitos da área acadêmica.
À professora Dra Daniela, que foi a principal responsável pelo início de tudo, além de
todo suporte e confiança.
Ao professor Dr. Carlos Shigue, que me permitiu aprender ensinando com os projetos
aplicados nas escolas públicas de Lorena, além do apoio e incentivo.
Aos meus amigos de Lorena: André, Augusto, Diogo, Matheus, Michel, Ph, Raquel,
Simone, Tati, Thais, Thales e Ygormon pela amizade, pelas risadas e pelos bons momentos.
Aos meus amigos de Rep, Marcos e Trans, pela paciência e pela boa convivência.
Aos amigos do Lab de Microalgas: Carolzinha, Du, Gilberto, Guilherme,Wallyson e
Júnia, pelo suporte e troca de experiência.
Walt Disney
RESUMO
For a while microalgae have been raising interest in energy and environmental scenarios. Its
high proliferation rate, the no need for land and water previously treated for cultivation and
the wide potential of use as a source of biofuels, in the concept of biorefinery, are advantages
that point to the success of this research. This study had the objective of analyzing the
rheological behavior of suspensions of the microalgae Chlorella minutissima cultivated in
leachate (landfill leachate), in Raceway reactor, where the effects of the factors were
evaluated: slurry concentration, carbon source concentration (sodium acetate), aeration in
the reactor and frequency of motor rotation on the agitator using the design of experiments
with orthogonal arrangement of Taguchi L9 to evaluate the effects of these four factors on
the following response variables: rheological parameters; biomass concentration, production
and productivity; percentage and productivity of lipids and chemical oxygen demand
reduction. The results showed that the sodium acetate content was the factor that influenced
the greatest amount of responses analyzed in the cultivation of microalgae Chlorella
minutissima, under the conditions presented. It was possible to verify the viability of using
slurry in cultivation, except in high concentrations, combined with the low content or
absence of the carbon source. Regarding the rheological parameters, dilating fluid behavior
could be observed in all cultivation conditions and the aeration flow was the most impacting
factor on the results of this response.
1 INTRODUÇÃO
1.1 JUSTIFICATIVA
1.2 OBJETIVOS
Derivados do objetivo geral, o presente trabalho teve outras metas a serem alcançadas:
● Realizar análises como: acompanhamento diário do crescimento do cultivo,
análises reológicas, análise de demanda química de oxigênio, obtenção da
biomassa e extração de lipídeos;
● Utilizar o chorume como fonte de nutrientes e minerais ao cultivo, visando
diminuir os custos de produção e perimitir o aumento da escala produtiva;
● Avaliar a eficácia do tratamento de efluentes promovido pelo cultivo de
microalgas, através dos valores de redução de DQO;
● Testar a consistência do arranjo ortogonal de Taguchi.
26
2 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
do tipo Raceway; nos sistemas fechados normalmente empregam-se reatores do tipo coluna
de bolhas, Air Lift e arranjos tubulares espirais (Figura 2) .
Figura 2 - Exemplo de reatores para cultivo de microalgas: (a)Reator tubular espiral, (b)Air
Lift e (c)Raceway.
De acordo com os resultados obtidos por Lira (2011) e Pelegrine, Silva e Loures
(2016), os cultivos microalgais não apresentam valores constantes de viscosidade ao longo
das diferentes etapas do processo e, para otimizá-las, torna-se necessário cautelosa análise
do comportamento reológico dos cultivos em cada uma destas etapas.
Estudos com microalgas estão sendo realizados nos mais diversos campos, devido a
sua composição e flexibilidade metabólica. Alguns exemplos, são: tratamento de águas
residuais, detoxificação biológica e remoção de metais pesados, como bioindicadores para
32
Como pode-se perceber, existe um acúmulo de íons H+, fazendo com que o pH do
meio de cultivo diminua (LEKANG, 2007). No entanto, o consumo do dióxido de carbono
pelas microalgas é dado pelas seguintes reações (RICHMOND, 2004):
2HCO3-↔ CO3-2 + H2O + CO2
HCO3- ↔ CO2 + OH-
CO3-2 + H2O ↔ CO2 + OH-
É possível ver que há, no decorrer do cultivo, uma acumulação de íons OH-, levando
a um aumento gradual do pH. Caso não haja biomassa suficiente para absorver o CO2
injetado no meio de cultivo, o pH ficará mais ácido (LOURENÇO, 2006).
Um aumento do pH durante os períodos de pico de fotossíntese é comumente visto
nestes sistemas de cultivo (BECKER, 1994). Um pH alcalino não é desejado, uma vez que
resulta na geração de amônia. Esta dissolve-se a partir de sais de amônio e isto inibe a
produtividade de algas. O crescimento em meio alcalino pode não ser possível para as algas
oceânicas, como a Chlorella sp., uma vez que os sais marinhos se precipitam a valores de
pH inferiores a 8 (CHISTI, 2012). Na maioria dos casos, o CO2 fornecido é realmente
absorvido pela alga sob a forma de bicarbonato. Segundo Jeon et al. (2016), existem enzimas
34
que convertem o NaHCO3 em CO2 e vice-versa e Hou et al. (2016) e Kim et al. (2017),
elucidam a vantagem do uso do bicarbonato em relação ao CO2, que apresenta baixa
solubilidade no meio e, por isto, em grande parte é perdido para a atmosfera, assim, isto, faz
com que o uso do NaHCO3 torne-se mais conveniente em relação ao suprimento de CO2
gasoso.
Os Raceways Ponds (Figura 4) são sistemas pouco sofisticados, onde as microalgas
ficam expostas ao contato direto com a atmosfera, são cultivadas sob condições naturais de
iluminação e temperatura e com baixo ou nenhum controle dos parâmetros ambientais. Esses
tanques, geralmente, possuem 30cm de profundidade e são construídos de concreto, fibras
de vidro, policarbonato com fundo de terra ou revestidos com material plástico. Nestes
tanques ocorre uma recirculação em circuito fechado. Essas culturas são constantemente
agitadas com pás mecânicas para evitar a sedimentação das partículas, sendo utilizado para
a produção de microalgas das espécies: Spirulina, Chlorella, Arthrospira platensis,
Anabaena sp., Nannochloropsis e Dunaliella (DERNER et al.,2006; PEREIRA, et al., 2012;
JORQUERA et al., 2010; CHISTI, 2007).
A agitação de culturas, em meio líquido, mantém as células em suspensão e evita
parcialmente a sua deposição no fundo do biorreator, favorecendo a homogeneização de
disponibilidade de luz a todas as células em suspensão e promovendo a eliminação de
excesso de oxigênio dissolvido no meio, o que diminui o risco de ocorrer morte celular por
fotooxidação (BECKER, 2004).
Fonte: O autor.
36
Nos cultivos em batelada as células são inoculadas no meio fresco no início do cultivo,
não havendo nenhuma adição posterior de nutrientes.
A composição do meio de cultivo é de suma importância para o bom desenvolvimento
das microalgas. Dentre os nutrientes adicionados, destaca-se a importância da fonte de
nitrogênio. Sabe-se de longa data na literatura, que o acúmulo de lipídeos no interior das
células das microalgas pode ser ampliado em ambientes de cultivo com escassez de nitrato
(ABEDINI NAJAFABADI et al., 2015; LI et al., 2016; RASDI; QIN, 2015; SAN PEDRO
et al., 2014; SUNG et al., 2017). A composição bioquímica das microalgas está relacionada
à integração de vários processos envolvidos na absorção e assimilação de nutrientes. Por
exemplo, a deficiência de certos nutrientes poderá levar a uma maior absorção destes no
meio (BEARDALL; YOUNG; ROBERTS, 2001). Quando o meio possui limitação de
nitrogênio (N), algumas microalgas reagem com aumento nos teores de lipídeos ou
carboidratos, havendo um decréscimo na síntese de proteínas (ILLMAN; SCRAGG;
SHALES, 2000; RICHMOND, 2004). A rota de produção de proteínas, neste caso, é
desviada para produção dos outros dois componentes celulares. A célula responde à
deficiência como um período de escassez do nutriente e direciona o metabolismo para
acúmulo de material de reserva (GROBBELAAR, 2004). O teor de fósforo (P) disponível
para as microalgas também pode provocar diferentes respostas na produção de componentes
celulares. Em Ankistrodesmus falcatus a limitação deste nutriente aumentou a produção de
lipídeos e carboidratos e diminuiu a síntese de proteínas (KILHAN et al., 1997). Segundo
Rasdi e Qin (2015), a relação de nitrato e fosfato (N:P) influencia a taxa de crescimento e a
quantidade de ácidos graxos poli-insaturados. Ainda, no mesmo estudo, os autores
verificaram que uma proporção de 120:1 de N:P aumenta o teor de determinados ácidos
39
graxos poli-insaturados nas células da microalga Nannochloropsis oculata. San Pedro et al.
(2014), por outro lado, verificaram que a limitação na concentração de fosfato no meio não
influencia de forma tão significativa na produção de biomassa e de lipídeos, quanto
comparada à limitação de nitrato.
Além da fonte de nitrogênio, também existe a necessidade da escolha da fonte de
carbono, assim como a determinação da quantidade desta fonte a ser disponibilizada.
Conforme a natureza da fonte de carbono empregada, o cultivo da microalga é classificado
como: autotrófico, mixotrófico ou heterotrófico, como já mencionado anteriormente. O
cultivo autotrófico ocorre quando apenas fontes inorgânicas de carbono (especialmente CO2)
são empregadas, sob iluminação constante ou não, de modo que a microalga obtém energia
através da luz e faz fotossíntese (GROBBELAAR, 2004). O bicarbonato também é uma
fonte de carbono empregada em regimes autotróficos, uma vez que existem enzimas que
transformam bicarbonato em CO2 e vice versa (JEON et al., 2016). No cultivo mixotrófico,
por sua vez, ocorre à fotossíntese, pois é fornecido CO2 e iluminação, porém também é
fornecida uma fonte orgânica de carbono (glicose, acetato, melaço e glicerina, por exemplo).
Por fim, no cultivo heterotrófico é fornecida a fonte de carbono, porém não ocorre
fotossíntese, pois o cultivo é realizado no escuro (GROBBELAAR, 2004). A escolha da
fonte de carbono tem forte influência sobre o crescimento celular, acúmulo de lipídeos e na
produção de ω3 e ω6 das microalgas (ABEDINI NAJAFABADI et al., 2015; CHEIRSILP;
TORPEE, 2012; LI et al., 2016; SELVAKUMAR; UMADEVI, 2014; WOODWORTH et
al., 2015). Em um de seus trabalhos, Abedini Najafabadi et al. (2015), avaliaram o efeito do
uso de diversos tipos de fontes de carbono (orgânicas e inorgânicas) na produção celular,
acúmulo de lipídeos e produção de ácidos graxos da microalga Chlorella vulgaris. Dentre as
fontes de carbono testadas, o uso de acetato de sódio, em um cultivo com baixa concentração
de nitrato, foi o que apresentou o maior teor de lipídeos. Ainda, observaram que o acetato de
sódio, o bicarbonato de sódio e o melaço são fontes de carbono que propiciaram altos teores
de ácido α-linoleico (um dos ácidos graxos poli-insaturados do tipo ω3). Na Tabela 4, estão
presentes os dados do estudo de Abedini Najafabadi et al. (2015), no qual fizeram um cultivo
em dois estágios (estágio I com quantidade suficiente de nitrogênio e estágio II com falta de
nitrogênio) e compararam a influência das fontes de carbono: ar, CO2, bicarbonato de sódio
e acetato de sódio nos seguintes parâmetros: concentração e produtividade de biomassa,
quantidade e produtividade de lipídeos e quantidade e produtividade de ácidos graxos:
40
Tempo (dia) 8 7 6 6
Concentração de
1,083 ± 0,042 1,366 ± 0,048 1,176 ± 0,015 1,250 ± 0,066
Biomassa (g.L-1)
Produtividade de
0,093 ± 0,005 0,146 ± 0,007 0,139 ± 0,002 0,151 ±0,011
Biomassa (g.L-1.dia-1)
Quantidade Final de
25,86 ± 2,84 36,75 ± 0,81 42,5 ± 1,93 36,31 ± 2,00
Lipédeo (%)
Produtividade de
23,94 ± 0,06 53,76 ± 0,22 59,11 ± 0,19 54,96 ±0,88
Lipídeo (g.L-1.dia-1)
Quantidade de Ácidos
2,496 ±0,260 5,971 ± 0,0696 7,613 ± 0,852 5,500 ±0,406
Graxos (%)
Produtividade de Ácidos
2,31 ± 0,05 8,73 ± 0,19 10,59 ± 0,09 8,32 ± 0,18
Graxos (g.L-1.dia-1)
Fonte: (ABEDINI NAJAFABADI, et al., 2015).
Hou et al. (2016), obtiveram bons resultados com a microalga Dunaliella salina
usando bicarbonato como fonte de carbono. Inclusive, elucidam a vantagem do uso do
bicarbonato em relação ao CO2, que apresenta baixa solubilidade no meio e, por isto, em
grande parte é perdido para a atmosfera. Isto, faz com que o uso do NaHCO3 torne-se mais
conveniente em relação ao suprimento de CO2 gasoso (HOU et al., 2016). Kim et al. (2017)
também menciona as mesmas vantagens do uso do NaHCO3, elucidando sua equivalência,
em termos de crescimento celular e produção de carotenoides, com o CO2.
Além do teor lipídico, deve-se atentar ao perfil dos ácidos graxos presentes no material
lipídico, uma vez que, características estruturais das moléculas de ácidos graxos como o
46
O termo efluente é utilizado para designar qualquer resíduo líquido resultante dos
processos industriais, podendo ser gerado na planta ou então usado como insumo. A
crescente demanda por produtos e serviços tem elevado drasticamente a atividade industrial,
gerando cada vez mais desses resíduos, cuja composição pode variar de acordo com sua
origem, podendo conter grande quantidade de matéria orgânica ou ainda apresentar altas
48
2.5 REOLOGIA
A reologia é definida como a ciência que estuda a deformação e o fluxo dos materiais.
(TANNER, 2000). Os fluidos reais apresentam uma certa resistência ao escoamento ou à
deformação e esta resistência é resultante de uma propriedade denominada viscosidade,
introduzida por Issac Newton, em 1887 (SINGH; HELDMAN, 2003).
Schramm (2006), atribui à reologia a capacidade de descrever a deformação de um
corpo sob a influência de tensões.
A lei de Newton afirma que a força por unidade de área (tensão de cisalhamento),
necessária para manter o movimento do fluido, é proporcional ao gradiente de velocidade na
direção perpendicular ao fluxo (taxa de deformação), e a constante de proporcionalidade
corresponde à viscosidade, a qual é sinônimo de atrito interno, ou seja, medida da resistência
ao escoamento (SHARMA; MULVANEI; RIZVI, 1999). A equação que descreve o
comportamento destes fluidos é dada por:
= 𝜇. 𝛾 (1)
No qual, corresponde à tensão de cisalhamento, à taxa de deformação e μ à
viscosidade absoluta.
Os fluidos que obedecem ao postulado de Newton, descrito pela equação (1), são
chamados de fluidos newtonianos. Para estes fluidos, a viscosidade é independente de ou
de , dependendo somente da composição e da temperatura (BARNES; HUTTON;
WALTERS, 1989). De acordo com Castro, Covas e Diogo (2001) os fluidos newtonianos
são aqueles que apresentam uma relação linear entre a tensão de cisalhamento e a taxa de
deformação, independente da taxa de deformação e da tensão de cisalhamento inicial.
Os fluidos que não obedecem ao postulado de Newton são designados genericamente
de não-newtonianos (HOLDSWORTH, 1971). Fluidos não-newtonianos são caracterizados
como todo o fluido cuja relação entre tensão de cisalhamento e taxa de deformação não for
linear e/ou não passar pela origem. Para fluidos não-newtonianos o termo viscosidade é
substituído por ηap que é a viscosidade aparente, e é função do gradiente de velocidade
(VIDAL; GASPARETTO; GRANDIN, 2000). A viscosidade é função da taxa de
deformação ou da tensão de cisalhamento e por isto, para caracterizá-los, é utilizada a
51
viscosidade aparente (a), a uma taxa de deformação específica, representada pela equação
(2):
a = ⁄𝛾𝑖 , (2)
Fonte: O autor.
Um plástico de Bingham não flui até uma tensão de cisalhamento, τ , exercer um valor
mínimo, τ0 , conhecido também como “Yield Point”. Depois da tensão de cisalhamento
mínimo ter sido aplicada, variações na tensão de cisalhamento são proporcionais as variação
54
Segundo Barnes, Hutton e Walters (1989) três tipos de forças coexistem nas partículas
suspensas em um líquido. Primeiramente, existem as forças de origem coloidal, que se
originam das interações entre as partículas: se esta força líquida resultante for atrativa, as
partículas tendem a flocular, enquanto que uma repulsão global indica que as partículas
permanecerão dispersas. Em segundo lugar, devem ser consideradas as forças de Brownian,
fortemente dependentes do tamanho das partículas; este tipo de força descreve a distribuição
espacial das partículas em uma média de tempo, além de assegurar que as partículas estão
em constante movimento. Em terceiro lugar, as forças viscosas que agem sobre as partículas
devem ser consideradas; as forças viscosas são proporcionais à diferença entre as
velocidades locais das partículas e a do fluido circundante; consequentemente, a forma como
estas partículas afetam a viscosidade da suspensão está intimamente relacionada à
viscosidade da fase contínua.
Nos cultivos microalgais, o comportamento não-newtoniano dilatante é geralmente o
mais comum; consequentemente, a viscosidade destes fluidos não pode ser expressa por um
único valor, sendo esta obtida pela tangente em cada ponto do reograma, dependendo da
tensão aplicada (LIRA, 2011).
3 METODOLOGIA
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
60
O reator usado para realizar os experimentos do presente trabalho foi um reator aberto
do tipo Raceway Pond confeccionado em fibra de vidro com espessura de 3mm e com as
dimensões: 140cm de comprimento x 40cm de largura x 40cm de altura, conforme a
representação da Figura 11.
Fonte: O autor.
61
A Raceway conta com um sistema de agitação por meio de pás movidas por um motor
de corrente contínua, um sitema de aeração confeccionado em tubos perfurados de PVC, que
cobre o corredor contrário as pás e lâmpadas de led com comprimento de onda misturados
entre azul e vermelho.
Fonte: O autor.
62
Figura 13 - Etapas da preparação do inóculo até o início dos cultivos em reator Raceway: a)
cultivos em erlenmeyer no cepário. b) cultivo em recipiente transparente de 2L; c) cultivo
em recipiente transparende de 5L; d) cultivo em reator Raceway.
Fonte: O autor.
63
Então, cada amostra teve sua absorbância determinada para o mesmo comprimento de onda
no mesmo equipamento e com a relação entre a concentração da amostra diluída e o valor
de absorbância medido, a curva de regreção foi traçada com um coeficiente de correlação no
valor de 0,9257. Com os valores da absorbância e da concentração para cada dia do cultivo,
os gráficos de absorbância vs tempo (em dias) e concentração (g.L-1) vs tempo (em dias)
foram traçados, para cada uma das diferentes condições experimentais com o objetivo de
analisar como o crescimento da população de microalgas se comportou para cada condição
experimental e comparar a efetividade entre elas.
Outras duas maneiras de se analisar o crescimento, também, foram adotadas. Para
contagem do número de célululas da suspensão microalgal, foi utilizada uma câmara de
Neubauer aperfeiçoada em microscópio biológico trinocular com câmera digital (TIM108,
Opton), no qual as regiões da câmara consideradas para contagem possuem 1 mm 2 de área
cada e como a profundidade é igual a 0,1 mm, o número de células contado na em cada
região considerada corresponde ao número de células em 0,1 mm3 , sendo o valor adotado a
média das quatro regiões e, também, foi utilizada uma lâmina micrométrica para mensurar
o tamanho das células de microalgas presentes no cultivo. As fotografias do meio celular
para o primeiro e último dia de cultivos estão dispostas nos APÊNDICES B-J. Já a
determinação diária de biomassa seca foi realizada a partir de uma alíquota de 3mL de
amostra coletada do cultivo, que foi transferida para um tubo de centrífuga previamente seco
em liofilizador (LT1000, Terroni) a 60oC por aproximadamente 24h, pesado em balança
analítica de precisão 0,0001g (S2202H, Bel) e submetida a centrifugação (centrífuga: 80-
2B-15mL, Centrilab) a 1500rpm por 10 minutos. O sobrenadante foi descartado e o tubo
com o precipitado foi, novamente, colocado para secagem no liofilizador a 60oC por mais
24h. Passado o período, o tubo com o precipitado seco foi pesado na mesma balança analítica
e a biomassa foi quantificada pela diferença entre as massas. Os resultados dessa análise está
presente no APÊNDICE K.
foi separada do meio de cultura por floculação, utilizando sulfato de alumínio 0,15M como
agente floculante. Após a floculação, a biomassa foi submetida ao processo de filtração a
vácuo com peneira molecular, utilizando um sistema dotado de funil de Buchner, Kitasato e
uma bomba de vácuo (131 - Tipo 2 VC, Prismatec). Uma vez separada, a biomassa foi
transferida para um vidro de relógio de massa conhecida e seguiu para a operação de
secagem em liofilizador (LT1000, Terroni) a 60oC por um período aproximado de 24h.
Depois de seca a biomassa, diposta no vidro de relógio, foi pesada em balança analítica
(S2202H, Bel) com precisão de 0,0001g e quantificada pela diferença entre as massas. O
fluxograma do procedimento é representado pela Figura 14.
Fonte: O autor.
Fonte: O autor.
67
𝑚ó𝑙𝑒𝑜 𝑜𝑏𝑡𝑖𝑑𝑎
𝐿(%) = 𝑚 × 100 (4)
𝑏𝑖𝑜𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑢𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎𝑑𝑎
Lembrando que a massa de biomassa total obtida foi extraída a partir de uma alíquota
de 10L do cultivo total.
Outra maneira de se calcular a produtividade média de lipídeos é a partir da equação
(6) para o resultado em g.L-1.dia-1 e da equação (7) para o resultado em mg.L-1.dia-1, ambas
em função da produtividade de biomassa (PB).
𝑃𝐵.𝐿(%)
𝑃𝐿(𝑔. 𝑑𝑖𝑎−1 𝐿−1 ) = (6)
100
provocam interferência positiva na análise e, no caso das amostras a serem analisadas, sua
concentração é elevada pois a microalgac Chlorella minutissima é de origem marinha.
As amostras foram preparadas em tubos de ensaio de vidro, a partir da adição de 50mg
Sulfato de Mercúrio (HgSO4), responsável pelo controle da interferência dos íons cloretos
em solução; 2,5mL de Sulfato Ácido de Prata (Ag2SO4), responsável por tornar o meio ácido;
0,5mL de Dicromato de Potássio (K2Cr2O7) (forte agente oxidante); 0,3mL de água destilada
e 2mL da amostra diluída.
Os ensaios reológicos foram feitos em duplicata para cada amostra diária de cada
condição experimental à temperatura controlada de 25oC no reômetro Brookfield (modelo
LVDV-3T), de maneira automatizada por meio do software Rheocalc T.
Este aparelho mantém uma velocidade de rotação constante que corresponde a certa
taxa de deformação e a tensão de cisalhamento é obtida através da leitura do torque no
cilindro de medida (fixo). As leituras foram feitas a cada intervalo de tempo pré-programado
de 30s, no qual a velocidade de rotação era iniciada a 30rpm e era incrementada em 30
unidades para cada intervalo até que se atingisse a velocidade de 240rpm. Para cada ponto,
69
Código Fatores Nível Baixo (1) Nível Médio (2) Nível Alto (3)
B CFC (g.L-1) 0 1 2
D FA (rpm) 4 6 8
Nota: CC - concentração do chorume; CFC - concentração da fonte de carbono; VA - vazão de
aeração; FA - frequência de rotação do motor do agitador (frequência de agitação).
Fonte: O autor.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1,200
1,150
Condição 1
1,100
1,050
1,000 Condição 2
0,950
Absorbância (680nm)
0,900 Condição 3
0,850
0,800
Condição 4
0,750
0,700
0,650 Condição 5
0,600
0,550 Condição 6
0,500
0,450
0,400 Condição 7
0,350
0,300 Condição 8
0,250
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Condição 9
Tempo (dias)
Fonte: O autor.
72
Para melhor apresentação e discussão dos resultados, foi feita a conversão dos dados
obtidos dos valores de absorbância da suspensão de microalgas para valores de concentração
(g.L-1), através de uma curva de calibração presente no APÊNDICE M. O resultado desta
conversão está presente na Figura 17.
0,35
Condição 1
0,33
0,30
Condição 2
0,28
0,25
Concentração (g.L-1)
Condição 3
0,23
0,20 Condição 4
0,18
0,15 Condição 5
0,13
0,10 Condição 6
0,08
0,05 Condição 7
0,03
Condição 8
0,00
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
Condição 9
Tempo (dias)
Fonte: O autor.
4.2 BIOMASSA
18
16
Biomassa Obtida (g)
14
12
10
8
6
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Condição Experimental
I II
Fonte: O autor
75
0,1200
0,1000
Produtividade (g/L.dia)
0,0800
0,0600
0,0400
0,0200
0,0000
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Condição Experimental
I II
Fonte: O autor.
4.3 LIPÍDEOS
8,00
Teor de Lipídeo Obtido (%)
7,00
6,00
5,00
4,00
3,00
2,00
1,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Condição Experimental
I II
Fonte: O autor.
A partir dos resultados, percebe-se que a condição experimental 9 foi a que apresentou
maior teor de lipídeos, com os ajustes no nível 3 para adição de chorume (7,5%) e fonte de
carbono (2g.L-1) As condições 8 e 6, também, apresentaram bons resultados, sendo o a
adição de chorume ajustada no nível 3 (7,5%) para a condição 8 e no nível 2 (5,0%) para a
condição 6 e a fonte de carbono ajustada no nível 2 (1g.L-1) para a condição 8 e no nível 3
(2g.L-1) para a condição 6, o que demonstra que a quantidade de chorume adicionada impacta
mais no teor de lipídeos obtido do que a quantidade de acetato.
90,00
80,00
Produtividade (mg/L.dia)
70,00
60,00
50,00
40,00
30,00
20,00
10,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Condição Experimental
I II
Fonte: O autor.
Da mesma forma que na análise de teor de lipídeos, a condição de cultivo com maior
produtividade média de lipídeos foi a condição 9. Isso se deve ao fato de que além desta
condição apresentar uma ótima produção em teor de lipídeos, também, proporciona a maior
obtenção de biomassa total dentre todas as condições experimentais. Porém, apesar da
condição 6 demonstrar um valor maior de teor de lipídeos do que a condição 3, a última
80
proporciona maior obtenção de biomassa total que a primeira, sendo suficiente para
apresentar um valor de produtividade média em lipídeos superior.
Analisando os dados da Tabela 13, observa-se que a condição 8 foi a que atingiu a
maior redução de DQO, com o valor médio de 28,73%. As condições 3 e 6, também,
81
30,00
25,00
Redução de DQO (%)
20,00
15,00
10,00
5,00
0,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9
Condição Experimental
I II
Fonte:O autor.
A partir dos resultados obtidos e com o auxílio do gráfico da Figura 22, percebe-se que
os cultivos com o fator CFC ajustado em nível 3 (2g.L-1) atrelado a uma boa frequência de
agitação, deram bons resultados de redução de DQO. Com aproximadamente 30% de
redução, o cultivo 8 se mostrou eficaz para esse procedimento. As condições experimentais,
que proporcionam altas concentrações de cultivo e uma boa produção de biomassa, também,
demonstraram proporcionar uma boa redução de DQO, como já era esperado.
4.5 REOLOGIA
7,5
6,5
Tensão de Cisalhamento (dyn.cm-2)
5,5 Condição 1
Condição 2
4,5 Condição 3
Condição 4
3,5
Condição 5
2,5 Condição 6
Condição 7
1,5 Condição 8
Condição 9
0,5
Fonte: O autor.
Figura 27 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da Figura 26 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da
condição 1. condição 2.
Dia 1 Dia 1
7 7 Dia 2
Tensão de Cisalhamento
Dia 2
Tensão de Cisalhamento
Dia 3
6 Dia 3 6 Dia 4
5 Dia 4 5 Dia 5
(dyn.cm-2)
(dyn.cm-2)
Dia 6
4 Dia 7 4
Dia 7
3 Dia 8 3 Dia 8
Dia 9 Dia 9
2 2
Dia 10
Dia 10
1 1 Dia 11
Dia 11 Dia 12
0 0
25 75 125 175 225 275 Dia 14 Dia 13
25 75 125 175 225 275
Dia 14
Dia 15
Taxa de Cisalhamento (s-1) Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15
Figura 24 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da Figura 25 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da
condição 3. condição 4.
Dia 1 Dia 1
7 Dia 2 7 Dia 2
Tensão de Cisalhamento
Tensão de Cisalhamento
Dia 3 Dia 3
6 Dia 4 6 Dia 4
5 Dia 5 5 Dia 5
(dyn.cm-2)
(dyn.cm-2)
Dia 6 Dia 6
4 4 Dia 7
Dia 7
3 Dia 8 3 Dia 8
Dia 9 Dia 9
2 2
Dia 10 Dia 10
1 Dia 11 1 Dia 11
Dia 12 Dia 12
0 0
Dia 13 Dia 13
25 75 125 175 225 275 25 75 125 175 225 275
Dia 14 Dia 14
Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15 Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15
Figura 28 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da Figura 29 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da
condição 5. condição 6.
Dia 1 Dia 1
7 Dia 2 7 Dia 2
Tensão de Cisalhamento
Tensão de Cisalhamento
Dia 3 Dia 3
6 Dia 4 6 Dia 4
5 Dia 5 5 Dia 5
(dyn.cm-2)
(dyn.cm-2)
Dia 6 Dia 6
4 Dia 7 4 Dia 7
3 Dia 8 3 Dia 8
Dia 9 Dia 9
2 2
Dia 10 Dia 10
1 Dia 11 1 Dia 11
Dia 12 Dia 12
0 0
Dia 13 Dia 13
25 75 125 175 225 275 25 75 125 175 225 275
Dia 14 Dia 14
Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15 Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15
Figura 31 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da Figura 30 - Gráfico comparativo entre os dias de cultivo da
condição 7. condição 8.
Dia 1 Dia 1
7 Dia 2 7 Dia 2
Tensão de Cisalhamento
Tensão de Cisalhamento
Dia 3
Dia 3
6 Dia 4 6
Dia 5
5 Dia 5 5
(dyn.cm-2)
(dyn.cm-2)
Dia 6 Dia 6
4 Dia 7
4 Dia 7
3 Dia 8 3 Dia 8
Dia 9 Dia 9
2 2
Dia 10 Dia 10
1 Dia 11 1
Dia 12
Dia 12
0 0 Dia 13
Dia 13
25 75 125 175 225 275 25 75 125 175 225 275 Dia 14
Dia 14
Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15 Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15
6 Dia 3
5 Dia 5
(dyn.cm-2)
Dia 6
4
Dia 7
3
Dia 8
2
Dia 9
1 Dia 10
0 Dia 12
25 75 125 175 225 275 Dia 14
Taxa de Cisalhamento (s-1) Dia 15
Fonte: O autor.
Dos gráficos das figuras 24 a 32, observa-se que o tempo de cultivo praticamente não
exerceu influência nos reogramas da suspensão da microalga Chlorella minutissima, exceto
nas condições 5 e 9, que apresentam uma boa taxa de crescimento microalgal e a frequência
de agitação no nível 1 (4 rpm), condições estas que contribuem para maior sedimentação das
partículas em suspensão.
equações utilizadas foram as dos modelos de Bingham, Casson, Lei da potência e Herschel-
Bulkley e estão dispostas na Tabela 14.
Ao analisar a Tabela 14, pode-se afirmar que o modelo matemático que melhor se
ajusta ao comportamento da suspensão das microalgas Chlorella minutissima é o Herschel-
Bulkley com coeficiente de correlação próximo a 0,999. Isto reforça que a suspensão
microalgal é caracterizada como não-Newtoniada, já que este modelo é o mais indicado para
se utilizar para este tipo de fluido. O modelo Herschel-Bulkley é representado pela equação:
= 0 + 𝑘𝑛 (3)
No qual é a tensão de cisalhamento, 0 é a tensão limite de escoamento (qual tensão
precisa ser aplicada ao fluido para ele começar a escoar), k é o índice de consistência e n o
índice de comportamento. Se n=1 e 0=0, o modelo se reduz ao modelo de um fluido
newtoniano. Na Tabela 15, estão os valores médios dos parâmetros mencionados para cada
condição experimental.
86
Condição
k (cP) n 0 (dyn/cm2)
Experimental
1 0,0679 1,619 0,0903
Com os dados da Tabela 15, percebe-se que a condição 9 gerou o menor valor de k
(0,0555), enquanto a condição 6 gerou o maior valor (0,749). Isso significa que para a
condição 6 a suspensão de microalgas se comporta como um fluido mais resistente ao
escoamento do que para a condição 9. Já para os valores de n, o cultivo 6 foi o que gerou o
menor valor e o 9 foi o que gerou o maior valor. Deste modo, a suspensão microalgal
cultivada na condição 6 tende a ser um fluido com comportamento mais próximo de um
fluido newtoniano, que o cultivado na condição 9. Por último, o cultivo com menor valor de
0 foi o cultivo 6 e o maior, foi o cultivo 9. Quanto mais próximo o valor de 0 for de 0, mais
o fluido se aproxima do comportamento de um fluido newtoniano.
2,5
2,4
2,3
2,2
2,1
Viscosidade Aparente (cP)
2 Condição 1
1,9 Condição 2
Condição 3
1,8
Condição 4
1,7
Condição 5
1,6
Condição 6
1,5 Condição 7
1,4 Condição 8
1,3 Condição 9
1,2
1,1
1
30 60 90 120 150 180 210 240 270 300
Taxa de Cisalhamento (s-1)
Fonte: O autor.
e/ou uma dependência com o tempo (LIRA, 2011; ADESANYA; DAMIEN; MALCOLM,
2012; WILEMAN; OZKAN; BERBEROGLU, 2012; PELEGRINE; SILVA; LOURES,
2016).
Lira (2011), ao analisar o comportamento reológico da Chlorella minutissima
verificou comportamento não-newtoniano dilatante, quando cultivada em Erlemneyers de
75 mL, com agitação controlada (por mesa de agitação orbital) em um meio com baixo teor
de nitrogênio. Nesse caso, a viscosidade não pode ser expressa por um único valor, devendo
ser obtida pela tangente em cada ponto do reograma, dependendo da tensão aplicada.
Pelegrine, Silva e Loures (2016), também constataram comportamento reológico
típico de um fluido não-newtoniano dilatante em diferentes condições de cultivo da
microalga Chlorella sp., possivelmente devido ao tamanho das células microalgais dispersas
(acima de 1 m) às quais tendem a absorver o líquido intersticial, aproximando-se cada vez
mais umas das outras e, consequentemente, aumentando o valor da viscosidade aparente do
material. O comportamento dilatante é encontrado em suspensões onde a viscosidade
aparente aumenta com a tensão de cisalhamento. Uma explicação para este tipo de
comportamento é que, à medida que a tensão de cisalhamento aumenta, o líquido intersticial
entre as partículas torna-se incapaz de preencher os espaços, devido a um aumento no
volume que acompanha o fenômeno, ocorrendo contato direto entre as partículas sólidas,
fazendo com que a viscosidade aparente aumente (LEONARDI; CAMPOS, 2001). Ainda,
no mesmo estudo, os autores constataram que os cultivos da microalga Chlorella sp. sem a
suplementação de acetato contribui para maior sedimentação das partículas orgânicas
suspensas. Ou seja, a concentração da fonte de carbono no cultivo das microalgas influencia
nas interações das partículas orgânicas com a fase contínua às quais, por usa vez, influenciam
na viscosidade e até mesmo no comportamento reológico da suspensão.
Por outro lado, Wileman, Ozkan e Berberoglu (2012) concluíram que o
comportamento newtoniano em cultivos das microalgas Nannochloris sp, Chlorella vulgaris
e Phaeodactylum tricornutum em concentrações inferiores a 20 kg/m3. No entanto, a partir
de 60 kg/m3, as suspensões da Nannochloris sp e Chlorella vulgaris passaram a apresentar
comportamento não-newtoniano, com diferentes graus de sensibilidade à tensão de
cisalhamento; para a Phaeodactylum tricornutum, tal mudança no comportamento reológico
aconteceu a partir de 80 kg/m3.
Adesanya, Damien e Malcolm (2012) analisaram as propriedades reológicas de
suspensões da microalga Scenedesmus obliquus, em diferentes concentrações volumétricas,
89
Condição Fatores
Resposta Média S/N
Experimental CC CFC VA FA
1 1 1 1 1 122,91 124,40 123,66 41,84
2 1 2 2 2 245,03 241,10 243,06 47,71
3 1 3 3 3 335,44 330,10 332,77 50,44
4 2 1 2 3 153,83 156,70 155,27 43,82
5 2 2 3 1 211,37 214,40 212,88 46,56
6 2 3 1 2 198,06 202,20 200,13 46,02
7 3 1 3 2 88,08 88,67 88,37 38,93
8 3 2 1 3 268,90 272,30 270,60 48,65
9 3 3 2 1 306,48 308,80 307,64 49,76
Fonte: O autor.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 16, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
a maximização da concentração final (maior é melhor). Os gráficos das Figuras 34 e Figura
35 representam o resultado do melhor ajuste obtido de acordo com os valores dos efeitos
calculados.
Figura 34 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de concentração final
do cultivo.
Fonte: O autor.
91
Figura 35 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de
concentração final do cultivo.
Fonte: O autor.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 19, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
a maximização da obtenção de biomassa total (maior é melhor). Os gráficos das Figuras 36
e Figura 37 representam o resultado do melhor ajuste obtido de acordo com os valores dos
efeitos calculados.
94
Figura 36 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de obtenção de biomassa
total.
Fonte: O autor.
Figura 37 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de obtenção
de biomassa total.
Fonte: O autor.
maximizar a resposta e os fatores VA e FA, podem ser ajustados da maneira que for mais
conveniente, já que são os que menos impactam no valor da resposta. Assim, as condições
de cultivo 3, 6, 8 e 9 mantém-se como as melhores condições, comprovadas pelos valores
de obtenção de biomassa total, enquanto que as condições 1, 4 e 7, com os ajustes do fator
CFC no nível 1, geram os menores valores da resposta. Os resultados estão de acordo com
diversos autores. O uso da fonte de carbono promovendo um cultivo mixotrópico já se
mostrou bastante eficaz no aumento da concentração de células microalgais e em melhores
rendimentos, em termos de obteção de biomassa, se comparado ao cultivo fotoautotrófico.
Já em relação ao chorume, sabe-se que o lixiviado apresenta boa parte dos nutrientes
necessários para a célula de microalga se desenvolver, sobretudo nitrato e fosfato. Apesar da
toxicidade, por apresentar metais pesados em sua composição, quando utilizado em
concentrações ótimas ou combinado com altas concentrações de acetatos ao formarem o
meio de cultivo, os resultados são os melhores possíveis.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 22, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
97
Figura 38 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de produtividade de
biomassa.
Fonte: O autor.
Figura 39 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de
produtividade de biomassa.
Fonte: O autor.
observar que o fator CC e o fator FA, se ajustados no nível 2, fornece os piores resultados
em termos de produtividade de biomassa, até menores do que se ajustados no nível baixo,
principalmente para FA. Isto não era tão visível no gráfico dos efeitos para a biomassa total,
apesar de, também, apresentar esse fato.
Também, para a razão sinal-ruído, tem-se que o melhor ajuste é para todos os fatores
ajustados no nível 3.
Dando continuidade a análise, foi feita a ANOVA, que está representada pela Tabela
23 para a média e pela Tabela 24 para a razão sinal-ruído.
tem-se que apenas o fator CFC é significante e o fator CC é relevante. Deste modo, o fator
mais impactante na resposta em termos de produtividade de biomassa dos cultivos de
microalga Chlorella minutissima em reator Raceway para as condições do presente trabalho
é o fator concentração da fonte de carbono (acetato), que deve ser ajutado no nível 3 (2g.L-
1
) para maximizar a resposta e diminuir a variabilidade, como já mencionado anteriormente.
O fator CC, também, deve ser ajustado no nível 3 (7,5%) de modo a maximizar a resposta e
os fatores VA e FA, podem ser ajustados da maneira que for mais conveniente, já que são
os que menos impactam no valor da resposta. Assim, as condições de cultivo 3, 6, 8 e 9
mantém-se como as melhores condições, comprovadas pelos valores de obtenção de
produtividade de biomassa, enquanto que as condições 1, 4 e 7, com os ajustes do fator CFC
no nível 1, geram os menores valores da resposta.
Condições Fatores
Teo de Lipídeos (%) Média S/N
de Cultivo CC CFC VA FA
1 1 1 1 1 2,88 2,75 2,815 8,98
2 1 2 2 2 3,12 2,88 2,999 9,52
3 1 3 3 3 5,12 4,94 5,034 14,03
4 2 1 2 3 4,32 4,18 4,248 12,56
5 2 2 3 1 4,34 4,44 4,387 12,84
6 2 3 1 2 5,20 5,44 5,321 14,51
7 3 1 3 2 4,51 4,76 4,634 13,31
8 3 2 1 3 5,91 5,77 5,839 15,32
9 3 3 2 1 7,48 7,36 7,420 17,41
Nota: CC=Concentração de Chorume; CFC=Concentração da Fonte de Carbono;VA=Vazão de
Aeração e FA= Frequência de agitação.
Fonte: O autor.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 25, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
a maximização da resposta teor de lipídeos (maior é melhor). Os gráficos das Figuras 40 e
100
Figura 41 representam o resultado do melhor ajuste obtido de acordo com os valores dos
efeitos calculados.
Figura 40 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de teor de lipídeos.
Fonte: O autor.
Figura 41 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de teor de
lipídeos.
Fonte: O autor.
101
Tabela ANOVA
Fonte de Variação (Fatores) SQ gl SMQ F
CC 30,49 2 15,25 98,41
CFC 22,18 2 11,09 71,60
VA 0,31 2 0,15 1,00
FA 3,53 2 1,77 11,39
Erro 0 0 - -
Erro Ajustado 0,31 2 0,15 -
Nota: CC=Concentração de Chorume; CFC=Concentração da Fonte de Carbono;VA=Vazão de
Aeração e FA= Frequência de agitação; SQ=Soma dos Quadrados; gl=graus de
liberdade;SMQ=Soma da Média dos Quadrardos; F=Teste F.
Fonte: O autor.
nível 3 (7,5%) para maximizar a resposta e diminuir a variabilidade. O fator CFC, também,
deve ser ajustado no nível 3 (2g.L-1) de modo a maximizar a resposta e os fatores VA e FA,
podem ser ajustados da maneira que for mais conveniente, já que são os que menos impactam
no valor da resposta. Assim, as condições de cultivo 6, 8 e 9 mantém-se como as melhores
condições, comprovadas pelos valores de obtenção de teor de lipídeos, enquanto que as
condições 1, 2 e 4, com os ajustes do fator CC e CFC nos nível 1 (2,5%) e 2 (1g.L-1), geram
os menores valores da resposta.
Segundo Huang et al. (2010), as microalgas sintetizam lipídeos a partir das fontes de
carbono, sejam elas orgânicas (acetato, glicerina) ou inorgânicos (CO2). Com relação ao
efeito da concentração do CO2 na corrente de aeração, Antonio (2014) afirma que o fato do
CO2 estar presente no ar atmosférico em baixa concentração, pode limitar o crescimento
rápido, uma vez que o carbono corresponde à cerca de 45% da biomassa das microalgas. O
autor, ao avaliar o efeito da concentração do CO2 na produção lipídica de Cholrella vulgaris,
constatou que, para que elevadas taxas de crescimento possam ser alcançadas, esse carbono
geralmente necessita ser suplementado. No entanto, a influência do teor de CO2 na corrente
gasosa vai depender fortemente da espécie microalgal, tanto no que diz respeito à
produtividade em biomassa quanto ao teor de lipídeos e à composição em ácidos graxos
(CHIU et al, 2015). Abedini Najafabadi et al. (2015), avaliaram o efeito do uso de diversos
tipos de fontes de carbono (orgânicas e inorgânicas) na produção celular, acúmulo de
lipídeos e produção de ácidos graxos da microalga Chlorella vulgaris. Dentre as fontes de
carbono testadas, o uso de acetato de sódio, em um cultivo com baixa concentração de
nitrato, foi o que apresentou o maior teor de lipídeos.
Os resultados obtidos são coerentes já que os cultivos com ajuste de CFC no nível 3
(2g.L-1), obtiveram os melhores resultados. As concentrações de nitrato no chorume são
extremamente baixas, o que explica o fato da análise estatística caminhar para um resultado
no qual CC deve ser ajustado em nível 3 (7,5%), o que vai de encontro com a literatura, já
que estudos indicam que os melhores rendimentos em lipídeos são em condições com baixa
concentração de nitrato e alta concentração de acetato. Brito (2014), encontrou valores de
concentração de nitrato próximos a 2,1mg.L-1 em estudo de caracterização do chorume
proveniente do aterro sanitário do município de Cachoeira Paulista (o mesmo utilizado neste
estudo). O resultado completo da caracterização, encontra-se no ANEXO B.
Landazábal et al. (2013), em estudo utilizando a microalga Chlorella vulgaris,
obtiveram os maiores rendimentos em lipídeos na concentração de 10mM (milimol) de
103
acetato de sódio e 1,47mM de nitrato de sódio em cultivos realizados em reator Air-lift, com
volume de 2L e alimentação de aeração de 2L.min-1 . Ainda, no mesmo estudo, ao analisar
os resultados tem-se fortes indícios de que possa haver uma possível interação entre os
fatores CC e CFC, já que apesar de os dois serem favoráveis ao cultivo, eles influenciam as
produções de biomassa e lipídeos hora para bom hora para ruim, dependendo da proporção
em que são combinados. O resultado obtido nesse estudo, está disponível no ANEXO C.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 28, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
a maximização da produtividade média de lipídeos (maior é melhor). Os gráficos das Figuras
42 e Figura 43 representam o resultado do melhor ajuste obtido de acordo com os valores
dos efeitos calculados.
104
Figura 42 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de produtividade média
de lipídeos.
Fonte: O autor
Figura 43 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de
produtividade média de lipídeos.
Fonte: O autor.
105
Tabela 30 - ANOVA para a razão sinal ruído em termos de produtividade média de lipídeos.
3 (2g.L-1) para maximizar a resposta e diminuir a variabilidade. O fator CC, também, deve
ser ajustado no nível 3 (7.5%) de modo a maximizar a resposta e os fatores VA e FA, podem
ser ajustados da maneira que for mais conveniente, já que são os que menos impactam no
valor da resposta. Lembrando que para os cálculos médios de produtividade, foram
considerados os valores obtidos de biomassa total para a extração, logo o fator mais
impactante na resposta para biomassa - o CFC- , também, será importante para a resposta
em produtividade, já que quanto mais biomassa o cultivo gerar, mais lipídeo poderá ser
extraído. Deste modo, o ajuste no nível alto da CFC é imprenscindícel para este caso.
Assim, as condições de cultivo 3, 8 e 9 são as melhores condições, comprovadas pelos
valores de obtenção de produtividade média de lipídeos, enquanto que as condições 1, 2 e 4,
com os ajustes do fator CC e CFC nos nível baixo e médio, geram os menores valores da
resposta.
A partir dos valores de resposta obtidos e dispostos na Tabela 31, foram calculados os
efeitos dos fatores tanto em relação a média, quanto em relação a razão sinal-ruído, visando
107
Fonte: O autor.
Figura 45 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de redução de DQO.
Fonte: O autor.
108
4.6.7 Reologia
Figura 46 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de redução de índice de
consistência.
Fonte: O autor.
Figura 47 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de redução
de índice de consistência.
Fonte: O autor.
111
De acordo com a análise dos gráficos, o melhor ajuste dos fatores para a minimização
da resposta índice de consistência é: CC no nível 3 (7,5%), CFC no nível 3 (2g.L-1), VA no
nível 2 (0,10vvm) e FA no nível 1 (4rpm), tanto para a média quanto para a razão sinal-
ruído. Fato este que é comprovado com a condição experimental 9, que fornece o menor
valor da resposta, sendo de 0,0555. Também, pode-se observar no gráfico que o fator que
mais impacta na resposta é o fator CC.
Figura 48 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de índice de
comportamento.
Fonte: O autor.
112
Figura 49 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de índice de
comportamento.
Fonte: O autor.
De acordo com a análise dos gráficos, o melhor ajuste dos fatores para a minimização
da resposta índice de comportamento é: CC no nível 2 (5,0%), CFC no nível 2 (1g.L-1), VA
no nível 1 (0,05vvm) e FA no nível 2 (6rpm), tanto para a média quanto para a razão sinal-
ruído. Nenhuma condição experimental da matriz atende esse ajuste, porém a condição 6
com CC ajustado no nível 2, VA no nível 1 e FA no nível 2, apresenta o menor valor da
resposta, sendo de 1,604. Também, pode-se observar no gráfico que o fator que mais impacta
na resposta é o fator VA.
Figura 50 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a média em termos de tensão limite de
escoamento.
Fonte: O autor.
Figura 51 - Gráfico dos efeitos dos fatores sobre a razão sinal-ruído em termos de tensão
limite de escoamento.
Fonte: O autor.
114
De acordo com a análise dos gráficos, o melhor ajuste dos fatores para a minimização
da resposta tensão limite de escoamento é: CC no nível 2 (5,0%), CFC no nível 1 (0g.L-1),
VA no nível 1 (0,05vvm) e FA no nível 2 (6rpm) ou 3 (8rpm), tanto para a média quanto
para a razão sinal-ruído. Nenhuma condição experimental da matriz atende esse ajuste,
porém a condição 6 com CC ajustado no nível 2, VA no nível 1 e FA no nível 2, apresenta
o menor valor da resposta, sendo de 0,726. Também, pode-se observar no gráfico que o fator
que mais impacta na resposta é o fator VA.
115
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
GULDHE, A.; KUMARI, S.; RAMANNA, L.; RAMSUNDAR, P.; SINGH, P.; RAWAT,
I.; BUX, F. Prospects, recent advancements and challenges of different wastewater streams
for microalgal cultivation. Journal of Environmental Management, v. 203, p. 299-315,
2017.
HALIM, R.; DANQUAH, M. K.; WEBLEY, P. A. Extraction of oil from microalgae for
biodiesel production: A review. Biotechnology Advances, v. 30, n. 3, p. 709-732, 2012.
HAMINIUK, C. W. I.; SIERAKOWSKI, M. R.; IZIDORO, D. R.; MACIEL, G. M.;
SCHEER, A. P.; MASSON, M. L. Comportamento reológico de sistemas pécticos de polpas
de frutas vermelhas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 29, n. 1, p. 225-231,
2009 .
HARIDY, S.; GOUDA, S. A.; WU, Z. An integrated framework of statistical process control
and design of experiments for optimizing wire electrochemical turning 85 process.
International Journal of Advanced Manufacturing Technology, v.53, p. 191-207, 2011.
HATTAB, M.; GHALY, A. Production of Biodiesel from Marine and Freshwater
Microalgae: A Review. Advances in Research, v. 3, n. 2, p. 107–155, 2015.
HE, Y.; WANG, Y.; SONG, X. High-effective denitrification of low C/N wastewater by
combined constructed wetland and biofilm-electrode reactor (CW–BER). Bioresource
Technology, v. 203, p. 245-251, 2016.
HELLENBUST, J. A. Ligth: plants. In: KINNE, O. (ed.). Marine Ecology. A
Comprehensive, Integrated Treatise on Life in Oceans and Coastal Waters. London: Wiley
Interscience, 1970. p. 124-158.
HEREDIA-ARROYO, T.; WEI, W.; RUAN, R.; HU, B. Mixotrophic cultivation of
Chlorella vulgaris and its potential application for the oil accumulation from non-sugar
materials. Biomass and Bioenergy, v. 35, n. 5, p. 2245-2253, 2011.
HOLDSWORTH, S. D. Applicability of rheological models to the interpretation of low and
processing behaviour of fluid products. Journal of Texture Studies, v. 2, n. 4, p. 393-418,
1971.
HOU, Y.; LIU, Z.; ZHAO, Y.; CHEN, S.; ZHENG, Y.; CHEN, F. CAH1 and CAH2 as key
enzymes required for high bicarbonate tolerance of a novel microalga Dunaliella salina
HTBS. Enzyme and microbial technology, v. 87-88, p. 17-23, 2016.
HUANG, G.; CHEN, F.; WEI, D.; ZHANG, X.; CHEN, GU. Biodiesel production by
microalgal biotechnology. Applied Energy, v. 87, p. 38-46, 2010.
HUNTLEY, M. E.; REDALJE, D. G. CO2 mitigation and renewable oil from photosynthetic
121
microbes: a new appraisal. Mitigation and Adaptation Strategies for Global Change, v.
12, p. 573-608, 2007.
ILLMAN, A. M.; SCRAGG, A. H.; SHALES, S. W. Increase in Chlorella strains calorific
values when grown in low nitrogen medium. Enzyme and Microbial Technology, v. 27, p.
631-635, 2000.
JEON, H.; JEONG, J.; BAEK, K.; MCKIE-KRISBERG, Z.; POLLE, J. E. W.; JIN, E. S.
Identification of the carbonic anhydrases from the unicellular green alga Dunaliella salina
strain CCAP 19/18. Algal Research, v. 19, p. 12-20, 2016. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1016/j.algal.2016.07.010. Acesso em: 02 out. 2018.
JORQUERA, O.; KIPERSTOK, A.; SALES, E.A.; EMBIRUCU, M.; GHIRARDI, M.L.
Comparative energy life-cycle analyses of microalgal biomass production in open ponds and
photobioreactors. Bioresource Technology, v. 101, p. 1406-1413, 2010.
JOSEPH, V.; JOSEPH, A. Algae in the Assessment of Industrial Wastewater Holding Ponds.
Water, Air and Soil Pollution, v. 132, p. 251-261, 2001.
KAEWPINTONG, K.; SHOTIPRUK, A.; POWTONGSOOK, S.; PAVASANT, P.
Photoautotrophic high-density cultivation of vegetative cells of Haematococcus pluvialis in
airlift bioreactor. Bioresource Technology, v. 98, n. 2, p. 288-295, 2007.
KANNAN, D. C.; PATTARKINE, V. M. Algal Biorefineries. In: BAJPAI, R.; PROKOP,
A.; ZAPPI, M. (eds.). Algal Biorefineries. New York: Springer, 2014. p. 296-310.
KHALILI M.; POUR, A. A. P.; NAGHAVI, M. R.; MOHAMMAD, A. E. Evaluation of
drought tolerance in safflower genotypes based on drought tolerance indices. Notulae
Botanicae Hoeti Agrobotanica Cluj-Napoca, v. 4, n. 11, p. 78-85, 2014.
KIM, D. G.; HUR, S. B. Growth and fatty acid composition of three heterotrophic Chlorella
species. Algae, v. 28, n. 1, p. 101-109, 2013.
KIM, G. Y.; HEO, J.; KIM, H. S.; HAN, J. I. Bicarbonate-based cultivation of Dunaliella
salina for enhancing carbon utilization efficiency. Bioresource Technology, v. 237, p. 72–
77, 2017. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.biortech.2017.04.009. Acesso em: 02
out. 2018.
KIM, S. G.; CHOI, A.; AHN, C. Y.; PARK, C. S.; PARK, Y. H.; OH, H. M. Harvesting of
Spirulina platensis by cellular flotation and growth stage determination. Letters in Applied
Microbiology, v. 40, n. 3, p. 190–194, 2005.
KISHORE, R.A., TIWARI, R., DVIVEDI, A.; SINGH, I. Taguchi analysis of the residual
tensile strength after drillingin glass fiber reinforced epoxy composites. Materials and
Design, v. 30, p. 2186-2190, 2009.
122
KNOTHE, G.; MATHEAUS, A. C.; RYA, T. W. Cetane numbers of branched and straight-
chain fatty esters determined in an ignition quality tester. Fuel, v. 82, p. 971-975, 2003.
KNOTHE, G. Dependence of biodiesel fuel properties on the structure of fatty acid alkyl
esters: Fuel Processing Technology, v. 86, p. 1059-1070, 2005.
KOLLER, M. Design of Closed Photobioreactors for Algal Cultivation. In: PROKOP, A.;
BAJPAI, R. K.; ZAPPI, M. E. (Ed.). Algal Biorefineries: Products and Refinery Design.
Cham: Springer International Publishing, v. 2, p. 133-186, 2015.
LANDAZÁBAL, L; SOLANO, A.; FERREIRA, C.; KAFAROV, V. Improvement of lipid
productivity on Chlorella vulgaris using waste glycerol and sodium acetate. Journal
Ciencia Tecnológia y Futuro, v. 5, n. 2, p. 113-126, 2013.
LEE, A. K.; LEWIS, D. M.; ASHMAN, P. J. Energy requirements and economic analysis
of a full-scale microbial flocculation system for microalgal harvesting. Chemical
Engineering Research & Design, v. 88, p. 988-996, 2010.
LEKANG, O. I. Aquaculture engineering. Blackwell Pub, Oxford, v. 1, p. 37, 2007.
DOI:10.1002/9780470995945.
LEONARDI, G. R.; CAMPOS, P. M. B. G. Estabilidade de formulações cosméticas.
International Journal of Pharmaceutical Compound, v. 3, n. 4, p. 154-156, 2001.
LI, C.; YU, Y.; ZHANG, D.; LIU, J.; REN, N.; FENG, Y. Combined effects of carbon,
phosphorus and nitrogen on lipid accumulation of Chlorella vulgaris in mixotrophic culture.
Journal of Chemical Technology & Biotechnology, v. 91, n. 3, p. 680-684, 2016.
Disponível em: http://doi.wiley.com/10.1002/jctb.4623. Acesso em: 02 out. 2018.
LIRA, R. A. Estudo do rendimento de biomassa da microalga nativa Chlorella
minutissima visando a obtenção de biocombustíveis. 2011. 119f. Tese (Doutorado em
Engenharia Agrícola), Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 2011.
LOURENÇO, S. O. Cultivo de microalgas marinhas. São Carlos: RiMa, 2006.
LOURENÇO, S. O.; MARQUES Jr, A. N. Produção primária marinha. In: PEREIRA, R.
G.; SOARES-GOMES, A. (orgs.) Biologia Marinha. Rio de Janeiro: Interciência, 2002. p.
195-227.
MACHADO, J. C. V. Reologia e Escoamento de Fluidos: ênfase na indústria do
petróleo. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2002.
MAGRO, F. G.; DECESARO, A.; BERTICELLI, R.; COLLA, L. M. Bioethanol production
using microalgae: a review. Semina, v. 37, n. 1, p. 159-174, 2016.
123
USEPA - United States Environmental Protection Agency. Test Methods for evaluating
solid waste. Physical Chemical Methods. Method 3005A – Acid Digestion of waters for
total recoverable or dissolved metals for analysis By FLAA or ICP spectroscopy. 1999.
VERMA, N. M.; MEHROTRA, S.; SHUKLA, A.; MISHRA, B. N. Prospective of biodiesel
production utilizing microalgae as the cell factories: A comprehensive discussion. African
Journal of Biotechnology, v. 9, n. 10, p 1402-1411, 2010.
VIDAL, J. R. M. B.; GASPARETTO, C. A.; GRANDIN, A. Efeito da temperatura no
comportamento reológico da polpa de manga. Revista Ciências Exatas e Naturais, v.1, n.2,
p.69-76, 2000.
VONSHAK, A. Spirulina: Growth, Physiology and Biochemistry. In: ________, (eds).
Spirulina platensis (Arthrospira): phisiology, cell-biology and biotechnology. London:
Taylor and Francis, 1997. p. 43-66.
WAN, C.; ALAM, M. A.; ZHAO, X. Q.; ZHANG, X. Y.; GUO, S. L.; HO, S. H.; CHANG,
J. S.; BAI, F. W. Current progress and future prospect of microalgal biomass harvest using
various flocculation technologies. Bioresource Technology, v. 184, p. 251-257, 2015.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.biortech.2014.11.081. Acesso em: 02 out. 2018.
WANG, L.; MIN, M.; LI, Y.; CHEN, P.; LIU, Y.; WANG, Y.; RUAN. R; Cultivation of
green algae Chlorella sp. in different wastewaters from municipal wastewater treatment
plant. Applied Biochemistry and Biotechnology, v. 162, n. 4 , p. 1174-1186, 2010.
WANG, S.; HUANG, G. H. A multi-level Taguchi-factorial two-stage stochastic
programming approach for characterization of parameter uncertainties and their interactions:
An application to water resources management. European Journal of Operational
Research, v. 240, p. 572-581, 2015.
WANG, T. Y.; HUANG, C.Y. Improving forecasting performance by employing the
Taguchi method. European Journal of Operational Research, v. 176, n. 2, p. 1052-1065,
2007.
WEISSMAN, J. C; TILLET, D. M.; GOEBEL, R. P. Design and operation of an outdoor
microalgae test facility. Report SERI/STR-232-3569. Colorado: Solar Energy Research
Institute, 1989.
WILEMAN, A.; OZKAN A.; BERBEROGLU, H. Rheological properties of algae slurries
for minimizing harvesting energy requirements in biofuel production. Bioresourse
Technology, v. 104, p. 432-439, 2012.
WOODWORTH, B. D.; MEAD, R. L.; NICHOLS, C. N.; KOLLING, D. R. J.
Photosynthetic light reactions increase total lipid accumulation in carbon-supplemented
130
ANEXOS
APÊNDICES
Resultado em g
Dias
C1 C2 C3 C4 C5 C6 C7 C8 C9
1 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100
2 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154 0,0154
3 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126 0,0126
4 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111 0,0111
5 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124 0,0124
6 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078 0,0078
7 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178 0,0178
8 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136 0,0136
9 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081 0,0081
10 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074 0,0074
11 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107 0,0107
12 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100 0,0100
13 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121 0,0121
14 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104 0,0104
15 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122 0,0122
138
0,000 0,000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
-0,200 -0,184
-0,268
-0,369
-0,400
Absorbância (420nm)
-0,516
-0,600
-0,654
-0,800
-0,901
-1,000 -1,019
y = -0,1431x + 0,1552
-1,200 R² = 0,9845
Concentração O2
y = 0,3914x - 0,1178
R² = 0,9257
0,50
0,45
0,40 0,442
Concentração (g/L)
0,35
0,30
0,310
0,25
0,275
0,20
0,15 0,198
0,183
0,10 0,148
0,05 0,098
0,00
0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40
Absorbância (680nm)