2006 - Prova N4
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1b) (0,3 ponto) Qual Lei de Kepler você utilizaria para certificar-se de que a Terra possui um período orbital menor do que o de
Marte? Por que?
Resposta 1b): 1b) - Nota obtida: _____
1c) (0,5 ponto) Comentários: Abaixo (à esquerda) apresentamos uma figura que mostra como estão dispostos em suas órbitas a Terra
e Marte antes, durante e depois de uma situação de oposição e qual a trajetória típica aparente de Marte no céu, observado a partir da
Terra. A última oposição de Marte ocorreu a 7/nov/2005 e a estação pós-oposição (uma das situações em que o planeta fica “parado”
em relação às estrelas visto da Terra) em 11/dez/2005. Em 23/fev/2006 observou-se o alinhamento de Marte com Aldebaran (a estrela
mais brilhante da constelação de Touro e portanto chamada alfa do Touro ou alfa Tauri) e Bellatrix (a terceira estrela mais brilhante da
constelação de Orion e, portanto a gama de Orion ou
gama Orionis), o que é mostrado na figura abaixo e à
direita.
Questão 2) (1 ponto) Comentário: Você sabe que a Lua gira ao redor da Terra no mesmo intervalo de tempo em que dá uma volta
sobre si mesma, isto é, o seu período de rotação em torno do seu próprio eixo é igual ao período de translação ao redor da Terra. O
resultado curioso disso é que apenas uma face da Lua é visível a partir da Terra. Conhecemos o outro lado da Lua apenas a partir de
sondas e missões espaciais. Entretanto, isto nem sempre foi assim. Mercúrio, por sua vez, tem um período de rotação de cerca de 59
dias sincronizado na razão 3/2 com o seu período de translação que é de 88,5 dias. Isto é, a cada três rotações do planeta
2b) (0,7 pontos) Desenhe na figura 2 o local exato da protuberância (ou saliência) no equador de Mercúrio nas posições M4, M5 e
M6, isto é, decorridos uma órbita completa a partir de M1, M2, M3, respectivamente.
2b) - Nota obtida: _____
3b) (0,3 pontos ) (0,1 ponto cada item). i) Em que região da Terra o Sol pode ser visto a pino ao longo do ano? ii) Nesta região,
quantas vezes, em cada ponto da superfície da Terra, a partir do Solstício considerado na figura acima, e até o próximo Solstício de
verão do Hemisfério Sul, poderá ele ser visto a pino? iii) O Sol pode incidir a pino em algum dia do ano entre um dos trópicos e o pólo
do hemisfério correspondente? Por que?
Resposta 3b): 3b) - Nota obtida: _____
Questão 4 (1 ponto) Comentários: Na prova da OBA de 2005, falamos da luminosidade de uma estrela, ou seja, a quantidade de
energia emitida por ela, por unidade de tempo. A luminosidade é uma característica intrínseca da estrela, ou seja, só depende dela
mesma. A estrela Betelgeuse (alfa de Órion), por exemplo, tem uma luminosidade 200 vezes maior do que Sírius, mas Sírius é a estrela
mais brilhante do nosso céu noturno! O que acontece é que Sírius, apesar de não ser tão luminosa, está muitas vezes mais próxima da
Terra que Betelgeuse. O mesmo ocorre, de forma muito mais acentuada, com o nosso Sol. Ele tem uma luminosidade ainda menor que
a de Sírius, mas está muito, mas muito mais próximo mesmo da Terra, e por isso é praticamente a única fonte de energia do nosso
planeta. Como calcular isso? É simples: a luz emitida por uma estrela sai de sua superfície igualmente em todas as direções. Ou seja, a
energia que sai da estrela vai se espalhando igualmente em todas as direções pelo espaço, conforme vai se afastando da estrela. Assim,
não importa se estamos vendo a estrela de um lado ou de outro, importa apenas a distância. E você já deve ter aprendido que o lugar
geométrico de todos os pontos a uma mesma distância de outro ponto desenha no espaço uma superfície esférica, uma casca esférica.
Suponha então que estamos em um lugar, a uma distância qualquer (que podemos representar pela letra d, como na fórmula abaixo) de
uma estrela que tenha uma luminosidade qualquer (representada aqui pela letra ele maiúscula, L, na fórmula abaixo). Queremos saber
quanta energia chega em uma unidade de área deste lugar, por unidade de tempo. Quando a luz da estrela chegar neste lugar, ela terá se
espalhado por toda a região que esteja à mesma distância d da estrela, ou seja, pela superfície de uma suposta esfera de raio d, que tem
área (4..d2). Assim, a energia que chega por unidade de tempo, por unidade de área, a essa distância é chamada de fluxo (F) e
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é dada por F = L / (4..d ). Assim, podemos dizer que, embora Betelgeuse seja mais luminosa, Sírius está mais perto, e então o
fluxo de Sírius medido na Terra é maior – o que a faz aparecer mais brilhante do que Betelgeuse.
Perguntas:
4a) (0,6 pontos) Você deve imaginar que a luminosidade, sendo uma medida de energia por tempo, pode ser medida em unidades de
potência, isto é, energia por tempo. Vamos adotar aqui, como unidade de potência, o Watt, que é a unidade do sistema internacional
de unidades (SI). Um Watt representa um Joule (a unidade de energia do SI) por segundo (Watt = Joule/segundo). A luminosidade do
Sol, LSol, é de 4·1026 Watts. Calcule seu fluxo aqui na Terra (FSol-Terra). Quanta energia solar chega na Terra por segundo, por metro
quadrado? Dados: distância Terra-Sol 150 milhões de quilômetros ou 15·1010 m, use = 3.
Resposta 4a) 4a) - Nota obtida: _____
4b) (0,4 pontos) Se medirmos, de fato, o fluxo (FSol-Terra) na superfície terrestre, o valor será significativamente menor. Por quê?
Resposta 4b) 4b) - Nota obtida: _____
Questão 5) (1 ponto) Comentário: Na OBA de 2005, a questão a seguir foi a de menor índice de acerto, apesar de explicarmos
detalhadamente o funcionamento matemático de logaritmos e a sua utilidade astronômica. Acreditamos que tal tenha ocorrido pelo
medo que muitos alunos têm de se defrontarem com logaritmo. Por isto mesmo estamos repetindo a questão, porque medos têm que
ser enfrentados e vencidos. Afinal, asseguramos que a questão é simples. Como vimos na OBA de 2005, desde a Antigüidade, os
astrônomos e estudiosos observam e tentam compreender as estrelas. Uma das primeiras formas de distingui-las entre si foi através do
seu brilho. Assim, esses astrônomos logo as classificaram em categorias, denominadas genericamente de magnitude, termo ainda hoje
utilizado. Foram estimadas seis magnitudes para classificar desde as estrelas mais brilhantes até aquelas menos brilhantes. Com o passar
do tempo, verificou-se que esta distinção fundamentava-se em uma propriedade de percepção do olho humano. Posteriormente, foi
possível matematizar a relação entre as magnitudes com o uso de logaritmos. Percebeu-se então que as magnitudes definidas na
Antigüidade eram dadas por logaritmos da intensidade de luz. A diferença de magnitudes (m1 - m2) entre duas estrelas pode ser
representada pela expressão m1 - m2 = -2,5 log (f 1 / f 2 ), onde o termo entre parênteses é a razão dos fluxos luminosos recebidos
pelos detectores (e o primeiro detector da história foi o próprio olho humano!). Assim, uma estrela de sexta magnitude (m1 = 6) faz
IX OBA – 12/05/2006 Prova do nível 4 (ensino médio) TOTAL DE PÁGINAS: 10 Página 4
chegar aos nossos olhos cem vezes menos luz do que uma estrela de primeira magnitude (m2 = 1) (f2 = 100 f1) (segundo a fórmula
apresentada, temos: 6 – 1 = - 2,5 log(1/100) = -2,5 x -2 = 5). O sinal negativo nos informa que, quanto mais brilhante for a estrela,
menor será algebricamente sua magnitude. Estamos falando de magnitude visual, ou seja aquela que leva em conta simplesmente o
brilho aparente de um dado astro, isto é, o brilho que vemos aqui da Terra. Assim, planetas e o nosso satélite, a Lua, mesmo não
produzindo luz, apresentam brilho mais intenso, simplesmente porque estão muito mais próximos do que qualquer estrela.
Para você ter uma idéia, a estrela mais luminosa no céu noturno, Sírius, brilha com uma magnitude visual de –1,5. Júpiter pode brilhar
aproximadamente com uma magnitude visual -3 e a magnitude de Vênus pode chegar até a -4. A Lua cheia tem magnitude próxima de
-13, e a magnitude do Sol é próxima de -26! Você pode inclusive se perguntar porque a estrela mais brilhante apresenta magnitude
negativa e não nula. Esta pergunta tem uma resposta histórica: as primeiras escalas deste tipo foram elaboradas por astrônomos gregos,
que não observavam estrelas mais brilhantes do que Vega, que foi tomada como zero da escala. Outro dado curioso é o de que os
logaritmos foram utilizados largamente antes da invenção das calculadoras, porque facilitavam enormemente os cálculos ao
transformarem contas de multiplicar ou dividir em contas de somar ou subtrair, devido à propriedade de que log(a.b) = log(a) +
log(b) e, portanto, log(a/b) = log(a) – log(b).
Perguntas:
5a) (0,5 ponto): Por que Marte apresenta uma variação de magnitude muito maior do que Saturno? O fato do raio da órbita de Marte
ser mais próximo do raio da órbita da Terra e o raio da órbita de Saturno ser muito maior, possui importância neste fato? Explique por
quê.
Resposta 5a): 5a) - Nota obtida: _____
5b) (0,5 ponto): Vamos agora propor o mesmo problema da OBA de 2005. Mas não se preocupe, pois nós iremos ajudá-lo e, desta
vez, ainda mais detalhadamente do que antes. Como discutimos acima, o brilho de uma estrela cai com a distância. Você irá calcular
qual seria a magnitude do Sol se ele estivesse a uma distância igual à de alfa do centauro, que é uma estrela de,
aproximadamente, o mesmo brilho real do Sol. Admitimos, para facilitar os cálculos, que alfa do Centauro se encontra a uma
distância de 100.000 vezes a distância Terra-Sol.
i) Calcule, primeiro, a razão entre os fluxos atual do Sol, visto da Terra, e aquele visto se ele Fórmulas
estivesse à distância de alfa do Centauro, isto é, a uma distância 100.000 vezes maior do que a i) f1/f2=(d2/d1)2
atual. ii) A seguir, substitua na fórmula de magnitude apresentada acima esta razão dos fluxos, e ii) m1-m 2 = -2,5 log (f 1 / f 2 )
utilize o valor informado da magnitude do Sol visto da Terra para calcular a magnitude que o Sol
teria, visto da Terra, se ele estivesse ao lado de alfa do Centauro. Dado: Log1010 = 10. (Obs. 0,25 cada item correto)
Resposta 5b): 5b) - Nota obtida: _____
Questão 6) (1 ponto) Comentário: Você já deve ter reparado que, em Astronomia, muitas vezes diversos assuntos estão inter-
relacionados. Um deles é a discussão sobre buracos negros. Abaixo nós vamos fazer você chegar a uma compreensão de como é
possível imaginá-los dentro de uma discussão simples. Vamos nos deparar com coisas pensadas ou derivadas das elaborações de Albert
Einstein (1879 - 1955). O primeiro passo é o da discussão sobre uma idéia muito utilizada para comparar a intensidade dos campos
gravitacionais de diferentes corpos celestes. A idéia principal é a de imaginar a seguinte situação (note que ela é idealizada, ou seja, é
construída somente para podermos ter um conceito em mãos): você está sobre a superfície de um corpo celeste qualquer (já percebeu o
grau de idealização, não? Imagine se alguém pode estar sobre a “superfície” do Sol, por exemplo) e deseja atirar um objeto qualquer
com uma velocidade tal que ele nunca mais volte a cair sobre o planeta (claro que outras idealizações estão presentes nesta concepção:
não sofrer a ação de nenhum outro corpo, não colidir com nenhum outro corpo, etc). A velocidade mínima necessária para que o
objeto escape do campo gravitacional do referido corpo é chamada de “velocidade de escape” deste corpo. Idealmente, um objeto
lançado a partir da superfície de um corpo celeste, dotado da respectiva velocidade de escape é capaz de chegar ao infinito com
velocidade zero, o que significa que ele nunca mais voltará.
Perguntas:
6a) (0,2 pontos) Demonstre que o quadrado da velocidade de escape (Ve2) de um corpo celeste X é dado pela expressão Ve2 =
2GMx/Rx, onde Mx é a massa do corpo celeste X e Rx a distância entre o centro do corpo e sua superfície, ou seja o raio deste corpo.
Para tanto considere que as energias em jogo são a cinética do objeto, dada por mobj v2 /2 , onde mobj é a massa do objeto lançado, e a
energia potencial gravitacional, dada por -Gmobj Mx/Rx, onde G é a constante de gravitação universal e que a soma delas se conserva!
Resposta 6a): 6a) - Nota obtida: _____
6b) (0,4 ponto): Obtenha, a partir da relação Ve2 = 2GMx/Rx, o raio de buraco negro, RBN, para uma dada massa M qualquer. Utilize
a letra c para designar a velocidade da luz.
6c) Comentário: Agora, imagine a situação de você lançar um objeto a partir da superfície de um corpo cuja velocidade de escape
fosse igual à da luz, ou seja, um corpo cujo raio foi diminuído de acordo com a relação que você encontrou no item anterior. Em
princípio, este objeto, se lançado com a da velocidade da luz, iria chegar ao “infinito” com velocidade zero. De onde então a idéia de
buraco negro? Foi com o emprego da relatividade geral, elaborada por Einstein, que se demonstrou que o comportamento é um pouco
diferente. Se um corpo qualquer é compactado para dentro de seu raio de buraco negro, um objeto que dali é lançado à velocidade da
luz permanece sobre aquele raio (os fótons, as partículas associadas à luz, poderiam ali permanecer). Se um objeto qualquer está abaixo
do raio de buraco negro, ele cairá em direção ao centro do corpo inevitavelmente. Na verdade, acredita-se, com os conhecimentos
que temos hoje de estrutura da matéria, que se uma estrela, ao final de sua vida, começa a contrair-se e atinge um estado tal em que
toda a sua massa está contida dentro de seu raio de buraco negro, nada poderá sustentá-la. A massa desta estrela então irá desabar
sobre si mesma e se concentrar no seu centro, num ponto de densidade infinita conhecido como singularidade. Esta é a imagem mais
comum de um buraco negro: uma superfície da qual nem a luz escapa e que, se transposta, não é capaz de retornar. Um buraco do qual
não sai (nem) luz: um buraco negro.
Pergunta 6c) (0,4 ponto) O Sol tem um raio de cerca de setecentos mil quilômetros. Seu raio de buraco negro é de cerca de 3 km. Se
o Sol virasse hoje um buraco negro, aconteceria alguma coisa com a órbita da Terra? Em caso afirmativo, diga o que aconteceria. Em
caso negativo, explique por quê.
Resposta 6c: 6c) - Nota obtida: _____
A figura da esquerda deve ser usada pelos alunos das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste e a da direta pelos alunos das
regiões Sul e Sudeste.
Questão 7a) (1 ponto) Para quem mora nas regiões Sul ou Sudeste a pergunta é a seguinte:
Na figura da direita está a região do céu que contém o Cruzeiro do Sul e o falso Cruzeiro do Sul. Faça uma bolinha ao redor de cada
uma das 5 estrelas do Cruzeiro do Sul, coloque um X sobre cada uma das 4 estrelas do falso Cruzeiro do Sul e um Y sobre Rigil
Kentaurus (0,1 ponto para cada estrela assinalada corretamente)
Para quem mora nas regiões Norte, Nordeste ou Centro-Oeste a pergunta é a seguinte:
Questão 7b (1 ponto) (0,2 pontos cada item) Imagine a situação inversa daquela da questão 1, e que um astronauta está em Marte.
O astronauta permanece em Marte durante todo o período em que da Terra se observa a oposição de Marte descrito na questão 1. O
que o astronauta vê é chamado genericamente de conjunção inferior da Terra.
Perguntas:
7b1) (0,2 pontos) Ele veria a Terra retrogradando no céu que ele observa? Faça um desenho explicando sua resposta.
Resposta 7b1): 7b1) - Nota obtida: _____
7b2) (0,2 pontos) Antes e depois da oposição há alguma diferença no período do dia marciano em que a Terra pode ser observada?
Qual?
Resposta 7b2): 7b2) - Nota obtida: _____
7b3) (0,2 pontos) Que fenômeno o astronauta pode observar, se tiver sorte, durante a conjunção inferior da Terra?
Resposta 7b3): 7b3) - Nota obtida: _____
7b4) (0,2 pontos) Por que este fenômeno descrito acima pode ou não ocorrer?
Resposta 7b4): 7b4) - Nota obtida: _____
7b5) (0,2 pontos) A próxima oposição de Marte vista da Terra demoraria um tempo t. Em quanto tempo ocorreria a próxima
conjunção inferior da Terra vista de Marte?
Resposta 7b5): 7b5) - Nota obtida: _____
A Astronáutica é a ciência que trata da construção e operação de veículos espaciais, como os satélites e os foguetes. Os
satélites são lançados ao espaço por meio de foguetes. No Brasil as atividades do setor espacial são coordenadas pela Agência
Espacial Brasileira (AEB), que tem a atribuição de formular e implementar o Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE). O
PNAE prevê a auto-suficiência do Brasil na construção e lançamento de foguetes e de satélites. Além das atividades técnico-
científicas, a AEB promove atividades educacionais nas escolas por meio do Programa AEB Escola, cujo objetivo é divulgar o
programa espacial brasileiro, a sua importância e os benefícios que ele trás para o país, bem como despertar a criatividade e o interesse
pela ciência entre os alunos dos ensinos fundamental e médio.
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) é uma instituição de ensino e pesquisa que goza de enorme prestígio nacional.
Fundada em 1950, resultou do sonho de um dos mais brilhantes brasileiros de todos os tempos: Alberto Santos-Dumont (1873-1932),
o Pai da Aviação. Em 1956 o ITA homenageou Santos Dumont conferindo-lhe o título de Doutor em Engenharia Aeronáutica.
Dentre as atividades programadas para celebrar os 100 anos do vôo do 14-Bis encontra-se a viagem do tenente-coronel Marcos Pontes
à Estação Espacial Internacional (ISS). Nessa missão, o astronauta conduziu experimentos desenvolvidos por alunos e professores do
ensino fundamental da cidade de São José dos Campos. O ITA é um dos institutos que integram o Comando-Geral de Tecnologia
Aeroespacial (CTA). Além do ITA, compõem o CTA o Instituto de Estudos Avançados (IEAv), o Instituto de Fomento e
Coordenação Industrial (IFI) e o Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), todos localizados na cidade de São José dos Campos, SP.
Também localizada em São José dos Campos está a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer). Aviões produzidos no Brasil pela
Embraer voam por todo o planeta, constituindo motivo de orgulho para todos os brasileiros.
Em São José dos Campos localiza-se, ainda, a sede do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), órgão do governo
federal responsável por desenvolver, controlar e utilizar os nossos satélites. Foi o INPE que construiu o primeiro satélite brasileiro, o
Satélite de Coleta de Dados 1 (SCD 1), lançado em 1993 e ainda em operação. Ele serve para coletar dados meteorológicos. No
INPE também fica uma organização chamada CPTEC, encarregada de elaborar previsões de tempo e clima que são muito úteis para a
nossa sociedade. Você pode conferir o nome do INPE nos noticiários de TV que informam a previsão do tempo! Também foi o INPE
que, em colaboração com a China, desenvolveu os satélites da série CBERS (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres),
encarregados de coletar imagens do nosso território que são de grande utilidade para todo o país, pois permitem, por exemplo, prever a
produção agrícola e planejar o crescimento das cidades. Mas o INPE não é só isso, ele também faz pesquisas em Ciências Espaciais e
várias outras áreas de grande interesse para a nação, além de ajudar a formar os
nossos jovens por meio de cursos de Pós-Graduação.
Questão 8a) (0,5 ponto) Quando o avião está parado, S = 0. À medida em que o avião ganha velocidade, a força de sustentação
aparece. Para K e constantes, quanto maior a velocidade, maior a força de sustentação. Se você já viu um avião decolar, você
observou que ele parte do repouso, aciona suas turbinas na potência máxima e vai, gradativamente, ganhando velocidade. Existe uma
velocidade na qual a força de sustentação se torna superior à força peso, S > P. É neste ponto que se dá a decolagem do avião.
Calcule a velocidade de decolagem do 14-Bis sabendo que sua massa (avião + piloto) era de 300 kg. Para tanto, suponha: K = 30 m2,
ρ = 1 kg/m3 e g = 10 m/s2.
Questão 8b) (0,5 ponto) Calcule a massa do avião militar Tucano, fabricado pela Embraer, sabendo que K = 10 m2 e que ele decola
com velocidade V = 180 km/h. Suponha ρ = 1 kg/m3 e g = 10 m/s2.
Questão 10a) (0,3 pontos) No instante do seu lançamento o VLS tem uma massa de 50.000
kg. Desse total, 40.000 kg são propelente. A razão para tal é a necessidade de que, para
manter o satélite na órbita desejada, é necessário impor-lhe a velocidade de 28.000 km/h.
Considerando-se que os 4 motores do 1o estágio do VLS são acionados simultaneamente,
calcule o empuxo mínimo requerido de cada motor para tirar o VLS do solo (g = 10 m/s2).
Resposta 10a): Empuxo de cada motor = ........................[N] 10a) - Nota obtida: _____
Questão 10b) (0,3 pontos) O empuxo que você obteve na questão anterior é suficiente para manter o
VLS na iminência do movimento. Na prática, os motores do 1 o estágio do VLS fornecem empuxo
superior. No instante inicial do lançamento (vide figura ao lado) os quatro motores do 1 o estágio
fornecem um empuxo total de cerca de 1.000.000 N. Com esta informação, calcule a aceleração do
VLS no instante do seu lançamento (g = 10 m/s2).
Questão 10c) (0,4 pontos) Admitindo-se nulas as forças de arrasto e de empuxo pode-se
obter, a partir da 2a Lei de Newton, sob a hipótese de aceleração da gravidade constante, as
seguintes expressões matemáticas que descrevem o movimento vertical de um corpo em
queda livre, usando-se o sistema de referência dado na segunda figura dos cometários desta
questão 10:
Y = Yo + Vot – (1/2) g t2 e V = Vo – g t,
onde Y refere-se à posição, V à velocidade, g à aceleração da gravidade e t ao tempo de observação. O índice o refere-se à condição
inicial. Dessa forma, Yo e Vo referem-se, respectivamente, à posição e à velocidade do corpo quando do início da observação, ou seja,
em t = 0. A coifa do VLS protege o satélite durante a travessia da atmosfera. Caso ela não existisse, os esforços resultantes do arrasto
sobre o satélite provocariam danos ao mesmo. Logo após a ignição do 3 o estágio, quando o VLS encontra-se a 122 km de altitude,
ocorre a ejeção da coifa. Nessa altitude, tem-se o vácuo do espaço e não é mais necessário carregar os 150 kg de massa da coifa.
Porém, mesmo separada do VLS, a coifa continua movendo-se para cima. Como conseqüência da ação da gravidade, ela é
continuamente desacelerada, até que atinja a sua altura máxima e dê início ao seu movimento descendente. Baseado nas informações