2 Tessalonicenses 2
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...Um dos textos mais disputados pelos futuristas é o de 2ª Tessalonicenses 2:1-12, que
fala sobre a vinda do Senhor e a manifestação do homem da iniquidade. Para muitos,
senão para a maioria, parece ser um texto de difícil interpretação. Mas, quando nos
voltamos para dois mil anos no tempo, e nos colocamos entre os primeiros leitores da
Palavra, o texto em questão torna-se surpreendentemente esclarecedor. Neste artigo,
vou analisar versículo por versículo (até o verso 12) desse texto de Paulo aos
tessalonicenses.
De qual “vinda do Senhor” Paula fala? Que “reunião” é essa? E que “dia do Senhor” é
esse? Vamos começar pela vinda do Senhor. Muito provavelmente, depois da 1ª carta
aos tessalonicenses, a qual Paulo fala da ressurreição, arrebatamento e do dia do
Senhor, alguém havia escrito uma carta para os crentes de Tessalônica com a
assinatura de Paulo, deixando-os assustados ao ponto de pensarem que o Dia do
Senhor havia chegado. A frase “havia chegado” é a tradução da palavra grega
ἐνέστηκεν, que uma tradução literal seria “tivesse vindo”.
Quem estuda o Preterismo sabe que o julgamento do ano 70 d.C. ficou concentrado
em Jerusalém e teve consequências em todo o Império Romano. Leia, a seguir, um
outro artigo meu diz sobre isso:
Fica claro, então, que a preocupação dos tessalonicenses era com o "Dia do Senhor"
que traria julgamento em todo o mundo romano, principalmente em Jerusalém. No
mesmo contexto em que fala do Dia do Senhor em 1ª Tessalonicenses capítulo 5,
Paulo exorta:
Uma vez que além do espírito e da alma estava também incluído o “corpo” dos
tessalonicenses na santificação, para a vinda do Senhor, isto significa que essa vinda
estava próxima deles. Com certeza os tessalonicenses não poderiam conservar
irrepreensível para a vinda de Cristo um corpo que estava se decompondo na
sepultura. Claramente essa vinda estava perto deles, e eles estariam vivos para vê-la,
e era a vinda em julgamento contra Jerusalém e em todo o mundo romano.
A “reunião” futura dos filhos de Deus em uma só nação espiritual, o Israel de Deus,
profetizada no Antigo Testamento e que aconteceria depois da morte, ressurreição e
Ascenção de Cristo é profetizada em várias passagens (Deuteronômio 30:3; João
10:16; 11:51-52; Tiago 2:1-2; Hebreus 10:25).
Uma vez que a Igreja passa a ser a verdadeira Sinagoga de Deus, as sinagogas
judaicas espalhadas pelo mundo foram consideradas “sinagogas de Satanás”
(Apocalipse 2:9; 3:9). A queda de Jerusalém no ano 70 d.C. marca a vinda de Cristo em
juízo, momento este em que os anjos “reúnem” os “escolhidos desde os quatro ventos,
de uma à outra extremidade dos céus” (Mateus 24:31). Era esta a “reunião” que Paulo
esperava em seu tempo, a inauguração da Sinagoga de Deus, não mais confinada no
pequenino país de Israel, e nem mais com um templo físico, mas agora o Templo é o
Corpo de Cristo espalhado pelo mundo.
O homem da iniquidade
“Ninguém, de nenhum modo, vos engane, porque isto não acontecerá
sem que primeiro venha a apostasia e seja revelado o homem da
iniquidade, o filho da perdição, 4o qual se opõe e se levanta contra tudo que
se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de
Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus".
- 1ª Tessalonicenses 2:3-4
“Um bom caso pode ser feito em suporte da visão que o termo fala da
apostasia/rebelião judaica contra Roma. Josefo sem dúvida fala da Guerra
Judaica como uma apostasia contra os Romanos (Josefo, Life 4).
Provavelmente Paulo une os dois conceitos de apostasia religiosa e política
aqui, embora enfatizando a erupção da Guerra Judaica, que era o resultado
da sua apostasia contra Deus”.[2]
Portanto, não se trata de uma apostasia futura da Igreja, antes da Segunda Vinda de
Cristo. Trata-se de uma apostasia que ocorreria antes da destruição de Jerusalém no
ano 70 d.C.
Um dos grandes debates dos interpretes modernos é sobre “quem” detém o homem
da iniquidade de se manifestar. Uns dizem que é o Espírito Santo que será retirado da
Terra, outros dizem que é a Igreja (enquanto a mesma estiver na Terra impede a
manifestação do Anticristo). Acredito que enquanto ficam especulando, os intérpretes
modernos PERDEM O PONTO PRINCIPAL sobre os “indicadores de tempo” - os
quais mostram sobre QUANDO o homem da iniquidade iria se manifestar. A palavra
“agora” aparece duas vezes (vs. 6-7) e a frase “já o mistério da injustiça opera”,
uma vez (vs. 7), indicando assim a proximidade do cumprimento da profecia para
aqueles dias. Enquanto os intérpretes modernos ficam discutindo sobre a identidade de
“quem” detém o homem da iniquidade, os tessalonicenses há dois mil anos sabiam
muito bem, pois Paulo disse: “E agora vós SABEIS o que o detém”. O homem da
iniquidade foi um contemporâneo dos tessalonicenses, e não será um suposto
Anticristo em nosso futuro.
Outra argumentação para refutar que Nero foi o homem da iniquidade é o pedido de
uma prova histórica de que ele fez “sinais e prodígios”. Em primeiro lugar, o texto não
diz que o imperador romano Nero fez “sinais e prodígios”, apenas diz que “o
aparecimento do iníquo é segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e
prodígios da mentira”.
O Senhor Jesus Cristo em seu sermão profético garantiu que ainda naquela geração
dos primeiros discípulos haveria sinais e prodígios da parte de falsos profetas:
Conclusão
O objetivo deste artigo não é fazer um longo e extenso estudo sobre a ideia de Nero
ser o homem da iniquidade. O principal ponto que destaco aqui - que inclusive - é
ignorado pela maioria dos evangélicos, são os indicadores de tempo encontrados em 2ª
Tessalonicenses capítulo 2, com o uso duas vezes da palavra “agora” e uma vez da
palavra “já”, indicando que a busca por um suposto Anticristo em nosso futuro é vã. O
homem da iniquidade de Paulo é um personagem que foi derrotado no primeiro século
da era cristã e eu acredito que o mesmo foi Nero – embora a frase “homem da
iniquidade” possa ser também um termo genérico, representando uma coletividade de
falsos profetas que houve naquela época.
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Notas:
1. O Preterismo e o Problema do Juízo Localizado... Por César Francisco
Raymundo. www.revistacrista.org Acessado dia 20 de Setembro de 2019.
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