Mariana Kid

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Mariana Kid

Colaboração para Universa


06/04/2019 04h00
Erramos: este conteúdo foi alterado

As obras mais importantes e populares de Tarsila do Amaral, um


dos principais nomes do modernismo, já podem ser vistas no
Masp (Museu de Arte de São Paulo). Uma coletânea de 120
trabalhos, expostos em museus importantes mundo afora,
aterrissam no museu paulistano como parte do projeto "Historias
das mulheres, historias feministas". A iniciativa tem
homenageado mulheres fortes e importantes, como a arquiteta
Lina Bo Bardi e a pintora Djanira da Motta e Silva.

E Tarsila ela é muito mais do que o famoso Abaporu. Em "Tarsila


Popular", os apaixonados por arte (e também curiosos) vão poder
fazer uma viagem pela trajetória artística da paulista.
Relembramos passagens de sua vida que mostram como ela foi,
de fato, uma mulher incrível:

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brasileira?

Pietro Maria Bardi, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e o pintor


Cassio M' Boy, durante exposição de Anita no Masp (Museu de
Arte de São Paulo), em abril de 1955
Imagem: Folhapress

Precursora
Filha de uma família rica de Capivari, interior de São Paulo,
Tarsila fez parte da trupe de um dos movimentos artísticos mais
importantes do século 20. Ao lado de Anita Malfatti, Menotti del
Picchia, Mário de Andrade e Oswald de Andrade, ela integrou o
chamado "Grupo dos Cinco", após a Semana de Arte Moderna de
1922.

Mulher de fibra

"A Cuca" de Tarsila do Amaral


Imagem: Reprodução
No início do século, as mulheres exerciam um papel de quase
total submissão aos homens. Transgressora, Tarsila foi na
contramão dos costumes da época e se separou do primeiro
marido, o médico André Teixeira Pinto, em 1913, alegando
divergências culturais. Para ela era inaceitável assumir o papel de
dona do lar e abdicar de suas pretensões artísticas. E sem medo de
julgamentos, encarou o desquite e demorou anos, até 1925, para
conseguir a anulação de seu casamento. Só assim conseguiu
concretizar sua união com Oswald de Andrade, com quem ficou
entre 1926 e 1930. Depois dele, Tarsila teve outros dois
companheiros -- o último deles, o jornalista Luis Martins, 21 anos
mais jovem do que ela. Eles ficaram 18 anos juntos.
Tarsila em seu estúdio, em 15 de outubro de 1972
Imagem: Acervo UH/Folhapress

Made in Brasil
Em um período em que a arte era em sua maioria importada da
Europa, Tarsila conseguiu levar a cultura do Brasil além da
fronteira. Em 1926, exibiu 17 telas na galeria Percier, em Paris,
criadas em sua maioria durante a chamada fase "pau-brasil",
inspiradas em uma viagem da artista pelo interior de Minas
Gerais.

Presente famoso
"Abaporu" de Tarsila do Amaral
Imagem: Reprodução

Quando se fala em Tarsila do Amaral não há como não se lembrar


do Abaporu (1928), sua obra mais famosa. O quadro foi leiloado
em Nova York, em 1995, por 1,35 milhão de dólares -- o
equivalente a 5,2 milhões de reais -- e é até hoje seu trabalho mais
conhecido e a obra de arte brasileira mais valiosa de todos os
tempos. Ele foi criado por Tarsila como presente de aniversário
para seu então marido, Oswald de Andrade. Juntos, batizaram o
quadro com a palavra tupi-guarani que significa "homem que
come".
Tarsila do Amaral entre Carolina Silva Teles e Lidia Kliass, em
1972
Imagem: Folhapress

Filantropia
Em 1965, Tarsila foi submetida a uma cirurgia de coluna e acabou
ficando paralítica -- usou cadeira de rodas até seus últimos dias.
No ano seguinte, perdeu a única filha, Dulce, por conta de uma
crise de diabetes. Naquela época, a artista ficou deprimida, se
aproximou do espiritismo e conheceu Chico Xavier, de quem
ficou amiga. Até sua morte, em 1973, ela doava parte do que
arrecadava com suas obras para uma instituição de caridade
administrada pelo médium.
Errata: o texto foi atualizado

Diferentemente do publicado anteriormente, Tarsila do Amaral não fundou o Clube dos

5 durante a Semana de Arte Moderna de 1922. O conteúdo foi corrigido.

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