Aula 48 - O Ciclo Paulino
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A JORNADA
EMOBUSCA DE UMA
CICLO PAULINO
TEOLOGIA RELEVANTE
Aula 1
Aula 48
1822de
demarço de de
Fevereiro 2021
2022
YAGO
Aula MARTINS
ministrada por
Pedro Pamplona
Aula 48
O ciclo paulino
Para que serve tudo o que nós temos aprendido até aqui ? Nós ouvimos
aulas, mensagens e conteúdos profundos, algumas aulas inteligentes.
Algumas aulas desta escola são muito melhores do que disciplinas
inteiras que eu tive no meu seminário teológico. Eu fiz faculdade de
teologia e temos algumas aulas aqui em um nível, ou às vezes maior
do que o que eu estudei no meu mestrado em teologia. Em uma
linguagem extremamente fácil e simples, mas com profundidade,
clareza, elegância que só nosso time de professores pode dar. Eu fico
absolutamente feliz em coordenar uma escola onde eu sou o pior
professor. Geralmente me pedem para aparecer na Escola, mas vocês
deveriam ficar tristes quando eu venho dar aula aqui na escola, porque
nosso time é um time simplesmente inigualável. E eu sou muito grato
a Deus por isso. São pessoas com um trabalho muito bom. Gente com
mestrado em teologia, como o Pedro Pamplona. Gente que dá aula de
grego há muitos anos e com muita profundidade como o Guilherme
Nunes. Especialistas em suas áreas. Gostaríamos de poder trazer mais
gente para poder dar aula aqui. Nós temos sido muito gratos a Deus
pela confiança e pelo carinho de vocês no que nós temos fornecido.
Ótimo! Mas você tem ouvido e aprendido isso tudo para quê,
no fim das contas? Você dirá que é para glorificar o nome de Deus,
para edificar a sua fé e para entender mais sobre o Senhor. Mas, no
sentido prático, o que nós fazemos com isso tudo? Eu quero motivá-
lo a pensar, hoje, em plantação de igreja. Quero motivá-lo a pensar
sobre todo esse conteúdo que você tem aprendido aqui na Escola de
Teologia para ser usado para o benefício de outras pessoas, ser usado
para propagar o reino de Deus e para que a igreja do Senhor prevaleça
como coluna e baluarte da verdade. Quero tratar com vocês sobre o
ciclo paulino de Hesselgrave.
O ciclo paulino vem do livro Plantar igrejas: um guia para missões
nacionais e transculturais de David J. Hesselgrave. É um livro
clássico que guia muito o processo de pensar missões no mundo até
hoje. A edição que eu tenho foi publicada pela Edições Vida Nova
no ano de 1984, de 38 anos atrás. Este é um livro extremamente
necessário. É nesse livro que Hesselgrave apresenta o que ele chama
de ciclo paulino. O ciclo paulino é uma metodologia de se pensar a
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ali dentro. É fundamental que uma igreja ore quando tem sido uma
igreja que tem falhado em missões.
As Escrituras também são alicerce dessa obra. Se você olhar em Atos
15:1-5, verá o seguinte: “Alguns indivíduos que desceram da Judéia
ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume
de Moisés, não podeis ser salvos. Tendo havido, da parte de Paulo
e Barnabé, contenda e não pequena discussão com eles, resolveram
que esses dois e alguns outros dentre eles subissem a Jerusalém, aos
apóstolos e presbíteros, com respeito a esta questão. Enviados, pois, e
até certo ponto acompanhados pela igreja, atravessaram as províncias
da Fenícia e Samaria e, narrando a conversão dos gentios, causaram
grande alegria a todos os irmãos. Tendo eles chegado a Jerusalém,
foram bem-recebidos pela igreja, pelos apóstolos e pelos presbíteros
e relataram tudo o que Deus fez com eles. Insurgiram-se, entretanto,
alguns da seita dos fariseus que haviam crido, dizendo: É necessário
circuncidá-los e determinar-lhes que observem a lei de Moisés.”
Nós temos um ambiente de debate teológico muito intenso. Há
uma controvérsia acerca dos costumes de Moisés e eles vão procurar
os apóstolos para ajudá-los a definir o que Deus espera deles em termos
teológicos e bíblicos. A pregação do evangelho, não é um trabalho
pouco teológico. Pregar o evangelho, plantar novas igrejas, falar a
novos convertidos, não é um trabalho que cobra pouco conhecimento
de Deus. Você precisa conhecer Deus se você está interessado em
fazer algo realmente importante na vida das pessoas.
Somos muito preguiçosos às vezes. Achamos que a obra
missionária vai acontecer simplesmente por repetirmos frases
feitas. “Jesus te ama”, “creia no evangelho”, “Deus tem um plano
maravilhoso na sua vida”. Mas não é só isso. Você precisa saber
responder teologicamente as demandas que surgem, saber responder
teologicamente responder a partir da Palavra de Deus sobre as questões
que vão se manifestando ali. Sem a Palavra de Deus servindo com
um instrumento necessário para a transformação daqueles que ouvem,
você não tem um trabalho missionário real. Um trabalho missionário
real é um trabalho que consegue lidar com as demandas. Muitos dos
problemas que nós temos em missões vêm de pregadores que não são
teologicamente preparados para lidar com as demandas teológicas
daquele povo. Em Atos, surgiu uma contenda sobre guardar a lei de
Moisés e eles não se preocuparam sobre o que é mais conveniente, eles
se preocuparam com a Palavra. Com a Escritura, com a Palavra, eles
ouviram dos apóstolos que eram os baluartes fundadores da igreja.
“O que é o certo e o que é o errado?” Eles olharam para a Escritura.
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Missões são bem feitas, feitas direito, quando a Escritura dá base para
aquilo que é feito. E, claro, a igreja é quem agencia a obra missionária.
A Igreja é a principal agência missionária que existe: “Então,
pareceu bem aos apóstolos e aos presbíteros, com toda a igreja,
tendo elegido homens dentre eles, enviá-los, juntamente com Paulo
e Barnabé, a Antioquia: foram Judas, chamado Barsabás, e Silas,
homens notáveis entre os irmãos” (Atos 15:22).
Quem trabalha para a obra missionária? Aqueles que a igreja
escolheu. Como os irmãos foram levantados para levar esse evangelho
para longe? Aqueles que a igreja levantou. É a igreja quem decide,
ela quem envia, é a igreja que é instrumento e agência para levar
essa mensagem para os perdidos. Se a igreja é a agente, baseada nas
Escrituras, em atmosfera de oração e cheia do Espírito Santo, logo, esse
é um trabalho nosso de estar cada vez mais cheios do Espírito, cada
vez mais rodeados de oração, cada vez mais alicerçados na Escritura,
cada vez mais relacionados com a igreja, para que nós possamos viver
e praticar cada uma dessas coisas.
Vamos para os prazos do ciclo paulino. Hesselgrave oferece
uma perspectiva de prazos. Eu não gosto muito disso. É um dos pontos
que menos me atraiu, mas como ele coloca isso, eu também o farei e
conversamos a respeito. Hesselgrave oferece um cronograma.
O comissionamento de missionários deve demorar três meses
de planejamento e análise da área alvo onde a igreja deve ser plantada.
Na experiência missionária dele, esse é um tempo razoável. Talvez
em outras experiências missionárias esse tempo pode mudar. É bom
ter prazos para realizar projetos? Naquilo que depende de nós, talvez.
Naquilo que depende de nós é possível que prazos sejam úteis em
termos organizacionais. Tentamos planejar e analisar a área alvo
levantando pessoas, tentamos dar um prazo para isso. Três meses para
ter uma equipe, um local, saber quem é aquele povo e irmos lá tentar
plantar uma igreja.
A segunda fase de mais de três meses são os pontos 2 e 3: (2)
Contatar o auditório e (3) comunicar o evangelho. Hesselgrave fala
que isso deve durar três meses também, seus contatos iniciais devem
ser feitos. Aqui é interessante, porque depende de nós. Contatar o
auditório e pregar o evangelho em três meses, também é um prazo
razoável, segundo Hesselgrave.
Então, ele fala de mais três meses, onde os ouvintes são
convertidos e congregados. Aqui eu já começo a encrencar com
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durar a partir de dois anos e três meses. Talvez seja um ciclo de três,
quatro anos para uma igreja que nasceu já plantar outra igreja. É uma
visão bem interessante em termos de prazo. Na minha opinião, um
ciclo bem rítmico, mas você não pode levar a ferro e fogo nenhum
desses prazos aqui.
Mas como é esse ciclo paulino? No quarto slide temos o primeiro
momento do ciclo paulino, onde os missionários são comissionados.
Pensando em uma igreja que já existe, nós precisamos antes de tudo,
comissionar missionários. Fazemos isso levantando missionários em
nossa igreja. Nós lemos em Atos 13:1-4 que o Espírito Santo levanta
alguns missionários. Em Atos 15:39, nós temos outro momento onde
isso acontece: “Houve entre eles tal desavença, que vieram a separar-
se. Então, Barnabé, levando consigo a Marcos, navegou para Chipre.”
Aqui foi outro momento onde a obra missionária se estabelece por causa
de confusão também, quando Paulo e Barnabé entram em conflito.
“Mas Paulo, tendo escolhido a Silas, partiu encomendado pelos
irmãos à graça do Senhor. E passou pela Síria e Cilícia, confirmando
as igrejas” (Atos 15:40-41).
Nós temos missionários levantados. Às vezes em situações
conflituosas, às vezes em situações mais tranquilas como em Atos 13
e o Espírito Santo levando as pessoas ao serviço missionário.
Como comissionamos missionários? Primeiro, selecionando
missionários. Quem na comunidade, na igreja, talvez tenha talento
para isso, tenha interesse, tenha vontade, tino de levar o evangelho
a quem precisa? As pessoas às vezes acham que têm um chamado
missionário, mas quem decide se você realmente tem? É só você no seu
coração? No fim das contas, quem ajuda você a definir se você tem ou
não um chamado missionário é a sua igreja. É a igreja quem decide se
você tem um chamado missionário ou não. Então, é fundamental que
a igreja selecione aqueles que possam ter um chamado missionário. A
igreja tem que reconhecer esses missionários para que possam levar o
evangelho aqueles que precisam. É preciso de oração por essas pessoas.
É em um ambiente de oração e encorajamento onde isso funciona.
Pessoas precisam ser encorajadas e pastoreadas. No meu segundo
livro da série Grande comissão, chamado Faça discípulos ou morra
tentando, falamos bastante sobre esse tipo de cuidado missionário.
Deve haver oração e encorajamento. Deve haver treinamento.
Aqui na Escola de Teologia, você tem um ambiente de treinamento
Teológico. Missionários podem estar aqui treinando. Nós temos a
Academia de Missionários também, temos o Teologia Descomplicada,
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como abrira aos gentios a porta da fé” (Atos 14:26-27). Você tem
igrejas recebendo o testemunho dos missionários e ela mesma acaba
sendo encorajada para levar a mensagem do evangelho. Uma vez que
uma igreja é plantada e é cheia do Evangelho, essa igreja transmite
o interesse pela pregação do evangelho para outras igrejas também.
Essas parcerias entre igrejas são fundamentais para que a obra do
evangelho possa se propagar cada vez mais longe e ir a cada vez mais
gente.
Então, novamente o primeiro ponto, novos missionários são
convocados. Você tem essas parcerias , cuidados e relações, então
missionários saem e crescem ali dentro para alcançar um número
cada vez maior de pessoas. Este é o famoso ciclo paulino de David
Hesselgrave. Esta é uma forma muito eficaz e inteligente de plantar
igrejas.
Vamos concluir a aula considerando o que nós vimos até aqui. Em que
fase do ciclo paulino a sua igreja está. A maioria de nós está sabe onde?
Em nenhuma. A maioria de nós está simplesmente parado, engordando
com pregações do evangelho. Você vai no Youtube e adora assistir
vídeos de teologia. Você vai no instagram e fica acompanhando páginas
de masculinidade e feminilidade bíblica, sobre jovens, sobre pureza,
ou qualquer tema que você preferir acerca da fé e do cristianismo.
Compra livros, assina a Escola de Teologia, você está aprendendo
muitas coisas e você usa isso para quê? Discutir com seus colegas.
Você usa isso para debater em grupos de WhatsApp. Você usa isso
para ficar reclamando de coisas no Twitter ou no Facebook. Será que
foi para isso que Deus nos colocou no mundo? Seja sincero. Olhe
para a sua vida. O que você está fazendo com todo o conhecimento
bíblico que você tem? Você está aqui em um curso de teologia, em
uma comunidade de treinamento teológico, com aulas avançadíssimas
e isso é para quê?
No último dia você vai chegar diante de Deus e dizer: “Senhor, eis aqui
minha trend do Twitter. Aqui está, Senhor! Estudei e aprendi. Veja meu
textão no Facebook. Veja meu Reels do Instagram. Dediquei minha
vida ao conhecimento do Senhor e vivi como um grande degustador de
Teologia. Provando diz: ‘Falta uma pitada de calvinismo aqui… Falta
uma palha de ortodoxia… Não foi pressuposicionalista o bastante na
sua apologética’”? Você absolutamente não tem nada para fazer com
aquilo que você recebe. Você simplesmente acumula tesouros na terra.
Já parou para pensar que acumular tesouros na terra não fala só sobre
dinheiro? Fala também de tudo o que você valoriza aqui e onde está
o teu tesouro está aí também o seu coração. Então, teu tesouro está na
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teologia, mas é uma teologia que se tornou tão morta, tão vazia, tão
inútil, que não te move em direção a ninguém.
Deixe-me dar uma profecia aqui. Não sou profeta nem filho de um.
Mas todo movimento reformado vai morrer se não se converter em um
movimento de plantação de igrejas. Todo esse movimento de teologia
na internet, de ressurgimento das doutrinas da graça, de blogs, de canais
no YouTube, tudo isso vai acabar e vão voltar a ser aqueles pequenos
grupinho, altamente sectários e escondido que alcançam pouquíssimas
pessoas se não se converterem. Vão acabar se essa massa de jovens
cheios de vontade de debater teologia, que brigam todos os dias contra
a heresia da vez, não se converterem em plantar igreja, em encontrar
bairros carente, encontrar locais sem pregação do evangelho, encontrar
os povos que ainda não conheceram a Cristo e, então essas pessoas que
são extremamente preparadas intelectualmente, se tornarem também
preparadas ministerialmente para poderem levar o evangelho a quem
precisa realmente, levar o evangelho aqueles que estão padecendo. A
internet já tem bastante teologia, tem bastante curso, bastante vlog,
bastante vídeo no YouTube. Nada disso é um problema. Eu faço essas
coisas. Mas se o nosso coração não estiver posto em começar novas
igrejas, em plantar novas comunidades e alcançar os perdidos, nós nos
tornamos sommeliers da fé.
Já viu um sommelier de vinho? Vai a um restaurante caro, pede um
vinho caríssimo, de centenas de reais, às vezes milhares, coloca o
vinho na taça. Balança a taça e a põe contra a luz, cheira, leva à boca,
bochecha o vinho e cospe o vinho!
Percebe que somos nós? Somos pessoas que sentamos no computador,
ouvimos teologia, aprendemos a Palavra de Deus, decoramos assuntos
teológicos, debatemos sobre várias interpretações, compartilhamos
coisas da Escritura e não deixamos que nada “desça” para transformar
quem nós somos. Sabe porque eu sei que somos assim? Porque
ninguém à nossa volta é transformado, porque quando o evangelho
começa a trabalhar dentro de um homem, o evangelho nunca termina
seu trabalho naquele homem. Ele sempre continua para além daquele
homem. Se o evangelho está trabalhando em você, ele está trabalhando
para além de você. Se o evangelho está te mudando, ele está mudando
quem está perto de você, porque você não consegue manter esse
evangelho enclausurado no seu corpo, ele avança para além de você
porque o evangelho foi feito para ser transmitido para o outro. Você o
recebe e você o transmite.
Diante de tanta necessidade, diante de tanta gente perdida, que ainda
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