MONOGRAFIA PDF UFMG Autismo
MONOGRAFIA PDF UFMG Autismo
MONOGRAFIA PDF UFMG Autismo
Belo Horizonte
2022
Kelly Soares de Melo Sales
Belo Horizonte
2022
RESUMO
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................... 8
3 RELATO DE CASO............................................................................................ 17
3.2 Resultados...................................................................................................... 19
REFERÊNCIAS………………………………………………………………………….21
ANEXO................................................................................................................. 24
8
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
sensorial que esse órgão precisa para o processo de aprendizagem. Por essa
razão, ―mesmo quando são muito inteligentes, os pacientes com baixa integração
sensorial podem não responder de acordo com o potencial intelectual que
possuem‖ (MONTEIRO et al., 2021, p. 125).
Assim, a integração sensorial de Ayres é fundamental para a capacidade de
realizar atividades da vida diária, como vestir-se de manhã, brincar no parque
infantil, participar de esportes coletivos ou participar de uma festa de aniversário.
Frequentemente, problemas na condição clínica se manifestam como sintomas
emocionais e comportamentais, incluindo ansiedade, agressão e desatenção
(MATTOS, 2019).
Embora transtornos sensoriais possam ocorrer em indivíduos que não tem
autismo, o transtorno de integração sensorial não é reconhecido como um
transtorno autônomo (CARDOSO; BALNCO, 2017), embora esses transtornos
ocorram em indivíduos sem o diagnóstico de autismo (SHIMIZUI; MIRANDA,
2012). Reconhece-se que as dificuldades com o processamento sensorial estão
associadas ao autismo, no entanto. De fato, três quartos das crianças com
transtorno do espectro autista apresentam sinais de transtorno de processamento
sensorial (POSAR, 2018).
Para obter o melhor resultado, tanto o transtorno de integração sensorial
quanto o transtorno de aspecto autista devem ser tratados simultaneamente por
meio de um plano de tratamento abrangente, no qual toda a equipe de intervenção
tem como alvo os sintomas de ambos os distúrbios (CARDOSO; BALNCO, 2017).
Os métodos de tratamento podem incluir:
3 RELATO DE CASO
O paciente com o nome fictício de Pablo, filho único, morava com os pais e
avó materna no interior de Minas Gerais. Apresentava dificuldades na
comunicação verbal, na socialização, estereotipias, comportamento agitado, baixa
compreensão de comandos simples, dificuldades de contato visual e dificuldades
de coordenação motora fina. Após receber o diagnóstico pelo médico
neuropediatra de Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), foi encaminhado para
a intervenção da terapia ocupacional aos 3 anos de idade.
Em função de suas dificuldades de processamento sensorial, a terapeuta
realizou um levantamento de dados da história de vida do paciente, com o parecer
do médico e da escola, no sentido de ter mais informações sobre o seu nível de
funcionamento em diversos contextos.
A intervenção na criança ocorreu durante 2 anos. A intervenção foi realizada
em um setting terapêutico, duas vezes por semana em sessões individuais de 40
minutos cada. A mãe da criança autorizou informalmente a escrita do relato de
caso. Foi garantido que os dados pessoais da criança e de sua família seriam
mantidos em total sigilo. Em vista disso, os nomes descritos no trabalho são
fictícios. A experiência de intervenção aqui relatada permitiu a produção de
algumas reflexões, as quais compõem a discussão que se segue.
Além da anamnese, os pais da criança responderam dois instrumentos de
avaliação: Avaliação Pediátrica de Incapacidade (PEDI) e a Avaliação do Perfil
Sensorial-2 (DUNN, 2008) (ver anexo). O primeiro visa obter uma descrição
detalhada do desempenho funcional da criança, documentando seu
desenvolvimento em três áreas funcionais: autocuidado, mobilidade e função
social. A Avaliação do Perfil Sensorial-2 tem por objetivo apresentar informações
sobre o limiar de resposta da criança aos diferentes estímulos sensoriais, o seu
desenvolvimento e grau de autonomia nas atividades de vida diária e padrões de
seu comportamento no contexto domiciliar, na escola e na comunidade.
Diante do comportamento agitado e baixa compreensão de comandos
simples de Pablo, não foi possível realizar o teste padronizado de triagem Denver-
II para avaliar seu desenvolvimento nos seguintes domínios: pessoal-social,
coordenação motora fina, coordenação motora grossa e, finalmente, motor grosso
18
3.2 Resultados
REFERÊNCIAS
BRENTANI, H.; PAULA, C.; BORDINI, D.; ROLIM, D.; SATO, F.; PORTOLESE, J.;
PACIFICO, M.; MCCRACKEN, J. Autism spectrum disorders: an overview on
diagnosis and treatment. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 35, 2013.
CAMPISI, L.; IMRAM, N.; NAZEER, A.; SKOKAUSKAS, N.; AZEEM, M. Autism
spectrum disorder. British Medical Bulletin, v. 127, pp. 91–100, 2018. Disponível
em:< https://academic.oup.com/bmb/article/127/1/91/5073298?login=true> acesso
em: março, 2022.
DUNN, Winnie. Manual perfil sensorial 2. Brasil. 1 ed. Editora Pearson Clinical,
2017.
HYMAN SL, LEVY SE, MYERS SM, AAP Identification, Evaluation, and
Management of Children with Autism Spectrum Disorder. Council on Children
With Disabilities, Section on Developmental and Behavioral Pediatrics, v. 145, n.
1, pp. 1 - 11, 2020. Disponível em:< https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31843864/>
acesso em: jan. 2022.
LI, M.; ZHAO, S.; CHEN, W.; HUANG, T.; CHEN, L. Knowledge and Attitudes
toward Genetic Testing for Autism Spectrum Disorders among Parents of Affected
Children in Taiwan. Genes, v. 13, pp. 239 2022. Disponível
em:<https://doi.org/10.3390/genes13020239> acesso em: fev. 2022.
22
MONTEIRO, R.; SANTOS, C.; ARAUJO, R.; GERROS, D.; ROCHA, A. Percepção
de Professores em Relação ao Processamento Sensorial de Estudantes com
Transtorno do Espectro Autista. Rev. Bras. Ed. Esp., Bauru, v.26, n.4, p.623-638,
out.- dez., 2020. Disponível em:<
https://www.scielo.br/j/rbee/a/6mdg7TjHZHpSgZzsBCxZ6Ss/?format=pdf&lang=pt
> acesso em: março, 2022.
RIBEIRO, S.; PAULA, C.; BORDINI, D.; MARI, J.; CAETANO, S. Barriers to early
identification of autism in Brazil. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 39, pp. 352–
354, 2017. Disponível em: <
https://www.scielo.br/j/rbp/a/RFkqgsBhSvWDxtDjKWcmKZj/?format=pdf&lang=en>
acesso em: jan. 2022.
23
ANEXOS
Nome
ELIZANGELA
Sexo
Masculino
Parentesco
Mãe
Profissão
Escolaridade
Médio completo
Hospitalizada
Hospitalizada em reabilitação
Moradia
Casa
Outros
Série escolar
2 período
Criança
Nome
Sexo
Masculino
Idade
3 anos e 5 meses
Nascimento
24/10/2018
Cadastro
06/04/2022 às 23:40:14
Examinador
Nome
KELLY SOARE DE MELO SALES
Profissão
TERAPEUTA OCUPCIONAL
Instituição
SEER
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Sobre a avaliação
Área de Autocuidado
A: TEXTURA DOS ALIMENTOS
1) Come alimento batido/amassado/coado Realiza
2) Come alimento moído/granulado Realiza
3) Come alimento picado/em pedaços Realiza
4) Come comida de texturas variadas Realiza
B: UTILIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS
5) Alimenta-se com os dedos Realiza
6) Pega comida com colher e leva até a boca Realiza
7) Usa bem a colher Realiza
8) Usa bem o garfo Não realiza
9) Usa faca para passar manteiga no pão, corta alimentos macios Não realiza
D: HIGIENE ORAL
15) Abre a boca para limpeza dos dentes Não realiza
16) Segura escova de dente Não realiza
17) Escova os dentes, porém sem escovação completa Realiza
18) Escova os dentes completamente Realiza
19) Coloca creme dental na escova Não realiza
G: LAVAR AS MÃOS
29) Mantém as mãos elevadas para que as mesmas sejam lavadas Realiza
30) Esfrega as mãos uma na outra para limpá-las Realiza
31) Abre e fecha torneira e utiliza sabão Não realiza
32) Lava as mãos completamente Não realiza
33) Seca as mãos completamente Não realiza
J: FECHOS
44) Tenta participar no fechamento de vestimentas Não realiza
45) Abre e fecha fecho de correr, sem separá-lo ou fechar o botão Não realiza
46) Abre e fecha colchete de pressão Não realiza
47) Abotoa e desabotoa Não realiza
48) Abre e fecha o fecho de correr (zíper), separando e fechando colchete/botão Não realiza
K: CALÇAS
49) Auxilia colocando as pernas dentro da calça para vestir Realiza
50) Retira calças com elástico na cintura Realiza
51) Veste calças com elástico na cintura Realiza
52) Retira calças, incluindo abrir fechos Não realiza
53) Veste calças, incluindo fechar fechos Não realiza
L: SAPATOS/MEIAS
54) Retira meias e abre os sapatos Realiza
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M: TAREFAS DE TOALETE
59) Auxilia no manejo de roupas Realiza
60) Tenta limpar-se depois de utilizar o banheiro Não realiza
61) Utiliza vaso sanitário, papel higiênico e dá descarga Não realiza
62) Lida com roupas antes e depois de utilizar o banheiro Não realiza
63) Limpa-se completamente depois de evacuar Não realiza
N: CONTROLE URINÁRIO
64) Indica quando molhou a fralda ou calça Não realiza
65) Ocasionalmente indica necessidade de urinar (durante o dia) Não realiza
66) Indica, consistentemente, necessidade de urinar e com tempo de utilizar o
banheiro(durante o dia) Não realiza
67) Vai ao banheiro sozinho para urinar (durante o dia) Não realiza
68) Mantém-se constantemente seco durante o dia e à noite Não realiza
O: CONTROLE INTESTINAL
69) Indica necessidade de ser trocado Não realiza
70) Ocasionalmente manifesta vontade de ir ao banheiro (durante o dia) Não realiza
71) Indica, constantemente, necessidade de evacuar e com tempo de utilizar o
banheiro(durante o dia) Não realiza
72) Faz distinção entre urinar e evacuar Não realiza
73) Vai ao banheiro sozinho para evacuar, não tem acidentes intestinais Não realiza
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Legenda
Realiza.
Não realiza, mas possui habilidade para realizar.
Não realiza, dentro da faixa de desenvolvimento.
Não realiza, além da habilidade de realizar.
D: HIGIENE ORAL
J: FECHOS
O: CONTROLE INTESTINAL
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