23920k-Diretrizes Urticaria Na Crianca e Adolesc

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DIRETRIZES

da Sociedade Brasileira de Pediatria

Nº 118, 24 de Novembro de 2023

Abordagem da urticária
na criança e no adolescente

Herberto José Chong Netoa, Ana Caroline Dela Bianca Meloa,


Jackeline Motta Francoa, Fábio Chigres Kuschnira, Renan Augusto Pereiraa,
Gustavo Falbo Wandalsena, Vânia Oliveira de Carvalhob,
Jandrei Rogério Markusb, Bruno Acatauassu Paes Barretoa,
Juliana Araujo de Oliveira Cunhaa, Clóvis Francisco Constantinoc,
Luciana Rodrigues Silvad, Dirceu Soléd

a) Departamento Científico de Alergia (Gestão 2022-2024);


b) Departamento Científico de Dermatologia (Gestão 2022-2024);
c) Presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (Gestão 2022-2024);
d) Diretoria Científica da Sociedade Brasileira de Pediatria (Gestão 2022-2024)
ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

D598 Abordagem da urticária na criança e no adolescente / Sociedade Bra-


sileira de Pediatria. Departamentos Científicos de Alergia e Dermatologia.
São Paulo: SBP, 2023.
15 f.

Herberto José Chong Neto, Ana Caroline Dela Bianca Melo, Jackeline
Motta Franco, Fábio Chigres Kuschnir, Renan Augusto Pereira, Gustavo
Falbo Wandalsen, Vânia Oliveira de Carvalho, Jandrei Rogério Markus,
Bruno Acatauassu Paes Barreto, Juliana Araujo de Oliveira Cunha, Clóvis
Francisco Constantino, Luciana Rodrigues Silva, Dirceu Solé.
ISBN: 978-65-85299-02-2.

1. Urticária. 2. Alergia. 3. Dermatologia. 4. Pediatria. I. Sociedade


Brasileira de Pediatria. II. Título.

SBP/RJ
CDD: 616.51

2 Sociedade Brasileira de Pediatria


ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

Índice
Introdução ........................................................................................................ 4
Fisiopatogenia .................................................................................................. 4
Quadro clínico .................................................................................................. 4
Diagnóstico ...................................................................................................... 5
Urticária Aguda ............................................................................................ 5
Urticária Crônica .......................................................................................... 6
Tratamento ....................................................................................................... 7
Farmacológico ............................................................................................. 7
Antihistamínico ....................................................................................... 7
Anticorpo anti-IgE ................................................................................. 10
Ciclosporina ......................................................................................... 10
Urticária aguda .......................................................................................... 10
Urticária Crônica ........................................................................................ 13
Referências bibliográficas ................................................................................ 14

Sociedade Brasileira de Pediatria 3


ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

Introdução A incidência cumulativa de todos os tipos de urticária


é estimada em 3,5% a 8% em crianças, atingindo 16%
a 24% em adolescentes.2 A urticária aguda é a mais
O Consenso Internacional de Urticária, que teve a par-
frequente, podendo estar associada ao angioedema em
ticipação da Sociedade Brasileira de Pediatria (única
8,8% das crianças.3 Poucos dados estão disponíveis
sociedade de pediatria do mundo) e seu Departamento
sobre a epidemiologia da urticária crônica em crianças
Científico de Alergia, define urticária como uma condição
e dados de outros países indicam prevalência que varia
clínica caracterizada pelo aparecimento de urticas. A ur-
de 0,1% a 0,3%4.
tica é uma lesão elevada, com edema central de tama-
nho variável, quase sempre circundada por eritema, de
natureza fugaz, com retorno da pele ao seu aspecto nor-
mal entre 30 minutos e, no máximo, 24 horas (Figura 1). Fisiopatogenia
O mecanismo fisiopatológico das urticárias é complexo
e envolve a liberação de histamina e outros mediadores
inflamatórios pelos mastócitos cutâneos. Nas urticá-
rias agudas (por alimentos, insetos e medicamentos),
na maioria das vezes, ocorre uma reação de hipersen-
sibilidade tipo I, mediada por anticorpo IgE específico
que se liga ao mastócito e facilita a sua degranulação
quando em contato com o alérgeno contra o qual foi
sintetizada.

Por outro lado, nas urticárias crônicas, múltiplos fato-


res etiopatológicos estão implicados. O principal deles
são autoanticorpos que se ligam aos receptores de IgE
nos mastócitos, desencadeando a liberação de hista-
mina, prostaglandinas, triptase e estimulando citocinas
Figura 1. Urtica inflamatórias. Outros mecanismos também podem estar
presentes, como o envolvimento da cascata de coagula-
As lesões podem ocorrer em qualquer região da pele e ção, complemento e inflamação neurogênica.5
das mucosas, como consequência da vasodilatação e
do edema da derme superficial e estão geralmente as-
sociadas a prurido intenso (embora sensação de quei-
mação possa ocorrer). A urticária pode estar associada
Quadro clínico
ou não ao angioedema, que se apresenta como edema A história clínica e o exame físico são essenciais para o
súbito e pronunciado da derme profunda e do subcutâ- diagnóstico de urticária e o estabelecimento de provável
neo, ou das mucosas, com sensação de dor, mais do etiologia. Clinicamente, a urticária pode ser classificada
que de prurido local, e resolução mais lenta, podendo de acordo com o tempo decorrido desde o início das
durar até 72 horas (Figura 2)1. manifestações clínicas em aguda e crônica; esta clas-
sificação ajuda na investigação etiológica da doença.
A urticária AGUDA (UA) ocorre quando os sinais e sinto-
mas persistem por menos de seis semanas; já na urti-
cária CRÔNICA (UC), há manifestações diárias ou quase
diárias por mais de seis semanas (Quadro 1).1

Qualquer fármaco, por qualquer via de administração, é


capaz de desencadear urticária e angioedema. No inter-
rogatório, é importante questionar não somente sobre
medicações prescritas, mas também sobre fitoterápi-
cos, medicamentos homeopáticos, dentre outras.

O exame físico deve incluir: sinais vitais, identificação e


caracterização das lesões atuais e sua extensão, tes-
te para dermografismo (isto é, urticária que aparece
Figura 2. Angioedema pela pressão localizada provocada pelo toque com a

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ponta romba de uma caneta ou abaixador de língua) e nariz, garganta, linfonodos, abdômen e sistema mus-
exame cardiopulmonar para ajudar a identificar anafila- culoesquelético pode ajudar a identificar causas sub-
xia ou causas infecciosas. O exame dos olhos, ouvidos, jacentes7.

Quadro 1. Classificação das urticárias e suas principais causas1,6

Urticária Aguda Infecciosas (virais, bacterianas, fúngicas e parasitárias)


Duração menor do que 6 semanas Alimentos
Medicamentos
Alérgenos inalatórios
Picadas de inseto
Idiopática

Urticária Crônica Urticária Crônica Espontânea (UCE)


Duração maior do que 6 semanas Urticárias Crônicas Induzidas:
Dermografismo sintomático
Urticária ao frio
Urticária ao calor
Urticária de pressão tardia
Urticária solar
Urticária colinérgica
Urticária vibratória
Urticária aquagênica
Urticária de contato

Diagnóstico ções parasitárias por Strongyloides, Toxocara e filária


podem ser causas de angioedema isolado.
Urticária Aguda Algumas crianças com infecção viral recebem antibió-
ticos b-lactâmicos e evoluem com urticária, sendo co-
Na urticária aguda, não é recomendado qualquer pro-
mum atribuir ao medicamento o fator causal. Entretanto,
cedimento diagnóstico de rotina, uma vez que, habitu-
na maioria dos casos em que se realiza o teste de pro-
almente, a urticária aguda tem curso autolimitado e sem
vocação oral com o antibiótico, o resultado é negativo.
complicações (Figura 3). As infecções são consideradas
Por isso, não se deve estabelecer diagnóstico definitivo
a causa mais frequente de urticária aguda em crianças,
de alergia a drogas antes que o paciente seja devida-
seguidas por medicamentos e alimentos. Vários vírus
mente avaliado por especialista e que testes de provo-
causadores de infecções do trato respiratório superior e
cação oral possam ser realizados, evitando rotulagens
inferior, incluindo adenovírus, enterovírus, rotavírus, vírus
indevidas.12
sincicial respiratório e outros podem ser responsáveis
pelo quadro.8 Infecções bacterianas de diversos diversos No caso da suspeita de alergia mediada por IgE, a rea-
sistemas ou localizações (respiratório, gastrointestinal, lização de testes alérgicos cutâneos ou dosagem sérica
trato urinário, pele ou sepse) também podem estar asso- de IgE específica devem ser consideradas. Em nosso
ciadas a diferentes tipos de urticária.6,9 meio, alimentos e veneno de insetos himenópteros são
causas relevantes de urticária IgE mediada, podendo
A associação com Mycoplasma spp. é frequente, princi- também a urticária aguda ser um dos sintomas de uma
palmente em crianças com urticária aguda. Pneumonia reação anafilática.
por Clamydia é menos relatada como causa de urticá-
ria aguda, recorrente e crônica.10 A associação de dife- Outras causas de urticária aguda são os analgésicos
rentes tipos de urticária a infecções parasitárias pode e anti-inflamatórios não esteroidais (AINE), que po-
desempenhar um papel nas regiões endêmicas.11 Infec- dem provocar urticária por mecanismos imunológicos

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ou não imunológicos.12 Muitas vezes, a urticária por ção adequada destes casos, para que o paciente seja
AINE se manifesta apenas com angioedema, sem o corretamente orientado e para que novas reações não
aparecimento de urticas. É fundamental a investiga- ocorram.13

Figura 3. Máculas eritematosas que desaparecem a vitropressão e urticas arciformes e circinadas nos membros de uma
adolescente com urticária aguda.

A presença de angioedema sem urticária recorrente re- da urticária. Por exemplo, em caso de suspeita de
quer a investigação quanto ao uso de medicamentos ini- urticária crônica espontânea (UCE), recomenda-se
bidores da enzima de conversão da angiotensina (ECA) realizar hemograma, (velocidade de hemossedimenta-
ou AINE. Outras causas, como a deficiência do inibidor ção) ou (proteína C reativa) e afastar fármacos de uso
de C1 esterase, também devem ser consideradas, es- contínuo suspeitos. A realização de screening geral
pecialmente em pacientes sem queixa de prurido e com intensivo está fortemente contraindicado. Em pacien-
mais casos na família (angioedema hereditário) ou em tes em acompanhamento com especialistas, indica-se
associação a doenças linfoproliferativas e colagenoses avaliação da IgE total e IgG anti-tireoperoxidase.
(angioedema adquirido). Na presença de sintomas induzidos, lembrar dos dife-
rentes tipos de urticária crônica induzida (Quadro 1) e
suspeitar de outros diagnósticos quando a urticária es-
Urticária Crônica tiver acompanhada de febre recorrente de origem inde-
terminada, dor articular, mal-estar, doença autoinflama-
O diagnóstico de UC é essencialmente clínico tória, placa urticariforme que dure mais de 24 horas em
(Figura 4), em sua maioria, pois o diagnóstico etiológico cada localização e outros sintomas suspeitos.
muitas vezes pode não ser definido. Autoimunidade, re-
ações não alérgicas a alimentos, fármacos e infecções Assim como em adultos, cerca de 30% das crianças
podem ser causas de UC, e a obtenção de história com UCE apresentam autoanticorpos anti-IgE ou anti-
completa é a chave para o diagnóstico. A recomenda- -receptor de alta afinidade para IgE14, sugerindo-se que
ção atual é a realização de exames complementares os mecanismos imunológicos da fisiopatologia da UC
guiados pela história clínica, de acordo com o subtipo na criança sejam similares aos do adulto.

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Figura 4. Urticas eritematosas arciformes e circinadas no tronco de um adolescente com urticaria crônica.

Biomarcadores têm sido estudados em adultos para Farmacológico


prever a evolução da doença e seu prognóstico, como
a presença de eosinopenia15; positividade no teste do Entre os fármacos utilizados no tratamento da urticária
soro autólogo, aumento dos níveis plasmáticos de estão disponíveis: os anti-histamínicos, corticosteroide
D-dímero, IgE sérica baixa e basopenia.16,17 Entretanto, orais, imunossupressores e agentes biológicos.
estes possíveis biomarcadores da UCE necessitam ser
mais bem avaliados na população pediátrica, pois ne-
nhum foi identificado até o momento nesta faixa etária. Anti-histamínicos
Os anti-H1 são classificados em anti-histamínicos de
primeira geração (sedativos ou antigos) ou de segun-
da geração (não-sedativos, novos). A maioria dos de
Tratamento primeira geração foram introduzidos antes mesmo da
O tratamento da urticária objetiva o controle completo existência de agências regulatórias e de estudos de far-
da doença, considerando a segurança e a qualidade de macologia clínica serem exigidos. A avaliação farmaco-
vida do paciente. cinética e farmacodinâmica em indivíduos saudáveis e
para a maioria dos grupos vulneráveis, como crianças,
O tratamento inicial da urticária pode diferir na dependên- não são disponíveis, bem como estudos de interações
cia da sua forma de apresentação: aguda ou crônica. As- medicamentosas. Por outro lado, os anti-H1 de segun-
sim a obtenção de histórico detalhado sobre o episódio da geração foram amplamente avaliados em indivíduos
atual e anteriores permitirá a instalação de condutas mais saudáveis e em populações vulneráveis, assim como
específicas (remoção de drogas, alimentos entre outros) suas interações farmacológicas e com alimentos18.
bem como de medidas terapêuticas mais apropriadas. (Quadro 2)

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Quadro 2. Classificação dos anti-histamínicos H1 disponíveis no Brasil, de acordo com a classe funcional e química.

Classe funcional
Classe
química
1ª geração 2ª geração

Alquilaminas Bronfeniramina, Clorfeniramina, Dexclorfeniramina —


Piperazinas Hidroxizina Cetirizina, Levocetirizina
Bilastina, Desloratadina, Ebastina,
Piperidinas Ciproheptadina, Cetotifeno
Fexofenadina, Loratadina, Rupatadina
Etanolaminas Difenidrato, Clemastina —
Etilenodiaminas — —
Fenotiazinas Prometazina —
Outros Doxepina —

Os anti-histamínicos H1 não têm ação seletiva pelo ganho de peso), anti-alfa-adrenérgica (tontura e hipo-
receptor H1 e podem causar eventos adversos em tensão ortostática) e agonismo inverso nos receptores
vários sistemas do organismo. Podem causar eventos H1 no SNC, inibição da neurotransmissão em neurô-
adversos decorrentes da ação anti-muscarínica (mi- nios histaminérgicos (redução do alerta, cognitivo,
dríase, olho seco, boca seca, constipação e retenção aprendizado, memória, sedação, fadiga e sonolência)18.
urinária), anti-serotoninérgica (aumento do apetite e (Figura 5)

Figura 5. Eventos adversos potenciais dos anti-histamínicos H1 de primeira geração.

Modificado de Simons FE18.

Em doses baixas ou dose padrão, AH anti-H1 de geração aumentam a latência do aparecimento do


primeira geração atravessam a barreira hematoen- sono REM (Rapid eyes movement) repousante e di-
cefálica (BHC) e ocupam mais de 70% dos recepto- minui a duração do mesmo, causando sonolência
res H1 do SNC. A penetração na BHC é dependen- excessiva no dia seguinte, com redução do estado
te da lipofilicidade e do baixo peso molecular do AH. de alerta e da capacidade cognitiva19. (Figura 6) Para
Redução da atividade do SNC pode ocorrer em indi- que um AH seja considerado não sedativo sua ocu-
víduos saudáveis e assintomáticos. Quando adminis- pação dos receptores H1 cerebrais não deve exceder
trado no horário de dormir, os AH anti-H1 de primeira a 20%20.

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Figura 6. Ciclo sono / vigília e os efeitos de um anti-histamínico H1 de primeira geração levando à sonolência
durante o dia e sono anormal à noite.

Anti-histamínicos
primeira
geração
Despertado

Despertado Despertado

Sono REM
latente ou
reduzido
Adormecido

Despertado

Noite Dia Noite Dia

Modificado de Church MK et al19.

Um painel de experts da Academia Europeia de Alergia, c) dose noturna não é funcional;


Asma e Imunologia (EAACI) sumarizou os efeitos dos AH d) alguns pacientes são mais vulneráveis: mulheres,
de primeira geração sobre o SNC20: idosos, hepatopatas e nefropatas; e
a) redução da função, mesmo com doses abaixo das e) tolerância a sedação não é comum.
recomendadas pelo fabricante;
b) efeitos similares aos da ingestão de álcool ou benzo- No Quadro 3 destacamos as vantagens e desvantagens
diazepínicos; dos anti-histamínicos H1 de primeira e segunda gerações.

Quadro 3. Comparação dos anti-histamínicos de primeira e segunda geração.

Anti-histamícos H1

Primeira geração Segunda geração

Três a quatro tomadas diárias Uma a duas tomadas ao dia

Atravessam a BHE Não atravessam a BHE

Diversos eventos adversos Sem eventos adversos

Toxicidade Sem toxicidade

Ausência de estudos controlados Estudos controlados, inclusive em crianças

Letalidade em lactentes e crianças Ausência de letalidade, mesmo em superdosagens


Modificado de Church MK et al19.

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Anticorpo anti-IgE Uma vez que os sintomas estejam totalmente controla-


dos por pelo menos 6 meses, o espaçamento progressi-
Os pacientes com urticária refratária a doses altas de vo entre as doses tem-se mostrado uma boa estratégia
anti-histamínicos têm indicação de tratamento com para a retirada gradual da droga, a fim de se verificar se
anticorpos monoclonais anti-IgE21,22. O omalizumabe é a urticária ainda está ativa22,24.
um anticorpo monoclonal humanizado que se liga
à porção Fc da IgE circulante, impedindo a ligação desta Ciclosporina
ao seu receptor de alta afinidade presente nos mastóci-
A ciclosporina é um imunossupressor indicado para o
tos e diminuindo a expressão destes receptores, o que
tratamento das urticárias quando não há resposta ao
resulta em menor ativação mastocitária e diminuição na
omalizumabe, ou na impossibilidade de tratamento com
liberação de mediadores, incluindo a histamina23. Até o
o imunobiológico. A dose a ser utilizada varia de 3 a
momento, o omalizumabe é o único imunobiológico li- 5mg/kg/dia, e é fundamental o monitoramento das fun-
cenciado para o tratamento da UCE em pacientes maio- ções renal, hepática e da pressão arterial durante todo o
res de 12 anos (embora tenha indicação em bula para tratamento, que em geral não deve passar de dois anos.
crianças com asma a partir de 6 anos). Uma revisão sistemática sobre o tratamento da urticária
crônica em crianças não observou efeito adverso rela-
A dose recomendada para o tratamento com o omali- cionado à ciclosporina em 18 pacientes tratados, com
zumabe em pacientes maiores de 12 anos é de 300mg resposta completa em todos entre 2 dias e 3 meses25.
a cada 4 semanas - cada ampola ou seringa pré-pre-
enchida contém 150mg da droga. O tratamento deve
ser mantido por tempo indeterminado, até que a urti- Urticária aguda
cária entre em remissão. Foram observados dois per- O passo inicial no tratamento da urticária aguda é sem-
fis de respondedores nos estudos clínicos, e o mesmo pre detec­tar a presença de anafilaxia. Nessa condição,
pode ser visto em estudos de vida real: a maior parte a medicação a ser utilizada é a adrenalina intra­muscular.
dos pacientes apresenta melhora dos sintomas nos pri- Em seguida, o histórico detalhado nos dirá se há fatores
meiros 30 dias após o início do tratamento, enquanto- desencadeantes (alimentos, drogas, outros) e estes de-
que para alguns, o tempo de resposta pode ser de até verão ser eliminados e qual tratamento medicamentoso
6 meses24. deverá ser ins­tituído (Figura 7).

Figura 7. Abordagem da urticária aguda na criança

Urticária aguda

1. História clínica avaliando possíveis fatores desencadeantes:


drogas, alimentos, picadas de insetos ou infecções
2. Exame físico
3. Testes laboratoriais, quando indicado pela história clínica e exame físico
4. Evitar fatores agravantes.

NÃO GRAVE GRAVE*

Se critérios Anti-histamínico injetável


Anti-histamínico Corticosteroide
para anafilaxia
de segunda geração
ADRENALINA IM. Avaliar admissão hospitalar

– Para pacientes com urticária generalizada pode ser prescrito corticoide (prednisolona 1mg/Kg/dia) por não mais que 10 dias.
– Drogas ou substâncias que podem agravar a urticária, como aspirina, AINEs, codeína e morfina devem ser evitadas.
* Edema e eritema de face e pescoço, urticária generalizada, desconforto respiratório e/ou sintomas cardiovasculares.

10 Sociedade Brasileira de Pediatria


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Recomenda-se o uso de anti-histamínicos H1 (anti-H1) em crianças e sua segurança em longo prazo foi bem
de segunda geração como primeira linha para o trata- estabelecida na população pediátrica1. As dosagens e
mento da urticária aguda, pois, além da eficácia com- idade de uso, em bula estão representadas no Quadro
provada, apresentam excelente perfil de segurança.26 629. O uso de anti-histamínicos H1 de segunda gera-
Muitos pediatras utilizam anti-H1 de primeira geração ção deve ser mantida por algumas semanas após a
como tratamento de escolha para a urticária; no en- melhora da urticária, podendo-se reduzir a dose.
tanto, alguns anti-H1 de segunda geração são licen-
Para os pacientes que não respondem a doses habi-
ciados para crianças a partir dos 6 meses de idade em
tuais de anti-H1 de segunda geração, a dose padrão
muitos países, enquanto que a recomendação para os
(descrita em bula) pode ser aumentada até quatro ve-
anti-H1 de primeira geração é menos clara, visto que
zes, para alguns deles como a desloratadina, bilastina,
foram licenciados numa época em que o código de
levocetirizina, cetirizina, fexofenadina e rupatadina. Não
boas práticas clínicas para a indústria farmacêutica era
é recomendado utilizar-se doses acima dessas, bem
menos rigoroso. No Quadro 4 é apresentado o perfil
como combinar anti-histamínicos diferentes ao mes-
farmacodinâmico dos anti-H1 de segunda geração. Os
mo tempo. Em casos mais graves (com angioedema
anti-H1 de primeira geração apresentam mais efeitos
ou urticária generalizada, por exemplo), corticosteroi-
adversos em comparação aos de segunda geração,
des como prednisona ou prednisolona (0,5 a 1 mg/kg
devendo sua recomendação ser desencorajada1. No
por dia) podem ser adicionados por três a 10 dias para
Quadro 5 são apresentadas as características clínicas
controlar os sintomas.30,31
dos anti-histamínicos H1 de segunda geração. A ce-
tirizina, desloratadina, fexofenadina, levocetirizina, ru- Na Figura 7 é apresentado fluxograma de avaliação e
patadina, bilastina e loratadina foram bem estudadas tratamento da urticária aguda.

Quadro 4. Características farmacológicas dos anti-histamínicos H1 de segunda geração

Pico plasmático Início de ação Meia-vida


Anti-H1 Jejum
(horas) (horas) (horas)

Bilastina 1,3 1 14,5 Sim

Cetirizina 0,5 - 1 ND 10 Não

Desloratadina 13 2 27 Não

Ebastina 2,6 - 4 2 15 -19 Não

Fexofenadina 1-3 2 11 -15 ND

Levocetirizina 0,8 – 1,3 1 7,9 Não

Loratadina 1 - 1,5 1 8,4 Não

Rupatadina 0,75 2 4,3 – 14,3 Não


Modificado de Sanchez-Borges et al – e Kawauchi et al .
27 28

Quadro 5. Perfil clínico dos anti-histamínicos H1 de segunda geração.

Caracte- Fexofe- Levocetirizina Deslora-


Bilastina Cetirizina Loratadina Ebastina
rísticas nadina tadina

Seletividade H1 +++ + + ++ + ++ ++
Ajuste de dose
na insuficiência Não Não Sim Sim Sim Cautela Cautela
renal

continua...

Sociedade Brasileira de Pediatria 11


ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

... continuação

Caracte- Fexofe- Levocetirizina Deslora-


Bilastina Cetirizina Loratadina Ebastina
rísticas nadina tadina

Ajuste de dose Sim


Sim Sim
na insuficiência Não Não (doença ND Cautela
(com IR) (com IR)
hepática grave)
Interação com
Sim ND Não Não Não Não Não
alimentos
Interação com Potencial
Sim
fármacos Não Não Improvável (CYP3A4, Não Cautela
(antiácidos)
CYP2D6)
Interação com
Não ND Cautela Cautela Não Não Não
álcool
Contrain-
Nenhuma Nenhuma IR grave IR grave Nenhuma Nenhuma Nenhuma
dicações
Cefaleia, Cefaleia, sonolência, Alopecia,
Cefaleia,
Cefaleia, Vertigem, vertigem, intolerância à lactose, disfunção
Efeitos Sedação, xerostomia,
sonolência, cefaleia, agitação, xerostomia, rinorreia, hepática,
adversos xerostomia faringite, astenia,
tontura e sonolência sonolência, galactosemia, faringite, reação
específicos e cefaleia síndrome gripal,
fadiga e náusea retenção dor de estômago, alérgica
sonolência
urinária enxaqueca cutânea
Recomenda-
10 9,5 6 6,5 6,5 6,5 6,5
ção do ARIA

Quadro 6. Doses de anti-histamínicos H1 de segunda geração para crianças e adolescentes.

Posologia
Nome
Crianças Adolescentes > 12 anos

Bilastina 6 a 12 anos: 10mg/dia 20mg/dia

2 a 6 anos: 2,5mg/dose a cada 12h


Cetirizina 10mg/dia
6 a 12 anos: 5mg/dose a cada 12h

6 meses a 2 anos: 2mL, 1x/dia


Desloratadina 2 a 6 anos: 2,5mL, 1x/dia 5mg/dia
6 a 11 anos: 5mL, 1x/dia

2 a 6 anos: 2,5mL, 1x/dia


Ebastina 10mg/dia
6 a 11 anos: 5mL, 1x/dia

Epinastina — 10 a 20mg/dia

6 meses a 2 anos: 2,5mL, 2x/dia


Fexofenadina 2 a 6 anos: 5mL, 2x/dia (rinite) 60mg a cada 12h ou 120mg, 1x/dia
6 a 11 anos: 30 (5mL) a 60mg (10mL)/dia

Levocetirizina Acima de 6 anos: 5mg/dia 5mg/dia

Maiores de 2 anos, menores de 30kg: 5mg/dia


Loratadina 10mg/dia
Maiores de 30kg: 10mg/dia

Rupatadina — 10mg/dia
Modificado de Kohli et al29

12 Sociedade Brasileira de Pediatria


ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

Urticária Crônica Os anti-H1 de primeira geração não são indicados na


UC, pois impactam negativamente no sono durante a
fase REM e aprendizado escolar; podem causar exci-
É consenso que o mesmo algoritmo de tratamento tabilidade paradoxal, além de constipação e ganho de
para o adulto seja utilizado com cautela na faixa etá- peso31. Para os pacientes que não atingiram controle
ria pediátrica, respeitando segurança, eficácia e idade dos sintomas em 2 a 4 semanas após uso de dose qua-
licenciada para cada medicação (Figura 8). Nesse al- druplicada de anti-H1 de segunda geração, está indi-
goritmo, o tratamento recomendado consiste no uso cada a associação com omalizumabe (imunobiológico
diário de anti-H1 de segunda geração e, caso não anti-IgE)32. A ciclosporina está indicada para aqueles
haja controle adequado dos sintomas em 2 a 4 sema- que não obtiveram controle dos sintomas após 6 meses
nas, a dose deve ser aumentada até 4 vezes a dose de tratamento com omalizumabe, porém seu uso está
licenciada1. associado à alta incidência de efeitos adversos.1

Figura 8. Algoritmo para tratamento da urticária crônica1

1ª linha de tratamento
Considere encaminhar

Anti-histamínicos de 2ª geração
ao especialista

Se controle inadequado
após 2-4 semanas ou antes

2ª linha de tratamento

Anti-histamínicos de 2ª geração em até 4x a dose padrão

Se controle inadequado
após 2-4 semanas ou antes

3ª linha de tratamento
supervisão do especialista
Deve ser realizado sob

Adicionar ao anti-H1: Omalizumabe

Se controle inadequado
em 6 meses, ou antes,
se sintomas intoleráveis

4ª linha de tratamento

Adicionar ao anti-H1: Ciclosporina

Sociedade Brasileira de Pediatria 13


ABORDAGEM DA URTICÁRIA NA CRIANÇA E NO ADOLESCENTE

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Diretoria Plena
Triênio 2022/2024

PRESIDENTE: DIRETORIA DE DEFESA PROFISSIONAL Anamaria Cavalcante e Silva (CE) AP - SOCIEDADE AMAPAENSE DE PEDIATRIA
Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETOR: Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Camila dos Santos Salomão
1º VICE-PRESIDENTE: Fabio Augusto de Castro Guerra (MG) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) BA - SOCIEDADE BAIANA DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA ADJUNTA: Rodrigo Aboudib Ferreira Pinto (ES) Ana Luiza Velloso da Paz Matos
2º VICE-PRESIDENTE: Sidnei Ferreira (RJ) Claudio Hoineff (RJ) CE - SOCIEDADE CEARENSE DE PEDIATRIA
Edson Ferreira Liberal (RJ) Sidnei Ferreira (RJ) Anamaria Cavalcante e Silva
Anamaria Cavalcante e Silva (CE)
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) DF - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO DISTRITO FEDERAL
SECRETÁRIO GERAL: MEMBROS: Donizetti Dimer Giambernardino (PR)
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Gilberto Pascolat (PR) Luciana de Freitas Velloso Monte
Paulo Tadeu Falanghe (SP) PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA ES - SOCIEDADE ESPIRITOSSANTENSE DE PEDIATRIA
1º SECRETÁRIO:
Cláudio Orestes Britto Filho (PB) À DISTÂNCIA Carolina Strauss Estevez Gadelha
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP)
Ricardo Maria Nobre Othon Sidou (CE) Luciana Rodrigues Silva (BA) GO - SOCIEDADE GOIANA DE PEDIATRIA
2º SECRETÁRIO: Valéria Granieri de Oliveira Araújo
Anenisia Coelho de Andrade (PI) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Rodrigo Aboudib Ferreira (ES)
Isabel Rey Madeira (RJ) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES MA - SOCIEDADE DE PUERICULTURA E PEDIATRIA
3º SECRETÁRIO: Donizetti Dimer Giamberardino Filho (PR) DO MARANHÃO
Fábio Ancona Lopez (SP)
Claudio Hoineff (RJ) Jocileide Sales Campos (CE) Silvia Helena Cavalcante de S. Godoy
DIRETORIA FINANCEIRA: Carlindo de Souza Machado e Silva Filho (RJ) EDITORES DO JORNAL DE PEDIATRIA (JPED) MG - SOCIEDADE MINEIRA DE PEDIATRIA
Sidnei Ferreira (RJ) Corina Maria Nina Viana Batista (AM) COORDENAÇÃO: Márcia Gomes Penido Machado
2ª DIRETORIA FINANCEIRA: Renato Soibelmann Procianoy (RS) MS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO MATO GROSSO DO SUL
DIRETORIA CIENTÍFICA
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) MEMBROS: Carmen Lúcia de Almeida Santos
DIRETOR: Crésio de Aragão Dantas Alves (BA) MT - SOCIEDADE MATOGROSSENSE DE PEDIATRIA
3ª DIRETORIA FINANCEIRA: Dirceu Solé (SP)
Donizetti Dimer Giambernardino (PR) Paulo Augusto Moreira Camargos (MG) Paula Helena de Almeida Gattass Bumlai
DIRETORIA CIENTÍFICA - ADJUNTA João Guilherme Bezerra Alves (PE) PA - SOCIEDADE PARAENSE DE PEDIATRIA
DIRETORIA DE INTEGRAÇÃO REGIONAL Luciana Rodrigues Silva (BA) Marco Aurelio Palazzi Safadi (SP) Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS: Magda Lahorgue Nunes (RS) PB - SOCIEDADE PARAIBANA DE PEDIATRIA
Dirceu Solé (SP) Giselia Alves Pontes da Silva (PE) Maria do Socorro Ferreira Martins
COORDENADORES REGIONAIS Dirceu Solé (SP)
Luciana Rodrigues Silva (BA) PE - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE PERNAMBUCO
NORTE: Antonio Jose Ledo Alves da Cunha (RJ)
GRUPOS DE TRABALHO Alexsandra Ferreira da Costa Coelho
Adelma Alves de Figueiredo (RR) EDITORES REVISTA
Dirceu Solé (SP) PI - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO PIAUÍ
NORDESTE: Luciana Rodrigues Silva (BA) Residência Pediátrica Ramon Nunes Santos
Marynea Silva do Vale (MA) EDITORES CIENTÍFICOS:
MÍDIAS EDUCACIONAIS PR - SOCIEDADE PARANAENSE DE PEDIATRIA
SUDESTE: Luciana Rodrigues Silva (BA) Clémax Couto Sant’Anna (RJ) Victor Horácio de Souza Costa Junior
Marisa Lages Ribeiro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Marilene Augusta Rocha Crispino Santos (RJ) RJ - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
SUL: Rosana Alves (ES) EDITORA ADJUNTA: Cláudio Hoineff
Cristina Targa Ferreira (RS) Ana Alice Ibiapina Amaral Parente (ES) Márcia Garcia Alves Galvão (RJ) RN - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO-OESTE: PROGRAMAS NACIONAIS DE ATUALIZAÇÃO CONSELHO EDITORIAL EXECUTIVO: Manoel Reginaldo Rocha de Holanda
Renata Belem Pessoa de Melo Seixas (DF) Sidnei Ferreira (RJ) RO - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE RONDÔNIA
PEDIATRIA - PRONAP
Fernanda Luisa Ceragioli Oliveira (SP) EDITORES ASSOCIADOS: Wilmerson Vieira da Silva
COMISSÃO DE SINDICÂNCIA Danilo Blank (RS) RR - SOCIEDADE RORAIMENSE DE PEDIATRIA
TITULARES: Tulio Konstantyner (SP)
Claudia Bezerra Almeida (SP) Paulo Roberto Antonacci Carvalho (RJ) Erica Patricia Cavalcante Barbalho
Jose Hugo Lins Pessoa (SP) Renata Dejtiar Waksman (SP) RS - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DO RIO GRANDE DO SUL
Marisa Lages Ribeiro (MG) NEONATOLOGIA - PRORN
Renato Soibelmann Procianoy (RS) DIRETORIA DE ENSINO E PESQUISA Sérgio Luis Amantéa
Marynea Silva do Vale (MA) Angelica Maria Bicudo (SP) SC - SOCIEDADE CATARINENSE DE PEDIATRIA
Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) Clea Rodrigues Leone (SP)
COORDENAÇÃO DE PESQUISA Nilza Maria Medeiros Perin
Vilma Francisca Hutim Gondim de Souza (PA) TERAPIA INTENSIVA PEDIÁTRICA - PROTIPED
Werther Bronow de Carvalho (SP) Cláudio Leone (SP) SE - SOCIEDADE SERGIPANA DE PEDIATRIA
SUPLENTES: Ana Jovina Barreto Bispo
Analiria Moraes Pimentel (PE) TERAPÊUTICA PEDIÁTRICA - PROPED COORDENAÇÃO DE GRADUAÇÃO SP - SOCIEDADE DE PEDIATRIA DE SÃO PAULO
Dolores Fernanadez Fernandez (BA) Claudio Leone (SP) COORDENAÇÃO: Renata Dejtiar Waksman
Rosana Alves (ES) Sérgio Augusto Cabral (RJ) Rosana Fiorini Puccini (SP) TO - SOCIEDADE TOCANTINENSE DE PEDIATRIA
Silvio da Rocha Carvalho (RJ) EMERGÊNCIA PEDIÁTRICA - PROEMPED MEMBROS: Ana Mackartney de Souza Marinho
Sulim Abramovici (SP) Hany Simon Júnior (SP) Rosana Alves (ES)
Gilberto Pascolat (PR) Suzy Santana Cavalcante (BA) DEPARTAMENTOS CIENTÍFICOS
ASSESSORES DA PRESIDÊNCIA PARA POLÍTICAS PÚBLICAS: • Aleitamento Materno
DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Ana Lucia Ferreira (RJ)
COORDENAÇÃO: Emanuel Savio Cavalcanti Sarinho (PE) Silvia Wanick Sarinho (PE) • Alergia
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) Dirceu Solé (SP) Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Bioética
Luciana Rodrigues Silva (BA) • Cardiologia
DIRETORIA E COORDENAÇÕES COORDENAÇÃO DE RESIDÊNCIA E ESTÁGIOS EM PEDIATRIA • Dermatologia
DIRETORIA DE QUALIFICAÇÃO E CERTIFICAÇÃO PUBLICAÇÕES COORDENAÇÃO: • Emergência
PROFISSIONAL TRATADO DE PEDIATRIA Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Endocrinologia
Edson Ferreira Liberal (RJ) Fábio Ancona Lopes (SP) MEMBROS: • Gastroenterologia
José Hugo de Lins Pessoa (SP) Luciana Rodrigues Silva (BA) Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) • Genética Clínica
Maria Angelica Barcellos Svaiter (RJ) Dirceu Solé (SP) Paulo de Jesus Hartmann Nader (RS) • Hematologia
Clovis Artur Almeida da Silva (SP) Victor Horácio da Costa Junior (PR) • Hepatologia
COORDENAÇÃO DE ÁREA DE ATUAÇÃO • Imunizações
Sidnei Ferreira (RJ) Clóvis Francisco Constantino (SP) Silvio da Rocha Carvalho (RJ)
Edson Ferreira Liberal (RJ) Tânia Denise Resener (RS) • Imunologia Clínica
COORDENAÇÃO DO CEXTEP (COMISSÃO EXECUTIVA DO Anamaria Cavalcante e Silva (CE) Delia Maria de Moura Lima Herrmann (AL) • Infectologia
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA) Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) • Medicina da Dor e Cuidados Paliativos
OUTROS LIVROS • Medicina do Adolescente
COORDENAÇÃO: Fábio Ancona Lopes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)
Sérgio Luís Amantéa (RS) • Medicina Intensiva Pediátrica
Hélcio Villaça Simões (RJ) Dirceu Solé (SP) • Nefrologia
Clóvis Francisco Constantino (SP) Susana Maciel Wuillaume (RJ)
COORDENAÇÃO ADJUNTA: • Neonatologia
Aurimery Gomes Chermont (PA)
Ricardo do Rego Barros (RJ) • Neurologia
DIRETORIA DE CURSOS, EVENTOS E PROMOÇÕES Silvia Regina Marques (SP)
MEMBROS: Claudio Barssanti (SP) • Nutrologia
DIRETORA: • Oncologia
Clovis Francisco Constantino (SP) - Licenciado Lilian dos Santos Rodrigues Sadeck (SP) Marynea Silva do Vale (MA)
Ana Cristina Ribeiro Zöllner (SP) • Otorrinolaringologia
MEMBROS: Liana de Paula Medeiros de A. Cavalcante (PE)
Carla Príncipe Pires C. Vianna Braga (RJ) • Pediatria Ambulatorial
Cristina Ortiz Sobrinho Valete (RJ) Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DAS LIGAS DOS ESTUDANTES • Ped. Desenvolvimento e Comportamento
Grant Wall Barbosa de Carvalho Filho (RJ) Paulo César Guimarães (RJ) COORDENADOR: • Pneumologia
Sidnei Ferreira (RJ) Cléa Rodrigues Leone (SP) Lelia Cardamone Gouveia (SP) • Prevenção e Enfrentamento das Causas Externas
Silvio Rocha Carvalho (RJ) Paulo Tadeu de Mattos Prereira Poggiali (MG) na Infância e Adolescência
MUSEU DA PEDIATRIA • Reumatologia
COMISSÃO EXECUTIVA DO EXAME PARA OBTENÇÃO DO COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL (MEMORIAL DA PEDIATRIA BRASILEIRA) • Saúde Escolar
TÍTULO DE ESPECIALISTA EM PEDIATRIA AVALIAÇÃO Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) COORDENAÇÃO: • Sono
SERIADA Ruth Guinsburg (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ) • Suporte Nutricional
COORDENAÇÃO: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO MEMBROS: • Toxicologia e Saúde Ambiental
Eduardo Jorge da Fonseca Lima (PE) EM NUTROLOGIA PEDIÁTRICA (CANP) Mario Santoro Junior (SP) GRUPOS DE TRABALHO
Luciana Cordeiro Souza (PE) Virgínia Resende Silva Weffort (MG) José Hugo de Lins Pessoa (SP) • Atividade física
MEMBROS: Sidnei Ferreira (RJ) • Cirurgia pediátrica
PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Jeferson Pedro Piva (RS) • Criança, adolescente e natureza
João Carlos Batista Santana (RS)
Victor Horácio de Souza Costa Junior (PR) COORDENAÇÃO GERAL: • Doença inflamatória intestinal
Edson Ferreira Liberal (RJ) DIRETORIA DE PATRIMÔNIO • Doenças raras
Ricardo Mendes Pereira (SP) COORDENAÇÃO:
Mara Morelo Rocha Felix (RJ) COORDENAÇÃO OPERACIONAL: • Drogas e violência na adolescência
Nilza Maria Medeiros Perin (SC) Claudio Barsanti (SP) • Educação é Saúde
Vera Hermina Kalika Koch (SP) Edson Ferreira Liberal (RJ)
Renata Dejtiar Waksman (SP) • Imunobiológicos em pediatria
Maria Tereza Fonseca da Costa (RJ) • Metodologia científica
DIRETORIA DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS MEMBROS: Paulo Tadeu Falanghe (SP) • Oftalmologia pediátrica
Nelson Augusto Rosário Filho (PR) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Sergio Augusto Cabral (RJ) Marcia de Freitas (SP) • Ortopedia pediátrica
AC - SOCIEDADE ACREANA DE PEDIATRA • Pediatria e humanidades
Nelson Grisard (SC) Ana Isabel Coelho Montero
REPRESENTANTE NA AMÉRICA LATINA Normeide Pedreira dos Santos Franca (BA) • Políticas públicas para neonatologia
Ricardo do Rego Barros (RJ) AL - SOCIEDADE ALAGOANA DE PEDIATRIA • Radiologia e Diagnóstico por Imagem
PORTAL SBP Marcos Reis Gonçalves • Saúde mental
INTERCÂMBIO COM OS PAÍSES DA LÍNGUA PORTUGUESA Clovis Francisco Constantino (SP) AM - SOCIEDADE AMAZONENSE DE PEDIATRIA • Saúde digital
Marcela Damasio Ribeiro de Castro (MG) Edson Ferreira Liberal (RJ) Adriana Távora de Albuquerque Taveira • Saúde Oral

www.sbp.com.br

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