Revisão 3 para o Enem
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TEMAS MESCLADOS
As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano,
ninguém mais tomará banho todo dia. Chuveiro com água só duas vezes por semana. Se
alguém exceder 55 litros de consumo (metade do que a ONU recomenda), seu abastecimento
será interrompido. Nos mercados, não haveria carne, pois, se não há água para você,
imagine para o gado. Gastam-se 43 mil litros de água para produzir 1 kg de carne. Mas, não é
só ela que faltará. A Região Centro-Oeste do Brasil, maior produtor de grãos da América
Latina em 2012, não conseguiria manter a produção. Afinal, no país, a agricultura e a
agropecuária são, hoje, as maiores consumidoras de água, com mais de 70% do uso.
Faltariam arroz, feijão, soja, milho e outros grãos.
A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude do falante em relação ao
conteúdo de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” contribui para expressar
A língua portuguesa dispõe de vários recursos para indicar a atitude do falante em relação
ao conteúdo de seu enunciado. No início do texto, o verbo “dever” contribui para expressar
“As teorias mais pessimistas dizem que a água potável deve acabar logo, em 2050. Nesse ano,
ninguém mais tomará banho todo dia”
O verbo em questão prenuncia algo trágico que irá ocorrer, com caráter de convicção.
Caso os fatos narrados aconteçam a valer, como se comprova nos argumentos, haverá falta
d’água.
Gabarito: Alternativa D)
2 - INEP (ENEM) - 2014 - Participante (ENEM)/PPL (Pessoa Privada de Liberdade)/2ª Aplicação
E, para evitar que erros e falta de atenção resultem em saias justas e situações
constrangedoras, confira cinco dicas para usar o e-mail com bom senso e organização:
Gabarito: Alternativa A)
3 - INEP (ENEM) - 2020 - Participante (ENEM)/
Quando a Lua passa exatamente entre a Terra e o Sol, o astro que ilumina nosso planeta
some por alguns minutos. O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões
em que a sombra projetada pelo satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás,
é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total,
parcial ou anular. Geralmente, ocorrem ao menos dois eclipses solares por ano. Um eclipse
solar é uma excelente oportunidade para estudar melhor o Sol.
→ Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial
ou anular.
Essa palavra, gente, possui diversos sentidos, como a gente pode conferir a seguir:
Vejam que ele pode ter o sentido de adição, de oposição, de retificação etc. Então, para
identificarmos o seu valor, precisaremos analisar o contexto. Vamos fazer isso?
O espetáculo só ocorre durante a lua nova e apenas nas ocasiões em que a sombra projetada pelo
satélite atinge algum ponto da superfície do planeta. Aliás, é o tamanho dessa sombra que vai
determinar se o desaparecimento do astro será total, parcial ou anular.
Vejam que não há uma mudança de tema. O texto continua falando da sombra do satélite
natural. Anteriormente, estava se falando que a sombra da lua atinge algum ponto da superfície do
planeta e é o tamanho dessa sombra que vai determinar se o desaparecimento do astro (o Sol) será
total, parcial ou anular. Note que existe uma ideia de adição. Dessa forma, nosso gabarito é a letra C.
Da timidez
Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a
ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que
retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido,
talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um
estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo
psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um
complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.
[...]
O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é
vantagem. Para o tímido, duas pessoas são uma multidão. Quando não consegue escapar e
se vê diante de uma plateia, o tímido não pensa nos membros da plateia como indivíduos.
Multiplica-os por quatro, pois cada indivíduo tem dois olhos e dois ouvidos. Quatro vias,
portanto, para receber suas gafes. Não adianta pedir para a plateia fechar os olhos, ou tapar
um olho e um ouvido para cortar o desconforto do tímido pela metade. Nada adianta. O
tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame
ainda será lembrado quando as estrelas virarem pó.
A “Se ficou notório por ser tímido" e "[...]" então tem que se explicar.
B “[...] então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó".
C "[...] ficou notório apesar de ser tímido [...]" e "[...] mas isto não é vantagem [...]".
D “[...] um estratagema para ser notado [...]" e "Tão secreto que nem ele sabe".
E “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]" e "[...] porque só ele acha [...]".
RESPOSTA:
LETRA "A"-ERRADA. “Se ficou notório por ser tímido" e "[...]" então tem que se explicar.
"Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar."
No trecho "Se ficou notório por ser tímido", a palavra "Se" transmite ideia de condição: nessa
condição (ter ficado notório por ser tímido), então tem que se explicar. Trata-se de uma conjunção
subordinativa adverbial condicional que introduz a oração subordinada adverbial condicional "Se
ficou notório".
Na oração "então tem que se explicar", a palavra "se" é um pronome oblíquo reflexivo. Ela foi
empregada para transmitir a ideia de que o sujeito pratica e sofre a ação de explicar.
LETRA "B"-ERRADA. “[...] então tem que se explicar" e "[...] quando as estrelas virarem pó".
"Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar."
"O tímido, em suma, é uma pessoa convencida de que é o centro do Universo, e que seu vexame ainda
será lembrado quando as estrelas virarem pó."
Na oração "então tem que se explicar", a palavra "então" transmite ideia de conclusão. Trata-se de
uma conjunção coordenativa conclusiva. Ela equivale a logo, portanto, assim: "Se ficou notório por
ser tímido, logo tem que se explicar."
No trecho "quando as estrelas virarem pó", a palavra "quando" transmite ideia de tempo: "seu
vexame ainda será lembrado no momento em que (tempo) as estrelas virarem pó". Trata-se de uma
conjunção subordinativa adverbial temporal que introduz a oração subordinada adverbial temporal
"quando as estrelas virarem pó".
LETRA "C"-CORRETA. "[...] ficou notório apesar de ser tímido [...]" e "[...] mas isto não é vantagem
[...]".
Os elementos acima destacados evidenciam noções semelhantes.
"Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua
timidez seja apenas um estratagema para ser notado."
"O tímido tenta se convencer de que só tem problemas com multidões, mas isto não é vantagem."
Na oração "Se ficou notório apesar de ser tímido", a expressão "apesar de" é uma locução
prepositiva. Ela transmite ideia de concessão. A ideia de concessão consiste na de algo que, embora
se oponha "a" ou contraste "com" o que foi dito anteriormente, coexiste com tal situação.
Na oração "mas isto não é vantagem", a palavra "mas" equivale a porém, contudo, todavia, no
entanto, entretanto: "porém isto não é vantagem". Esse tipo de palavra transmite ideia de oposição,
classificando-se como conjunção coordenativa adversativa.
CONCLUSÃO: Conjunções subordinativas adverbiais concessivas (embora, ainda que, por mais que,
mesmo que, conquanto) & Locuções prepositivas que tenham sentidos equivalentes aos dessas
conjunções (como "apesar de", por exemplo) apresentam noções de contraste/oposição assim como
ocorre com as conjunções coordenativas adversativas.
LETRA "D"-ERRADA. “[...] um estratagema para ser notado [...]" e "Tão secreto que nem ele sabe".
"Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua
timidez seja apenas um estratagema para ser notado."
Na oração "para ser notado", a palavra "para" é uma preposição. Essa preposição introduz uma
oração que transmite ideia de finalidade: a finalidade de usar a timidez como um estratagema era ser
notado.
Na oração "Tão secreto que nem ele sabe.", a palavra "que" aparece depois de "Tão". Quando a
palavra "que" está semanticamente ligada às palavras "Tão" (Tão...que), "Tanto" (Tanto...que), "Tal"
(Tal...que) e "Tamanho" (Tamanho...que), ela transmite ideia de consequência: "Tão secreto que, em
consequência disso, nem ele sabe.". Trata-se de uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva
que introduz a oração subordinada adverbial consecutiva "que ele nem sabe".
LETRA "E"-ERRADA. “[...] como no paradoxo psicanalítico [...]" e "[...] porque só ele acha [...]".
"É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para
tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença."
Na oração "É como no paradoxo psicanalítico", a palavra "como" transmite ideia de comparação da
situação anteriormente exposta com o paradoxo psicanalítico. Trata-se de uma conjunção
subordinativa adverbial comparativa.
No trecho "porque só ele acha que se sentir inferior é doença", a palavra "porque" transmite ideia
de causa: a causa pela qual "só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um
complexo de inferioridade" é o fato de só essa pessoa achar que se sentir inferior é doença. Trata-se
de uma conjunção subordinativa adverbial causal.
GABARITO: LETRA C
5 - INEP (ENEM) - 2001 - Participante (ENEM)/
O mundo é grande
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.
A oposição.
B comparação.
C conclusão.
D alternância.
E finalidade.
RESPOSTA:
O mundo é grande
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar,
1983.
Gabarito: LETRA A.
6 - INEP (ENEM) - 1999 - Participante (ENEM)/Regular
Observações iniciais:
Segundo o excelente mestre Evanildo Bechara, o termo SE é pronome reflexivo quando “faz refletir
sobre o sujeito a ação que ele mesmo praticou”. Vejamos um exemplo: "Ela se cortou com a faca".
Na voz reflexiva recíproca, a ação verbal afeta dois indivíduos simultaneamente, havendo ideia de
reciprocidade. Vejamos um exemplo: "Ela casou-se com um tenente português".
Agora, analisemos a questão... Para entendermos o uso da palavra "se", é de suma importância que
entendamos a mensagem que é transmitida pela tirinha. Analisemos novamente:
Nesse texto, a Mafalda (a de cabelo preto) utiliza a oração "as pessoas se amam" como PRONOME
REFLEXIVO RECÍPROCO, ou seja, HÁ IDEIA DE RECIPROCIDADE. Entenda: ela diz que, no Natal, as
pessoas se amam muito mais, mas não com sentido de "amor-próprio", de amar a si mesmo. Na
realidade, seu objetivo é dizer que as pessoas amam umas às outras.
No entanto, devido à própria construção "as pessoas se amam" (quem é, em certa medida, ambígua),
a outra personagem não captou esse sentido de reciprocidade. No caso, essa personagem 02 afirma
que se ama muito no Natal, ou seja, que ama a si mesma (perceba que não há reciprocidade).
E o último parágrafo também expõe a fala dessa mesma personagem (e não da Mafalda), o que
evidencia que, de novo, a construção proferida por ela NÃO EXPRESSA IDEIA DE RECIPROCIDADE.
Logo, no item III, a oração "as pessoas se amam" é usada como sinônima de "as pessoas amam a si
mesmas" (diferentemente do que acontece na fala da Mafalda).
DICA:
Ao resolver uma questão, o candidato deve olhar ATENTAMENTE (VISÃO DE RAIO X MESMO) para o
enunciado. Basicamente, é o enunciado que dita as regras! Veja (destacarei a parte mais importante,
crucial para acertarmos esta questão):
"Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome SE e O SENTIDO QUE ADQUIRE
NO CONTEXTO. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome SE."
Note que é exatamente O SENTIDO QUE O TERMO "SE" ADQUIRE NO CONTEXTO que FAZ TODA A
DIFERENÇA.
7 - INEP (ENEM) - 2004 - Participante (ENEM)/Regular
Cidade grande
No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que
contribui para estabelecer uma relação de conseqüência. Dos seguintes versos, todos de
Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
A “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era
fraco.”
B “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e
nunca se esqueceu / chamava para o café.”
C “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.”
D “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus
braços, / que rio e danço e invento exclamações alegres.”
E “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser
escritos.”
RESPOSTA:
No trecho “Montes Claros cresceu tanto,/ (...),/ que já tem cinco favelas”, a palavra que contribui para
estabelecer uma relação de consequência (AGORA SEM TREMA).
Dos seguintes versos, todos de Carlos Drummond de Andrade, apresentam esse mesmo tipo de relação:
a) “Meu Deus, por que me abandonaste / se sabias que eu não era Deus / se sabias que eu era
fraco.” == Errada.
Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como conjunção integrante... Quando se trata de conjunção
integrante, o vocábulo pode ser substituído pela palavra "isso". Exemplos:
• "Ele diz (isso) que vota desde os 18...”.>>>Ele diz isso.
• "Acho (isso) que um voto pode fazer a diferença”.>>>Acho isso.
• "...e acreditam que um voto consciente agora pode...”.>>>...e acreditam nisso.
• “se sabias que eu não era Deus”.>>>se sabias disso.
b) “No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu / a ninar nos longes da senzala – e nunca se
esqueceu / chamava para o café.” == Errada.
Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como pronome relativo... Pronome relativo é uma classe de
pronomes que substituem um termo da oração anterior. Exemplos:
• Ele é um homem que estuda. (pronome substituindo o substantivo "homem")
• Elas são moças que trabalham. (pronome substituindo o substantivo "moças")
• Cadê o trabalho que você fez? (pronome substituindo o substantivo "trabalho")
• No meio-dia branco de luz uma voz que aprendeu. (pronome substituindo o substantivo
"voz")
c) “Teus ombros suportam o mundo / e ele não pesa mais que a mão de uma criança.” == Errada.
Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como conjunção subordinativa adverbial comparativa...
Note que há uma comparação entre o mundo e a mão de uma criança.
d) “A ausência é um estar em mim. / E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
/ que rio e danço e invento exclamações alegres.” == Correta.
Neste caso, a palavra "que" indica uma consequência do fato de a ausência estar tão pegada,
aconchegada. Logo, trata-se de uma conjunção subordinativa adverbial consecutiva.
Normalmente, o termo "que" funciona como conjunção subordinativa adverbial
consecutiva quando está precedido das palavras "tão", "tanto" e "tamanho". Veja:
No enunciado, usou-se a expressão "tanto...que". Esta alternativa, por sua vez. apresenta a expressão
"tão...que".
e) “Penetra surdamente no reino das palavras. / Lá estão os poemas que esperam ser escritos.” ==
Errada.
Nesta frase, o vocábulo "que" funciona como pronome relativo... Pronome relativo é uma classe
de pronomes que substituem um termo da oração anterior. Exemplos:
• Ele é um homem que estuda. (pronome substituindo o substantivo "homem")
• Elas são moças que trabalham. (pronome substituindo o substantivo "moças")
• Cadê o trabalho que você fez? (pronome substituindo o substantivo "trabalho")
• Lá estão os poemas que esperam ser escritos. (pronome substituindo o substantivo
"poemas")
Gabarito: LETRA D
QUESTÕES BÔNUS PARA LEMBRAR CONTEÚDOS IMPORTANTES PARA A PROVA.
“Morreu na semana passada, atropelado pela multidão que vinha na direção oposta, o
último cronista andarilho.”
No período acima, a oração que designa o fato que levou o último cronista andarilho à morte
— “atropelado pela multidão que vinha na direção oposta” — foi expressa na voz passiva.
A o último cronista andarilho tinha sido atropelado pela multidão que vinha na direção
oposta.
B foi atropelado pela multidão que vinha em direção oposta o último cronista andarilho.
D tinha atropelado o último cronista andarilho a multidão que vinha na direção oposta.
Na VOZ PASSIVA, o sujeito RECEBE a ação expressa pelo verbo. Chamamos de sujeito paciente.
Voz passiva sintética: Verbo transitivo direto ou transitivo direto e indireto + pronome apassivador
"SE".
Voz passiva analítica: verbo auxiliar (ser, estar) + verbo no particípio.
Para passarmos uma oração da voz ATIVA para a voz PASSIVA (analítica):
"Morreu na semana passada, atropelado pela multidão que vinha na direção oposta, o último
cronista andarilho."
O sujeito paciente, que sofre a ação de ser atropelado, é "o último cronista andarilho". Esse sujeito
paciente será o objeto direto da voz ativa.
O agente da passiva, que pratica a ação verbal, é "pela multidão que vinha na direção oposta".
Esse agente da passiva será o sujeito da voz ativa.
A frase fica assim:
→ A multidão que vinha na direção oposta atropelou o último cronista andarilho. (alternativa
"C" - correta)
Observem que o verbo "atropelar" seguiu o tempo verbal da frase original, que está no pretérito
perfeito do indicativo ("Morreu").
a) o último cronista andarilho tinha sido atropelado pela multidão que vinha na direção oposta.
Essa construção está na voz passiva. Apenas foi alterado o tempo verbal original, sendo
empregado aqui o pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.
b) foi atropelado pela multidão que vinha em direção oposta o último cronista andarilho.
Essa construção está na voz passiva analítica: verbo auxiliar "ser" (foi) + verbo principal
"atropelar" no particípio (atropelado).
d) tinha atropelado o último cronista andarilho a multidão que vinha na direção oposta.
A construção está na voz ativa, mas o tempo verbal original foi alterado. A locução "tinha
atropelado" está no pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo.
A DISCIPLINA DO AMOR
Foi na França, durante a Segunda Grande Guerra: um jovem tinha um cachorro que todos os
dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na esquina, um pouco antes
das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo ao seu encontro e na maior alegria
acompanhava-o com seu passinho saltitante de volta à casa. A vila inteira já conhecia o
cachorro e as pessoas que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava até a
correr todo animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe.
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro
deixou de esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único
ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-
amado. Assim que anoitecia, ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até
chegar o dia seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata,
voltava ao posto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do
cachorro, não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia
chegando aquela hora, ele disparava para o compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se
esquecendo do jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os
familiares voltaram-se para outros familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro
já velhíssimo (era jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno),
ele lá ficou, o focinho voltado para aquela direção.
A expressão “aquela direção” da passagem “(...) o focinho voltado para aquela direção.”
refere-se:
A à esquina.
B à praça da vila.
Para conseguirmos perceber de forma mais fácil qual o referente desse termo, basta olharmos para
todo o contexto do período:
Mas eu avisei que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro deixou de
esperá-lo? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar naquele único ponto, a orelha em
pé, atenta ao menor ruído que pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia,
ele voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro, até chegar o dia seguinte. Então,
disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata, voltava ao posto de espera. O jovem
morreu num bombardeio, mas no pequeno coração do cachorro, não morreu a esperança. Quiseram
prendê-lo, distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora, ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias.
Todos os dias, com o passar dos anos (a memória dos homens!), as pessoas foram se esquecendo do
jovem soldado que não voltou. Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros
familiares. Os amigos para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era jovem quando o jovem
partiu) continuou a esperá-lo na sua esquina.
As pessoas estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando? Uma tarde (era inverno), ele lá
ficou, o focinho voltado para aquela direção.
Observe os parágrafos e frases destacadas. Note que o cachorro foi o único a aguardar pacientemente
pela volta do seu dono, que estava morto, mas que, para ele, não. Logo, a direção que o focinho se volta
é para o local onde o dono supostamente estaria ou chegaria, ou seja, onde o cachorro tinha esperança
de que ele retornasse.
Sendo assim, cabe-nos elencar como gabarito a alternativa C.
Gabarito: letra C.
Resumo sobre pronomes relativos
O pronome relativo faz a retomada de um substantivo anteriormente mencionado em uma frase.
Os pronomes relativos variáveis são: “o qual”, “a qual”, “os quais”, “as quais”, “cujo”, “cuja”, “cujos”,
“cujas”, “quanto”, “quanta”, “quantos”, “quantas”.
Quando os pronomes relativos atuam como complemento verbal ou nominal, eles podem, se
necessário, estar acompanhados de preposição.
Os pronomes relativos também atuam como conectivo entre uma oração subordinada adjetiva e a
oração principal."
10 - CEBRASPE (CESPE) - 2023 - Professor II (Pref Recife)/Língua Portuguesa
Os mediadores de leitura são aquelas pessoas que estendem pontes entre os livros e os leitores, ou
seja, que criam as condições para fazer com que seja possível que um livro e um leitor se encontrem. A
experiência de encontrar os livros certos nos momentos certos da vida, esses livros que nos fascinam e
que nos vão transformando em leitores paulatinamente, não tem uma rota única nem uma
metodologia específica; por isso, os mediadores de leitura não são fáceis de definir. No entanto, basta
lembrar como descobrimos, nos primeiros anos da vida, esses livros que deixaram rastros em nossa
infância e, talvez, aparecerão nítidas algumas figuras que foram nossos mediadores de leitura: esses
adultos íntimos que deram vida às páginas de um livro, essas vozes que liam para nós, essas mãos e
esses rostos que nos apresentavam os mundos possíveis e as emoções dos livros.
Os mediadores de leitura, consequentemente, não estão somente na escola, mas no lar, nas
bibliotecas e nos espaços não convencionais, como os parques, os hospitais e as ludotecas, entre
outros lugares. Durante a primeira infância, quando a criança não lê sozinha, a leitura é um trabalho
em parceria e o adulto é quem vai dando sentido a essas páginas que, para o bebê, não seriam nada,
sem sua presença e sua voz. Então, os primeiros mediadores de leitura são os pais, as mães, os avós e
os educadores da primeira infância e, aos poucos, à medida que as crianças se aproximam da língua
escrita, vão se somando outros professores, a exemplo dos bibliotecários, dos livreiros e dos diversos
adultos que acompanham a leitura das crianças.
Não é fácil reduzir o trabalho do mediador de leitura a um manual de funções. Seu ofício essencial é
ler de muitas formas possíveis: em primeiro lugar, para si mesmo, porque um mediador de leitura é
um leitor sensível e perspicaz, que se deixa tocar pelos livros, que desfruta e que sonha em
compartilhá-los com outras pessoas. Em segundo lugar, um mediador cria rituais, momentos e
atmosferas propícias para facilitar os encontros entre livros e leitores. Às vezes, pode fazer a hora do
conto e ler em voz alta uma ou várias histórias a um grupo, mas, outras vezes, propicia leituras íntimas
e solitárias ou encontros em pequenos grupos. Assim, em certas ocasiões, conversa ou recomenda
algum livro; em outras, permanece em silêncio ou se oculta para deixar que livro e leitor conversem.
Por isso, além de livros, um mediador de leitura lê seus leitores: quem são, o que sonham e o que
temem, e quais são esses livros que podem criar pontes com suas perguntas, com seus momentos
vitais e com essa necessidade de construir sentido que nos impulsiona a ler, desde o começo e ao
longo da vida.
No trecho “esses adultos íntimos que deram vida às páginas de um livro, essas vozes que liam para
nós, essas mãos e esses rostos que nos apresentavam os mundos possíveis e as emoções dos livros”
(último período do primeiro parágrafo), há presença da figura de linguagem denominada metonímia.
( C ) Certo
( E ) Errado
RESPOSTA:
Existe mais de uma figura de linguagem no trecho, mas não iremos além do que a
banca solicita. Ela afirma que existe a figura de linguagem metonímia no trecho, o que
é verdadeiro. Mas antes de passar à análise, vejamos o que é uma metonímia. Em
linhas gerais, é o emprego de uma palavra por outra, a designação de uma coisa com
o nome de outra.
Exs.:
“Tinha mais de quatro mil almas debaixo de sua proteção” (JOSÉ LINS DO REGO,
Menino de Engenho). - Trocou-se “pessoas” por “almas”.
“Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido,
voltava subitamente a atacar.” (RUBEM BRAGA) - Trocou-se o indivíduo que mora na
cidade pela cidade propriamente dita.
Gabarito: CERTO.