2-Capitulo 2
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CAPÍTULO 2
CONTROLE DAS CONTRAVENÇÕES DISCIPLINARES E COMPORTAMENTO
2.2.2 - A anulação da pena por meio da revisão Ex officio do julgamento não se confunde
com a anulação em virtude da interposição de recurso da decisão do processo
disciplinar, cujo fundamento é o art. 49 do RDM.
2.3 - CANCELAMENTO DE PUNIÇÃO
2.3.1 - O cancelamento de punições disciplinares (Modelo do Anexo H), conforme previsto
no art. 39 do RDM, confere um benefício ao militar mas não apaga o julgamento e a
punição. Poderá ser feito mediante requerimento do interessado, desde que satisfaça
às seguintes condições simultaneamente:
a) não ter sido a falta cometida atentatória à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao
decoro da classe (ver inciso 2.3.2);
b) haver decorrido o prazo de cinco anos de efetivo serviço, sem qualquer punição, a
contar da data do cumprimento da última pena;
c) ter bons serviços prestados no período acima, mediante análise de suas Folhas de
Alterações (FA); e
d) ter parecer favorável de seu Chefe, Comandante ou Diretor.
2.3.2 - Na análise das condições para requerer o cancelamento das punições, deverá ser
observado o art. 28 da Lei nº 6.880/1980 (Estatuto dos Militares), o qual relaciona os
preceitos da ética militar, que deverão ser confrontados com as faltas cometidas, para
esclarecer se não atentaram à honra pessoal, ao pundonor militar ou ao decoro da
classe, assim entendidas àquelas previstas nos itens 21, 23, 33, 34 e 76 do art. 7º do
RDM. Na referida análise, considerando a situação individual do requerente, a
autoridade competente poderá conceder o cancelamento, em caráter excepcional e de
forma fundamentada, ainda que a falta esteja relacionada às hipóteses citadas.
2.3.3 - O militar, cujas punições disciplinares tenham sido canceladas, poderá concorrer, a
partir da data do ato de cancelamento, em igualdade de condições com seus pares em
qualquer situação da carreira.
2.3.4 - Além do CM, a competência para autorizar o cancelamento de punições cabe aos
Oficiais-Generais em cargo de Chefia, Comando ou Direção, obedecendo-se à Cadeia
de Comando do interessado, não podendo ser delegada.
2.3.5 - O cancelamento concedido não produzirá efeitos retroativos, para quaisquer fins de
carreira.
2.3.6 - A DPMM realiza a compilação de dados que alimentam, entre outros, os Sistemas de
Promoção de Praças (SISPP) e de Pontos (SISPONTO), com propósito de subsidiar a
avaliação das praças.
2.4 - LANÇAMENTO/REGISTRO DAS PUNIÇÕES NO SISTEMA
INFORMATIZADO DA DPMM E DO CPesFN
De acordo com o art. 37 do RDM, todas as penas impostas, exceto a repreensão
particular, deverão ser registradas nos assentamentos do contraventor. O registro é feito
mediante lançamento no SISPUNIÇÃO, o qual, para Sargentos e demais praças, levará
automaticamente a informação para o SISEVENTO, onde constam seus dados de
carreira.
Atualmente, como o processo disciplinar é escrito, não há mais a imposição de
repreensão apenas de forma verbal como prevista no art. 28 do RDM. Todas as penas
serão impostas de forma escrita na ata de audiência (a qual, para praças, corresponde ao
LRCD), na parte destinada ao julgamento. A repreensão sempre será imposta por escrito
e, caso esteja escrito no julgamento repreensão particular, não será registrada no
sistema e, portanto, não constará dos assentamentos do militar (SISEVENTO), em
cumprimento ao art. 37 do RDM.
2.4.1 - Oficiais e Suboficiais, exceto do CFN:
As penas impostas aos oficiais e suboficiais serão lançadas/registradas pela OM do
militar diretamente no Sistema de Punição da DPMM (SISPUNIÇÃO), após
aprovação do Titular da OM, conforme o julgamento registrado na ata de audiência
do processo
disciplinar e transcrição na OS que publicou a punição. As OS que publicaram as
punições serão encaminhadas para as caixas postais SECOM@PESMIL e
SECOM@CIMBRA.
2.4.2 - Oficiais e Suboficiais do CFN:
O lançamento das punições será efetuado no módulo de punição do SIGeP pelo
CPesFN, o qual fará o registro utilizando a cópia das OS recebidas das OM pela
caixa postal SECOM@PESCFN.
2.4.3 - Praças do CPA, CAP e CPFN
As penas impostas às praças serão lançadas/registradas diretamente pelas OM no
Sistema de Punição da DPMM (SISPUNIÇÃO) ou do CPesFN (SIGeP), conforme o
2.9.4 - Quando houver fração de mês, por ocasião da imposição da pena, far-se-á o
arredondamento para baixo.
2.9.5 - O instituto do “SURSIS” não dará direito a qualquer abatimento na conversão dos
pontos perdidos das praças.
2.9.6 - Caberá à DPMM e ao CPesFN, conforme o caso, realizar a conversão das penas
privativas de liberdade, restritivas de direito e multas em pontos perdidos e
informar à
OM da praça para que seja lançada em CR.
2.10 - DO DIREITO AO USO DO DISTINTIVO DE COMPORTAMENTO
2.10.1 - Os Cabos (CB), Marinheiros (MN) e Soldados (SD) terão direito ao Distintivo de
Comportamento, cuja descrição e instrução para o uso encontram-se dispostas no
Regulamento de Uniformes da Marinha do Brasil (RUMB), quando completarem
cinco anos de tempo de efetivo serviço na Marinha, sem terem sofrido qualquer
punição, independente do cancelamento destas, a contar da data de incorporação
no Corpo de Praças da Armada (CPA), bem como Corpo de Praças da Reserva da
Marinha (CPRM), Corpo Auxiliar de Praças (CAP) ou no Corpo de Praças de
Fuzileiros Navais (CPFN);
2.10.2 - A autorização para uso do Distintivo de Comportamento, bem como a perda dessa
autorização, será formalizada por ato administrativo interno, normalmente OS, da
OM onde a praça estiver servindo.
2.10.3 - Perderá, definitivamente, o direito ao uso do Distintivo de Comportamento a praça
que vier a ser punida, excetuando-se a Repreensão em Particular.
2.10.4 - A autorização para uso do Distintivo de Comportamento, bem como a perda dessa
autorização, compete à autoridade a que a praça estiver subordinada e deverá ser
lançada nos assentamentos do militar.
2.11 - DA REVISÃO DO CÔMPUTO DO COMPORTAMENTO POR
REABILITAÇÃO JUDICIAL
2.11.1 - Poderá ser concedida, pelo DPMM ou CPesFN, ex officio ou mediante requerimento
do interessado, revisão no cômputo de comportamento e a supressão dos pontos
perdidos em virtude da condenação criminal para a praça reabilitada por decisão
judicial transitada em julgado.
Deve ser observado que em uma OM onde o seu Titular seja o único Oficial,
tomando conhecimento da prática de falta disciplinar presenciada por algum subalterno,
para os fins do § 2º do art. 26 e art. 27 do RDM, caberá a este subalterno redigir uma parte
de ocorrência na forma de uma comunicação interna dirigida ao Titular e este registrá-la no
LRCD, anexando a parte de ocorrência assinada pelo autor da parte, podendo, assim, efetuar
o julgamento disciplinar sem violação da imparcialidade.
2.13.6 - Quando houver necessidade de maiores esclarecimentos sobre a contravenção, a
autoridade mandará proceder a sindicância ou, se houver indício de crime a inquérito,
de acordo com estas normas.
2.13.7 - Por ocasião do cumprimento das penas de impedimento, prisão simples e rigorosa
não deverá ser retido o documento de identidade do impedido/preso. Quanto ao
cumprimento do disposto no art. 5º, LXII, apenas nos casos de prisão rigorosa deverá
haver a comunicação à família do militar diretamente pela OM. Nos demais casos,
como não há encarceramento, deve ser facilitado ao militar acesso a meios de
comunicação para, se desejar, entrar em contato com a família e optar sobre o que
será informado. Se o militar, na prisão rigorosa, não desejar que a família seja
comunicada, deverá assinar declaração que renunciou ao direito.