Apostila 1
Apostila 1
Apostila 1
(e) (f)
Figura 1.1. Escoamentos cizalhantes livres – instabilidades de Kelvin-Helmholtz: (a) esteira
de Von Karman; (b) jato circular; (c) camada de mistura em desenvolvimento espacial; (d)
camada de mistura em desenvolvimento temporal; (e) ondas de Lee, formadas à jusante de
uma montanha dos Himalaias; (f) aparelhamento turbilhonar de duas galáxias.
(a) (b)
Figura 1.2. Escoamentos externos: (a) camada limite sobre aerofólio; (b) escoamento gerado
por convecção mista sobre um cilindro rotativo aquecido.
(a) (b)
(c) (d)
(e) (f)
Figura 1.3. Escoamentos complexos: (a) escoamento sobre um hemisfério; (b) escoamento
gerado pelas turbinas de um avião militar; (c) escoamento gerado nas vizinhanças de um
avião comercial; (d) início de formação de um tornado – supercélula convectiva; (e)
turbilhões atmosféricos; (f) escoamento da massa gasosa que compõe a atmosfera solar.
INTRODUÇÃO À TURBULÊNCIA NOS FLUIDOS 5
Nas Figuras 1.3 (a)-(f) tem-se alguns exemplos desta classe de escoamentos. Na
Figura 1.3(a) (Henry M. Tufo, imagem de domínio público) ilustra-se o escoamento externo a
um hemisfério colado sobre uma placa plana, interagindo com uma camada limite. Na Figura
1.3(b) observa-se a interação do escoamento externo a um avião com os jatos criados pelas
turbinas do mesmo. Na próxima Figura (1.3(c)) vê-se um turbilhão formado à jusante de um
avião em aterrissagem forçada, também neste caso ocorre uma interação entre o escoamento
externo e a esteira formada pela aeronave. Nas figuras seguintes tem-se três tipos de
escoamentos sobre a terra e sobre o sol: uma supercélula convectiva que precede a formação
de um tornado (Figura 1.3(d)), e uma vista geral do escoamento sobre a terra, mostrando
estruturas turbilhonares complexas (Figura 1.3(e)) e o escoamento sobre o sol (Figura 1.3(f)),
o que fornece uma noção da complexidade deste escoamento.
Estratificação estável
em densidade
Solução 1
Solução 2
Figura 1.7. Evolução de duas soluções a partir de duas condições iniciais muito próximas.
Figura 1.8. Condições iniciais de desenvolvimento de uma camada de mistura: (a) condição
inicial 1; (b) condição inicial 2.
(a)
(b)
Figura 1.9. Evolução: (a) a partir da condição inicial 1 e (b) a partir da condição inicial 2.
Os métodos utilizados para análise dos escoamentos turbulentos podem ser classificados
em dois grandes grupos: os experimentais e os teóricos. No primeiro grupo são usuais
diversos tipos de medidas com diferentes tipos de transdutores: anemômetros a fio quente, a
filme quente, a laser, assim como, recentemente, anemometria por imagens rápidas (Particle
Image Velocimetry – PIV). A visualização bi e tridimensional sempre se coloca como um dos
recursos mais poderosos para se compreender fisicamente um escoamento. As vantagens e
desvantagens são inerentes ao processo, tais como: alta confiabilidade e alteração da natureza
do escoamento pela inserção de sensores ou o uso de partículas de contraste.
Os métodos teóricos se despontam como um potencial cada vez maior em função do
desenvolvimento de modelos e métodos de solução mais avançados , assim como devido ao
desenvolvimento de máquinas de alto potencial de cálculo e de armazenamento de
informações. No domínio dos métodos teóricos, apesar de todo o avanço nas máquinas, elas
ainda se apresentam completamente insuficientes para a solução, à contento, das equações
originais de Navier-Stokes, de forma a se resolver escoamentos turbulentos a altos números
de Reynolds.
Faz-se necessário o modelamento adicional dos efeitos físicos ligados à turbulência.
Estes modelos vêm sendo desenvolvidos e utilizados ao longo dos tempos e, dispõe-se,
atualmente de diferentes famílias de acordo com suas origens e também de acordo ao
potencial de cálculo disponível. Assim eles podem ser classificados em grupos, segundo a
época de desenvolvimento dos mesmos. O primeiro grupo, modelos clássicos, pode ser
subdivididos nos modelos a zero equações de transporte, a uma equação, a duas e até a seis
equações adicionais de transporte. Os modelos contemporâneos, mais modernos, apareceram
em consonância com uma nova filosofia de modelagem e de simulação, trata-se da
modelagem sub-malha e da Simulação de Grandes Escalas (SGE). Os modelos clássicos
interessam-se pelo comportamento médio e por informações puramente estatísticas dos
escoamentos turbulentos. Com a metodologia de SGE objetivam-se a obtenção de
informações instantâneas assim como de informações estatísticas. Neste caso é possível o
uso de métodos teóricos para se compreender fisicamente a turbulência.
Nas Figuras 1.10(a) e (b) ilustra-se as distribuições temporais de um mesmo sinal
obtido pelo uso de metodologias clássicas e contemporânea. Observa-se que no segundo caso
tem-se o comportamento dinâmico do sinal, guardando-se freqüências que serão tão mais
elevadas quanto maior for a capacidade computacional disponível.
INTRODUÇÃO À TURBULÊNCIA NOS FLUIDOS 11
Figura 1.10. Informação obtida utilizando-se: (a) modelagem clássica da turbulência e (b)
modelagem contemporânea.
Nas Figuras 1.12(a) e (b) ilustra-se a captura discreta das instabilidades do tipo
turbilhões de Von-Karman que aparecem à jusante de um cilindro circular. Observa-se que
quanto menor for a instabilidade física a ser capturada, mais fina é a malha numérica
requerida, consequentemente, mais caro se torna o processo de solução do sistema de
equações resultante. A malha de tamanho permite capturar os turbilhões maiores que .
Para se calcular turbilhões de tamanho necessita-se de uma malha de tamanho ,
obviamente menor.
INTRODUÇÃO À TURBULÊNCIA NOS FLUIDOS 12
(a)
(b)
Figura 1.12. Noções de multiplicidade de escalas.
Conservação da massa
(1.1)
onde (1.2)
(1.3)
(1.4)